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TERAPIA NUTRICIONAL ENTERAL PRECOCE

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Atividade Prática supervisionada – APS – Terapia Nutricional Enteral e 
Parenteral 
 
Terapia nutricional enteral precoce 
 
 A TNE precoce consiste na oferta de NE nas primeiras 48 horas após a 
ocorrência de alguma complicação traumática ou infecciosa no paciente. Para tanto, 
a mesma só pode ser aplicada após a estabilização hemodinâmica do indivíduo, 
antepassando às respostas hipercatabólica e hipermetabólica, que costumam 
aparecer nas 72 horas após o aparecimento da primeira lesão. Um dos principais 
objetivos da TNP é suprir as quantidades adequadas de macronutrientes e 
micronutrientes de acordo com as necessidades do indivíduo hospitalizado e como 
consequência disso, modular a sua resposta inflamatória e do estresse oxidativo 
causado pela patologia que acomete o mesmo (DAN, 2017, p.898), melhorando todo 
o seu quadro clínico. Além desses fatores supracitados, este suporte nutricional 
proporciona uma menor chance de possíveis complicações, como por exemplo, a 
úlcera de estresse, lesão trófica intestinal, menor síntese de citocinas inflamatórias, 
previne translocação bacteriana, melhora valores de balanço nitrogenado, reduz 
demanda metabólica, evita atrofia do tecido intestinal, reduz tempo de hospitalização 
e acelera a mudança para dieta oral, sendo esta última, uma das principais prioridades 
da terapia nutricional enteral precoce (BARRICELLI E SILVA, 2012, p.193). De acordo 
com Artinian, a nutrição enteral precoce é capaz de reduzir a mortalidade em 
aproximadamente 20% na UTI e 25% no ambiente intra-hospitalar. Não somente isso, 
o uso da NE precoce evita a secreção exagerada de alguns hormônios que fazem 
catabolismo através da redução do aumento do cortisol e do glucagon séricos. Todos 
os pontos citados geram uma contribuição muito significativa para evitar a perda do 
peso corpóreo e perda massa muscular. Entretanto, alguns fatores podem contribuir 
para a não aplicabilidade da nutrição enteral precoce, como por exemplo, a 
instabilidade hemodinâmica, íleo paralítico, distensão abdominal, náuseas, vômitos 
frequentes e isquemia intestinal. 
 Em pacientes acometidos com trauma grave em UTIs, o uso e aplicação da 
TNE precoce gera resultados positivos. Isso se dá pela diminuição de complicações 
infecciosas e um melhor controle glicêmico. De início, a quantidade de calorias não 
deve ultrapassar 25kcal/kg/dia para que haja um melhor controle da glicemia. A 
quantidade de proteínas deve ser entre 1,5 a 2 g/kg/dia. O período necessário com 
TNE para atingir a meta calórica varia de três a sete dias, mesmo em UTIs com 
protocolos formais de terapia nutricional (SALOMÃO, MOURA E NASCIMENTO, 
2013, p.344). Todavia, ao decorrer do uso da TNE, é possível que ocorra intolerâncias 
no trato gastrointestinal, gerando assim, um déficit calórico-proteico ao passar da 
primeira semana de internação em UTI, resultando na demora para atingir a meta. 
Além disso, esse problema pode ocasionar infecções, maior tempo de ventilação 
mecânica e até mesmo o aparecimento de úlceras de pressão. 
 Além da aplicação da TNP em pacientes com trauma, a mesma também deverá 
ser utilizada naqueles que são acometidos por queimaduras. As queimaduras graves 
são responsáveis por gerar uma desnutrição grave devido ao intenso e longo estado 
de hipermetabolismo (SALOMÃO, MOURA E NASCIMENTO, 2013, p.344). Assim, a 
TNE precoce está relacionada com a prevenção de efeitos gerados pela 
hipermetabolismo, íleo paralítico, úlceras de stress e outros. De acordo com alguns 
protocolos internacionais, como os da American Burn Association, é recomendado 
iniciar o mais rápido possível a TNP em pacientes criticamente enfermos e em vítimas 
de queimaduras. De acordo com Canadian Clinical Practice Guidelines, o início da 
TNE deve ocorrer nas primeiras 48h após o mesmo chegar na UTI. Em um estudo, 
Mosier concluiu que a TNE iniciada nas primeiras 24h após admissão resultou em um 
menor tempo de internação em UTI e menor probabilidade de infecção de ferida. 
Apesar de segura, há uma maior dificuldade para aplicação TNE nas primeiras 24h 
em pacientes com maior superfície do seu corpo queimada e aquelas com escore 
APACHE II elevado. 
 A NEP também pode apresentar um papel imunomodulador, visto que a mesma 
é capaz de influenciar positivamente na cascata de coagulação da proteína C-reativa, 
reduzindo a resposta inflamatória. De acordo com alguns estudos, os pacientes que 
receberam NE imunomoduladora apresentaram uma menor possibilidade de infecção 
e complicações na ferida operatória. Entretanto, para que possa ser aplicada a NEP 
imunomoduladora, é necessário levar em consideração o fato de que alguns pacientes 
de UTI com doença muito grave não são capazes de tolerar volumes muito elevados 
que 700mL ao dia. Os benefícios da NEP imunomoduladora podem ser observados a 
partir do momento que a mesma atinge um volume ≥50-65% do volume necessário 
para suprir suas necessidades (BARRICELLI E SILVA, 2012, p.194). Desse modo, 
quando não é possível atingir um volume mínimo, a fórmula de imunomodulação 
enriquecida com nucleotídeos, arginina e ômega 3 não poderá ser indicada. As 
fórmulas imunomoduladoras devem ser usadas no trauma, em queimados, no câncer 
de cabeça e pescoço e pacientes críticos em ventilação mecânica e com muito 
cuidado e atenção em pacientes com sepse grave. Já os pacientes em terapia 
intensiva que não se enquadram nos critérios para fórmulas imunomoduladoras, 
deverão ser aplicados as fórmulas enterais padrões. 
 Diante dos estudos apresentados, é possível concluir que a NEP deve ser 
indicada de acordo com as condições clínicas do paciente. Dessa forma, o profissional 
deverá ter cuidados com adequação da oferta calórico-proteica, procurando evitar a 
hiperalimentação. Tendo isso em vista, a alimentação por sonda é uma das formas 
mais indicadas para alimentar o paciente crítico que está impossibilitado de utilizar a 
cavidade oral, sendo um importante meio de neutralização e recuperação do estado 
catabólico causado por diferentes doenças. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
WAITZBERG, Dan L. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica. 5. ed. Rio 
de Janeiro: Atheneu, 2017. 
 
BARRICELLI, Michelle Nogimi; SILVA, Juliana Bernardo. Terapia nutricional enteral 
precoce no paciente crítico. Saúde alimentar. Disponível em: 
http://apps.einstein.br/revista/arquivos/PDF/2725-193-195.pdf. Acesso em: 28 de 
março de 2021. 
 
SALOMÃO, Alberto Bicudo; MOURA, Renata Rodrigues; NASCIMENTO, José 
Eduardo De Aguilar. Terapia nutricional precoce no trauma: após o A, B, C, D, E, 
a importância do F (FEED). Disponível em: 
https://www.scielo.br/pdf/rcbc/v40n4/v40n4a15.pdf. Acesso em: 28 de março de 2021. 
 
 
http://apps.einstein.br/revista/arquivos/PDF/2725-193-195.pdf

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