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O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO SETOR COSMÉTICO E O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR FRENTE AOS COSMÉTICOS SUSTENTÁVEIS


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0 
 
 CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES ASSOCIADAS DE ENSINO – FAE 
 
 
 
 
GUSTAVO ELIAS ARTEN ISAAC 
 
 
 
 
 
O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO 
SETOR COSMÉTICO E O COMPORTAMENTO 
DO CONSUMIDOR FRENTE AOS COSMÉTICOS 
SUSTENTÁVEIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO JOÃO DA BOA VISTA 
2016 
 
1 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES ASSOCIADAS DE ENSINO – FAE 
 
 
 
GUSTAVO ELIAS ARTEN ISAAC 
 
 
 
 
O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO 
SETOR COSMÉTICO E O COMPORTAMENTO 
DO CONSUMIDOR FRENTE AOS COSMÉTICOS 
SUSTENTÁVEIS 
 
 
 
 
Dissertação de mestrado apresentada ao Centro 
Universitário das Faculdades Associadas de 
Ensino – FAE, como requisito para a obtenção do 
título de Mestre em Desenvolvimento 
Sustentável. 
Área de concentração: Sustentabilidade em 
Sociedades Complexas. 
Linha de Pesquisa: Gestão e Desenvolvimento 
Local. 
Orientação: Prof. Dr. Luciel Henrique de 
Oliveira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO JOÃO DA BOA VISTA 
2016 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
 
 
 
I73d Isaac, Gustavo Elias Arten 
O desenvolvimento sustentável do setor cosmético e o 
comportamento do consumidor frente aos cosméticos sustentáveis / 
Gustavo Elias Arten Isaac. - 2016. 
139p. : il. 
 
Dissertação (Mestrado acadêmico em Educação, Ambiente e 
Sociedade) – Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino, 
São João da Boa Vista, 2016. 
Orientação: Prof. Dr. Luciel Henrique de Oliveira. 
 
1.Cosméticos Sustentáveis. 2. Orgânicos. 3. Naturais. 4. 
Desenvolvimento Sustentável. 5. Perfil do Consumidor. I. Isaac, 
Gustavo Elias Arten. II. Título. 
 CDU 658.89:665.5 
 
 
 
3 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES ASSOCIADAS DE ENSINO – FAE 
 
 
 
GUSTAVO ELIAS ARTEN ISAAC 
 
 
O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DO SETOR COSMÉTICO E 
O COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR FRENTE AOS 
COSMÉTICOS SUSTENTÁVEIS 
 
 
Dissertação apresentada ao Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino – FAE, 
como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Desenvolvimento Sustentável. 
 
Sustentabilidade em Sociedades Complexas. 
Linha de Pesquisa: Gestão e Desenvolvimento Local. 
 
Dissertação de mestrado defendida e aprovada em: 26/08/2016, pela Banca Examinadora 
constituída pelos professores: 
 
 
 
 
 
________________________________________________________ 
Prof. Dr. Luciel Henrique de Oliveira (Orientador) 
 
 
 
_________________________________________________________ 
Prof. Dr. Gustavo Quiroga Souki 
 (Membro externo – Centro Universitário Una) 
 
 
_________________________________________________________ 
Profa. Dra. Érica Passos Baciuk (Unifae) 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO JOÃO DA BOA VISTA 
2016
 
4 
 
AUTOBIOGRAFIA DO AUTOR 
 
Gustavo Elias Arten Isaac, paulista, natural de Espírito Santo do Pinhal – SP, é bacharel em 
Ciências Farmacêuticas pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas – PUCCAMP 
(2005), Licenciado em Química pela Universidade de Franca – UNIFRAN (2016), pós-
graduado em MBA em Marketing pelo Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio 
Bastos – UNIFEOB (2009), pós-graduado em Plantas Medicinais: Manejo, Uso e 
Manipulação pela Universidade Federal de Lavras – UFLA (2011) e mestrando em 
Desenvolvimento Sustentável e Qualidade de Vida pela Centro Universitário das Faculdades 
Associadas de Ensino – UNIFAE. Docente Titular do Centro Universitário da Fundação de 
Ensino Octávio Bastos – UNIFEOB, nos cursos superiores em Engenharia Agronômica, 
Enfermagem e Química (Bacharelado) e no Centro Regional Universitário de Espírito Santo 
do Pinhal – UNIPINHAL no curso superior em Farmácia. Tem experiência profissional em 
pesquisas científicas e técnicas em bases de dados e literaturas oficiais e profissionais; 
desenvolvimento e confecção de material técnico e científico; consultoria técnica e científica 
na área cosmética, farmacêutica e de propaganda médica. Possui experiência prática em 
gerenciamento administrativo, financeiro e publicitário de empresa própria, atuando também 
diretamente nos processos de capacitação de revendedores, venda direta porta-a-porta, 
comercialização de produtos e relacionamento direto com consumidor. Atua 
profissionalmente em educação superior e avaliação institucional de instituições de ensino 
superior como participante ativo em Comissão Própria de Avaliação – CPA e em processos de 
autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos de graduação. Possui 
cursos complementares em estratégias de estudo; docência de ensino superior; avaliação 
institucional em IES; tecnologia e produção de plantas medicinais e fitoterápicos; P&D em 
cosmetologia e manipulação magistral; controle de qualidade em farmácia magistral; 
legislação farmacêutica e sanitária; marketing e propaganda para o setor farmacêutico; 
desenvolvimento, manutenção, aperfeiçoamento e gerenciamento de websites; 
desenvolvimento de e-mail marketing e tratamento e edição de imagens. 
 
Contato por e-mail: gustavoeaisaac@gmail.com 
 
5 
 
RESUMO 
 
No contexto promissor em que o mercado cosmético se encontra, os cosméticos sustentáveis 
apresentam uma importância fundamental, principalmente devido ao fato de o Brasil possuir 
uma vasta extensão fitoecológica, biomas variados e distintos em constituição e arranjo. Este 
cenário proporciona um promissor berço tecnológico no desenvolvimento de produtos 
cosméticos de origem vegetal, os quais, além de inovadores e pioneiros, possuem matéria-
prima abundante em todo território nacional. A diversidade de recursos garante vantagem 
competitiva na conquista do mercado exportador e o desenvolvimento de produtos nacionais, 
com grande potencial de penetração no mercado internacional, principalmente os produtos 
cosméticos com certificação orgânica e natural. Dentro desse contexto, o presente trabalho 
objetivou avaliar o processo decisório do consumidor brasileiro quanto à aquisição de 
cosméticos sustentáveis, orgânicos e naturais, em substituição aos cosméticos convencionais, 
por meio da avaliação de uma amostra de consumidores do município de São João da Boa 
Vista. Tratou-se de um estudo descritivo e quantitativo. Foi observado que o fácil e imediato 
acesso, bem como o conhecimento prévio da marca são os fatores de maior influência na 
escolha e aquisição de um produto cosmético, sendo constatada, ainda, a dificuldade de se 
identificar um cosmético sustentável e diferenciá-lo de um cosmético convencional. A 
indicação de conhecidos e o valor de compra também compreendem os fatores de maior 
influência no processo de aquisição de um cosmético. Identificou-se, também, que o consumo 
de cosméticos sustentáveis é influenciado primeiramente pelo uso de componentes naturais e 
pela promessa, implícita ao conceito natural, de promover saúde e bem-estar; e que a 
percepção dos benefícios ao consumidor é ainda restrita aos benefícios individuais e pessoais, 
apresentando uma menor preocupação quanto aos benefícios sociais e ambientais. 
 
 
Palavras-chave: Cosméticos Sustentáveis; Orgânicos; Naturais; Desenvolvimento Sustentável; 
Perfil do Consumidor. 
 
 
6 
 
ABSTRACT 
 
In promising context in which the cosmetic market is, sustainable cosmetics have a 
fundamental importance, mainly due to the fact that Brazil has a wide phytoecological extent, 
different biomes and different in constitution and arrangement. This scenario provides a 
promising tech hub in the development of cosmetic products of plant origin, which, as well as 
innovators and pioneers, have raw material abundant throughout the country. The diversity of 
resources ensures great competitive advantage in the conquest of the export market and the 
development of national products, with great potential for penetration in the international 
market, mainlycosmetic products with organic and natural certification. Within this context, 
this study aimed to evaluate the decision-making process of the Brazilian consumer and the 
purchase of sustainable, organic and natural cosmetics, replacing the conventional cosmetic, 
through an assessment of a sample of consumers of São João da Boa Vista. This was a 
descriptive and quantitative study. It was observed that the easy and immediate access and 
prior knowledge of the brand are the most influential factors in the selection and purchase of a 
cosmetic product, being found also the difficulty to identify sustainable cosmetic and 
differentiate it from a conventional cosmetic. The indication of known and the purchase price 
also comprise the most influential factors in the acquisition of a cosmetic process. It was 
found also that the consumption of sustainable cosmetics is primarily influenced by the use of 
natural components and the promise implied the natural concept, to promote health and well-
being; and that the perception of the benefits to the consumer is still restricted to individual 
and personal benefits, with less concern about the social and environmental benefits. 
 
Keywords: Sustainable Cosmetics; Organic; Natural; Sustainable Development; Consumer 
Profile. 
 
 
7 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
À minha amada esposa Mariana, pelo incondicional apoio, ajuda, incentivo e, principalmente, 
pela paciência. Com você sou mais forte. 
 
Ao meu pai, José Elias, pelo constante incentivo, pelas palavras de estímulo e determinação. 
Obrigado por ser o melhor professor que já tive e um grande pai. 
 
À minha mãe, Eliana, por me ensinar, e refoçar constantemente, as importâncias da vida, das 
pessoas ao nosso redor e a força da fé. 
 
8 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço, primeiramente, a Deus, que dia após dia reforça-me a importância de estar 
caminhando e que, ao cair, me levante com força e fé, pois a jornada é longa. 
 
Agradeço a meus pais, José Elias e Eliana, que sempre priorizaram em minha vida os estudos, 
incentivando-me a sempre buscar mais conhecimento. 
 
À minha esposa, Mariana, pelo constante apoio e por estar ao meu lado incondicionalmente. 
 
Ao Professor Dr. Luciel Henrique de Oliveira, pelo incentivo e por ajudar nas perspectivas e 
potencialidade deste trabalho. 
 
Aos Professores Drª. Érica Passos Baciuk e Dr. Paulo Roberto Alves Pereira, pelas ricas 
contribuições ao meu trabalho. 
 
A todos os professores de minha vida, importantes pessoas que me inspiram, entre todos, meu 
pai, professor de sala de aula e da vida. 
 
 
 
 
 
9 
 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 
 
ABIHPEC Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e 
Cosméticos 
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
A/O Água em Óleo 
CEP Comitê de Ética em Pesquisa 
CNS Conselho Nacional de Saúde 
DOU Diário Oficial da União 
FDA Food and Drug Administration 
HPPC Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumaria 
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
INCI Internacional Nomenclature of Cosmetic Ingredients (Nomenclatura 
Internacional de Ingredientes Cosméticos) 
MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 
MS Ministério da Saúde 
MS-Excel® Microsoft-Excel® 
O/A Óleo em Água 
OGM Organismos Geneticamente Modificados 
RDC Resolução da Diretoria Colegiada 
SNVS Sistema Nacional de Vigilância Sanitária 
SUS Sistema Único de Saúde 
UNIFAE Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino – FAE 
 
10 
 
LISTA DE SÍMBOLOS 
 
α alfa (símbolo grego) 
β beta (símbolo grego) 
°C Grau Celsius 
® Marca Registrada 
mL Mililitro 
m/m Massa/Massa 
m/v Massa/Volume 
nm Nanômetros 
% Porcento 
V/V Volume/Volume 
 
 
11 
 
ÍNDICE DE TABELAS 
 
Tabela 01: Top 10 dos países de destino das exportações brasileiras de HPPC em 
US$ milhões......................................................................................................................... 33 
Tabela 02: Top 10 dos países de origem das importações brasileiras de HPPC em 
US$ milhões......................................................................................................................... 34 
Tabela 03: Principais oligoelementos das águas termais e seus efeitos biológicos............ 45 
Tabela 04: Condições para a promoção do desenvolvimento sustentável com base em 
suas dimensões .................................................................................................................... 48 
Tabela 05: Fatores psicológicos que condicionam o processo de decisão de compra........ 64 
Tabela 06: Compilação dos dados sócio-demográficos dos participantes da pesquisa...... 80 
 
 
12 
 
ÍNDICE DE QUADROS 
 
Quadro 01: Relação das regulamentações referentes aos produtos cosméticos 
relacionadas como vigentes no Portal on-line da ANVISA................................................. 39 
Quadro 02: Relação de autores e definições de comportamento do consumidor............... 60 
 
13 
 
ÍNDICE DE FIGURAS 
 
Figura 01: Exemplo de produtos denominados eco-friendly.............................................. 50 
Figura 02: Exemplo de produto da Korres (chá de menta - creme corporal extra 
hidratante)............................................................................................................................. 51 
Figura 03: Modelo do processo decisório de compra......................................................... 67 
 
 
 
 
 
14 
 
ÍNDICE DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 01: Gráficos comparativos de participação dos Canais de Distribuição de 
produtos cosméticos no mercado brasileiro em 2008 e 2012.............................................. 28 
Gráfico 02: Ranking mundial de mercado cosmético – os valores apresentados no 
gráfico são para venda de produtos cosméticos em R$ Bilhões.......................................... 28 
Gráfico 03: Comparativo da participação do mercado cosmético brasileiro por 
categorias de produtos cosméticos...................................................................................... 29 
Gráfico 04: Evolução do faturamento do setor brasileiros de Higiene Pessoal, 
Cosmético e Perfumes em 19 anos (1996-2014)................................................................. 30 
Gráfico 05: Evolução do faturamento do setor brasileiros de Higiene Pessoal, 
Cosmético e Perfumes nos últimos 10 anos (2005-2015)................................................... 30 
Gráfico 06: Evolução da Balança Comercial do setor brasileiro de Higiene Pessoal, 
Cosmético e Perfumes entre 2003 e 2014, em US$ milhões............................................... 32 
Gráfico 07: Evolução da Balança Comercial do setor brasileiro de Higiene Pessoal, 
Cosmético e Perfumes entre 2009 e 2015, em US$ milhões............................................... 32 
Gráfico 08: Gráfico referente ao gênero dos participantes da pesquisa............................. 77 
Gráfico 09: Divisão etária dos participantes da pesquisa. ................................................. 78 
Gráfico 10: Formação escolar completa dos participantes da pesquisa............................. 79 
Gráfico 11: Renda mensal média dos participantes da pesquisa........................................ 79 
Gráfico 12: Gráfico comparativo da renda mensal com o gênero dos participantes da 
pesquisa............................................................................................................................... 81 
Gráfico 13: Gráfico comparativo da renda mensal com a faixa etária dos participantes 
da pesquisa........................................................................................................................... 82 
Gráfico 14: Gráfico comparativo da renda mensal com a formação escolar completa 
dos participantes da pesquisa...............................................................................................83 
Gráfico 15: Hábito de leitura semana dos participantes da pesquisa................................. 84 
Gráfico 16: Prática semanal de esporte, considerando os últimos dois meses, dos 
participantes da pesquisa..................................................................................................... 85 
Gráfico 17: Considerando as últimas duas semanas, os participantes consideram sua 
alimentação saudável, rica em frutas, legumes, verduras, sucos naturais e alimentos 
integrais............................................................................................................................... 85 
Gráfico 18: Considerando as últimas duas semanas, os participantes indicam o hábito 
de consumo de alimentos orgânicos.................................................................................... 86 
Gráfico 19: Hábito dos participantes em separar seu lixo doméstico em orgânicos e 
recicláveis para a coleta seletiva.......................................................................................... 87 
Gráfico 20: Gráfico comparativo da renda mensal com o hábito de leitura dos 
participantes da pesquisa..................................................................................................... 87 
Gráfico 21: Gráfico comparativo da formação escolar completa com o hábito de leitura 
dos participantes da pesquisa............................................................................................... 88 
 
 
15 
 
Gráfico 22: Gráfico comparativo da renda mensal média com a alimentação saudável 
dos participantes da pesquisa............................................................................................... 89 
Gráfico 23: Gráfico comparativo da formação escolar completa com a alimentação 
saudável dos participantes da pesquisa................................................................................ 90 
Gráfico 24: Gráfico comparativo da renda mensal com a alimentação de produtos 
orgânicos dos participantes da pesquisa.............................................................................. 90 
Gráfico 25: Gráfico comparativo da formação escolar completa com a alimentação de 
produtos orgânicos dos participantes da pesquisa............................................................... 91 
Gráfico 26: Gráfico comparativo da renda mensal com a sepração do lixo em orgânicos 
e recicláveis para coleta pelos participantes da pesquisa.................................................... 92 
Gráfico 27: Gráfico do gasto mensal médio com produtos cosméticos pelos 
participantes da pesquisa..................................................................................................... 93 
Gráfico 28: Gráfico comparativo da renda mensal com gasto médio mensal com 
produtos cosméticos pelos participantes da pesquisa.......................................................... 94 
Gráfico 29: Gráfico comparativo do gênero dos participantes com o gasto médio 
mensal com produtos cosméticos........................................................................................ 94 
Gráfico 30: Opção de disponibilidade de cosméticos sustentáveis e decisão de 
aquisição.............................................................................................................................. 96 
Gráfico 31: Gráfico comparativo do consumo de alimentos orgânicos com a 
disponibilidade comercial de cosméticos sustentáveis ser um fator de influência na 
decisão de compra............................................................................................................... 96 
Gráfico 32: Gráfico comparativo do consumo de alimentos saudáveis (legumes, 
verduras, frutas, sucos naturais e alimentos integrais) com a disponibilidade comercial 
de cosméticos sustentáveis ser um fator de influência na decisão de compra..................... 97 
Gráfico 33: Influência da indicação de conhecidos na decisão de compra de cosméticos 98 
Gráfico 34: Possibilidade de provar o cosmético antes da aquisição em relação à 
influência na decisão de compra de cosméticos.................................................................. 99 
Gráfico 35: Verificação da composição ou ingredientes de um produtos cosmético 
pelos participantes da pesquisa antes de adquiri-lo............................................................. 99 
Gráfico 36: Preferência por empresas com política de sustentabilidade e/ou 
responsabilidade social bem definida e atuante................................................................... 100 
Gráfico 37: Influência na decisão de compra pela presença de parabenos ou óleo 
mineral na composição cosmética....................................................................................... 101 
Gráfico 38: Influência na decisão de compra pela presença de água termal na 
composição cosmética......................................................................................................... 102 
Gráfico 39: Influência da disponibilidade de produtos cosméticos em locais de fácil 
acesso e/ou entrega imediata na decisão de compra pelos participantes da pesquisa......... 103 
Gráfico 40: Preferência pela aquisição de marcas conhecidas pelos participantes da 
pesquisa............................................................................................................................... 104 
Gráfico 41: Influência do preço de venda de um cosmético na decisão de compra dos 
participantes da pesquisa..................................................................................................... 105 
16 
 
Gráfico 42: Comparativo da renda mensal com a influência do preço de venda de um 
cosmético na decisão de compra dos participantes da pesquisa.......................................... 105 
Gráfico 43: Preferência por cosméticos que não sejam testados em animais, 
independentemente de seu preço de venda.......................................................................... 106 
Gráfico 44: Preferência por cosméticos que não prejudiquem o meio-ambiente............... 107 
Gráfico 45: Comparativo do consumo de alimentos orgânicos com a preferência de 
cosméticos que não prejudiquem o meio-ambiente pelos participantes da pesquisa.......... 108 
Gráfico 46: Preferência por cosméticos que utilizam embalagens recicláveis ou 
biodegradáveis..................................................................................................................... 109 
Gráfico 47: Preferência por cosméticos que sejam formulados com ingredientes de 
origem vegetal obtidos de recursos naturais brasileiros...................................................... 109 
Gráfico 48: Facilidade em distinguir um produto cosmético natural ou orgânico dos 
demais produtos cosméticos pelos participantes da pesquisa.............................................. 111 
Gráfico 49: Participantes da pesquisa que já utilizaram ou utilizam cosméticos 
orgânicos ou naturais........................................................................................................... 112 
Gráfico 50: Preferência dos participantes da pesquisa por cosméticos orgânicos ou 
naturais por acreditar que sejam mais saudáveis................................................................. 113 
 
17 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 19 
1.1 Apresentação geral do tema e foco do trabalho ................................................................ 20 
1.2 Justificativa e importância do trabalho ............................................................................. 20 
1.3 Questões norteadoras da pesquisa ..................................................................................... 21 
1.4 Objetivos do trabalho ........................................................................................................ 22 
1.5 Hipóteses ...........................................................................................................................22 
1.6 Descrição do conteúdo de cada capítulo ........................................................................... 23 
2 REFERENCIAL TEÓRICO......................................................................... 25 
2.1 Histórico dos cosméticos .................................................................................................. 25 
2.2 Panorama de mercado do setor cosmético brasileiro ........................................................ 27 
2.3 Aspectos legais e técnicos do setor cosmético .................................................................. 36 
2.3.1 Legislação e regulamentação do setor cosmético .......................................................... 38 
2.3.2 Importantes aspectos da toxicologia cosmética ............................................................. 40 
2.3.3 Parabenos ....................................................................................................................... 41 
2.3.4 Água T ermal .................................................................................................................. 44 
2.4 Desenvolvimento sustentável e o setor cosmético ............................................................ 46 
2.4.1 Desenvolvimento sustentável ......................................................................................... 46 
2.4.2 O desenvolvimento sustentável e sua relação com o setor cosmético ........................... 49 
2.4.3 Panorama, tendências e perspectivas do mercado cosmético sustentável ...................... 51 
2.4.4 Regulamentação brasileira vigente referente ao sistema orgânico e cosméticos 
sustentáveis .................................................................................................................... 53 
2.4.5 Certificadoras ................................................................................................................. 55 
2.4.6 Critérios de certificação para os produtos cosméticos ................................................... 56 
2.5 Comportamento do consumidor ........................................................................................ 59 
2.5.1 Construção de valor, satisfação e fidelidade .................................................................. 61 
2.5.2 Reconhecimento, ativação da necessidade, fatores e influências do comportamento de 
compra ............................................................................................................................ 62 
2.5.3 Processo decisório de compra ........................................................................................ 65 
2.5.4 Fatores e influências na aquisição de produtos naturais ................................................ 67 
2.5.5 Perfis dos consumidores, fatores e influências na aquisição de cosméticos .................. 69 
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................ 71 
 
18 
 
3.1 Natureza da pesquisa ......................................................................................................... 71 
3.2 Definição da amostragem ................................................................................................. 71 
3.3 Procedimentos de coleta ................................................................................................... 72 
3.4 Instrumentos de coleta ...................................................................................................... 72 
3.5 Análise de dados ............................................................................................................... 75 
3.6 Aspectos éticos .................................................................................................................. 75 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................. 77 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 119 
6 REFERÊNCIAS ........................................................................................... 122 
7 ANEXOS E APÊNDICES ........................................................................... 136 
APÊNDICE I – Instrumento de coleta de dados .................................................................... 137 
APÊNDICE II – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) .............................. 138 
 
 
 
19 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
O setor brasileiro de Higiene Pessoal, Cosmética e Perfumaria tem apresentado, nas 
duas últimas décadas, um crescimento acelerado, registrando um aumento médio deflacionado 
de 10% nos últimos 19 anos, tendo, porém, sofrido retração em 2015 (ABIHPEC, 2015; 
ABIHPEC, 2016). 
Dentre os principais fatores que justificam o franco crescimento do setor cosmético 
brasileiro, pode-se destacar: a pesquisa e o desenvolvimento de novos produtos e insumos que 
melhor atendam às necessidades e expectativas dos consumidores brasileiros; o 
desenvolvimento e a utilização de tecnologias de ponta, que proporcionam a obtenção de 
novos e mais eficazes insumos, melhora na produtividade de produtos cosméticos e aumento 
no volume de produção; e a obtenção de insumos e produtos finais pautados na 
sustentabilidade, ambiental e humana, promovendo a produção de produtos cosméticos com 
menor impacto ambiental e geração de resíduos reduzida, além do incremento na segurança 
de uso. 
Neste contexto, em que o mercado cosmético se mostra promissor, os cosméticos 
sustentáveis apresentam uma importância fundamental, principalmente devido ao fato de o 
Brasil possuir uma vasta extensão fitoecológica, biomas variados e distintos em constituição e 
arranjo. 
Este cenário proporciona um promissor berço tecnológico no desenvolvimento de 
produtos cosméticos de origem vegetal, que, além de inovadores e pioneiros, possuem 
matéria-prima abundante em todo território nacional, o que garante vantagem competitiva na 
conquista do mercado exportador e o desenvolvimento de produtos nacionais, com grande 
potencial de penetração no mercado internacional, principalmente os produtos cosméticos 
certificados. 
Os cosméticos sustentáveis, pouco explorados no mercado brasileiro e ainda carentes 
de regulamentação nacional, podem representar um investimento próspero para o mercado 
brasileiro, pois são muito apreciados no cenário internacional. 
A elaboração de produtos sustentáveis possibilita o desenvolvimento de um futuro 
mercado consumidor assíduo de produtos cosméticos naturais brasileiros, além do 
desenvolvimento de matérias-primas majoritariamente exclusivas, considerando a 
disponibilidade fitoecológica nacional. 
 
20 
 
 
 
1.1 Apresentação geral do tema e foco do trabalho 
 
Os cosméticos sustentáveis, também conhecidos por orgânicos e naturais, são produtos 
cosméticos que, mais do que a preocupação com a saúde e bem-estar já intrínseca às 
definições de orgânicos, englobam também toda uma filosofia de produção sustentável e 
respeito à vida e ao meio ambiente. Ao se pensar em um cosmético orgânico não há apenas a 
preocupação do cultivo do vegetal que irá originar o insumo componente da formulação 
cosmética, mas também com toda a cadeia produtiva envolvida na fabricação destes produtos. 
E este é o princípio básico dos cosméticos orgânicos e naturais: o respeito ao meio ambiente e 
aos indivíduos que o compõem, na busca de matérias-primas de forma sustentável, 
equilibrada, não-agressiva e não-prejudicial (ECOCERT, 2003; IBD CERTIFICAÇÕES, 
2010). 
O foco do trabalho consiste em avaliar o processo decisório quanto à aquisição de 
cosméticos sustentáveis, orgânicos e naturais, em substituição aos convencionais pelo 
consumidor brasileiro, avaliando-se uma amostra de consumidores no município de São João 
da Boa Vista, com o objetivo de enumerar os elementos que influenciam o processo de 
avaliação de alternativas pelo consumidor na aquisição de cosméticos sustentáveis. 
 
 
1.2 Justificativa e importânciado trabalho 
 
O setor brasileiro de Higiene Pessoal, Cosmética e Perfumaria (HPPC) apresenta um 
crescimento acelerado, tendo registrado em 2014 um faturamento de aproximadamente 
R$ 43,2 bilhões e uma participação no mercado mundial de 9,4% e, em 2015, um faturamento 
de R$ 42,6 bilhões e uma participação no mercado mundial de 7,1%. Esses números garantem 
ao Brasil a quarta posição no ranking mundial, inferior apenas aos mercados norte-americano, 
chinês e japonês, primeiro, segundo e terceiro no ranking mundial, respectivamente, 
consoante os dados publicados pela ABIHPEC - Associação Brasileira da Indústria de 
Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC, 2016). 
Ainda, segundo os dados publicados pela ABIHPEC (2015), o setor cosmético no 
Brasil apresenta um crescimento médio deflacionado de 10%, considerando os últimos 19 
anos (1996 a 2014), o que indica que o setor que vem se alicerçando na economia ao longo 
21 
 
dos anos, em franco crescimento e de promissoras expectativas para a economia nacional 
(ABIHPEC, 2015). 
Neste panorama econômico favorável, os cosméticos sustentáveis apresentam 
importância fundamental, ao se considerar que o Brasil possui uma vasta extensão 
fitoecológica, biomas variados e distintos em constituição e arranjo. Logo, o país representa 
um promissor berço tecnológico na pesquisa e desenvolvimento de produtos cosméticos de 
origem vegetal, que, além de inovadores e pioneiros, possuem matéria-prima abundante em 
todo território nacional, o que abre grande vantagem competitiva na conquista do mercado 
exportador. 
Aplicar ao processo de desenvolvimento e produção cosmética as políticas de 
sustentabilidade poderá contribuir para a conservação e renovação de recursos naturais, 
redução no impacto ambiental e geração de resíduos, bem como para a elaboração de produtos 
mais seguros e biodegradáveis. 
Desta forma, este trabalho tem por objetivo avaliar o processo decisório de aquisição 
de produtos cosméticos, bem como sua contribuição ao nortear as decisões estratégicas no 
desenvolvimento de produtos pela indústria cosmética brasileira, disponibilizando produtos 
que atendam às necessidades, demandas e expectativas dos consumidores brasileiros. Sendo 
assim, torna-se de extrema importância enumerar e quantificar os fatores decisórios de 
compra que condicionam a aquisição de cosméticos sustentáveis, principalmente no contexto 
social sustentável e natural que se mostra crescente na população mundial e brasileira. 
 
 
1.3 Questões norteadoras da pesquisa 
 
Quais os fatores que influenciam o consumidor brasileiro a substituir a aquisição dos 
cosméticos convencionais por cosméticos sustentáveis? 
Quais as percepções do consumidor quanto aos benefícios dessa substituição? 
Qual seria o valor percebido de um cosmético sustentável perante a visão do 
consumidor? 
 
 
 
 
22 
 
1.4 Objetivos do trabalho 
 
Objetivo Geral: Avaliar o processo decisório quanto à aquisição de cosméticos 
sustentáveis (orgânicos e naturais) em substituição aos cosméticos convencionais. 
 
Objetivos específicos: 
a. Identificar os elementos que influenciam o processo de avaliação de alternativas 
pelo consumidor na aquisição de cosméticos sustentáveis; 
b. Relatar os principais fatores que condicionam a aquisição e o consumo de 
cosméticos sustentáveis em substituição ao uso de cosméticos convencionais; 
c. Apontar os grupos de influência, social e mercadológica, que incentivam o uso dos 
cosméticos sustentáveis; 
d. Comparar o perfil dos consumidores de cosméticos sustentáveis com o de 
cosméticos convencionais; 
e. Relacionar o perfil dos consumidores com os principais fatores, elementos e grupos 
de influência que contribuem para a aquisição e consumo dos cosméticos 
sustentáveis em substituição aos cosméticos convencionais. 
 
 
1.5 Hipóteses 
 
O presente trabalho busca identificar o perfil dos consumidores de cosméticos 
sustentáveis. Espera-se identificar que o consumo de cosméticos sustentáveis seja 
influenciado primeiramente pelo uso de componentes naturais e pela promessa, implícita ao 
conceito natural, de promover saúde e bem-estar; e que a percepção dos benefícios ao 
consumidor seja ainda restrita aos benefícios individuais e pessoais, apresentando uma menor 
preocupação quanto aos benefícios sociais e ambientais. 
Espera-se, também, constatar uma percepção de valor do produto cosmético 
sustentável associado a uma maior segurança e menores riscos toxicológicos, quando 
comparado aos cosméticos convencionais. 
A hipótese a ser testada é a de que uma parcela mínima dos participantes da pesquisa 
utilizem como critérios para sua decisão de compra a presença ou não de componentes 
específicos na formulação cosmética ou, ainda, considerem o processo de produção do item 
cosmético, tais como o uso de animais em pesquisas e os impactos ambientais associados. O 
23 
 
pressuposto deste trabalho é que a demanda comercial de cosméticos sustentáveis ser ainda 
inferior aos cosméticos convencionais está relacionada ao desconhecimento das propriedades 
e benefícios dos cosméticos sustentáveis por parte do consumidor brasileiro. 
 
 
1.6 Descrição do conteúdo de cada capítulo 
 
Com base na cadeia de informações a respeito do tema e com o objetivo de elaborar 
um trabalho que apresente um encadeamento de informações, conceitos e reflexões, que 
proporcione ao leitor uma ideia clara e linear do setor cosmético sustentável, suas 
perspectivas e oportunidades de crescimento na exploração e produção sustentável, além dos 
benefícios econômicos e sociais agregados à adoção deste modelo de produção, a sugestão de 
organização estrutural do trabalho é a seguinte: 
 
Capítulo 1 (Introdução): abordagem geral sobre o tema do trabalho, para reportar as 
primeiras definições utilizadas na pesquisa, descrever o problema da pesquisa, enumerar os 
objetivos geral e específicos, justificar a importância da pesquisa e os resultados esperados. 
 
Capítulo 2 (Referencial Teórico): este capítulo aborda a fundamentação teórica base para 
sustentar o tema de pesquisa deste trabalho, sendo subdividido nos seguintes tópicos: 
- Tópico 1 (Histórico dos cosméticos): abordagem histórica do uso dos cosméticos. 
- Tópico 2 (Panorama de mercado do setor cosmético): abordagem do panorama de 
mercado do setor cosmético nacional e internacional, com dados econômicos sobre a 
participação do Brasil no mercado cosmético, apresentando as tendências, perspectivas 
e fatores de crescimento do mercado cosmético sustentável brasileiro e internacional. 
- Tópico 3 (Princípios básicos da cosmetologia): abordagem dos princípios básicos 
da cosmetologia, suas formulações, ingredientes e embalagens, incluindo a legislação 
regulatória do setor cosmético brasileiro e os estudos de toxicologia cosmética, já 
introduzindo o leitor aos ingredientes cosméticos potencialmente sujeitos à 
substituição por ingredientes mais seguros e naturais. 
- Tópico 4 (Sustentabilidade aplicada ao setor cosmético): neste tópico será 
abordado o desenvolvimento sustentável aplicado ao setor cosmético, sua importância 
para o setor e seus benefícios; as legislações regulatórias aplicadas ao setor cosmético 
24 
 
sustentável, orgânico e natural, incluindo suas conceituações atualmente aplicadas. 
Panorama diretivo das certificadoras aplicado à produção cosmética e embalagens. 
- Tópico 5 (Comportamento do consumidor): neste capítulo serão abordados os 
conceitos relacionados ao comportamento do consumidor, como reconhecimento e 
ativação da necessidade; busca de informação; construção de valor, satisfação e 
fidelidade; estimativa de valor do cliente; critérios de avaliação; fatores e influências 
do comportamento de compra e pré-compra; fatores psicológicos que influenciam a 
aquisição de produtos e processo decisório de compra, correlacionando com os fatores 
e influências na aquisição de cosméticos e osperfis dos consumidores cosméticos e 
consumidores de produtos naturais e sustentáveis. 
 
Capítulo 3 (Procedimentos Metodológicos): descreve de forma detalhada o conjunto de 
procedimentos utilizados na investigação para se obter os objetivos propostos. 
 
Capítulo 4 (Resultados e Discussões): este capítulo descreve os resultados obtidos na 
pesquisa, bem como sua análise confrontada com a fundamentação teórica e os objetivos 
propostos. 
 
Capítulo 5 (Considerações Finais): será o capítulo final do trabalho, em que serão 
apresentados o fechamento, as conclusões das análises dos resultados em confronto com a 
fundamentação teórica e os objetivos propostos, as evidências das contribuições e as 
perspectivas de continuidade da pesquisa a necessidades futuras. 
 
 
 
25 
 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
2.1 Histórico dos cosméticos 
 
Os cosméticos, de modo geral, possuem sua história diretamente ligada à evolução 
cronológica da ciência e cultura, estabelecendo uma relação com o ser humano, a qual se 
manifestou em diferentes formas através dos tempos (CIC, 2010; CORRÊA, 2012). 
O uso de cosméticos pelo ser humano data desde os tempos primitivos, há cerca de 30 
mil anos, sendo utilizados com a função de pintar o corpo humano com finalidades de práticas 
religiosas ou ornamentais (SEBRAE/ESPM, 2008). 
Os primeiros registros de uso dos cosméticos datam do Egito antigo e foram 
encontrados, em tumbas com cerca de 5000 anos, recipientes com materiais usados para fins 
cosméticos e em sarcófagos e tumbas, datadas de cerca de 1400 a.C.; também foram 
encontrados recipientes contendo preparações, segundo os historiadores, semelhantes aos 
cremes, incenso e óleos diversos (SEBRAE/ESPM, 2008; CIC, 2010). 
Os egípcios já utilizavam, para o ornamento dos olhos, substâncias químicas como, 
por exemplo, o verde malaquita; e o extrato de Henna, obtido da Lawsonia inermis L., para 
pintura dos cabelos. A rainha egípcia Cleópatra, para manter sua pele macia e sedosa, 
utilizava em seus banhos o leite de cabra (ABDI, 2009). 
Na Grécia antiga, por volta de 400 a.C., foram encontradas descrições que destacavam 
regras para banhos, para a higiene corporal e procedimentos cosméticos, além da utilização de 
máscaras de beleza constituídas de argila (CIC, 2010). 
Por volta de 180 d.C., em Roma, a cosmetologia teve seu avanço com base nos 
conhecimentos da civilização grega e Claudius Galeno realizou pesquisas na manipulação de 
produtos cosméticos, deixando muitas informações a respeito da higiene, da cosmetologia e 
também do famoso “Cold Cream” (SEBRAE/ESPM, 2008; ABDI, 2009; CIC, 2010). 
Com a proibição da exaltação da beleza pelo Cristianismo durante a Idade Média, no 
início do século V, o uso de cosméticos foi reprimido e, somente no período das Cruzadas, 
iniciada a partir do Século IX, houve seu ressurgimento e uso tendo como meta o cultivo da 
beleza (SEBRAE/ESPM, 2008). 
O Renascimento, em meados do Século XV, trouxe novamente a ênfase da beleza da 
mulher e do uso de cosméticos; contudo, a importância e preocupação com o 
desenvolvimento de perfumes foram evidenciadas, como resultado da falta de preocupação 
com a higiene, pois com a ausência de banhos, o perfume era utilizado para mascarar o odor 
26 
 
desagradável e possibilitar a interação social (SEBRAE/ESPM, 2008; ABDI, 2009; CIC, 
2010). 
A Idade Moderna, nos séculos XVII e XVIII, apresenta como moda e significado de 
nobreza o uso de perucas cacheadas e os rostos extremamente brancos, o que impulsiona o 
uso de cosméticos para deixá-los mais claros, além da consolidação da produção de perfumes, 
de grande importância econômica para a França, desde o período de reinado de Luís XIV até 
os dias atuais (ABDI, 2009; CIC, 2010). 
No final do século XVIII, foi pregado pelo Parlamento Inglês que o uso de cosméticos 
e outros produtos do gênero eram atos de bruxaria e, obviamente, aquele que fizesse uso 
destes produtos seria punido como tal (SEBRAE/ESPM, 2008). 
Com a liberação feminina na Idade Contemporânea, no século XIX, tem-se um 
aumento no consumo e no desenvolvimento e busca por maior diversidade de produtos 
cosméticos. Neste momento, surgem as indústrias de suprimento de insumos cosméticos, 
consolidando, assim, as indústrias cosméticas e o setor consumidor cosmético, com uma 
grande variedade de produtos à disposição dos usuários (CIC, 2010). O homem ganha 
destaque no desenvolvimento de produtos cosméticos e tem-se início a cultura de uso 
cosmético masculino representada, principalmente, por perfumes (ABDI, 2009). 
O século XX apresenta, principalmente em países desenvolvidos, uma crescente 
produção de matérias-primas e produtos cosméticos, apoiado na maior velocidade dos meios 
de comunicação, contribuindo para a expansão comercial e para os avanços no setor 
tecnológico e cultural. Ao final deste século, tem-se a consagração da ciência e da indústria 
cosmética, a qual se solidifica como um setor de grande importância econômica (CIC, 2010). 
Neste contexto de mercado crescente, se estabelece a busca contínua pelo 
desenvolvimento de insumos, matérias-primas, equipamentos de produção e purificação, 
desenvolvimento de embalagens, além do aperfeiçoamento de técnicas em microemulsões, 
lipossomas, biotecnologia, nanotecnologia e tecnologia verde. Há também o aumento da 
preocupação, bem como ajustes e estudos, em testes de qualidade, estabilidade, segurança e 
eficácia. Estes fatores são os principais responsáveis pelo rápido desenvolvimento do setor 
cosmético e impulsionadores das inovações e desenvolvimento tecnológico do setor (CIC, 
2010). 
Juntamente com a constante valorização do desenvolvimento sustentável pelas 
indústrias, destaca-se a preocupação com a manutenção e preservação de fontes naturais de 
matérias-primas, o efeito acumulativo dos produtos cosméticos no ecossistema, incluindo a 
bioacumulação humana, e com a biodegradabilidade das embalagens utilizadas (CIC, 2010). 
27 
 
São nessas preocupações que os cosméticos sustentáveis, também denominados de cosméticos 
verdes ou fitocosméticos, se alicerçam para o desenvolvimento do setor, destacando-se o 
momento favorável para o desenvolvimento orgânico e natural. 
 
 
 
2.2 Panorama de mercado do setor cosmético brasileiro 
 
Segundo dados da ABIHPEC (2016), existem no Brasil 2.599 empresas atuando no 
mercado de produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPPC), sendo que 73,0% 
do faturamento total do setor é fica a cargo de 20 empresas, classificadas como de grande 
porte, as quais detêm um faturamento líquido de impostos acima dos R$ 100 milhões. A 
região sudeste brasileira possui 1.594 empresas, sendo que 1.095 delas encontram-se no 
Estado de São Paulo, o qual possui 42,13% das empresas de HPPC do país. 
Os canais de distribuição de produtos cosméticos são três: distribuição tradicional 
(lojas de atacado e varejo); venda direta (evolução do conceito de vendas domiciliares, 
atualmente utiliza catálogo impressos e revendedores cadastrados) e franquias (lojas físicas 
personalizadas e exclusivas). Conforme apontado pelo Gráfico 01, os percentuais de 
participação nacional das lojas de atacado e varejo e da venda direta são equiparados, 
observando uma participação inferior do canal de franquias (ABIHPEC, 2015). 
Conforme dados do Euromonitor de 2014, o Brasil ocupava a terceira posição em 
relação ao mercado mundial de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos, com 9,4% de 
participação no mercado de consumo mundial, conforme Gráfico 02, atrás apenas dos EUA e 
China, primeiro e segundo colocados, respectivamente (ABIHPEC, 2015). No entanto, em 
2015, o Brasil assumiu a quarta posição, com 7,1 % de participação no mercado de consumo 
mundial, atrás dos EUA, China e Japão, primeiro, segundo e terceiro colocados, 
respectivamente (ABIHPEC, 2016). 
Segundo a ABIHPEC (2016), em 2016, o mercado cosmético brasileiro é o segundo 
em desodorantes,fragrâncias, protetores solares, produtos masculinos e depilatórios; terceiro 
mercado em produtos infantis, capilares e de higiene oral; quarto em produtos para o banho; 
quinto mercado em maquiagem e oitavo em produtos para a pele. No entanto, o Brasil perdeu 
posições no mercado de consumo mundial, visto que, segundo a ABIHPEC (2015), o mercado 
cosmético brasileiro em 2015 era o primeiro mercado em desodorantes, fragrâncias e 
protetores solares; segundo mercado em produtos infantis, produtos masculinos, produtos 
capilares, produtos para banhos e depilatórios; terceiro em produtos de higiene oral e 
maquiagem e sexto mercado em produtos para a pele. 
28 
 
 
Gráfico 01: Gráficos comparativos de participação dos Canais de Distribuição de produtos 
cosméticos no mercado brasileiro em 2008 e 2012. Fonte: ABIHPEC et al (2014, p.75). 
 
Segundo o Caderno de Tendências da ABIHPEC, ABID e SEBRAE (2014), o Brasil é 
líder mundial no mercado de cosméticos de massa, que atende a população jovem (teens), 
também denominada de Geração Y, um segmento importante e significativo para as empresas 
cosméticas brasileiras. Outro relevante fator que justifica o posicionamento do mercado 
cosmético brasileiro no panorama internacional está relacionado ao clima quente e úmido do 
país, que favorece a cultura de mais de um banho diário, incluindo a lavagem dos cabelos 
diariamente, justificando o alto consumo de produtos capilares, para banho, desodorantes e 
fragrâncias, categorias de produtos que estão entre os dois maiores mercados do setor 
cosmético brasileiro, conforme apontado pelo Gráfico 03 (ABIHPEC et al, 2014). 
 
 
Gráfico 02: Ranking mundial de mercado cosmético – os valores apresentados no gráfico são 
para venda de produtos cosméticos em R$ Bilhões. Fonte: ABIHPEC (2015, p.11). 
2014 2015 
29 
 
 
Gráfico 03: Comparativo da participação do mercado cosmético brasileiro por categorias de 
produtos cosméticos. Fonte: ABIHPEC et al (2014, p.73). 
 
O setor cosmético brasileiro apresentou um crescimento médio deflacionado de 
aproximadamente 10% ao ano nos últimos 19 anos, conforme Gráfico 04 (ABIHPEC, 2015). 
Também apresentou uma evolução no faturamento "ExFactory", líquido de imposto sobre 
vendas, que passou de R$ 4,9 bilhões no ano de 1996 para R$ 43,2 bilhões em 2014 
(ABIHPEC, 2015). 
O setor cosmético brasileiro apresentou também um crescimento médio no setor de 
9,2% ao ano contra os 2,8% ao ano do PIB Total brasileiro e os 1,9% ao ano da Indústria 
Brasileira (ABIHPEC, 2015). 
Segundo os dados publicados pela ABIHPEC (2015) referente a 2014: 
 
“Nos últimos 5 anos os preços do setor apresentaram crescimento inferior a 
inflação e ao índice de preços ao consumidor. Importante destacar os produtos de 
Higiene Pessoal com índice de preços substancialmente inferior aos demais índices 
de preços.” 
(ABIHPEC, 2015, p.04; ABIHPEC, 2016, p.03) 
 
30 
 
 
Gráfico 04: Evolução do faturamento do setor brasileiro de Higiene Pessoal, Cosmético e 
Perfumes em 19 anos (1996-2014). Fonte: ABIHPEC (2015, p.01). 
 
No entanto, de acordo com dados da ABIHPEC (2016), o setor cosmético brasileiro 
sofreu retração em 2015, atingindo um faturamento "ExFactory", líquido de imposto sobre 
vendas, de R$ 43,2 bilhões, em 2014, para R$ 42,6 bilhões em 2015, uma redução de R$ 600 
milhões quando comparado ao ano anterior conforme Gráfico 05. O principal fator que 
contribuiu para a retração evidenciada em 2015, além do cenário político e econômico 
brasileiro desfavorável, foi o aumento de impostos, como ICMS e IPI, como medida de 
aumento de arrecadação aos cofres públicos. Este cenário contribuiu para a primeira queda 
registrada do setor cosmético brasileiro nos últimos 23 anos, incluindo perda segnificativa no 
ranking de consumo de importantes classes de produtos cosméticos (ABIHPEC, 2016). 
 
Gráfico 05: Evolução do faturamento do setor brasileiros de Higiene Pessoal, Cosmético e 
Perfumes nos últimos 10 anos. Fonte: ABIHPEC (2016, p.01). 
31 
 
A balança comercial dos produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos 
apontou um crescimento acumulado de 106,3% nas exportações entre 2003 e 2014, enquanto 
que as importações indicaram um crescimento acumulado de 495,6% no mesmo período, 
conforme se constata no gráfico 06. Para o mesmo período, o crescimento médio variou entre 
19,5% e 7,5% para as importações e exportações (ABIHPEC, 2015). 
Pode-se observar no Gráfico 06 uma queda no superávit a partir de 2008, resultando 
em um déficit de US$ 272 milhões em 2014, como consequência de uma valorização 
monetária do real (ABIHPEC, 2015). 
A ABIHPEC (2015) descreve um histórico do comércio exterior brasileiro 
considerando o total de exportações e importações (ABIHPEC, 2015): 
 
“Até 1994, o país manteve superávits em sua Balança Comercial entre 10 e 15 
bilhões de dólares. Entre 1995 e 1998, com o advento do Plano Real e a utilização 
do câmbio como âncora principal para a estabilização da moeda, a Balança 
Comercial Brasileira apresentou déficits entre 3 e 7 bilhões de dólares. A partir de 
1999, com a introdução do câmbio flutuante, observou-se forte desvalorização do 
real e o déficit foi reduzido para 1,3 e 0,7 bilhão de dólares no ano seguinte. Em 
2001, o real foi novamente desvalorizado, principalmente devido à crise econômica 
na Argentina, provocando um superávit de US$ 2,7 bilhões. Seguiu-se em 2002 
outra forte depreciação do Real incrementando o superávit para US$ 13,2 bilhões, 
em 2003 o superávit foi de US$ 24,9 bilhões. De 2004 a 2006, apesar da 
valorização do real, o superávit apresentou crescimento, atingindo US$ 46,5 
bilhões em 2006. Em 2014 o déficit foi de US$ 4 bilhões.” 
(ABIHPEC, 2015, p.05) 
 
 
Em 2015, o déficit da balança comercial brasileira referente ao setor cosmético sofreu 
redução quando comparada ao ano anterior, passando de US$ 272 milhões em 2014 para 
US$ 199 milhões em 2015, o que evidencia uma queda de 14,5% nas importações e 10,3% 
nas exportações, conforme gráfico 07, principalmente em função da desvalorização da moeda 
brasileira (ABIHPEC, 2016) 
32 
 
 
Gráfico 06: Evolução da Balança Comercial do setor brasileiro de Higiene Pessoal, 
Cosmético e Perfumes entre 2003 e 2014, em US$ milhões. Fonte: ABIHPEC (2015, p.06). 
 
 
Gráfico 07: Evolução da Balança Comercial do setor brasileiro de Higiene Pessoal, 
Cosmético e Perfumes entre 2009 e 2015, em US$ milhões. Fonte: ABIHPEC (2016, p.05). 
 
33 
 
As Tabelas 01 e 02 apresentam os 10 países responsáveis pelos maiores índices de 
exportações pelo Brasil e das importações para o Brasil, respectivamente (ABIHPEC, 2016). 
No último ano, o setor contabilizou 5.791.400 oportunidades de trabalho, mantendo 
um crescimento médio de 8,1% nos últimos 21 anos (ABIHPEC, 2016). Segundo João Carlos 
Basilio, atual presidente da ABIHPEC (PORTAL FATOR BRASIL, 2011; ABIHPEC, 
2015b): 
“Uma das razões deste crescimento do setor, além da modernização do parque 
industrial, do investimento em marketing e da inovação tecnológica das indústrias, 
é a democratização do consumo e do maior acesso a produtos pelas classes D e E, 
principalmente em produtos de higiene. Essa esfera da sociedade duplicou o 
consumo de protetores solares, ampliou em mais de 1000% a compra de 
enxaguatórios bucais e ampliou em média 2 a 3% o consumo de sabonetes de barra 
e cremes dentais. Produtos como esses são essenciais para a manutenção da saúde 
da população com aumentos de preços inferiores à inflação, uma combinação ideal 
para o aumento de hábitos saudáveis de higiene.” 
(Portal Fator Brasil, 2011) 
 
 
 
Tabela 01: Top 10 dos países de destino das exportações brasileiras de HPPC em 
US$ milhões. Fonte: reproduzida e adaptada de ABIHPEC (2016, p.06). 
 
 
34 
 
 
Tabela 02: Top 10 dos países de origem das importações brasileiras de HPPC em 
US$ milhões. Fonte: reproduzida e adaptada de ABIHPEC (2016, p.07).Os principais fatores que contribuíram para o crescimento do setor cosmético 
brasileiro, de acordo com a ABIHPEC (2015), são os seguintes: 
 Devido ao aumento na renda per capita do brasileiro, as classes D e E foram 
favorecidas no acesso aos produtos cométicos; 
 Também influenciada pelo aumento na renda, a parcela da população que migrou 
para a classe C tem maior acesso a produtos cosméticos de maior valor agregado; 
 Aumento da produtividade do setor brasileiro e utilização de tecnologias 
inovadoras, contribuindo para estabilização nos índices de reajuste para os preços 
de venda; 
 Crescente participação no mercado de trabalho da população feminina brasileira, 
resultando em empoderamento financeiro e maior acesso a produtos cosméticos 
por este percentual da população; 
 Constantes lançamentos e produtos inovadores disponíveis no mercado nacional; 
 Busca crescente da população pela conservação da beleza e juventude. 
 
35 
 
As tendências e previsões para o mercado futuro de cosméticos são abordadas como 
parte do relatório global do setor de cosméticos e produtos de higiene pessoal (Euromonitor 
International) sendo assim descritas para os próximos anos (SEBRAE NACIONAL, 2011): 
 Em função do aumento da expectativa de vida, busca-se a elaboração de produtos 
específicos para diferentes faixas etárias; 
 Maior intensificação no comércio internacional, com consumos mais 
diversificados, devido ao aumento da riqueza global; 
 Maior preocupação e dedicação à manutenção da saúde e beleza, o que desperta o 
interesse por produtos naturais ou de origem orgânica; 
 A busca do consumidor por marcas com preocupações éticas, devido à maior 
conscientização sobre os impactos ambientais decorrentes de um tipo de 
fabricação; 
 Maior segmentação nas formulações, embalagens ou no próprio mercado 
cosmético, além da elevação do potencial de crescimento de matérias-primas que 
deem maior funcionalidade aos produtos; 
 O crescimento dos extratos vegetais, que já têm posição consolidada no mercado 
de cosméticos, como os óleos essenciais e resinas naturais, terão um ritmo de 
crescimento mais lento, diante da competição oferecida por materiais sintéticos, 
derivados do petróleo, que possuem preços mais vantajosos e maior 
disponibilidade; 
 Aumento no consumo e comercialização de cosméticos em países como o Brasil, 
Espanha, Rússia e China; 
 Uma maior diversificação de produtos e ingredientes cosméticos, com o objetivo 
de atender a especificidade étnica ou intensa atividade física; 
 Aumento da prática das vendas diretas em mercados emergentes. 
 
36 
 
 
2.3 Aspectos legais e técnicos do setor cosmético 
 
Os produtos cosméticos estão sujeitos às legislações e regulamentações sanitárias 
brasileiras para a produção, envase, comercialização, importação e exportação, conforme Lei 
n° 6.360, de 23 de setembro de 1976, sob autorização da Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária (ANVISA), criada e instituída pela Lei nº 9.782, de 26 de janeiro de 1999, vinculada 
ao Ministério da Saúde (MS) e integrada ao Sistema Único de Saúde (SUS), sendo também 
responsável pela coordenação do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS). Segundo 
disposto na Lei n° 9.782/99, a ANVISA é o órgão responsável pela autorização e 
licenciamento de produção e comercialização de cosméticos em todo o território brasileiro 
(BRASIL 1976; BRASIL, 1999; CORRÊA, 2012; COELHO, 2013). 
A definição mais ampla para produtos cosméticos é definida e oficializada para todo o 
território nacional na Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº 07, de 10 de fevereiro de 
2015, a seguir (ANVISA, 2015): 
 
“Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes: são preparações 
constituídas por substâncias naturais ou sintéticas, de uso externo nas diversas 
partes do corpo humano, pele, sistema capilar, unhas, lábios, órgãos genitais 
externos, dentes e membranas mucosas da cavidade oral, com o objetivo exclusivo 
ou principal de limpá-los, perfumá-los, alterar sua aparência e ou corrigir odores 
corporais e ou protegê-los ou mantê-los em bom estado”. 
(ANVISA, 2015, p.7) 
 
Sendo assim, todo e qualquer produto que se enquadre na definição acima é 
classificado, no Brasil, como produto de higiene pessoal, cosmético ou perfume, seja de 
origem ou constituição sintética ou natural, total ou em parte (ANVISA, 2015). 
De acordo com a ABIHPEC (2014b), considerando a conceituação de cosméticos, 
atualizada pela RDC nº 07, de 10 de fevereiro de 2015, as preparações cosméticas têm por 
objetivo limpar, perfumar, alterar a aparência, proteger, manter as boas condições ou corrigir 
odores corporais; desta forma, devido à diversidade de aplicações e de produtos cosméticos, 
divide-se o setor em três segmentos básicos (ABIHPEC, 2014b): 
 Higiene Pessoal: contempla produtos de uso diário e com objetivo de proporcionar 
a mínima higiene pessoal. Podem ser considerados nesta classificação, por exemplo, 
os sabonetes, cremes dentais e enxaguatórios bucais, desodorantes, talcos, 
shampoos, condicionadores e produtos para barbear. Apesar das características 
diferenciadas de seus processos produtivos, também podem ser considerados nesta 
classificação os absorventes íntimos, fraldas descartáveis e papéis higiênicos. 
37 
 
 Perfumaria: contempla os produtos cosméticos com a finalidade de correção de 
odores corporais, tais como: águas de colônia, perfumes, extratos e, em algumas 
situações, loções pós-barba. 
 Cosmético: contempla os produtos cosméticos que têm por função a alteração da 
aparência, tais como produtos para coloração, tratamento, fixação e modelagem 
capilar, maquiagem, esmaltes e depilatórios; além de produtos cosméticos que têm 
por finalidade a manutenção corporal, como cremes, loções e fotoprotetores. 
 
A classificação de fitocosmético ou cosmético verde é apenas indicativa, ou seja, é a 
definição aplicada a produtos cosméticos em que o principal ativo é de origem vegetal. Podem, 
ainda, assumir a definição de cosméticos naturais ou eco-friendly, que remetem, além da 
substituição dos ingredientes de origem químico-sintética por ingredientes de origem vegetal, 
ao uso de processos de obtenção e produção limpos e sustentáveis. Porém, o termo “natural” 
ou “verde” também é associado ao produto cosmético que utiliza processos sustentáveis e 
material reciclável em sua produção (THIESEN, 2013; ABIHPEC et al, 2014). 
Já os ingredientes cosméticos podem ser classificados quanto à sua origem como 
inorgânicos ou orgânicos. Como exemplo de ingredientes inorgânicos, podemos citar os 
oligoelementos, como o manganês, que atua na formação do colágeno, por exemplo. Já os 
ingredientes de origem orgânica podem, ainda, ser divididos em três grupos (REBELLO, 
2004): 
 Naturais: obtidos de produtos naturais através de processos químicos e físicos de 
extração. 
 Sintéticos: obtidos através de sínteses químicas. 
 Semi-sintéticos: são substâncias de origem natural que sofreram pequena 
modificação química com o objetivo de melhorar suas propriedades químicas ou 
cosméticas. 
 
 Os ingredientes cosméticos atendem, no Brasil, a uma classificação internacional para 
a nomenclatura de ingredientes cosméticos, denominada de INCI, ou Internacional 
Nomenclature of Cosmetic Ingredients, ou seja, Nomenclatura Internacional de Ingredientes 
Cosméticos. É um sistema internacional de codificação utilizado para designar e padronizar os 
ingredientes cosméticos utilizados na formulação de produtos de Higiene Pessoal, Perfumaria 
38 
 
e Cosméticos (ANVISA, 2012; CORRÊA, 2012; ANVISA, 2015b; ANVISA, 2015c; 
ANVISA, 2015d). 
A classificação INCI é resultado do esforço conjunto de vários países, iniciado pelos 
Estados Unidos, com o objetivo de simplificar e harmonizar a designação dos ingredientes 
cosméticos, por regras específicas para a definição da “nomenclatura” de uma substância 
utilizada com a finalidadede ingrediente cosmético (ANVISA, 2012; CORRÊA, 2012; 
ANVISA, 2015b; ANVISA, 2015c; ANVISA, 2015d). 
Os benefícios obtidos na adoção da nomenclatura INCI são (ANVISA, 2012): 
 
“agilidade, precisão, clareza na identificação dos ingredientes; facilidade de 
localização de informações e de orientação para consumidores, profissionais de 
saúde e de vigilância sanitária. Além disso, evita-se a confusão entre sinônimos e 
diferentes terminologias ou nomenclaturas químicas. A uniformização e a 
padronização obtidas com a adoção da nomenclatura INCI facilitam a identificação 
dos ingredientes e agilizam a localização das informações na literatura técnico-
científica e nos compêndios de referência.” 
(ANVISA, p.2) 
 
 
A nomencletura INCI também contribui para que o consumidor possa identificar os 
ingredientes de uma formulação cosmética em qualquer país que adotou a nomenclatura, 
minimizando os erros de interpretação na leitura e identificação de componentes de uma 
formulação cosmética (ANVISA, 2012; ANVISA, 2015d). Segundo a Resolução RDC n° 
07/15, Anexo V, a rotulagem de um produto cosmético deverá apresentar codificação INCI 
para a nomenclatura dos ingredientes que compõem a formulação cosmética (ANVISA, 2015). 
O consumidor, o profissional de saúde ou o manipulador cosmético podem acessar a 
nomenclatura INCI oficial, em que estão dispostas as regras de identificação dos ingredientes 
descritos nos rótulos de embalagens cosméticas, por meio do endereço virtual: 
ec.europa.eu/consumers/cosmetics/cosing/, de acesso ao Portal da União Europeia (ANVISA, 
2015b). 
 
2.3.1 Legislação e regulamentação do setor cosmético 
Com o objetivo primordial de garantir ao consumidor brasileiro a aquisição de 
produtos cosméticos seguros e de qualidade garantida, a ANVISA tem por responsabilidade 
autorizar a produção e comercialização de cosméticos, produtos de higiene pessoal e perfumes, 
por meio da concessão de registro ou notificação, além de fiscalizar e regular, através de 
normas, as empresas fabricantes, atentando-se ao processo de produção, às técnicas e métodos 
empregados, acompanhando a cadeia de distribuição até o consumo final (ANVISA, 2015e). 
http://ec.europa.eu/consumers/cosmetics/cosing/
39 
 
As principais regulamentações vigentes do setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e 
Cosméticos referenciadas no Portal on-line oficial da ANVISA estão elencadas na Quadro 01: 
 
Quadro 01: Relação das regulamentações referentes aos produtos cosméticos 
relacionadas como vigentes no Portal on-line da ANVISA. 
RESOLUÇÃO DESCRIÇÃO 
Resolução – RDC n° 07, de 10 
de fevereiro de 2015 
Dispõe sobre os requisitos técnicos para a regularização de 
produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes e dá outras 
providências. 
Resolução – RDC n° 16, de 1° 
de abril de 2014 - Retificação 
Dispõe sobre os Critérios para Peticionamento de Autorização de 
Funcionamento (AFE) e Autorização Especial (AE) de Empresas. 
Resolução – RDC n° 16, de 1° 
de abril de 2014 
Dispõe sobre os Critérios para Peticionamento de Autorização de 
Funcionamento (AFE) e Autorização Especial (AE) de Empresas. 
Resolução – RDC n° 48, de 25 
de outubro de 2013 
Aprova o Regulamento Técnico de Boas Práticas de Fabricação 
para Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes e dá 
outras providências. 
Resolução – RDC n° 19, de 10 
de abril de 2013 
Dispõe sobre os requisitos técnicos para a concessão de registro 
de produtos cosméticos repelentes de insetos e dá outras 
providências. 
Resolução – RDC n° 15, de 26 
de março de 2013 
Aprova o Regulamento Técnico "Lista de substâncias de uso 
cosmético: acetato de chumbo, pirogalol, formaldeído e 
paraformaldeído" e dá outras providências. 
Resolução – RDC n° 44, de 9 de 
agosto de 2012 
Aprova o Regulamento Técnico Mercosul sobre “Lista de 
substâncias corantes permitidas para produtos de higiene pessoal, 
cosméticos e perfumes” e dá outras providências. 
Resolução – RDC n° 30 de 1º de 
junho de 2012 
Aprova o Regulamento Técnico Mercosul sobre Protetores 
Solares em Cosméticos e dá outras providências. 
Resolução – RDC n°29, de 10 de 
junho de 2012 
Aprova o Regulamento Técnico Mercosul sobre “Lista de 
Substâncias de Ação Conservante permitidas para Produtos de 
Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes” e dá outras 
providências. 
Resolução – RDC n° 03, de 18 
de janeiro de 2012 
Regulamento Técnico Mercosul sobre "Lista de substâncias que 
os produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes não devem 
conter exceto nas condições e com as restrições estabelecidas". 
Resolução – RDC n° 36, de 17 
de junho de 2009 
Dispõe sobre a proibição da exposição, venda e entrega ao 
consumo de formol ou de formaldeído (solução a 37%) em 
drogaria, farmácia, supermercado, armazém e empório, loja de 
conveniência e drugstore. 
Resolução n° 92, de 9 de 
dezembro de 2008 
Estabelece regras gerais para os produtos de higiene pessoal, 
cosméticos e perfumes de grau 1 e de grau 2, quando fabricados 
no Brasil e destinados exclusivamente à exportação. 
Resolução – RDC n° 176, de 21 
de setembro de 2006 
Aprova o Regulamento Técnico “Contratação de Terceirização 
para Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes”. 
Resolução – RDC n° 48, de 16 
de março de 2006 
Regulamento Técnico “Lista de substâncias que não podem ser 
utilizadas em produtos de higiene pessoal, cosméticos e 
perfumes”. 
Resolução – RDC n°47, de 16 de 
março de 2006 
Regulamento Técnico “Lista de filtros ultravioletas permitidos 
para produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes”. 
Resolução – RDC n° 332, de 1º 
de dezembro de 2005 
Estabelece que as empresas fabricantes e/ou importadoras de 
Produtos de Higiene Pessoal Cosméticos e Perfumes, instaladas 
no território nacional deverão implementar um Sistema de 
Cosmetovigilância, a partir de 31 de dezembro de 2005. 
Resolução – RDC n° 13, de 17 
de janeiro de 2003 
Determina a obrigatoriedade de inclusão dos dizeres de rotulagem 
de produtos de higiene oral indicados para hipersensibilidade 
dentinária. 
Resolução – RDC n° 38, de 21 
de março de 2001 
Estabelece critérios e procedimentos necessários para o registro 
de novas categorias de produtos cosméticos, destinados ao uso 
40 
 
infantil. 
Resolução n° 481, de 23 de 
setembro de 1999 
Estabelece parâmetros para controle microbiológico de Produtos 
de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes. 
 Fonte: ANVISA (2015f; 2015g; 2015h). 
 
2.3.2 Importantes aspectos da toxicologia cosmética 
Em virtude do acelerado crescimento do setor cosmético, pesquisadores e 
manipuladores têm se dedicado ao estudo do impacto ambiental dos produtos cosméticos, 
seus insumos e embalagens, considerando o ecossistema como um todo. As pesquisas têm 
direcionado esforços para avaliar os riscos ambientais envolvidos na utilização diária destes 
produtos, considerando os impactos a médio e longo prazo nos recursos ambientais e na saúde 
humana. 
A extensa e contínua avaliação dos produtos cosméticos e seus ingredientes antes da 
inserção do produto cosmético no mercado, assim como a cosmetovigilância de produtos já 
em processo de comercialização, se faz necessária devido à exposição de seus usuários, 
diariamente para alguns produtos, visto que a exposição a ingredintes cosméticos não está 
isenta de toxicidade ou efeitos e danos sistêmicos ao organismo humano (COELHO, 2013). 
Segundo Franquilino (2016), cerca de 30% da população brasileira apresenta algum 
tipo de alergia, o que contribui para o desenvolvimento de cosméticos livres de ingredientes 
alergênicos ou potencialmente tóxicos, que possam provocar algum efeito indesejado nos 
consumidores. Tem-se desenvolvido uma classe de produtos, denominados de cosméticos free, 
ou seja, livres de ingredientes sensibilizantes, alergênicos ou potencialmente tóxicos, como os 
parabenos, óleos minerais, fragrâncias, silicones, corantes, entre outrosingredientes. Apesar 
de as indústrias adotarem critérios técnicos e recursos científicos para garantir a segurança dos 
cosméticos, nenhum produto garante ausência total de risco, principalmente em relação às 
reações adversas e alergenicidade, de sensibilidade individual de cada usuário 
(FRANQUILINO, 2016) 
O óleo mineral, obtido por meio do fracionamento do petróleo, é um ingrediente 
comumente utilizado em formulações cosméticas com ação emoliente e hidratante, atua na 
melhora da chamada função de barreira epidérmica, ao criar um filme sobre a pele, reduzindo, 
assim, a desidratação cutânea. Apesar de seu vasto uso na Europa, nos Estados Unidos é visto 
com certa desconfinça (MICHALUN e MICHALUN, 2010). Em estudo conduzido por 
Sakakibara et al (1989), realizado com mecânicos, associou-se a incidência de dermatite de 
contato fotoalérgica ao contato com óleo mineral. Em estudo conduzido por Svendsen e Hilt 
41 
 
(1997), com engenheiros navais, foi observado o aumento da prevalência de doenças de pele 
pelo contato direto com óleos minerais. 
Segundo a Environmental Working Group (2007), ingredientes cosméticos petrolato 
derivados, como o óleo mineral, podem ser contaminados com 1,4-dioxano, uma substância 
que penetra facilmente na pele e é potencialmente carcinogênica. Esta informação é reforçada 
por estudo realizado por Stickney et al (2003) sobre o potencial carcinogênico do 1,4-dioxano. 
Apesar da possibilidade de remoção do 1,4-dioxano do óleo mineral e dos estudos conduzidos 
por Svendsen e Hilt (1997) e por Sakakibara et al (1989) terem sido realizados com 
engenheiros navais e mecânicos, o risco associado do óleo mineral em cosméticos deve ser 
avaliado por estudos conduzidos por pesquisadores e indústrias, com a finalidade de garantir a 
segurança de seu uso em produtos cosméticos. 
O sistema de Cosmetovigilância brasileiro foi instituído pela Resolução – RDC nº 332, 
de 1 de dezembro de 2005, que institui que as empresas fabricantes e/ou importadoras de 
cosméticos, instaladas no território brasileiro, deverão implementar um Sistema de 
Cosmetovigilância e notificar à ANVISA e os Estados Partes do Mercosul envolvidos quando 
indentificados problemas decorrentes do uso, defeitos de qualidade ou efeitos indesejáveis de 
produtos cosméticos, além do acesso do consumidor a estas informações (ANVISA, 2005). 
 
2.3.3 Parabenos 
Alguns ingredientes cosméticos já estão sob evidência científica há alguns anos, pois, 
a princípio, denotam riscos de exposição a médio e longo prazo. Entre eles estão os parabenos, 
que são ésteres do ácido p-hidroxibenzóico, utilizados com a função de conservação das 
formulações cosméticas, apresentando amplo espectro de atividade contra o crescimento 
microbiano. Os conservantes têm como função cosmética impedir o crescimento e 
desenvolvimento microbiano, garantindo a integridade microbiológica do produto cosmético, 
bem como sua vida útil, contribuindo para que as formulações apresentem um período de 
validade mais extenso e não promovam o desenvolvimento de infecções em seus usuários 
(FERNANDES et al, 2013). 
Os conservantes utilizados em cosméticos são substâncias químicas que têm por 
função impedir, prevenir ou retardar a deterioração dos produtos cosméticos por proliferação 
de microrganismos (CARREIRA, 2008). Para que um conservante cosmético seja 
considerado ideal, deve apresentar algumas propriedades específicas, como, por exemplo, 
amplo espectro de ação contra a proliferação de microrganismos, como bactérias e fungos, 
preferencialmente a baixas concentrações de uso; considerável solubilidade em água; ser 
42 
 
atóxico para o ser humano; ser compatível com os demais ingredientes cosméticos e, 
financeiramente, ser viável, preferencialmente, de baixo custo (FERNANDES et al, 2013). 
Encontrar um conservante que seja considerado ideal pode se mostrar uma tarefa 
difícil, desta forma, é possível utilizar associações de conservantes, as quais podem ser 
denominadas de blends, e são utilizadas, principalmente, para se obter um espectro de ação 
conservante mais amplo (TAVARES e PEDRIALI, 2011). 
Considerando estas propriedades, é possível entender a larga utilização dos parabenos 
como o sistema conservante de escolha dos produtos cosméticos, sendo a classe conservante 
mais utilizada nos produtos cosméticos nacionais e internacionais (FERNANDES et al, 2013). 
Atualmente, o uso de conservantes em produtos cosméticos, de higiene pessoal e 
perfumes, assim como as associações de conservantes e as concentrações máximas permitidas, 
são reguladas pela Resolução – RDC n° 29, de 10 de junho de 2012, que dispõe sobre a “Lista 
de Substâncias de Ação Conservante permitidas para Produtos de Higiene Pessoal, 
Cosméticos e Perfumes” (ANVISA, 2012b). 
A concentração máxima permitida pela Resolução – RDC n° 29, de 10 de junho de 
2012, para o uso isolado de um parabeno em formulações cosméticas é de 0,4%, considerando 
o total dos ingredientes da formulação cosmética e, para o uso de associação de parabenos, a 
concentração máxima permitida é de 0,8% considerando o total dos ingredientes da 
formulação cosmética (ANVISA, 2012b). 
No entanto, estudos científicos realizados nos últimos anos apontam para efeitos 
secundários dos parabenos, dentre os quais pode-se destacar a presença de atividade 
estrogênica destes conservantes, que pode ser descrita como um efeito direto nos receptores 
biológicos de estrógenos, desencadeando efeitos específicos e similares (miméticos) ao 17β-
estradiol (BILA e DEZOTTI, 2007). 
Os pesquisadores Bila e Dezotti (2007) classificam os parabenos (metilparabeno, 
etilparabeno, n-propilparabeno, butilparabeno, isobutilparabeno e benzilparabeno) como 
desreguladores endócrinos, substâncias químicas que interagem com sítios de ligação em 
receptores biológicos hormonais, promovendo desequilíbrios, alteração ou interferência nas 
funções do sistema endócrino humano (BILA e DEZOTTI, 2007). 
Em estudo in vitro e in vivo realizado por Routledge et al (1998), observou-se 
competição do butilparabeno com o 3H-estradiol pelos receptores estrogênicos em ratos. 
Também foi observado efeito estrogênico in vitro para os parabenos mais utilizados no 
mercado cosmético, o metil, etil, propil e butilparabeno, no entanto, a ação estrogênica, 
quando comparada com o 17β-estradiol, apresentou-se potencialmente baixa. Todavia, os 
43 
 
autores reforçam a necessidade de maiores estudos de segurança quanto ao uso destes 
produtos como sistemas conservantes em cosméticos (ROUTLEDGE et al, 1998). 
Em estudos realizados por Golden et al (2005), também foram evidenciados efeitos 
estrogênicos de baixa intensidade pelos parabenos em receptores estrogênicos. Os autores 
relatam que deve-se considerar não apenas a presença dos efeitos estrogênicos, mas também a 
potência destes efeitos quando comparados ao 17β-estradiol. 
Segundo Chen et al (2007), em estudos com o metil, propil e butilparabeno, foram 
observadas redução na atividade transcricional induzida pela testosterona, o que indica que 
estes compostos podem apresentar um efeito antiandrogênico, sendo reforçado também por 
estes autores a importância de um estudo mais aprofundado sobre os futuros impactos destes 
efeitos sobre a saúde humana. 
Para Darbre (2006), produtos cosméticos que utilizam ingredientes que apresentam 
efeito estrogênico, principalmente utilizados nas áreas das axilas e das mamas, podem 
contribuir significativamente para o desenvolvimento e aumento de incidência de câncer de 
mama, em virtude do aumento de exposição local e pela absorção sistêmica resultante de 
exposição localizada e contínua. 
O efeito estrogênico e acumulativo dos parabenos na região das axilas e das mamas, 
contribuindo para o aumento na incidência de câncer de mama, também é apontado por 
Pugazhendhi et al (2007). Este estudo reportou indução do crescimento das células MCF-7, 
células cancerosas