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Questões sobre Registro de Empresas e Atuação de Advogados

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Aluna: Débora Pascoal
Questão 01: Valdirene deseja registrar pessoa jurídica de seu pequeno negócio
chamado “Delícias da Val”, na modalidade microempresa. Para a admissão em registro do referido negócio, consoante o Estatuto da Advocacia, os atos e contratos constitutivos do negócio de Valdirene (1,25 pontos):
a) devem apresentar os dados do contador responsável.
R: Não se trata de requisito legal previsto no EAOAB
b) devem necessariamente conter o visto de um advogado.
R: não se tratando de empresas de pequeno porte e de microempresas
c) devem permitir a participação de outros profissionais liberais.
R: segundo fundamento do art.1º paragrafo 2º do EAOAB tem como requisito sob pena de nulidade do registro apenas para pessoas jurídicas com exceções para microempresas e pequeno porte.
d) não necessitam conter o visto de um advogado.
R: Se a sociedade em constituição for enquadrada como microempresa ou empresa de pequeno porte, a teor do art. 3º da Lei Complementar 123/06, seu contrato social poderá ser arquivado na Junta Comercial independentemente de estar ou não visado por advogado. 
Questão 02: Caio Martins, Francisco Sales e Maurício Pereira, após obter aprovação no exame de ordem e realizar suas devidas inscrições, decidiram por abrir uma sociedade simples de advogados chamada Martins, Sales e Pereira Sociedade de Advogados. Anos depois, Caio Martins veio a falecer e Francisco foi eleito prefeito da cidade. Levando-se em conta tais acontecimentos, assinale a alternativa correta (1,25 pontos):
a) O sobrenome de Caio poderá permanecer na razão social da sociedade após o seu
falecimento, ainda que tal possibilidade não esteja prevista em seu ato constitutivo.
Com relação à Francisco deverá retirar-se da sociedade obrigatoriamente, eis que, como
chefe do poder executivo. incide incompatibilidade definitiva para o exercício da
advocacia.
R: não poderá, tem que estar previsto no ato constitutivo. Francisco não precisará se retirar da sociedade.
b) O sobrenome de Caio não poderá permanecer na razão social da sociedade após o seu
falecimento, eis que o estatuto veda tal possibilidade. Com relação à Francisco, deverá
licenciar-se durante o período em que exercer o mandato de prefeito, devendo essa
informação ser averbada no registro da sociedade.
R: não, o nome do Falecido poderá continuar na sociedade se previsto no seu ato constitutivo. O estatuto não veda. Já Francisco deverá se licenciar durante o período do mandato.
c) O sobrenome de Caio (Martins) poderá permanecer na razão social da sociedade após
o seu falecimento, desde que tal possibilidade tenha sido previamente estabelecida em
seu ato constitutivo. Com relação à Francisco, deverá licenciar-se durante o período em
que exercer o mandato de prefeito, devendo essa informação ser averbada no registro da
sociedade, podendo retomar as atividades após o fim do mandato.
R: Havendo previsão no ato constitutivo da sociedade de advogados, pode permanecer o nome do sócio falecido na razão social. As incompatibilidades previstas no inciso I do art. 28 do Estatuto são todas de natureza temporária, gerando meramente a licença do advogado, e não o cancelamento da inscrição. Em caso de reeleição, ou sendo o mesmo eleito para novo cargo que também gere incompatibilidade com a advocacia, prorroga-se o licenciamento junto à OAB.
d) Com o falecimento de Caio e o mandato de Francisco, a sociedade deve ser
obrigatoriamente dissolvida, devendo Maurício, caso deseje continuar advogando,
constituir uma sociedade unipessoal ou outra sociedade simples com outro(s) indivíduo
(s).
R: Não precisa ser dissolvida, Mauricio poderá continuar advogando.
Questão 03: Joana nasceu no Estado do São Paulo e graduou-se em Direito no Estado do Ceará. Após a conclusão do curso, passou a residir, e pretende atuar
profissionalmente como advogada, em Salvador, Bahia. Porém, em razão de seus
contatos no Ceará, passou a ter também alguns processos judiciais de clientes em tal Estado, vindo a ter seis causas no ano de 2019. Diante do exposto, assinale a opção correta. (1,25 pontos)
a) A inscrição principal de Joana deve ser feita no Conselho Seccional do Ceará, tendo
em vista que a inscrição principal do advogado é realizada no Conselho Seccional em
cujo território tenha finalizado a graduação em Direito. Além da principal, Joana deve
promover sua inscrição suplementar no Conselho Seccional da Bahia, onde pretende
exercer a profissão.
R: A inscrição principal deve ser feita no conselho seccional em que o advogado pretende estabelecer seu domicilio profissional e não naquele que concluiu o curso ou em que residir. Art.10 paragrafo 2º EAOAB.
b) A inscrição principal de Joana deve ser realizada no Conselho Seccional de São
Paulo, eis que o Estatuto da OAB determina que esta seja promovida no Conselho
Seccional em cujo território o advogado tiver naturalidade. Além da principal, Joana
deverá promover inscrição suplementar nos Conselhos Seccionais do Ceará e da Bahia.
R: a inscrição principal de Joana será feito perante o domicilio profissional, o fato de ter concluído o curso no Estado do Ceará em nada influencia o local da inscrição principal. No caso de onde nasceu São Paulo será necessária a inscrição suplementar.
c) A inscrição principal de Joana deve ser realizada no Conselho Seccional da Bahia, eis
que a inscrição principal do advogado deve ser realizada no Conselho Seccional em
cujo território pretende estabelecer o seu domicílio profissional. A promoção de
inscrição suplementar no Conselho Seccional do Ceará, por sua vez, será facultativa,
pois as intervenções judiciais de até seis causas por ano em outro Estado não
caracterizam habitualidade no exercício da profissão.
R: Não se fala em facultatividade na inscrição suplementar que deverá ser promovida no Ceará pois o art. 10 paragrafo 2º do EAOAB impõe ao advogado que a providencie caso passe a atuar com habitualidade mais de cinco causas por ano. 
d) A inscrição principal de Joana deve ser realizada no Conselho Seccional da Bahia,
pois a inscrição principal do advogado deve ser feita no Conselho Seccional em cujo
território pretende estabelecer o seu domicílio profissional. Além da principal, Joana
deverá promover a inscrição suplementar no Conselho Seccional do Ceará, vez que esta
é exigida diante de intervenção judicial em outro Estado que exceda cinco causas por
ano.
R: De fato a inscrição principal deverá ser no conselho seccional da Bahia, domicilio profissional, bem como será necessária a inscrição suplementar no Ceará, habitualidade da advocacia reconhecida pelas seis causas em que patrocinará.
Questão 04: Pedro exercia a advocacia privada há 5 anos. Contudo, obteve aprovação em concurso público da Procuradoria do Estado do Ceará, vindo a assumir tal posição no corrente ano, decidindo por manter seu escritório particular ativo, já que inexiste vedação do Estado cearense. A respeito da situação de Pedro, assinale a afirmativa correta (1,25 pontos):
a) Uma vez que passou a exercer a função de Procurador Estadual, que possui
regulamentação própria, Pedro não se sujeita mais ao regime do Estatuto da OAB,
Regulamento Geral e Código de Ética e Disciplina e não pode candidatar-se, caso
queira, a cargo eletivo dentro da OAB.
b) Pedro necessita ainda sujeitar-se ao regime do Estatuto da OAB, Regulamento Geral
e Código de Ética e Disciplina. Contudo, à Pedro não é permitido o exercício de cargo
eletivo perante a OAB, devido ao cargo público que exerce.
c) A função pública de Procurador do Estado não necessita sequer aprovação no exame
de ordem ou inscrição na OAB, decorrendo diretamente da Constituição Federal.
d) Pedro necessita sujeitar-se ainda ao regime do Estatuto da OAB, Regulamento Geral
e Código de Ética e Disciplina, e é elegível a qualquer cargo dentro da OAB.
Questão 05: João, advogado, representa os interesses de André em habeas corpus
impetrado em face de ato de autoridade coatora, buscando a liberdade de André de uma prisão supostamente ilegal. Contudo, o habeas corpus foi negado, no que André ficou extremamente irritadoe afirmou para João que iria matar o juiz. Deve João revelar o segredo de seu cliente? (1,25 pontos):
a) João não pode revelar o segredo que lhe foi confiado por André, pois o advogado
deve sempre guardar sigilo sobre o que saiba em razão do seu ofício.
R: De acordo com a lei poderá revelar devido o risco contra a vida.
b) João poderia revelar o segredo que lhe foi confiado por André, mas apenas no caso
de ser intimado como testemunha em ação penal eventualmente deflagrada para a
apuração do homicídio que viesse a ser efetivamente praticado.
R: Poderá revelar o segredo antes de ser praticado.
c) João pode revelar o segredo que lhe foi confiado por André, em razão de estar a vida
de um indivíduo em risco.
R: Art. 25. O sigilo profissional é inerente à profissão, impondo-se o seu respeito, salvo grave ameaça ao direito à vida, à honra, ou quando o advogado se veja afrontado pelo próprio cliente e, em defesa própria, tenha que revelar segredo, porém sempre restrito ao interesse da causa. 
Art. 37. O sigilo profissional cederá em face de circunstâncias excepcionais que configurem justa causa, como nos casos de grave ameaça ao direito à vida e à honra ou que envolvam defesa própria.
d) João não pode revelar o segredo que lhe foi confiado por André, mas tem obrigação
legal de impedir que o homicídio seja praticado, sob pena de se tornar cúmplice.
R: João poderá revelar o segredo pois existe risco contra a vida.
Questão 6: Gabriel, advogado, foi constituído por determinado cliente para defesa em processo judicial, no qual configura na condição de autor. Foi oferecida contestação, estando no aguardo de despacho do juiz para marcação de audiência de conciliação. Contudo, o cliente passou a agir de forma totalmente contrária às orientações de Gabriel, o que o fez renunciar ao mandato. Em 01/04/2020, Gabriel fez a notificação válida da renúncia. Cinco dias após a notificação, o cliente constituiu outro advogado. Tudo foi devidamente informado no processo. De acordo com o Estatuto da OAB, assinale a afirmativa correta. (1,25 pontos):
a) Gabriel deve continuar a representar o cliente durante os dez dias seguintes à
notificação da renúncia, mesmo que, dentro de tal prazo, o cliente tenha constituído
outro advogado.
R: O advogado só fica obrigado a acompanhar o cliente por durante 10 dias seguintes á notificação da renuncia, se caso durante o tal período o seu cliente não contratar outro advogado, expirado o prazo, cabe o cliente tomar a devida providência, contratando para si, um novo advogado. 
b) O dever de Gabriel de representar o cliente finda com a substituição do advogado,
independentemente do decurso de prazo.
R: art. 5º, § 3º O advogado que renunciar ao mandato continuará, durante os 10 dias seguintes à notificação da renúncia, a representar o mandante, salvo se for substituído antes do término desse prazo.
c) Gabriel continuará a representar o cliente até que seja proferida a sentença nos autos.
R: basta a notificação da Renúncia.
d) Gabriel deve continuar a representar o cliente até a audiência de instrução.
R: previsto em Lei continua a representar o cliente no prazo de 10 dias seguintes a notificação da renuncia ou antes se o cliente constituir outro advogado.
Questão 7: Sávio, advogado bastante conhecido com 30 anos de experiência, sofre
acidente de automóvel, vindo a ficar de coma. Ele encontra-se em tal situação por mais de um mês, porém os médicos falam que ele possui boas chances de se recuperar. Diante de tal acontecimento, o que deve ser feita com sua inscrição na OAB? (1,25 pontos):
a) Deve-se proceder com o cancelamento da inscrição, diante da perda de um dos
requisitos para a inscrição, qual seja, a capacidade plena de Sávio. Caso porventura
volte às suas faculdades mentais, deve ser feito novo pleito de inscrição.
R: o caso mental dele é passageiro podendo apenas pedir o licenciamento da inscrição.
b) Deve-se proceder com o licenciamento da inscrição, ante o fato de que Sávio
encontra-se em hipótese de incapacidade superveniente provisória, sendo desnecessário
que o requerimento seja acompanhado de laudo médico. Ao retornar às suas faculdades
mentais, requer-se o reativamento de sua OAB.
R: O requerimento tem que ser acompanhado com laudo médico detalhado.
c) Não há o que ser feito em tal situação, devendo a inscrição permanecer ativa.
R: tem que ser feito o licenciamento da inscrição.
d) Deve-se proceder com o licenciamento da inscrição, ante o fato de que Sávio
encontra-se em hipótese de incapacidade superveniente provisória, sendo essencial que
o requerimento esteja acompanhado de laudo médico, sob pena de indeferimento. Ao
retornar às suas faculdades mentais, requer-se o reativamento de sua OAB.
R: Art. 12. Licencia-se o profissional que:
I - assim o requerer, por motivo justificado;
II - passar a exercer, em caráter temporário, atividade incompatível com o exercício da advocacia;
III - sofrer doença mental considerada curável.
Questão 8. O exercício da advocacia é pautado em princípios norteadores da atuação conforme a ética e a moral, tendo regras próprias de publicidade e relacionamento com os clientes e com os demais membros atuantes na Justiça. De acordo com os estudos realizados em sala, explique em que consiste os princípios da não-mercantilização, da exclusividade e da pessoalidade da advocacia, citando exemplos. (1,25 pontos)
R:- Princípio da Não Mercantilização: No exercício da advocacia não poderá ser adotado características mercantis (típicas de um comércio). O exercício da advocacia é considerado uma atividade meio, o advogado não promete ao seu cliente um resultado favorável, mas sim o esforço do seu empenho.
Ex.: Colocar bandeiras dos cartões de crédito aceitos em seu escritório ou ainda divulgar em publicidade  possibilidades de parcelamento.
 - Princípio da Exclusividade: A atividade da advocacia não pode se misturar com nenhuma outra atividade no mesmo estabelecimento. 
Ex.: Advocacia com contabilidade, advocacia com imobiliária etc.
O advogado não está impedido de exercer outra profissão, por exemplo: é plenamente possível que o advogado tenha uma clínica de estética (desde que em local distinto do seu escritório).
- Princípio da Pessoalidade: A pessoalidade está relacionada ao princípio da confiança, através da consulta pessoal.
Ex.: O advogado pode ter um site na internet, desde que, respeitando a forma discreta – estabelecida no Estatuto. Caso o site contenha um ícone para realização de consulta on-line – estará infringindo o princípio da pessoalidade, uma vez que este meio de contratação poderá gerar a quebra de sigilo, capacitação de clientela, bem como a impessoalidade.

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