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Projeto de Pesquisa

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Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO
 
LUCAS JOSÉ GARCIA
A CONTABILIDADE GERENCIAL COMO FERRAMENTA DE AUXÍLIO NA TOMADA DE DECISÃO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO MUNICÍPIO DE IMBITUVA-PR.
IRATI-PR
2019
Lucas José Garcia
A CONTABILIDADE GERENCIAL COMO FERRAMENTA DE AUXÍLIO NA TOMADA DE DECISÃO DAS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DO MUNICÍPIO DE IMBITUVA-PR.
Projeto de pesquisa acadêmico apresentada perante o Professor Edson Roberto Macohon da Universidade estadual do Centro Oeste – Unicentro, na disciplina de METP, Métodos e Técnicas de Pesquisa. 
 
IRATI-PR
2019
INTRODUÇÃO
Com as constantes mudanças no cenário econômico nacional, e o crescente número de entidades que vem se expandindo em todos os ramos da economia, o empreendedorismo está ganhando ênfase em um contexto de crescente atividade que envolve a expansão de novas ideias ou até mesmo o melhoramento das já existentes. Verifica-se que as Micro e pequenas empresas (MPEs) inseridas nesse cenário em 2012 representavam 99% das empresas nacionais e eram responsáveis por 52% dos vínculos empregatícios formais (SEBRAE, 2013). Demonstrando dessa forma a sua importância para o desenvolvimento da economia, a geração de emprego, e a movimentação de renda para a sociedade em geral. 
Por outro lado, o desenvolvimento dessas empresas que se instalam tem sua continuidade comprometida, podendo-se notar altas taxas de mortalidade das MPEs no Brasil, muitas delas encontrando-se em grandes dificuldades em continuarem ativas no mercado. De acordo com o SEBRAE (2013) 24,4% das MPEs fecham as portas antes de completarem dois anos, e esse índice pode chegar a praticamente 50% em até o quarto ano de atividade.								São diversos os motivos que levam as grandes dificuldades encontradas pelas MPEs. Muitas vezes o empreendedor não levanta dados e informações importantes sobre o seu mercado, como por exemplo quantos clientes envolvera o seu negócio, qual o seu capital de giro, ou quantos concorrentes existem nas proximidades, entre outros fatores que interferem no desenvolvimento dessas entidades. Outro ponto importante é que muitas vezes a falta de conhecimento administrativo e contábil, leva a uma gestão precária dos poucos recursos que essas empresas detêm, isso aliado a mau comportamento dos empreendedores, interfere no índice de mortalidade das MPEs. (SEBRAE, 2014).
A introdução de processos gerenciais ainda é processo de estudo e analise, nota-se que o instrumento gerencial pode ser de grande importância para trazer informações úteis para a tomada de decisão dentro das empresas, além de ter potencial para melhorar toda a gestão das MPEs. (MARION, 2009). 	Diante do exposto, a contabilidade se apresenta como um instrumento gerencial de grande importância que interfere na qualidade da tomada de decisão e na geração de resultados satisfatórios para as micro e pequenas empresas, apresentando-se como uma alternativa de qualidade e controle nos processos empresariais.
1.1. 
PROBLEMA DE PESQUISA
Muitos são os desafios encontrados pelos micro e pequenos empreendedores em todo território brasileiro, porém sabemos que essas dificuldades podem se agravar em pequenos centros, pela falta de informações e profissionais qualificados. Sendo assim os empreendedores de pequeno porte sofrem com a falta de informações sobre seu setor, a escassez de recursos financeiros, a falta de experiência para lidar com questões de venda e de gestão de seu negócio. (FEUSER, 2016)
De acordo com Villa (2012, p. 2), “A Contabilidade é uma linguagem e, como tal, possui todas as características inerentes aos processos comunicacionais”. Observando o espaço de sociedade que se analisa, percebe-se que essa linguagem (a contabilidade) tem encontrado em seu percurso ruídos empresariais, que atrapalham evidentemente a comunicação da contabilidade com o empresário. A falta de profissionais qualificados, pouca compreensão e análise das demonstrações contábeis, ou até a não elaboração delas são exemplos cabais de ruídos na comunicação entre o contador e usuário interno da contabilidade.
O processo de gestão sem dúvidas é o mais difícil e complexo que temos em uma empresa, quando falamos em MPEs o papel do gestor é muito presente, principalmente por normalmente se tratar do próprio empresário, dessa forma falta a qualificação e o entendimento de mercado para alavancar seu negócio (SEBRAE, 2014). E com os ruídos existentes entre a contabilidade e esse profissional há um grande desperdício das informações geradas, as quais poderiam transformar a realidade desse micro e pequeno empresário.
Segundo Cordeiro e Ribeiro (2002, apud ANDRADE, 2013, p. 5) “Gerir hoje envolve uma gama muito mais abrangente e diversificada de atividades do que no passado.”, sendo assim existem muitos conhecimentos que seriam de extrema importância para o gestor, porém como foi salientado, normalmente o gestor é o próprio empresário, que muitas vezes não tem esse conhecimento e pela baixa estrutura financeira das MPEs é notável uma carência de profissionais que se apropriem dos princípios da contabilidade em sua gestão, impossibilitando o bom gerenciamento de recursos patrimoniais e a administração de resultados. Sendo assim os relatórios contábeis podem até se tornar vazios e sem sentido para o usuário, pois tem dificuldade na compreensão deles. (VILLA, 2012)
A contabilidade consultiva e de cunho gerencial não tem espaço e nem adesão culturalmente, existe um processo de transformação do conceito de contabilidade, para não se comparar a um “mal necessário” visando apenas o lado burocrático e fiscal e se transformar em uma ferramenta de auxilio principalmente as MPEs, as quais mais precisam desse auxilio. (Marion, 2009) 
 Diante do exposto tem-se a seguinte questão de pesquisa: quais são os artefatos da Contabilidade Gerencial que podem ser utilizados no processo de gestão de micro e pequenas empresas no município de Imbituva/PR?
1.2. REFERENTE AOS OBJETIVOS
O Objetivo Geral dessa pesquisa é: Analisar a possibilidade da utilização de artefatos da contabilidade Gerencial como ferramenta de auxílio na tomada de decisão em micro e pequenas empresas no município de Imbituva-PR.
A partir disto estabelecem-se os Objetivos específicos:
a) Verificar as principais informações da contabilidade para tomada de decisão.
b) Identificar quais são os controles gerenciais utilizados pelos gestores em MPEs.
c) Mensurar os impactos da utilização da Contabilidade gerencial por Micro e Pequenas Empresas.
1.3. JUSTIFICATIVA TEÓRICA E PRÁTICA
Esta pesquisa abrange a área de contabilidade gerencial, dentro da graduação em Ciências Contábeis, visando a inclusão de Micros e pequenas empresas na utilização dos artefatos contábeis. Desse modo, espera-se que os resultados desse estudo contribuam com a formação acadêmica e que promovam o conhecimento sobre a contabilidade gerencial aplicada a Micro e pequenas empresas.
Os resultados da pesquisa de Feuser (2016), aponta o capital social e artefatos da contabilidade gerencial com parâmetros de desempenho de pequenas empresas. Assim, percebe-se a relevância do tema, as pequenas empresas necessitam adquirir conhecimentos novos, pois a concorrência crescente demonstra que deve existir um bom conhecimento da própria empresa para bem administra-la. (LAURENTINO, 2008).
O impacto da contabilidade gerencial é mensurado pela capacidade de auxiliar na gestão, como diz Jones e George (2011, p. 637) “Os gerentes não podem planejar, organizar, liderar e controlar efetivamente se não tiverem acesso à informação”, na pratica a contabilidade gerencial concede ferramentas para auxiliar no processo de decisão que pode-se dizer que é a capacidade mais básica para os gestores segundo Garriosn, Noreen e Brewer (2013).
Fabiana F. Sousa (2017) elaborou uma pesquisa com algumas empresas, para definir a sua relação com a contabilidade gerencial, afirma que nas empresas analisadas quando possuem artefatos de cunho gerencial, fica a cargo de outros departamentos que não o da contabilidadegerencial. A noção de contabilidade exposta vem em encontro ao que foi analisado por Villa (2012), que na visão dos empreendedores-gestores a contabilidade é somente uma forma de aumentar os lucros, com um pagamento reduzido de impostos.
Em 2006 Soutes elaborou um trabalho afirmando que as empresas brasileiras utilizam artefatos modernos da Contabilidade Gerencial, porém em 2011 em colaboração de uma publicação demostrou que os artefatos modernos possuem um baixo grau de utilização (Guerreiro; Cornachione Júnior; Soutes, 2011). Sendo assim é coerente promover a discussão sobre a utilização da Contabilidade Gerencial estabelecendo uma amostragem menor, para compreender os impactos da Contabilidade Gerencial (SANTOS, BENICIO e COSTA; 2017).
Conclui-se que esse projeto de pesquisa auxiliará de forma teórica a comunidade acadêmica com dados específicos voltados para a cidade de Imbituva-PR, que se reflete em toda a região. De forma pratica esse projeto demostra ferramentas passiveis de utilização pelas MPEs que podem auxiliar na tomada de decisão dos gestores. Um melhor gerenciamento das MPEs proporciona maior desenvolvimento econômico do local, visando a importância econômica dessas empresas, assinala-se o aspecto social da pesquisa.
1.4. METOLODOGIA DA PESQUISA
Pode-se definir pesquisa como estudo ou observação de determinado assunto de forma organizada com o objetivo de responder perguntas, porém sendo sistematizada por um método científico. Sendo assim, a pesquisa é um instrumento prático para a criação de um conhecimento. (BONAT, 2009)
Segundo o conceito de Prodanov e Freitas (2013, p. 126), o Método científico “é o conjunto de processos ou operações mentais que devemos empregar na investigação. É a linha de raciocínio adotada no processo de pesquisa”. Na delimitação dos critérios mais importantes para o desenvolvimento de uma pesquisa pode-se citar a abordagem, os objetivos do estudo e o procedimento técnico, nos quais se pautará a presente pesquisa. 
A abordagem da pesquisa perante seus resultados é um dos critérios mais intrínsecos de um projeto, essa pode ser quantitativa (análise estatística, voltada para os números), qualitativa (voltada para a interpretação dos fatos) ou ambos. Porém é a natureza do problema ou seu nível de aprofundamento que irá determinar a escolha do método. (OLIVEIRA, 1997)
Com a análise das abordagens, e a verificação do que se espera dessa pesquisa, ela enquadra-se como quantitativa, a qual procura fazer uma mensuração dos dados, para que a partir disso possa-se alcançar os objetivos gerais e específicos desse projeto, como cita Felix:
As investigações quantitativas atuam nos níveis de realidade e apresentam objetivos, identificação e apresentação de dados. Esse tipo de investigação torna-se apropriado nas coletas de medidas quantificáveis de variáveis e inferências a partir de amostras de uma população, usando medidas para testar hipóteses, mediante uma rigorosa coleta de dados, ou a procura de padrões numéricos relacionados com conceitos cotidianos. (2018, p. 93)
Para a coleta de dados quantificados, compreende-se o procedimento de levantamento, utilizando-se de uma pesquisa survey, que podemos considerar como uma forma de coletar os dados a partir das caraterísticas, opiniões perante uma amostragem da população, fazendo uma investigação direta das pessoas com a utilização de um questionário, para que posteriormente possa ser feita uma análise quantitativa dos dados em busca de formular as conclusões. (PRODANOV E FREITAS, 2013; RAMOS, 2011)
Quanto ao objetivo dessa pesquisa será baseado no processo descritivo, modelo de pesquisa no qual não á a interferência do pesquisador nos dados, como podemos constatar no entendimento de Castilho, Borges e Pereira (2017, p. 18) “promove estudo, análise, registro e interpretação dos fatos do mundo físico, sem a interferência do pesquisador. Geralmente os dados são coletados pela aplicação de entrevista, questionário e observação”. 
Sobre o procedimento pode-se dizer conforme Bonat (2009, p. 28) “os métodos de procedimento constituem etapas mais concretas da pesquisa, explicando objetos menos abstratos. Relacionam-se, portanto, especificamente com as fases da pesquisa e não com o plano geral dela.” Assim na pesquisa cientifica, os procedimentos norteiam qual a maneira de gerir o estudo, ou seja, qual a maneira mais adequada para a obtenção dos dados.
Dentro do que tange os procedimentos técnicos para a realização da pesquisa encontra-se muitos métodos que podem ser empregados no levantamento dos dados, verificando as necessidades desta pesquisa elenca-se que a utilização dos métodos bibliográficos, documentais e o levantamento. (SILVA e MENEZES, 2005)
A abordagem bibliográfica dessa pesquisa tem por objetivo conhecer as diferentes formas de conhecimento cientifico que foram realizadas sobre o assunto da pesquisa. Para aumentar a abrangência do projeto usar-se-á também o método documental, para analisar materiais que não receberam o tratamento analítico. (OLIVEIRA, 1997; PRODANOV E FREITAS, 2013)
Conclui-se com a necessidade da análise estatística descritiva dos dados, para se almejar a criação de conclusões claras e especificas, assim essa análise pode ser compreendida como: 
A fase inicial deste processo de estudo dos dados coletados. Utilizamos métodos de Estatística Descritiva para organizar, resumir e descrever os aspectos importantes de um conjunto de características observadas ou comparar tais características entre dois ou mais conjuntos. (REIS; REIS, 2002)
Referências
ANDRADE, M. A. R. et al. PRATICAS GERENCIAMENTO DE PEQUENAS E MEDIAS EMPRESAS: UM ESTUDO EXPLORATORIO NO MUNICIPIO DE VOLTA REDONDA. Rio de Janeiro: UniFOa, 2013.
BONAT, Debora. Metodologia da Pesquisa. 3. ed. — Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2009.
CASTILHO, Auriluce Pereira; BORGES, Nara Rúbia Martins; PEREIRA, Vânia Tanús. Manual de metodologia científica do ILES/ULBRA Itumbiara-GO. 3.ed. Itumbiara: ILES/ULBRA, 2017.
FELIX, John Hebert da Silva. Como Escrever Bem: Projeto de Pesquisa e Artigo Científico. 1. ed. Curitiba: Appris, 2018.
FEUSER, Helena de Oliveira Leite. DESEMPENHO DE MICRO E PEQUENAS EMPRESAS: UM ESTUDO A LUZ DAS CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDEDOR-GESTOR E DO CONTROLE GERENCIAL. Paraná: UFPR, 2016.
GARRIOSN, Ray H.; NOREEN, Eric W.; BREWER; Peter C. Contabilidade Gerencial. 14º Ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.
Jones, Gareth R; George, Jennifer M. Administração Contemporânea. 4º Ed. Porto Alegre: AMGH, 2011.
MARION, J. C. Contabilidade Básica. 10º Ed. São Paulo: Atlas, 2009.
OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de Metodologia Cientifica: Projeto de pesquisas, TGI, TCC, Monografias, Dissertações e Teses. São Paulo: Editora Pioneira, 1997.
PRODANOV, Cleber Cristiano. FREITAS, Ernani Cesar de. Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo Hamburgo: Feevale, 2013.
RAMOS, patrícia cavalcanti. PESQUISA EM EDUCAÇÃO: O MÉTODO SURVEY. Paraná: UEL: 2011.
Reis, E.A., Reis I.A. Análise Descritiva de Dados. Relatório Técnico do
Departamento de Estatística da UFMG. Mato Grosso: UFMG, 2002.
SILVA, Edna Lúcia da; MENEZES, Estera Muszkat. Metodologia da Pesquisa e Elaboração de Dissertação. 4ª Ed. Santa Catarina: UFSC: 2005
SARAIVA, Lucas Gurgel Mota. A PERCEPÇÃO DOS GESTORES SOBRE A IMPORTÂNCIA RELATIVA DE COMPETÊNCIAS CONTÁBEIS NAS PMES NO MUNICÍPIO DE FORTALEZA-CE. Espírito Santo: FUCAPE, 2014.
SEBRAE/DIEESE. Dados das Micro e pequenas empresas no Brasil. Disponível em:<http://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/SP/
Pesquisas/dados_mpes_brasil_2014.pdf> Acesso em: 29 de Abril 2019.
SEBRAE. Entenda o motivo do sucesso e do fracasso das empresas. Disponível em: <http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/sp
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510VgnVCM1000004c00210aRCRD?origem=estadual&codUf=26>. Acesso em: 01 de Maio de 2019.
SEBRAE-SP. Causa Mortis: o sucesso e o fracasso das empresas nos primeiros cinco anos de vida. Disponível em: < http://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/UFs/SP/Anexos/causa_mortis_2014.pdf>. Acesso em: 01 de Maio de 2019.
VILLA, Patrícia O MONÓLOGO CONTÁBIL: UMA ANÁLISE DO USO DA CONTABILIDADE GERENCIAL EM MICRO E PEQUENAS EMPRESAS À LUZ DO PROCESSO COMUNICACIONAL SEGUNDO BAKHTIN. Paraná: UFPR, 2012.
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