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Prévia do material em texto

APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS 
 
 
 1 
 
 
 
APOSTILA 
 
 
PORTUGUÊS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO 
 
COMO INTERPRETAR TEXTOS 
 
É muito comum, entre os candidatos a um cargo público a 
preocupação com a interpretação de textos. Isso acontece 
porque lhes faltam informações específicas a respeito 
desta tarefa constante em provas relacionadas a 
concursos públicos. 
 
Por isso, vão aqui alguns detalhes que poderão ajudar no 
momento de responder as questões relacionadas a textos. 
 
TEXTO – é um conjunto de ideias organizadas e 
relacionadas entre si, formando um todo significativo capaz 
de produzir INTERAÇÃO COMUNICATIVA (capacidade de 
CODIFICAR E DECODIFICAR). 
 
CONTEXTO – um texto é constituído por diversas frases. 
Em cada uma delas, há uma certa informação que a faz 
ligar-se com a anterior e/ou com a posterior, criando 
condições para a estruturação do conteúdo a ser 
transmitido. A essa interligação dá-se o nome de 
CONTEXTO. Nota-se que o relacionamento entre as 
frases é tão grande, que, se uma frase for retirada de seu 
contexto original e analisada separadamente, poderá ter 
um significado diferente daquele inicial. 
 
INTERTEXTO - comumente, os textos apresentam 
referências diretas ou indiretas a outros autores através de 
citações. Esse tipo de recurso denomina-se 
INTERTEXTO. 
 
INTERPRETAÇÃO DE TEXTO - o primeiro objetivo de 
uma interpretação de um texto é a identificação de sua 
ideia principal. A partir daí, localizam-se as ideias 
secundárias, ou fundamentações, as argumentações, ou 
explicações, que levem ao esclarecimento das questões 
apresentadas na prova. 
 
Normalmente, numa prova, o candidato é convidado a: 
 
1. IDENTIFICAR – é reconhecer os elementos 
fundamentais de uma argumentação, de um processo, de 
uma época (neste caso, procuram-se os verbos e os 
advérbios, os quais definem o tempo). 
 
2. COMPARAR – é descobrir as relações de semelhança 
ou de diferenças entre as situações do texto. 
 
3. COMENTAR - é relacionar o conteúdo apresentado 
com uma realidade, opinando a respeito. 
 
4. RESUMIR – é concentrar as ideias centrais e/ou 
secundárias em um só parágrafo. 
 
5. PARAFRASEAR – é reescrever o texto com outras 
palavras. 
 
EXEMPLO 
 
TÍTULO DO TEXTO PARÁFRASES 
"O HOMEM UNIDO ” 
A INTEGRAÇÃO DO MUNDO 
A INTEGRAÇÃO DA HUMANIDADE 
A UNIÃO DO HOMEM 
HOMEM + HOMEM = MUNDO 
A MACACADA SE UNIU (SÁTIRA) 
 
 
CONDIÇÕES BÁSICAS PARA INTERPRETAR 
 
 Fazem-se necessários: 
 
a) Conhecimento Histórico – literário (escolas e gêneros 
literários, estrutura do texto), leitura e prática; 
 
b) Conhecimento gramatical, estilístico (qualidades do 
texto) e semântico; 
OBSERVAÇÃO – na semântica (significado das palavras) 
incluem-se: homônimos e parônimos, denotação e 
conotação, sinonímia e antonímia, polissemia, figuras de 
linguagem, entre outros. 
 
c) Capacidade de observação e de síntese e 
 
d) Capacidade de raciocínio. 
 
INTERPRETAR x COMPREENDER 
INTERPRETAR 
SIGNIFICA 
COMPREENDER SIGNIFICA 
- EXPLICAR, 
COMENTAR, JULGAR, 
TIRAR CONCLUSÕES, 
DEDUZIR. 
- TIPOS DE 
ENUNCIADOS 
• Através do texto, 
- INTELECÇÃO, 
ENTENDIMENTO, ATENÇÃO 
AO QUE REALMENTE ESTÁ 
ESCRITO. 
- TIPOS DE ENUNCIADOS: 
• O texto DIZ que... 
• É SUGERIDO pelo autor 
 
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 2 
 
 
INFERE-SE que... 
• É possível DEDUZIR 
que... 
• O autor permite 
CONCLUIR que... 
• Qual é a INTENÇÃO do 
autor ao afirmar que... 
que... 
• De acordo com o texto, é 
CORRETA ou ERRADA a 
afirmação... 
• O narrador AFIRMA... 
 
ERROS DE INTERPRETAÇÃO 
 
É muito comum, mais do que se imagina, a ocorrência de 
erros de interpretação. Os mais frequentes são: 
 
a) Extrapolação (viagem) 
Ocorre quando se sai do contexto, acrescentado ideias 
que não estão no texto, quer por conhecimento prévio do 
tema quer pela imaginação. 
 
b) Redução 
É o oposto da extrapolação. Dá-se atenção apenas a um 
aspecto, esquecendo que um texto é um conjunto de 
ideias, o que pode ser insuficiente para o total do 
entendimento do tema desenvolvido. 
 
c) Contradição 
Não raro, o texto apresenta ideias contrárias às do 
candidato, fazendo-o tirar conclusões equivocadas e, 
consequentemente, errando a questão. 
 
OBSERVAÇÃO - Muitos pensam que há a ótica do 
escritor e a ótica do leitor. Pode ser que existam, mas 
numa prova de concurso qualquer, o que deve ser levado 
em consideração é o que o AUTOR DIZ e nada mais. 
 
COESÃO - é o emprego de mecanismo de sintaxe que 
relacionam palavras, orações, frases e/ou parágrafos entre 
si. Em outras palavras, a coesão dá-se quando, através de 
um pronome relativo, uma conjunção (NEXOS), ou um 
pronome oblíquo átono, há uma relação correta entre o 
que se vai dizer e o que já foi dito. 
 
OBSERVAÇÃO – São muitos os erros de coesão no dia-a-
dia e, entre eles, está o mau uso do pronome relativo e do 
pronome oblíquo átono. Este depende da regência do 
verbo; aquele do seu antecedente. Não se pode esquecer 
também de que os pronomes relativos têm, cada um, valor 
semântico, por isso a necessidade de adequação ao 
antecedente. 
Os pronomes relativos são muito importantes na 
interpretação de texto, pois seu uso incorreto traz erros de 
coesão. Assim sendo, deve-se levar em consideração que 
existe um pronome relativo adequado a cada 
circunstância, a saber: 
 
 
QUE (NEUTRO) - RELACIONA-SE COM QUALQUER 
ANTECEDENTE. MAS DEPENDE DAS CONDIÇÕES DA 
FRASE. 
 
QUAL (NEUTRO) IDEM AO ANTERIOR. 
 
QUEM (PESSOA) 
 
CUJO (POSSE) - ANTES DELE, APARECE O 
POSSUIDOR E DEPOIS, O OBJETO POSSUÍDO. 
 
COMO (MODO) 
 
ONDE (LUGAR) 
 
QUANDO (TEMPO) 
 
QUANTO (MONTANTE) 
 
EXEMPLO: 
 
Falou tudo QUANTO queria (correto) 
Falou tudo QUE queria (errado - antes do QUE, deveria 
aparecer o demonstrativo O ). 
 
 
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO TEXTO 
 
Texto narrativo 
 
 As personagens: São as pessoas, ou seres, 
viventes ou não, forças naturais ou fatores ambientais, que 
desempenham papel no desenrolar dos fatos. 
 
Toda narrativa tem um protagonista que é a figura 
central, o herói ou heroína, personagem principal da 
história. 
 
O personagem, pessoa ou objeto, que se opõe aos 
designos do protagonista, chama-se antagonista, e é com 
ele que a personagem principal contracena em primeiro 
plano. 
 
As personagens secundárias, que são chamadas 
também de comparsas, são os figurantes de influencia 
menor, indireta, não decisiva na narração. 
 
O narrador que está a contar a história também é 
uma personagem, pode ser o protagonista ou uma das 
outras personagens de menor importância, ou ainda uma 
pessoa estranha à história. 
 
Podemos ainda, dizer que existem dois tipos 
fundamentais de personagem: as planas: que são 
definidas por um traço característico, elas não alteram seu 
comportamento durante o desenrolar dos acontecimentos 
e tendem à caricatura; as redondas: são mais complexas 
tendo uma dimensão psicológica, muitas vezes, o leitor 
fica surpreso com as suas reações perante os 
acontecimentos. 
 
 Sequência dos fatos (enredo): Enredo é a 
sequência dos fatos, a trama dos acontecimentos e das 
ações dos personagens. No enredo podemos distinguir, 
com maior ou menor nitidez, três ou quatro estágios 
progressivos: a exposição (nem sempre ocorre), a 
complicação, o clímax, o desenlace ou desfecho. 
 
Na exposição o narrador situa a história quanto à 
época, o ambiente, as personagens e certas 
circunstâncias. Nem sempre esse estágio ocorre, na 
maioria das vezes, principalmente nos textos literários 
mais recentes, a história começa a ser narrada no meio 
 
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dos acontecimentos (“in média”), ou seja, no estágio da 
complicação quando ocorre e conflito, choque de 
interesses entre as personagens. 
 
O clímax é o ápice da história, quando ocorre o 
estágio de maior tensão do conflitoentre as personagens 
centrais, desencadeando o desfecho, ou seja, a conclusão 
da história com a resolução dos conflitos. 
 
 Os fatos: São os acontecimentos de que as 
personagens participam. Da natureza dos 
acontecimentos apresentados decorre o gênero do texto. 
Por exemplo o relato de um acontecimento cotidiano 
constitui uma crônica, o relato de um drama social é um 
romance social, e assim por diante. Em toda narrativa há 
um fato central, que estabelece o caráter do texto, e há os 
fatos secundários, relacionados ao principal. 
 
 Espaço: Os acontecimentos narrados acontecem 
em diversos lugares, ou mesmo em um só lugar. O texto 
narrativo precisa conter informações sobre o espaço, onde 
os fatos acontecem. Muitas vezes, principalmente nos 
textos literários, essas informações são extensas, fazendo 
aparecer textos descritivos no interior dos textos narrativo. 
 
 Tempo: Os fatos que compõem a narrativa 
desenvolvem-se num determinado tempo, que consiste 
na identificação do momento, dia, mês, ano ou época em 
que ocorre o fato. A temporalidade salienta as relações 
passado/presente/futuro do texto, essas relações podem 
ser linear, isto é, seguindo a ordem cronológica dos fatos, 
ou sofre inversões, quando o narrador nos diz que antes 
de um fato que aconteceu depois. 
 
O tempo pode ser cronológico ou psicológico. O 
cronológico é o tempo material em que se desenrola à 
ação, isto é, aquele que é medido pela natureza ou pelo 
relógio. O psicológico não é mensurável pelos padrões 
fixos, porque é aquele que ocorre no interior da 
personagem, depende da sua percepção da realidade, da 
duração de um dado acontecimento no seu espírito. 
 
 Narrador: observador e personagem: O 
narrador, como já dissemos, é a personagem que esta a 
contar a história. A posição em que se coloca o narrador 
para contar a história constitui o foco, o aspecto ou o ponto 
de vista da narrativa, e ele pode ser caracterizado por : 
 
- visão “por detrás” : o narrador conhece tudo o 
que diz respeito às personagens e à história, tendo uma 
visão panorâmica dos acontecimentos narração é feita em 
3a pessoa. 
 
- visão “com”: o narrador é personagem e ocupa o 
centro da narrativa que é feito em 1a pessoa. 
 
- visão “de fora”: o narrador descreve e narra 
apenas o que vê, aquilo que é observável exteriormente no 
comportamento da personagem, sem ter acesso a sua 
interioridade, neste caso o narrador é um observador e a 
narrativa é feita em 3a pessoa. 
 
 Foco narrativo: Todo texto narrativo 
necessariamente tem de apresentar um foco narrativo, isto 
é, o ponto de vista através do qual a história está sendo 
contada. Como já vimos, a narração é feita em 1a pessoa 
ou 3a pessoa. 
 
Formas de apresentação da fala das 
personagens 
 
Discurso direto e indireto 
 
O discurso direto identifica-se com a fala dos personagens, 
quando o narrador está falando e transfere suas falas às 
personagens, nesse momento as personagens assumem o 
fio da narrativa. Ocorre a introdução do verbo dizer e 
outros sinônimos, e dos sinais específicos de pontuação (:-
). 
Ex: O menino disse: - Hoje não quero ir à escola. 
A mãe retrucou: - Não posso aceitar que você não vá. 
 
No discurso indireto, só o narrador fala pelos personagens. 
Os sinais de pontuação são trocados pela conjunção que, 
conservando-se o verbo dizer ou seus sinônimos. 
Ex: O menino disse que não queria ir à escola, a mão 
retrucou que não poderia aceitar que ele não fosse. 
 
Na passagem do discurso direto para o indireto, os verbos 
que estão no presente vão para o passado, os que estão 
no passado vão para o mais-que-perfeito, "isto aqui" vira 
"aquilo lá" e "esta" vira "aquela". 
Na passagem do indireto para o direto, fazemos o caminho 
contrário. 
 
Veja alguns exemplos: 
Do direto para o indireto: 
- A chuva veio logo, disse ele. 
 Ele disse que a chuva vinha logo. 
 
- Estas memórias vão dar o que falar - admitia esfregando 
as mãos contentes, ao reler esses lances inéditos. 
Admitia esfregando as mãos contentes, ao reler aqueles 
lances inéditos, que aquelas memórias iam dar o que falar. 
 
Do indireto para o direto: 
O marido perguntou se Diva queria café no quarto. 
 O marido perguntou: 
- Quer café no quarto, Diva ? 
 
Rodrigo perguntou se tu falaste com o Dr. Brandão. 
 Rodrigo perguntou: 
- Falaste com o Dr. Brandão ? 
 
Policarpo Quaresma me perguntou como ia a família. 
 Policarpo Quaresma me perguntou: 
- Como vai a família ? 
 
Verbos de elocução 
 
Observe o verbo grifado: 
 O pai chamou Carlinhos e perguntou: 
- Quem quebrou o vidro, meu filho ? 
 
Observe : 
 
A . O pedreiro disse que estava à disposição. 
B . O pedreiro disse: Estou à disposição. 
 
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Transformamos: 
A - discurso indireto em B - discurso direto . Faça o 
mesmo: 
 
Observe: 
 
A . Intrigado o pai perguntou ao filho: 
 Você viu ontem uma carteira em cima desta mesa ? 
 
B . Intrigado, o pai perguntou ao filho se ele vira, no dia 
anterior, uma carteira em cima daquela mesa. 
 
Transformamos: A - discurso direto em B - discurso 
indireto. 
 
O narrador empregou o verbo perguntar para indicar a 
personagem a que pertence a fala. Denomina-se verbo de 
elocução (verbos dicendi). 
 
Veja agora uma relação dos principais verbos de elocução: 
 
 
dizer (afirmar, declarar) exclamar (gritar, bradar) 
perguntar (indagar, 
interrogar) 
pedir (solicitar, rogar) 
responder ( retrucar, 
replicar) 
exortar (aconselhar) 
contestar (negar, objetar) ordenar (mandar, 
determinar) 
 
 
Além desses verbos de sentido geral, existem outros, mais 
amplos.. Veja alguns: 
sussurar, 
murmurar, 
balbuciar, 
cochichar, 
segredar, 
esclarecer, 
sugerir, 
soluçar, 
comentar, 
propor, 
convidar, 
cumprimentar, 
repetir, 
estranhar, 
insistir, 
prosseguir, 
continuar, 
ajuntar, 
acrescentar, 
concordar, 
consentir, 
anuir, 
intervir, 
repetir, 
rosnar, 
berrar, 
protestar, 
contrapor, 
desculpar, 
justificar-se, 
suspirar, 
rir, 
etc. 
 
Pontuação no discurso direto 
 
A fala da personagem, no discurso direto, deve vir disposta 
em parágrafo e introduzida por travessão. 
Virou-se para o pai e aconselhou: 
 Papai, esse menino do vizinho é um subversivo 
desgraçado. 
 
Os verbos de elocução são pontuados de acordo com sua 
posição. 
 
1a posição 
- antes da fala - separa-se por dois pontos : 
O pai chamou Pedrinho e perguntou :Quem quebrou 
o vidro, meu filho ? 
 
2a posição 
- depois da fala - separa-se por travessão ou vírgula : 
Agora você se chama Teresinha, disse me beijando a 
face. 
Agora você se chama Teresinha - disse me beijando 
a face. 
 
 3a posição 
- no meio da fala - separa-se por travessão ou 
vírgula: 
 A Sociedade - afirmava Simão - tem obrigação 
de fazer o enterro. 
 Nesse dia , observou Luís Garcia sorrindo 
levemente, há de ser tão sincera como hoje. 
(Machado de Assis) 
 
Numa narrativa, nem sempre os verbos de elocução estão 
expressos. Costuma-se omiti-los principalmente em falas 
curtas ou para traduzir tensão psicológica das 
personagens. 
 
Utilização do discurso direto na produção de um texto. 
 
Seleção das falas mais significativas, isto é, as falas 
pertinentes ao conflito básico vivido pelas personagens. 
Não se deve ter a pretensão de retratar fielmente a 
realidade, relatando tudo o que as personagens poderiam 
ter dito. 
 
Adequação das falas ao nível cultural das personagens e 
principalmente ao registro linguístico. 
 
Discurso indireto 
 
Estabelece-se o discurso indireto, quando o narrador, em 
vez de deixar a personagem falar, reproduz com suas 
palavras o que foi dito, Exemplo: 
Chamou um moleque e bradou-lhe que fosse à casa do Sr. 
João Carneiro chamá-lo, já e já; e se não estivesse em 
casa, perguntasse onde podia ser encontrado(...)( Machado de Assis) 
 
Se o narrador reproduzisse diretamente a fala da 
personagem, a construção do texto seria assim: 
 
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 5 
 
 
Chamou um moleque e bradou-lhe : 
Vá a casa do Sr. João Carneiro chamá-lo, já e já; e se não 
estiver em casa, pergunte onde pode ser encontrado. 
 
No discurso indireto, também podem estar presentes 
verbos dicendi, mas seguidos de orações substantivas, 
geralmente iniciadas com a conjunção que ou se. 
 
Na passagem do discurso direto para o indireto ou vice-
versa, importa observar algumas transformações 
importantes: 
 
discurso direto: primeira pessoa 
Eles perguntaram : - O que devemos fazer ? 
1) Discurso indireto: terceira pessoa 
2) Eles perguntaram o que deviam fazer. 
 
discurso direto: imperativo 
O professor ordenou: - Façam o exercício ! 
1) Discurso indireto: pretérito imperfeito do subjuntivo 
2) O professor ordenou que fizéssemos o exercício. 
 
discurso direto: futuro do presente 
A enfermeira explicou: - Com o medicamento, a 
criança dormirá calmamente 
 
discurso indireto: futuro do pretérito 
A enfermeira explicou que, com o medicamento, a criança 
dormiria calmamente. 
 
discurso direto: presente do indicativo 
Ela me perguntou : - A quem devo entregar o trabalho 
? 
1) Discurso indireto : pretérito imperfeito do indicativo 
2) Ela me perguntou a quem devia entregar o trabalho. 
 
discurso direto: pretérito perfeito 
Ele disse : - Estive na escola e falei com o diretor. 
Discurso indireto: pretérito mais-que-perfeito 
Ele disse que estivera na escola e falara com o diretor. 
 
Discurso indireto livre 
 
Às vezes, no entanto, as falas do narrador e da 
personagem parecem confundir-se numa só, sem que se 
saiba claramente a quem elas pertencem, Trata-se, neste 
caso, do discurso indireto livre. Observe, por exemplo, esta 
passagem de Graciliano Ramos, extraída do romance 
Vidas secas: 
 
O suor umedeceu-lhe as mãos duras. Então ? Suando 
com medo de uma peste que se escondia tremendo ? 
 
Note que a primeira frase pertence ao narrador, porém as 
interrogações são da personagem; entretanto, não há 
indicações dessa mudança através de verbos dicendi, o 
que exclui também as conjunções integrantes. Assim, a 
narrativa se torna mais fluente, aproximando mais narrador 
e personagem. 
 
 
Texto Descritivo 
 
Descrever é fazer uma representação verbal dos 
aspectos mais característicos de um objeto, de uma 
pessoa, paisagem, ser e etc. 
 
As perspectivas que o observador tem do objeto, é 
muito importante, tanto na descrição literária quanto na 
descrição técnica, é esta atitude que vai determinar a 
ordem na enumeração dos traços característicos para que 
o leitor possa combinar suas impressões isoladas 
formando uma imagem unificada. 
 
Uma boa descrição vai apresentando o objeto 
progressivamente, variando as partes focalizadas e 
associando-as ou interligando-as pouco a pouco. 
 
Podemos encontra distinções entre uma descrição 
literária e outra técnica. Passaremos a falar um pouco 
sobre cada uma delas: 
 
 Descrição Literária: A finalidade maior da 
descrição literária é transmitir a impressão que a coisa 
vista desperta em nossa mente através do sentidos. Daí 
decorrem dois tipos de descrição: a subjetiva, que reflete o 
estado de espírito do observador, suas preferencias, assim 
ele descreve o que quer e o pensa ver e não o que vê 
realmente; já a objetiva traduz a realidade do mundo 
objetivo, fenomênico, ela é exata e dimensional. 
 
 Descrição de Personagem: É utilizada para 
caracterização das personagens, pela acumulação de 
traços físicos e psicológicos pela enumeração de seus 
hábitos, gestos, aptidões e temperamento, com a 
finalidade de situar personagem no contexto cultural, social 
e econômico modelado de seu como procedimento. 
 
 Descrição de Paisagem: Neste tipo de 
descrição, geralmente o observador abrange de uma só 
vez a globalidade do panorama, para depois ao pouco em 
ordem de proximidade, abranger as partes mais típicas 
desse todo. 
 
 Descrição do Ambiente: Ela dá os detalhes do 
interiores, dos ambientes em que ocorrem as ações, 
tentando dar ao leitor uma visualização da suas 
particularidades, de seus traços distintivos e típicos. 
 
 Descrição da Cena: Trata-se de uma descrição 
movimentada que se desenvolve progressivamente no 
tempo. É a descrição de um incêndio, de uma briga, de um 
naufrágio. 
 
 Descrição Técnica: Ela apresenta muitas das 
características gerais da literatura, com a distinção de que 
nela se utiliza um vocabulário mais preciso, se salientando 
com exatidão os pormenores. É predominantemente 
denotativa tendo como objetivo esclarecer convencendo. 
Pode aplicar-se a objetos, a aparelhos ou mecanismos, a 
fenômenos, a fatos, a lugares, a eventos e etc. 
 
Texto Dissertativo 
Dissertar significa discutir, expor, interpretar ideias. 
A dissertação consta de uma série de juízos a respeito de 
um determinado assunto ou questão, e pressupõe um 
 
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exame critico do assunto sobre o qual se vai escrever com 
clareza, coerência e objetividade. 
 
A dissertação pode ser argumentativa na qual o 
autor tenta persuadir o leitor a respeito dos seus pontos de 
vista, ou simplesmente, Ter com finalidade dar a conhecer 
ou explicar certo modo de ver qualquer questão. 
 
A linguagem usada é a referencial, centrada, na 
mensagem, enfatizando o contexto. 
 
Quanto a forma, ela pode ser tripartida em : 
 
 Introdução: Em poucas linhas coloca o leitor os 
dados fundamentais do assunto que esta tratando. É a 
enunciação direta e objetiva da definição do ponto de vista 
do autor. 
 
 Desenvolvimento: Constitui o corpo do texto, 
onde as ideias colocadas na introdução serão definidas 
com os dados mais relevantes. Todo desenvolvimento 
devem estruturar-se em blocos de ideias articuladas entre 
si, de forma que a sucessão deles resulte num conjunto 
coerente e unitário que se encaixa na introdução e 
desencadeia a conclusão. 
 
 Conclusão: É o fenômeno do texto, marcado pela 
síntese da ideia central. Na conclusão o autor reforça sua 
opinião, retomando a introdução e os fatos resumidos do 
desenvolvimento do texto. Para haver maior entendimento 
dos procedimentos que podem ocorrer em um dissertação, 
cabe fazermos a distinção entre fatos, hipótese e opinião. 
 
- Fato: É o acontecimento ou coisa cuja 
veracidade e reconhecida; é a obra ou ação que realmente 
se praticou. 
 
- Hipótese: É a suposição feita a cerca de uma 
coisa possível ou não, e de que se tiram diversas 
conclusões; é uma afirmação sobre o desconhecido, feita 
com base no que já é conhecido. 
 
- Opinião: Opinar é julgar ou inserir 
expressões de aprovação ou desaprovação pessoal diante 
de acontecimentos, pessoas e objetos descritos, é um 
parecer particular sentimento que se tem a respeito de 
algo. 
 
Leia o texto a seguir: 
 
Tem cada uma na vida 
 
Jamais entenderei a moça me procurou para fazer 
um pedido: queria (quer) ser artista de novela das 7. 
- Mais eu... - tentei informar. Ela não me deixou 
concluir a frase: 
- Até que não estou pedindo muito. Se pedisse para 
novela das 8, iam dizer que era pretensão. Também não 
desejo a novela das 6. Quando a gente é modesta demais, 
botam pra escanteio. 
- É, mas... 
- Então eu acho que no meio está a virtude, como 
gostava de falar o vovô. Vovô era entendido em coisas mil. 
O senhor conheceu vovô? Ele foi um cara importante no 
MEC. 
- Devo Ter conhecido. Qual era o nome dele? 
- Vovô Marreco. A gente chamava ele assim porque 
tinha uma cara gozada, cara de marreco. Uma ocasião... 
Bem, depois eu conto. O senhor vai me ajudar, não vai? 
Mas uma vez tentei explicar (não consegui) que 
não tenho nada com televisão, apenas sou amigo do Otton 
Lara Resende, na Rede Globo, e não me consta que o 
Otton selecione artista. Mas a moça prosseguia vivendo 
sonho, que não erasonho era projeto amadurecido. Os 
pais aprovavam. Mesmo que não aprovassem, estava 
decidida: 
- Força do destino. Minha tia-avó fugiu de casa para 
trabalhar na companhia de Leopoldo Fróis. Naquele tempo 
não havia televisão imagine como as opções eram 
limitadas. Minha mãe fez parte do caste da novelas da 
Rádio Nacional deixou o brodecaste para casar. Meu pai 
impôs condição. Felizmente, evoluiu, hoje até faz gosto. 
- E o namorado? – perguntei, desistindo de 
esclarecer que ela batera à porta errada. 
- Namorado? Então o senhor acha que vou pedir 
consentimento a namorado, para trabalhar em novela? A 
gente tá em 1980, pô. 
- Lá isso é. 
- Inclusive meus namorados são todos 
descartáveis. Não me amarro a nenhum, porque meu 
futuro não está nos homens. Tá na arte. 
- Muito bem. 
- Não é que eu não queira negócio com homem, 
veja bem. Deus me livre e guarde. Só que minha vocação, 
minha carreira ficam acima de tudo. 
- Você tem experiência? 
- Que é que o senhor chama de experiência? 
 - Experiência mesmo. Já transou cinema, teatro, 
expressão corporal, laboratório, essas coisas? 
Pensou para responder. Afinal: 
- Sim e não. 
- Sim e não, como? 
- Quer dizer, transei com gente ligada, mas não me 
deram chance para começar. 
- E vai logo começar de novela? 
- Olha, a base da novela hoje é naturalidade. Sou 
muito natural, o senhor tá vendo como sou natural. Se me 
contratarem eu tiro de letra. Aliás, eu treino sozinha. 
- Como? 
- Eu ensaio lá em casas, no meu quarto. Já fiz 
vários papeis, e não era papel mole, de figurante. fiz uma 
cena da Glória Meneses, que se ela visse fica boba de 
admiração. Não era para me gabar. Me considero 
tarimbada. 
- Ótimo. 
- O tempo que eu passo estudando as atrizes da 
tevê , não está no gibi. E só pra elas que olho. Conheço 
tudo, olhar, franzir dos lábios, cara de tristeza e cara de 
desejo de Maria Cláudia, Joana Fomm, Lúcia Alves, 
Débora Duarte... Quer ver? 
- Não precisa, minha filha. Eu acredito. 
- Só uma amostrinha pra provar que não estou 
mentindo. 
- Está-se vendo que você não mente. Obrigado. 
- Pois é. Ou eu entro na novela da 7 – qualquer 
novela, de qualquer época, eu sou como a Lucélia Santos, 
 
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 7 
 
 
papel de escrava, de estudante, de garota fútil, eu topo – 
ou.... 
- Ou o quê? 
- Sê não entrar, não sei o será de minha vida. 
- Não diga isto! 
- Digo. Minha vida depende do senhor, neste 
momento. Uma palavrinha sua, e... 
- E ? 
- Tou contratada. Vamos, não me negue uma 
colher de chá. Eu sei que você pode fazer isso por mim. 
desculpe o tratamento, saiu sem querer. Por que você 
não diz logo que vai me ajudar? Por que não telefona logo 
pro pessoal da tevê? Por que ficou assim, duro, 
engasgado, sei lá se descrente de minhas possibilidades? 
Por que não confia em mim ? Diga, diga pelo amor de 
Deus! Você é ruim, homem! Você é íntimo do Daniel Filho 
e não quer mover uma palha em favor de uma pobre 
artista em potencial! 
- Tinha se levantado, no ardor da interpretação, 
agitou os braços, deixou-se cair na poltrona, exausta, pela 
primeira vez silenciosa. Só então pude jurar-lhe, também 
por Deus, que não conheço Daniel Filho. Olhou-me com 
desprezo: 
- Ah, é assim? E por que não me falou isso logo de 
começo? Me enganar esse tempo todo! E eu, feito boba, 
falando com a pessoa errada! Tem cada uma na vida.... 
 
ESTUDO DO TEXTO 
 
Identifique no texto lido, os elementos da narração 
estudados. 
1 – Quem são os personagens? 
2 – Qual o fato central da narrativa? 
3 – Qual a natureza do fato contado? 
4 – Onde acontecem os fatos narrados? 
5 – Quando aconteceram os fatos? 
6 – Como foi arrumado o enredo? 
7 – Em que foco narrativo está o texto? 
 
Respostas 
 
1- As personagens são: o narrador e a moça que 
quer ser atriz 
 
2 – O narrador é procurado por uma moça que 
deseja que ele a ajude a tornar-se atriz da novela das sete. 
 
3 – É um fato comum, cotidiano, que mostra a 
influência da televisão sobre determinadas pessoas. 
 
4 – Não aparecem no texto o lugar onde eles 
conversaram. 
 
5 – É conveniente observar que o texto está no 
presente. 
 
6 – Diante da paixão da garota pelo trabalho em 
novelas, o narrador não consegue revelar que ela está 
falando com o homem errado. Quando ele revela que nada 
pode fazer por ela, a moça passa a agredi-lo. 
 
7 – O texto está na primeira pessoa do singular. 
 
Funções da Linguagem 
Para melhor compreensão das funções de 
linguagem, torna-se necessário o estudo dos elementos 
da comunicação. 
Elementos da comunicação 
emissor - emite, codifica a mensagem 
receptor - recebe, decodifica a mensagem 
mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor 
código - conjunto de signos usado na transmissão 
e recepção da mensagem 
referente - contexto relacionado a emissor e 
receptor 
canal - meio pelo qual circula a mensagem 
Obs.: as atitudes e reações dos comunicantes são 
também referentes e exercem influência sobre a 
comunicação. 
 
Funções da linguagem 
Função emotiva (ou expressiva) 
centralizada no emissor, revelando sua opinião, sua 
emoção. Nela prevalece a 1ª pessoa do singular, 
interjeições e exclamações. É a linguagem das biografias, 
memórias, poesias líricas e cartas de amor. 
 
Função referencial (ou denotativa) 
centralizada no referente, quando o emissor 
procura oferecer informações da realidade. Objetiva, 
direta, denotativa, prevalecendo a 3ª pessoa do singular. 
Linguagem usada nas notícias de jornal e livros científicos. 
 
Função apelativa (ou conativa) 
centraliza-se no receptor; o emissor procura 
influenciar o comportamento do receptor. Como o emissor 
se dirige ao receptor, é comum o uso de tu e você, ou o 
nome da pessoa, além dos vocativos e imperníveiativo. 
Usada nos discursos, sermões e propagandas que se 
dirigem diretamente ao consumidor. 
 
Função fática 
centralizada no canal, tendo como objetivo 
prolongar ou não o contato com o receptor, ou testar a 
eficiência do canal. Linguagem das falas telefônicas, 
saudações e similares. 
 
Função poética 
centralizada na mensagem, revelando recursos 
imaginativos criados pelo emissor. Afetiva, sugestiva, 
conotativa, ela é metafórica. Valorizam-se as palavras, 
suas combinações. É a linguagem figurada apresentada 
em obras literárias, letras de música, em algumas 
propagandas etc. 
 
Função metalinguística 
centralizada no código, usando a linguagem para 
falar dela mesma. A poesia que fala da poesia, da sua 
função e do poeta, um texto que comenta outro texto. 
Principalmente os dicionários são repositórios de 
metalinguagem. 
Obs.: Em um mesmo texto podem aparecer várias 
funções da linguagem. O importante é saber qual a função 
predominante no texto, para então defini-lo. 
 
 
 
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 8 
 
 
COESÃO E COERÊNCIA 
 
Antes de tudo é preciso saber o que é coesão e coerência, 
pois sem essas duas chaves principais de qualquer texto, 
você não vai a lugar nenhum. 
 
Coesão - em nossa linguagem cotidiana procuramos 
executar manobras coesivas, muitas vezes, com o intuito 
de melhorar a própria expressividade do enunciado. Veja 
alguns casos: 
 
Em lugar de 
- Comprei sorvetes. Dei os sorvetes a meus filhos. 
usamos 
- Comprei sorvetes. Dei-os a meus filhos. 
Dei-os funciona como relacional que recupera em B o que 
havia sido colocado em A. O objetivo é evidenciar o 
processo de repetição, considerado menos "rico ou 
sofisticado" por uma certa gramática. 
O uso indevido de elementos de ligação invariavelmente 
podem comprometer os processos coesivos do texto. 
 
Coerência - A rigor, existem vários níveis e planos de 
coerência ou incoerência. 
Veja alguns casos: 
- Um sujeito resolve contar a última piada de papagaio 
num velório. Além de impertinente, a piada sofre de uma 
síndrome geral de incoerência contextual. A situação 
lutuosa não permite que o decoro seja quebrado e risos 
apareçam em torno do defunto.- Em vestibular da Fuvest, o candidato saiu-se com a 
seguinte "... a palidez do sol tropical refletia nas águas do 
rio Amazonas". Convenhamos que o sol tropical pode ser 
acusado de muitas coisas, menos de palidez. O riso 
provocado pela leitura daquele texto poético é derivado de 
um caso de incoerência no uso da imagem. 
A lista poderia aumentar muito. Basta reter a ideia que, no 
fundo, o problema básico envolvido na produção da 
coerência é o do acerto das partes com relação ao todo 
textual; do ajuste sequencial das ideias; da progressão dos 
argumentos; das afirmativas que são explicadas... 
Coloque-se sempre no lugar do autor ou do ouvinte para 
sentir se realmente está sendo coerente. 
 
DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO 
 
A denotação é a propriedade que possui uma 
palavra de limitar-se a seu próprio conceito, de trazer 
apenas o seu significado primitivo, original. 
 
A conotação é a propriedade que possui uma 
palavra de ampliar-se no seu campo semântico, dentro de 
um contexto, podendo causar várias interpretações. 
 
Observe os exemplos 
Denotação 
As estrelas do céu. Vesti-me de verde. O fogo do 
isqueiro. 
 
Conotação 
As estrelas do cinema. 
O jardim vestiu-se de flores 
O fogo da paixão 
 
SENTIDO PRÓPRIO E SENTIDO FIGURADO 
 
As palavras podem ser empregadas no sentido 
próprio ou no sentido figurado 
Construi um muro de pedra - sentido próprio 
Maria tem um coração de pedra – sentido figurado. 
A água pingava lentamente – sentido figurado. 
 
 
SEMÂNTICA 
 
Quanto à significação, as palavras podem ser: 
 
 
Sinônimos e antônimos 
 
 
O que são Sinônimos e Antônimos: 
* Sinônimos 
São palavras de sentido igual ou aproximado: 
 alfabeto - abecedário; 
 brado, grito - clamor; 
 extinguir, apagar - abolir. 
Observação: A contribuição greco-latina é responsável 
pela existência de numerosos pares de sinônimos: 
 adversário e antagonista; 
 translúcido e diáfano; 
 semicírculo e hemiciclo; 
 contraveneno e antídoto; 
 moral e ética; 
 colóquio e diálogo; 
 transformação e metamorfose; 
 oposição e antítese. 
* Antônimos 
São palavras de significação oposta: 
 ordem - anarquia; 
 soberba - humildade; 
 louvar - censurar; 
 mal - bem. 
Observação: A antonímia pode originar-se de um prefixo 
de sentido oposto ou negativo: 
 bendizer e maldizer; 
 simpático e antipático; 
 progredir e regredir; 
 concórdia e discórdia; 
 ativo e inativo; 
 esperar e desesperar; 
 comunista e anticomunista; 
 simétrico e assimétrico. 
O que são Homônimos e Parônimos: 
 
* Homônimos 
a) Homógrafos: são palavras iguais na escrita e diferentes 
na pronúncia: 
 rego (subst.) e rego (verbo); 
 colher (verbo) e colher (subst.); 
 jogo (subst.) e jogo (verbo); 
 apoio (subst.) e apoio (verbo); 
 denúncia (subst.) e denuncia (verbo); 
 
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 9 
 
 
 providência (subst.) e providencia (verbo). 
b) Homófonos: são palavras iguais na pronúncia e 
diferentes na escrita: 
 acender (atear) e ascender (subir); 
 concertar (harmonizar) e consertar (reparar); 
 cela (compartimento) e sela (arreio); 
 censo (recenseamento) e senso (juízo); 
 paço (palácio) e passo (andar). 
c) Homógrafos e homófonos simultaneamente: 
São palavras iguais na escrita e na pronúncia: 
 caminho (subst.) e caminho (verbo); 
 cedo (verbo) e cedo (adv.); 
 livre (adj.) e livre (verbo). 
* Parônimos 
São palavras parecidas na escrita e na pronúncia: 
 coro e couro; 
 cesta e sesta; 
 eminente e iminente; 
 osso e ouço; 
 sede e cede; 
 comprimento e cumprimento; 
 tetânico e titânico; 
 autuar e atuar; 
 degradar e degredar; 
 infligir e infringir; 
 deferir e diferir; 
 suar e soar. 
 
NÍVEIS DE LINGUAGEM 
 
Linguagem Coloquial e Culta 
 
O “CERTO” E O “ERRADO” NO USO DA LÍNGUA 
“Ta na cara que eles não teve peito de encará os 
ladrão.”(1) 
“Obviamente faltou-lhes coragem para enfrentar os 
ladrões”.(2) 
 Qual delas é gramaticalmente correta? Não há 
dúvidas que é a frase 2. Mas, se tanto a frase 2 quanto a 
frase 1 dizem a mesma coisa, se qualquer pessoa que 
seja falante do nosso idioma pode entende-las 
perfeitamente, por que então se considera correta a frase 
2 e errada a frase 1? 
 Ou seja, que critérios são usados para determinar o 
que é certo e o que é errado dentro de um mesmo idioma? 
 De modo geral, os falantes são levados a aceitar como 
“correto” o modo de falar do segmento social que, em 
consequência de sua privilegiada situação econômica e 
cultural, tem maior prestigio dentro da sociedade. Assim, o 
modo de falar desse grupo social passa a servir de 
padrão, enquanto as demais variedades linguísticas, 
faladas por grupos sociais menos prestigiados, passam a 
ser consideradas “erradas”. 
 É importante entender que, a principio, não existe uma 
forma melhor (“mais cera”) ou pior (“mais errada”) de se 
falar. Trata-se apenas de uma diferenciação que se dá 
baseada em critérios sociais e também em situação de uso 
efetivo da língua. 
Uma das funções da escola é, através do ensino 
de língua portuguesa, oferecer a você condições de 
dominar a norma-padrão, a fim de que, nas circunstâncias 
sociais convenientes, seja falando, seja escrevendo, você 
possa utiliza-la adequadamente. 
 
LÍNGUA CULTA E LÍNGUA COLOQUIAL 
 Já vimos que, convencionalmente, considera-se 
como “correta” a língua utilizada pelo grupo de maior 
prestigio social. Essa é a chamada língua culta, falada 
escrita, em situações formais, pelas pessoas de maior 
instrução. A língua culta é nivelada, padronizada, 
principalmente pela escola e obedece à gramática da 
língua-padrão. 
 A língua coloquial, por outro lado, é uma variante 
espontânea, utilizada, mas relações informais entre dois 
ou mais falantes. É a língua do cotidiano, sem muita 
preocupação com as normas. O Falante, ao utiliza-la, 
comete deslizes gramaticais com frequência considerável. 
Outra característica da língua coloquial é o uso de 
constantes de expressões populares, frases feitas, gírias 
etc. Fazendo uma comparação entre a língua culta e a 
língua coloquial, é possível constatar que, em certos 
aspectos, as diferenças entre as duas são bastante 
evidentes, mas, em outros, os limites não são tão claros, 
ficando difícil, nesses casos, definir uma “fronteira” entre o 
que é culto e oi que é coloquial. 
 No quadro que segue, estão as diferenças que mais 
facilmente podem ser observadas: 
 
USO COLOQUIAL/ 
POPULAR 
USO CULTO 
Pronuncia mais descuidada 
de certas palavras e 
expressões: nóis, oceis, tá 
bão, num vô, num quê 
Maior cuidado com a 
pronúncia: nóis, vocês, está 
bom, não vou, não quer. 
Não utilização das marcas 
de concordância Ex: Os 
meninos vai/vão bem. 
Uso regular da forma nós. 
Uso constante de a gente 
no lugar de nós. 
Raro uso dessas expressões. 
Mistura de pessoas 
gramaticais. Ex: Você sabe 
que te enganam. 
Uniformidade no uso das 
pessoas gramaticais. Ex: 
Você sabe que o enganam. 
Tu sabes que te enganam. 
Uso “livre” da flexão dos 
verbos. Ex: Se ele fazer; 
enganam. 
Utilização da flexão verbal 
conforme as normas 
gramaticais. Ex: Se ele fizer, 
se ele puser. 
Uso de gírias. Não utilização de gírias. 
 
TEXTO 3 
 Se utilizássemos numa conversa com homens 
medievais a expressão Idade Média, eles não teriam ideia 
do que isso poderia significar. Eles, como todos os 
homens de todos períodos históricos, se viam vivendo na 
época contemporânea. De fato, falarmos em Idade Média 
representa uma rotulação a posteriori, uma satisfação da 
necessidade de dar nome aos momentos passados. No 
caso do que chamamos de Idade Média, foi o século XVI 
que elaborou tal conceito. Ou melhor, tal preconceito, pois 
o termo expressava um desespero indisfarçado pelos 
séculos localizados entre a Antiguidade Clássica e o 
próprio século XVI. 
 
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 10 
 
 
VAMOS ACABAR COM ESSE FOLGA 
 
 O Negócio aconteceu num café. Tinha uma porção de 
sujeitos, sentados nesse café, tomando umas e outras. 
Havia brasileiros, portugueses, franceses, argelinos, 
alemães, o diabo. 
 De repente , um alemão forte pra cachorro levantou e 
gritou que não via homem pra ele ali dentro. Houve a 
surpresa inicial, motivada pela provocação, e logo um 
turco, tão forte como o alemão, levantou-se de lá e 
perguntou: 
 - Isso é comigo? 
 - Pode ser com você também – respondeu o alemão. 
 Ai então o turco avançou para o alemão e levou uma 
traulitada tão segura que caiu no chão. Vai daí o alemão 
repetiu que não havia homem ali dentro pra ele. Queimou-
se então um português que era maior ainda do que o 
turco. Queimou-se e não conversou. Partiu para cima do 
alemão e não teve outra sorte. Levou um murro debaixo 
dos queixos e caiu sem sentidos. 
 O alemão limpou as mãos, deu mais um golpe no 
chope e fez ver aos presentes que o dizia era certo. Não 
havia homem para ele naquele café. Levantou-se então 
um inglês troncudo pra cachorro e também entrou bem. E 
depois do inglês foi a vez de um francês, depois um 
norueguês etc. Até que, lá do canto do café, levantou-se 
um brasileiro magrinho, cheio de picardia, para perguntar, 
como os outros: 
 - Isso é comigo? 
 O alemão voltou a dizer que podia ser. Então o 
brasileiro deu um sorriso cheio de bossa e veio vindo 
gingando assim pro lado do alemão. Parou perto, balançou 
o corpo e ... pimba! O alemão deu-lhe uma porrada na 
cabeça com tanta força que quase desmonta o brasileiro. 
 Como, minha senhora? Qual é o fim da história? Pois a 
história termina aí, madame. Termina ai que é pros 
brasileiros perderem essa mania de pisar macio e pensar 
que são malandros do que os outros. 
(Stanislau Ponte Preta, Dois amigos e uma chato,São 
Paulo, Moderna, 1986.) 
 
Língua Padrão 
Introdução 
As línguas são um conjunto variado de formas linguísticas, 
cada uma tendo sua gramática, sua organização 
estrutural. Cientificamente, nenhuma forma linguística é 
melhor que outra, exceto se não a virmos como ciência, 
mas sim, tendo como critério o preconceito ou o gosto 
pessoal. 
Porém, é certo que há uma diferenciação valorativa 
proveniente não da diferença de formas, mas do 
significado social que adquirem na sociedade. 
Costumamos medir nossas palavras? Porque o ouvinte 
julga além do que se diz, também quem diz, identificando 
assim, a classe social, a região, o ponto de vista, a 
escolaridade, a intenção..., ou seja, a linguagem é também 
um índice de poder. 
Assim, este artigo procura mostrar como a língua padrão é 
privilegiada, ou seja, socialmente aceitável, de falar ou 
escrever. 
 
Língua padrão: um "peixe ensaboado"? 
A língua padrão na sua origem é a língua do poder político, 
econômico e social. Suas formas são asseguradas pelo 
processo social coercitivo agindo em várias direções. Uma 
delas é a própria escola que funciona para transmitir e 
conservar a língua "certa". Outra força é a dos próprios 
usuários da língua que lutam para alcançar a língua 
padrão porque sabem que não usá-las em certos 
contextos implica censura, discriminação e bloqueio à 
ascensão social. 
Entretanto, se todos concordam com a existência e com as 
vantagens da língua padrão, pouca gente - se é que existe 
- é capaz de descrevê-la rigorosamente. Portanto a " 
língua padrão" é um peixe ensaboado! 
Para que não haja “desespero", existem alguns aspectos 
que devem ser observados quando se fala em língua 
padrão: 
a- A língua padrão não é uniforme, ela admite variações. 
Algumas delas são: 
Variação geográfica - De uma região para outra, o padrão 
aceita diferenças de pronúncia, de vocabulário e de 
sintaxe. Porém, não são todas as variações que são 
aceitas. O grau de aceitação depende da importância 
social e econômica da região de origem. 
Níveis de formalidade - O mesmo usuário da língua 
empregará formas linguísticas diferentes de acordo com as 
situações vivenciadas. 
Diferenças estilísticas - Cada usuário da língua tem um 
estilo próprio. 
Língua oral e língua escrita - O padrão oral é mais flexível 
que o padrão escrito. 
b- A língua padrão muda no tempo. Existem algumas 
consequências dessas mudanças: 
Imprecisão de suas características - Quando há uma 
tendência forte na linguagem oral em "fugir" da língua 
padrão e, consequentemente, passa também a fazer parte 
da linguagem escrita. 
"Convivência" entre formas arcaicas e contemporâneas - 
As "novidades" lentamente vão se popularizando e 
disseminando até o momento em que ninguém consegue 
perceber a nova forma como erro. 
 
Língua Padrão: há um referencial? 
Tradicionalmente, a referência era a dos bons escritores 
do passado. Mas, no mundo contemporâneo é levado em 
consideração os meios de comunicação social. 
Diante disto, é importante que aquele que pretende 
dominar a língua não se limite a decorar regras, e sim, 
torne-se parte ativa e integrante da língua que fala e 
escreve. 
O primeiro passo que deve ser dado nesse sentido é 
diversificar as fontes de referência da língua padrão. Não 
podemos nos limitar a uma só gramática tradicional e 
devemos vê-las cautelosamente, uma vez que trabalham 
normalmente com exemplos literários de autores antigos, 
são conservadoras, quando não intolerantes, diante dos 
sinais de mudança da língua. 
Outra fonte importante de referência são os meios de 
comunicação de massa que têm produzido seus próprios 
manuais de redação procurando padronizar a linguagem 
do veículo, estabelecendo um padrão próprio. Mas 
também devemos ter cautela, já que em muitos aspectos 
esses manuais reproduzem (mal) normas das gramáticas 
tradicionais a que eles mesmos desobedecem... 
 
VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS 
 
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 11 
 
 
Variação linguística é um fenômeno que 
acontece com a língua e pode ser compreendida através 
das variações históricas e regionais. Em um mesmo país, 
com um único idioma oficial, a língua pode sofrer diversas 
alterações feitas por seus falantes. Como não é um 
sistema fechado e imutável, a língua portuguesa ganha 
diferentes nuances. O português que é falado no Nordeste 
do Brasil pode ser diferente do português falado no Sul do 
país. Claro que um idioma nos une, mas as variações 
podem ser consideráveis e justificadas de acordo com a 
comunidade na qual se manifesta. 
As variações acontecem porque o princípio 
fundamental da língua é a comunicação, então é 
compreensível que seus falantes façam rearranjos de 
acordo com suas necessidades comunicativas. Os 
diferentes falares devem ser considerados como 
variações, e não como erros. Quando tratamos as 
variações como erro, incorremos no preconceito linguístico 
que associa, erroneamente, a língua ao status. O 
português falado em algumas cidades do interior do estado 
de São Paulo, por exemplo, pode ganhar o estigma 
pejorativo de incorreto ou inculto, mas, na verdade, essas 
diferenças enriquecem esse patrimônio cultural que é a 
nossa língua portuguesa. 
 
 
O modo de falar do brasileiro 
 
Toda língua possui variações linguísticas. Elas podem ser 
entendidas por meio de sua história no tempo (variação 
histórica) e no espaço (variação regional). As variações 
linguísticas podem ser compreendidas a partir de três 
diferentes fenômenos. 
 
1) Em sociedades complexas convivem variedades 
linguísticas diferentes, usadas por diferentes grupos 
sociais, com diferentes acessos à educação formal; note 
que as diferenças tendem a ser maiores na língua falada 
que na língua escrita; 
2) Pessoas de mesmo grupo social expressam-se com 
falas diferentes de acordo com as diferentes situações de 
uso, sejam situações formais, informais ou de outro tipo; 
3) Há falares específicos para grupos específicos, como 
profissionais de uma mesma área (médicos, policiais, 
profissionaisde informática, metalúrgicos, alfaiates, por 
exemplo), jovens, grupos marginalizados e outros. São as 
gírias e jargões. 
Assim, além do português padrão, há outras variedades de 
usos da língua cujos traços mais comuns podem ser 
evidenciados abaixo. 
 
Uso de “r” pelo “l” em final de sílaba e nos grupos 
consonantais: pranta/planta; broco/bloco. 
Alternância de “lh” e “i”: muié/mulher; véio/velho. 
Tendência a tornar paroxítonas as palavras 
proparoxítonas: arve/árvore; figo/fígado. 
Redução dos ditongos: caxa/caixa; pexe/peixe. 
Simplificação da concordância: as menina/as meninas. 
Ausência de concordância verbal quando o sujeito vem 
depois do verbo: “Chegou” duas moças. 
Uso do pronome pessoal tônico em função de objeto (e 
não só de sujeito): Nós pegamos “ele” na hora. 
Assimilação do “ndo” em “no”( falano/falando) ou do 
“mb” em “m” (tamém/também). 
Desnasalização das vogais postônicas: home/homem. 
Redução do “e” ou “o” átonos: ovu/ovo; bebi/bebe. 
Redução do “r” do infinitivo ou de substantivos em “or”: 
amá/amar; amô/amor. 
Simplificação da conjugação verbal: eu amo, você ama, 
nós ama, eles ama. 
 
 
Variações regionais: os sotaques 
Se você fizer um levantamento dos nomes que as pessoas 
usam para a palavra "diabo", talvez se surpreenda. Muita 
gente não gosta de falar tal palavra, pois acreditam que há 
o perigo de evocá-lo, isto é, de que o demônio apareça. 
Alguns desses nomes aparecem em o "Grande Sertão: 
Veredas", Guimarães Rosa, que traz uma linguagem muito 
característica do sertão centro-oeste do Brasil: 
 
Demo, Demônio, Que-Diga, Capiroto, Satanazim, Diabo, 
Cujo, Tinhoso, Maligno, Tal, Arrenegado, Cão, 
Cramunhão, O Indivíduo, O Galhardo, O pé-de-pato, O 
Sujo, O Homem, O Tisnado, O Coxo, O Temba, O 
Azarape, O Coisa-ruim, O Mafarro, O Pé-preto, O Canho, 
O Duba-dubá, O Rapaz, O Tristonho, O Não-sei-que-diga, 
O Que-nunca-se-ri, O sem gracejos, Pai do Mal, Terdeiro, 
Quem que não existe, O Solto-Ele, O Ele, Carfano, 
Rabudo. 
 
Drummond de Andrade, grande escritor brasileiro, que 
elabora seu texto a partir de uma variação linguística 
relacionada ao vocabulário usado em uma determinada 
época no Brasil. 
 
Antigamente 
"Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e 
eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: 
completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, 
mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, 
arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do 
balaio." 
 
Como escreveríamos o texto acima em um português de 
hoje, do século 21? Toda língua muda com o tempo. Basta 
lembrarmos que do latim, já transformado, veio o 
português, que, por sua vez, hoje é muito diferente 
daquele que era usado na época medieval. 
 
Língua e status 
Nem todas as variações linguísticas têm o mesmo 
prestígio social no Brasil. Basta lembrar de algumas 
variações usadas por pessoas de determinadas classes 
sociais ou regiões, para perceber que há preconceito em 
relação a elas. 
 
Veja este texto de Patativa do Assaré, um grande poeta 
popular nordestino, que fala do assunto: 
 
 
O Poeta da Roça 
Sou fio das mata, canto da mão grossa, 
http://www.portugues.com.br/redacao/variacao-linguistica-lingua-movimento.html
http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1706u79.jhtm
http://educacao.uol.com.br/portugues/ult1706u80.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/klick/0,5387,1936-biografia-9,00.jhtm
http://educacao.uol.com.br/geografia/ult1694u72.jhtm
http://educacao.uol.com.br/biografias/ult1789u426.jhtm
 
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 12 
 
 
Trabáio na roça, de inverno e de estio. 
A minha chupana é tapada de barro, 
Só fumo cigarro de paia de mío. 
 
Sou poeta das brenha, não faço o papé 
De argun menestré, ou errante cantô 
Que veve vagando, com sua viola, 
Cantando, pachola, à percura de amô. 
Não tenho sabença, pois nunca estudei, 
Apenas eu sei o meu nome assiná. 
Meu pai, coitadinho! Vivia sem cobre, 
E o fio do pobre não pode estudá. 
 
Meu verso rastero, singelo e sem graça, 
Não entra na praça, no rico salão, 
Meu verso só entra no campo e na roça 
Nas pobre paioça, da serra ao sertão. 
(...) 
 
Você acredita que a forma de falar e de escrever 
comprometeu a emoção transmitida por essa poesia? 
Patativa do Assaré era analfabeto (sua filha é quem 
escrevia o que ele ditava), mas sua obra atravessou o 
oceano e se tornou conhecida mesmo na Europa. 
 
Leia agora, um poema de um intelectual e poeta brasileiro, 
Oswald de Andrade, que, já em 1922, enfatizou a busca 
por uma "língua brasileira". 
 
Vício na fala 
Para dizerem milho dizem mio 
Para melhor dizem mió 
Para pior pió 
Para telha dizem teia 
Para telhado dizem teiado 
E vão fazendo telhados. 
 
Uma certa tradição cultural nega a existência de 
determinadas variedades linguísticas dentro do país, o que 
acaba por rejeitar algumas manifestações linguísticas por 
considerá-las deficiências do usuário. Nesse sentido, 
vários mitos são construídos, a partir do preconceito 
linguístico. 
 
 
TIPOS DE VARIAÇÕES DA LÍNGUA 
 
A linguagem é a característica que nos difere dos demais 
seres, permitindo-nos a oportunidade de expressar 
sentimentos, revelar conhecimentos, expor nossa opinião 
frente aos assuntos relacionados ao nosso cotidiano, e, 
sobretudo, promovendo nossa inserção ao convívio social. 
 
E dentre os fatores que a ela se relacionam destacam-se 
os níveis da fala, que são basicamente dois: O nível de 
formalidade e o de informalidade. 
 
O padrão formal está diretamente ligado à linguagem 
escrita, restringindo-se às normas gramaticais de um modo 
geral. Razão pela qual nunca escrevemos da mesma 
maneira que falamos. Este fator foi determinante para a 
que a mesma pudesse exercer total soberania sobre as 
demais. 
 
Quanto ao nível informal, este por sua vez representa o 
estilo considerado “de menor prestígio”, e isto tem gerado 
controvérsias entre os estudos da língua, uma vez que 
para a sociedade, aquela pessoa que fala ou escreve de 
maneira errônea é considerada “inculta”, tornando-se 
desta forma um estigma. 
 
Compondo o quadro do padrão informal da linguagem, 
estão as chamadas variedades linguísticas, as quais 
representam as variações de acordo com as condições 
sociais, culturais, regionais e históricas em que é 
utilizada. Dentre elas destacam-se: 
 
Variações históricas: 
 
Dado o dinamismo que a língua apresenta, a mesma sofre 
transformações ao longo do tempo. Um exemplo bastante 
representativo é a questão da ortografia, se levarmos em 
consideração a palavra farmácia, uma vez que a mesma 
era grafada com “ph”, contrapondo-se à linguagem dos 
internautas, a qual fundamenta-se pela supressão do 
vocábulos. 
 
Analisemos, pois, o fragmento exposto: 
 
Antigamente 
“Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e 
eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: 
completavam primaveras, em geral dezoito. Os janotas, 
mesmo sendo rapagões, faziam-lhes pé-de-alferes, 
arrastando a asa, mas ficavam longos meses debaixo do 
balaio." Carlos Drummond de Andrade 
 
Comparando-o à modernidade, percebemos um 
vocabulário antiquado. 
 
Variações regionais: 
 
São os chamados dialetos, que são as marcas 
determinantes referentes a diferentes regiões. Como 
exemplo, citamos a palavra mandioca que, em certos 
lugares, recebe outras nomenclaturas, tais como: 
macaxeira e aipim. Figurando também esta modalidade 
estão os sotaques, ligados às características orais da 
linguagem. 
 
 
Variações sociais ou culturais: 
 
Estão diretamente ligadas aos grupos sociais de uma 
maneira geral e também ao grau de instrução de uma 
determinada pessoa. Como exemplo, citamos as gírias, 
os jargões e o linguajar caipira. 
 
As gírias pertencem ao vocabulário específico de certos 
grupos, como os surfistas, cantores de rap, tatuadores, 
entre outros. 
 
Os jargões estão relacionados ao profissionalismo, 
caracterizando um linguajar técnico. Representando a 
classe, podemos citar os médicos, advogados, 
profissionais daárea de informática, dentre outros. 
 
 
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Vejamos um poema e o trecho de uma música para 
entendermos melhor sobre o assunto: 
 
 
Vício na fala 
Para dizerem milho dizem mio 
Para melhor dizem mió 
Para pior pió 
Para telha dizem teia 
Para telhado dizem teiado 
E vão fazendo telhados. 
Oswald de Andrade 
 
 
 
CHOPIS CENTIS 
Eu “di” um beijo nela 
E chamei pra passear. 
A gente fomos no shopping 
Pra “mode” a gente lanchar. 
Comi uns bicho estranho, com um tal de gergelim. 
Até que “tava” gostoso, mas eu prefiro 
aipim. 
Quanta gente, 
Quanta alegria, 
A minha felicidade é um crediário nas 
Casas Bahia. 
Esse tal Chopis Centis é muito legalzinho. 
Pra levar a namorada e dar uns 
“rolezinho”, 
Quando eu estou no trabalho, 
Não vejo a hora de descer dos andaime. 
Pra pegar um cinema, ver Schwarzneger 
E também o Van Damme. 
(Dinho e Júlio Rasec, encarte CD Mamonas Assassinas, 
1995.) 
 
 
Redação 
A linguagem escrita tem identidade própria e não 
pretende ser mera reprodução da linguagem oral. Ao 
redigir, o indivíduo conta unicamente com o significado e a 
sonoridade das palavras para transmitir conteúdos 
complexos, estimular a imaginação do leitor, promover 
associação de ideias e ativar registros lógicos, sensoriais e 
emocionais da memória. 
Redação é o ato de exprimir ideias, por escrito, de 
forma clara e organizada. O ponto de partida para redigir 
bem é o conhecimento da gramática do idioma e do tema 
sobre o qual se escreve. Um bom roteiro de redação deve 
contemplar os seguintes passos: escolha da forma que se 
pretende dar à composição, organização das ideias sobre 
o tema, escolha do vocabulário adequado e concatenação 
das ideias segundo as regras linguísticas e gramaticais. 
Para adquirir um estilo próprio e eficaz é 
conveniente ler e estudar os grandes mestres do idioma, 
clássicos e contemporâneos; redigir frequentemente, para 
familiarizar-se com o processo e adquirir facilidade de 
expressão; e ser escrupuloso na correção da composição, 
retificando o que não saiu bem na primeira tentativa. É 
importante também realizar um exame atento da realidade 
a ser retratada e dos eventos a que o texto se refere, 
sejam eles concretos, emocionais ou filosóficos. O 
romancista, o cientista, o burocrata, o legislador, o 
educador, o jornalista, o biógrafo, todos pretendem 
comunicar por escrito, a um público real, um conteúdo que 
quase sempre demanda pesquisa, leitura e observação 
minuciosa de fatos empíricos. A capacidade de observar 
os dados e apresentá-los de maneira própria e individual 
determina o grau de criatividade do escritor. 
Para que haja eficácia na transmissão da 
mensagem, é preciso ter em mente o perfil do leitor a 
quem o texto se dirige, quanto a faixa etária, nível cultural 
e escolar e interesse específico pelo assunto. Assim, um 
mesmo tema deverá ser apresentado diferentemente ao 
público infantil, juvenil ou adulto; com formação 
universitária ou de nível técnico; leigo ou especializado. As 
diferenças hão de determinar o vocabulário empregado, a 
extensão do texto, o nível de complexidade das 
informações, o enfoque e a condução do tema principal a 
assuntos correlatos. 
Organização das ideias. O texto artístico é em geral 
construído a partir de regras e técnicas particulares, 
definidas de acordo com o gosto e a habilidade do autor. 
Já o texto objetivo, que pretende antes de mais nada 
transmitir informação, deve fazê-lo o mais claramente 
possível, evitando palavras e construções de sentido 
ambíguo. 
Para escrever bem, é preciso ter ideias e saber 
concatená-las. Entrevistas com especialistas ou a leitura 
de textos a respeito do tema abordado são bons recursos 
para obter informações e formar juízos a respeito do 
assunto sobre o qual se pretende escrever. A observação 
dos fatos, a experiência e a reflexão sobre seu conteúdo 
podem produzir conhecimento suficiente para a formação 
de ideias e valores a respeito do mundo circundante. 
É importante evitar, no entanto, que a massa de 
informações se disperse, o que esvaziaria de conteúdo a 
redação. Para solucionar esse problema, pode-se fazer um 
roteiro de itens com o que se pretende escrever sobre o 
tema, tomando nota livremente das ideias que ele suscita. 
O passo seguinte consiste em organizar essas ideias e 
encadeá-las segundo a relação que se estabelece entre 
elas. 
Vocabulário e estilo. Embora quase todas as 
palavras tenham sinônimos, dois termos quase nunca têm 
exatamente o mesmo significado. Há sutilezas que 
recomendam o emprego de uma ou outra palavra, de 
acordo com o que se pretende comunicar. Quanto maior o 
vocabulário que o indivíduo domina para redigir um texto, 
mais fácil será a tarefa de comunicar a vasta gama de 
sentimentos e percepções que determinado tema ou 
objeto lhe sugere. 
Como regras gerais, consagradas pelo uso, deve-se 
evitar arcaísmos e neologismos e dar preferência ao 
vocabulário corrente, além de evitar cacofonias (junção de 
vocábulos que produz sentido estranho à ideia original, 
como em "boca dela") e rimas involuntárias (como na 
frase, "a audição e a compreensão são fatores 
indissociáveis na educação infantil"). O uso repetitivo de 
palavras e expressões empobrece a escrita e, para evitá-
lo, devem ser escolhidos termos equivalentes. 
A obediência ao padrão culto da língua, regido por 
normas gramaticais, linguísticas e de grafia, garante a 
eficácia da comunicação. Uma frase gramaticalmente 
incorreta, sintaticamente mal estruturada e grafada com 
erros é, antes de tudo, uma mensagem ininteligível, que 
 
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não atinge o objetivo de transmitir as opiniões e ideias de 
seu autor. 
Tipos de redação. Todas as formas de expressão 
escrita podem ser classificadas em formas literárias -- 
como as descrições e narrações, e nelas o poema, a 
fábula, o conto e o romance, entre outros -- e não-
literárias, como as dissertações e redações técnicas. 
Descrição. Descrever é representar um objeto 
(cena, animal, pessoa, lugar, coisa etc.) por meio de 
palavras. Para ser eficaz, a apresentação das 
características do objeto descrito deve explorar os cinco 
sentidos humanos -- visão, audição, tato, olfato e paladar -
-, já que é por intermédio deles que o ser humano toma 
contato com o ambiente. 
A descrição resulta, portanto, da capacidade que o 
indivíduo tem de perceber o mundo que o cerca. Quanto 
maior for sua sensibilidade, mais rica será a descrição. Por 
meio da percepção sensorial, o autor registra suas 
impressões sobre os objetos, quanto ao aroma, cor, sabor, 
textura ou sonoridade, e as transmite para o leitor. 
Narração. O relato de um fato, real ou imaginário, é 
denominado narração. Pode seguir o tempo cronológico, 
de acordo com a ordem de sucessão dos acontecimentos, 
ou o tempo psicológico, em que se privilegiam alguns 
eventos para atrair a atenção do leitor. A escolha do 
narrador, ou ponto de vista, pode recair sobre o 
protagonista da história, um observador neutro, alguém 
que participou do acontecimento de forma secundária ou 
ainda um espectador onisciente, que supostamente esteve 
presente em todos os lugares, conhece todos os 
personagens, suas ideias e sentimentos. 
A apresentação dos personagens pode ser feita 
pelo narrador, quando é chamada de direta, ou pelas 
próprias ações e comportamentos deste, quando é dita 
indireta. As falas também podem ser apresentadas de três 
formas: (1) discurso direto, em que o narrador transcreve 
de forma exata a fala do personagem; (2) discurso indireto, 
no qual o narrador conta o que o personagem disse, 
lançando mão dos verbos chamados dicendi ou de 
elocução, que indicam quem está com a palavra, como por 
exemplo "disse", "perguntou", "afirmou" etc.; e (3) discurso 
indireto livre, em que se misturam os dois tipos anteriores. 
O conjunto dos acontecimentos em que os 
personagens se envolvem chama-se enredo. Pode ser 
linear, segundoa sucessão cronológica dos fatos, ou não-
linear, quando há cortes na sequência dos 
acontecimentos. É comumente dividido em exposição, 
complicação, clímax e desfecho. 
Dissertação. A exposição de ideias a respeito de um 
tema, com base em raciocínios e argumentações, é 
chamada dissertação. Nela, o objetivo do autor é discutir 
um tema e defender sua posição a respeito dele. Por essa 
razão, a coerência entre as ideias e a clareza na forma de 
expressão são elementos fundamentais. 
A organização lógica da dissertação determina sua 
divisão em introdução, parte em que se apresenta o tema 
a ser discutido; desenvolvimento, em que se expõem os 
argumentos e ideias sobre o assunto, fundamentando-se 
com fatos, exemplos, testemunhos e provas o que se quer 
demonstrar; e conclusão, na qual se faz o desfecho da 
redação, com a finalidade de reforçar a ideia inicial. 
Texto jornalístico e publicitário. O texto jornalístico 
apresenta a peculiaridade de poder transitar por todos os 
tipos de linguagem, da mais formal, empregada, por 
exemplo, nos periódicos especializados sobre ciência e 
política, até aquela extremamente coloquial, utilizada em 
publicações voltadas para o público juvenil. Apesar dessa 
aparente liberdade de estilo, o redator deve obedecer ao 
propósito específico da publicação para a qual escreve e 
seguir regras que costumam ser bastante rígidas e 
definidas, tanto quanto à extensão do texto como em 
relação à escolha do assunto, ao tratamento que lhe é 
dado e ao vocabulário empregado. 
O texto publicitário é produzido em condições 
análogas a essas e ainda mais estritas, pois sua intenção, 
mais do que informar, é convencer o público a consumir 
determinado produto ou apoiar determinada ideia. Para 
isso, a resposta desse mesmo público é periodicamente 
analisada, com o intuito de avaliar a eficácia do texto. 
Redação técnica. Há diversos tipos de redação não-
literária, como os textos de manuais, relatórios 
administrativos, de experiências, artigos científicos, teses, 
monografias, cartas comerciais e muitos outros exemplos 
de redação técnica e científica. 
Embora se deva reger pelos mesmos princípios de 
objetividade, coerência e clareza que pautam qualquer 
outro tipo de composição, a redação técnica apresenta 
estrutura e estilo próprios, com forte predominância da 
linguagem denotativa. Essa distinção é basicamente 
produzida pelo objetivo que a redação técnica persegue: o 
de esclarecer e não o de impressionar. 
As dissertações científicas, elaboradas segundo 
métodos rigorosos e fundamentadas geralmente em 
extensa bibliografia, obedecem a padrões de estruturação 
do texto criados e divulgados pela Associação Brasileira 
de Normas Técnicas (ABNT). A apresentação dos 
trabalhos científicos deve incluir, nessa ordem: capa; folha 
de rosto; agradecimentos, se houver; sumário; sinopse ou 
resumo; listas (de ilustrações, tabelas, gráficos etc.); o 
texto do trabalho propriamente dito, dividido em 
introdução, método, resultados, discussão e conclusão; 
apêndices e anexos; bibliografia; e índice. 
A preparação dos originais também obedece a algumas 
normas definidas pela ABNT e pelo Instituto Brasileiro de 
Bibliografia e Documentação (IBBD) para garantia de 
uniformidade. Essas normas dizem respeito às dimensões 
do papel, ao tamanho das margens, ao número de linhas 
por página e de caracteres ou espaços por linha, à 
entrelinha e à numeração das páginas, entre outras 
características. 
 
 
RELAÇÕES ENTRE SONS E LETRAS, PRONÚNCIA 
E GRAFIA 
 
FONÉTICA 
 
É a parte da gramática que estuda os sons da fala 
humana, ou seja, os fonemas. 
 
1. Fonemas 
Fonemas são sons da fala humana que, sós ou 
combinados, formam as sílabas que, por sua vez, formam 
as palavras. 
 
2. Fonemas e Sílabas - Diferença 
Não há que confundir fonema e sílaba, são coisas bem 
diferentes. Uma sílaba pode conter um (a-go-ra), dois (a-
 
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go-ra), três (es-tre-la), quatro (cris-tão) e até cinco 
(felds-pa-to) fonemas. 
 
3. Letras 
Letras são as representações gráficas (símbolos 
convencionados) dos fonemas. 
 
4. Fonema e Letra - Diferença 
Fonema pronuncia-se e ouve-se; letra escreve-se e vê-
se. 
Uma palavra pode ter igual número de fonemas e 
letras: 
 
cabelo - 6 letras e 6 fonemas. 
 
O número de letras pode ser maior do que o 
número de fonemas: 
 
hoje - 4 letras e 3 fonemas, pois o “h” não é pronunciado; 
 
guerra - 6 letras e 4 fonemas, pois os dígrafos “gu” e “rr” 
representam apenas um fonema cada um; 
 
tanto - 5 letras e 4 fonemas, pois o “n” apenas faz com que 
o “a” seja nasalizado. 
 
Há, ainda, palavras que possuem mais fonemas do 
que letras: 
 
tóxico - 6 letras e 7 fonemas, pois o “x” equivale a /ks/. 
 
Por outro lado, um mesmo fonema pode ser 
representado por letras diferentes, como podem, também, 
fonemas diferentes ser representados por uma mesma 
letra: 
 
mesa, beleza - as letras s e z representam o mesmo 
fonema /z/; 
 
texto (x = /s/), exame (x = /z/), sexo (x = /ks/), máximo (x = 
/ss/), lixo (x = /ch/) - em cada uma o “x” representa 
fonemas diferentes. 
 
Por aí se vê que não há, rigorosamente, um símbolo 
gráfico (letra) para cada fonema de nossa língua. Essa 
discrepância entre fonemas e letras é a responsável pela 
maior parte das dificuldades ortográficas que enfrentamos. 
 
Nome da letra 
Não confunda o nome da letra com o fonema 
respectivo. Assim, ele, eme, erre, cê são os nomes das 
letras l, m, r, c. 
Os fonemas são os sons que a leitura dessas letras 
produz na palavra. 
 
 
Classificação dos Fonemas 
 
a) VOGAIS 
Não são simplesmente as letras a, e, i, o, u. Em quilo, 
a letra u nem é fonema. 
A vogal é fonema básico de toda sílaba. Não há sílaba 
sem vogal e não pode haver mais de uma vogal numa 
sílaba. Por outra, o número de vogais de um vocábulo é 
igual ao número de sílabas; inversamente, o número de 
sílabas é igual ao número de vogais. 
 
b) CONSOANTES 
Como o próprio nome sugere (com + soante = soar 
com), consoantes são os fonemas que, para serem 
emitidos, necessitam do amparo de outros fonemas, ou 
seja, das vogais. 
 
EX: B /, / C /, / D /, / F /, / G 
SEDA, CURSO, AMIGO 
 
c) SEMIVOGAIS 
Constituem os fonemas intermediários entre as vogais 
e as consoantes. São, na prática, o “I” e o “U”, quando, 
ao lado de uma vogal autêntica, soam levemente, sem a 
força de vogal. O “e” e o “o”, sempre que, na mesma 
circunstância, forem pronunciados, respectivamente, como 
“i” e “u”, também serão semivogais. 
Comparem-se as diferenças de intensidades dos 
fonemas grifados, nas palavras que seguem: 
 
Semivogais Vogais 
pais país 
mau baú 
mágoa Pessoa 
vídeo Leo 
 
Grupos ou Encontros Vocálicos 
 
Chamam-se assim os grupos ou encontros constituídos 
de dois ou mais fonemas vocálicos (vogais e semivogais). 
 
a) DITONGO 
É o grupo constituído de uma vogal e uma semivogal 
ou vice-versa. 
O ditongo pode ser: 
crescente - quando a semivogal vem antes: série, água, 
vítreo, nódoa, quando, frequente; 
decrescente - quando a semivogal vem depois: leite, baixo, 
céu, herói, mão mãe, põe, muito. 
 
 
b) HIATO 
 
É o encontro de duas vogais: pessoa, guria, saúde, 
saída, coordenar. 
 
Observação: 
Todas as vogais repetidas constituem hiatos e, por 
isso, devem ser pronunciadas separadamente: crêem, 
caatinga, vôo, niilismo. 
 
c) TRITONGO 
É o grupo formado por uma vogal entre duas 
semivogais: quais, saguão. 
 
Os tritongos podem ser: 
orais - quando emitidos sem a participação das fossas 
nasais: Uruguai, desiguais; 
nasais - quando emitidos com a participação das fossas 
nasais: saguão, saguões, enxáguam, águem. 
 
Encontros Consonantais 
 
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São as sequências de duas ou mais consoantes: vidro, 
digno, escrita. 
 
Observação: 
Os encontros consonantais disjuntos (separados 
silabicamente), como os de “advogados”, “ritmo”, “opção”,“digno”, por serem de difícil elocução, têm proporcionado 
verdadeiras aberrações fonéticas e até ortográficas. É 
comum ouvirmos e às vezes até vemos tais palavras 
escritas assim: “adevogados”, “rítimo”, “opição”, “diguino”. 
Note-se que, assim, são acrescidas de um fonema e uma 
sílaba. 
 
Dígrafos 
São os grupos de duas letras representando um 
fonema apenas. Não confundamos dígrafo (2 letras = 1 
fonema) com encontro consonantal (cada letra = 1 
fonema). 
 
Estes são os dígrafos: 
ch, lh, nh  cheio, filho, ninho; 
gu, qu, (com o u mudo)  guindaste, querido, requinte, 
segue; 
rr, ss  terra, morro, isso, passa; 
sc, xc (antes de e e de i)  piscina, exceto; 
sç  nasça, desça; 
 
TESTES – BANCA FAURGS E CONESUL 
 
1) As palavras abaixo foram retiradas do texto. Assinale a 
alternativa que contém apenas palavras com dígrafos. 
(A) acossado – escroques – oxalá – consciência 
(B) compromissos – quando – iídiche – acossado 
(C) onisciente – pessoa – frequência – claríssimo 
(D) pessoa – chuveiro – queria – claríssimo 
(E) consciência – quase – oxalá – onisciente 
 
 
2) Assinale a alternativa em que as palavras apresentam, 
respectivamente, ditongo, hiato e dígrafo consonantal, de 
acordo com a pronúncia padrão do português brasileiro. 
 
(A) fósseis (l. 07) – poluindo (l. 02) – muito (l. 34) 
(B) país (l. 41) – poluídos (l. 42) – território (l. 15) 
(C) maneira (l. 37) – poluídos (l. 42) – chegou (l. 22) 
(D) importância (l. 24) – início (l. 37) – padrão (l. 18) 
(E) poluindo (l. 02) – asiático (l. 16) – significa (l. 
19). 
 
 
3) Fonética é a parte da gramática que estuda os sons da 
fala ou fonemas. Sabemos que existe a palavra falada e a 
palavra escrita. Para escrever, usamos letras, que 
pronunciadas, representam um som. Esse som é o 
fonema. Os símbolos que representam graficamente os 
fonemas são chamados de letras. Nem sempre o número 
de letras das palavras corresponde ao de fonemas. 
Diante disso, observe as palavras a seguir e assinale a 
alternativa incorreta: 
a) Complexo: 8 letras, 8 fonemas 
b) Amanhecer: 9 letras, 8 fonemas. 
c) Chatice: 7 letras, 6 fonemas. 
d) Galinha: 7 letras, 7 fonemas. 
 
 
4) Assinale a opção em que o x de todos os vocábulos não 
tem o som de /ks/. 
a) tóxico – axila – táxi. 
b) táxi – êxtase – exame. 
c) exportar – prolixo – nexo. 
d) tóxico – prolixo – nexo. 
e) exército – êxodo – exportar 
 
5) Alguns vocábulos sofrem alteração de timbre da vogal 
tônica ao serem flexionados, como ocorre em olho – 
olhos. 
O mesmo fenômeno pode ser verificado na seguinte 
palavra do texto: 
a) bonecas 
b) concerto 
c) lamentável 
d) infortúnio 
e) defeituosos 
 
 
6) Assinale a alternativa cujas informações acerca de 
palavras do texto estejam corretas. 
a) Em inteira (l. 02) há 6 fonemas, devido à 
ocorrência de um dígrafo. 
b) Na palavra determinado (l. 04), ocorre um dígrafo, 
representado por rm. 
c) Em conhecimentos (l. 11), o segmento nh 
representa um encontro consonantal. 
d) Nas palavras texto (l. 20) e deixam (l. 21), a 
letra x representa o mesmo fonema. 
e) A palavra cabides (l. 25) possui o mesmo número 
de letras e de fonemas. 
 
GABARITO: 
1) D 
2) C 
3) A 
4) E 
5) E 
6) E 
 
 
ORTOGRAFIA OFICIAL 
 
Ao escrever uma palavra com som de 
s, de z, de x ou de j, deve-se procurar a 
origem dela, pois, na Língua Portuguesa, a 
palavra primitiva, em muitos casos, indica 
como deveremos escrever a palavra derivada. 
 
Ç 
Escreveremos com -ção as palavras derivadas de 
vocábulos terminados em -to, -tor, -tivo e os substantivos 
formados pela posposição do -ção ao tema de um verbo 
(Tema é o que sobra, quando se retira a desinência de 
infinitivo - r - do verbo). 
 
Portanto deve-se procurar a origem da palavra terminada 
em -ção. Por exemplo: Donde provém a palavra 
conjunção? Resposta: provém de conjunto. Por isso, 
escrevemo-la com ç. 
 
APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS 
 
 
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Exemplos: 
 erudito = erudição 
 exceto = exceção 
 setor = seção 
 intuitivo = intuição 
 redator = redação 
 ereto = ereção 
 educar - r + ção = educação 
 exportar - r + ção = exportação 
 repartir - r + ção = repartição 
 
Escreveremos com -tenção os substantivos 
correspondentes aos verbos derivados do verbo ter. 
 
Exemplos: 
 manter = manutenção 
 reter = retenção 
 deter = detenção 
 conter = contenção 
 
Escreveremos com -çar os verbos derivados de 
substantivos terminados em -ce. 
 
Exemplos: 
 alcance = alcançar 
 lance = lançar 
 
S 
Escreveremos com -s- as palavras derivadas de verbos 
terminados em -nder e –ndir 
 
Exemplos: 
 pretender = pretensão 
 defender = defesa, defensivo 
 despender = despesa 
 compreender = compreensão 
 fundir = fusão 
 expandir = expansão 
 
Escreveremos com -s- as palavras derivadas de verbos 
terminados em -erter, -ertir e -ergir. 
 
Exemplos: 
 perverter = perversão 
 converter = conversão 
 reverter = reversão 
 divertir = diversão 
 aspergir = aspersão 
 imergir = imersão 
 
Escreveremos -puls- nas palavras derivadas de verbos 
terminados em -pelir e -curs-, nas palavras derivadas de 
verbos terminados em -correr. 
 
Exemplos: 
 expelir = expulsão 
 impelir = impulso 
 compelir = compulsório 
 concorrer = concurso 
 discorrer = discurso 
 percorrer = percurso 
 
Escreveremos com -s- todas as palavras terminadas em -
oso e -osa, com exceção de gozo. 
 
Exemplos: 
 gostosa 
 glamorosa 
 saboroso 
 horroroso 
 
Escreveremos com -s- todas as palavras terminadas em -
ase, -ese, -ise e -ose, com exceção de gaze e deslize. 
 
Exemplos: 
 fase 
 crase 
 tese 
 osmose 
 
Escreveremos com -s- as palavras femininas terminadas 
em -isa. 
 
Exemplos: 
 poetisa 
 profetisa 
 Heloísa 
 Marisa 
 
Escreveremos com -s- toda a conjugação dos verbos pôr, 
querer e usar. 
 
Exemplos: 
 Eu pus 
 Ele quis 
 Nós usamos 
 Eles quiseram 
 Quando nós quisermos 
 Se eles usassem 
 
Ç ou S? 
 
Após ditongo, escreveremos com -ç-, quando houver 
som de s, e escreveremos com -s-, quando houver som de 
z. 
 
Exemplos: 
 eleição 
 traição 
 Neusa 
 coisa 
 
 
S ou Z? 
 
Escreveremos com -s- as palavras terminadas em -ês e -
esa que indicarem nacionalidades, títulos ou nomes 
próprios. 
 
Exemplos: 
 português 
 norueguesa 
 marquês 
 duquesa 
 Inês 
 
APOSTILA ELABORADA PELA EMPRESA DIGITAÇÕES & CONCURSOS 
 
 
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 Teresa 
 
Escreveremos com -z- as palavras terminadas em -ez e -
eza, substantivos abstratos que provêm de adjetivos, 
ou seja, palavras que indicam a existência de uma 
qualidade. 
 
Exemplos: 
 embriaguez 
 limpeza 
 lucidez 
 nobreza 
 acidez 
 pobreza 
 
 
Escreveremos com -s- os verbos terminados em -isar, 
quando a palavra primitiva já possuir o -s-. 
 
Exemplos: 
 análise = analisar 
 pesquisa = pesquisar 
 paralisia = paralisar 
 
Escreveremos com -z- os verbos terminados em -izar, 
quando a palavra primitiva não possuir -s-. 
 
Exemplos: 
 economia = economizar 
 terror = aterrorizar 
 frágil = fragilizar 
Cuidado: 
 catequese = catequizar 
 síntese = sintetizar 
 hipnose = hipnotizar 
 batismo = batizar 
 
Escreveremos com -s- os diminutivos terminados em -
sinho e -sito, quando a palavra primitiva já possuir o -s- 
no final do radical. 
 
Exemplos: 
 casinha 
 asinha 
 portuguesinho 
 camponesinha 
 Teresinha 
 Inesita 
 
Escreveremos com -z- os diminutivos terminados em -
zinho e -zito, quando a palavra primitiva não possuir -s- 
no final do radical. 
 
Exemplos: 
 mulherzinha 
 arvorezinha 
 alemãozinho 
 aviãozinho 
 pincelzinho 
 corzinha 
 
SS 
 
Escreveremos com -cess- as palavras derivadas de 
verbos terminados em -ceder. 
 
Exemplos: 
 anteceder = antecessor 
 exceder = excesso 
 conceder = concessão 
 
Escreveremos com -press- as palavras

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