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REFLEXÕES SOBRE O USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS EM TEMPOS DE PANDEMIA

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No dia 04 de julho de 2020 a UNIP através do aplicativo Youtuber nos proporcionou uma palestra cuja o tema “Reflexões sobre o uso racional de medicamentos em tempos de pandemia” ministrado pela Farmacêutica e Mestre em farmacologia, coordenadora pedagógica do polo Toledo-PR, prof. Patrícia Doblinski.
A automedicação é a utilização de medicamentos por conta própria ou por indicação de pessoas não habilitadas para tratamento de doenças cujos sintomas são “percebidos” pelo próprio usuário, sem a avaliação prévia de um médico.
Desde que o corona vírus se tornou um problema emergencial de saúde pública mundial, muitos pesquisadores vêm buscando encontrar a possível “cura” para a doença. Muitos estudos sobre medicamentos e vacinas estão sendo desenvolvidos em diversos países a fim de conseguir controlar a pandemia, que infelizmente já fez milhares de vítimas em todo o mundo.
Correndo contra o tempo, os pesquisadores buscam soluções em medicamentos já existentes no mercado, tentando assim reduzir os danos até que saiam os resultados das pesquisas, uma vez que os medicamentos que já se encontram à venda atualmente já passaram por diversos testes para garantir sua eficácia, toxicidade e possíveis efeitos colaterais.
Porém, recentemente noticiou-se sobre a compra e uso indiscriminado de determinados medicamentos, que estão sendo pesquisados como possível tratamento para a Covid-19, demonstrando o uso não racional destas drogas. Segundo a Organização Mundial de Saúde, uso racional de medicamentos é quando “pacientes recebem medicamentos para suas condições clínicas em doses adequadas às suas necessidades individuais, por um período adequado e ao menor custo para si e para a comunidade”. 
O que temos visto aumentar diariamente, em meio ao cenário em que estamos vivendo, é a busca incessante por informações sobre medicamentos na internet, resultando no aumento da errônea prática da automedicação.
Após ter sido divulgado o artigo intitulado do COVID-19, sobre o uso de hidroxicloroquina para o tratamento da Covid-19, realizado no Hospital Universitário da Universidade de Wuhan, na China, onde os pesquisadores ainda discutiam as evidências científicas. Após a divulgação deste trabalho nas mídias mundiais, viu-se a população fazendo filas nas farmácias para garantir acesso a este medicamento por conta própria, mesmo sem ter o diagnóstico de Covid-19. Porém, os pacientes que realmente precisam dessa medicação, como pessoas com artrite reumatoide, por exemplo, podem ver sua patologia se agravando pela falta do uso da medicação ou ainda identificar o retorno de sintomas, como a queda de cabelo, dores articulares e aumento do processo inflamatório.
A venda descontrolada do medicamento gerou dois problemas: o primeiro foi o desabastecimento do produto nas farmácias, deixando pacientes que realmente precisam fazer uso contínuo do medicamento sem conseguir adquiri-lo. O segundo foi entender quem estava tomando este medicamento e tentar identificar quais efeitos poderiam aparecer. Um dos efeitos colaterais que pode ser causado pelo uso inadequado da hidroxicloroquina são batimentos cardíacos irregulares, que podem evoluir para arritmia cardíaca e eventualmente levar à morte, ou seja, este medicamento só deve ser utilizado com prescrição e indicação médica.
Diante disso, a fim de conter o consumo indiscriminado do medicamento por pessoas que não possuem indicação de uso da hidroxicloroquina e da cloroquina e de modo a assegurar o tratamento de pacientes que fazem uso contínuo dessa medicação sem ameaça de desabastecimento, a Anvisa, por meio da RDC 351/2020 incluiu as duas drogas na Portaria 344/1998, que dispõe sobre medidas de controle para produção e venda de substâncias entorpecentes, psicotrópicas, precursoras e outras sob controle especial.
Dessa forma, atualmente para comprar o medicamento e garantir o seu tratamento, o paciente deve apresentar uma receita de controle especial em duas vias com validade de 30 dias. Porém, a medida não é válida para programas públicos governamentais. Esta medida garantiu estoque para os pacientes que necessitam do medicamento, mas por outro lado aumentou o fluxo em clínicas e hospitais para que estes pacientes conseguissem a receita médica.
Durante a palestra tive a oportunidade de conhecer sobre o decreto n° 10.388, do dia 05 de junho de 2020, que institui o sistema de logística reversa de medicamentos domiciliares vencidos ou em desuso, de uso humano, industrializados e manipulados, e de suas embalagens após o descarte pelos consumidores. Pois a população fazia o descarte de forma incorreta, ou seja, descartavam o medicamento no lixo comum, fazendo com que alguns catadores, animais enjerissem o mesmo, descartavam no vaso sanitário, e com isso contaminaria o solo.
Por fim, ressalto que o uso de medicamentos deve sempre ser feito com orientação de um profissional de saúde, pois o seu uso indiscriminado pode trazer problemas graves à saúde. Use medicamentos apenas quando necessário, e não deixe quem realmente precisa sem poder utilizá-los. O dia 5 de maio é lembrado por ser o Dia Nacional do Uso Racional de Medicamento, data que tem como objetivo alertar a população quanto aos riscos à saúde causados pela automedicação.
CARGA HORÁRIA:10 H
POLO UNIP NOVA MUTUM MT
ALUNA: ADLA

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