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Morfologia Portuguesa /Aula 3: Morfemas I

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Morfologia Portuguesa
Aula 3: Morfemas I
Apresentação
Nessa aula, você vai ver a relação entre os conceitos de palavra e vocábulo, como reconhecer a relação da dupla
articulação da linguagem, que favorece as combinações de articulação de forma e som de uma língua.
Objetivos
Identi�car o conceito de morfema na língua portuguesa;
De�nir as unidades que constituem a estrutura das palavras da língua portuguesa;
Distinguir os tipos de morfemas;
Classi�car os tipos de morfes.
Morfemas
Como vimos nas aulas anteriores, a morfologia é a parte da
gramática que estuda as partes que compõem uma palavra ou
vocábulo. Quando olhamos uma palavra, independentemente da
escolaridade, somos capazes de perceber que ela é composta por
partes.
Veja as palavras: Gata, pata, menina e cachorra.
» O que há de comum entre elas? Todas terminam com ‘-a’.
»
O que isso indica em termos morfológicos? 
Morfologicamente, esse ‘-a’ é uma das partes que compõem essas palavras e
indica que elas estão no feminino.
» Por que percebemos a �exão nessas palavras? Porque somos capazes de opor gato x gata; pata x pato; menina x menino.
"Cada uma das partes que compõem uma palavra é
chamada morfema: “[...] as menores unidades formais
dotadas de signi�cado.” "
- Monteiro, 2002, p. 13.
Vejamos o que Monteiro (2002,p.13), em Morfologia Portuguesa, nos diz sobre morfema.
Em princípio, todo morfema se compõe de um ou vários fonemas, e destes difere, fundamentalmente, pelo fato de
apresentarem signi�cado (GLEASON JUNIOR, 1978). Como é fácil perceber, isoladamente os fonemas nada signi�cam.
Se pronunciamos /p/ ou /t/, ninguém associa ao som emitido nenhuma ideia. Mas, de modo oposto, em geral, só existe
o morfema quando a unidade mínima apresenta um signi�cado.
 Fonte: Clem Onojeghuo on Unsplash
Saiba mais
Sabemos que as palavras são formadas por várias partes e que uma palavra pode ser entendida como equivalente a
um vocábulo – autônoma e constituída de morfemas. Conheça a visão tradicional desses Morfemas.
Morfemas Cumulativos
Carone (1995) em seu Morfossintaxe nos apresenta dois processos de
depreensão: o processo de COMUTAÇÃO e o consequente processo de
SEGMENTAÇÃO. Segundo a autora, “ [...] depreensão dos morfemas de uma
língua realiza-se a partir da cadeia sintagmática, isto é, a partir de um
conjunto de unidades articuladas, que formam um todo maior, seja ele
vocábulo ou frase”.
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Comutação: Segundo Carone (1995), quando realizamos o processo de comutação, alteramos um
elemento no plano da expressão, e isso gera uma alteração no plano do conteúdo. Veja os
exemplos fornecidos pela autora na página 28:
Am a va   Ø     indicativo    pretérito imperfeito
ra          indicativo     pretérito mais-que-perfeito
rá          indicativo     futuro do presente
ria         indicativo     futuro do pretérito
sse       subjuntivo    pretérito imperfeito
A cada troca, alteramos tempo e modo, ou seja, os morfemas trocados possuem os dois valores
acumulados e são, por isso, chamados de morfemas cumulativos.
Segmentação: Quando realizamos a operação de
comutação, acabamos por descobrir quais são os
 Fonte: Alexander Michl on Unsplash
morfemas que constituem um vocábulo.
Exemplo: A forma verbal ‘amava’ é formada por am + a +
va.
Ao comutarmos, descobrimos também que alguns
morfemas podem se repetir em conjuntos de vocábulos.
Por exemplo, em ‘ cantava’ temos a repetição de ‘a’ + ‘va’,
ou seja, esses morfemas se repetem. Por quê? Que tipo
de morfemas são esses?
Esses morfemas usados na �exão do verbo são
chamados de morfemas gramaticais. Mas e o radical
‘cant-‘? Que tipo de morfema ele é? O radical é um
exemplo de morfema lexical.
 Fonte: shutterstock Por Motortion Films
Um morfema gramatical é aquele que expressa um aspecto gramatical da língua. São exemplos de morfemas
gramaticais: as desinências modo-temporais e número-pessoais dos verbos e as desinências de gênero e de número
dos nomes. Segundo Carone (1995, p. 29) , os morfemas gramaticais  “[...] pertencem a um paradigma numericamente
restrito e estável, isto é, a um inventário fechado.”
 Fonte: shutterstock Por Billion Photos
Um morfema lexical é a parte da palavra em que temos o signi�cado básico, é o núcleo semântico da palavra. Segundo
Carone (1995, p. 29), esses morfemas fazem parte do inventário aberto da língua, já que novas palavras podem surgir.
Clique nos botões para ver as informações.
São morfemas que podem aparecer sozinhos em um enunciado. 
Exemplo:_ Quem chegou mais cedo?
_ Ele.
Formas livres 
São morfemas que não aparecem isoladamente como, por exemplo, os su�xos, as desinências etc. Exemplo:
 caseiro.
Formas presas 
Essas formas foram classi�cadas por Mattoso Câmara Jr. (1970) e, segundo o autor, não são formas livres porque
não constituem enunciados, e não são formas presas porque existem como vocábulos. Segundo Carone (1995, p.
32), são exemplos dessas formas dependentes: artigos, preposições, algumas conjunções e pronomes oblíquos
átonos. Exemplo: café com leite.
Formas dependentes 
Morfes e Morfemas
Monteiro (2002, p. 14), em Morfologia Portuguesa, apresenta-nos uma interessante relação entre morfe e
morfema.
O morfe é a concretização de um morfema, ou seja, uma sequência fonêmica mínima a que se pode atribuir um
signi�cado.
[...]
Essa distinção é muito semelhante à que existe entre fonema e fone. O fonema constitui uma entidade abstrata
que, quando se realiza, pode consistir em sons diferentes. O [t], por exemplo, não se pronuncia do mesmo jeito
em tela e tive. A realização de um fonema se denomina de fone e, como sempre, há mais de uma possível; todo
fonema na prática apresenta diversos alofones.
Nem sempre, porém, os autores são rigorosos quanto a isso. E assim o termo morfema costuma ser usado em
contextos em que seria mais preciso falar-se de morfe. Mas é bom pelo menos guardar a analogia:
 shutterstock Por Billion Photos
Tipos de morfema
 Fonte: Ross Joyner on Unsplash
Além do morfema lexical que vimos anteriormente, temos outros tipos de morfemas.
a) Morfema derivacional: São aqueles que possibilitam a criação de novas palavras.
São exemplos de morfemas derivacionais os pre�xos, os in�xos e os su�xos.
Exemplos: cas [inha]; cas [eiro].
 Fonte: Josh Applegate on Unsplash
b) Morfema categórico: São morfemas �exionais, ou seja, são as desinências nominais e verbais, representando, assim,
morfemas gramaticais.
A função dos morfemas categóricos é indicar as �exões que as formas assumem.
Exemplos: casa[s]; menin[a].
Monteiro (2002, p. 16) explica-nos o uso do termo categórico.1
http://estacio.webaula.com.br/cursos/morf02/aula3.html
Tipos de Morfes
Morfes alternantes: Temos morfes alternantes quando o
morfema se realiza mediante a permuta entre dois
fones: é um caso de alternância morfofonológica. Essa
alternância não é foneticamente condicionada como em
incondicional / irreal (o pre�xo [in] passa a [i] quando a
consoante inicial é líquida).
Alternância vocálica
Ex. Pude ≠ pôde - �z ≠ fez - pus ≠ pôs.
 Fonte: NeONBRAND on Unsplash
(Bechara:2000, 350) - Há 3 grupos de alternância do timbre da vogal tônica com função de indicações gramaticais:
1
a) |ê| - |é|; |ô| - |ó|;  esse / essa   novo / novos   ovo / ovos
Nos verbos da 2ª. Conjugação, é marcada, no pres. do
indicativo, a oposição entre a 1ª. pessoa e as outras
rizotônicas: devo / deves  -deve, devem - Torço / torces,
torce, torcem 
2
b)  |ê| - |i|; |ô| - |u|: este, esse / isso    aquele/aquilo     todo /
tudo
3
c)  |i| - |ê|; |u| - |ô|; |i| - |é|; |u| - |ó|
Em verbos da 3ª conjugação, o morfe alternante marca, no
presente do indicativo, a oposição entre a 1ª pessoa e as
outras rizotônicas : minto / mentes;   sinto / sentes;
   sumo / somes;    �ro /feres;   durmo / dormes.
2
http://estacio.webaula.com.br/cursos/morf02/aula3.html
Exemplos de
alternância
consonantal:
Trag - o ≠ traz - es
[dig ] - o ≠ [diz] - es.
Alternância acentual:
Nesse caso, temos um
morfema suprassegmental, ou
seja, temos a variaçãode
intensidade e altura com
signi�cado gramatical. Em
português, só a intensidade
tem valor gramatical, ainda que
a variação de altura traga
signi�cado e possibilite a
distinção entre asserção e
interrogação (Ele já viajou. /Ele
já viajou?).
Exemplos de
alternância acentual:
fábrica/fabrica – a incidência
de maior tonicidade numa ou
noutra sílaba é o elemento
diferenciador do
comportamento gramatical de
cada uma dessas palavras
(nome ou verbo).
Exército/exercito
Retí�ca/reti�ca
História/historia
Clique nos botões para ver as informações.
É um morfe que expressa mais de um signi�cado (não há correspondência ideal entre morfe e morfema).
Ex.: [mos] em viajamos – desinência número-pessoal (1a. pessoa/ plural).
GN considera que [o] em lindo é morfe cumulativo (VT + desinência de gênero).
Morfe cumulativo 
Ocorre quando mais de um traço opõe duas formas.
Ex.: Na �exão de número, temos avô/ avós (abertura da vogal + morfema [s] como marcas de plural).
Na �exão de número, temos avô/ avós (abertura da vogal + morfema [s] como marcas de plural).
Outros exemplos - (BECHARA, 2000, p. 123): Caroço, choco, corpo, corvo, destroço, esforço, fogo, forno, fosso,
imposto, jogo, miolo, olho, osso, porco, reforço, socorro, tijolo, torto, troco, troço, entre outras.
Na �exão de gênero: Nos pares esse / essa e novo / nova, temos, além da inserção da desinência que indica a
�exão, a abertura da vogal.
Morfe redundante 
Ocorre quando um único morfe corresponde a morfemas distintos.
Ex.: [s]
A[s] casa[s] – marca plural
(tu) ama [s] – desinência número-pessoal
Morfe homônimo 
Notas
Monteiro 1
O termo categoria tem aqui sentido restrito e equivale à �exão. Há para os nomes duas categorias: a de gênero e a de
número. O gênero tem as subcategorias de masculino e feminino. O número, as subcategorias de singular e plural. Nos
verbos encontram-se as categorias de modo, tempo, aspecto, número e pessoa, divididas em diversas subcategorias.
Rizotônica 2
Rizotônica: forma verbal cuja sílaba tônica se acha no radical.
Arrizotônica: forma verbal cuja sílaba tônica se acha fora do radical.
Referências
AZEREDO, J. C. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. Publifolha Houaiss, SP, 2008.
BASILIO, Margarida. Teoria lexical. 7. ed. São Paulo: Ática, 2000.CAMARA Jr. J.M. Estrutura da Língua
Portuguesa. Petrópolis, RJ: Vozes, 1982.
CARONE, Flávia. de Barros. Morfossintaxe. 9. ed. São Paulo: Ática, 2000.KEHDI, Valter.  Formação de palavras em
português. 4.ed. São Paulo: Ática, 2007.
RIBEIRO, M.P. Gramática Aplicada da Língua Portuguesa: uma comunicação interativa., RJ:  Metáfora, 2005.ROSA, Maria
Carlota. Introdução à morfologia. 3. ed. São Paulo: Contexto, 2003.
VILELA, Mario; KOCH, Ingedore Villaça. Gramática da língua portuguesa. Coimbra: Almedina, 2001. 
Próxima aula
Você ampliará seus conhecimentos acerca da noção de morfema através do estudo do fenômeno da alomor�a e
do morfe zero;
do morfe zero;
Veremos também a questão das noções de gênero e sexo, assim como trataremos da noção de �exão.
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