Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS 1 APOSTILA PORTUGUÊS INTERPRETAÇÃO DE TEXTO COMO INTERPRETAR TEXTOS É muito comum, entre os candidatos a um cargo público a preocupação com a interpretação de textos. Isso acontece porque lhes faltam informações específicas a respeito desta tarefa constante em provas relacionadas a concursos públicos. Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar no momento de responder as questões relacionadas a textos. TEXTO – é um conjunto de ideias organizadas e relacionadas entre si, formando um todo significativo capaz de produzir INTERAÇÃO COMUNICATIVA (capacidade de CODIFICAR E DECODIFICAR). CONTEXTO – um texto é constituído por diversas frases. Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando condições para a estruturação do conteúdo a ser transmitido. A essa interligação dá-se o nome de CONTEXTO. Nota-se que o relacionamento entre as frases é tão grande, que, se uma frase for retirada de seu contexto original e analisada separadamente, poderá ter um significado diferente daquele inicial. INTERTEXTO - comumente, os textos apresentam referências diretas ou indiretas a outros autores através de citações. Esse tipo de recurso denomina-se INTERTEXTO. INTERPRETAÇÃO DE TEXTO - o primeiro objetivo de uma interpretação de um texto é a identificação de sua ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou explicações, que levem ao esclarecimento das questões apresentadas na prova. Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a: 1. IDENTIFICAR – é reconhecer os elementos fundamentais de uma argumentação, de um processo, de uma época (neste caso, procuram-se os verbos e os advérbios, os quais definem o tempo). 2. COMPARAR – é descobrir as relações de semelhança ou de diferenças entre as situações do texto. 3. COMENTAR - é relacionar o conteúdo apresentado com uma realidade, opinando a respeito. 4. RESUMIR – é concentrar as ideias centrais e/ou secundárias em um só parágrafo. 5. PARAFRASEAR – é reescrever o texto com outras palavras. EXEMPLO TÍTULO DO TEXTO PARÁFRASES "O HOMEM UNIDO ” A INTEGRAÇÃO DO MUNDO A INTEGRAÇÃO DA HUMANIDADE A UNIÃO DO HOMEM HOMEM + HOMEM = MUNDO A MACACADA SE UNIU (SÁTIRA) CONDIÇÕES BÁSICAS PARA INTERPRETAR Fazem-se necessários: a) Conhecimento Histórico – literário (escolas e gêneros literários, estrutura do texto), leitura e prática; b) Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do texto) e semântico; OBSERVAÇÃO – na semântica (significado das palavras) incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e conotação, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de linguagem, entre outros. c) Capacidade de observação e de síntese e d) Capacidade de raciocínio. INTERPRETAR x COMPREENDER INTERPRETAR SIGNIFICA COMPREENDER SIGNIFICA - EXPLICAR, COMENTAR, JULGAR, TIRAR CONCLUSÕES, DEDUZIR. - TIPOS DE ENUNCIADOS • Através do texto, - INTELECÇÃO, ENTENDIMENTO, ATENÇÃO AO QUE REALMENTE ESTÁ ESCRITO. - TIPOS DE ENUNCIADOS: • O texto DIZ que... • É SUGERIDO pelo autor APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS 2 INFERE-SE que... • É possível DEDUZIR que... • O autor permite CONCLUIR que... • Qual é a INTENÇÃO do autor ao afirmar que... que... • De acordo com o texto, é CORRETA ou ERRADA a afirmação... • O narrador AFIRMA... ERROS DE INTERPRETAÇÃO É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de erros de interpretação. Os mais frequentes são: a) Extrapolação (viagem) Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias que não estão no texto, quer por conhecimento prévio do tema quer pela imaginação. b) Redução É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de ideias, o que pode ser insuficiente para o total do entendimento do tema desenvolvido. c) Contradição Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, consequentemente, errando a questão. OBSERVAÇÃO - Muitos pensam que há a ótica do escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas numa prova de concurso qualquer, o que deve ser levado em consideração é o que o AUTOR DIZ e nada mais. COESÃO - é o emprego de mecanismo de sintaxe que relacionam palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o que se vai dizer e o que já foi dito. OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia-a- dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do pronome oblíquo átono. Este depende da regência do verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor semântico, por isso a necessidade de adequação ao antecedente. Os pronomes relativos são muito importantes na interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que existe um pronome relativo adequado a cada circunstância, a saber: QUE (NEUTRO) - RELACIONA-SE COM QUALQUER ANTECEDENTE. MAS DEPENDE DAS CONDIÇÕES DA FRASE. QUAL (NEUTRO) IDEM AO ANTERIOR. QUEM (PESSOA) CUJO (POSSE) - ANTES DELE, APARECE O POSSUIDOR E DEPOIS, O OBJETO POSSUÍDO. COMO (MODO) ONDE (LUGAR) QUANDO (TEMPO) QUANTO (MONTANTE) EXEMPLO: Falou tudo QUANTO queria (correto) Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria aparecer o demonstrativo O ). ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO TEXTO Texto narrativo As personagens: São as pessoas, ou seres, viventes ou não, forças naturais ou fatores ambientais, que desempenham papel no desenrolar dos fatos. Toda narrativa tem um protagonista que é a figura central, o herói ou heroína, personagem principal da história. O personagem, pessoa ou objeto, que se opõe aos designos do protagonista, chama-se antagonista, e é com ele que a personagem principal contracena em primeiro plano. As personagens secundárias, que são chamadas também de comparsas, são os figurantes de influencia menor, indireta, não decisiva na narração. O narrador que está a contar a história também é uma personagem, pode ser o protagonista ou uma das outras personagens de menor importância, ou ainda uma pessoa estranha à história. Podemos ainda, dizer que existem dois tipos fundamentais de personagem: as planas: que são definidas por um traço característico, elas não alteram seu comportamento durante o desenrolar dos acontecimentos e tendem à caricatura; as redondas: são mais complexas tendo uma dimensão psicológica, muitas vezes, o leitor fica surpreso com as suas reações perante os acontecimentos. Sequência dos fatos (enredo): Enredo é a sequência dos fatos, a trama dos acontecimentos e das ações dos personagens. No enredo podemos distinguir, com maior ou menor nitidez, três ou quatro estágios progressivos: a exposição (nem sempre ocorre), a complicação, o clímax, o desenlace ou desfecho. Na exposição o narrador situa a história quanto à época, o ambiente, as personagens e certas circunstâncias. Nem sempre esse estágio ocorre, na maioria das vezes, principalmente nos textos literários mais recentes, a história começa a ser narrada no meio APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS 3 dos acontecimentos (“in média”), ou seja, no estágio da complicação quando ocorre e conflito, choque de interesses entre as personagens. O clímax é o ápice da história, quando ocorre o estágio de maior tensão do conflitoentre as personagens centrais, desencadeando o desfecho, ou seja, a conclusão da história com a resolução dos conflitos. Os fatos: São os acontecimentos de que as personagens participam. Da natureza dos acontecimentos apresentados decorre o gênero do texto. Por exemplo o relato de um acontecimento cotidiano constitui uma crônica, o relato de um drama social é um romance social, e assim por diante. Em toda narrativa há um fato central, que estabelece o caráter do texto, e há os fatos secundários, relacionados ao principal. Espaço: Os acontecimentos narrados acontecem em diversos lugares, ou mesmo em um só lugar. O texto narrativo precisa conter informações sobre o espaço, onde os fatos acontecem. Muitas vezes, principalmente nos textos literários, essas informações são extensas, fazendo aparecer textos descritivos no interior dos textos narrativo. Tempo: Os fatos que compõem a narrativa desenvolvem-se num determinado tempo, que consiste na identificação do momento, dia, mês, ano ou época em que ocorre o fato. A temporalidade salienta as relações passado/presente/futuro do texto, essas relações podem ser linear, isto é, seguindo a ordem cronológica dos fatos, ou sofre inversões, quando o narrador nos diz que antes de um fato que aconteceu depois. O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O cronológico é o tempo material em que se desenrola à ação, isto é, aquele que é medido pela natureza ou pelo relógio. O psicológico não é mensurável pelos padrões fixos, porque é aquele que ocorre no interior da personagem, depende da sua percepção da realidade, da duração de um dado acontecimento no seu espírito. Narrador: observador e personagem: O narrador, como já dissemos, é a personagem que esta a contar a história. A posição em que se coloca o narrador para contar a história constitui o foco, o aspecto ou o ponto de vista da narrativa, e ele pode ser caracterizado por : - visão “por detrás” : o narrador conhece tudo o que diz respeito às personagens e à história, tendo uma visão panorâmica dos acontecimentos narração é feita em 3a pessoa. - visão “com”: o narrador é personagem e ocupa o centro da narrativa que é feito em 1a pessoa. - visão “de fora”: o narrador descreve e narra apenas o que vê, aquilo que é observável exteriormente no comportamento da personagem, sem ter acesso a sua interioridade, neste caso o narrador é um observador e a narrativa é feita em 3a pessoa. Foco narrativo: Todo texto narrativo necessariamente tem de apresentar um foco narrativo, isto é, o ponto de vista através do qual a história está sendo contada. Como já vimos, a narração é feita em 1a pessoa ou 3a pessoa. Formas de apresentação da fala das personagens Discurso direto e indireto O discurso direto identifica-se com a fala dos personagens, quando o narrador está falando e transfere suas falas às personagens, nesse momento as personagens assumem o fio da narrativa. Ocorre a introdução do verbo dizer e outros sinônimos, e dos sinais específicos de pontuação (:- ). Ex: O menino disse: - Hoje não quero ir à escola. A mãe retrucou: - Não posso aceitar que você não vá. No discurso indireto, só o narrador fala pelos personagens. Os sinais de pontuação são trocados pela conjunção que, conservando-se o verbo dizer ou seus sinônimos. Ex: O menino disse que não queria ir à escola, a mão retrucou que não poderia aceitar que ele não fosse. Na passagem do discurso direto para o indireto, os verbos que estão no presente vão para o passado, os que estão no passado vão para o mais-que-perfeito, "isto aqui" vira "aquilo lá" e "esta" vira "aquela". Na passagem do indireto para o direto, fazemos o caminho contrário. Veja alguns exemplos: Do direto para o indireto: - A chuva veio logo, disse ele. Ele disse que a chuva vinha logo. - Estas memórias vão dar o que falar - admitia esfregando as mãos contentes, ao reler esses lances inéditos. Admitia esfregando as mãos contentes, ao reler aqueles lances inéditos, que aquelas memórias iam dar o que falar. Do indireto para o direto: O marido perguntou se Diva queria café no quarto. O marido perguntou: - Quer café no quarto, Diva ? Rodrigo perguntou se tu falaste com o Dr. Brandão. Rodrigo perguntou: - Falaste com o Dr. Brandão ? Policarpo Quaresma me perguntou como ia a família. Policarpo Quaresma me perguntou: - Como vai a família ? Verbos de elocução Observe o verbo grifado: O pai chamou Carlinhos e perguntou: - Quem quebrou o vidro, meu filho ? Observe : A . O pedreiro disse que estava à disposição. B . O pedreiro disse: Estou à disposição. APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS 4 Transformamos: A - discurso indireto em B - discurso direto . Faça o mesmo: Observe: A . Intrigado o pai perguntou ao filho: Você viu ontem uma carteira em cima desta mesa ? B . Intrigado, o pai perguntou ao filho se ele vira, no dia anterior, uma carteira em cima daquela mesa. Transformamos: A - discurso direto em B - discurso indireto. O narrador empregou o verbo perguntar para indicar a personagem a que pertence a fala. Denomina-se verbo de elocução (verbos dicendi). Veja agora uma relação dos principais verbos de elocução: dizer (afirmar, declarar) exclamar (gritar, bradar) perguntar (indagar, interrogar) pedir (solicitar, rogar) responder ( retrucar, replicar) exortar (aconselhar) contestar (negar, objetar) ordenar (mandar, determinar) Além desses verbos de sentido geral, existem outros, mais amplos.. Veja alguns: sussurar, murmurar, balbuciar, cochichar, segredar, esclarecer, sugerir, soluçar, comentar, propor, convidar, cumprimentar, repetir, estranhar, insistir, prosseguir, continuar, ajuntar, acrescentar, concordar, consentir, anuir, intervir, repetir, rosnar, berrar, protestar, contrapor, desculpar, justificar-se, suspirar, rir, etc. Pontuação no discurso direto A fala da personagem, no discurso direto, deve vir disposta em parágrafo e introduzida por travessão. Virou-se para o pai e aconselhou: Papai, esse menino do vizinho é um subversivo desgraçado. Os verbos de elocução são pontuados de acordo com sua posição. 1a posição - antes da fala - separa-se por dois pontos : O pai chamou Pedrinho e perguntou :Quem quebrou o vidro, meu filho ? 2a posição - depois da fala - separa-se por travessão ou vírgula : Agora você se chama Teresinha, disse me beijando a face. Agora você se chama Teresinha - disse me beijando a face. 3a posição - no meio da fala - separa-se por travessão ou vírgula: A Sociedade - afirmava Simão - tem obrigação de fazer o enterro. Nesse dia , observou Luís Garcia sorrindo levemente, há de ser tão sincera como hoje. (Machado de Assis) Numa narrativa, nem sempre os verbos de elocução estão expressos. Costuma-se omiti-los principalmente em falas curtas ou para traduzir tensão psicológica das personagens. Utilização do discurso direto na produção de um texto. Seleção das falas mais significativas, isto é, as falas pertinentes ao conflito básico vivido pelas personagens. Não se deve ter a pretensão de retratar fielmente a realidade, relatando tudo o que as personagens poderiam ter dito. Adequação das falas ao nível cultural das personagens e principalmente ao registro linguístico. Discurso indireto Estabelece-se o discurso indireto, quando o narrador, em vez de deixar a personagem falar, reproduz com suas palavras o que foi dito, Exemplo: Chamou um moleque e bradou-lhe que fosse à casa do Sr. João Carneiro chamá-lo, já e já; e se não estivesse em casa, perguntasse onde podia ser encontrado(...)( Machado de Assis) Se o narrador reproduzisse diretamente a fala da personagem, a construção do texto seria assim: APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS 5 Chamou um moleque e bradou-lhe : Vá a casa do Sr. João Carneiro chamá-lo, já e já; e se não estiver em casa, pergunte onde pode ser encontrado. No discurso indireto, também podem estar presentes verbos dicendi, mas seguidos de orações substantivas, geralmente iniciadas com a conjunção que ou se. Na passagem do discurso direto para o indireto ou vice- versa, importa observar algumas transformações importantes: discurso direto: primeira pessoa Eles perguntaram : - O que devemos fazer ? 1) Discurso indireto: terceira pessoa 2) Eles perguntaram o que deviam fazer. discurso direto: imperativo O professor ordenou: - Façam o exercício ! 1) Discurso indireto: pretérito imperfeito do subjuntivo 2) O professor ordenou que fizéssemos o exercício. discurso direto: futuro do presente A enfermeira explicou: - Com o medicamento, a criança dormirá calmamente discurso indireto: futuro do pretérito A enfermeira explicou que, com o medicamento, a criança dormiria calmamente. discurso direto: presente do indicativo Ela me perguntou : - A quem devo entregar o trabalho ? 1) Discurso indireto : pretérito imperfeito do indicativo 2) Ela me perguntou a quem devia entregar o trabalho. discurso direto: pretérito perfeito Ele disse : - Estive na escola e falei com o diretor. Discurso indireto: pretérito mais-que-perfeito Ele disse que estivera na escola e falara com o diretor. Discurso indireto livre Às vezes, no entanto, as falas do narrador e da personagem parecem confundir-se numa só, sem que se saiba claramente a quem elas pertencem, Trata-se, neste caso, do discurso indireto livre. Observe, por exemplo, esta passagem de Graciliano Ramos, extraída do romance Vidas secas: O suor umedeceu-lhe as mãos duras. Então ? Suando com medo de uma peste que se escondia tremendo ? Note que a primeira frase pertence ao narrador, porém as interrogações são da personagem; entretanto, não há indicações dessa mudança através de verbos dicendi, o que exclui também as conjunções integrantes. Assim, a narrativa se torna mais fluente, aproximando mais narrador e personagem. Texto Descritivo Descrever é fazer uma representação verbal dos aspectos mais característicos de um objeto, de uma pessoa, paisagem, ser e etc. As perspectivas que o observador tem do objeto, é muito importante, tanto na descrição literária quanto na descrição técnica, é esta atitude que vai determinar a ordem na enumeração dos traços característicos para que o leitor possa combinar suas impressões isoladas formando uma imagem unificada. Uma boa descrição vai apresentando o objeto progressivamente, variando as partes focalizadas e associando-as ou interligando-as pouco a pouco. Podemos encontra distinções entre uma descrição literária e outra técnica. Passaremos a falar um pouco sobre cada uma delas: Descrição Literária: A finalidade maior da descrição literária é transmitir a impressão que a coisa vista desperta em nossa mente através do sentidos. Daí decorrem dois tipos de descrição: a subjetiva, que reflete o estado de espírito do observador, suas preferencias, assim ele descreve o que quer e o pensa ver e não o que vê realmente; já a objetiva traduz a realidade do mundo objetivo, fenomênico, ela é exata e dimensional. Descrição de Personagem: É utilizada para caracterização das personagens, pela acumulação de traços físicos e psicológicos pela enumeração de seus hábitos, gestos, aptidões e temperamento, com a finalidade de situar personagem no contexto cultural, social e econômico modelado de seu como procedimento. Descrição de Paisagem: Neste tipo de descrição, geralmente o observador abrange de uma só vez a globalidade do panorama, para depois ao pouco em ordem de proximidade, abranger as partes mais típicas desse todo. Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes do interiores, dos ambientes em que ocorrem as ações, tentando dar ao leitor uma visualização da suas particularidades, de seus traços distintivos e típicos. Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição movimentada que se desenvolve progressivamente no tempo. É a descrição de um incêndio, de uma briga, de um naufrágio. Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das características gerais da literatura, com a distinção de que nela se utiliza um vocabulário mais preciso, se salientando com exatidão os pormenores. É predominantemente denotativa tendo como objetivo esclarecer convencendo. Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou mecanismos, a fenômenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc. Texto Dissertativo Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. A dissertação consta de uma série de juízos a respeito de um determinado assunto ou questão, e pressupõe um APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS 6 exame critico do assunto sobre o qual se vai escrever com clareza, coerência e objetividade. A dissertação pode ser argumentativa na qual o autor tenta persuadir o leitor a respeito dos seus pontos de vista, ou simplesmente, Ter com finalidade dar a conhecer ou explicar certo modo de ver qualquer questão. A linguagem usada é a referencial, centrada, na mensagem, enfatizando o contexto. Quanto a forma, ela pode ser tripartida em : Introdução: Em poucas linhas coloca o leitor os dados fundamentais do assunto que esta tratando. É a enunciação direta e objetiva da definição do ponto de vista do autor. Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, onde as ideias colocadas na introdução serão definidas com os dados mais relevantes. Todo desenvolvimento devem estruturar-se em blocos de ideias articuladas entre si, de forma que a sucessão deles resulte num conjunto coerente e unitário que se encaixa na introdução e desencadeia a conclusão. Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado pela síntese da ideia central. Na conclusão o autor reforça sua opinião, retomando a introdução e os fatos resumidos do desenvolvimento do texto. Para haver maior entendimento dos procedimentos que podem ocorrer em um dissertação, cabe fazermos a distinção entre fatos, hipótese e opinião. - Fato: É o acontecimento ou coisa cuja veracidade e reconhecida; é a obra ou ação que realmente se praticou. - Hipótese: É a suposição feita a cerca de uma coisa possível ou não, e de que se tiram diversas conclusões; é uma afirmação sobre o desconhecido, feita com base no que já é conhecido. - Opinião: Opinar é julgar ou inserir expressões de aprovação ou desaprovação pessoal diante de acontecimentos, pessoas e objetos descritos, é um parecer particular sentimento que se tem a respeito de algo. Leia o texto a seguir: Tem cada uma na vida Jamais entenderei a moça me procurou para fazer um pedido: queria (quer) ser artista de novela das 7. - Mais eu... - tentei informar. Ela não me deixou concluir a frase: - Até que não estou pedindo muito. Se pedisse para novela das 8, iam dizer que era pretensão. Também não desejo a novela das 6. Quando a gente é modesta demais, botam pra escanteio. - É, mas... - Então eu acho que no meio está a virtude, como gostava de falar o vovô. Vovô era entendido em coisas mil. O senhor conheceu vovô? Ele foi um cara importante no MEC. - Devo Ter conhecido. Qual era o nome dele? - Vovô Marreco. A gente chamava ele assim porque tinha uma cara gozada, cara de marreco. Uma ocasião... Bem, depois eu conto. O senhor vai me ajudar, não vai? Mas uma vez tentei explicar (não consegui) que não tenho nada com televisão, apenas sou amigo do Otton Lara Resende, na Rede Globo, e não me consta que o Otton selecione artista. Mas a moça prosseguia vivendo sonho, que não erasonho era projeto amadurecido. Os pais aprovavam. Mesmo que não aprovassem, estava decidida: - Força do destino. Minha tia-avó fugiu de casa para trabalhar na companhia de Leopoldo Fróis. Naquele tempo não havia televisão imagine como as opções eram limitadas. Minha mãe fez parte do caste da novelas da Rádio Nacional deixou o brodecaste para casar. Meu pai impôs condição. Felizmente, evoluiu, hoje até faz gosto. - E o namorado? – perguntei, desistindo de esclarecer que ela batera à porta errada. - Namorado? Então o senhor acha que vou pedir consentimento a namorado, para trabalhar em novela? A gente tá em 1980, pô. - Lá isso é. - Inclusive meus namorados são todos descartáveis. Não me amarro a nenhum, porque meu futuro não está nos homens. Tá na arte. - Muito bem. - Não é que eu não queira negócio com homem, veja bem. Deus me livre e guarde. Só que minha vocação, minha carreira ficam acima de tudo. - Você tem experiência? - Que é que o senhor chama de experiência? - Experiência mesmo. Já transou cinema, teatro, expressão corporal, laboratório, essas coisas? Pensou para responder. Afinal: - Sim e não. - Sim e não, como? - Quer dizer, transei com gente ligada, mas não me deram chance para começar. - E vai logo começar de novela? - Olha, a base da novela hoje é naturalidade. Sou muito natural, o senhor tá vendo como sou natural. Se me contratarem eu tiro de letra. Aliás, eu treino sozinha. - Como? - Eu ensaio lá em casas, no meu quarto. Já fiz vários papeis, e não era papel mole, de figurante. fiz uma cena da Glória Meneses, que se ela visse fica boba de admiração. Não era para me gabar. Me considero tarimbada. - Ótimo. - O tempo que eu passo estudando as atrizes da tevê , não está no gibi. E só pra elas que olho. Conheço tudo, olhar, franzir dos lábios, cara de tristeza e cara de desejo de Maria Cláudia, Joana Fomm, Lúcia Alves, Débora Duarte... Quer ver? - Não precisa, minha filha. Eu acredito. - Só uma amostrinha pra provar que não estou mentindo. - Está-se vendo que você não mente. Obrigado. - Pois é. Ou eu entro na novela da 7 – qualquer novela, de qualquer época, eu sou como a Lucélia Santos, APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS 7 papel de escrava, de estudante, de garota fútil, eu topo – ou.... - Ou o quê? - Sê não entrar, não sei o será de minha vida. - Não diga isto! - Digo. Minha vida depende do senhor, neste momento. Uma palavrinha sua, e... - E ? - Tou contratada. Vamos, não me negue uma colher de chá. Eu sei que você pode fazer isso por mim. desculpe o tratamento, saiu sem querer. Por que você não diz logo que vai me ajudar? Por que não telefona logo pro pessoal da tevê? Por que ficou assim, duro, engasgado, sei lá se descrente de minhas possibilidades? Por que não confia em mim ? Diga, diga pelo amor de Deus! Você é ruim, homem! Você é íntimo do Daniel Filho e não quer mover uma palha em favor de uma pobre artista em potencial! - Tinha se levantado, no ardor da interpretação, agitou os braços, deixou-se cair na poltrona, exausta, pela primeira vez silenciosa. Só então pude jurar-lhe, também por Deus, que não conheço Daniel Filho. Olhou-me com desprezo: - Ah, é assim? E por que não me falou isso logo de começo? Me enganar esse tempo todo! E eu, feito boba, falando com a pessoa errada! Tem cada uma na vida.... ESTUDO DO TEXTO Identifique no texto lido, os elementos da narração estudados. 1 – Quem são os personagens? 2 – Qual o fato central da narrativa? 3 – Qual a natureza do fato contado? 4 – Onde acontecem os fatos narrados? 5 – Quando aconteceram os fatos? 6 – Como foi arrumado o enredo? 7 – Em que foco narrativo está o texto? Respostas 1- As personagens são: o narrador e a moça que quer ser atriz 2 – O narrador é procurado por uma moça que deseja que ele a ajude a tornar-se atriz da novela das sete. 3 – É um fato comum, cotidiano, que mostra a influência da televisão sobre determinadas pessoas. 4 – Não aparecem no texto o lugar onde eles conversaram. 5 – É conveniente observar que o texto está no presente. 6 – Diante da paixão da garota pelo trabalho em novelas, o narrador não consegue revelar que ela está falando com o homem errado. Quando ele revela que nada pode fazer por ela, a moça passa a agredi-lo. 7 – O texto está na primeira pessoa do singular. Funções da Linguagem Para melhor compreensão das funções de linguagem, torna-se necessário o estudo dos elementos da comunicação. Elementos da comunicação emissor - emite, codifica a mensagem receptor - recebe, decodifica a mensagem mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor código - conjunto de signos usado na transmissão e recepção da mensagem referente - contexto relacionado a emissor e receptor canal - meio pelo qual circula a mensagem Obs.: as atitudes e reações dos comunicantes são também referentes e exercem influência sobre a comunicação. Funções da linguagem Função emotiva (ou expressiva) centralizada no emissor, revelando sua opinião, sua emoção. Nela prevalece a 1ª pessoa do singular, interjeições e exclamações. É a linguagem das biografias, memórias, poesias líricas e cartas de amor. Função referencial (ou denotativa) centralizada no referente, quando o emissor procura oferecer informações da realidade. Objetiva, direta, denotativa, prevalecendo a 3ª pessoa do singular. Linguagem usada nas notícias de jornal e livros científicos. Função apelativa (ou conativa) centraliza-se no receptor; o emissor procura influenciar o comportamento do receptor. Como o emissor se dirige ao receptor, é comum o uso de tu e você, ou o nome da pessoa, além dos vocativos e imperníveiativo. Usada nos discursos, sermões e propagandas que se dirigem diretamente ao consumidor. Função fática centralizada no canal, tendo como objetivo prolongar ou não o contato com o receptor, ou testar a eficiência do canal. Linguagem das falas telefônicas, saudações e similares. Função poética centralizada na mensagem, revelando recursos imaginativos criados pelo emissor. Afetiva, sugestiva, conotativa, ela é metafórica. Valorizam-se as palavras, suas combinações. É a linguagem figurada apresentada em obras literárias, letras de música, em algumas propagandas etc. Função metalinguística centralizada no código, usando a linguagem para falar dela mesma. A poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta outro texto. Principalmente os dicionários são repositórios de metalinguagem. Obs.: Em um mesmo texto podem aparecer várias funções da linguagem. O importante é saber qual a função predominante no texto, para então defini-lo. APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS 8 COESÃO E COERÊNCIA Antes de tudo é preciso saber o que é coesão e coerência, pois sem essas duas chaves principais de qualquer texto, você não vai a lugar nenhum. Coesão - em nossa linguagem cotidiana procuramos executar manobras coesivas, muitas vezes, com o intuito de melhorar a própria expressividade do enunciado. Veja alguns casos: Em lugar de - Comprei sorvetes. Dei os sorvetes a meus filhos. usamos - Comprei sorvetes. Dei-os a meus filhos. Dei-os funciona como relacional que recupera em B o que havia sido colocado em A. O objetivo é evidenciar o processo de repetição, considerado menos "rico ou sofisticado" por uma certa gramática. O uso indevido de elementos de ligação invariavelmente podem comprometer os processos coesivos do texto. Coerência - A rigor, existem vários níveis e planos de coerência ou incoerência. Veja alguns casos: - Um sujeito resolve contar a última piada de papagaio num velório. Além de impertinente, a piada sofre de uma síndrome geral de incoerência contextual. A situação lutuosa não permite que o decoro seja quebrado e risos apareçam em torno do defunto.- Em vestibular da Fuvest, o candidato saiu-se com a seguinte "... a palidez do sol tropical refletia nas águas do rio Amazonas". Convenhamos que o sol tropical pode ser acusado de muitas coisas, menos de palidez. O riso provocado pela leitura daquele texto poético é derivado de um caso de incoerência no uso da imagem. A lista poderia aumentar muito. Basta reter a ideia que, no fundo, o problema básico envolvido na produção da coerência é o do acerto das partes com relação ao todo textual; do ajuste sequencial das ideias; da progressão dos argumentos; das afirmativas que são explicadas... Coloque-se sempre no lugar do autor ou do ouvinte para sentir se realmente está sendo coerente. DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO A denotação é a propriedade que possui uma palavra de limitar-se a seu próprio conceito, de trazer apenas o seu significado primitivo, original. A conotação é a propriedade que possui uma palavra de ampliar-se no seu campo semântico, dentro de um contexto, podendo causar várias interpretações. Observe os exemplos Denotação As estrelas do céu. Vesti-me de verde. O fogo do isqueiro. Conotação As estrelas do cinema. O jardim vestiu-se de flores O fogo da paixão SENTIDO PRÓPRIO E SENTIDO FIGURADO As palavras podem ser empregadas no sentido próprio ou no sentido figurado Construi um muro de pedra - sentido próprio Maria tem um coração de pedra – sentido figurado. A água pingava lentamente – sentido figurado. SEMÂNTICA Quanto à significação, as palavras podem ser: Sinônimos e antônimos O que são Sinônimos e Antônimos: * Sinônimos São palavras de sentido igual ou aproximado: alfabeto - abecedário; brado, grito - clamor; extinguir, apagar - abolir. Observação: A contribuição greco-latina é responsável pela existência de numerosos pares de sinônimos: adversário e antagonista; translúcido e diáfano; semicírculo e hemiciclo; contraveneno e antídoto; moral e ética; colóquio e diálogo; transformação e metamorfose; oposição e antítese. * Antônimos São palavras de significação oposta: ordem - anarquia; soberba - humildade; louvar - censurar; mal - bem. Observação: A antonímia pode originar-se de um prefixo de sentido oposto ou negativo: bendizer e maldizer; simpático e antipático; progredir e regredir; concórdia e discórdia; ativo e inativo; esperar e desesperar; comunista e anticomunista; simétrico e assimétrico. O que são Homônimos e Parônimos: * Homônimos a) Homógrafos: são palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia: rego (subst.) e rego (verbo); colher (verbo) e colher (subst.); jogo (subst.) e jogo (verbo); apoio (subst.) e apoio (verbo); denúncia (subst.) e denuncia (verbo); APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS 9 providência (subst.) e providencia (verbo). b) Homófonos: são palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita: acender (atear) e ascender (subir); concertar (harmonizar) e consertar (reparar); cela (compartimento) e sela (arreio); censo (recenseamento) e senso (juízo); paço (palácio) e passo (andar). c) Homógrafos e homófonos simultaneamente: São palavras iguais na escrita e na pronúncia: caminho (subst.) e caminho (verbo); cedo (verbo) e cedo (adv.); livre (adj.) e livre (verbo). * Parônimos São palavras parecidas na escrita e na pronúncia: coro e couro; cesta e sesta; eminente e iminente; osso e ouço; sede e cede; comprimento e cumprimento; tetânico e titânico; autuar e atuar; degradar e degredar; infligir e infringir; deferir e diferir; suar e soar. NÍVEIS DE LINGUAGEM Linguagem Coloquial e Culta O “CERTO” E O “ERRADO” NO USO DA LÍNGUA “Ta na cara que eles não teve peito de encará os ladrão.”(1) “Obviamente faltou-lhes coragem para enfrentar os ladrões”.(2) Qual delas é gramaticalmente correta? Não há dúvidas que é a frase 2. Mas, se tanto a frase 2 quanto a frase 1 dizem a mesma coisa, se qualquer pessoa que seja falante do nosso idioma pode entende-las perfeitamente, por que então se considera correta a frase 2 e errada a frase 1? Ou seja, que critérios são usados para determinar o que é certo e o que é errado dentro de um mesmo idioma? De modo geral, os falantes são levados a aceitar como “correto” o modo de falar do segmento social que, em consequência de sua privilegiada situação econômica e cultural, tem maior prestigio dentro da sociedade. Assim, o modo de falar desse grupo social passa a servir de padrão, enquanto as demais variedades linguísticas, faladas por grupos sociais menos prestigiados, passam a ser consideradas “erradas”. É importante entender que, a principio, não existe uma forma melhor (“mais cera”) ou pior (“mais errada”) de se falar. Trata-se apenas de uma diferenciação que se dá baseada em critérios sociais e também em situação de uso efetivo da língua. Uma das funções da escola é, através do ensino de língua portuguesa, oferecer a você condições de dominar a norma-padrão, a fim de que, nas circunstâncias sociais convenientes, seja falando, seja escrevendo, você possa utiliza-la adequadamente. LÍNGUA CULTA E LÍNGUA COLOQUIAL Já vimos que, convencionalmente, considera-se como “correta” a língua utilizada pelo grupo de maior prestigio social. Essa é a chamada língua culta, falada escrita, em situações formais, pelas pessoas de maior instrução. A língua culta é nivelada, padronizada, principalmente pela escola e obedece à gramática da língua-padrão. A língua coloquial, por outro lado, é uma variante espontânea, utilizada, mas relações informais entre dois ou mais falantes. É a língua do cotidiano, sem muita preocupação com as normas. O Falante, ao utiliza-la, comete deslizes gramaticais com frequência considerável. Outra característica da língua coloquial é o uso de constantes de expressões populares, frases feitas, gírias etc. Fazendo uma comparação entre a língua culta e a língua coloquial, é possível constatar que, em certos aspectos, as diferenças entre as duas são bastante evidentes, mas, em outros, os limites não são tão claros, ficando difícil, nesses casos, definir uma “fronteira” entre o que é culto e oi que é coloquial. No quadro que segue, estão as diferenças que mais facilmente podem ser observadas: USO COLOQUIAL/ POPULAR USO CULTO Pronuncia mais descuidada de certas palavras e expressões: nóis, oceis, tá bão, num vô, num quê Maior cuidado com a pronúncia: nóis, vocês, está bom, não vou, não quer. Não utilização das marcas de concordância Ex: Os meninos vai/vão bem. Uso regular da forma nós. Uso constante de a gente no lugar de nós. Raro uso dessas expressões. Mistura de pessoas gramaticais. Ex: Você sabe que te enganam. Uniformidade no uso das pessoas gramaticais. Ex: Você sabe que o enganam. Tu sabes que te enganam. Uso “livre” da flexão dos verbos. Ex: Se ele fazer; enganam. Utilização da flexão verbal conforme as normas gramaticais. Ex: Se ele fizer, se ele puser. Uso de gírias. Não utilização de gírias. TEXTO 3 Se utilizássemos numa conversa com homens medievais a expressão Idade Média, eles não teriam ideia do que isso poderia significar. Eles, como todos os homens de todos períodos históricos, se viam vivendo na época contemporânea. De fato, falarmos em Idade Média representa uma rotulação a posteriori, uma satisfação da necessidade de dar nome aos momentos passados. No caso do que chamamos de Idade Média, foi o século XVI que elaborou tal conceito. Ou melhor, tal preconceito, pois o termo expressava um desespero indisfarçado pelos séculos localizados entre a Antiguidade Clássica e o próprio século XVI. http://www.vestibularseriado.com.br/redacao/index.php?ver=150 APOSTILAELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS 10 VAMOS ACABAR COM ESSE FOLGA O Negócio aconteceu num café. Tinha uma porção de sujeitos, sentados nesse café, tomando umas e outras. Havia brasileiros, portugueses, franceses, argelinos, alemães, o diabo. De repente , um alemão forte pra cachorro levantou e gritou que não via homem pra ele ali dentro. Houve a surpresa inicial, motivada pela provocação, e logo um turco, tão forte como o alemão, levantou-se de lá e perguntou: - Isso é comigo? - Pode ser com você também – respondeu o alemão. Ai então o turco avançou para o alemão e levou uma traulitada tão segura que caiu no chão. Vai daí o alemão repetiu que não havia homem ali dentro pra ele. Queimou- se então um português que era maior ainda do que o turco. Queimou-se e não conversou. Partiu para cima do alemão e não teve outra sorte. Levou um murro debaixo dos queixos e caiu sem sentidos. O alemão limpou as mãos, deu mais um golpe no chope e fez ver aos presentes que o dizia era certo. Não havia homem para ele naquele café. Levantou-se então um inglês troncudo pra cachorro e também entrou bem. E depois do inglês foi a vez de um francês, depois um norueguês etc. Até que, lá do canto do café, levantou-se um brasileiro magrinho, cheio de picardia, para perguntar, como os outros: - Isso é comigo? O alemão voltou a dizer que podia ser. Então o brasileiro deu um sorriso cheio de bossa e veio vindo gingando assim pro lado do alemão. Parou perto, balançou o corpo e ... pimba! O alemão deu-lhe uma porrada na cabeça com tanta força que quase desmonta o brasileiro. Como, minha senhora? Qual é o fim da história? Pois a história termina aí, madame. Termina ai que é pros brasileiros perderem essa mania de pisar macio e pensar que são malandros do que os outros. (Stanislau Ponte Preta, Dois amigos e uma chato,São Paulo, Moderna, 1986.) Língua Padrão Introdução As línguas são um conjunto variado de formas linguísticas, cada uma tendo sua gramática, sua organização estrutural. Cientificamente, nenhuma forma linguística é melhor que outra, exceto se não a virmos como ciência, mas sim, tendo como critério o preconceito ou o gosto pessoal. Porém, é certo que há uma diferenciação valorativa proveniente não da diferença de formas, mas do significado social que adquirem na sociedade. Costumamos medir nossas palavras? Porque o ouvinte julga além do que se diz, também quem diz, identificando assim, a classe social, a região, o ponto de vista, a escolaridade, a intenção..., ou seja, a linguagem é também um índice de poder. Assim, este artigo procura mostrar como a língua padrão é privilegiada, ou seja, socialmente aceitável, de falar ou escrever. Língua padrão: um "peixe ensaboado"? A língua padrão na sua origem é a língua do poder político, econômico e social. Suas formas são asseguradas pelo processo social coercitivo agindo em várias direções. Uma delas é a própria escola que funciona para transmitir e conservar a língua "certa". Outra força é a dos próprios usuários da língua que lutam para alcançar a língua padrão porque sabem que não usá-las em certos contextos implica censura, discriminação e bloqueio à ascensão social. Entretanto, se todos concordam com a existência e com as vantagens da língua padrão, pouca gente - se é que existe - é capaz de descrevê-la rigorosamente. Portanto a " língua padrão" é um peixe ensaboado! Para que não haja “desespero", existem alguns aspectos que devem ser observados quando se fala em língua padrão: a- A língua padrão não é uniforme, ela admite variações. Algumas delas são: Variação geográfica - De uma região para outra, o padrão aceita diferenças de pronúncia, de vocabulário e de sintaxe. Porém, não são todas as variações que são aceitas. O grau de aceitação depende da importância social e econômica da região de origem. Níveis de formalidade - O mesmo usuário da língua empregará formas linguísticas diferentes de acordo com as situações vivenciadas. Diferenças estilísticas - Cada usuário da língua tem um estilo próprio. Língua oral e língua escrita - O padrão oral é mais flexível que o padrão escrito. b- A língua padrão muda no tempo. Existem algumas consequências dessas mudanças: Imprecisão de suas características - Quando há uma tendência forte na linguagem oral em "fugir" da língua padrão e, consequentemente, passa também a fazer parte da linguagem escrita. "Convivência" entre formas arcaicas e contemporâneas - As "novidades" lentamente vão se popularizando e disseminando até o momento em que ninguém consegue perceber a nova forma como erro. Língua Padrão: há um referencial? Tradicionalmente, a referência era a dos bons escritores do passado. Mas, no mundo contemporâneo é levado em consideração os meios de comunicação social. Diante disto, é importante que aquele que pretende dominar a língua não se limite a decorar regras, e sim, torne-se parte ativa e integrante da língua que fala e escreve. O primeiro passo que deve ser dado nesse sentido é diversificar as fontes de referência da língua padrão. Não podemos nos limitar a uma só gramática tradicional e devemos vê-las cautelosamente, uma vez que trabalham normalmente com exemplos literários de autores antigos, são conservadoras, quando não intolerantes, diante dos sinais de mudança da língua. Outra fonte importante de referência são os meios de comunicação de massa que têm produzido seus próprios manuais de redação procurando padronizar a linguagem do veículo, estabelecendo um padrão próprio. Mas também devemos ter cautela, já que em muitos aspectos esses manuais reproduzem (mal) normas das gramáticas tradicionais a que eles mesmos desobedecem... VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS http://www.vestibularseriado.com.br/redacao/index.php?ver=150 APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS 11 Variação linguística é um fenômeno que acontece com a língua e pode ser compreendida através das variações históricas e regionais. Em um mesmo país, com um único idioma oficial, a língua pode sofrer diversas alterações feitas por seus falantes. Como não é um sistema fechado e imutável, a língua portuguesa ganha diferentes nuances. O português que é falado no Nordeste do Brasil pode ser diferente do português falado no Sul do país. Claro que um idioma nos une, mas as variações podem ser consideráveis e justificadas de acordo com a comunidade na qual se manifesta. As variações acontecem porque o princípio fundamental da língua é a comunicação, então é compreensível que seus falantes façam rearranjos de acordo com suas necessidades comunicativas. Os diferentes falares devem ser considerados como variações, e não como erros. Quando tratamos as variações como erro, incorremos no preconceito linguístico que associa, erroneamente, a língua ao status. O português falado em algumas cidades do interior do estado de São Paulo, por exemplo, pode ganhar o estigma pejorativo de incorreto ou inculto, mas, na verdade, essas diferenças enriquecem esse patrimônio cultural que é a nossa língua portuguesa. O modo de falar do brasileiro Toda língua possui variações linguísticas. Elas podem ser entendidas por meio de sua história no tempo (variação histórica) e no espaço (variação regional). As variações linguísticas podem ser compreendidas a partir de três diferentes fenômenos. 1) Em sociedades complexas convivem variedades linguísticas diferentes, usadas por diferentes grupos sociais, com diferentes acessos à educação formal; note que as diferenças tendem a ser maiores na língua falada que na língua escrita; 2) Pessoas de mesmo grupo social expressam-se com falas diferentes de acordo com as diferentes situações de uso, sejam situações formais, informais ou de outro tipo; 3) Há falares específicos para grupos específicos, como profissionais de uma mesma área (médicos, policiais, profissionaisde informática, metalúrgicos, alfaiates, por exemplo), jovens, grupos marginalizados e outros. São as gírias e jargões. Assim, além do português padrão, há outras variedades de usos da língua cujos traços mais comuns podem ser evidenciados abaixo. Uso de “r” pelo “l” em final de sílaba e nos grupos consonantais: pranta/planta; broco/bloco. Alternância de “lh” e “i”: muié/mulher; véio/velho. Tendência a tornar paroxítonas as palavras proparoxítonas: arve/árvore; figo/fígado. Redução dos ditongos: caxa/caixa; pexe/peixe. Simplificação da concordância: as menina/as meninas. Ausência de concordância verbal quando o sujeito vem depois do verbo: “Chegou” duas moças. Uso do pronome pessoal tônico em função de objeto (e não só de sujeito): Nós pegamos “ele” na hora. Assimilação do “ndo” em “no”( falano/falando) ou do “mb” em “m” (tamém/também). Desnasalização das vogais postônicas: home/homem. Redução do “e” ou “o” átonos: ovu/ovo; bebi/bebe. Redução do “r” do infinitivo ou de substantivos em “or”: amá/amar; amô/amor. Simplificação da conjugação verbal: eu amo, você ama, nós ama, eles ama. Variações regionais: os sotaques Se você fizer um levantamento dos nomes que as pessoas usam para a palavra "diabo", talvez se surpreenda. Muita gente não gosta de falar tal palavra, pois acreditam que há o perigo de evocá-lo, isto é, de que o demônio apareça. Alguns desses nomes aparecem em o "Grande Sertão: Veredas", Guimarães Rosa, que traz uma linguagem muito característica do sertão centro-oeste do Brasil: Demo, Demônio, Que-Diga, Capiroto, Satanazim, Diabo, Cujo, Tinhoso, Maligno, Tal, Arrenegado, Cão, Cramunhão, O Indivíduo, O Galhardo, O pé-de-pato, O Sujo, O Homem, O Tisnado, O Coxo, O Temba, O Azarape, O Coisa-ruim, O Mafarro, O Pé-preto, O Canho, O Duba-dubá, O Rapaz, O Tristonho, O Não-sei-que-diga, O Que-nunca-se-ri, O sem gracejos, Pai do Mal, Terdeiro, Quem que não existe, O Solto-Ele, O Ele, Carfano, Rabudo. Drummond de Andrade, grande escritor brasileiro, que elabora seu texto a partir de uma variação linguística relacionada ao vocabulário usado em uma determinada época no Brasil. Antigamente "Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio." Como escreveríamos o texto acima em um português de hoje, do século 21? Toda língua muda com o tempo. Basta lembrarmos que do latim, já transformado, veio o português, que, por sua vez, hoje é muito diferente daquele que era usado na época medieval. Língua e status Nem todas as variações linguísticas têm o mesmo prestígio social no Brasil. Basta lembrar de algumas variações usadas por pessoas de determinadas classes sociais ou regiões, para perceber que há preconceito em relação a elas. Veja este texto de Patativa do Assaré, um grande poeta popular nordestino, que fala do assunto: O Poeta da Roça Sou fio das mata, canto da mão grossa, http://www.portugues.com.br/redacao/variacao-linguistica-lingua-movimento.html http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1706u79.jhtm http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1706u80.jhtm http://educacao.uol.com.br/biografias/klick/0,5387,1936-biografia-9,00.jhtm http://educacao.uol.com.br/geografia/ult1694u72.jhtm http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u426.jhtm APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS 12 Trabáio na roça, de inverno e de estio. A minha chupana é tapada de barro, Só fumo cigarro de paia de mío. Sou poeta das brenha, não faço o papé De argun menestré, ou errante cantô Que veve vagando, com sua viola, Cantando, pachola, à percura de amô. Não tenho sabença, pois nunca estudei, Apenas eu sei o meu nome assiná. Meu pai, coitadinho! Vivia sem cobre, E o fio do pobre não pode estudá. Meu verso rastero, singelo e sem graça, Não entra na praça, no rico salão, Meu verso só entra no campo e na roça Nas pobre paioça, da serra ao sertão. (...) Você acredita que a forma de falar e de escrever comprometeu a emoção transmitida por essa poesia? Patativa do Assaré era analfabeto (sua filha é quem escrevia o que ele ditava), mas sua obra atravessou o oceano e se tornou conhecida mesmo na Europa. Leia agora, um poema de um intelectual e poeta brasileiro, Oswald de Andrade, que, já em 1922, enfatizou a busca por uma "língua brasileira". Vício na fala Para dizerem milho dizem mio Para melhor dizem mió Para pior pió Para telha dizem teia Para telhado dizem teiado E vão fazendo telhados. Uma certa tradição cultural nega a existência de determinadas variedades linguísticas dentro do país, o que acaba por rejeitar algumas manifestações linguísticas por considerá-las deficiências do usuário. Nesse sentido, vários mitos são construídos, a partir do preconceito linguístico. TIPOS DE VARIAÇÕES DA LÍNGUA A linguagem é a característica que nos difere dos demais seres, permitindo-nos a oportunidade de expressar sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião frente aos assuntos relacionados ao nosso cotidiano, e, sobretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social. E dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se os níveis da fala, que são basicamente dois: O nível de formalidade e o de informalidade. O padrão formal está diretamente ligado à linguagem escrita, restringindo-se às normas gramaticais de um modo geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma maneira que falamos. Este fator foi determinante para a que a mesma pudesse exercer total soberania sobre as demais. Quanto ao nível informal, este por sua vez representa o estilo considerado “de menor prestígio”, e isto tem gerado controvérsias entre os estudos da língua, uma vez que para a sociedade, aquela pessoa que fala ou escreve de maneira errônea é considerada “inculta”, tornando-se desta forma um estigma. Compondo o quadro do padrão informal da linguagem, estão as chamadas variedades linguísticas, as quais representam as variações de acordo com as condições sociais, culturais, regionais e históricas em que é utilizada. Dentre elas destacam-se: Variações históricas: Dado o dinamismo que a língua apresenta, a mesma sofre transformações ao longo do tempo. Um exemplo bastante representativo é a questão da ortografia, se levarmos em consideração a palavra farmácia, uma vez que a mesma era grafada com “ph”, contrapondo-se à linguagem dos internautas, a qual fundamenta-se pela supressão do vocábulos. Analisemos, pois, o fragmento exposto: Antigamente “Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do balaio." Carlos Drummond de Andrade Comparando-o à modernidade, percebemos um vocabulário antiquado. Variações regionais: São os chamados dialetos, que são as marcas determinantes referentes a diferentes regiões. Como exemplo, citamos a palavra mandioca que, em certos lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como: macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade estão os sotaques, ligados às características orais da linguagem. Variações sociais ou culturais: Estão diretamente ligadas aos grupos sociais de uma maneira geral e também ao grau de instrução de uma determinada pessoa. Como exemplo, citamos as gírias, os jargões e o linguajar caipira. As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos grupos, como os surfistas, cantores de rap, tatuadores, entre outros. Os jargões estão relacionados ao profissionalismo, caracterizando um linguajar técnico. Representando a classe, podemos citar os médicos, advogados, profissionais daárea de informática, dentre outros. APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS 13 Vejamos um poema e o trecho de uma música para entendermos melhor sobre o assunto: Vício na fala Para dizerem milho dizem mio Para melhor dizem mió Para pior pió Para telha dizem teia Para telhado dizem teiado E vão fazendo telhados. Oswald de Andrade CHOPIS CENTIS Eu “di” um beijo nela E chamei pra passear. A gente fomos no shopping Pra “mode” a gente lanchar. Comi uns bicho estranho, com um tal de gergelim. Até que “tava” gostoso, mas eu prefiro aipim. Quanta gente, Quanta alegria, A minha felicidade é um crediário nas Casas Bahia. Esse tal Chopis Centis é muito legalzinho. Pra levar a namorada e dar uns “rolezinho”, Quando eu estou no trabalho, Não vejo a hora de descer dos andaime. Pra pegar um cinema, ver Schwarzneger E também o Van Damme. (Dinho e Júlio Rasec, encarte CD Mamonas Assassinas, 1995.) Redação A linguagem escrita tem identidade própria e não pretende ser mera reprodução da linguagem oral. Ao redigir, o indivíduo conta unicamente com o significado e a sonoridade das palavras para transmitir conteúdos complexos, estimular a imaginação do leitor, promover associação de ideias e ativar registros lógicos, sensoriais e emocionais da memória. Redação é o ato de exprimir ideias, por escrito, de forma clara e organizada. O ponto de partida para redigir bem é o conhecimento da gramática do idioma e do tema sobre o qual se escreve. Um bom roteiro de redação deve contemplar os seguintes passos: escolha da forma que se pretende dar à composição, organização das ideias sobre o tema, escolha do vocabulário adequado e concatenação das ideias segundo as regras linguísticas e gramaticais. Para adquirir um estilo próprio e eficaz é conveniente ler e estudar os grandes mestres do idioma, clássicos e contemporâneos; redigir frequentemente, para familiarizar-se com o processo e adquirir facilidade de expressão; e ser escrupuloso na correção da composição, retificando o que não saiu bem na primeira tentativa. É importante também realizar um exame atento da realidade a ser retratada e dos eventos a que o texto se refere, sejam eles concretos, emocionais ou filosóficos. O romancista, o cientista, o burocrata, o legislador, o educador, o jornalista, o biógrafo, todos pretendem comunicar por escrito, a um público real, um conteúdo que quase sempre demanda pesquisa, leitura e observação minuciosa de fatos empíricos. A capacidade de observar os dados e apresentá-los de maneira própria e individual determina o grau de criatividade do escritor. Para que haja eficácia na transmissão da mensagem, é preciso ter em mente o perfil do leitor a quem o texto se dirige, quanto a faixa etária, nível cultural e escolar e interesse específico pelo assunto. Assim, um mesmo tema deverá ser apresentado diferentemente ao público infantil, juvenil ou adulto; com formação universitária ou de nível técnico; leigo ou especializado. As diferenças hão de determinar o vocabulário empregado, a extensão do texto, o nível de complexidade das informações, o enfoque e a condução do tema principal a assuntos correlatos. Organização das ideias. O texto artístico é em geral construído a partir de regras e técnicas particulares, definidas de acordo com o gosto e a habilidade do autor. Já o texto objetivo, que pretende antes de mais nada transmitir informação, deve fazê-lo o mais claramente possível, evitando palavras e construções de sentido ambíguo. Para escrever bem, é preciso ter ideias e saber concatená-las. Entrevistas com especialistas ou a leitura de textos a respeito do tema abordado são bons recursos para obter informações e formar juízos a respeito do assunto sobre o qual se pretende escrever. A observação dos fatos, a experiência e a reflexão sobre seu conteúdo podem produzir conhecimento suficiente para a formação de ideias e valores a respeito do mundo circundante. É importante evitar, no entanto, que a massa de informações se disperse, o que esvaziaria de conteúdo a redação. Para solucionar esse problema, pode-se fazer um roteiro de itens com o que se pretende escrever sobre o tema, tomando nota livremente das ideias que ele suscita. O passo seguinte consiste em organizar essas ideias e encadeá-las segundo a relação que se estabelece entre elas. Vocabulário e estilo. Embora quase todas as palavras tenham sinônimos, dois termos quase nunca têm exatamente o mesmo significado. Há sutilezas que recomendam o emprego de uma ou outra palavra, de acordo com o que se pretende comunicar. Quanto maior o vocabulário que o indivíduo domina para redigir um texto, mais fácil será a tarefa de comunicar a vasta gama de sentimentos e percepções que determinado tema ou objeto lhe sugere. Como regras gerais, consagradas pelo uso, deve-se evitar arcaísmos e neologismos e dar preferência ao vocabulário corrente, além de evitar cacofonias (junção de vocábulos que produz sentido estranho à ideia original, como em "boca dela") e rimas involuntárias (como na frase, "a audição e a compreensão são fatores indissociáveis na educação infantil"). O uso repetitivo de palavras e expressões empobrece a escrita e, para evitá- lo, devem ser escolhidos termos equivalentes. A obediência ao padrão culto da língua, regido por normas gramaticais, linguísticas e de grafia, garante a eficácia da comunicação. Uma frase gramaticalmente incorreta, sintaticamente mal estruturada e grafada com erros é, antes de tudo, uma mensagem ininteligível, que APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS 14 não atinge o objetivo de transmitir as opiniões e ideias de seu autor. Tipos de redação. Todas as formas de expressão escrita podem ser classificadas em formas literárias -- como as descrições e narrações, e nelas o poema, a fábula, o conto e o romance, entre outros -- e não- literárias, como as dissertações e redações técnicas. Descrição. Descrever é representar um objeto (cena, animal, pessoa, lugar, coisa etc.) por meio de palavras. Para ser eficaz, a apresentação das características do objeto descrito deve explorar os cinco sentidos humanos -- visão, audição, tato, olfato e paladar - -, já que é por intermédio deles que o ser humano toma contato com o ambiente. A descrição resulta, portanto, da capacidade que o indivíduo tem de perceber o mundo que o cerca. Quanto maior for sua sensibilidade, mais rica será a descrição. Por meio da percepção sensorial, o autor registra suas impressões sobre os objetos, quanto ao aroma, cor, sabor, textura ou sonoridade, e as transmite para o leitor. Narração. O relato de um fato, real ou imaginário, é denominado narração. Pode seguir o tempo cronológico, de acordo com a ordem de sucessão dos acontecimentos, ou o tempo psicológico, em que se privilegiam alguns eventos para atrair a atenção do leitor. A escolha do narrador, ou ponto de vista, pode recair sobre o protagonista da história, um observador neutro, alguém que participou do acontecimento de forma secundária ou ainda um espectador onisciente, que supostamente esteve presente em todos os lugares, conhece todos os personagens, suas ideias e sentimentos. A apresentação dos personagens pode ser feita pelo narrador, quando é chamada de direta, ou pelas próprias ações e comportamentos deste, quando é dita indireta. As falas também podem ser apresentadas de três formas: (1) discurso direto, em que o narrador transcreve de forma exata a fala do personagem; (2) discurso indireto, no qual o narrador conta o que o personagem disse, lançando mão dos verbos chamados dicendi ou de elocução, que indicam quem está com a palavra, como por exemplo "disse", "perguntou", "afirmou" etc.; e (3) discurso indireto livre, em que se misturam os dois tipos anteriores. O conjunto dos acontecimentos em que os personagens se envolvem chama-se enredo. Pode ser linear, segundoa sucessão cronológica dos fatos, ou não- linear, quando há cortes na sequência dos acontecimentos. É comumente dividido em exposição, complicação, clímax e desfecho. Dissertação. A exposição de ideias a respeito de um tema, com base em raciocínios e argumentações, é chamada dissertação. Nela, o objetivo do autor é discutir um tema e defender sua posição a respeito dele. Por essa razão, a coerência entre as ideias e a clareza na forma de expressão são elementos fundamentais. A organização lógica da dissertação determina sua divisão em introdução, parte em que se apresenta o tema a ser discutido; desenvolvimento, em que se expõem os argumentos e ideias sobre o assunto, fundamentando-se com fatos, exemplos, testemunhos e provas o que se quer demonstrar; e conclusão, na qual se faz o desfecho da redação, com a finalidade de reforçar a ideia inicial. Texto jornalístico e publicitário. O texto jornalístico apresenta a peculiaridade de poder transitar por todos os tipos de linguagem, da mais formal, empregada, por exemplo, nos periódicos especializados sobre ciência e política, até aquela extremamente coloquial, utilizada em publicações voltadas para o público juvenil. Apesar dessa aparente liberdade de estilo, o redator deve obedecer ao propósito específico da publicação para a qual escreve e seguir regras que costumam ser bastante rígidas e definidas, tanto quanto à extensão do texto como em relação à escolha do assunto, ao tratamento que lhe é dado e ao vocabulário empregado. O texto publicitário é produzido em condições análogas a essas e ainda mais estritas, pois sua intenção, mais do que informar, é convencer o público a consumir determinado produto ou apoiar determinada ideia. Para isso, a resposta desse mesmo público é periodicamente analisada, com o intuito de avaliar a eficácia do texto. Redação técnica. Há diversos tipos de redação não- literária, como os textos de manuais, relatórios administrativos, de experiências, artigos científicos, teses, monografias, cartas comerciais e muitos outros exemplos de redação técnica e científica. Embora se deva reger pelos mesmos princípios de objetividade, coerência e clareza que pautam qualquer outro tipo de composição, a redação técnica apresenta estrutura e estilo próprios, com forte predominância da linguagem denotativa. Essa distinção é basicamente produzida pelo objetivo que a redação técnica persegue: o de esclarecer e não o de impressionar. As dissertações científicas, elaboradas segundo métodos rigorosos e fundamentadas geralmente em extensa bibliografia, obedecem a padrões de estruturação do texto criados e divulgados pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). A apresentação dos trabalhos científicos deve incluir, nessa ordem: capa; folha de rosto; agradecimentos, se houver; sumário; sinopse ou resumo; listas (de ilustrações, tabelas, gráficos etc.); o texto do trabalho propriamente dito, dividido em introdução, método, resultados, discussão e conclusão; apêndices e anexos; bibliografia; e índice. A preparação dos originais também obedece a algumas normas definidas pela ABNT e pelo Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação (IBBD) para garantia de uniformidade. Essas normas dizem respeito às dimensões do papel, ao tamanho das margens, ao número de linhas por página e de caracteres ou espaços por linha, à entrelinha e à numeração das páginas, entre outras características. RELAÇÕES ENTRE SONS E LETRAS, PRONÚNCIA E GRAFIA FONÉTICA É a parte da gramática que estuda os sons da fala humana, ou seja, os fonemas. 1. Fonemas Fonemas são sons da fala humana que, sós ou combinados, formam as sílabas que, por sua vez, formam as palavras. 2. Fonemas e Sílabas - Diferença Não há que confundir fonema e sílaba, são coisas bem diferentes. Uma sílaba pode conter um (a-go-ra), dois (a- APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS 15 go-ra), três (es-tre-la), quatro (cris-tão) e até cinco (felds-pa-to) fonemas. 3. Letras Letras são as representações gráficas (símbolos convencionados) dos fonemas. 4. Fonema e Letra - Diferença Fonema pronuncia-se e ouve-se; letra escreve-se e vê- se. Uma palavra pode ter igual número de fonemas e letras: cabelo - 6 letras e 6 fonemas. O número de letras pode ser maior do que o número de fonemas: hoje - 4 letras e 3 fonemas, pois o “h” não é pronunciado; guerra - 6 letras e 4 fonemas, pois os dígrafos “gu” e “rr” representam apenas um fonema cada um; tanto - 5 letras e 4 fonemas, pois o “n” apenas faz com que o “a” seja nasalizado. Há, ainda, palavras que possuem mais fonemas do que letras: tóxico - 6 letras e 7 fonemas, pois o “x” equivale a /ks/. Por outro lado, um mesmo fonema pode ser representado por letras diferentes, como podem, também, fonemas diferentes ser representados por uma mesma letra: mesa, beleza - as letras s e z representam o mesmo fonema /z/; texto (x = /s/), exame (x = /z/), sexo (x = /ks/), máximo (x = /ss/), lixo (x = /ch/) - em cada uma o “x” representa fonemas diferentes. Por aí se vê que não há, rigorosamente, um símbolo gráfico (letra) para cada fonema de nossa língua. Essa discrepância entre fonemas e letras é a responsável pela maior parte das dificuldades ortográficas que enfrentamos. Nome da letra Não confunda o nome da letra com o fonema respectivo. Assim, ele, eme, erre, cê são os nomes das letras l, m, r, c. Os fonemas são os sons que a leitura dessas letras produz na palavra. Classificação dos Fonemas a) VOGAIS Não são simplesmente as letras a, e, i, o, u. Em quilo, a letra u nem é fonema. A vogal é fonema básico de toda sílaba. Não há sílaba sem vogal e não pode haver mais de uma vogal numa sílaba. Por outra, o número de vogais de um vocábulo é igual ao número de sílabas; inversamente, o número de sílabas é igual ao número de vogais. b) CONSOANTES Como o próprio nome sugere (com + soante = soar com), consoantes são os fonemas que, para serem emitidos, necessitam do amparo de outros fonemas, ou seja, das vogais. EX: B /, / C /, / D /, / F /, / G SEDA, CURSO, AMIGO c) SEMIVOGAIS Constituem os fonemas intermediários entre as vogais e as consoantes. São, na prática, o “I” e o “U”, quando, ao lado de uma vogal autêntica, soam levemente, sem a força de vogal. O “e” e o “o”, sempre que, na mesma circunstância, forem pronunciados, respectivamente, como “i” e “u”, também serão semivogais. Comparem-se as diferenças de intensidades dos fonemas grifados, nas palavras que seguem: Semivogais Vogais pais país mau baú mágoa Pessoa vídeo Leo Grupos ou Encontros Vocálicos Chamam-se assim os grupos ou encontros constituídos de dois ou mais fonemas vocálicos (vogais e semivogais). a) DITONGO É o grupo constituído de uma vogal e uma semivogal ou vice-versa. O ditongo pode ser: crescente - quando a semivogal vem antes: série, água, vítreo, nódoa, quando, frequente; decrescente - quando a semivogal vem depois: leite, baixo, céu, herói, mão mãe, põe, muito. b) HIATO É o encontro de duas vogais: pessoa, guria, saúde, saída, coordenar. Observação: Todas as vogais repetidas constituem hiatos e, por isso, devem ser pronunciadas separadamente: crêem, caatinga, vôo, niilismo. c) TRITONGO É o grupo formado por uma vogal entre duas semivogais: quais, saguão. Os tritongos podem ser: orais - quando emitidos sem a participação das fossas nasais: Uruguai, desiguais; nasais - quando emitidos com a participação das fossas nasais: saguão, saguões, enxáguam, águem. Encontros Consonantais APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS 16 São as sequências de duas ou mais consoantes: vidro, digno, escrita. Observação: Os encontros consonantais disjuntos (separados silabicamente), como os de “advogados”, “ritmo”, “opção”,“digno”, por serem de difícil elocução, têm proporcionado verdadeiras aberrações fonéticas e até ortográficas. É comum ouvirmos e às vezes até vemos tais palavras escritas assim: “adevogados”, “rítimo”, “opição”, “diguino”. Note-se que, assim, são acrescidas de um fonema e uma sílaba. Dígrafos São os grupos de duas letras representando um fonema apenas. Não confundamos dígrafo (2 letras = 1 fonema) com encontro consonantal (cada letra = 1 fonema). Estes são os dígrafos: ch, lh, nh cheio, filho, ninho; gu, qu, (com o u mudo) guindaste, querido, requinte, segue; rr, ss terra, morro, isso, passa; sc, xc (antes de e e de i) piscina, exceto; sç nasça, desça; TESTES – BANCA FAURGS E CONESUL 1) As palavras abaixo foram retiradas do texto. Assinale a alternativa que contém apenas palavras com dígrafos. (A) acossado – escroques – oxalá – consciência (B) compromissos – quando – iídiche – acossado (C) onisciente – pessoa – frequência – claríssimo (D) pessoa – chuveiro – queria – claríssimo (E) consciência – quase – oxalá – onisciente 2) Assinale a alternativa em que as palavras apresentam, respectivamente, ditongo, hiato e dígrafo consonantal, de acordo com a pronúncia padrão do português brasileiro. (A) fósseis (l. 07) – poluindo (l. 02) – muito (l. 34) (B) país (l. 41) – poluídos (l. 42) – território (l. 15) (C) maneira (l. 37) – poluídos (l. 42) – chegou (l. 22) (D) importância (l. 24) – início (l. 37) – padrão (l. 18) (E) poluindo (l. 02) – asiático (l. 16) – significa (l. 19). 3) Fonética é a parte da gramática que estuda os sons da fala ou fonemas. Sabemos que existe a palavra falada e a palavra escrita. Para escrever, usamos letras, que pronunciadas, representam um som. Esse som é o fonema. Os símbolos que representam graficamente os fonemas são chamados de letras. Nem sempre o número de letras das palavras corresponde ao de fonemas. Diante disso, observe as palavras a seguir e assinale a alternativa incorreta: a) Complexo: 8 letras, 8 fonemas b) Amanhecer: 9 letras, 8 fonemas. c) Chatice: 7 letras, 6 fonemas. d) Galinha: 7 letras, 7 fonemas. 4) Assinale a opção em que o x de todos os vocábulos não tem o som de /ks/. a) tóxico – axila – táxi. b) táxi – êxtase – exame. c) exportar – prolixo – nexo. d) tóxico – prolixo – nexo. e) exército – êxodo – exportar 5) Alguns vocábulos sofrem alteração de timbre da vogal tônica ao serem flexionados, como ocorre em olho – olhos. O mesmo fenômeno pode ser verificado na seguinte palavra do texto: a) bonecas b) concerto c) lamentável d) infortúnio e) defeituosos 6) Assinale a alternativa cujas informações acerca de palavras do texto estejam corretas. a) Em inteira (l. 02) há 6 fonemas, devido à ocorrência de um dígrafo. b) Na palavra determinado (l. 04), ocorre um dígrafo, representado por rm. c) Em conhecimentos (l. 11), o segmento nh representa um encontro consonantal. d) Nas palavras texto (l. 20) e deixam (l. 21), a letra x representa o mesmo fonema. e) A palavra cabides (l. 25) possui o mesmo número de letras e de fonemas. GABARITO: 1) D 2) C 3) A 4) E 5) E 6) E ORTOGRAFIA OFICIAL Ao escrever uma palavra com som de s, de z, de x ou de j, deve-se procurar a origem dela, pois, na Língua Portuguesa, a palavra primitiva, em muitos casos, indica como deveremos escrever a palavra derivada. Ç Escreveremos com -ção as palavras derivadas de vocábulos terminados em -to, -tor, -tivo e os substantivos formados pela posposição do -ção ao tema de um verbo (Tema é o que sobra, quando se retira a desinência de infinitivo - r - do verbo). Portanto deve-se procurar a origem da palavra terminada em -ção. Por exemplo: Donde provém a palavra conjunção? Resposta: provém de conjunto. Por isso, escrevemo-la com ç. APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS 17 Exemplos: erudito = erudição exceto = exceção setor = seção intuitivo = intuição redator = redação ereto = ereção educar - r + ção = educação exportar - r + ção = exportação repartir - r + ção = repartição Escreveremos com -tenção os substantivos correspondentes aos verbos derivados do verbo ter. Exemplos: manter = manutenção reter = retenção deter = detenção conter = contenção Escreveremos com -çar os verbos derivados de substantivos terminados em -ce. Exemplos: alcance = alcançar lance = lançar S Escreveremos com -s- as palavras derivadas de verbos terminados em -nder e –ndir Exemplos: pretender = pretensão defender = defesa, defensivo despender = despesa compreender = compreensão fundir = fusão expandir = expansão Escreveremos com -s- as palavras derivadas de verbos terminados em -erter, -ertir e -ergir. Exemplos: perverter = perversão converter = conversão reverter = reversão divertir = diversão aspergir = aspersão imergir = imersão Escreveremos -puls- nas palavras derivadas de verbos terminados em -pelir e -curs-, nas palavras derivadas de verbos terminados em -correr. Exemplos: expelir = expulsão impelir = impulso compelir = compulsório concorrer = concurso discorrer = discurso percorrer = percurso Escreveremos com -s- todas as palavras terminadas em - oso e -osa, com exceção de gozo. Exemplos: gostosa glamorosa saboroso horroroso Escreveremos com -s- todas as palavras terminadas em - ase, -ese, -ise e -ose, com exceção de gaze e deslize. Exemplos: fase crase tese osmose Escreveremos com -s- as palavras femininas terminadas em -isa. Exemplos: poetisa profetisa Heloísa Marisa Escreveremos com -s- toda a conjugação dos verbos pôr, querer e usar. Exemplos: Eu pus Ele quis Nós usamos Eles quiseram Quando nós quisermos Se eles usassem Ç ou S? Após ditongo, escreveremos com -ç-, quando houver som de s, e escreveremos com -s-, quando houver som de z. Exemplos: eleição traição Neusa coisa S ou Z? Escreveremos com -s- as palavras terminadas em -ês e - esa que indicarem nacionalidades, títulos ou nomes próprios. Exemplos: português norueguesa marquês duquesa Inês APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS 18 Teresa Escreveremos com -z- as palavras terminadas em -ez e - eza, substantivos abstratos que provêm de adjetivos, ou seja, palavras que indicam a existência de uma qualidade. Exemplos: embriaguez limpeza lucidez nobreza acidez pobreza Escreveremos com -s- os verbos terminados em -isar, quando a palavra primitiva já possuir o -s-. Exemplos: análise = analisar pesquisa = pesquisar paralisia = paralisar Escreveremos com -z- os verbos terminados em -izar, quando a palavra primitiva não possuir -s-. Exemplos: economia = economizar terror = aterrorizar frágil = fragilizar Cuidado: catequese = catequizar síntese = sintetizar hipnose = hipnotizar batismo = batizar Escreveremos com -s- os diminutivos terminados em - sinho e -sito, quando a palavra primitiva já possuir o -s- no final do radical. Exemplos: casinha asinha portuguesinho camponesinha Teresinha Inesita Escreveremos com -z- os diminutivos terminados em - zinho e -zito, quando a palavra primitiva não possuir -s- no final do radical. Exemplos: mulherzinha arvorezinha alemãozinho aviãozinho pincelzinho corzinha SS Escreveremos com -cess- as palavras derivadas de verbos terminados em -ceder. Exemplos: anteceder = antecessor exceder = excesso conceder = concessão Escreveremos com -press- as palavras
Compartilhar