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ZOO201- FISIOLOGIA DA DIGESTÃO Aula 1- ASPECTOS GERAIS DA FUNÇÃO GASTRINTESTINAL 2) INTRODUÇÃO TGI (trato gastrintestinal)= suprimento contínuo de água, eletrólitos e nutrientes. · Movimento do alimento ao longo do TGI · Secreção de sucos digestivos e digestão do alimento · Absorção: produtos digestivos, água e eletrólitos · Circulação do sangue pelo TGI para transformar as substâncias absorvidas · Controle de todas essas funções pelo sistema nervoso e endócrino 3) PRINCÍPIOS GERAIS DA MOTILIDADE GASTRINTESTINAL ANATOMIA FISIOLÓGICA DA PAREDE GASTRINTESTINAL 1) MM= músculo mucoso ou muscular da mucosa 2) SUBMUCOSA= rica em vasos sanguíneos, linfáticos e tecido nervoso 3) MUSCULAR= (circular e longitudinal) diferença na direção de crescimento dos feixes de fibras musculares em relação a luz do órgão 4) SEROSA= · MÚSCULO LISO GASTRINTESTINAL: · No interior de cada feixe, as fibras estão conectadas umas as outras, através de COMPLEXOS JUNCIONAIS, assegurando baixa resistência ao movimento de íons de uma célula para outra. · O MÚSCULO LISO GASTRINTESTINAL FUNCIONA COMO UM SINCÍCIO!! · Potencial de ação disparado: propaga em todas as direções no músculo · Existe conexões entre as camadas musculares longitudinal e circular a excitação de uma dessas camadas, excita a outra. · MÚSCULO LISO: excitado por atividade elétrica intrínseca, contínua e lenta nas membranas das fibras. · Formado por 2 tipos de ondas elétricas: ONDAS LENTAS POTENCIAIS EM ESPÍCULAS · Maioria das contrações do TGI ocorre de forma rítmica, determinado pela frequência de ONDAS LENTAS. · ONDAS LENTAS: não são potenciais de ação, são lentas e ondulatórias no potencial de repouso da membrana. · As ondas lentas parecem ser formadas por interações complexas entra as CÉLULAS DO MÚSCULO LISO e CÉLULAS ESPECIALIZADAS, chamadas CÉLULAS INTERSTICIAIS DE CAJAL que atuariam como marcapassos elétricos. OBS: Essas células formam uma rede entre si e se interpõem nas camadas de m. liso com contato do tipo sináptico. · ATIVIDADE ELÉTRICA DO MÚSCULO LISO GASTRINTESTINAL: ONDAS LENTAS E POTENCIAIS EM ESPÍCULA: · CÉLULAS INTERSTICIAIS DE CAJAL: sofrem mudanças cíclicas devido a canais iônicos que periodicamente se abrem, permitindo correntes para dentro (marcapasso). OBS: As ondas lentas não causam a contração muscular na maior parte do TGI(exceção) estimulam o disparo intermitente de POTENCIAIS EM ESPÍCULA PROVOCAM A CONTRAÇÃO MUSCULAR SÃO OS VERDADEIROS POTENCIAIS DE AÇÃO. · Ocorrem automaticamente quando potencial de repouso da membrana do músculo liso do TGI se torna mais positivo do que -40mV. · Quanto > o potencial de onda lenta > a frequência dos potenciais em espícula. · ATIVIDADE ELÉTRICA DO MÚSCULO LISO GASTRINTESTINAL: mudanças na voltagem do potencial de repouso da membrana. · Potencial de repouso normal do músculo liso: -50 a -60 mV. · Quando o potencial se torna menos negativo (DESPOLARIZAÇÃO) as fibras se tornam mais excitáveis. · Quando o potencial se torna mais negativo (HIPERPOLARIZAÇÃO) as fibras se tornam menos excitáveis. · ÍONS CÁLCIO E CONTRAÇÃO MUSCULAR · Contração ocorre em resposta da entrada de íons cálcio na fibra muscular · Ondas lentas não estão associadas a entrada de íons cálcio na fibra do músculo liso (SOMENTE ÍONS SÓDIO) não causam contração muscular · Durante os potenciais em espícula, gerados nos picos das ondas lentas, ÍONS CÁLCIO entram nas fibras e causam grande parte da contração. 4) CONTROLE NEURAL DA FUNÇÃO GASTRINTESTINAL – SIST. NERVOSO ENTÉRICO (SNE) · TGI possui um sistema nervoso próprio, se situando totalmente na parede intestinal, iniciando no esôfago e se estendendo até o ânus. · Controla os movimentos e a secreção gastrintestinal · CONTROLE NEURAL DA FUNÇÃO GASTRINTESTINAL – SNE · SNE é formado por dois plexos: * Plexo mioentérico (Plexo de Auerbach) * Plexo submucoso (Plexo de Meissner) PLEXO MIOENTÉRICO: situado entre as camadas musculares longitudinais e circulares. FUNÇÃO: controla principalmente os movimentos gastrintestinais PLEXO SUBMUCOSO: localizado na submucosa. FUNÇÃO: controla sobretudo a secreção gastrintestinal e o fluxo sanguíneo local. · As fibras simpáticas (SNS) e parassimpáticas (SNP) estabelecem conexões com os plexos mioentérico e submucoso. · Embora o sist.. nervoso entérico (SNE) funcione por si próprio, a estimulação do SNS e SNP pode ativar ou inibir ainda mais as funções do TGI. · Terminações nervosas sensoriais que se originam no epitélio do TGI, enviam fibras aferentes para os dois plexos do SNE, e para os gânglios pré-vertebrais do SNS, medula espinhal e pelos nervos vagos ao tronco cerebral. · Plexo Mioentérico: cadeia linear de muitos neurônios interconectados, que se estende por todo o comprimento do TGI. Está envolvido principalmente, no controle da atividade muscular de todo o intestino. · Não é inteiramente excitatório (alguns neurônios inibitórios) produção de transmissor inibitório no terminal de suas fibras. INIBITÓRIOS: úteis na inibição dos músculos de esfíncteres intestinais, que impedem movimento dos alimentos pelos segmentos do TGI. · Plexo Submucoso: controle na parede interna de cada segmento doTGI. · TIPOS DE NEUROTRANSMISSORES SECRETADOS POR NEURÔNIOS ENTÉRICOS: · ACETILCOLINA (excita) · NORADRENALINA (inibe) · CONTROLE AUTÔNOMO DO TGI: · INERVAÇÃO PARASSIMPÁTICA( SNP): · As fibras parassimpáticas cranianas são transmitidas quase inteiramente pelos nervos vagos, inervam o esôfago, estômago e pâncreas e menos para o intestino até a primeira parte do intestino grosso (IG). · Nervos sacrais vão para a metade distal do IG até o ânus. · Neurônios pós-ganglionares do SNP se localizam nos DOIS PLEXOS ENTÉRICOS, de modo que a estimulação do SNP produz aumento na atividade do SNE. · INERVAÇÃO SIMPÁTICA (SNS): · As fibras simpáticas para o TGI tem origem na MEDULA ESPINHAL ( entre a T5 e L1), e inervam praticamente todas as porções do TGI · As terminações nervosas simpáticas secretam NORAEPINEFRINA. · A estimulação simpática inibe a atividade do TGI, produzindo efeitos opostos aos do SNP. · FIBRAS NERVOSAS SENSORIAIS AFERENTES DO INTESTINO: · Algumas dessas fibras nervosas possuem seu corpo celular no próprio SNE. · Elas podem ser estimuladas por irritação da mucosa, distensão excessiva ou presença de substâncias químicas específicas. · Esses sinais podem causar excitação ou inibição nos movimentos e da secreção. · Outros sinais sensoriais do intestino vão da medula espinhal e ao tronco cerebral. · REFLEXOS GASTRINTESTINAIS: são formados por três tipos 1) Reflexos completamente integrados à parede intestinal do SNE: controlam grande parte da secreção gastrintestinal, peristalse, contrações de mistura, efeitos inibidores locais. 2) Reflexos do intestino para os gânglios simpáticos prévertebrais e que voltam ao TGI: · Transmitem sinais por longas distâncias, para outras áreas do TGI, tais como sinais do estômago que causam evacuação do cólon (reflexo gastrocólico) · Sinais do cólon e do intestino deslgado (ID) para inibir a motilidade e a secreção do estômago (reflexos enterogástricos) · Reflexos do cólon para inibir o esvaziamento do conteúdo do íleo para o cólon (reflexo colonoileal). 3) Reflexos do intestino para a medula espinhal ou para o tronco cerebral e que voltam para o TGI: · Reflexos do estômago e duodeno para o tronco cerebral, que retornam ao estômago (vagos) para controlar atividades motora e secretória gástricas. · Reflexos de dor, que causam inibição geral do TGI. · Reflexos de defecação, do cólon e reto até a medula espinhal e retornam produzindo contrações colônicas, retais e abdominais para defecação. · CONTROLE HORMONAL DA MOTILIDADE GASTRINTESTINAL: · GASTRINA: Secretada pelas células G do ANTRO DO ESTÔMAGO, em resposta a estímulos de ingestão. AÇÕES DA GASTRINA: estímulo da secreção gástrica de ácidos e estímulo do crescimento da mucosa gástrica. · COLECISTOQUININA: secretada pelas células I da mucosa do DUODENO e JEJUNO, em respostaa produtos da digestão das gorduras AÇÕES DA COLECISTOQUININA: Contrai a vesícula biliar, expelindo a bile para o ID e inibe a contração do estômago. assegurar o tempo adequado para digestão de gorduras no ID. · SECRETINA: Secretada pelas células S da mucosa do DUODENO em resposta ao conteúdo gástrico ácido (quimo) transferido do estômago para o duodeno. AÇÕES DA SECRETINA: Pequeno efeito na motilidade do TGI e secreção pancreática de bicarbonato. · PEPTÍDEO INIBIDOR GÁSTRICO: Secretado pela mucosa do ID SUPERIOS em resposta a ácidos graxos e aminoácidos (em menor extensão aos carboidratos). AÇÃO DO PEPTÍDEO INIBIDOR GÁSTRICO: Menor atividade motora do estômago retarda o esvaziamento gástrico no duodeno quando o ID superior está sobrecarregado de produtos. · MOTILINA: Secretada pelo DUODENO SUPERIOR durante o jejum. É liberada ciclicamente e estimula ondas de motilidade gastrintestinal (chamadas complexos mioelétricos interdigestivos) durante o jejum. AÇÃO DA MOTILINA: maior motilidade gastrintestinal. 5) TIPOS FUNCIONAIS DOS MOVIMENTOS NO TGI: · Existem DOIS tipos de movimentos: Movimentos propulsivos Movimentos de mistura · MOVIMENTOS PROPULSIVOS: fazem com que o alimento percorra o TGI numa velocidade para ocorrer digestão e absorção. · MOVIMENTOS DE MISTURA: mantém o conteúdo intestinal bem misturado o tempo todo. · MOVIMENTOS PROPULSIVOS: PERISTALSE · O PERISTALTISMO é uma propriedade de muitos tubos de músculo liso sincicial, a estimulação em qualquer ponto (distensão do TGI), pode ocasionar o aparecimento de um anel contráctil que, a seguir, se propaga ao longo do tubo. · Quando uma quantidade de alimento se acumula em qualquer ponto do intestino, o estiramento da parede intestinal estimula o SNE a contrair o intestino 2 a 3 cm “antes” deste ponto, surgindo um anel contráctil que desencadeia o movimento peristáltico. · Outros estímulos para a peristalse são: irritação química ou física do epitélio e sinais nervosos parassimpáticos intensos ao intestino. · A peristalse é fraca ou não ocorre em regiões do TGI nas quais haja ausência congênita do plexo mioentérico. · Quando um segmento do intestino é excitado pela distensão, tem início a peristalse, o anel contrátil começa no lado oral do segmento distendido e move-se adiante, empurrando o conteúdo intestinal na direção anal. · O intestino relaxa vários cm adiante, na direção do ânus (isso é chamado “relaxamento receptivo), permitindo que o alimento seja propelido + facilmente na direção anal do que na direção oral. · MOVIMENTOS DE MISTURA: · Diferem nas partes do trato alimentar. · As próprias contrações peristálticas misturam quando há um esfíncter, agitando o conteúdo intestinal em vez de impulsioná-lo para a frente. · Contrações constritivas intermitentes locais ocorrem em regiões separadas por poucos cm – duram de 5 a 30 segundos – novas constrições em outros pontos, “triturando” e “separando” os conteúdos. 6) FLUXO SANGUÍNEO E GASTRINTESTINAL: CIRCULAÇÃO ESPLANCNICA: · Compreende os vasos sangüíneos do TGI, incluindo o fluxo sangüíneo através do próprio intestino, baço, pâncreas e fígado. Todo o sangue flui imediatamente para o fígado por meio da veia porta. · No fígado, o sangue passa por milhões de sinusóides hepáticos e deixa o órgão por meio das veias hepáticas, que desembocam na veia cava da circulação geral. · Fluxo de sangue através do fígado antes de retornar à veia cava, permite que as células reticuloendoteliais que revestem os sinusóides hepáticos removam bactérias e partículas. · Os nutrientes não-lipídicos e hidrossolúveis absorvidos no intestino (CHOs e proteínas) são transportados no sangue venoso da veia porta (fígado). · As gorduras absorvidas são transportadas pelo sistema linfático intestinal ducto torácico sangue sistêmico (sem passar pelo fígado). · CIRCULAÇÃO ESPLÂNCNICA: Efeito da atividade intestinal e fatores metabólicos no fluxo sanguíneo gastrintestinal. · Fluxo sangüíneo em cada área do TGI está relacionado ao nível de atividade local. Exemplo: Durante absorção dos nutrientes, o fluxo sanguíneo aumenta em torno de 8X nas vilosidades... · Possíveis causas do aumento do fluxo sanguíneo durante a atividade do TGI substâncias vasodilatadoras são liberadas pela mucosa do TGI (hormônios peptídicos, como colecistoquinina, peptídeo intestinal vasoativo, gastrina e secretina e cininas, como a bradicinina). · Queda da concentração de O2 na parede intestinal. · CONTROLE NERVOSO DO FLUXO SANGUÍNEO GASTRINTESTINAL: · Estímulo dos nervos parassimpáticos para o estômago e o cólon distal. · Maior fluxo sanguíneo local e secreção glandular. · Estímulo simpático tem efeito em todo o TGI. · Vasoconstrição intensa das arteríolas menor fluxo
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