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gestao_financeira livro Uniasselvi

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SOCIOLINGUÍSTICA
Caderno de Estudos
Prof.ª Fabíola Sucupira Ferreira Sell
Prof. Alberto Gonçalves
Editora GRUPO UNIASSELVI
2010
Educação a Distância
NEAD
GRUPO
GESTÃO FINANCEIRA
Prof. Gonter Bartel
Editora UNIASSELVI
2011
NEAD
Copyright  Editora UNIASSELVI 2011
Elaboração:
Prof. Gonter Bartel
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
 
658.15
B283g Bartel, Gonter
 Gestão financeira / Gonter Bartel. 2ª ed. Indaial : 
 Uniasselvi, 2011. 181 p. il.
 
 Inclui bibliografia.
 ISBN 978-85-7830-457-7
1. Gestão financeira 
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci
 
 
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
Grupo UNIASSELVI – Indaial.
APRESENTAÇÃO
Caro(a) acadêmico(a)!
Ao finalizar este caderno você terá conhecido o que envolve o ambiente da Gestão 
Financeira, as decisões de curto e longo prazo. A compreensão da Gestão Financeira nos 
possibilitará obter melhores resultados.
Na primeira unidade serão abordados os aspectos introdutórios da disciplina: os aspectos 
que compõem o ambiente da Gestão Financeira, mercado, tributação, demonstrações, índices 
de análise para tomada de decisão, fluxos de caixa e variáveis que alteram os resultados.
Os investimentos e financiamentos serão abordados na segunda unidade, nos quais 
é preciso identificar os fluxos relevantes, conhecer algumas técnicas e avaliar os riscos na 
decisão de financiamentos, investimentos. É fundamental que o gestor financeiro consiga lidar 
com os financiamentos, a fim de conseguir a alavancagem de capital.
No fechamento deste caderno, a gestão é abordada baseada em valor, algumas decisões 
de curto prazo, pertinentes, principalmente, ao capital de giro. O não dimensionamento do 
capital de giro tem comprometido muitas empresas, levando-as, muitas vezes, a uma situação 
de falência. Também conheceremos um pouco sobre o sistema financeiro nacional e alguns 
aspectos internacionais.
Ao estudar este caderno, procure refletir sobre estes conteúdos na sua própria gestão 
financeira. Cada um de nós precisa gerir os seus recursos financeiros. 
Este Caderno de Estudos foi cuidadosamente elaborado com a intenção de facilitar sua 
caminhada e ajudá-lo(a) nos primeiros passos para se tornar um administrador.
Prof. Gonter Bartel
iii
iv
UNI
Oi!! Eu sou o UNI, você já me conhece das outras disciplinas. 
Estarei com você ao longo deste caderno. Acompanharei os seus 
estudos e, sempre que precisar, farei algumas observações. 
Desejo a você excelentes estudos! 
 UNI
v
SUMÁRIO
UNIDADE 1 – GESTÃO FINANCEIRA ............................................................................. 1 
TÓPICO 1 – AMBIENTE DA GESTÃO FINANCEIRA ...................................................... 3
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 3
2 TRIBUTAÇÃO DE EMPRESAS ..................................................................................... 5
3 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ............................................................................. 9
3.1 DRE – DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS DO EXERCÍCIO ............................. 9
3.2 BALANÇO PATRIMONIAL ........................................................................................ 12
4 ÍNDICES FINANCEIROS ............................................................................................. 15
4.1 ÍNDICES DE LIQUIDEZ ............................................................................................ 17
4.1.1 Índice de liquidez corrente ...................................................................................... 17
4.1.2 Índice de liquidez seca ........................................................................................... 18
4.2 ÍNDICES DE ATIVIDADE .......................................................................................... 18
4.2.1 Giro de estoques .................................................................................................... 19
4.2.2 Prazo médio de recebimento .................................................................................. 19
4.2.3 Prazo médio de pagamento ................................................................................... 20
4.2.4 Giro do ativo total ................................................................................................... 21
4.3 ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO ............................................................................... 21
4.3.1 Índice de endividamento geral ................................................................................ 22
4.3.2 Índice de cobertura de juros ................................................................................... 22
4.4 ÍNDICES DE RENTABILIDADE ................................................................................. 23
4.4.1 Margem de lucro bruto ........................................................................................... 23
4.4.2 Margem de lucro operacional ................................................................................. 24
4.4.3 Margem de lucro líquido ......................................................................................... 24
4.4.4 Retorno do ativo total ............................................................................................. 25
4.4.5 Retorno do capital próprio ...................................................................................... 25
4.4.6 Análise completa .................................................................................................... 26
RESUMO DO TÓPICO 1 ................................................................................................. 28
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 30
TÓPICO 2 – FLUXOS E PLANEJAMENTO ................................................................... 33
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 33
2 FLUXOS DE CAIXA ..................................................................................................... 33
3 ORÇAMENTOS DE CAIXA .......................................................................................... 38
4 DEMONSTRAÇÕES E BALANÇOS PROJETADOS .................................................. 43
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................... 47
RESUMO DO TÓPICO 2 ................................................................................................. 52
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 53
TÓPICO 3 – VARIÁVEIS NA GESTÃO FINANCEIRA ................................................... 57
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 57
vi
2 VALOR DO DINHEIRO NO TEMPO ............................................................................ 57
3 RISCO E RETORNO .................................................................................................... 61
4 TAXAS DE JUROS ...................................................................................................... 63
5 AÇÕES ......................................................................................................................... 65
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................... 67
RESUMO DO TÓPICO 3 ................................................................................................. 70
AUTOATIVIDADE ...........................................................................................................71
AVALIAÇÃO .................................................................................................................... 72
UNIDADE 2 – INVESTIMENTOS E FINANCIAMENTOS ............................................... 73
TÓPICO 1 – INVESTIMENTOS ...................................................................................... 75
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 75
2 ORÇAMENTO DE CAPITAL ........................................................................................ 75
2.1 PROJETOS INDEPENDENTES ................................................................................ 78
2.2 PROJETOS MUTUAMENTE EXCLUDENTES ......................................................... 79
3 FLUXOS RELEVANTES .............................................................................................. 79
LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................... 82
RESUMO DO TÓPICO 1 ................................................................................................. 86
AUTOATIVIDADE ........................................................................................................... 87
TÓPICO 2 – MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE INVESTIMENTOS ....... 89
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 89
2 PAYBACK .................................................................................................................... 89
2.1 PAYBACK SIMPLES ................................................................................................. 90
2.2 PAYBACK DESCONTADO ........................................................................................ 93
3 VPL ............................................................................................................................... 95
4 TIR ................................................................................................................................ 98
5 VPL x TIR ................................................................................................................... 101
6 TIR/ANÁLISE INCREMENTAL .................................................................................. 101
7 RISCOS ...................................................................................................................... 102
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................ 106
RESUMO DO TÓPICO 2 ............................................................................................... 108
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 109
TÓPICO 3 – FINANCIAMENTOS E ALAVANCAGEM DE CAPITAL ............................ 111
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 111
2 ESTRUTURA DE CAPITAL ........................................................................................ 111
3 CUSTO DE CAPITAL E FINANCIAMENTOS ............................................................. 114
3.1 CUSTO MÉDIO PONDERADO DE CAPITAL (CMPC) ............................................ 117
4 ALAVANCAGEM ......................................................................................................... 119
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................ 123
RESUMO DO TÓPICO 3 ............................................................................................... 126
vii
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 127
AVALIAÇÃO .................................................................................................................. 128
UNIDADE 3 – CURTO PRAZO E TÓPICOS ESPECIAIS ............................................ 129
TÓPICO 1 – GESTÃO BASEADA EM VALOR ............................................................ 131
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 131
2 CRIAÇÃO DE VALOR E CUSTO DE OPORTUNIDADE .......................................... 131
3 RESULTADO OPERACIONAL E EFEITO DO IR ...................................................... 133
4 EVA ............................................................................................................................. 134
5 CÁLCULO DO EVA .................................................................................................... 135
6 RESUMO DAS DEMONSTRAÇÕES DE RESULTADO ............................................ 140
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................ 141
RESUMO DO TÓPICO 1 ............................................................................................... 143
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 144
TÓPICO 2 – CAPITAL DE GIRO .................................................................................. 147
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 147
2 ATIVOS CIRCULANTES ............................................................................................ 147
3 PASSIVOS CIRCULANTES ....................................................................................... 150
4 NECESSIDADES DE CAPITAL DE GIRO ................................................................. 151
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................ 156
RESUMO DO TÓPICO 2 ............................................................................................... 159
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 160
TÓPICO 3 – INCORPORAÇÕES E FALÊNCIAS ......................................................... 161
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 161
2 ARRENDAMENTOS .................................................................................................. 161
3 FUSÕES E AQUISIÇÕES .......................................................................................... 162
4 FALÊNCIA DE EMPRESAS ...................................................................................... 164
RESUMO DO TÓPICO 3 ............................................................................................... 166
AUTOATIVIDADE ......................................................................................................... 167
TÓPICO 4 – SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL E GESTÃO FINANCEIRA 
INTERNACIONAL .................................................................................... 169
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 169
2 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ........................................................................ 169
3 GESTÃO FINANCEIRA INTERNACIONAL ............................................................... 171
3.1 RISCOS ................................................................................................................... 172
LEITURA COMPLEMENTAR ........................................................................................ 174
RESUMO DO TÓPICO 4 ............................................................................................... 177
AUTOATIVIDADE .........................................................................................................178
AVALIAÇÃO .................................................................................................................. 179
REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 181
viii
UNIDADE 1
GESTÃO FINANCEIRA
ObjETIvOS DE ApRENDIzAGEm
 Esta unidade tem por objetivos:
	apresentar o ambiente da Gestão Financeira;
	demonstrar a tributação nos resultados financeiros;
	explicar as demonstrações financeiras;
	compreender e calcular os diferentes índices financeiros;
	demonstrar a importância dos fluxos de caixa;
● analisar as variáveis da Gestão Financeira.
TÓPICO 1 – AMBIENTE DA GESTÃO FINANCEIRA
TÓPICO 2 – FLUXOS E PLANEJAMENTO
TÓPICO 3 – VARIÁVEIS NA GESTÃO FINANCEIRA
pLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos, sendo que em cada 
um deles você encontrará atividades que o(a) ajudarão na compreensão 
dos conteúdos apresentados. Os três tópicos desta primeira unidade 
permitem conhecer elementos básicos da gestão financeira.
AMBIENTE DA GESTÃO FINANCEIRA
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 1
UNIDADE 1
Introduzimos os estudos da Gestão Financeira com a seguinte citação: “Podemos definir 
finanças como a arte e a ciência da gestão do dinheiro” (GITMANN, 2004, p. 4). Pelas mãos 
das pessoas e das empresas circula o dinheiro, onde recebemos, pagamos e investimos.
A Gestão Financeira é uma atividade dinâmica, que deve começar por você. Cada 
um precisa saber gerenciar o seu dinheiro, fazê-lo render. Além deste autogerenciamento, 
obviamente, o seu campo de atuação estende-se para as empresas públicas e privadas, todas 
precisam também fazer render o dinheiro.
Juridicamente, as empresas podem se organizar em:
● Firmas individuais: a própria expressão já revela que nesta modalidade a empresa pertence 
ao indivíduo. Nesta modalidade, todo o patrimônio do indivíduo – único dono da empresa 
– pode ser utilizado para saldar as dívidas e sua responsabilidade é ilimitada. Esta é uma 
modalidade comum para pessoas com pequenos estabelecimentos. A tributação sobre os 
seus ganhos ocorre na sua declaração de rendimentos de pessoa física do proprietário.
● Sociedade por cotas: nesta modalidade, a própria expressão revela a situação de uma 
sociedade, a qual se caracteriza pela existência de dois ou mais sócios. Cada um dos 
sócios tem a sua responsabilidade limitada às suas cotas de participação na sociedade. 
A tributação é diferente da firma individual e distingue-se entre as diferentes atividades 
industriais, comerciais e de serviços.
● Sociedade por ações: é formada pelos seus acionistas, que compram e detêm quantidades 
de ações ordinárias ou preferenciais, limitando a sua responsabilidade. Os acionistas podem 
comprar mais ações, serem acionistas de outras empresas, negociarem suas ações a fim 
UNIDADE 1TÓPICO 14
de maximizar os seus resultados. As ações são negociadas nas bolsas de valores, através 
de seus corretores.
Independente do regime jurídico das organizações, as pessoas das mais diferentes 
áreas precisam atuar de forma integrada; onde, de uma forma ou de outra, acabam interagindo 
com as finanças.
Vamos exemplificar com o departamento de compras de uma empresa, no qual os 
fornecedores apresentam valores diferentes e as mais diferentes condições de pagamento. O 
comprador não poderá decidir, isoladamente, sem conhecer as possibilidades financeiras de 
a empresa realizar este pagamento. No pagamento à vista pode-se obter um desconto, mas 
se não há disponibilidade, precisamos buscar um empréstimo e, então, é necessário avaliar o 
que custa mais e o que custa menos.
Da mesma forma, o departamento comercial também precisa estar integrado com o 
financeiro, para poder estabelecer a sua política comercial de prazos, acréscimos e descontos. 
Aqui também é necessário conhecer o mercado.
“Não basta saber, é preciso saber fazer”, por isso, a partir do que 
acabamos de relatar, se você trabalha em alguma empresa ou 
conhece quem trabalha, procure descobrir como funciona a relação 
do setor financeiro com os demais setores da empresa. Leve suas 
contribuições para discutir com seus colegas de turma. 
A Gestão Financeira tem uma relação direta com a teoria econômica e com a 
contabilidade. Em relação à teoria econômica, é preciso compreender e estar atento aos 
diferentes níveis de atividades econômicas, às mudanças políticas, à análise da oferta e da 
demanda, à teoria da formação de preços etc.
Nesse tema, a Gestão Financeira tem que estar bem informada sobre o mercado 
de capitais, os custos dos juros, as perspectivas da inflação (para enxergar tendências no 
incremento dos insumos e preços a serem repassados aos clientes) e as perspectivas de 
crescimento e decrescimento do mercado onde atua a empresa.
Já com a contabilidade, a Gestão Financeira também tem uma relação direta, pois é desta 
movimentação financeira que ocorrem os registros contábeis. Isto vai auxiliar você a conhecer 
o seu fluxo de caixa e a tomar decisões. Mais adiante serão aprofundados os conhecimentos 
sobre fluxo de caixa.
UNIDADE 1 TÓPICO 1 5
IMP
OR
TAN
TE! �
Você é responsável por controlar o seu dinheiro e fazê-lo render. 
Na empresa, a sua Gestão Financeira também objetiva o controle 
do dinheiro, o seu rendimento, alinhado às expectativas dos 
sócios ou acionistas.
2 TRIBUTAÇÃO DE EMPRESAS
Os trabalhadores compõem o seu montante de dinheiro para pagar as suas contas 
e realizar os investimentos a partir do seu trabalho, prestado a uma ou mais empresas. As 
empresas compõem este montante de dinheiro a partir do resultado dos produtos e/ou serviços 
comercializados para as pessoas, outras empresas ou mesmo para o governo.
Os governos: municipais, estaduais e nacionais compõem parte da estrutura pública 
que necessita de recursos financeiros para sua manutenção. Além das receitas aferidas pelas 
empresas do governo (estatais), nós (pessoas físicas) e as empresas (pessoas jurídicas) 
precisamos contribuir financeiramente com estes governos por meio de impostos, taxas e 
tributos.
Ao adquirir algo, um bem móvel ou imóvel, estamos contribuindo com o pagamento de 
algum imposto embutido ou não no preço. Por exemplo: no preço dos alimentos que adquirimos 
no supermercado estão incluídos: os custos, o lucro e os impostos que este supermercado deve 
pagar ao governo. Da mesma forma, ao comprar um veículo, boa parte do valor corresponde 
aos impostos devidos pela montadora e concessionária ao governo.
Cada vez mais os veículos de comunicação têm divulgado a parte que corresponde 
aos impostos, do valor que é pago pelos produtos e/ou serviços. Para compreender, segue um 
exemplo: imagine que o imposto sobre os medicamentos seja de 50%. Neste caso, ao adquirir 
um medicamento qualquer por R$ 50,00, você está pagando R$ 25,00 pelo medicamento e 
R$ 25,00 de impostos. Sem o imposto, você poderia comprar dois medicamentos ou pagar a 
metade.
Discute-se muito, no Brasil, a chamada “carga tributária” sobre os produtos e/ou serviços. 
É preciso fazer render o dinheiro. Este fazer render o dinheiro é interpretado por 
muitos, na gestão financeira, como a maximização dos lucros. Esta maximização de lucro deve 
considerar o tempo, os fluxos de caixa e o risco; sendo que esta interpretação difere entre as 
empresas por cotas e por ações.
UNIDADE 1TÓPICO 16
Há itens em que a tributação é muito alta, dificultando o acesso à população aos mesmos.
Anualmente, a grande maioria das pessoas precisa realizar a sua declaração de 
Imposto de Renda. Nesta declaração constam os dados pessoais, os bens, pagamentos 
realizados e, principalmente, os rendimentos obtidos. A partir de uma tabela do governo 
federal, o sistema realiza um cálculo para determinar o quanto é possível restituir do imposto 
já deduzido mensalmente, na folha de pagamento. Há casos em que, além do imposto já 
deduzido, mensalmente, a pessoa ainda deve ao governo um pouco mais de Imposto de Renda, 
geralmente, nos casos de mais de um emprego oude ter outros rendimentos.
IMP
OR
TAN
TE! �
Para maiores detalhes sobre o Imposto de Renda de Pessoa 
Física, consulte na internet o site da Receita Federal do Brasil.
Bem, até aqui é tudo muito simples. Agora, vamos falar das empresas. Sua natureza é 
pessoa jurídica. Ao constituir a empresa é preciso definir o seu objeto social, ou seja, estabelecer 
o que ela vai fazer, qual a sua atuação.
Pode-se constituir uma indústria madeireira, metal-mecânica, alimentícia, têxtil, entre 
outras. Também é possível constituir um estabelecimento comercial atacadista e/ou varejista; 
ou ainda, uma prestadora de serviços. A empresa não precisa se caracterizar, individualmente, 
por uma das modalidades acima, pode incorporar as três, pois pode produzir, comercializar e 
ainda prestar serviços aos clientes.
Em cada uma destas situações encontramos uma legislação específica de impostos e 
alíquotas, em todas as esferas: municipal, estadual e federal. Por exemplo, uma prestadora 
de serviços precisa recolher um imposto ao município onde está instalada, denominado de 
ISS (Imposto Sobre Serviço). Alguns municípios têm alíquota única, independente do serviço, 
enquanto outros têm alíquotas diferenciadas, dependendo do serviço.
ATEN
ÇÃO
!
Imaginando escolas de idiomas de três municípios, pode-se ter 
o município “A” cobrando 2% de ISS, o município “B” cobrando 
3% de ISS, enquanto que o município “C” pode isentar a escola 
do ISS durante um período, com o intuito de desenvolver a 
cidade, dando-lhe este incentivo fiscal.
UNIDADE 1 TÓPICO 1 7
Assim como variam os impostos entre os municípios, também vamos constatar a variação 
dos impostos estaduais e federais. Além dos impostos serem diferentes nas esferas municipais, 
estaduais e federal, também dependem da atividade e do porte da empresa.
IMP
OR
TAN
TE! �
Ao decidir onde instalar a empresa ou sua unidade de negócios, 
avalia-se, além de outros fatores, também a carga tributária.
O município e/ou o Estado podem conceder incentivo fiscal com o propósito de atrair 
empresas para a sua região, fomentando emprego, renda e desenvolvimento. Da mesma forma, 
a nação pode dar benefícios para que empresas internacionais se instalem no Brasil.
Obviamente, que as empresas não avaliam apenas a carga tributária, sendo necessário 
avaliar outros aspectos, tais como: mão de obra qualificada, disponibilidade de matéria-prima, 
recursos tecnológicos, infraestrutura (seja rodoviária, aeroviária, ferroviária ou portuária), 
dentre outros. São realizados muitos cálculos, considerando o conjunto de todas as variáveis, 
simulando diferentes cenários, para que se possa decidir pelo mais favorável.
Neste cenário empresarial, o contador é o profissional que auxilia na constituição de 
uma empresa, bem como: na correta identificação do regime de tributação da empresa, de 
seus produtos e/ou serviços. Geralmente, na maioria das micro, pequenas e médias empresas, 
este profissional é representado por um escritório de contabilidade – prestador de serviços. Há 
casos em que o contador é um funcionário da empresa. Independente de ser funcionário ou 
prestador de serviços, o contador realiza todos os registros contábeis fiscais, apurando todos 
os impostos a serem pagos.
Este conhecimento tributário não deve ser apenas do contador, mas também do gestor 
financeiro. Você deve conhecer o regime de tributação de sua empresa e de cada um dos 
seus produtos, para garantir que a receita das vendas assegure o pagamento dos impostos, 
dos fornecedores, de todas as despesas administrativas e de pessoal, garantindo o resultado 
positivo (lucro) no final do período (exercício). O conhecimento de toda esta denominada “carga 
tributária” pode ser obtido em cada um dos órgãos competentes: município, estado e nação.
ATEN
ÇÃO
!
Procure manter-se sempre atualizado quanto à tributação da 
sua empresa, pois a legislação sofre mudanças constantes. Se 
neste período você tributa sobre uma alíquota, pode no próximo 
período ter uma alíquota maior, menor ou, ainda, estar isento 
do seu pagamento.
UNIDADE 1TÓPICO 18
Para melhor compreensão de cálculos básicos do preço de venda, impacto de impostos, 
custos e lucros, vamos ao exemplo a seguir:
Exemplo: você comercializa camisetas brancas, compra-as ao preço de R$ 7,00 e deseja 
trabalhar com uma margem de lucro de 30%. Vamos supor que os impostos representam 10%. 
Como ocorrem os resultados a partir de duas interpretações:
Situação A: se a partir do preço de compra você acrescentar 30%, terá:
Preço de venda é: (R$ 7,00 + 30%, ou seja, R$ 7,00 + R$ 2,10). R$ 9,10
Dedução dos 10% de impostos (R$ 9,10 – 10%). - R$ 0,91
Valor já deduzidos os impostos (R$ 9,10 – R$ 0,91). R$ 8,19
Pagamento ao fornecedor (custo da mercadoria). R$ 7,00
Deste lucro, você precisa ainda pagar suas despesas administrativas e de 
pessoal.
R$ 1,19
Situação B: se do seu preço de venda vai obter 30% para chegar ao custo, terá:
Seu preço de venda é: (R$ 7,00 / (1-30%), ou seja, (R$ 7,00 / 70%). R$ 10,00
Dedução dos 10% de impostos (R$ 10,00 – 10%). R$ 1,00
Valor já deduzidos os impostos (R$ 10,00 – R$ 1,00). R$ 9,00
Pagamento ao fornecedor (custo da mercadoria). R$ 7,00
Deste lucro, você precisa ainda pagar suas despesas administrativas e de 
pessoal.
R$ 2,00
NO
TA! �
A maioria dos impostos tem como base de cálculo o faturamento 
(valor das vendas), e a partir daí deduz-se os impostos. Observe 
ainda que o exemplo anterior considera 30% de lucro de duas 
formas – interpretações.
Do exemplo anterior, a situação B apresenta um lucro superior à situação A. Agora, se 
você tiver uma baixa despesa administrativa e de pessoal e vender bastante (alto giro), poderá 
lucrar mais na situação A. Se você tiver uma despesa administrativa e de pessoal dentro da 
média, mas o seu giro (vendas) não for significativo, mesmo que pratique a situação B, poderá 
não ter lucro.
Além do custo, dos impostos, da despesa administrativa e de pessoal, também 
precisamos considerar o volume de vendas (giro) mensal. Há produtos com os quais 
conseguimos trabalhar com margens maiores, e com outros precisamos trabalhar com margens 
menores para conseguir vender.
UNIDADE 1 TÓPICO 1 9
EST
UD
OS
FUT
UR
OS
! �
As demonstrações do exemplo anterior não consideram a 
forma nem a condição de pagamento do cliente, bem como ao 
fornecedor. Veremos variáveis exploradas mais adiante.
3 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS
Ao receber dinheiro e efetuar os pagamentos, a empresa está tendo a sua movimentação 
financeira, e toda esta movimentação precisa ser registrada e demonstrada.
As demonstrações, como a própria palavra diz, vão demonstrar tudo o que aconteceu 
ou está por acontecer com os recursos financeiros da empresa: as entradas, as saídas e os 
resultados.
Dentre as formas de demonstrações, este tópico abordará: o DRE – Demonstração dos 
Resultados do Exercício e o Balanço Patrimonial.
Os demonstrativos podem ser gerados por competência ou por caixa. Um demonstrativo 
por competência ou regime de competência é uma análise econômica, que expressa as receitas, 
despesas e o resultado do período, sem considerar o momento temporal em que ocorrem os 
pagamentos ou recebimentos.
 Já o demonstrativo por caixa ou regime de caixa expressa o momento temporal em que 
ocorrem os pagamentos e recebimentos. Sabe-se, exatamente, o momento em que o dinheiro 
entrou ou saiu, podendo ser de outras competências diferentes do período apresentado.
3.1 DRE – DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS DO EXERCÍCIO
O DRE é uma forma resumida de apresentar os resultados operacionais da empresa 
dentro de um determinado período, geralmente anual ou mensal. O DRE anual apresenta os 
resultados que a empresa obteve dentro do seu chamado ciclo ou exercício fiscal, enquanto 
que os DRE´s mensais auxiliam nas decisões de curto prazo, para que os objetivos anuais 
sejam alcançados.
Esta demonstração parte do “faturamento”, tecnicamente denominado de ROB (Receita 
UNIDADE 1TÓPICO 110
Operacional Bruta). A partir daí, apresenta-se a demonstraçãodas movimentações, até 
encontrarmos o Lucro ou Prejuízo Líquido da empresa no período de apuração.
O quadro a seguir apresenta uma estrutura básica e resumida de um DRE:
QUADRO 1 – ESTRUTURA DO DRE
(=) ROB / faturamento Total da Receita Operacional Bruta, Faturamento, 
Vendas.
(-) Impostos Impostos que incidem sobre a Receita Operacional Bruta 
(ROB).
(=) ROL Receita Operacional Líquida (ROB menos os impostos).
(-) CMV CMV - Custo das Mercadorias Vendidas.
(=) Lucro bruto O lucro bruto é o que sobra da ROB, menos impostos e 
CMV. É a partir desta margem bruta que vamos descontar 
as demais despesas da empresa. Este lucro bruto também 
é conhecido como margem de contribuição.
(-) Despesas administrativas Total das despesas administrativas (aluguel, água, energia 
elétrica, telefonia etc.), descontadas do lucro bruto.
(-) Despesas de pessoal O total das despesas com pessoal, incluindo os encargos 
sociais e trabalhistas. Na indústria, as despesas com 
pessoal da produção podem ser adicionadas ao CMV 
(matéria-prima e pessoal da produção).
(=) Lucro operacional (antes das 
despesas e receitas financeiras)
O lucro operacional é o resultado, já descontadas as 
despesas administrativas e de pessoal.
(-) Despesas financeiras Despesas com capital de terceiros.
(+) Receitas financeiras Receitas de aplicações e ganhos financeiros.
(=) Lucro/prejuízo líquido Agora encontramos o lucro ou prejuízo líquido do 
período. 
FONTE: O autor
IMP
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TE! �
As demonstrações podem ser por regime de competência ou 
de caixa.
Partindo da estrutura de um DRE, apresentada no quadro 1, vamos visualizar, no quadro 
a seguir, o exemplo de um DRE com os números anuais. Vamos imaginar que seja o DRE do 
nosso exemplo da camisaria e vamos visualizar os resultados de dois anos consecutivos (2009 
e 2010), onde cada camiseta foi vendida ao valor de R$ 10,00.
UNIDADE 1 TÓPICO 1 11
DRE 2010 2009
(=) ROB / faturamento R$ 120.000,00 R$ 114.000,00
(-) Impostos (10% sobre a ROB) R$ 12.000,00 R$ 11.400,00
(=) ROL (ROB – impostos) R$ 108.000,00 R$ 102.600,00
(-) CMV R$ 84.000,00 R$ 79.800,00
(=) Lucro bruto R$ 24.000,00 R$ 22.800,00
(-) Despesas administrativas R$ 6.000,00 R$ 5.000,00
(-) Despesas de pessoal R$ 15.600,00 R$ 16.100,00
(=) Lucro operacional R$ 2.400,00 R$ 1.700,00
(-) Despesas financeiras R$ 250,00 R$ 200,00
(+) Receitas financeiras R$ 25,00 R$ 10,00
(=) Lucro/prejuízo líquido R$ 2.175,00 R$ 1.510,00
QUADRO 2 – EXEMPLO DO DRE
FONTE: O autor
O DRE do quadro 2 considera o regime de competência, ou seja, os fatos ocorreram 
em cada um dos anos. Não considera quando pagamos os fornecedores, nem mesmo o 
recebimento das vendas dos clientes.
Este DRE já nos permite realizar algumas análises para a tomada de decisão:
Sabendo-se que em 2009 cada camiseta foi vendida a R$ 10,00, a ROB (Receita 
Operacional Bruta) considera um total de 11.400 camisetas vendidas.
Mantendo-se o mesmo preço de venda de 2009, em 2010 foram vendidas 12 mil 
camisetas, ou seja, 5,26% a mais que no ano anterior. Como não houve aumento no preço de 
venda, nem mudança na carga tributária (impostos) e também não houve aumento do CMV, 
o aumento do lucro bruto foi proporcional às vendas (5,26%).
O lucro líquido final teve um aumento de 44,04%, de R$ 1.510,00 em 2009, para 
R$ 2.175,00 em 2010, que, além do aumento das vendas, também teve a contribuição das 
despesas administrativas e das despesas com pessoal.
Ao aumentar ou reduzir o valor de qualquer um dos itens do DRE acima, tem-se um 
reflexo imediato no lucro/prejuízo líquido.
Ao aumentar apenas o preço de venda, o montante dos impostos aumentará na 
proporção das vendas. Lembre-se de que um aumento de preços pode diminuir a quantidade 
a ser vendida, bem como: a redução do preço pode aumentar as vendas – vai depender muito 
do produto e do mercado.
Se houver apenas aumento da alíquota dos impostos (sem preço de venda e quantidade 
vendida), você irá pagar mais impostos e, consequentemente, os lucros brutos (operacional e 
líquido) vão ser menores, talvez até revelando prejuízo.
UNIDADE 1TÓPICO 112
Agora, imagine se apenas o fornecedor aumentar o custo da camiseta e você não 
conseguir repassar este aumento aos seus clientes. Isto também afetará o lucro bruto, 
operacional e líquido.
Bem, também se pode imaginar que ocorram mudanças apenas nas despesas 
administrativas e/ou de pessoal. Os resultados também serão afetados.
O gestor financeiro precisa estar atento a todas as mudanças da empresa, com o objetivo 
de garantir que os resultados estabelecidos pelos sócios sejam alcançados.
3.2 BALANÇO PATRIMONIAL
O balanço patrimonial traz elementos da contabilidade e apresenta um resumo da 
posição financeira da empresa numa determinada data. Tratando-se de elementos contábeis, 
vale lembrar que as contas do:
● Ativo: representam os direitos e bens, agrupados em contas que estão ordenadas pela 
sua liquidez. Começa com as de maior liquidez (caixa) até as de menor liquidez. O Ativo 
ainda está dividido em dois grandes grupos: as contas de recebimento de curto prazo (Ativo 
Circulante) e de longo prazo (Realizável de Longo Prazo).
● Passivo: representam os deveres e as obrigações, que também estão ordenados pelo seu 
prazo: do curto ao longo prazo de pagamento. O Passivo também está dividido no curto 
prazo (Passivo Circulante) e no longo prazo (Exigível de longo prazo).
UNI
O gestor financeiro necessita ter noções básicas da 
contabilidade.
O quadro a seguir apresenta algumas contas do ativo, com sua explicação:
UNIDADE 1 TÓPICO 1 13
CONTA EXPLICAÇÃO
Caixa/bancos Disponibilidades de dinheiro em caixa/bancos. 
Aplicações financeiras Valores aplicados, que, se necessário, pode-se resgatar.
Contas a receber Parte da ROB (Receita Operacional Bruta) não é recebida à vista, 
e sim nos prazos negociados. Todo o montante a receber consta 
nesta conta.
Estoque Totaliza o valor do estoque de mercadorias e/ou de matéria-prima. 
O estoque de mercadorias ou produtos acabados representa o valor 
destes produtos para comercialização. Já o estoque de matéria-
prima representa o que temos para produzir.
Imobilizações Representam o ativo permanente da empresa, compreendido 
pelos terrenos e edificações, máquinas e equipamentos, móveis 
e utensílios, veículos etc.
QUADRO 3 – CONTAS DO ATIVO
FONTE: O autor
Observe no quadro 3 que as contas estão ordenadas de maior liquidez (Caixa), até as 
de menor liquidez (Imobilizações). Ao necessitar efetuar pagamentos imediatamente, o dinheiro 
pode estar disponível no caixa, bancos ou, ainda, em aplicações financeiras, e prontamente 
os pagamentos podem ser feitos.
Já se não houver recursos nestas contas, mas a empresa tiver contas a receber, poderá 
efetuar os pagamentos assim que receber de seus clientes. Para antecipar estes recebimentos 
(fazer caixa), poderá conceder descontos aos clientes ou, ainda, antecipar o desconto dos 
cheques e duplicatas em bancos.
Agora, se também não houver contas a receber, os estoques precisam ser convertidos 
em vendas, gerar contas a receber e receber os valores para poder ter caixa e realizar os 
pagamentos.
Se também não houver estoque de mercadorias, a situação fica ainda mais crítica. Neste 
caso, a empresa necessita realizar algum empréstimo, ou os donos precisam injetar dinheiro, 
ou ainda, a empresa precisa vender parte do seu patrimônio para ter recursos financeiros para 
realizar os pagamentos.
IMP
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TE! �
É fundamental o equilíbrio das contas do ativo, para não afetar a 
liquidez. Mais adiante veremos alguns indicadores que permitem 
avaliar a liquidez.
UNIDADE 1TÓPICO 114
O quadro 4 apresenta, de forma geral, algumas contas do passivo, para que possamos 
compreender as demonstrações seguintes deste caderno:
CONTA EXPLICAÇÃO
Contas a pagar Representam as compras realizadas a prazo.
Títulos a pagar Representam empréstimos de curto prazo.
Despesas a 
pagar
Representam despesas com empréstimos, salários etc.
Patrimônio 
líquido
Expressa o capital investido pelos sócios no iníciodo período, 
incluindo lucros ou prejuízos acumulados.
QUADRO 4 – CONTAS DO PASSIVO
FONTE: O autor
Retomando o exemplo da camisaria, o quadro 5 ilustra um balanço patrimonial, com 
dados de dois períodos (2009 e 2010).
ATIVOS 2010 2009
Ativos Circulantes
Caixa 232,00 202,00
Aplicações financeiras 1.050,00 980,00
Contas a receber 7.500,00 5.500,00
Estoques 9.800,00 12.500,00
Total dos ativos circulantes 18.582,00 19.182,00
Ativos permanentes (ao custo)
Terrenos e edificações 25.200,00 23.000,00
Máquinas e equipamentos 3.950,00 3.470,00
Móveis e utensílios 1.890,00 1.420,00
Veículos 0,00 0,00
Total dos ativos permanentes 31.040,00 27.890,00
Depreciação acumulada 10.010,00 9.760,00
Ativos permanentes líquidos 21.030,00 18.130,00
TOTAL DOS ATIVOS 39.612,00 37.312,00
PASSIVOS E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Passivo Circulante
Contas a pagar 8.359,00 7.297,00
Títulos a pagar 3.340,00 2.980,00
Despesas a pagar 4.160,00 3.915,00
Total dos passivos circulantes 15.859,00 14.192,00
Exigível de longo prazo 3.503,00 3.240,00
Total dos passivos 19.362,00 17.432,00
Patrimônio líquido
Capital social 20.250,00 19.880,00
TOTAL DOS PASSIVOS E PL 39.612,00 37.312,00
QUADRO 5 – EXEMPLO DE BALANÇO PATRIMONIAL
FONTE: O autor
UNIDADE 1 TÓPICO 1 15
Algumas considerações do balanço patrimonial do quadro 5.
A disponibilidade em caixa e em aplicações financeiras aumentou em 2010.
Em 2010 as contas a receber são maiores, podendo ser resultado da concessão de 
maior prazo de pagamento aos clientes.
A quantidade de mercadorias em estoque diminui. Lembre-se de que neste exemplo 
não houve aumento, nem redução nos custos das camisetas. Se houvesse uma redução nos 
custos, pode-se ter o mesmo volume de peças, mas um custo menor.
O ativo aumentou pelos investimentos no imobilizado.
Em 2010, o passivo circulante aumentou, enquanto que o ativo circulante diminuiu. Ou 
seja, as dívidas de curto prazo aumentaram, enquanto que as disponibilidades de curto prazo 
diminuíram.
ATEN
ÇÃO
!
O balanço patrimonial e o DRE de uma empresa apresentam-se 
mais detalhados do que nos exemplos deste item.
4 ÍNDICES FINANCEIROS
Qual foi o rendimento da poupança neste mês? E no mês passado? Qual será o aumento 
dos combustíveis? Da passagem de ônibus? Do aluguel? Estas e outras perguntas passam a 
ser respondidas a partir de índices.
No ambiente empresarial, “a análise de índices envolve métodos de cálculo e 
interpretações de índices financeiros visando analisar e acompanhar o desempenho da empresa” 
(GITMAN, 2004, p. 42), e funcionam como termômetros.
Fundamentalmente, os índices procuram avaliar a liquidez, a atividade, o endividamento 
e a rentabilidade de uma empresa.
Estes índices precisam ser calculados e atualizados para que se possa tomar decisões 
para a manutenção ou aumento dos resultados, bem como ajudar a identificar fatores que 
levaram ao desempenho ruim.
UNIDADE 1TÓPICO 116
UNI
Se na semana passada a temperatura média foi de 27ºC e nesta 
semana está sendo de 30ºC, o que isto pode significar? Será 
efeito do aquecimento global? É normal para a época do ano? 
Ou é anormal?
A partir das demonstrações, encontramos elementos que nos permitem calcular alguns 
índices, que vão avaliar o desempenho operacional e auxiliar na tomada de decisão. Não é 
meramente o resultado do cálculo de um índice que permitirá uma interpretação do seu valor, 
mas a partir de comparações.
Através dos índices pode-se realizar comparações pelos seguintes métodos:
● Análise Vertical (Cross-Sectional): consiste numa forma de comparar os índices da sua 
empresa com a concorrência ou com o índice médio do mercado. Nesta comparação pode-
se descobrir o quanto estamos melhores ou piores em cada um dos índices em relação ao 
mercado e identificar as ações que possam corrigir o valor destes índices.
● Análise Temporal ou de Série Temporal: consiste numa análise dos índices da empresa 
ao longo do tempo, de um passado até o momento presente, com a finalidade de avaliar o 
desempenho no período. A análise temporal permite ainda estabelecer uma tendência futura 
de desempenho.
● Análise Combinada: combina a análise vertical e a temporal, trazendo a possibilidade de 
comparar o desempenho da empresa com o mercado no decorrer do tempo.
Estas análises vão orientar o gestor financeiro nas suas tomadas de decisão, e ao 
compartilhar estes resultados com os demais setores, você sensibiliza mais pessoas aos 
resultados propostos. 
Os índices apresentados a seguir estão agrupados em quatro categorias básicas: 
liquidez, atividade, endividamento e rentabilidade. Os três primeiros grupos: liquidez, atividade 
e endividamento medem, principalmente, o risco, enquanto que os índices de rentabilidade 
medem o retorno do empreendimento.
UNIDADE 1 TÓPICO 1 17
ATEN
ÇÃO
!
Todos os índices a seguir serão calculados com base nas 
demonstrações dos quadros 2 e 5, abordados anteriormente. 
Na exemplificação da fórmula de cada um dos índices, teremos 
como base os dados de 2010.
4.1 ÍNDICES DE LIQUIDEZ
“A liquidez de uma empresa é medida por sua capacidade de cumprir as obrigações de 
curto prazo à medida que vencem” (GITMAN, 2004, p. 46), indicando a capacidade de pagar 
as contas que vencem no curto prazo.
Ao encontrar um índice de liquidez menor que 1, temos a informação de que a empresa 
poderá ter dificuldades de realizar os seus pagamentos e sinaliza dificuldades de fluxo de 
caixa. Já um índice de liquidez maior que 1 sinaliza que a empresa tem condições de realizar 
os pagamentos. A seguir, vamos explicar o índice de liquidez corrente e seca.
4.1.1 Índice de liquidez corrente
O índice de liquidez corrente é muito utilizado, pois mede a capacidade da empresa 
de saldar suas contas de curto prazo, e tudo que é curto prazo está relacionado ao Ativo 
Circulante e Passivo Circulante.
Fórmula de Cálculo Resultado
Índice de Liquidez Corrente =
Ativo Circulante 18.582,00
= 1,17
Passivo Circulante 15.859,00
QUADRO 6 – CÁLCULO DO ÍNDICE DE LIQUIDEZ CORRENTE
FONTE: O autor
O quadro acima apresenta que em 2010 a Liquidez Corrente foi de 1,17. Ao calcular 
este índice para 2009, obtém-se a liquidez de 1,35 (19.182 / 14.192). Observa-se que em 2009 
a liquidez corrente foi melhor que em 2010, demonstrando uma queda de 13,33%. Em 2009 
havia melhores condições para o pagamento das dívidas de curto prazo.
Em 2009, o Ativo Circulante estava 35% acima do Passivo Circulante, já em 2010 
apenas 17%. Mesmo com esta queda de 2009 para 2010, a empresa apresenta liquidez. Para 
UNIDADE 1TÓPICO 118
a manutenção desta liquidez faz-se necessário manter o Ativo Circulante acima do Passivo 
Circulante.
4.1.2 Índice de liquidez seca
O Índice de liquidez seca também mede a capacidade da empresa de saldar as suas 
contas de curto prazo, mas desconsidera os estoques. 
Para a atividade de algumas empresas, o estoque é considerado de baixa liquidez, 
podendo ser matéria-prima que ainda precisa gerar produto acabado, ou ainda, na maioria 
dos casos, as vendas do estoque ocorrem a prazo e uma pequena parte vem para o caixa e 
o restante é contas a receber.
Fórmula de Cálculo Resultado
Índice de Liquidez Seca =
Ativo Circulante – Estoque 8.782,00
= 0,55
Passivo Circulante 15.859,00
QUADRO 7 – CÁLCULO DO ÍNDICE DE LIQUIDEZ SECA
FONTE: O autor
Neste caso, a liquidez seca de 2010 (0,55) é superior à de 2009, que foi de 0,47 
(6.682/14.192). Houve uma melhora de 16,82% de 2009 para 2010, atribuído a uma redução 
dos estoques.
Analise o balanço patrimonial de sua empresa, e procure conhecer 
a liquidez corrente e seca.
4.2 ÍNDICES DE ATIVIDADE
Segundo Lemes (2005, p. 75), “os índices de atividade medem a velocidade com que 
várias contas se transformam em vendas ou caixa”. As mercadorias não podem ficar paradas 
no estoque, precisam resultar em vendas, que, por consequência, são a receita da empresa.
Quanto maior o giro das mercadorias, melhor será o resultado dos índices de atividade: 
o giro de estoques, o prazo médio de recebimento, o prazo médio de pagamento e o girodo 
ativo total.
UNIDADE 1 TÓPICO 1 19
4.2.1 Giro de estoques
O giro de estoques mede a liquidez do estoque. Quanto maior este índice, significa que 
mais rápido as vendas ocorrem, bem como: quanto menor, pode indicar que os produtos ficam 
muito tempo parados no estoque.
Para avaliar o giro é necessário ter índices de diferentes períodos para comparar. Há 
empresas que apresentam um giro com poucas oscilações mensais, enquanto que outras 
podem apresentar um giro muito alto em alguns meses do ano e praticamente nulo noutros.
Fórmula de Cálculo Resultado
Giro de Estoques = Custo dos produtos vendidos 84.000,00 = 8,57Estoque 9.800,00
QUADRO 8 – CÁLCULO DO GIRO DE ESTOQUES
FONTE: O autor
Em 2010, obteve-se um giro de 8,57, superior ao de 2009, que foi de 6,38 (79.800/12.500). 
O crescimento no giro de um ano para o outro foi de 34,24%. Como avaliado, anteriormente, 
em 2010 foram vendidas mais peças e o ano de 2010 terminou com menos peças no estoque, 
o resultado disto é um maior giro de estoques.
UNI
Foi demonstrado o giro dos estoques de uma forma geral, mas 
há empresas que conhecem o giro de estoque de cada um de 
seus produtos.
4.2.2 Prazo médio de recebimento
Todas as vendas realizadas geram recebimentos dos clientes, em diferentes prazos: há 
vendas em que o recebimento ocorre no ato da venda, consideradas “à vista”, outras em que 
parte do valor total é recebida como entrada e o saldo é parcelado num período futuro, outras 
nem entrada têm – o valor total está parcelado em datas futuras.
É fundamental conhecer o prazo médio de recebimento, para saber em quanto tempo 
estamos recebendo o dinheiro das vendas, para avaliar as políticas de crédito e cobrança.
UNIDADE 1TÓPICO 120
Fórmula de Cálculo Resultado
Prazo Médio de Recebimento = Contas a receber 7.500,00 = 22.50Vendas ÷ 360 120.000,00 ÷ 360
QUADRO 9 – CÁLCULO DO PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTO
FONTE: O autor
O prazo médio de recebimento passou a ser de 22,50 dias em 2010, enquanto que em 
2009 foi de 17,37 dias. Isto revela uma política de que a loja passou a conceder mais prazo aos 
seus clientes. Havendo disponibilidades financeiras, ou ainda, conseguindo repassar ao preço 
do produto o custo do dinheiro neste prazo, consegue-se manter os resultados financeiros da 
empresa.
UNI
Nos últimos anos, no Brasil, vivenciamos uma política de crédito 
muito forte. Os brasileiros puderam adquirir seus bens móveis e 
imóveis pagando em diversos meses e/ou anos.
A partir de 2011, o governo vem aplicando medidas para frear um 
pouco o consumo, elevando algumas taxas de juros e impostos 
para conter a inflação.
4.2.3 Prazo médio de pagamento
Da mesma forma que recebemos dos clientes pela vendas efetuadas, também é 
necessário realizar o pagamento aos fornecedores pelos estoques que formamos. Neste caso, 
é fundamental saber em quanto tempo ocorrem os pagamentos aos fornecedores, ou seja, 
o prazo médio de pagamento. Também há fornecedores que recebem tudo à vista, outros 
parcelam com e/ou sem entrada.
Fórmula de Cálculo Resultado
Prazo Médio de Pagamento =
Contas a pagar 8.359,00
= 35,82
Compras (CMV) ÷ 360 84.000,00 ÷ 360
QUADRO 10 – CÁLCULO DO PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTO
FONTE: O autor
Em 2010, os pagamentos aos fornecedores são realizados num prazo médio de 35,82 
dias, enquanto que em 2009 havia um prazo de 32,92 dias. Entende-se que em 2010 a empresa 
passou a ter mais prazo para o pagamento.
Considerando os resultados destes dois últimos índices: Prazo Médio de Recebimento 
(PMR) e Prazo Médio de Pagamento (PMP), analisa-se que se o PMR é de 22,50 e o PMP é 
UNIDADE 1 TÓPICO 1 21
de 35,82 dias, significa que primeiro recebemos as vendas dos clientes para depois pagar os 
fornecedores. Isto é verdadeiro, se tudo ocorrer num mesmo momento inicial, ou seja, comprar 
as mercadorias, colocar no estoque e vender. Agora, se você vendeu apenas 10 dias depois da 
compra, estará recebendo por volta do 32º dia, sendo que no 35º estará pagando o fornecedor. 
Esta análise é válida para o exemplo em questão, tendo que ser ajustada a outros casos.
4.2.4 Giro do ativo total
O giro do ativo total indica a eficiência com que a empresa usa seus ativos para gerar 
vendas. Para que este índice apresente bons resultados é fundamental o crescimento das 
vendas e/ou a manutenção do ativo total.
Fórmula de Cálculo Resultado
Giro do Ativo Total = Vendas 120.000,00 = 3,03Ativo Total 39.612,00
QUADRO 11 – CÁLCULO DO GIRO DO ATIVO TOTAL
FONTE: O autor
O giro do ativo total de 3,03 em 2010 apresentou-se menor que em 2009 (3,06). Ao 
avaliar o quadro 5, percebe-se que em 2010 a loja aumentou o seu ativo imobilizado, acima 
do crescimento das vendas. Desta forma, o giro do ativo total em 2009 era de 3,06, melhor 
que em 2010 (3,03). As imobilizações comprometeram este índice.
4.3 ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO
A palavra endividamento expressa o quanto temos de dívidas. Ao possuir dívidas, 
estamos utilizando um dinheiro que não é nosso; daí a expressão “capital de terceiros”. 
Geralmente, a empresa apresentará algum grau de endividamento, pois o capital de terceiros 
pode apresentar um custo inferior ao custo estabelecido pelo dono do negócio, que pretende 
retirar lucros.
Segundo Gitman (2004, p. 49), “os índices de endividamento indicam o volume de 
dinheiro de terceiros que usamos para gerar lucros”.
UNIDADE 1TÓPICO 122
EST
UD
OS
FUT
UR
OS
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De uma forma ou de outra, as empresas apresentarão algum 
endividamento, o que, dependendo das condições, não significa 
nenhuma situação ruim. Mais adiante aprofundaremos esta 
análise.
4.3.1 Índice de endividamento geral
FONTE: O autor
4.3.2 Índice de cobertura de juros
Ao utilizar capital de terceiros, ter empréstimos, a empresa precisa devolver o capital 
tomado acrescido dos juros cobrados pelo terceiro.
O índice de cobertura de juros mede a capacidade da empresa de pagar os juros 
dos empréstimos, e, quanto maior, melhor a capacidade de pagar os juros sobre o capital de 
terceiros.
O índice de endividamento geral mede a proporção dos ativos totais que são financiados 
por terceiros. Quanto maior este índice, maior a quantidade de dinheiro que a empresa tem 
emprestado.
QUADRO 12 – CÁLCULO DO ÍNDICE DE ENDIVIDAMENTO GERAL, ANO 2010
Fórmula de Cálculo Resultado
 Índice de Endividamento 
Geral: 
 T o t a l d o s 
Passivos 
 
19.362,00 
 = 
 
0,49 * 100 = 48,88% Ativo Total 
 
39.612,00 
O endividamento geral de 2010 (48,88%) é superior a 2009 (46,72%), apontando que 
a empresa passou a contar com mais capital de terceiros. O aumento desse endividamento 
foi de 2,16% de um ano para outro.
UNIDADE 1 TÓPICO 1 23
Fórmula de Cálculo Resultado
Índice de Cobertura de Juros =
Lucro Operacional 2.400,00
= 9,60
Juros 250,00
QUADRO 13 – CÁLCULO DO ÍNDICE DE COBERTURA DE JUROS
FONTE: O autor
A capacidade de pagar os juros em 2010 foi de 9,60, superior à de 2009, de 8,50. Tanto 
para quem empresta o dinheiro, bem como para quem toma o dinheiro emprestado em 2010, 
constata que a empresa apresenta melhores condições de cobrir os juros.
4.4 ÍNDICES DE RENTABILIDADE
A palavra rentabilidade lembra o quão rentável algo é, ou seja, os resultados que 
estão sendo apurados. Quando você tem alguma disponibilidade de dinheiro, procura aplicar 
numa modalidade que num primeiro momento apresenta melhor rentabilidade, ou seja, aufere 
melhores ganhos.
Este ganho – a rentabilidade de uma empresa – pode ser analisado conhecendo a 
margem de lucro bruto, a margem de lucro operacional, a margem de lucro líquido, o retorno 
do ativo total e o retorno do capital próprio.
4.4.1 Margem de lucro bruto
A margem de lucro bruto é a diferença do preço de venda de nossos produtos, 
descontados os impostos e custos destes produtos (quadro 2). Quanto maior a margem, maiores 
são as disponibilidades para as despesas administrativas, de pessoal e financeiras.
Fórmula de Cálculo Resultado
Margem de Lucro Bruto =
Lucro Bruto 24.000,00
= 0,20 * 100 = 20,00%
Receita de Vendas 120.000,00QUADRO 14 – CÁLCULO DA MARGEM DE LUCRO BRUTO
FONTE: O autor
Em ambos os períodos, 2009 e 2010, obteve-se os mesmos 20% de margem de lucro 
bruto. O volume de vendas cresceu, mas com a manutenção do preço de venda, do CMV e 
da carga tributária, a margem de lucro bruto manteve-se a mesma.
As ações que permitem aumentar esta margem são:
● aumentar o preço de venda e/ou;
UNIDADE 1TÓPICO 124
● reduzir os custos do produto, ou ainda;
● aumentar o giro com a redução do preço de venda e/ou aumento dos prazos de 
recebimento.
4.4.2 Margem de lucro operacional
A margem de lucro operacional é a diferença do preço de venda dos produtos, 
descontados todos os impostos, custos das mercadorias vendidas, despesas administrativas 
e de pessoal. Apenas não são consideradas as despesas ou receitas financeiras.
Fórmula de Cálculo Resultado
Marge de Lucro Operacional =
Lucro Operacional 2.400,00
= 0,02 * 100 = 2%
Receita de Vendas 120.000,00
QUADRO 15 – CÁLCULO DA MARGEM DE LUCRO OPERACIONAL
FONTE: O autor
A margem de lucro operacional de 2009 foi de 1,49%, que aumentou para 2,00% em 
2010. As ações que contribuem para melhorar a margem de lucro bruto também contribuem 
para melhorar a margem de lucro operacional.
Na melhora da margem de lucro operacional devem ser observadas as despesas 
administrativas e de pessoal.
4.4.3 Margem de lucro líquido
A margem de lucro líquido é a diferença do preço de venda dos produtos, descontados 
todos os impostos, custos, despesas administrativas, de pessoal e financeiras. Agora são 
consideradas as despesas ou receitas financeiras.
Fórmula de Cálculo Resultado
Marge de Lucro Líquido =
Lucro Líquido 2.175,00
= 0,0181*100 = 1,81%
Receita de Vendas 120.000,00
QUADRO 16 – CÁLCULO DA MARGEM DE LUCRO LÍQUIDO
FONTE: O autor
A elevação das despesas financeiras de 2009 para 2010 não impediu que a margem 
de lucro líquido fosse elevada de 1,32% para 1,81% em 2010. O aumento das vendas, a 
manutenção dos custos das mercadorias vendidas, o controle das despesas administrativas 
e financeiras e as despesas financeiras contribuíram para a elevação da margem de lucro 
líquido.
UNIDADE 1 TÓPICO 1 25
As ações desenvolvidas para a melhora da margem de lucro bruto e operacional 
também afetam a margem de lucro líquido, influenciada principalmente pelas despesas e 
receitas financeiras.
4.4.4 Retorno do ativo total
O retorno do ativo total, também conhecido por retorno do investimento, mede a eficácia 
geral da empresa em obter lucros com os seus ativos. Quanto maior, melhor o retorno.
Fórmula de Cálculo Resultado
Retorno do Ativo Total =
Lucro Líquido 2.175,00
= 0,05 * 100 = 5,49%
Ativo Total 39.612,00
QUADRO 17 – CÁLCULO DO RETORNO DO ATIVO TOTAL
FONTE: O autor
Em 2010, o retorno do ativo total foi de 5,49%, enquanto que em 2009 foi de 4,05%. 
Para que seja melhorado o retorno do ativo total, a empresa precisa aumentar o seu lucro 
líquido nas operações, evitando aumento do ativo total.
4.4.5 Retorno do capital próprio
O capital próprio representa o montante de recursos investidos pelo sócio ao negócio. 
O dono do capital analisa as diferentes oportunidades no mercado para investir o seu dinheiro 
e deste espera o retorno. O retorno do capital próprio é o índice que mede o retorno que os 
donos têm sobre o seu capital investido no empreendimento.
Compara-se este retorno com outras oportunidades disponíveis no mercado, a fim de 
direcionar os investimentos ao que apresentar maior retorno.
Fórmula de Cálculo Resultado
Retorno do Capital Próprio =
Lucro Líquido 2.175,00
= 0,11 * 100 =10,74%
Capital Social 20.250,00
QUADRO 18 – CÁLCULO DO RETORNO DO CAPITAL PRÓPRIO
FONTE: O autor
UNIDADE 1TÓPICO 126
O retorno do capital próprio também aumentou em relação a 2009, onde tínhamos 
7,60% e agora em 2010 este retorno é de 10,74%. Numa situação real, possivelmente, o 
retorno de 2009 é inexpressivo, já em 2010 apresenta-se um pouco superior à aplicação do 
dinheiro na poupança.
Nestes casos, você, dono do capital, passa a exigir um retorno mais alto. Nestes 
percentuais apresentados, é mais conveniente procurar uma aplicação financeira para fazer 
render o seu dinheiro, ao invés de se arriscar numa atividade empresarial.
DIC
AS!
Elabore uma planilha eletrônica com os principais dados do DRE e 
do balanço patrimonial de uma empresa, elabore as fórmulas para 
calcular os índices e faça as análises e simulações.
4.4.6 Análise completa
Não se pode realizar uma análise por meio de um único índice, pois este pode apresentar 
uma imagem falsa. Nenhum índice, por si só, é adequado para avaliar os aspectos relativos à 
situação financeira da empresa.
Uma análise completa da situação financeira da empresa poderá ser feita por:
● Análise Geral: de vários índices, para reunir todos os aspectos das atividades da empresa, 
identificando as principais necessidades ou áreas de responsabilidade. Para se chegar a 
este resultado é necessário realizar uma análise dos quatro grupos, isoladamente, avaliando: 
liquidez, atividade, endividamento e rentabilidade. Na sequência, avaliar o risco (liquidez, 
atividade e endividamento) com as possibilidades de retorno (rentabilidade). 
● Análise DuPont: visa identificar as principais áreas responsáveis pelo retorno do patrimônio 
líquido, ou seja, pelo desempenho financeiro; a partir do desdobramento do: lucro sobre as 
vendas, eficiência na utilização do ativo e uso da alavancagem.
UNIDADE 1 TÓPICO 1 27
IMP
OR
TAN
TE! �
Na análise, o gestor financeiro precisa considerar o conjunto 
destes indicadores.
A figura a seguir ilustra o Sistema de Análise DuPont, aplicado ao exemplo da camisaria 
deste Caderno de Estudos:
o
FIGURA 1 – SISTEMA DE ANÁLISE DUPONT
FONTE: Adaptado de: Gitman (2004, p. 126)
Os elementos da figura acima foram extraídos do exemplo da camisaria, tomando como 
base o ano de 2010, e alguns índices já foram calculados anteriormente.
UNIDADE 1TÓPICO 128
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste primeiro tópico desta unidade aprendemos um pouco sobre:
	 A gestão financeira é a gestão do dinheiro. Para isso é necessário saber como 
recebemos, pagamos, investimos e, principalmente, fazer este dinheiro render.
	As empresas podem ser firmas individuais, sociedade por cotas ou ainda sociedade 
por ações. Independentemente da sua forma, todas precisam realizar a gestão financeira.
	 Todas as pessoas e empresas estão sujeitas a um enquadramento e regime de 
tributação, nas suas esferas municipal, estadual e federal.
	Na gestão financeira precisamos contar com demonstrações dos fatos. Conhecemos 
o DRE (Demonstração do Resultado do Exercício e o Balanço Patrimonial).
	As demonstrações são elaboradas em Regime de Competência ou Regime de Caixa.
	 O regime de competência representa uma análise econômica que expressa as 
receitas, despesas e resultados, sem considerar o momento temporal em que ocorrem os 
pagamentos ou recebimentos.
	 O regime de caixa expressa o momento temporal em que os pagamentos e 
recebimentos ocorrem.
	Os índices são termômetros para as empresas, e em cada uma de suas classificações, 
têm finalidades específicas de medição.
	Os índices vão apontar algumas situações, para que possamos tomar decisões, a 
fim de garantir os resultados.
	Apresentamos índices de liquidez, atividade, endividamento e rentabilidade. Todos 
vão permitir avaliar a situação da empresa, comparando-a com períodos anteriores, projetando 
períodos futuros e, ainda, com outras empresas do mesmo setor.
	O risco é avaliado a partir dos índices de liquidez, atividade e endividamento. Os 
índices de rentabilidade evidenciam o retorno do negócio.
UNIDADE 1 TÓPICO 1 29
	 A análise financeira de uma empresa não pode ocorrer com os índices isolados. 
Deve-se considerar o conjunto de índices. O sistema de análise DuPont permite uma análise 
completa.
	A análise de índices pode ser vertical, temporal ou combinada.
UNIDADE 1TÓPICO 130
Vamos agora fixar o que aprendemos, respondendo algumas questões:
1 Complete asentença a seguir:
 A Gestão Financeira é uma atividade __________, que pode ser definida como ______ 
e _______ da gestão do __________.
2 Por que a Gestão Financeira tem relação direta com a teoria econômica e com a 
contabilidade?
3 Quais são as três esferas governamentais de tributação, nas quais as empresas 
podem estar inseridas?
4 Diferencie as demonstrações: DRE e balanço patrimonial.
5 Qual a estrutura básica de um DRE?
6 Como são organizadas as contas do ativo e do passivo?
7 O que é descoberto com os índices de liquidez, atividade, endividamento e 
rentabilidade?
8 Monte o DRE e o balanço patrimonial, considerando os seguintes dados de uma 
empresa que comercializou calças em 2010.
a. Vendeu 13.000 calças ao preço de R$ 20,00, sendo que cada uma custa R$ 10,00.
b. 15% de impostos sobre as vendas.
c. O terreno da empresa representa R$ 40.000,00, as máquinas e equipamentos R$ 
7.000,00 e os móveis e utensílios R$ 3.500,00. A depreciação acumulada representa 
o total de R$ 13.000,00.
d. As despesas de pessoal são de R$ 30.000,00 e as administrativas de R$ 
12.000,00.
e. As contas a pagar representam R$ 9.000,00, os títulos a pagar R$ 5.000,00 e as 
despesas a pagar R$ 8.000,00.
f. Os estoques totalizam R$ 20.000,00 e o contas a receber é de R$ 13.000,00.
g. O caixa é de R$ 1.000,00 e as aplicações financeiras totalizam R$ 10.000,00.
UNIDADE 1 TÓPICO 1 31
h. O capital social investido pelos sócios representa R$ 34.000,00.
i. As dívidas de longo prazo somam a importância de R$ 25.500,00.
9 A partir do DRE e balanço patrimonial a seguir, calcule os índices:
ATIVOS 2010
Ativos Circulantes
Caixa 2.320,00
Aplicações financeiras 6.050,00
Contas a receber 15.500,00
Estoques 19.800,00
Total dos ativos circulantes 43.670,00
Ativos permanentes (ao custo)
Terrenos e edificações 20.200,00
Máquinas e equipamentos 9.950,00
Móveis e utensílios 4.890,00
Veículos 0,00
Total dos ativos permanentes 35.040,00
Depreciação acumulada 7.010,00
Ativos permanentes líquidos 28.030,00
TOTAL DOS ATIVOS 71.700,00
PASSIVOS E PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Passivo Circulante
Contas a pagar 12.359,00
Títulos a pagar 11.340,00
Despesas a pagar 8.498,00
Total dos passivos circulantes 32.197,00
Exigível de longo prazo 13.503,00
Total dos passivos 45.700,00
Patrimônio líquido
Capital social 26.000,00
TOTAL DOS PASSIVOS E PL 71.700,00
DRE 2010
(=) ROB / faturamento R$ 250.000,00
(-) Impostos (20% sobre a ROB) R$ 50.000,00
(=) ROL (ROB – impostos) R$ 200.000,00
(-) CMV R$ 80.000,00 
(=) Lucro bruto R$ 120.000,00
(-) Despesas administrativas R$ 60.000,00
(-) Despesas de pessoal R$ 45.000,00
(=) Lucro operacional R$ 15.000,00
(-) Despesas financeiras R$ 5.000,00
(+) Receitas financeiras R$ 0,00
(=) Lucro/prejuízo líquido R$ 10.000,00
Liquidez Corrente
Liquidez Seca
Giro de Estoques
UNIDADE 1TÓPICO 132
Prazo Médio de Recebimento (PMR)
Prazo Médio de Pagamento (PMP)
Giro do Ativo Total
Endividamento Geral
Cobertura de Juros
Margem de Lucro Bruto
Margem de Lucro Operacional
Margem de Lucro Líquido
Retorno do Ativo Total
Retorno do Capital Próprio
FLUXOS E PLANEJAMENTO
1 INTRODUÇÃO
TÓPICO 2
UNIDADE 1
Na Gestão Financeira, os fluxos expressam os recebimentos e os pagamentos, ou 
seja, as entradas e as saídas de dinheiro do caixa. Estes fluxos, geralmente, não apresentam 
equilíbrio, ou seja, a mesma quantidade que recebemos não é a que pagamos, e vice-versa.
Conhecer este fluxo da empresa é fundamental para o gestor financeiro saber lidar com 
os picos: será que vou ter dinheiro para realizar estes pagamentos? O que fazer com todo este 
dinheiro? E como lidar com a necessidade de novos investimentos?
Estas dúvidas passam a ser sanadas a partir do momento em que temos todos os 
dados que nos dão uma noção certa das coisas. O planejamento é indispensável, pois, ao 
planejar você estará criando um cenário futuro do que poderá acontecer. Neste momento, você 
também pode avaliar a possibilidade de novos investimentos ou, ainda, tomar decisões para 
enfrentar uma crise.
Ao final desta unidade iremos projetar as demonstrações e os balanços para auxiliar a 
cuidar do dinheiro ao longo do tempo.
2 FLUXOS DE CAIXA
Antes de falarmos sobre os fluxos de caixa, precisamos relembrar o regime de 
competência e o regime de caixa, explicado no tópico anterior. Um demonstrativo por 
competência ou regime de competência é uma análise econômica, que pretende expressar 
as receitas, despesas e o resultado do período, não importando o momento temporal em que 
ocorrem os pagamentos ou recebimentos. Aqui não sabemos exatamente o momento em que 
o dinheiro entra ou sai.
UNIDADE 1TÓPICO 234
Já o demonstrativo por caixa, ou regime de caixa, expressa o momento temporal em que 
ocorrem os pagamentos e recebimentos. Sabemos exatamente o momento em que o dinheiro 
entrou ou saiu, podendo ser de outras competências diferentes do período apresentado.
O fluxo de caixa apresenta as entradas e saídas, bem como as necessidades diárias 
ou de um período. Nos fluxos de caixa também aparecem os investimentos e sua depreciação 
– desvalorização que ocorre em função da idade e do uso do bem.
Ao elaborar a demonstração do fluxo de caixa, consideramos:
● Fluxos operacionais: consideram todas as entradas e saídas diretamente relacionadas à 
produção e comercialização dos produtos e/ou serviços.
● Fluxos de investimentos: expressam as aquisições de imobilizado (terrenos, edificações, 
máquinas, equipamentos, móveis, utensílios e veículos) e participações societárias.
● Fluxos de financiamentos: demonstram os recebimentos e pagamentos de capital próprio 
(dinheiro dos sócios) e ainda do capital de terceiros (dinheiro emprestado de não sócios).
FIGURA 2 – FLUXOS DE CAIXA
FONTE: Gitman (2004, p. 87)
Da figura acima é preciso conhecer cada um dos detalhes dos fluxos: operacionais, de 
investimento e de financiamentos; pois destes detalhes chegamos aos resultados, revelando 
lucro ou prejuízo do período.
O quadro a seguir ilustra os fluxos operacionais, de investimentos e financiamentos 
para o ano de 2010 do exemplo da camisaria. Para melhor compreensão, utilize também os 
quadros 2 e 5 do Tópico 1 desta unidade.
UNIDADE 1 TÓPICO 2 35
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA
Fluxo de caixa das atividades operacionais Cálculo Fluxo
Lucro líquido 2.175,00
Depreciação (e outras despesas não
 desembolsáveis)
10010,00 – 9760,00 250,00
Contas a receber (aumentou) 7500,00 – 5500,00 -(2.000,00)
Estoques (diminuiu) 9800,00 – 12500,00 2.700,00
Contas a pagar 8359,00 – 7297,00 1.062,00
Outras despesas a pagar 4160,00 – 3915,00 245,00
Caixa gerado pelas atividades operacionais 4.432,00
Fluxo de caixa das atividades de investimento
Ativo Permanente (aumentou) 31040,00 – 27890,00 -(3.150,00)
Variações em participações societárias 0,00 – 0,00 0,00
Caixa aplicado em atividades de investimentos -(3.150,00)
Fluxo de caixa das atividades de financiamento
Títulos a pagar (aumentou) 3340,00 – 2980,00 360,00
Exigível de longo prazo (aumentou) 3503,00 – 3240,00 263,00
Variações no patrimônio líquido (aumentou) 20250,00 – 19880,00 370,00
Caixa gerado pelas atividades de financiamento 993,00
Aumento Líquido em caixa e títulos negociáveis 4432 + (-3150) + 993 2.275,00
QUADRO 19 – DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA
FONTE: O autor
Algumas explicações do quadro acima:
A depreciação deve ser tratada com valor positivo, pois não ocorreu a saída de caixa.
A diferença no contas a receber é de R$ 2.000,00. Como ocorreu um aumento, este 
valor é representado no fluxo como negativo; já se tivesse ocorrido uma redução, então o valor 
seria positivo.
O valor do estoque diminuiu, representando a diferença de R$ 2.700,00 como uma 
disponibilidade, por isso o valor no fluxo é positivo. Caso houvesse um aumento nos estoques, 
este valor no fluxo seria negativo.
Contas a pagar aumentou, então a diferença é positiva no fluxo. Se tivesse diminuído, 
a diferença representaria uma redução no fluxo (negativo).
Outras despesas a pagar têm a mesma interpretação de contas a pagar.
Somadosos fluxos operacionais, encontra-se o resultado de caixa gerado pelas 
UNIDADE 1TÓPICO 236
atividades operacionais.
O ativo permanente aumentou, representando que a diferença diminui o fluxo.
Títulos a pagar também aumentou, significando que a diferença é positiva no fluxo; 
agora, se tivéssemos reduzido os títulos a pagar, teríamos uma disponibilidade menor no fluxo 
(negativa).
Da mesma forma, temos a interpretação para o exigível de longo prazo e a variação 
do Patrimônio Líquido.
Ao final, somados os fluxos operacionais, de investimentos e financiamentos, é obtido 
o aumento líquido em caixa e títulos negociáveis de R$ 2.275,00. Caso o fluxo retornasse um 
valor negativo, teríamos sinais de problemas na empresa.
UNI
O fluxo de caixa deve ser elaborado com muita atenção, pois 
qualquer lançamento ou interpretação errada trará um resultado 
final errado.
Um gestor financeiro não vai se limitar apenas aos resultados apresentados, mas irá 
realizar o planejamento financeiro, considerando as ações de:
● Longo Prazo: geralmente, as decisões tomadas pelos dirigentes estratégicos em cada 
uma das áreas da empresa. Podemos exemplificar como: construção de uma nova fábrica, 
expansão para novos mercados, criação de uma nova linha de produtos, novos investimentos 
na produção, ou até mesmo a redução de quaisquer itens.
● Curto Prazo: são as providências operacionais do dia a dia, conforme ilustradas na Figura 
1 – nos fluxos operacionais.
O Quadro 19 apresentou a demonstração do fluxo de caixa anual, incluindo os fluxos 
operacionais, de investimentos e financiamentos. No dia a dia das empresas, o fluxo de caixa 
é controlado em detalhes, identificando todas as receitas e despesas, apontando, ao final de 
cada dia, a disponibilidade ou necessidade de dinheiro. Uma demonstração deste fluxo está 
representada no quadro a seguir:
UNIDADE 1 TÓPICO 2 37
Movimento / Data 04-mês-ano 05-mês-ano 06-mês-ano 07-mês-ano ... 15-mês-ano
(=) Saldo inicial 2.000,00 2.200,00 600,00 1.025,00 480,00
(+) Vendas 300,00 350,00 500,00 450,00 200,00
(-) Impostos 0,00 1.000,00 0,00 0,00 0,00
(-) Fornecedores 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
(-) Despesas 
administrativas
100,00 50,00 0,00 300,00 0,00
(-) Despesa pessoal 0,00 900,00 0,00 400,00 0,00
(-)Despesas 
financeiras
0,00 0,00 75,00 0,00 0,00
(+)Receitas 
financeiras
0,00 0,00 0,00 25,00 0,00
(=) Saldo final 2.200,00 600,00 1.025,00 800,00 680,00
QUADRO 20 – FLUXO DE CAIXA OPERACIONAL DIÁRIO
FONTE: O autor
O quadro acima revela:
O saldo final de cada período é o saldo inicial do período seguinte.
Não podemos nos iludir com o saldo de R$ 2.200,00 do dia 4, pois nas datas futuras é 
preciso efetuar o pagamento dos impostos, das despesas com pessoal e dos fornecedores – 
estes não foram demonstrados no quadro acima.
As despesas de pessoal ocorreram em duas datas, possivelmente no dia 5 foi o 
pagamento aos funcionários e no dia 7 o pagamento dos encargos sociais.
O pagamento dos impostos e das despesas com pessoal costuma estar concentrado 
em poucas datas no mês.
Espera-se que as vendas e o seu recebimento sejam diários, mas a cada dia o montante 
é diferente, apresentando oscilações. No exemplo acima, possivelmente, nos dias 6 e 7 o volume 
de vendas foi maior, por ser próximo à data em que as pessoas recebem o seu pagamento e 
podem ir às compras.
O saldo ao final do dia 8 representa ser 1/3 do saldo final do dia 4. Existem períodos 
no mês em que as saídas são maiores que as entradas, e vice-versa.
É preciso lembrar-se da necessidade de recompor o saldo para pagar os 
fornecedores.
Assim que o fluxo revelar um saldo negativo, estará representando falta de dinheiro para 
pagar as contas. Neste caso, o gestor financeiro precisa aumentar ou antecipar recebimentos, 
e ainda, negociar os pagamentos para uma data futura.
UNIDADE 1TÓPICO 238
3 ORÇAMENTOS DE CAIXA
Segundo Gitman (2004, p. 94):
O orçamento de caixa é uma demonstração que apresenta as entradas e as 
saídas de caixa planejadas da empresa, que a utiliza para estimar suas neces-
sidades de caixa no curto prazo, com especial atenção para o planejamento 
do uso de superávits e a cobertura de déficits. 
Os orçamentos de caixa procuram projetar em torno de um ano.
O departamento comercial da empresa é o nosso ponto de partida. A partir do momento 
em que conhecemos as previsões de vendas mensais e anuais, podemos nos programar com 
a compra de estoques (matérias-primas ou produtos acabados) e a alocação dos demais 
recursos para que ocorra a produção necessária para atender à demanda prevista, nos casos 
das indústrias; ou ainda, que se tenha um controle dos estoques de produtos acabados para 
a sua comercialização.
A atividade de prever as vendas deve considerar as capacidades internas de produção 
da empresa, para que não se venda mais do que efetivamente é possível produzir ou entregar. 
Ainda mais importante é observar o mercado, com a finalidade de compreendermos se nosso 
produto terá aceitação, verificar a existência de produtos substitutos ou, ainda, a concorrência. 
Em tempos de turbulência, não é uma tarefa fácil.
UNI
Como está o seu orçamento para o próximo mês? Sabe quanto 
vai receber e gastar? Sabe o que fazer para sobrar, ou sobrar 
um pouco mais? Verifique como pode aumentar a sua renda e 
diminuir os seus gastos.
O orçamento pode ser realizado estimando-se os fluxos diários, que podem, ao final, 
projetar o orçamento mensal e anual. O quadro a seguir ilustra um orçamento.
UNIDADE 1 TÓPICO 2 39
Movimento / data 04-mês-ano 05-mês-ano 06-mês-ano 07-mês-ano ... 15-mês-ano
(=) Saldo inicial 2.500,00 2.880,00 1.340,00 1.667,00 480,00
(+) Vendas 500,00 500,00 400,00 400,00 200,00
(-) Impostos 0,00 1.100,00 0,00 0,00 0,00
(-) Fornecedores 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
(-) Despesas 
administrativas
120,00 40,00 0,00 200,00 0,00
(-) Despesa pessoal 0,00 900,00 0,00 400,00 0,00
(-) Despesas 
financeiras
0,00 0,00 73,00 0,00 0,00
(+) Receitas 
financeiras
0,00 0,00 0,00 25,00 0,00
(=) Saldo final 2.880,00 1.340,00 1.667,00 1.492,00 680,00
QUADRO 21 – ORÇAMENTO DE CAIXA OPERACIONAL DIÁRIO
FONTE: O autor
NO
TA! �
Este Quadro 21 segue a mesma estrutura do Quadro 20. Será 
que estou andando em círculos? Preciso avançar neste caderno. 
Calma, vamos explicar...
No Quadro 21 estamos orçando os acontecimentos, estamos realizando uma previsão. 
O quadro 20 apresentou os fluxos ocorridos. Vamos ao próximo quadro, para comparar o 
orçado com o realizado.
Movimento / 
data
04-mês-ano 05-mês-ano 06-mês-ano
Orçado Realizado Diferença Orçado Realizado Diferença Orçado Realizado Diferença
(=) Saldo Inicial 2.500,00 2.000,00 -(500,00) 2.880,00 2.200,00 -(680,00) 1.340,00 600,00 -(740,00)
(+) Vendas 500,00 300,00 -(200,00) 500,00 350,00 -(150,00) 400,00 500,00 100,00
(-) Impostos 0,00 0,00 0,00 1.100,00 1.000,00 100,00 0,00 0,00 0,00
(-) Fornecedores 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
(-) Despesas 
administrativas
120,00 100,00 20,00 40,00 50,00 -(10,00) 0,00 0,00 0,00
(-) Despesa 
pessoal
0,00 0,00 0,00 900,00 900,00 0,00 0,00 0,00 0,00
(-) Despesas 
financeiras
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 73,00 75,00 -(2,00)
(+) Receitas 
financeiras
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
(=) Saldo final 2.880,00 2.200,00 -(680,00) 1.340,00 600,00 -(740,00) 1.667,00 1.025,00 -(642,00)
O Quadro 22 confronta os valores orçados com o efetivamente realizado, apontando 
as diferenças:
QUADRO 22 – VALORES ORÇADOS
FONTE: O autor
UNIDADE 1TÓPICO 240
● O recebimento das vendas ficou abaixo do orçado nos dias 4 (40%) e 5 (30%), superando 
apenas no dia 6 (25%).
● O valor pago de impostos ficou abaixo do previsto, possivelmente, pelas baixas vendas do 
mês anterior.
● As despesas administrativas apresentaram uma pequena variação.
● As despesas de pessoal não apresentaram variações, pois este é um custo previsível para 
a maioria das atividades. Sabe-se o salário e todos os encargos sociais, bem como as datas 
mensais para os seus pagamentos.
● O realizado das despesas financeiras

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