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Prof. Vinícius Faleiros Martins APH e Classificação de Risco Introdução A organização do atendimento às urgências é uma grande ferramenta na busca pelo acesso equânime do cidadão em situações de risco de morte, ao melhor e mais indicado recurso hospitalar. É uma ação ativa pela qualidade de vida e de saúde Nomenclatura Básica Segundo o MS do Brasil, APH é: O atendimento que procura chegar precocemente à vítima após ter ocorrido um agravo a sua saúde (de natureza traumática ou não traumática, ou ainda, psiquiátrica), que possa levar ao sofrimento ou mesmo a morte, sendo necessário prestar-lhe atendimento e/ou transporte adequado a um serviço de saúde devidamente hierarquizado e integrado ao Sistema Único de Saúde. Premissas Chegada precoce a vitima; Deslocamento de pessoal treinado em ambulâncias especialmente equipadas; Possibilidade de realização de manobras e intervenções de manutenção da vida até a chegada a uma unidade hospitalar; Escolha de uma unidade hospitalar adequada e próxima. Curiosidade No Brasil APH possui duas modalidades: SBV e SAV; Termo Resgate: Desencarceramento de vítimas; Termo Primeiros Socorros: Procedimentos simples; Profissão paramédico: Não é regulamentada no Brasil. Modelo Americano (hora de ouro) Modelo Francês (stay and play) Modelo Brasileiro? Componentes do Sistema APH Um digito telefônico; Uma central de comunicação; Equipes de atendimento treinadas; Atendimento adequado à solicitação; Transporte seguro Legislação A resolução 225/2000 do Cofen, o papel do enfermeiro no atendimento pré-hospitalar, diz que compete ao enfermeiro atuar em procedimentos invasivos e ou administração de medicamentos de urgência quando caracterizado risco iminente de vida ao paciente, na impossibilidade ou ausência do médico; A Resolução nº. 1.529/98 determinou, ainda, que a regulação dos serviços de APH seria de competência médica. Atuação do Enfermeiro Compete ao enfermeiro no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência as seguintes atividades, conforme portaria 2.048/GM: Administrar tecnicamente o serviço de atendimento pré-hospitalar; Fazer controle de qualidade do serviço nos aspectos inerentes à sua profissão; Participar da formação dos bombeiros, policiais rodoviários e dos demais profissionais na área de urgência/emergência pré-hospitalar; Prestar assistência direta às vítimas, quando indicado; Avaliar a qualidade dos profissionais atuantes nos atendimentos pré-hospitalares e proporcionar-lhes supervisão em serviço; Atuação do Enfermeiro As suas competências e atribuições estão em: Supervisionar e avaliar as ações de enfermagem da equipe no Atendimento Pré-Hospitalar Móvel; Executar prescrições médicas por telemedicina; Prestar cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica a pacientes graves e com risco de vida; Promover educação continuada da equipe . A monitorização de sinais vitais é indispensável durante o acompanhamento de pacientes graves. É um importante papel do enfermeiro. Parâmetros para dimensionamento de ambulâncias 1 Equipe de Suporte Básico de Vida (motorista, auxiliar ou técnico de enfermagem) para cada 100 mil a 150 mil habitantes. 1 Equipe de Suporte Avançado de Vida (motorista, médico e enfermeiro) para cada 400 mil a 450 mil habitantes. ACOLHIMENTO E CLASSIFICAÇÃO DE RISCO ACOLHIMENTO “O acolhimento é uma ação tecno-assistencial que pressupõe a mudança da relação profissional/usuário e sua rede social através de parâmetros técnicos, éticos, humanitários e de solidariedade, reconhecendo o usuário como sujeito e participante ativo no processo de produção da saúde” HumanizaSUS, 2004 Acolhimento também é: Processo constitutivo das práticas de produção e promoção de saúde que implica responsabilização do trabalhador/equipe pelo usuário, desde a sua chegada até a sua saída. Ouvindo sua queixa, considerando suas preocupações e angústias, fazendo uso de uma escuta qualificada que possibilite analisar a demanda e, colocando os limites necessários, garantir atenção integral, resolutiva e responsável por meio do acionamento/articulação das redes internas dos serviços (visando à horizontalidade do cuidado) e redes externas, com outros serviços de saúde, para continuidade da assistência quando necessário. HumanizaSus, 2004 Logo, acolhimento não é: Uma sala em que um profissional (geralmente enfermeiro) atende a demanda espontânea e encaminha para o médico; Restrita a um profissional de saúde; Igual a atendimento clínico centrado na doença. URGÊNCIA E EMERGÊNCIA Classificação de Risco – Sinais de Alerta: É um processo dinâmico de identificação dos usuários que necessitam de tratamento imediato, de acordo com o potencial de risco, agravos à saúde ou grau de sofrimento. 21 URGÊNCIA E EMERGÊNCIA São objetivos da classificação de risco: Humanizar e personalizar o atendimento; Avaliar o usuário logo na sua chegada; Descongestionar as UBS, PS, PA; Reduzir o tempo para o atendimento, fazendo com que o usuário seja visto precocemente de acordo com a sua gravidade; Determinar a área de atendimento primário, devendo o usuário ser encaminhado ao setor ou ponto de atenção adequado; Informar o tempo de espera; Retornar informações a usuário/familiares. 22 VERMELHO Emergência 0 minutos LARANJA Muito urgente 10 minutos AMARELO Urgente 60 minutos VERDE Pouco urgente 120 minutos AZUL Não urgente 240 minutos FONTE: MACKWAY-JONES et al. (2006) O Protocolo de Manchester de Classificação de Riscos O MODELO DE ATENÇÃO O MODELO DE ATENÇÃO Ameaça à vida Ameaça à função Dor Duração do problema Idade História Risco de maus tratos Fatores que determinam uma prioridade: CÓDIGO COMPETÊNCIA DESCRIÇÃO VERMELHO 1° atendimento Medidas para manutenção da vida. Ex. entubação orotraqueal, linha de acesso venoso, glicose hipertônica, diazepan. Estabilização 1° atendimento seguido de tratamento inicial. Ex. sutura, cristalóide, ventilação mecânica, hemotransfusão. Atendimento Completa abordagem propedêutica e terapêutica. LARANJA 1° atendimento Medidas para sofrimento intenso ou para evitar rápida deterioração. Ex. linha de acesso venoso, sintomáticos, cristalóide, sutura. Estabilização 1° atendimento seguido de tratamento inicial Ex. estreptoquinase. Atendimento Completa abordagem propedêutica e terapêutica. AMARELO 1° atendimento Medidas para sofrimento ou para evitar deterioração. Ex. linha de acesso venoso, sintomáticos, cristalóide, sutura. Atendimento Completa abordagem propedêutica e terapêutica. Encaminhamento Conforme e se pactuado. VERDE Atendimento Propedêutica e terapêutica. Encaminhamento Conforme e se pactuado. AZUL Atendimento Propedêutica e terapêutica. Encaminhamento Conforme e se pactuado. O DESENHO DA REDE DE ATENÇÃO OS PONTOS DE ATENÇÃO À SAÚDE UAPS – Unidade de Atenção Primária à Saúde: é local de atendimento de agudos Hospitais locais de baixa escala: têm importância na rede quando o acesso a um serviço de maior densidade tecnológica ultrapassa uma hora de deslocamento UPA – Unidade de Pronto Atendimento: são estruturas intermediárias entre atenção primária e hospitais; têm sentido portanto em municípios maiores ou como estruturas de estabilização simples e devem ser formalmente vinculadas ao hospital de referência Hospitais microrregionais: têm que ser referência para no mínimo 100.000 habitantes e alguns deles devem responder a traumas mais complexos de forma definitiva ou como estabilização Hospitais macrorregionais: se especializam de acordo com o fluxo pré-determinado e alguns têm que ter escala mínima de um milhão de habitantes para se tornarem referência (ex: trauma maior) Hospitais de Referência ao Trauma Maior Hospitais de Referência para a Urgência Clínica (Doenças Cardiovasculares) A chegada ao Pronto Socorro Eixo VERMELHO = Emergência Visível amplamente, distinto e exclusivo. Acesso coberto para Ambulâncias Sinal sonoro disponível Sala disponível Recebimento e estabilização dos pacientes graves. 29 EIXO VERMELHO Materiais e equipamentos: Assistência Ventilatória Assistência Circulatória Drogas e soluções Materiais complementares Privacidade do paciente Acolhimento da rede social 30 EIXO VERMELHO Após estabilização: Área amarela : pacientes críticos CTI Área verde : pacientes estáveis, observação internação, transferência, alta. 31 Eixo vermelho EMERGÊNCIA Eixo azul Orientação administrativa Classificação de risco Vermelho Amarelo Verde Azul Acolhimento com pré-classificação Identificação rápida Consulta médica rápida Consulta médica com espera Serviço social Maternidade, pediatria, suturas 32 Referências Bibliográficas BRASIL. Presidência da República. Lei. Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986. Dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem, e dá outras providências. Brasília, 1986. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.864, de 29 de setembro de 2003. Institui o componente pré-hospitalar móvel da Política Nacional de Atenção às Urgências, por intermédio da implantação de Serviços de Atendimento Móvel de Urgência em municípios e regiões de todo o território brasileiro: SAMU- 192. Brasília, 2003. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.600, de 7 de julho de 2011. Reformula a política nacional de atenção às urgências e institui a rede de atenção às urgências no Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília, 2011. BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Atenção Especializada. Política Nacional de Atenção às Urgências. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. BRASIL. Ministério da Saúde. Decreto nº. 5.055, de 27 de abril de 2004. Institui o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência – SAMU, em municípios e regiões do território nacional, e dá outras providências. Brasília, 2004. Referências Bibliográficas TAVARES, Tayrine Ypuena et al. O Cotidiano dos Enfermeiros que Atuam no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro, Belo Horizonte, 7:e1466, 2017. DISTRITO FEDERAL. Secretaria de Estado de Saúde. SAMU 192- DF. Disponível em:< http://www.saude.df.gov.br/sobre-a-secretaria/samu-df.html >. Acesso em: 21 abr. 2020. DOLOR, André Luis Tavares. Atendimento pré-hospitalar: histórico do papel do enfermeiro e os desafios ético-legais. 2008. Dissertação (Mestrado em Administração em Serviços de Enfermagem) - Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008. DICK, Wolfgang. Anglo-American vs. Franco-German emergency medical services system. Prehospital and Disaster Medicine, v. 18, n. 1, p. 29-35, jan./mar. 2003. DA SILVA, Alex Gomes et al. Caracterização dos atendimentos do Serviço Móvel de Urgência - SAMU, Maringá-PR. In: VIII EPCC – Encontro Internacional de Produção Científica Cesumar, Maringá, 2013. Anais [...]. Maringá: Cesumar, 2013.
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