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nutritotal.com.br/pro Terapia Nutricional para o paciente com COVID-19 sob cuidados intensivos ASPEN (01 de abril de 2020) Professor: Maria de Lourdes Teixeira da Silva A TN do paciente com COVID-19 deve seguir os princípios básicos e recomendações dos cuidados nutricionais do doente crítico, de acordo com ASPEN e ESPEN nessas 8 recomendações. Específico para esses pacientes é a necessidade de promover estratégias para ajudar a reduzir frequência da interação dos profissionais com os pacientes, minimizar a contaminação adicional de equipamentos e evitar o transporte de pacientes para fora da UTI. Algumas medidas gerais relacionadas a TN devem ser adotadas como: - NE contínua mais que intermitente ou em bolus, - Calcular necessidades energéticas por equações baseadas o peso - Evitar avaliação do volume residual gástrico (VRG) como indicador de tolerância A NE - Evitar uso de endoscopia ou fluoroscopia para posicionamento da SE Considerar que a maioria dos pacientes com COVID-19 vai tolerar bem a NE e se beneficiar da resposta fisiológica favorável a nutrição intestinal. Possivelmente a indicação de NP nesses pacientes é mais baixa que a de outros grupos de doentes críticos. nutritotal.com.br/pro Assim, a NE deve ter em consideração 3 princípios: 1. Imprimir cuidados para limitar a exposição da equipe ao vírus 2. Aderir as recomendações do CDC para minimizar aerossóis, exposição a gotículas com ênfase a lavagem de mãos e utilização de EPIs para proteger a equipe e limitar a propagação da doença. 3. Preservar o uso EPIs, considerando oferta limitada, pela limitação do número de pessoas envolvidas no cuidado. Recomendação 1. Avaliação nutricional 1. Aderir a recomendações da instituição 2. Considerar de um lado a necessidade do uso de EPIs em pacientes com COVID-19 e de outro a sua disponibilidade limitada. 3. Considerar possibilidade de avaliação nutricional ser realizada com dados de prontuário, contato pessoal ou telefônico com familiar nutritotal.com.br/pro 4. Documentar os dados coletados, a forma que foram obtidos, e junto com a equipe médica desenvolver um plano de cuidado nutricional seguro. Recomendação 2. Quando iniciar a TN 1. Meta: Iniciar a NE precoce em 24 a 36h da admissão na UTI ou em 12h após a IOT-VM. 2. NP precoce deve ser instituída tão logo seja possível em pacientes com alto risco para NE gástrico precoce (sepse, choque séptico com doses crescentes de drogas, múltiplos vasopressores, suporte respiratório com alta pressão). Isquemia intestinal é rara em choque (0,3%). Em pacientes com COVID-19 a preocupação com isquemia intestinal pode ser maior assim como é esperado maior tempo de permanência na UTI. Dessa forma, pode ser necessário transicionar mais precocemente para NP, se houver suspeita de isquemia intestinal. nutritotal.com.br/pro Recomendação 3. Via, posição e método infusão da TN 1. NE é preferencial a NP. 2. Infusão gástrica, sonda de maior calibre 10-12Fr, facilita início precoce e tolerância. 3. Se houver intolerância, usar procinético. 4. Administração contínua é fortemente recomendada 5. NP precoce pode ser considerado se complicações GI, transicionando para NE quando os sintomas diminuírem. 6. Identificar desnutrição e outros fatores de risco para SR. Se risco de SR iniciar com 25% da meta e monitorar P, K, Mg. O posicionamento pós pilórico da SE somente se todas as estratégias falharem. A técnica a ser evitada é o posicionamento pós pilórico via endoscópica. Todas as técnicas devem evitar violar o isolamento respiratório e limitar a exposição do profissional. A passagem da SE pode provocar tosse, e deve ser considerado procedimento que produz nutritotal.com.br/pro aerossol. Se possível, cubra a boca do paciente enquanto acessa as narinas. O profissional deve usar máscara N-95 e demais EPIs. Importante realizar RX após para checar posicionamento. SE pós pilórica tende a ter menor calibre e maior risco de obstrução e manuseio. Além disso, a colocação da SE pós-pilórica é procedimento mais demorado e aumenta a exposição do profissional de saúde. Administração contínua é a preferencial e fortemente recomendada (guidelines ASPEN/SCCM e ESPEN), com metanálise mostrando redução de diarreia e redução da exposição do profissional ao SARS-CoV-2. As bombas de infusão e bolsas de dieta eventualmente podem ser acessadas fora do quarto do paciente com o uso de extensores longos. A NE precoce pode não ser viável precocemente nos pacientes com COVID-19 e sintomas gastrointestinais (GI). Antes do aparecimento dos sintomas respiratórios, alguns pacientes apresentam diarreia, náusea, vômito, desconforto abdominal e em alguns casos sangramento GI. Algumas evidências sugerem que o desenvolvimento de sintomas GI indicam maior gravidade da doença. Existe uma possível rota de transmissão para o SARS- CoV-2 fecal-oral. O mecanismo exato do COVID-19 induzindo sintomas GI não está claro. O uso de NP precoce pode ser nutritotal.com.br/pro considerado, transicionando para NE quando os sintomas GI diminuírem. Pacientes críticos com COVID-19 frequentemente são idosos, com múltiplas co-morbidades. Estes são pacientes em risco de Síndrome de Realimentação (SR). Portanto, identificar desnutrição pré-existente ou outros fatores de risco para SR, é vital. Se risco de SR, recomenda-se iniciar com 25% da meta calórica, em NE ou NP, e monitorização da P, Mg, e K e aumento calórico lento. O período de maior risco é nas primeiras 72h de TN. Recomendação 4. Dose, Meta avançada e Ajustes 1. Iniciar NE trófica, avançando lentamente na primeira semana para atingir a meta energética de 15-20 kcal/kg de peso atual (70-80% da meta calórica). Se NP, progredir da mesma forma. 2. Meta proteica de 1,2-2,0 mg/kg/d. 3. NP deve ser fortemente considerada em pacientes com intolerância GI manifestada por dor abdominal, náusea, diarreia, distensão abdominal com nível hidroaéreo, pneumatose intestinal ou aumento do débito de SNG antes de iniciar NE ou 6 a 12h após. nutritotal.com.br/pro Se NP indicado, seguir com a progressão, da mesma forma que a NE. Para o cálculo usar equações preditivas baseadas no peso. Considerar o uso de propofol em termos de caloria lipídica e necessidade calórica total. NE pode ser suspensa em casos de suporte vasopressor alto ou doses escalonadas, múltiplos vasopressores ou aumento de lactato. NE pode ser reiniciada após ressuscitação adequada e/ou doses estáveis de vasopressor com pressão arterial média sustentada de ≥ 65mmHg. NP deve ser fortemente considerada em pacientes com intolerância GI manifestada por dor abdominal, náusea, diarreia, distensão abdominal de delgado e cólon com nível hidroaéreo, pneumatose intestinal ou aumento do débito de SNG antes de iniciar NE ou 6 a 12h após. Recomendação 5. Seleção da fórmula 1. Fórmula enteral isosmolar, polimérica e hiperproteica deve ser usada na fase aguda precoce do doente crítico. 2. Considerar o uso de fibra, com a melhora clínica e da disfunção GI. nutritotal.com.br/pro 3. Suplementos nutricionais como módulo proteico probióticos ou fibra solúveis se indicados devem ser usados uma vez ao dia, para reduzir manipulação do paciente. 4. Se NP em uso de propofol checar nível de triglicérides. Triglicerides elevados também pode ocorrer nos pacientes com SARS_Cov-2 que desenvolvem tempestade citoquínica. Nesse caso outros critérios desse estado de hiperinflamação devem ser checados. Recomendação 6. Avaliar a tolerância da TN 1. Alterações GI que se manifestam precocemente indicam maior gravidade e intolerância a NE precoce 2. Não realizaravaliação do VRG. Checar evacuação 3. Monitorar a aceitação da TN (prescrito x infundido). 7. Posição Prona 1. NE durante a posição prona não está associado com aumento de risco de complicações GI ou pulmonares. nutritotal.com.br/pro 2. NE gástrica: manter a cabeceira da cama elevada (Trendelenburg reverso), a pelo menos 10-25 graus para diminuir o risco de aspiração do conteúdo gástrico, edema facial e hipertensão intra- abdominal. 3. O posicionamento pós-pilórico aumenta o risco potencial de exposição ao vírus, e deve ser limitado em pacientes com COVID-19 A VM pode ocorrer em razão da ARDS para proteção pulmonar. Alguns pacientes desenvolvem hipoxemia refratária e a posição prona é uma técnica para melhorara a oxigenação e favorecer o clareamento da secreção brônquica. Estudos retrospectivos e pequenos estudos prospectivos mostraram que a NE durante a posição prona não está associado com aumento de risco de complicações GI ou pulmonares, portanto, recomendamos que o paciente em posição prona receba NE precoce. Muitos toleram NE intragástrica na posição prona, mas nessa situação, a posição pos-pilórica pode ser indicada. Como o posicionamento pós- pilórico aumenta o risco potencial de exposição ao vírus, deve ser limitado em pacientes com COVID-19. Quando a NE é introduzida na posição prona, nós recomendamos manter a cabeceira da cama elevada (Trendelenburg reversa), a pelo menos 10-25 graus para diminuir o risco de aspiração do conteúdo gástrico, edema facial e hipertensão intra-abdominal. 7. Terapia nutricional durante a ECMO 1. Iniciar NE precoce, muito baixo volume (trófica) em pacientes em ECMO, monitorar e progredir lentamente na primeira semana nutritotal.com.br/pro ECMO é um cuidado estratégico para oxigenar e ventilar pacientes com ARDS grave, com hipoxemia refratária e/ou hipercapnia. Não há dados sobre ECMO e COVIID-19. Uma das maiores barreiras da NE durante ECMO é a percepção de que esses pacientes têm maior risco de atraso do esvaziamento gástrico e isquemia intestinal. Nós recomendamos iniciar NE precoce, muito baixo volume (trófica) em pacientes em ECMO, monitorar e progredir lentamente na primeira semana Referências: Nutrition Therapy in the Patient with COVID-19 Disease Requiring ICU Care Updated April 1, 2020 Robert Martindale, PhD, MD –Professor of Surgery, Department of Surgery, Oregon Health and Science University, Portland Oregon Jayshil J. Patel MD– Associate Professor of Medicine, Division of Pulmonary & Critical Care Medicine, Medical College of Wisconsin, Milwaukee, Wisconsin Beth Taylor DCN, RD-AP- Research Scientist/Nutrition Support Dietitian, Barnes-Jewish Hospital, St. Louis, Missouri Malissa Warren, RD - Advanced Practice Nutrition Support Dietitian, Oregon Health and Science University and Portland VA Health Care Center, Portland Oregon Stephen A McClave MD - Professor of Medicine, Division of Gastroenterology Hepatology and Nutrition, University of Louisville, School of Medicine, Louisville Kentucky Reviewed and Approved by the Society of Critical Care Medicine and the American Society for Parenteral and Enteral Nutrition nutritotal.com.br/pro
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