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Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais Nathan Joseph Silva Godinho Turma 157 – D Parasitologia Médica Toxoplasmose - Toxoplasma gondii 1- Em relação a biologia do Toxoplasma gondii, que diferenças são encontradas entre os hospedeiros definitivo e intermediário? Os felídeos são os únicos animais em que o protozoário pode completar o seu ciclo, ou seja, eles constituem os hospedeiros definitivos do parasito. Outros animais, como o homem, apenas podem manter a fase assexuada do parasito, logo representam os hospedeiros intermediários. Os felídeos são infectados ao ingerir o hospedeiro intermediário com Toxoplasma e isso faz com que eles eliminem oocistos imaturos nas suas fezes. O ciclo assexuado tem início quando o oocisto é formado, no tubo digestivo do hospedeiro definitivo, e eliminado. Após a sua eliminação se dá a esporulação, que é caracterizada pelo aumento de volume do parasito e pela produção de esporozoítos no seu interior. Esse processo só estará completo quando cada esporoblasto formar esporozoítos, que é o que caracteriza o oocisto infectante. O tempo da esporulação depende das condições ambientais no solo onde está o oocisto. No caso do Toxoplasma, o processo da esporulação deve produzir, no interior do oocisto, dois esporocistos, sendo que cada um deve conter quatro esporozoítos. A ingestão do oocisto constitui uma das formas de infecção dos hospedeiros intermediários na toxoplasmíase. O oocisto se rompe no intestino, liberando os esporozoítos que invadem os enterócitos. Dentro do enterócito, cada parasito é denominado taquizoíto. O taquizoíto se divide várias vezes, de forma assexuada até o rompimento da célula hospedeira. Esse processo se repete várias vezes, liberando grande número de taquizoítos para a invasão de novas células, no sangue e nos tecidos parenquimatosos. Logo após a invasão de uma nova célula por um taquizoíto, o ciclo assexuado pode levar à formação de bradizoítos intracelulares. A formação de bradizoítos começa a ocorrer com maior intensidade quando o hospedeiro intermediário desenvolve imunidade específica, caso contrário os taquizoítos continuam infectando novas células. Os bradizoítos se multiplicam bem mais lentamente que os taquizoítos, mas estão menos acessíveis a resposta imune, no interior de cistos teciduais. O ciclo se completa, quando o felídeo ingere os tecidos infectados do hospedeiro intermediário. Isso possibilita aos bradizoítos encistados infectarem o seu intestino, levando a formação final de oocistos. 2- Quais são os meios de transmissão da toxoplasmose? Especifique as formas envolvidas. As principais vias de transmissão da toxoplasmose são: Via oral (ingestão de alimentos e água contaminados. Além da contaminação pelas fezes de gatos, a infecção também pode ser adquirida ao ingerir carne mal cozida, sendo a segunda opção a causa mais comum de toxoplasmíase.) e congênita (transmitido de mãe para filho durante gestação), sendo raros os casos de transmissão por inalação de aerossóis contaminados, inoculação acidental, transfusão sanguínea e transplante de órgãos. 3- Descreva os principais sintomas e riscos associados a infecção pelo Toxoplasma gondii. A maioria das pessoas com um sistema imunológico saudável apresenta poucos ou nenhum sintoma de toxoplasmose e se recupera totalmente. Cerca de 10% a 20% dessas pessoas têm linfonodos inchados, porém indolores. Algumas dessas pessoas também têm febres baixas intermitentes, uma vaga sensação de mal-estar, dores musculares e às vezes dor de garganta. Os sintomas desaparecem por si só, geralmente depois de várias semanas. As crianças nascidas com toxoplasmose congênita podem ficar gravemente doentes e morrer antes ou logo depois de nascer (principalmente os que adquirem a infeção no primeiro trimestre de gestação), ou podem apresentar defeitos congênitos ou outros sintomas. Algumas nunca ficam doentes. Outras parecem saudáveis no início, mas desenvolvem sintomas (como convulsões, incapacidade intelectual e coriorretinite) meses ou até mesmo anos depois. Os sintomas típicos em recém-nascidos podem incluir a infecção do revestimento na parte posterior do globo ocular e da retina (coriorretinite), o aumento do volume do fígado e do baço, icterícia, erupção cutânea, facilidade de hematoma, convulsões, cabeça grande causada por acúmulo de líquido no cérebro (hidrocefalia), cabeça pequena (microcefalia), deficiência intelectual. A coriorretinite pode causar visão embaçada, dor ocular, sensibilidade à luz e cegueira. Os sintomas de toxoplasmose em pessoas com um sistema imunológico enfraquecido dependem do local da infecção. Toxoplasmose do cérebro (encefalite): sintomas como fraqueza em um lado do corpo, dificuldade para falar, problemas de visão, dor de cabeça, confusão, convulsões e coma. Toxoplasmose que se disseminou por todo o corpo (toxoplasmose disseminada aguda): erupção cutânea, febre, calafrios, dificuldade em respirar e fadiga. Em algumas pessoas, a toxoplasmose, também, causa inflamação dos pulmões (pneumonite), do coração (miocardite) ou, menos comumente, do fígado (hepatite). O órgão afetado pode parar de funcionar adequadamente (chamado de insuficiência de órgão). Sem tratamento, esses tipos de toxoplasmose costumam ser fatais. 4- O que difere a infecção aguda da infecção crônica da toxoplasmose? Taquizoítas (do grego taqui=rápido) estão presentes na fase aguda, estes são então liberados e irão invadir novas células. Disseminam-se por via sanguínea ou linfática. Invadem o tecido muscular, nervoso (cérebro) e vísceras, multiplicando por endodiogenia. Podem cruzar a barreira hemato-encefálica e transplacentária. Já na fase crônica, quando a resposta imune torna-se mais potente, o parasita passa a se dividir mais lentamente e formam-se cistos teciduais contendo formas conhecidas como bradizoítas (do grego bradi=lento). É na fase crônica em que se perpetua a infecção 5- Uma paciente grávida comenta em uma consulta que está preocupada por possuir um gato de estimação. Quais orientações devem ser passadas a paciente para que não haja qualquer risco de transmissão? O cuidado com a saúde dos gatos de estimação é primordial. Estes animais jamais podem ser utilizados para o controle de roedores. Com isso reduz-se consideravelmente a chance dos gatos eliminarem oocistos. Além disso, é importante evitar dormir com esses animais e sempre lavar a mão após o manejo, evitando a ingestão de oocistos eliminados nas fezes desses animais. A prevenção da toxoplasmíase, também, é feita através de higiene alimentar e pessoal adequada, da ingestão de carnes bem cozidas, visto que os cistos são inativados a 65° por cinco minutos ou a -15° por três dias. 6- Comente sobre a seguinte afirmação: Os gatos uma vez infectados só eliminam oocistos uma única vez na vida. A afirmativa é falsa. De acordo com as estatísticas, observa-se que os gatos não liberam um oocisto e deixam de transmitir a doença, entretanto, possuem alto índice de reinfecção dando sequência a liberação de oocistos. O gato permanece infectado de forma crônicapelo Toxoplasma gondii, diminuindo sua imunidade contra o parasito ao passar do tempo. 7- Quais são os principais fármacos utilizados na terapia da toxoplasmose? Comente sobre os efeitos colaterais e as limitações do tratamento. Sulfadiazina, pirimetamina (atuam o metabolismo do tetrahidrofalato). Os efeitos adversos incluem a hipersensibilidade com rash cutâneo e inchaço da face, lígua e garganta. Trombocitopenia, leucopenia, anemia, náuseas, diarreia, dor abdominal, hepatite, dor de cabeça, convulsão, alucinação, vertigem, etc. Ácido folínico dado junto com a pirimetamina minimiza os efeitos hematológicos/formação do tetrahidrofolato. Outros fármacos: sulfametoxazol, espiramicina (não possui efeito teratogênico e não atravessa a placenta/não trata o bebê no caso congênito), clindamicina.
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