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Filosofia

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Fil. 
 
Professor: Larissa Rocha 
Gui Franco 
 
Monitor: Leidiane Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Descartes e o racionalismo 
11 
mai 
 
RESUMO 
 
 
. Ambiente filosófico (século XVII): diante da série de conflitos econômicos, sociais, científicos e religiosos 
que permeavam a Europa, vários filósofos passaram a defender o ceticismo, isto é, a doutrina filosófica 
segundo a qual não é possível obter nenhum conhecimento seguro a respeito do que quer que seja. No fim 
das contas, tudo é relativo e só nos resta a dúvida. 
 
 . Projeto cartesiano: refutar o ceticismo, estabelecendo as bases fundamentais de um conhecimento 
absolutamente seguro e, garantindo, assim nossa possibilidade de compreender a realidade com segurança. 
. Método cartesiano (método da dúvida): devo tomar seriamente para mim o propósito de, ao menos uma 
vez na vida, pôr todas, absolutamente todas as minhas convicções em dúvida (dúvida hiperbólica). Aquelas 
crenças que sobreviverem à dúvida mais radical mostrarão ser firmes e inabaláveis, sendo, portanto, seguras. 
 
 . Etapas do Método: - 1ª dúvida (argumento dos sentidos): Já fui mais de uma vez enganado por minha 
sensibilidade. Ora, se os sentidos já me enganaram uma vez, que garantia tenho eu de que não me enganarão 
novamente? O que sobrevive: as impressões sensíveis mais fortes (de minha própria existência, por exemplo) 
 
 - 2ª dúvida (argumento do sonho): Já tive a experiência, inúmeras vezes, de sonhos intensos, que me 
pareciam profundamente reais. Ora, se já estive dormindo e cria estar dormindo, o que me garante que não 
estou dormindo agora? O que sobrevive: os elementos básicos da percepção sensível (cor, tamanho, 
textura, tempo, etc.) e as verdades matemáticas 
 
 - 3ª dúvida (argumento do gênio maligno): Ora, e se houver uma ser todo-poderoso que me engana a cada 
vez em que eu julgo possuir um conhecimento verdadeiro? É possível concebê-lo, portanto é razoável 
duvidar. O que sobrevive: aparentemente nada 
 
 - - ): O método da 
dúvida me garante ao menos uma coisa que estou duvidando. Ora, se estou duvidando, então penso. Se 
penso, logo existo Certeza adquirida: própria existência 
 
 . A partir desta primeira certeza indubitável, base de todo saber, Descartes passa a deduzir uma série de 
outras certezas. Nessa reconstrução do edifício do conhecimento, só que agora sob bases seguras, as mais 
importantes verdades que Descartes acreditou provar foram: 
 
 - Se é através da minha capacidade de pensar que posso garantir a minha própria existência, mesmo que eu 
ainda não saiba de qualquer outra coisa (nem se tenho corpo), portanto, é esta capacidade de me pensar 
que define: minha essência é a racionalidade, é a capacidade de pensar. 
 
 - Dentre todas as idéias que possuo, ainda sem saber se existe algo além de mim, há uma idéia diferente de 
todas as outras: é a idéia de Deus. Esta idéia se diferencia por não dizer respeito a um ser finito, como as 
outras, mas sim a um ser infinito. Ora, de onde pode me ter vindo esta idéia? Ela não pode ter vindo de mim, 
pois eu sou um ser finito, enquanto esta idéia é infinita. Como o menor não pode dar origem ao maior, então 
o finito não pode gerar o infinito. Assim, essa idéia não pode ter sido gerada por mim. Há, portanto, um Ser 
infinito que pôs esta idéia em mim. A este ser chama-se Deus. Sendo infinito, Deus possui necessariamente 
todas as perfeições, tanto de poder, quanto morais. 
 
 - Prosseguindo, se há um Deus perfeitamente poderoso e bom, então o mundo à nossa volta também existe 
de fato, pois um Deus assim não permitiria que eu me enganasse tão radicalmente a respeito da realidade. É 
compatível com a bondade infinita de um ser todo-poderoso permitir que eu me engane às vezes, mas não 
que eu me engane sempre. Graças a Deus, portanto, pode-se dizer com certeza absoluta que o mundo 
exterior à minha mente é real. - Por fim, se foi a descoberta do cogito, isto é, se foi a descoberta de minha 
capacidade racional que legitimou todo o meu saber obtido de modo seguro, e, ao contrário, tudo o que eu 
percebia pelos sentidos era desconfiável, então não há dúvida de que a razão é o fundamento último do 
conhecimento humano e que só ela nos dá segurança na busca da verdade. Os sentidos, ao contrário, só têm 
valor sob o comando da razão. 
 
 
 
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EXERCÍCIOS DE AULA 
 
 
1. Nunca nos tornaremos matemáticos, por exemplo, embora nossa memória possua todas as 
demonstrações feitas por outros, se nosso espírito não for capaz de resolver toda espécie de 
problemas; não nos tornaríamos filósofos, por ter lido todos os raciocínios de Platão e Aristóteles, sem 
poder formular um juízo sólido sobre o que nos é proposto. Assim, de fato, pareceríamos ter 
aprendido, não ciências, mas histórias. 
DESCARTES. R. Regras para a orientação do espírito. São Paulo: Martins Fontes, 1999. 
 
Em sua busca pelo saber verdadeiro, o autor considera o conhecimento, de modo crítico, como 
resultado da 
a) investigação de natureza empírica. 
b) retomada da tradição intelectual. 
c) imposição de valores ortodoxos. 
d) autonomia do sujeito pensante. 
e) liberdade do agente moral. 
 
2. É o caráter radical do que se procura que exige a radicalização do próprio processo de busca. Se todo 
o espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza que aparecer a partir daí terá sido de alguma forma 
gerada pela própria dúvida, e não será seguramente nenhuma daquelas que foram anteriormente 
varridas por essa mesma dúvida. 
SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. São Paulo: Moderna, 2001 (adaptado). 
 
Apesar de questionar os conceitos da tradição, a dúvida radical da filosofia cartesiana tem caráter 
positivo por contribuir para o(a) 
a) dissolução do saber científico. 
b) recuperação dos antigos juízos. 
c) exaltação do pensamento clássico. 
d) surgimento do conhecimento inabalável. 
e) fortalecimento dos preconceitos religiosos. 
 
3. Os produtos e seu consumo constituem a meta declarada do empreendimento tecnológico. Essa meta 
foi proposta pela primeira vez no início da Modernidade, como expectativa de que o homem poderia 
dominar a natureza. No entanto, essa expectativa, convertida em programa anunciado por pensadores 
mero imper
culturalmente. 
CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques, Scientiae Studia. São Paulo, v. 2, n. 4, 2004 (adaptado). 
 
Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes e Bacon, e o projeto iluminista concebem a 
ciência como uma forma de saber que almeja libertar o homem das intempéries da natureza. Nesse 
contexto, a investigação científica consiste em 
a) expor a essência da verdade e resolver definitivamente as disputas teóricas ainda existentes. 
b) oferecer a última palavra acerca das coisas que existem e ocupar o lugar que outrora foi da filosofia. 
c) ser a expressão da razão e servir de modelo para outras áreas do saber que almejam o progresso. 
d) explicitar as leis gerais que permitem interpretar a natureza e eliminar os discursos éticos e 
religiosos. 
e) explicar a dinâmica presente entre os fenômenos naturais e impor limites aos debates acadêmicos. 
 
4. TEXTO I 
Há já de algum tempo eu me apercebi de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas falsas 
opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princípios tão mal assegurados 
não podia ser senão mui duvidoso e incerto. Era necessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, 
desfazer-me de todas as opiniões a que até então dera crédito, e começar tudo novamente a fim de 
estabelecer um saber firme e inabalável. 
DESCARTES, R. Meditações concernentes à Primeira Filosofia. São Paulo: Abril Cultural, 1973 (adaptado). 
 
 
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TEXTO II 
É de caráterradical do que se procura que exige a radicalização do próprio processo de busca. Se todo 
o espaço for ocupado pela dúvida, qualquer certeza que aparecer a partir daí terá sido de alguma forma 
gerada pela própria dúvida, e não será seguramente nenhuma daquelas que foram anteriormente 
varridas por essa mesma dúvida. 
SILVA, F. L. Descartes: a metafísica da modernidade. São Paulo: Moderna, 2001 (adaptado). 
 
A exposição e a análise do projeto cartesiano indicam que, para viabilizar a reconstrução radical do 
conhecimento, deve-se 
a) retomar o método da tradição para edificar a ciência com legitimidade. 
b) questionar de forma ampla e profunda as antigas ideias e concepções. 
c) investigar os conteúdos da consciência dos homens menos esclarecidos. 
d) buscar uma via para eliminar da memória saberes antigos e ultrapassados. 
e) encontrar ideias e pensamentos evidentes que dispensam ser questionados. 
 
EXERCÍCIOS DE CASA 
 
 
1. TEXTO I 
 
Experimentei algumas vezes que os sentidos eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar 
inteiramente em quem já nos enganou uma vez. 
 
DESCARTES, R. Meditações Metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, 1979. 
 
TEXTO II 
 
Sempre que alimentarmos alguma suspeita de que uma ideia esteja sendo empregada sem nenhum 
significado, precisaremos apenas indagar: de que impressão deriva esta suposta ideia? E se for 
impossível atribuir-lhe qualquer impressão sensorial, isso servirá para confirmar nossa suspeita. 
HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento. São Paulo: Unesp, 2004 (adaptado). 
 
Nos textos, ambos os autores se posicionam sobre a natureza do conhecimento humano. A 
comparação dos excertos permite assumir que Descartes e Hume 
a) defendem os sentidos como critério originário para considerar um conhecimento legítimo. 
b) entendem que é desnecessário suspeitar do significado de uma ideia na reflexão filosófica e crítica. 
c) são legítimos representantes do criticismo quanto à gênese do conhecimento. 
d) concordam que conhecimento humano é impossível em relação às ideias e aos sentidos. 
e) atribuem diferentes lugares ao papel dos sentidos no processo de obtenção do conhecimento. 
 
2. O conhecimento é uma ferramenta essencial para a sobrevivência humana. Os principais filósofos 
modernos argumentaram que nosso conhecimento do mundo seria muito limitado se não pudéssemos 
ultrapassar as informações que a percepção sensível oferece. No período moderno, qual processo 
cognitivo foi ressaltado como fundamental, pois permitia obter conhecimento direto, novo e capaz de 
antecipar acontecimentos do mundo físico e também do comportamento social? 
a) Dedução. 
b) Indução. 
c) Memorização. 
d) Testemunho. 
e) Oratória e retórica. 
 
3. A dúvida é uma atitude que contribui para o surgimento do pensamento filosófico moderno. Neste 
comportamento, a verdade é atingida através da supressão provisória de todo conhecimento, que 
passa a ser considerado como mera opinião. A dúvida metódica aguça o espírito crítico próprio da 
Filosofia. 
(Adaptado de Gerd A. Bornheim, Introdução ao filosofar. Porto Alegre: Editora Globo, 1970, p. 11.) 
 
 
 
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A partir do texto, é correto afirmar que: 
a) A Filosofia estabelece que opinião, conhecimento e verdade são conceitos equivalentes. 
b) A dúvida é necessária para o pensamento filosófico, por ser espontânea e dispensar o rigor 
metodológico. 
c) O espírito crítico é uma característica da Filosofia e surge quando opiniões e verdades são 
coincidentes. 
d) A dúvida, o questionamento rigoroso e o espírito crítico são fundamentos do pensamento 
filosófico moderno. 
 
4. Ao analisar o cogito ergo sum penso, logo existo, de René Descartes, conclui-se que 
a) o pensamento é algo mais certo que a própria matéria corporal. 
b) a subjetividade científica só pode ser pensada a partir da aceitação de uma relação empírica 
fundada em valores concretos. 
c) o eu cartesiano é uma ideia emblemática e representativa da ética que insurgia já no século XVI. 
d) Descartes consegue infirmar todos os sistemas científicos e filosóficos ao lançar a dúvida 
sistemático-indutiva respaldada pelas ideias iluministas e métodos incipientes da revolução 
científica. 
 
5. Analise a seguinte afirmação: 
 
todos os outros corpos que nos cercam, tão distintamente como conhecemos os diferentes misteres 
de nossos artesãos, pudéssemos aplicá-los pela mesma forma a todos os usos para os quais são 
próprios, e tornando- 
 
Essa afirmação refere-se 
a) à alusão de Descartes acerca do conhecimento que se configura como domínio do Homem sobre 
a realidade. 
b) à manipulação conceitual por meio da qual se originam todas as operações lógicas com a finalidade 
de alcançar o conhecimento. 
c) 
boa parte, durante séculos, o melhor do pensamento filosófico. 
d) ao objeto de que se ocupam os pensadores que levam em consideração o conhecimento, que 
deriva da metafísica aristotélica. 
 
6. 
contrário d -me 
quem puder, ainda assim jamais poderá fazer que eu nada seja enquanto eu pensar que sou algo; ou 
que algum dia seja verdade eu não tenha jamais existido, sendo verdade 
Pensadores.) 
 
Com base no enunciado e considerando o itinerário seguido por Descartes para fundamentar o 
conhecimento, é correto afirmar: 
a) Todas as coisas se equivalem, não podendo ser discerníveis pelos sentidos nem pela razão, já que 
ambos são falhos e limitados, portanto o conhecimento seguro detém-se nas opiniões que se 
apresentam certas e indubitáveis. 
b) O conhecimento seguro que resiste à dúvida apresenta-se como algo relativo, tanto ao sujeito 
como às próprias coisas que são percebidas de acordo com as circunstâncias em que ocorrem os 
fenômenos observados. 
c) Pela dúvida metódica, reconhece-se a contingência do conhecimento, uma vez que somente as 
coisas percebidas por meio da experiência sensível possuem existência real. 
 
 
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d) A dúvida manifesta a infinita confusão de opiniões que se pode observar no debate perpétuo e 
universal sobre o conhecimento das coisas, sendo a existência de Deus a única certeza que se pode 
alcançar. 
e) A condição necessária para alcançar o conhecimento seguro consiste em submetê-lo 
sistematicamente a todas as possibilidades de erro, de modo que ele resista à dúvida mais 
obstinada. 
 
QUESTÃO CONTEXTO 
 
 
Ser ateu é um modo de estar no mundo. Antes de ser implicação com a existência de divindades, o ateísmo 
é um desdobramento da reflexão filosófica sobre os limites entre o sentido da existência e o absurdo da 
existência. 
http://www.paulopes.com.br/2017/04/como-nao-existem-deuses-temos-de-dar-conta-de-nos-mesmos.html#.WOUwWojyvIU 
 
Construa um parágrafo utilizando o argumento cartesiano para existência de Deus. 
 
 
 
 
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GABARITO 
 
 
Exercícios de aula 
 
1. d 
Descartes é o principal filósofo racionalista. Assim sendo, para ele, o conhecimento é resultado de 
investigações do ser pensante, único capaz de chegar a conceitos verdadeiros. 
 
2. d 
A dúvida radical conduz o pensador à conclusão de que pensa, o cogito. Esta é, para Descartes, o 
conhecimento inabalável, princípio de todas as certezas. Sendo assim, somente a alternativa [D] está 
correta. 
 
3. c 
Em geral, a ciência estabelece um método de pesquisa racional que busca a construção coletiva de 
conhecimentos refletidos e seguros sobre a variedade da natureza, e, também, de conhecimentos 
esclarecedores sobre os fenômenos que nos parecem familiares. Sendo assim, a ciência possui uma base 
racional fundante a qual todo homem pode ter acesso e, desse modo, todos podem participar. Ela possui, 
além disso, como objeto de pesquisa a perplexidade do homem perante a variância de alguns fenômenos 
naturais e a permanência de outros, e como objetivo da pesquisa harmonizar estas diferenças em 
equilíbriosdinâmicos através de conceitos e sistemas de conceitos justificados da melhor maneira 
possível, isto é, pela construção de experimentos controlados e avaliações imparciais. 
 
4. b 
Como exemplo da radicalidade indicada pelo prof. Franklin Leopoldo e Silva, vale mencionar que 
que fiz ontem encheu-me de tantas dúvidas, que doravante não está mais em meu alcance esquecê-las. 
E, no entanto, não vejo de que maneira poderia resolvê-las; e, como se de súbito tivesse caído em águas 
muito profundas, estou de tal modo surpreso que não posso nem firmar meus pés no fundo, nem nadar 
é impossível, porém manter-se no meio do caminho também. A única opção é manter-se trilhando o 
caminho da dúvida sistemática e generalizada, esperando desse modo alcançar algum ponto firme o 
suficiente para ser possível apoiar os pés, e nadar de volta para a superfície. Mantendo-se nesse caminho, 
o filósofo busca o ponto que irá inaugurar uma cadeia de razões da qual ele não poderá duvidar. O chão 
desse mar no qual o filósofo está submerso é esta única coisa da qual ele não pode duvidar, mesmo se o 
gênio maligno estiver operando. Tal certeza radical é a certeza sobre o fato de que se o gênio maligno 
perverte meus pensamentos, ele nunca poderia perverter o próprio fato de que eu devo estar pensando 
para que ele me engane. Penso, existo é a nova raiz que nutre a modernidade. 
 
Exercícios de casa 
 
1. e 
Da dúvida sistemática e generalizada das experiências sensíveis, Descartes espera começar a busca por 
algum ponto firme o suficiente para ser possível se apoiar e não duvidar. O chão deste mar de dúvidas 
no qual o filósofo está submerso é esta única coisa da qual ele não pode duvidar, mesmo se o gênio 
maligno estiver operando. Esta certeza é a certeza sobre o fato de que se o gênio maligno perverte meus 
pensamentos, ele nunca poderia perverter o próprio fato de que eu devo estar pensando para que ele 
me engane. Então, se penso, existo. 
David Hume (1711-1776), influenciado pela filosofia de John Locke (1632-1704), parte de uma noção da 
mente humana segundo a qual o homem não possui ideias inatas, porém todas elas provêm da 
experiência sensível para compor o conhecimento. Sendo assim, o homem conhece a partir das 
impressões e das ideias que concebe a partir da experiência. De experiências habituais ele constrói 
 
 
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conhecimentos baseados em matérias de fato e relações entre ideias. Os conhecimentos sobre matérias 
de fato são empíricos, portanto, apenas mais ou menos prováveis, já os conhecimentos sobre relações 
de ideias são puros, portanto, sempre certos sem, todavia, se referir a qualquer realidade sensível. 
 
2. b 
Na época moderna foram estruturadas as bases para o conhecimento científico que avançou até o 
período contemporâneo. O objetivo perseguido era compreender os fenômenos do mundo físico. A 
busca por uma previsão ou antecipação destes fenômenos foi perseguida por pensadores que buscam 
estabelecer princípios para a formulação de leis gerais que pudessem garantir segurança e confiabilidade 
no desenvolvimento de tais teorias. Os principais pensadores que forneceram estas bases foram Francis 
de purificar a mente, de livrá-la de 
impressões errôneas que impedissem a observação clara e experimentação precisa dos fenômenos 
naturais. Seu método era indutivo, pois propunha que por meio de uma série de observações realizadas 
com rigor, era possível estabelecer princípios para formular leis gerais. Descartes é quem vai estruturar 
o uso da razão como instrumento para tornar claro as informações que nossos sentidos captam. Após o 
esclarecimento dos conceitos, por meio da observação e comparação utilizando o rigor da matemática 
na análise e formulação das teorias, seria possível formular leis gerais dos fenômenos observados. Ambos 
os autores deixam de lado a visão e do método dedutivo, proposto por Aristóteles que predominava até 
então. 
 
3. d 
O período moderno da filosofia se caracterizou por dois movimentos, a saber, a dúvida e o método. A 
dúvida colocou em questão aquilo que se tinha por conhecimento vale ressaltar que a filosofia moderna 
tem seu início geralmente demarcado no século XVII e o método buscou reconstruir o conhecimento 
de modo que não se pudesse dele duvidar. Porém, esta ausência de dúvida não significa dogmatismo, 
mas sim o esforço da dedicação à filosofia, ao estudo da sabedoria, ao bem aplicar o espírito. 
apenas o proponho. Contudo, qualquer que seja o método que empregares, gostaria muito de 
recomendar-te a filosofia, isto é, o estudo da sabedoria, por falta do qual todos sofremos recentemente 
 Cálculo ou Lógica. Campinas: Editora Unicamp, 2009, 15). 
pois cada qual pensa estar tão bem provido dele, 
que mesmo os que são mais difíceis de contentar em qualquer outra coisa não costumam desejar tê-lo 
mais do que o têm. E não é verossímil que todos se enganem a tal respeito; mas isso antes testemunha 
que o poder de bem julgar e distinguir o verdadeiro do falso, que é propriamente o que se denomina o 
bom senso ou a razão, é naturalmente igual em todos os homens; e, destarte, que a diversidade de nossas 
opiniões não provém do fato de serem uns mais racionais do que outros, mas somente de conduzirmos 
nossos pensamentos por vias diversas e não considerarmos as mesmas coisas. Pois não é suficiente ter o 
espírito bom, o principal é aplicá-lo bem. As maiores almas são capazes dos maiores vícios, e os que só 
andam muito lentamente podem avançar muito mais, se seguirem sempre o caminho reto, do que 
São Paulo: Abril Cultural, 1983, p. 29). 
 
4. a 
Uma vez que as sensações são fonte de engano, Descartes deduz a sua existência, enquanto ser, a partir 
do ato de pensar, e não da matéria corporal. Sendo assim, somente a alternativa [A] é correta. 
 
5. a 
A única alternativa plausível é a [A]. Essa referência feita a Descartes provém do texto de Caio Prado 
Júnior, O que é filosofia. Segundo Caio Prado, essa citação serve para demonstrar como a filosofia 
moderna constitui o conhecimento como um problema filosófico. 
 
6. a 
Descartes tem como ponto de partida a busca de uma verdade que não pode ser colocada em dúvida, 
por isso, começa duvidando de tudo, começando pelas afirmações do senso comum, passando pelas 
 
 
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autoridades, do testemunho dos sentidos, até do mundo exterior, inclusive da realidade do seu corpo, 
no entanto, só interrompe essa cadeia de dúvidas diante do seu próprio ser, do seu próprio intelecto que 
 
 
Questão contexto 
 
Dentre todas as idéias que possuo, ainda sem saber se existe algo além de mim, há uma idéia diferente de 
todas as outras: é a idéia de Deus. Esta idéia se diferencia por não dizer respeito a um ser finito, como as 
outras, mas sim a um ser infinito. Ora, de onde pode me ter vindo esta idéia? Ela não pode ter vindo de mim, 
pois eu sou um ser finito, enquanto esta idéia é infinita. Como o menor não pode dar origem ao maior, então 
o finito não pode gerar o infinito. Assim, essa idéia não pode ter sido gerada por mim. Há, portanto, um Ser 
infinito que pôs esta idéia em mim. A este ser chama-se Deus. Sendo infinito, Deus possui necessariamente 
todas as perfeições, tanto de poder, quanto morais. 
 
 
 
 
 
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Fil. 
 
Professor: Larissa Rocha 
Gui Franco 
Monitor: Leidiane Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Empirismo Inglês Francis Bakon 
25 
mai 
 
 
RESUMO 
 
 
O filósofo Francis Bacon (1561-1626) foi um importante intelectual de sua época, tendo também 
participado da vida política, chegando a ser chanceler no governo do rei Jaime I. Como filósofo, foi grande 
crítico da ciência dedutiva Aristotélica, alegando que para o desenvolvimento da ciência era necessário ter 
um método de descoberta e análise mais eficiente, focado numa investigação mais rigorosa,precisa e 
empírica, com como ocorre no método indutivo. 
 
A teoria dos ídolos 
 
 Bacon vai iniciar sua reflexão acerca do conhecimento humano alegando que certos preconceitos, 
noções erradas, dificultam a apreensão correta que temos sobre a realidade.Esses preconceitos serão 
chamados por ele de ìdolos. 
 
Os ídolos da tribo: écie humana, ou seja, os ídolos da tribo 
são aqueles preconceitos que surgem nas comunidades como verdades dadas e não questionadas. Nesse 
pela ciência precisam estar de acordo com os fatos. Assim, Bacon entende que a astrologia, por exemplo, é 
 coisas da natureza. Um exemplo disso é a ideia dos antigos 
-se a natureza algo que, na verdade, é uma mera 
suposição humana. 
Os ídolos da caverna: Os ídolos da caverna tem sua origem não na comunid
 Assim, por conta das características individuais, ou mesmo por 
causa da educação a que um indivíduo é submetido, serão geradas falsas ideias às quais a ciência precisa se 
opor. Os ídolos 
espírito humano. 
Os ídolos do foro: Os ídolos do foro ou do mercado são aqueles que decorrem da linguagem, através 
da qual são atribuídas palavras a certas coisas que são inexistentes ou mesmo palavras confusas a coisas que 
existem. Nesse sentido, há diversas controvérsias as quais nos apegamos apenas por questões 
linguísticas. 
Os ídolos do teatro: Os ídolos do teatro se referem às teorias ou reflexões filosóficas que, muitas vezes, estão 
mescladas com a teologia, com o saber comum e, até mesmo, com superstições profundamente 
arraigadas. Nesse sentido, ele compara os sistemas filosóficos a fábulas que poderiam ser representadas no 
palco. 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
 
1. Os produtos e seu consumo constituem a meta declarada do empreendimento tecnológico. Essa meta 
foi proposta pela primeira vez no início da Modernidade, como expectativa de que o homem poderia 
dominar a natureza. No entanto, essa expectativa, convertida em programa anunciado por pensadores 
culturalmente. 
CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques, Scientiae Studia. São Paulo, v. 2, n. 4, 2004 (adaptado). 
 
 
 
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Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes e Bacon, e o projeto iluminista concebem a 
ciência como uma forma de saber que almeja libertar o homem das intempéries da natureza. Nesse 
contexto, a investigação científica consiste em 
a) expor a essência da verdade e resolver definitivamente as disputas teóricas ainda existentes. 
b) oferecer a última palavra acerca das coisas que existem e ocupar o lugar que outrora foi da 
filosofia. 
c) ser a expressão da razão e servir de modelo para outras áreas do saber que almejam o progresso. 
d) explicitar as leis gerais que permitem interpretar a natureza e eliminar os discursos éticos e 
religiosos. 
e) explicar a dinâmica presente entre os fenômenos naturais e impor limites aos debates 
acadêmicos. 
 
2. Sobre os ídolos preconizados por Francis Bacon, é CORRETO afirmar que: 
a) A consequência imediata da ação dos ídolos é a inscrição do Homem num universo de massacre 
e sofrimento racional-indutivo, onde o conhecimento científico se distancia da filosofia, se 
 
b) 
c) -los, é necessário um esforço racional-
 
d) em uma caverna ou 
 
 
3. A charge abaixo retrata a oposição epistemológica de duas escolas filosóficas cujos iniciadores podem 
ser considerados, respectivamente, Francis Bacon e René Descartes. Assinale a alternativa correta. 
 
 
a) Empirismo X Criticismo 
b) Ceticismo X Existencialismo 
c) Empirismo X Racionalismo 
d) Racionalismo X Existencialismo 
e) Racionalismo X Ceticismo 
 
TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO: 
 
 
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4. A figura do homem que triunfa sobre a natureza bruta (Fig. 5) é significativa para se pensar a filosofia 
de Francis Bacon (1561-1626). Com base no pensamento de Bacon, considere as afirmativas a seguir. 
 
I. O homem deve agir como intérprete da natureza para melhor conhecê-la e dominá-la em seu 
benefício. 
II. O acesso ao conhecimento sobre a natureza depende da experiência guiada por método 
indutivo. 
III. O verdadeiro pesquisador da natureza é um homem que parte de proposições gerais para, na 
sequência e à luz destas, clarificar as premissas menores. 
IV. Os homens de experimentos processam as informações à luz de preceitos dados a priori pela 
razão. 
 
Assinale a alternativa correta. 
a) Somente as afirmativas I e II são corretas. 
b) Somente as afirmativas II e IV são corretas. 
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 
d) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. 
e) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas. 
 
5. Leia o texto a seguir. 
 
O pensamento moderno caracteriza-se pelo crescente abandono da ciência aristotélica. Um dos 
pensadores modernos desconfortáveis com a lógica dedutiva de Aristóteles considerando que esta 
não permitia explicar o progresso do conhecimento científico foi Francis Bacon. No livro Novum 
Organum, Bacon formulou o método indutivo como alternativa ao método lógico-dedutivo 
aristotélico. 
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Bacon, é correto afirmar que o 
método indutivo consiste 
a) na derivação de consequências lógicas com base no corpo de conhecimento de um dado 
período histórico. 
b) no estabelecimento de leis universais e necessárias com base nas formas válidas do silogismo tal 
como preservado pelos medievais. 
c) na postulação de leis universais com base em casos observados na experiência, os quais 
apresentam regularidade. 
d) na inferência de leis naturais baseadas no testemunho de autoridades científicas aceitas 
universalmente. 
e) na observação de casos particulares revelados pela experiência, os quais impedem a necessidade 
e a universalidade no estabelecimento das leis naturais. 
 
 
 
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6. Segundo o filósofo inglês Francis Bacon (1561-1626), o ser humano tem o direito de dominar a natureza 
e as técnicas; as ciências são os meios para exercer esse poder. 
 
Que processo histórico pode ser diretamente associado a essas ideias? 
a) Os ideais de retorno à vida natural. 
b) O bloqueio continental imposto à Europa por Napoleão Bonaparte. 
c) A Contrarreforma promovida pela Igreja Católica. 
d) O surgimento do estilo barroco nas artes. 
e) A Revolução Industrial. 
 
 
 
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7. -se o efeito. Pois 
a natureza não se vence, se não quando se lhe obedece. E o que à contemplação apresenta-se como 
 a esse aforismo III do Livro I do Novum Organum de Francis 
Bacon, considere a alternativa que apresenta a interpretação correta: 
a) O saber, para Bacon, é uma forma de alterarmos as leis da natureza e, com isso, seus fenômenos 
podem ser controlados tendo em vista um benefício humano. 
b) O autor menciona que o conhecimento, o saber, está ligado ao poder, ou seja, mediante o 
conhecimento é possível, de maneira segura e rigorosa, conquistar o poder sobre a natureza. 
c) Para Bacon, é inerente ao saber uma forma de controle sobre a natureza, mas principalmente 
sobre as pessoas, possibilitando um poder incondicional ao detentor do saber. 
d) O saber já possui um valor em si mesmo, o que conduz, consequentemente, de acordo com 
Bacon, a um poder. 
e) O que Bacon pretende dizer é que o saber nem sempre tem uma relação com a prática e que é a 
conveniência individual desse saber que determina seu valor. 
 
8. [...] é necessário, ainda, introduzir-se um método completamente novo, uma ordem diferente e um 
novo processo, para continuar e promover a experiência. Pois a experiência vaga, deixada a si mesma 
[...] é um mero tateio, e presta-se mais a confundir os homens que a informá-los. Mas quando a 
experiência proceder de acordo com leis seguras e de forma gradual e constante, poder-se-á esperar 
algo de melhor da ciência. 
[...] 
A infeliz situação em que se encontra a ciênciahumana transparece até nas manifestações do 
vulgo. Afirma-se corretamente que o verdadeiro saber é o saber pelas causas. E, não indevidamente, 
estabelecem- se quatro coisas: a matéria, a forma, a causa eficiente, a causa final. Destas, a causa final 
longe está de fazer avançar as ciências, pois na verdade as corrompe; mas pode ser de interesse para 
as ações humanas. 
(BACON, F. Novo Organum ou verdadeiras indicações acerca da interpretação da natureza. São Paulo: Abril Cultural. 1973. 
p. 72; 99-100.) 
 
Com base no texto e no pensamento de Francis Bacon acerca da verdadeira indução experimental 
como interpretação da natureza, é correto afirmar. 
a) Na busca do conhecimento, não se podem encontrar verdades indubitáveis, sem submeter as 
hipóteses ao crivo da experimentação e da observação. 
b) A formulação do novo método científico exige submeter a experiência e a razão ao princípio de 
autoridade para a conquista do conhecimento. 
c) O desacordo entre a experiência e a razão, prevalecendo esta sobre aquela, constitui o 
fundamento para o novo método científico. 
d) Bacon admite o finalismo no processo natural, por considerar necessário ao método perguntar 
para que as coisas são e como são. 
e) O estabelecimento de um método experimental, baseado na observação e na medida, aprimora 
o método escolástico. 
 
9. São de quatro gêneros os ídolos que bloqueiam a mente humana. Para melhor apresentá-los, 
assinalamos os nomes: Ídolos da Tribo, Ídolos da Caverna, Ídolos do Foro e Ídolos do Teatro. 
Fonte: BACON. Novum Organum..., São Paulo: Nova Cultural, 1999, p.33. 
 
É correto afirmar que para Bacon: 
a) Os Ídolos da Tribo e da Caverna são os conhecimentos primitivos que herdamos dos nossos 
antepassados mais notáveis. 
b) Os Ídolos do Teatro são todos os grandes atores que nos influenciam na vida cotidiana. 
c) Os Ídolos do Foro são as ideias formadas em nós por meio dos nossos sentidos. 
d) Através dos Ídolos, mesmo considerando que temos a mente bloqueada, podemos chegar à 
verdade. 
e) Os Ídolos são falsas noções e retratam os principais motivos pelos quais erramos quando 
buscamos conhecer. 
 
 
 
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10. -se o efeito. Pois 
a natureza não se vence, se não quando se lhe obedece. E o que à contemplação apresenta-se como 
 
Fonte: BACON. Novum Organum..., São Paulo: Nova Cultural, 1999, p.40. 
 
Tendo em vista o texto acima, assinale a alternativa correta: 
a) Bacon estabelece que a melhor maneira de explicar os fenômenos naturais é recorrer aos 
princípios inatos da razão. 
b) Através do conhecimento científico, o homem aprende a aceitar o domínio dos princípios 
metafísicos de causalidade sobre a natureza. 
c) O conhecimento da natureza depende do poder do homem. Assim um rei conhece mais sobre a 
natureza do que um pobre estudante. 
d) Através da contemplação - observação da natureza o homem aprende a conhecê-la e, então, 
reúne condições para dominar a natureza. 
e) Devemos ser práticos e obedecer à natureza, pois o conhecimento das relações de causa e efeito 
é impossível e sempre frustrante. 
 
 
QUESTÃO CONTEXTO 
 
 
Texto I 
Astrologia 
substantivo feminino 
doutrina, estudo, arte ou prática, cujo objetivo é decifrar a influência dos astros no curso dos acontecimentos 
terrestres e na vida das pessoas, em suas características psicológicas e em seu destino, explicar o mundo e 
predizer o futuro de povos ou indivíduos; uranoscopia. 
 
Texto II 
 
 
O filósofo Francis Bacon reflete sobre a origem do conhecimento humano denunciando preconceitos e 
noções erradas que, segundo sua concepção, dificultam a apreensão verdadeira da realidade. Esses 
preconceitos são chamados por ele de ídolos e podem ser da tribo, da caverna, do mercado ou do teatro. 
Tendo em vista seus conhecimentos sobre a teoria dos ídolos de Bacon e os textos expostos acima, explique 
porque a astrologia pode ser vista como um ídolo. 
 
 
 
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GABARITO 
 
 
 
Exercícios 
 
1. c 
Em geral, a ciência estabelece um método de pesquisa racional que busca a construção coletiva de 
conhecimentos refletidos e seguros sobre a variedade da natureza, e, também, de conhecimentos 
esclarecedores sobre os fenômenos que nos parecem familiares. Sendo assim, a ciência possui uma base 
racional fundante a qual todo homem pode ter acesso e, desse modo, todos podem participar. Ela possui, 
além disso, como objeto de pesquisa a perplexidade do homem perante a variância de alguns fenômenos 
naturais e a permanência de outros, e como objetivo da pesquisa harmonizar estas diferenças em 
equilíbrios dinâmicos através de conceitos e sistemas de conceitos justificados da melhor maneira 
possível, isto é, pela construção de experimentos controlados e avaliações imparciais. 
 
2. d 
Na sua busca pelo conhecimento verdadeiro, Francis Bacon desenvolveu a crítica dos ídolos. Esses ídolos 
correspondem a imagens que impedem o conhecimento da verdade, podendo ser de quatro tipos: os 
ídolos da caverna, ídolos do fórum, ídolos do teatro e ídolos da tribo. Nessa perspectiva, somente a 
alternativa [D] está correta, pois corresponde a uma justa citação da forma como Bacon, em seu texto 
Novum Organum, explica o que são os ídolos da caverna. 
 
3. c 
Francis Bacon é um dos principais expoentes do empirismo, enquanto que Descartes é o principal 
representante do racionalismo. Ambos desenvolveram métodos científicos, mas que partem de 
concepções epistemológicas bastante distintas. Enquanto Bacon enxerga na experiência a origem do 
conhecimento, Descartes considera que somente a partir da Razão pode-se conhecer alguma coisa 
verdadeiramente. 
 
4. c 
Francis Bacon foi um defensor do método indutivo e empirista em Ciência. Segundo ele, a ciência deve 
partir de fatos concretos para que se possa chegar a generalizações, que correspondem às formas gerais 
das leis e causas. Desta maneira, o homem age como intérprete da natureza, conhecendo-a e 
dominando-a, extraindo dela conhecimentos necessários para seu próprio proveito. 
 
5. c 
formam nos seres humanos opiniões cristalizadas e cheias de preconceito deste modo, será possível 
aplicar na razão a experiência, neste caso, o método indutivo infere de dados universais argumentações 
a partir de dados singulares como uma porção de água que ferve a cem graus, e outra, e mais aquela, 
logo, a água ferve a cem graus. 
 
6. e 
Francis Bacon segue a tradição empirista inglesa que remonta Roger Bacon (século XIII) realçando a 
significação histórica da ciência e do papel que ela poderia desempenhar na vida da humanidade. Seu 
um saber contemplativo, desinteressado, que não tenham um fim em si, mas um saber instrumental, que 
possibilite a dominação da natureza como fez a Revolução Industrial que superou a manufatura pelas 
maquinofatura (chamadas hoje de indústria) substituindo o trabalho manual pelas máquinas. 
 
 
 
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7. 
da relação entre o conhecimento e o poder. Bacon, nesta concepção, define o saber como algo prático, 
como um domínio do homem sobre as coisas. 
 
8. a 
Francis Bacon é considerado um dos fundadores da ciência moderna no período que marca a passagem 
do pensamento escolástico para o moderno. No texto escolhido para o enunciado, Bacon demonstra 
seu desejo por um método que procura valorizar a experiência, de acordo com leis seguras e de forma 
constante. Dentre as alternativas, somente [A] apresenta esta visão que relaciona de forma adequada 
ciência, conhecimento e experimentação. 
 
9. e 
, correspondente a uma tipologia 
de imagens que impedem o conhecimento da verdade. Para ele, os ídolos podem ser: 
Ídolos da caverna: [corresponde às] opiniões que se formam em nós por erros e defeitos de nossos 
órgãos dos sentidos. São os mais fáceis de corrigir por nosso intelecto; 
Ídolos do fórum: são as opiniões que se formam em nós como consequência da linguagem e de nossas 
relaçõescom os outros. São difíceis de vencer, mas o intelecto tem poder sobre eles; 
Ídolos do teatro: são as opiniões formadas em nós em decorrência dos poderes das autoridades que nos 
impõem seus pontos de vista e os transformam em decretos e leis inquestionáveis. Só podem ser refeitos 
se houver uma mudança social e política; 
Ídolos da tribo: são as opiniões que se formam em nós em decorrência de nossa natureza humana; esses 
ídolos são próprios de espécie humana e só podem ser vencidos se houver uma reforma da própria 
natureza humana. 
(Fonte: Chaui, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Editora Ática. 1997. p. 115) 
 
10. d 
Francis Bacon, filósofo empirista inglês, é considerado um dos fundadores do método científico 
moderno. Baseado no raciocínio indutivo, o método científico mais adequado para o domínio da natureza 
seria a observação dos fenômenos naturais, como se afirma na alternativa [D]. 
 
Questão contexto 
 
A astrologia é um ídolo da tribo. É tratada como um saber inquestionável, mas suas conclusões são 
precipitadas e sem base científica. 
 
 
 
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Fil. 
 
Professor: Larissa Rocha 
Gui de Franco 
Monitor: Debora Andrade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Hume e a retomada do empirismo 
01 
jun 
 
RESUMO 
 
 
Filosofia moderna: Teoria do conhecimento 
 
Na filosofia moderna surge uma grande área da filosofia denominada teoria do conhecimento, que 
busca responder, fundamentalmente, as seguintes questões: Qual é a fonte do conhecimento humano? 
Quais os limites do conhecimento humano? O que é possível conhecer? Surgem, então, duas correntes de 
pensamento para responder essas questões trazidas pela teoria do conhecimento: O racionalismo, 
representado principalmente pela pensamento do filósofo, matemático e físico francês René Descartes (1596-
1650) e o empirismo, representado principalmente pelo filósofo, historiador e ensaísta britânico David Hume 
(1711-1776). 
 
David Hume e o empirismo 
 
O filósofo empirista David Hume é um pensador cético, ou seja, ele duvida que possa haver qualquer 
conhecimento indubitável. Assim, o entendimento humano possui limites bastante estreitos, afinal de contas 
estamos submetidos aos sentidos e aos hábitos, o que nos leva a produzir conhecimentos que, na melhor 
das hipóteses, são apenas prováveis, mas nunca certezas absolutas. Hume questiona o princípio de 
causalidade, bem como a metafísica existente na sua época. 
O ceticismo é uma corrente de pensamento existente desde os antigos e é retomada pelo 
pensamento moderno, notadamente no campo da teoria do conhecimento. Em linhas gerais, ceticismo é 
justamente a dúvida ou suspeita sobre todo e qualquer tipo de conhecimento. O cético, portanto, é aquele 
que duvida da possibilidade do conhecimento verdadeiro, restando-nos apenas, como dissemos acima, 
conhecimentos prováveis. O ceticismo humeano nasce na medida em que ele defende que todo 
conhecimento humano provém das experiências que temos através de nossos sentidos. Não há, seguindo 
esse ponto de vista, uma razão pura capaz de encontrar uma base sólida para um conhecimento 
inquestionável ou indubitável. Se, portanto, o conhecimento provém da experiência (tese empirista), e a 
experiência sensível é variável, logo nenhum conhecimento pode ter uma pretensão universal de validade. 
O conhecimento, segundo Hume, deriva sempre de percepções individuas, que podem ser 
impressões ou ideias. A diferença entre impressões e ideias é apenas o grau de vivacidade com o qual afetam 
nossa mente. De um lado, as impressões são percepções originárias e que, por isso mesmo, são mais vivas, 
segundo David Hume, não há ideias inatas em nossa mente, isto é, ideias que teriam nascido conosco e que 
seriam, portanto, independentes da experiência. Toda ideia que existe em nossa mente é derivada das nossas 
impressões. 
Há, no entanto, ideias complexas, que nascem da associação entre ideias através da nossa 
imaginação. Assim, se combinamos em nossa mente a ideia de lobo, por exemplo, com a ideia de homem, 
do pensamento de Hume sobre o qual devemos estar atentos. Para que a noção de causalidade (conexão 
necessária entre dois fenômenos) pudesse ser considerada como válida seria preciso haver uma impressão 
anterior que lhe desse origem. No entanto, para Hume, não há nenhuma impressão correspondente à noção 
de causalidade. 
Isso significa, então, que as relações de causalidade entre fenômenos se referem ao nosso hábito de 
pensarmos esses fenômenos como ligados um ao outro, mas não a uma relação real entre objetos externos 
a nós. O exemplo mais famoso que Hume utiliza para explicar essa teoria é o seguinte: Por mais que sempre 
tenhamos associado o nascer de um novo dia ao nascimento do sol, por mais que isso sempre tenha ocorrido 
até o dia de hoje, isso não significa que essa conjunção de fenômenos seja necessária. Nada garante a 
necessidade do surgimento do sol no dia de amanhã. 
Assim, o máximo que podemos alcançar, do ponto de vista do conhecimento, é uma grande 
probabilidade de que um evento ocorrerá ou não ocorrerá, mas nunca podemos extrair uma certeza, dado 
que não existe nenhum conhecimento à priori, isto é, independente de nossa experiência 
sensível. Entretanto, nossos hábitos e crenças nos fazem formular supostas leis e supostas conexões 
 
 
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necessárias entre eventos que, em última análise, são apenas sucessões de fatos e sequência de eventos sem 
nenhum nexo causal. Por termos habitualmente observado esses fenômenos se sucederem acreditamos que 
eles ocorrerão novamente, o que não é garantido segundo o filósofo escocês. 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
 
1. TEXTO I 
Experimentei algumas vezes que os sentidos eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar 
inteiramente em quem já nos enganou uma vez. 
DESCARTES, R. Meditações Metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, 1979. 
TEXTO II 
Sempre que alimentarmos alguma suspeita de que uma ideia esteja sendo empregada sem nenhum 
significado, precisaremos apenas indagar: de que impressão deriva esta suposta ideia? E se for 
impossível atribuir-lhe qualquer impressão sensorial, isso servirá para confirmar nossa suspeita. 
HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento. São Paulo: Unesp, 2004 (adaptado). 
 
Nos textos, ambos os autores se posicionam sobre a natureza do conhecimento humano. A 
comparação dos excertos permite assumir que Descartes e Hume 
a) defendem os sentidos como critério originário para considerar um conhecimento legítimo. 
b) entendem que é desnecessário suspeitar do significado de uma ideia na reflexão filosófica e 
crítica. 
c) são legítimos representantes do criticismo quanto à gênese do conhecimento. 
d) concordam que conhecimento humano é impossível em relação às ideias e aos sentidos. 
e) atribuem diferentes lugares ao papel dos sentidos no processo de obtenção do conhecimento 
 
2. Todo o poder criativo da mente se reduz a nada mais do que a faculdade de compor, transpor, 
aumentar ou diminuir os materiais que nos fornecem os sentidos e a experiência. Quando pensamos 
em uma montanha de ouro, não fazemos mais do que juntar duas ideias consistentes, ouro e montanha, 
que já conhecíamos. Podemos conceber um cavalo virtuoso, porque somos capazes de conceber a 
virtude a partir de nossos próprios sentimentos, e podemos unir a isso a figura e a forma de um cavalo, 
animal que nos é familiar. 
HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1995. 
Hume estabelece um vínculo entre pensamento e impressão ao considerar que 
a) os conteúdos das ideias no intelecto têm origem na sensação. 
b) o espírito é capaz de classificar os dados da percepção sensível. 
c) as ideias fracas resultam de experiências sensoriais determinadas pelo acaso. 
d) os sentimentos ordenam como os pensamentos devem ser processados na memória.e) as ideias têm como fonte específica o sentimento cujos dados são colhidos na empiria. 
 
3. O texto abaixo comenta a correlação entre ideias e impressões em David Hume. 
Em contrapartida, vemos que qualquer impressão, da mente ou do corpo, é constantemente seguida 
por uma ideia que a ela se assemelha, e da qual difere apenas nos graus de força e vividez. A 
conjunção constante de nossas percepções semelhantes é uma prova convincente de que umas são 
as causas das outras; [...]. 
HUME, D. Tratado da natureza humana. São Paulo: Editora da Unesp/Imprensa Oficial do Estado, 2001. p. 29. 
 
Assinale a alternativa que, de acordo com Hume, indica corretamente o modo como a mente adquire 
as percepções denominadas ideias. 
a) Todas as nossas ideias são formas a priori da mente e, mediante essas ideias, organizamos as 
respectivas impressões na experiência. 
b) Todas as nossas ideias advêm das nossas experiências e são cópias das nossas impressões, as quais 
sempre antecedem nossas ideias. 
c) Todas as nossas ideias são cópias de percepções inteligíveis, que adquirimos através de uma 
experiência metafísica, que transcende toda a realidade empírica. 
d) Todas as nossas ideias já existem de forma inata, e são apenas preenchidas pelas impressões, no 
momento em que temos algum contato com a experiência. 
 
 
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4. Para Hume, portanto, a causalidade resulta apenas de uma regularidade ou repetição em nossa 
experiência de uma conjunção constante entre fenômenos que, por força do hábito, acabamos por 
projetar na realidade, tratando-a como se fosse algo existente. É nesse sentido que pode ser dito que 
a causalidade é uma forma nossa de perceber o real, uma ideia derivada da reflexão sobre as operações 
de nossa própria mente, e não uma conexão necessária entre causa e efeito, uma característica do 
mundo natural. 
MARCONDES, Danilo. Iniciação à história da filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997. p. 183. 
 
De acordo com o texto e com os conhecimentos sobre causalidade em Hume, é correto afirmar: 
a) A experiência prova que a causalidade é uma característica do mundo natural. 
b) O conhecimento das relações de causa e efeito decorre da experiência e do hábito. 
c) A simples observação de um fenômeno possibilita a inferência de suas causas e efeitos. 
d) É impossível obter conhecimento sobre a relação de causa e efeito entre os fenômenos. 
e) O conhecimento sobre as relações de causa e efeito independe da experiência. 
 
5. Leia o texto a seguir: 
 
Certamente, temos aqui ao menos uma proposição bem inteligível, senão uma verdade, quando 
afirmamos que, depois da conjunção constante de dois objetos, por exemplo, calor e chama, peso e 
solidez, unicamente o costume nos determina a esperar um devido ao aparecimento do outro. Parece 
que esta hipótese é a única que explica a dificuldade que temos de, em mil casos, tirar uma conclusão 
que não somos capazes de tirar de um só caso, que não discrepa em nenhum aspecto dos outros. A 
razão não é capaz de semelhante variação. As conclusões tiradas por ela, ao considerar um círculo, são 
as mesmas que formaria examinando todos os círculos do universo. Mas ninguém, tendo visto somente 
um corpo se mover depois de ter sido impulsionado por outro, poderia inferir que todos os demais 
corpos se moveriam depois de receberem impulso igual. Portanto, todas as inferências tiradas da 
experiência são efeitos do costume e não do raciocínio. 
(HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano. tradução de Anoar Aiex. São Paulo: Nova Cultural, 1999. pp. 61-
62.) 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de David Hume, é correto afirmar: 
a) A razão, para Hume, é incapaz de demonstrar proposições matemáticas, como, por exemplo, uma 
proposição da geometria acerca de um círculo. 
b) Hume defende que todo tipo de conhecimento, matemático ou experimental, é obtido mediante 
o uso da razão, e pode ser justificado com base nas operações do raciocínio. 
c) É necessário examinar um grande número de círculos, de acordo com Hume, para se poder 
do raio desse círculo. 
d) Hume pode ser classificado como um filósofo cético, no sentido de que ele defende a 
impossibilidade de se obter qualquer tipo de conhecimento com base na razão. 
e) Segundo Hume, somente o costume, e não a razão, pode ser apontado como sendo o responsável 
pelas conclusões acerca da relação de causa e efeito, às quais as pessoas chegam com base na 
experiência. 
 
6. Leia o texto a seguir: 
O principal argumento humano contra a explicação da inferência causal pela razão era que este tipo 
 a experiência 
repetida. Em completo contraste com isso, o princípio defendido por nosso filósofo, um princípio para 
caracterizada pela sensibilidade à repetição, podendo assim ser considerado um princípio adequado à 
explicação dos raciocínios derivados de experiências repetidas. 
(MONTEIRO, J. P. Novos Estudos Humeanos. São Paulo: Discurso Editorial, 2003, p. 41) 
 
 
 
 
 
 
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Com base no texto e nos conhecimentos sobre o empirismo, é correto afirmar que Hume 
a) atribui importância à experiência como fundamento do conhecimento dedutivo obtido a partir da 
inferência das relações causais na natureza. 
b) corrobora a afirmação de que a experiência é insuficiente sem o uso e a intervenção da razão na 
demonstração do nexo causal existente entre os fenômenos naturais. 
c) confere exclusividade à matemática como condição de fundamentação do conhecimento acerca dos 
fenômenos naturais, pois, empiricamente, constata que a natureza está escrita em caracteres 
matemáticos. 
d) demonstra que as relações causais obtidas pela experiência representam um conhecimento guiado 
por hábitos e costumes e, sobretudo, pela crença de que tais relações serão igualmente mantidas no 
futuro. 
e) evidencia a importância do racionalismo, sobretudo as ideias inatas que atestam o nexo causal dos 
fenômenos naturais descobertos pela experiência. 
 
7. David Hume (1711-1776) é um dos representantes do empirismo. Sua teoria sobre as ideias parte do 
princípio de que não há nada em nossa mente que não tenha passado antes pelos sentidos, portanto, 
as ideias vão se formando ao longo da vida. Dessa forma, Hume afasta-se do princípio da corrente 
racionalista ou inatista segundo a qual afirma que há ideias inatas em nossa mente. 
 
De acordo com o pensamento de Hume, é correto afirmar que 
a) as percepções dos sentidos geram impressões e ideias. 
b) as ideias que podem ser consideradas verdadeiras são as inatas. 
c) as ideias fictícias são as que têm mais alto grau de ser. 
d) as percepções dos sentidos nos enganam, por isso as ideias daí decorrentes são falsas. 
 
8. A maneira pela qual adquirimos qualquer conhecimento constitui suficiente prova de que não é inato. 
LOCKE, John. Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 1988. p.13. 
 
O empirismo, corrente filosófica da qual Locke fazia parte, 
a) afirma que o conhecimento não é inato, pois sua aquisição deriva da experiência. 
b) é uma forma de ceticismo, pois nega que os conhecimentos possam ser obtidos. 
c) aproxima-se do modelo científico cartesiano, ao negar a existência de ideias inatas. 
d) defende que as ideias estão presentes na razão desde o nascimento. 
 
9. Nada pode parecer mais ilimitado que o pensamento humano, que está livre até mesmo dos limites da 
natureza e da realidade. Enquanto o corpo está confinado a um único planeta, o pensamento pode 
transportar-nos às mais distantes regiões do universo. Aquilo que nunca foi visto, pode assim ser 
concebido. Mas, um exame mais cuidadoso nos mostrará que esse poder criador da mente consiste 
meramente na capacidade de compor, transpor, aumentar ou diminuir os materiais que os sentidos 
nos fornecem. Quando pensamos em uma montanha de ouro, estamos apenas juntando duas ideias 
consistentes, ouro e montanha, com as quais estávamos anteriormente familiarizados. 
HUME, David. Investigaçõessobre o entendimento humano. 2004. Adaptado. 
David Hume publicou Investigações sobre o entendimento humano em 1748. O excerto resume o 
conteúdo de sua filosofia 
a) existencialista, que abrange a existência do ente humano na sua totalidade. 
b) transcendental, que define o espaço e o tempo como formas a priori. 
c) empirista, que deduz da experiência os princípios da razão. 
d) idealista, que confere o grau de certeza às ideias claras e distintas. 
e) racionalista, que considera os homens unidos pelo bom senso. 
 
 
 
 
 
 
 
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10. Leia o texto a seguir: 
 
Ao empreender a análise da estrutura e dos limites do conhecimento, Kant tomou a física e a mecânica 
celeste elaboradas por Newton como sendo a própria ciência. Entretanto, era preciso salvá-la do 
ceticismo de Hume quanto à impossibilidade de fundamentar as inferências indutivas e de alcançar um 
conhecimento necessário da natureza. 
 
Com base no pensamento de David Hume acerca do entendimento humano, é correto afirmar: 
a) Dentre os objetos da razão humana, as relações de ideias se originam das impressões associadas 
aos conceitos inatos dos quais obtém-se dedutivamente o entendimento dos fatos. 
b) As conclusões acerca dos fatos obtidas pelo sujeito do conhecimento realizam-se sem auxílio da 
experiência, recorrendo apenas aos raciocínios abstratos a priori. 
c) O postulado que afirma a inexistência de conhecimento para além daquele que possa vir a resultar 
do hábito funda-se na ideia metafísica de relação causal como conexão necessária entre os fatos. 
d) O sujeito do conhecimento opera associações de suas percepções, sensações e impressões 
semelhantes ou sucessivas recebidas pelos órgãos dos sentidos e retidas na memória. 
e) Pelo raciocínio o sujeito é induzido a inferir as relações de causa e efeito entre percepções e 
impressões acerca da regularidade de fenômenos semelhantes que se repetem na sucessão do 
tempo. 
 
 
 
 
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GABARITO 
 
 
 
Exercícios 
 
1. e 
Os autores possuem opiniões divergentes no que tange à natureza do conhecimento humano. Para 
Descartes os sentidos não são confiáveis e a formação do conhecimento humano só pode ser baseado 
na razão, já para o filósofo, historiador e ensaísta escocês David Hume (1711-1776) eram os sentidos que 
 
 
2. a 
Hume era sentimentalista, e acreditava que a ética era baseada na emoção ou sentimento em vez de 
princípios morais. Disso decorre que as ideias surgem a partir de sensações. 
 
3. b 
De acordo com o empirismo defendido por David Hume, todas as ideias tem sua origem em impressões 
sensíveis, ou seja, são provenientes da nossa experiência. Portanto, nossas ideias não são formas a priori 
da mente, assim como não são cópias de percepções inteligíveis e não existem de forma inata, mas, 
como ressaltamos, são resultado de nossa experiência, como é afirmado na opção B. 
 
4. d 
Hume é um dos maiores críticos da famosa teoria da causalidade. Nesse sentido, de acordo com o seu 
pensamento, é impossível obtermos conhecimento sobre a relação entre causa e efeito entre os 
fenômenos. 
 
5. e 
A, B, C e D incorretas. O texto refere-se à relação causal entre os fenômenos. Hume acredita na 
possibilidade de conhecimento, entretanto, diz que todo o conhecimento é empírico, ou seja, passa 
primeiramente pela experiência, se torna impressão e depois ideia. As ideias são limitadas pois o 
entendimento e as experiências são limitadas. 
E correta. Com base na experiência, vivenciando as causas de possíveis efeitos, retomamos o passado no 
presente. Este movimento torna possíveis as crenças, porque se instala em nossa imaginação de forma a 
nos enganar sobre os efeitos que, pela repetição, pensamos ter relação necessária com as coisas que os 
causam. No entanto, é o costume o grande guia da vida humana, e não há nenhuma relação necessária 
entre causa e efeito que não tenha nascido do hábito ou do costume. 
 
6. d 
A, B, C e E Incorretas. Para Hume não existe na razão e nem na natureza nenhuma regra de causalidade, 
ou de matemática, que valide as relações entre as coisas. Tais relações existem porque somos levados, 
pela experiência, a reconhecer a repetição e acreditar que ela se manterá. 
D Correta. As relações causais existem, segundo Hume, porque há o hábito de supor na repetição de 
fenômenos e acontecimentos esta relação, e ainda há a crença de que tais acontecimentos se repetirão 
sempre que as condições forem parecidas. 
 
7. a 
Hume entendia que o mundo só poderia ser conhecido através dos sentidos. Não acreditava que o 
conhecimento poderia ser inato, isto é, existir em nossa mente sem o contato com a realidade sensorial. 
Rompia assim com a tradição platônica e cartesiana, as quais pregavam o conhecimento do mundo 
apenas de forma racional e não empírica. 
 
 
 
 
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8. a 
Essa questão é simples, mas exige interpretação de texto do candidato. Locke afirma que os 
conhecimentos não são inatos ou seja, o ser humano não nasce com eles e que isso é provado pela 
habilidade de adquirir qualquer conhecimento. Essa afirmativa elimina prontamente as alternativas B e D. 
Já a alternativa C está errada porque o empirismo, fundado, entre outros, por Locke, afirma que os 
conhecimentos são adquiridos por meio da experiência; já o método cartesiano privilegia a razão e o 
raciocínio lógico nesse processo. Assim, a alternativa correta é A. 
 
9. c 
Para David Hume, a experiência empírica está intimamente relacionada ao poder criador da mente e à 
produção do conhecimento. Nesse sentido, o que os homens fazem é "compor, transpor, aumentar ou 
diminuir os materiais que os sentidos nos fornecem", e a criação parte, então, daquilo que é conhecido, 
tangível e experienciável. 
 
10. d 
Correta. Na seção IV da Investigação acerca do entendimento humano, David Hume encaminha 
claramente o ataque à razão e à metafísica. Uma das questões cruciais da existência envolve o suceder 
dos acontecimentos. Hume afirma que a inferência e as analogias que fazemos em relação aos efeitos de 
causas semelhantes nas questões de fato não podem ser baseadas em nenhuma espécie de raciocínio 
formal. Em sua crítica aos pressupostos metafísicos da ideia de causalidade, ele defende que o sujeito do 
conhecimento opera inferências associando sensações, percepções e impressões recebidas pelos 
órgãos dos sentidos e retidas na memória. Deste modo, as ideias se reduzem a hábitos mentais de 
associação de impressões semelhantes ou sucessivas. A ideia de causalidade, portanto, apresenta-se 
como o mero hábito que nossa mente adquire ao estabelecer relações de causa e efeito entre 
percepções que se sucedem no tempo, chamando as anteriores de causas e as posteriores de efeitos. 
(cf. CHAUI, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 1994. p. 231.). 
 
 
 
 
 
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Soc. 
 
Professor: Larissa Rocha 
Gui de Franco 
 
Monitor: Debora Andrade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Identidade e alteridade 
11 
mai 
 
RESUMO 
 
 
Identidade e alteridade 
 Identidade é o conjunto de caracteres próprios e exclusivos com os quais se podem diferenciar 
pessoas, animais, plantas e objetos inanimados uns dos outros, quer diante do conjunto das diversidades, 
quer ante seus semelhantes. 
Sua conceituação interessa a vários ramos do conhecimento (história, sociologia, antropologia, direito, etc.), 
e tem portanto diversas definições, conforme o enfoque que se lhe dê, podendo ainda haver uma identidade 
individual ou coletiva, falsa ou verdadeira, presumida ou ideal, perdida ou resgatada. Identidade ainda pode 
ser uma construção legal, e portanto traduzida em sinais e documentos, que acompanham o indivíduo. 
'Identidade' é também um conceito importante em matemática; constitui o seu pilar principal através do 
'Princípio da Identidade': o axiomafundamental da matemática. 
Alteridade (ou outridade) é a concepção que parte do pressuposto básico de que todo o homem 
social interage e interdepende de outros indivíduos. Assim, como muitos antropólogos e cientistas sociais 
afirmam, a existência do "eu-individual" só é permitida mediante um contato com o outro (que em uma visão 
expandida se torna o Outro - a própria sociedade diferente do indivíduo). Dessa forma eu apenas existo a 
partir do outro, da visão do outro, o que me permite também compreender o mundo a partir de um olhar 
diferenciado, partindo tanto do diferente quanto de mim mesmo, sensibilizado que estou pela experiência 
do contato. 
 
EXERCÍCIOS DE AULA 
 
 
1. Elaborada em 1969, a releitura contida na Figura 2 revela aspectos de uma trajetória e obra dedicada à 
a) valorização de uma representação tradicional da mulher. 
b) descaracterização de referências do folclore nordestino. 
c) fusão de elementos brasileiros à moda da Europa. 
d) massificação do consumo de uma arte local. 
e) criação de uma estética de resistência. 
 
2. A nação, a nacionalidade e a identidade nacional são construções sócio-históricas, portanto são 
resultado da ação de vários agentes sociais. O intelectual é um dos agentes sociais envolvidos na 
construção das ideias de nação, de nacionalidade e de identidade nacional. Para o caso brasileiro, no 
que diz respeito à criação da identidade nacional, um intelectual central foi Gilberto Freyre (1900-1987). 
Em suas obras, Freyre sistematizou, divulgou e ajudou a sedimentar a ideia do Brasil como país mestiço, 
atrelando a identidade nacional brasileira à miscigenação, à mestiçagem. 
Sobre a identidade nacional brasileira assentada na miscigenação e na mestiçagem, é correto afirmar: 
(01) A identidade nacional brasileira assentada nos ideais da mestiçagem e da miscigenação busca 
conciliar discursivamente uma sociedade altamente estratificada onde o racismo é um operador 
social importante. 
(02) A construção da identidade nacional brasileira favoreceu a expropriação do patrimônio cultural da 
população negra, uma vez que elementos da cultura negra foram transformados em cultura 
nacional, situação que colaborou para fortalecer a ideia da ausência de uma cultura da população 
negra no Brasil. 
(04) A identidade nacional alicerçada nos ideais da miscigenação e da mestiçagem é algo que foi e 
ainda é utilizado para encobrir o racismo existente no Brasil. 
(08) A construção da identidade nacional em torno do ideal da miscigenação e da mestiçagem 
favoreceu o desenvolvimento do mito da democracia racial e da ausência de racismo no Brasil. 
(16) A identidade nacional calcada nos ideais da miscigenação e da mestiçagem favoreceu o 
surgimento de conflito racial explícito no Brasil. 
Soma: ( ) 
 
 
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3. Para a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), é importante 
promover e proteger monumentos, sítios históricos e paisagens culturais. Mas não só de aspectos 
físicos se constitui a cultura de um povo. As tradições, o folclore, os saberes, as línguas, as festas e 
diversos outros aspectos e manifestações devem ser levados em consideração. Os afro-brasileiros 
contribuíram e ainda contribuem fortemente na formação do patrimônio imaterial do Brasil, que 
concentra o segundo contingente de população negra do mundo, ficando atrás apenas da Nigéria. 
 MENEZES, S. A força da cultura negra: Iphan reconhece manifestações como patrimônio imaterial. Disponível em: 
www.ipea.gov.br. Acesso em: 29 set. 2015. 
 
Considerando a abordagem do texto, os bens imateriais enfatizam a importância das representações 
culturais para a 
a) construção da identidade nacional. 
b) elaboração do sentimento religioso. 
c) dicotomia do conhecimento prático. 
d) reprodução do trabalho coletivo. 
e) reprodução do saber tradicional. 
 
4. (...) Uma opinião diversa da minha, um modo de se comportar oposto ao meu, obriga-me a refletir. Eu 
me questiono, o que enriquece minha maneira de ver, de pensar e de agir. Enfim, o outro me faz 
progredir e ajuda-me na construção de minha personalidade. Não se trata de aceitar, sem refletir, os 
modismos ou de ser um cata-vento girando aos quatro ventos. Trata-se, somente, de se abrir ao mundo 
exterior, de ficar atento aos outros; ou seja, de estar pronto a compreender, reagir, construir. O 
quanto maiores forem as diferenças entre nós. 
 JACQUARD, Albert. Todos semelhantes, todos diferentes. São Paulo: Augustos, 1993. 
 
Os seres humanos se percebem na relação social com o outro e esse outro, dentro de um possível, nos 
leva a refletir sobre o nosso modo de ser, de pensar e de agir. Na relação do eu outro constrói-se 
a) idiolatricidade. 
b) identidade. 
c) igualdade. 
d) idealidade. 
e) idealismo. 
 
EXERCÍCIOS DE CASA 
 
 
1. A identidade e a diferença se traduzem em declarações sobre quem pertence e sobre quem não 
fronteiras, significa fazer distinções entre o que fica dentro e o que fica fora. A identidade está sempre 
 
Identidade e diferença: a perspectiva dos 
Estudos Culturais. Petrópolis: Vozes, 2007, p. 82). 
 
Considerando o trecho citado e os estudos sociológicos sobre cultura, assinale o que for correto. 
(01) Dividir o mu
classificar culturalmente as relações sociais a partir de sistemas de significação. 
(02) A identidade é um fenômeno individual e autônomo no mundo moderno, pois as instituições 
sociais, ao longo do século XX, deixaram de exercer qualquer pressão sobre as pessoas. 
(04) Assim como a nacionalidade, a etnia e a classe social, as identidades de gênero também são 
determinadas naturalmente no nascimento dos indivíduos, sendo impossível modificá-las. 
(08) Eleger arbitrariamente uma identidade como o parâmetro para se avaliarem outras identidades 
significa hierarquizar as diferenças culturais, gerando desigualdades sociais. 
(16) A afirmação da identidade ou da diferença traduz declarações sobre quem pertence e sobre quem 
não pertence a determinado grupo, sobre quem está incluído e quem está excluído dele. 
Soma: ( ) 
 
 
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2. Na sociedade contemporânea, onde as relações sociais tendem a reger-se por imagens midiáticas, a 
imagem de um indivíduo, principalmente na indústria do espetáculo, pode agregar valor econômico 
na medida de seu incremento técnico: amplitude do espelhamento e da atenção pública. Aparecer é 
então mais do que ser; o sujeito é famoso porque é falado. Nesse âmbito, a lógica circulatória do 
ada, a quebra das supostas hierarquias culturais), afeta a velha cultura 
disseminada na esfera pública. A participação nas redes sociais, a obsessão dos selfies, tanto falar e ser 
 
 SODRÉ, M. Disponível em: http://alias.estadao.com.br. Acesso em: 9 fev. 2015 (adaptado). 
 
A crítica contida no texto sobre a sociedade contemporânea enfatiza 
a) a prática identitária autorreferente. 
b) a dinâmica política democratizante. 
c) a produção instantânea de notícias. 
d) os processos difusores de informações. 
e) os mecanismos de convergência tecnológica. 
 
3. Leia o texto a seguir. 
 
A sociedade, com sua regularidade, não é nada externa aos indivíduos; tampouco é simplesmente um 
posteriormente se une e resolve formar uma associação. As funções e as relações interpessoais que 
Comparado àquilo a que ela 
parte. 
ELIAS, N. A Sociedade dos Indivíduos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994. p.57. 
 
O modo como as diferentes perspectivas teóricas tratam da noção de identidade vincula-se à clássica 
preocupação das Ciências Sociais com a questão da relação entre indivíduo e sociedade. 
Com base no texto e nos conhecimentos da sociologia histórica, de Norbert Elias, assinale a alternativa 
que apresenta, corretamente, a noção de origem do indivíduo e da sociedade. 
a) O indivíduo forma-
deles o seu caminho autonomamente. 
b) A origem do indivíduo encontra-se na racionalidade,conforme a perspectiva cartesiana, segundo 
 
c) A sociedade origina-se do resultado diretamente perceptível das concepções, planejamentos e 
criações do somatório de indivíduos ou organismos. 
d) A sociedade forma-se a partir da livre decisão de muitos indivíduos, quando racional e 
deliberadamente decide-se pela elaboração de um contrato social. 
e) A sociedade é formada por redes de funções que as pessoas desempenham umas em relação às 
outras por meio de sucessivos elos. 
 
4. Leia o texto a seguir: 
 
A identidade cultural é um conjunto vivo de relações sociais e patrimônios simbólicos historicamente 
compartilhados, que estabelece a comunhão de determinados valores entre os membros de uma 
sociedade. Sendo um conceito de trânsito intenso e tamanha complexidade, podemos compreender 
a constituição de uma identidade em manifestações que podem envolver um amplo número de 
situações que vão desde a fala até a participação em certos eventos. 
Disponível em: http://www.mundoeducacao.com.br/sociologia 
 
 
 
 
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A Sociologia tem grande interesse pelo assunto discutido no texto, pois, na vida social, os indivíduos 
compartilham a mesma cultura, e isso os caracteriza como membros do grupo social. 
Sobre esse tema, assinale a alternativa INCORRETA. 
a) As discussões sobre desigualdade de gênero e diversidade sexual são importantes para se 
compreender a identidade cultural de um grupo social. 
b) A cultura tem um papel importante na compreensão das personalidades, nos padrões de conduta 
e nas características próprias de cada indivíduo ou grupo. 
c) A cultura como mercadoria é um elemento importante para a formação da identidade cultural de 
um indivíduo ou grupo, pois diferencia os que possuem e os que não possuem cultura por meio 
do acúmulo intelectual. 
d) A identidade cultural contribui para que o indivíduo possa se adaptar à organização de seu grupo 
social, e isso permite um equilíbrio entre o mundo sociocultural e os indivíduos que vivem nele. 
e) A capacidade de um indivíduo se identificar com sua cultura não pode ser compreendida como 
um fenômeno composto por valores morais fixos, pois estes devem ser associados às 
transformações históricas do grupo. 
 
5. Quando falamos em identidade, logo pensamos em quem somos. A construção de identidades como: 
sociocultural pelo qual se marca as fronteiras de pertencimento social e/ou cultural. Tendo por base 
o anúncio transcrito acima, é correto afirmar que 
a) as identidades são estáticas, é algo natural, ela nos acompanha por toda a vida. 
b) as identidades são construídas nas relações sociais, são situacionais, relacionais e constroem-se na 
 
c) identidades surgem através de um determinismo geográfico que molda o nosso modo de ser e 
agir. 
d) identidades são produtos de marketing e geram vínculos entre os indivíduos. 
e) identidades são heranças genéticas. 
 
6. Como eu me sinto quando . 
 
Como eu me vejo: 
 
Como os gringos me veem: 
 
Fonte: <http://comoeumesintoquando.tumblr.com/post/29412716917/digo-que-sou-brasileiro> Acesso em 25 ago. 2012. 
 
O post acima, retirado de um blog de humor, faz uma brincadeira acerca de como a identidade 
nacional é percebida de forma diversa por pessoas e países diferentes. Tendo em consideração seus 
conhecimentos de sociologia, assinale a alternativa incorreta. 
a) A visão que pessoas de um país possuem sobre as pessoas de outro país é, geralmente, baseada 
em estereótipos. 
b) 
vemos. 
c) A tendência de julgar os outros povos pelos critérios que temos do nosso próprio povo se chama 
etnocentrismo. 
d) Toda cultura cria imagens de si mesma e imagens das outras culturas. 
e) Os aspectos econômicos pouco importam na formação da identidade nacional de um povo. 
 
 
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GABARITO 
 
 
Exercícios de aula 
 
1. e 
[Resposta do ponto de vista da disciplina de Sociologia] 
Zuzu Angel foi mundialmente conhecida por seu estilo de moda que buscava valorizar aspectos naturais 
e culturais do Brasil. Além disso, sua atuação política esteve fortemente marcada por sua busca incessante 
por informações de seu filho, Stuart Jones, perseguido e considerado desaparecido pela ditadura. Assim, 
seu trabalho reflete muito de sua ação política de resistência. 
[Resposta do ponto de vista da disciplina de História] 
Zuzu Angel inspirou-se no Cangaço para produzir uma coleção que delineava clara resistência ao Regime 
Militar Brasileiro. Stuart Edgard, filho de Zuzu, era militante de esquerda na época da Ditadura e, devido 
a isso, desapareceu. Esse fato contribuiu para a oposição de Zuzu ao Regime Militar. 
 
2. 01 + 02 + 04 + 08 = 15. 
A afirmativa [16] é a única incorreta. As ideias de miscigenação acabaram por ocultar os conflitos raciais 
que já existiam no Brasil e que perduram até hoje. 
 
3. a 
A identidade nacional é uma construção que se utiliza de diversos símbolos materiais e simbólicos. A 
identidade brasileira não foge à essa regra, com especial ênfase ao patrimônio imaterial de origem 
africana em nosso país. 
 
4. b 
A relação com o outro permite ao indivíduo criar para si uma identidade, tanto coletiva (na sua relação 
com o grupo), tanto individual (daquilo que ele considera como sendo ele mesmo). 
 
Exercícios de casa 
 
1. 01 + 08 + 16 = 25. 
As afirmativas [02] e [04] estão incorretas. A identidade é construída socialmente, e não segundo fatores 
puramente individuais ou biológicos. 
 
2. a 
valoriza, no indivíduo, a prática de uma identidade autorreferente. Ainda que sempre em relação aos 
compartilhada coletivamente. 
 
3. e 
O texto do enunciado auxilia bastante o estudante a responder de forma correta. Para Elias, a sociedade 
não está acima do indivíduo, tampouco este existe independentemente da sociedade. Segundo ele, o 
que há são elos sucessivos de pessoas, umas em relação às outras, justamente como afirma a alternativa 
[E]. 
 
4. c 
A alternativa [C] é a única incorreta. Em todas as outras, a cultura é compreendida como algo que todos 
os indivíduos possuem, na medida em que vivem em sociedade. Já o conceito de cultura como 
mercadoria não corresponde a esse mesmo significado, sendo um signo de distinção. 
 
 
 
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5. b 
Não existe sociedade humana sem que haja identidade. Nesse sentido, pode-se dizer que é próprio da 
cultura humana desenvolver esse tipo de identificação e pertencimento, que é transmitido através de 
processos de socialização e relação entre indivíduos. 
 
6. e 
Muitas vezes, os aspectos econômicos são preponderantes no processo de construção da identidade 
nacional de um povo. Um povo rico tende a considerar-se poderoso e superior aos povos mais pobres.

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