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AP1 TEORIAS E SISTEMAS HUMANÍSTICOS

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AVALIAÇÃO PARCIAL – AP1
	AVALIAÇÃO PARCIAL – AP1
	NOTA OBTIDA:
	DISCIPLINA: TEORIAS E SISTEMAS HUMANÍSTICOS
	PROFESSOR: FRANCISCA GUIMARÃES DO NASCIMENTO
	DATA: 30.08.2020
	CURSO: PSICOLOGIA
	ALUNO: MARIA CRISTIANE DE OLIVEIRA LOIMA
	MATRÍCULA: 
	TURMA: 3º SEMESTRE
	ORIENTAÇÕES GERAIS
· 	Leia toda a avaliação antes de respondê-la, preencha o cabeçalho e responda às questões digitadas.
· Não serão consideradas respostas com rasuras.
· A comunicação com terceiros, a consulta, anotações e impressões ou qualquer outro meio ilícito para o momento ou não autorizado pelo professor ensejará a atribuição de nota 0 (ZERO) ao aluno.
01 QUESTÃO (02 pontos)
Relate sobre a obra de Fritz Perl e destaque sobre as origens da Gestalt-Terapia. O que é Gestalt? Então, quem era Laura Perls e qual sua contribuição para Gestalt-terapia? (mínimo 20 linhas).
- Fritz Perls foi um psiquiatra e psicoterapeuta alemão nascido em 1893 e falecido em 1970, em 1942 Publicou sua primeira obra: Ego, Fome e Agressão em Durban. Influência do holismo de Jan Smuts, primeiro-ministro Sul Africano. 
- Fritz Perls é o fundador da Gestalt terapia, uma proposta de psicoterapeuta surgida em 1951 quando Fritz Perl publicou em parceria com Ralph Hefferline e Paul Goodman, o conhecido livro Gestalt terapia. 
-Gestalt terapia possui alguns fundamentos teóricos a teoria organismica, a teoria de campo, a teoria holística e apropria psicologia da Gestalt. Ela é constituída por um tripé filosófico, o Humanismo, existencialismo e fenomenologia. 
-Gestalt é a psicologia das formas, ela estuda como o nosso cérebro percebe as formas. Poderíamos traduzir Gestalt como “a teoria das formas”.
Ela entende que nossa percepção das coisas se dá como um todo, de uma forma unificada, e não em pontos isolados. 
O processo de interpretação de uma forma está relacionada com forças externas e internas, as forças externas são provenientes da luz do objeto que reflete pra gente na nossa retina e as forças internas são relacionadas ao processo fisiológico do nosso cérebro, então trata-se da estimulação que o nosso sistema nervoso tem ao ver tal forma e entender a estabelecer um modo coerente, um modo unificado, então basicamente seria como se a gente tivesse estimulo que é o objeto que é a forma, e a gente tem a regulação do nosso cérebro que ele tende a relacionar aquilo que a gente ta vendo com algo que a gente já viu no passado, com algo que a gente já tem armazenado no nosso cérebro. 
A Gestalt nos ajuda a entender como a informação será passada através das formas que criamos, ela auxilia as pessoas a entenderem e assimilarem as informações que a gente quer passar pelas imagens, pelas formas. Estudando a Gestalt podemos perceber porque tal forma agradam mais do que outras, porque enxergamos objetos de tal maneira e etc.. e vários artistas, utilizam a questão da Gestalt para construir suas peças, e muitas vezes a gente aplica a Gestalt no nosso trabalho sem perceber, porque a gente sção leis reguladoras do nosso sistema nervoso então a gente faz por vezes ate meio que intuitivamente,.
A Gestalt tem várias leis mais as primarias são a unidade, a segregação, unificação, proximidade, semelhança, fechamento e continuidade e também a pregnância da forma.
- Laura era Psicóloga e psicoterapeuta alemã, Em conjunto com o seu marido, Frederik, Laura Perls desenvolveu uma terapia de Gestalt que consistia num método humanístico de psicoterapia que utilizava uma abordagem holística da experiência humana e que englobava a responsabilização e consciencialização das presentes necessidades psicológicas e físicas dos indivíduos.
Laura Perls faleceu em 1990 deixando contribuições teóricas e práticas relevantes, das quais se destaca a sua obra de 1965 intitulada Gestalt Therapy.
Laura Perls foi profunda conhecedora da psicologia da gestalt e da teoria organísmica de Kurt Goldstein - esboça naquela obra algumas ideias que se constituem nas bases da então futura Gestalt-Terapia.
02 QUESTÃO (02 pontos)
 Em que período ocorre os primeiros movimentos sobre Gestalt-terapia no Brasil e qual a importância deste movimento. Descreva sobre este movimento. (mínimo 20 linhas).
- Pode se registrar o início do movimento gestáltico no Brasil, no ano de 1972, em São Paulo, com o repasse dos primeiros conhecimentos adquiridos desta abordagem, por Thèrése Tellegen – decorrentes de workshops realizados em Londres – lançando neste mesmo ano a primeira publicação nesta abordagem chamada “Elementos de Psicoterapia”, no Boletim de Psicologia da Sociedade de Psicologia de São Paulo. 
A partir de então, eram trazidos profissionais representativos desta abordagem para desenvolver trabalhos junto a um grupo de profissionais. Inicialmente, Jean Clark Juliano, Walter Ferreira da Rosa Ribeiro, Paulo Barros, Abel Guedes e Lílian Frazão. Esses workshops eram teórico-vivenciais, onde se podia observar a forma de trabalho terapêutico do profissional convidado, bem como se submeter ao trabalho pessoal. Posteriormente, com o grupo ampliado por outros profissionais que se juntaram ao grupo inicial, passado o encantamento da descoberta, começou a se fazer necessário um aprofundamento dos conhecimentos adquiridos até então (através desses workshops e de grupos de estudo autônomos). Iniciou-se um processo que Juliano (1992) identifica como de ”aculturação” : a rejeição de algumas formas de trabalho inadequadas à nossa cultura, neutralizando, dessa forma, nossa tendência a uma apreensão indiscriminada de formas de pensamento e práticas européias. A necessidade de entendimento de como esse processo se dava e em que bases conceituais se alicerçava se fez presente e cada vez mais necessário – identificação com o grupo dos “caras – pálidas”. Esse processo de aprofundamento dos conhecimentos adquiridos esbarrava, no entanto, na escassez de material traduzido. Os primeiros livros : Tornar-se Presente, de Stevens e Gestalt Terapia Explicada, de Perls, em sua maioria transcrições dos trabalhos desenvolvidos por Perls em seus workshops, favoreciam a idéia errônea de que a Gestalt-Terapia resumia-se a uma série de técnicas que, aplicadas, produziam efeitos milagrosos. Propiciando mais uma vez bem como no início de sua divulgação nos Estados Unidos – a idéia de que qualquer um poderia se utilizar das técnicas da “Gestalt” para desenvolver seu trabalho. Dessa forma, estabeleceu-se uma idéia de que Gestalt-Terapia seria qualquer coisa que se referisse à aplicação de “técnicas” propiciadoras da expressão de sentimentos. O que demandou considerável trabalho, por parte dos profissionais pioneiros, em lidar com a contraposição do que não era Gestalt – necessidade que, infelizmente, ainda se impõe até os dias de hoje a todos aqueles que se aprofundam nesta abordagem.
 
03 QUESTÃO (02 pontos)
Descreva sobre o processo da Abordagem Terapêutica, A Construção do Terapeuta, A Flexibilidade e a Subjetividade como uma das ferramentas da Gestalt. (mínimo 20 linhas).
Perls (1951) foi fundador da abordagem Gestáltica e os conceitos que desenvolveu assumiram papéis de grande originalidade e força. Suas obras estabeleceram linhas de teoria e proposta clínica. O estudioso trouxe uma proposta de psicoterapia que se fundamenta em uma visão holística sobre o homem e a sociedade, constituindo-se em uma teoria acerca de suas relações. Segundo Alvin (200 7), Perls usou como base a psicanálise freudiana, como primeira formação, e a nova abordagem foi criada a partir de teorias psicológicas quem vêm sendo estudadas ao longo dos anos, no âmbito da abordagem, com o objetivo de melhor fundamentar suas origens históricas e arcabouço teórico. 
Para que a teoria da Gestalt -Terapia se sustente, esta abordagem conta com uma ferramenta primordial, que é o diálogo. 
 
-A construção do Terapeuta Goodman (1998) sugere que o terapeuta é, basicamente, uma tela de projeção na qual o paciente vê seu próprio potencial ausente; a tarefa da terapia é a recuperação deste potencial do paciente. O terapeuta é sobretudo um habilidoso frustrador. Embora
dê satisfação ao paciente dando-lhe atenção e aceitação, o terapeuta frustra- o recusando-se a dar-lhe o apoio de que carece. A presença do terapeuta permite que o cliente se sinta acolhido, isso torna a experiência mais confortável, empática, tirando o peso do cliente carregar todas as suas questões sozinho. 
Esta presença torna a experiência compartilhada e menos desesperadora para o cliente. (SAFRA, 
2004). 
Percebe-se que o terapeuta é humano, sensível aos acontecimentos e seu encontro com o paciente envolve o encontro de dois indivíduos, com espontaneidade, o verdadeiro contato que consolida a relação entre paciente-terapeuta. Este pode escolher dentre vários caminhos para entrar em contato com o cliente, como esclarece Juliano (1999), ao chamar de experimentos. Outra forma de atuação para o terapeuta é o manejo de suas técnicas dentro de um grupo. 
- A Gestalt -Terapia se mostra flexível pois não desqualifica o uso de outras intervenções não comuns à sua abordagem, portanto que seja fundamentada e caiba naquela situação, se tornando eficaz e funcional dentro do processo terapêutico. 
O cliente pode externalizar seus sentimentos e suas angústias, pode falar ou demonstrar seus medos. A partir desta perspectiva é possível ver como o cliente percebe o mundo e como lida com seus conflitos.. Assim, o terapeuta consegue analisar a questão para ser trabalhada no momento e acessar seu mundo subjetivo. Segundo Ribeiro (2006 ), cada situação da vida é experimentada de maneira diferente, pois cada um se estrutura a partir de suas experiências de vida que é individual. Tudo perpassa pela subjetividade. A subjetividade é para Antony e Ribeiro (2005) o que diferencia e separa um indivíduo dos demais, tornando-o único em sua totalidade. Dessa forma, também ocorre o adoecimento tanto com relação à percepção sobre o que é adoecer e sua a importância, quanto à maneira de enfrentá-la . Confome Silvia e Boaventura (2011) apontam, a subjetividade permeia todas as questões, pois é ela que estrutura e delimita as escolhas e caminhos a serem seguidos. É através dela que entende-se como é o mundo interno do sujeito e como ele se relaciona com o meio. Percebe-se então o que é a figura e o que é o fundo. A subjetividade também é uma construção pessoal. Silvia e Boaventura (2011).
 04 QUESTÃO (02 pontos)
No processo das Psicologias Humanistas, descreva sobre a Gestalt-Terapia e Fenomenologia e Abordagem Centrada na Pessoa e Fenomenologia. (mínimo 20 linhas).
Gestalt-Terapia e Fenomenologia
Frederick Perls, criador da Gestalt-terapia, o surgimento da Gestalt-terapia enquanto uma proposta diferenciada da psicanálise de Freud, embora ligada a esta, no bojo de sua origem eminentemente critica da psicanálise. Psicanalista de origem, apesar de conhecer parte das obras de Wertheimer, Köhler, Koffka e Lewin, Perls teve como um de seus fundamentos principais a Psicologia da Gestalt, com a qual ele teve um contato mais direto por meio da teoria organísmica de Goldstein, de quem foi assistente no Instituto de Soldados Portadores de Lesões Cerebrais, onde Goldstein estudava as consequências comportamentais de tais lesões a partir das noções básicas da Psicologia da Gestalt de Wertheimer, Köhler e Koffka. Goldstein propôs a concepção de organismo como um todo, rompendo com a tradição clássica de que temos órgãos isolados. Com base nesta concepção, Perls ampliou as bases da Gestalt-terapia, tomando por objeto não mais funções psicológicas isoladas, tais como percepção, aprendizagem etc., Dessa forma, ao contrário de buscar as causas ou os porquês, a abordagem gestáltica pretende captar como ocorre um dado fenômeno, tomando- o em sua totalidade e buscando detectar em função de quê se estrutura o todo, daí o termo gestalt, que significa configuração, estrutura, tema, relação estrutural ou todo significativo (Loffredo, 1994). Um dos princípios da Psicologia da Gestalt afirma que existe uma tendência à organização que se atualiza na dinâmica figura-fundo, princípio que foi utilizado por Goldstein em seus estudos da relação organismo-meio com portadores de lesões cerebrais. Nesta proposta, é fundamental a concepção de campo organismo-ambiente, que, para a Gestalt-terapia, constitui a situação psicológica, derivando na noção de contato. As bases da Gestalt-terapia são, portanto, provenientes da abordagem fenomenológica de campo, presente na Psicologia da Gestalt, que, por sua vez, se inspira na fenomenologia de Husserl (Col. Os Pensadores, 1980).
Segundo Boris (1992a), a fenomenologia proporciona a metodologia básica de todas as abordagens existenciais, entre elas, a Gestalt-terapia. No entanto, em 1946, Perls imigrou para os Estados Unidos, passando a enfatizar a divulgação da Gestalt-terapia como uma criação sua e negligenciando teoricamente suas raízes filosófico-metodológicas: “assim, a maioria de suas obras da fase norte americana (...) parece sofrer do pragmatismo característico desta sociedade, particularmente nos anos 60” (Boris, 1995). Ainda assim, Boris indica possíveis influências existenciais e fenomenológicas na Gestalt-terapia de Perls: a crença na subjetividade, possivelmente influenciada por Kierkegaard (Col. Os Pensadores, 1979) e Nietzsche (Col. 
 
Abordagem Centrada na Pessoa e Fenomenologia
A Abordagem Centrada na Pessoa foi criada pelo psicólogo norte-americano Carl Rogers como uma proposta inovadora de psicoterapia a partir de uma palestra proferida na Universidade de Minnesota, em dezembro de 1940, sobre Novos Conceitos em Psicoterapia, que causou uma grande polêmica entre os espectadores. A palestra versava sobre conceitos que tinham como base o impulso individual para o crescimento e para a saúde, colocando maior ênfase nos aspectos emocionais do que nos intelectuais, enfatizando a situação imediata ao invés do passado do indivíduo e tomando a própria relação psicoterapêutica como uma experiência de crescimento. Essas idéias foram publicadas, nos Estados Unidos, no livro Psicoterapia e Consulta Psicológica (Rogers, 1973). A partir de então, a proposta rogeriana assumiu, ao longo dos anos, várias denominações: Aconselhamento Não-Diretivo, Terapia Centrada no Cliente, Ensino Centrado no Aluno, etc., até chegar à atual denominação &– Abordagem Centrada na Pessoa &– que, segundo Rogers (1983b), é a denominação mais abrangente e que descreve melhor sua teoria. A evolução da denominação expressa um movimento na teoria rogeriana, que, partindo de uma proposta de atendimento clínico (aconselhamento e psicoterapia) se amplia a outras áreas, tais como educação, grupos, etc. Encontramos, assim, diversas fases do pensamento rogeriano, que têm sido descritas como:
1) Psicoterapia Não-Diretiva (1940-1950); 
2) Terapia Centrada no Cliente (1950-1957); 
3) Terapia Experiencial (1957-1970) (Hart & Tomlinson, 1970; Wood, 1983, Cury, 1987); 
4) Fase coletiva (1970-1987) (Moreira, 2001, 2007) ou Inter-Humana (Holanda, 1998).
Com base na análise de Segrera (2002), que identifica uma proliferação de versões contemporâneas da Abordagem Centrada na Pessoa após a morte de Carl Rogers, em 1987, poderíamos acrescentar uma quinta fase:
5) Fase pós-rogeriana (a partir de 1987 até os dias atuais).
Ainda que os interesses de Carl Rogers tenham se modificado, seu foco se manteve o mesmo ao longo de toda a sua vida: a Abordagem Centrada na Pessoa, como é sugerido pela própria denominação, tem a pessoa como centro das preocupações. Para Rogers (1977), todo organismo tem uma tendência para desenvolver suas potencialidades de forma positiva; trata-se de um potencial natural de crescimento pessoal inerente à pessoa, que se desenvolve sob condições facilitadoras. A teoria rogeriana tem como postulado fundamental a tendência atualizante, definida como intrínseca e inerente à pessoa. Assim, o homem é considerado como seu próprio arquiteto (Moreira, 2001, 2007). A confiança no potencial da pessoa encontra-se presente no pensamento rogeriano desde o início de sua carreira, ao trabalhar com crianças, em 1939, quando afirma: “deve haver uma disposição
para aceitar a criança como ela é (...) e dar-lhe liberdade para tentar soluções próprias para os seus problemas” (Rogers, 1978, p. 247).
Em 1942, Rogers propôs a confiança no indivíduo como uma característica da consulta psicológica (Rogers, 1979), explicitando posteriormente, que “a abordagem centrada na pessoa baseia-se em uma premissa que a princípio pareceu arriscada e incerta: uma visão de homem como sendo, em essência, um organismo digno de confiança” (Rogers, 1976, p. 16). Trata-se da tendência atualizante, definida como “um fluxo subjacente de movimento para uma realização construtiva de suas possibilidades intrínsecas (...) uma tendência natural para o desenvolvimento completo” (p. 17), ou ainda, como uma tendência inerente à pessoa (Rogers, 1977a). 
05 QUESTÃO (02 pontos)
 Defina Fenomenologia, Fenomenologia e Psicologia, Psicologia Fenomenológica humanista destacando seus pressupostos teóricos. (mínimo 20 linhas). 
 
- Fenomenologia é, em primeiro lugar, um modo de se fazer filosofia. Isso não quer dizer que ela seja um método entre outros possíveis para se chegar ao mesmo objetivo. É que seguindo o modo fenomenológico de pensar, o lugar em que se chega é próprio; tem a coloração do caminho percorrido. Nesse sentido, melhor seria chamá-lo de paradigma. Um olhar histórico sobre isso ajuda a esclarecer o assunto. No fim do séc. XIX e começo do séc. XX,Edmund Husserl, fundador do movimento fenomenológico. A palavra fenomenologia surgiu a partir do grego phainesthai, que significa "aquilo que se apresenta ou que se mostra", e logos é um sufixo que quer dizer "explicação" ou "estudo".
Na psicologia, a fenomenologia baseia-se em um método que busca entender a vivência dos pacientes no mundo em que vivem, além de compreender como esses pacientes percebem o mundo a sua volta.
O conceito da fenomenologia foi criado pelo filósofo Edmund Husserl (1859-1938), que também trabalhava como matemático, cientista, pesquisador e professor das faculdades de Göttingen e Freiburg im Breisgau, na Alemanha.
- Principal tarefa que Husserl se propôs foi esclarecer o caminho fenomenológico para o pensamento humano: qual o alcance do conhecimento, como são os atos da consciência, como se apresenta o mundo. Mas depois, no interior do movimento fenomenológico, vários outros aspectos ou setores da experiência foram sendo abordados. Heidegger (1995) voltou-se para o esclarecimento do ser e da existência; Scheler (1994)abordou os valores; Merleau-Ponty (1942/1972), o comportamento humano; Jaspers (1913/1979) inovou a visão da psicopatologia; Buber (1977), embora não fizesse parte do grupo original, descreveu fenomenologicamente o encontro humano. Quando a fenomenologia estuda a imaginação, a percepção, a linguagem, a relação inter-humana ou os estados perturbados da mente, por exemplo, ela estase voltando para os mesmos objetos que a psicologia também considera. Mas a psicologia positivista (a que se refere Husserl) faz isso a partir de um enfoque empírico, por meio de mensurações, separando sujeito e objeto. Já a fenomenologia considera esses objetos enquanto vivências cuja natureza quer elucidar (sem se ocupar diretamente com medidas ou relações quantitativas). Nesse sentido, a fenomenologia não é essa psicologia, mas uma reflexão sobre a realidade da qual ela também se ocupa. Fazendo isso, a fenomenologia está ao mesmo tempo manifestando os fundamentos dessa psicologia e refletindo sobre seus limites: constitui-se, pois, também como uma espécie de instância crítica da psicologia. 
- Psicologia fenomenológica humanista Uma vez situados os diversos sentidos da psico-logia fenomenológica, podemos nos concentrar noquarto sentido definido acima (exercida a partir do interior da psicologia enquanto um saber científico, mas agora concebido em uma direção qualitativa), que é omais usual no contexto da psicologia humanista. Comopodemos caracterizar essa psicologia?Além da inspiração fenomenológica, existe nela uma preocupação de aproximação com o mund ocientífico. Enquanto pesquisa, ela deve começar comum encontro com o fenômeno em alguma situação concreta; isso corresponde à coleta de dados de qual-quer pesquisa científica. Pode ser feita sob a forma deentrevistas, observação participante ou pesquisa deintervenção, por exemplo. O pesquisador recolhe infor-mações não apenas a partir de sua reflexão pessoal sobresua experiência enquanto expressiva da experiênciacomum da humanidade (como acontece na fenome-nologia filosófica); recolhe informações sistematica-mente, entrando em alguma situação previamenteescolhida ou de alguma forma planejada. Desde o acessoa esses dados da experiência subjetiva ou a essasvivências, o enfoque já é fenomenológico, e os dados,bem como seus significados, formam um todo. Noentanto, o pesquisador sai de seu gabinete, vai parauma situação onde possa se encontrar com o fenômenoe de alguma forma anota, grava, registra em sua me-mória, para depois transformar em narrativas. Nasituação ele pergunta, dialoga, questiona, observa efacilita o acesso do entrevistado à própria experiênciasubjetiva, que inclui memórias e significados. Depois,de volta ao seu gabinete, ele exerce um segundo olhar,o analítico (de novo fenomenológico), sobre aquelesdados assim construídos. Husserl não elaborou a psico-logia fenomenológica com essa concretude com a qualtem sido praticada nas academias no contexto de disser-tações e teses de mestrado e doutorado na área dapsicologia.

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