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Ilha do medo - Transtorno Paranoide

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* Acadêmica em Psicologia – Disciplina Psicopatologia -Escola Superior de Criciúma - ESUCRI. E-mail: 
carol.mattos20@hotmail.com 
** Acadêmica em Psicologia – Disciplina Psicopatologia - Escola Superior de Criciúma - ESUCRI. E-
mail: duda-11031999@hotmail.com 
ANÁLISE DO FILME: ILHA DO MEDO 
 
Carolina Mattos* 
Eduarda Rocha** 
 
RESUMO 
O presente artigo traz uma análise do filme Ilha do Medo dirigido por Martin 
Scorsese, um suspense que traz a descrição de um personagem chamado Andrew 
Laeddis em seu prontuário médico. Tratando de temas referentes aos 
comportamentos paranoicos, o personagem apresenta constantes desconfianças 
das pessoas próximas. O objetivo é mostrar como um transtorno psicológico pode 
afetar gravemente a vida rotineira do paciente. 
 
Palavras-chaves: Mudanças comportamentais. Paranoide. Psicopatologia. 
 
1. INTRODUÇÃO 
Neste trabalho relataremos sobre o filme Ilha do medo dirigido por Martin 
Scorsese o mesmo apresenta a vida de um agente da justiça federal altamente 
treinado, que é levado para Shutter Island um hospital psiquiátrico, local que abriga 
criminosos de alta periculosidade para investigar o desaparecimento de uma 
paciente assassina. Enquanto uma tempestade se aproxima, as suspeitas ficam 
cada vez mais assustadoras. Dentro de um hospital assombrado pelas terríveis 
atitudes passadas de seus pacientes e pelos planos desconhecidos de seus 
médicos, Teddy começa a perceber que, quanto mais se aprofunda na investigação, 
mais é forçado a encarar alguns de seus piores temores, revelando assim seu 
diagnóstico de transtornos mentais. 
 
2. A ILHA 
O filme Ilha do Medo relata um hospital psiquiátrico que abriga os pacientes 
mais perigos e lesivos, os quais outros hospitais psiquiátricos não são capaz de 
controlá-los, onde os mesmos não foram condenados à morte por serem julgados 
loucos. O personagem principal Teddy Deniels (Leonardo DiCaprio), cujo verdadeiro 
nome é Andrew Laeddis, é um agente da justiça federal convocado para investigar o 
suposto desaparecimento da Rachel Solando (Emily Mortimer), maníaca, 
depressiva, assassina que afogou seus três filhos durante uma crise psicótica, seu 
sumiço misterioso intriga a todos, pois escapou da sua cela sem deixar vestígios. 
Acompanhado de seu parceiro Cruck Aule (Mark Ruffalo), Daniels é recebido na ilha 
por uma equipe de segurança cuja missão é impedir qualquer contato da ilha com o 
restante do mundo. Daniels então é encurralado para desvendar o tal 
desaparecimento. O médico e o diretor da instituição também apresentam 
comportamentos suspeitos quanto à investigação dos detetives. Eles apresentam 
aos detetives informações ambíguas, os deixando muitas vezes confusos e cheios 
de tensão. O sumiço da paciente e o desinteresse dos funcionários do hospital, em 
ajudar os detetives a solucionar o mistério da fuga de Rachel começam a incomodar 
profundamente Teddy. Todo esse descaso será transformado em suspeitas por 
parte do detetive, em relação ao Hospital. Teddy começará a questionar as atitudes 
dos funcionários e também, os tipos de tratamento que existem ali, para cuidar dos 
pacientes. Ele levantará hipóteses de que o lugar não é um sanatório qualquer, mas 
sim um local secreto, envolvido em operações governamentais para o teste de 
drogas e cirurgias experimentais, até o desenvolvimento de instrumentos para o uso 
na Guerra Fria. Enquanto isso a ilha sofre com a presença de um furacão. 
Segundo Cintra (2011) No filme, a ilha escarpada e isolada no meio do 
oceano, e a força do vento e da tempestade que fazem cair troncos de árvore para 
todo lado servem de metáfora para a violência do mundo interno da loucura. “Deus 
ama a violência” diz um dos personagens, um militar que encarna em si o que há de 
mais detestável em uma figura de autoridade. Veremos adiante como o cineasta usa 
todos os recursos da natureza enfurecida e do sadismo real ou imaginado de 
médicos e militares para dar figuração a esse labirinto escuro e solitário da doença 
mental. 
Teddy e Chuck, quanto mais vão se aproximando da verdade, em sua busca, 
mais enganosa ela se torna, levando o telespectador a uma incerteza quanto à 
veracidade dos fatos ou ao estado paranoico dos protagonistas. 
 
 
 
3. A VIDA DE TEDDY DANIELS 
À medida que o filme se desenvolve, a vida de Andrew é apresentada em forma 
de sonhos recorrentes e alucinatórios. O mesmo fora um soldado do exercito 
americano que atuou na Segunda Guerra Mundial, na ocupação da Alemanha 
nazista e na libertação dos prisioneiros de campos de concentração. As recordações 
traumáticas de horror impensável presenciado por Andrew na guerra somam as 
recordações traumáticas de sua vida familiar: a morte da esposa e de seus três 
filhos pequenos em circunstâncias que se alternam durante o filme, perante a 
realidade psíquica e histórica do protagonista (Figura 1). 
 
 
 Figura 1. Teddy Daniels perante a morte da família (Scorsese 2010) 
 
4. O COTIDIANO 
Segundo Cintra (2011) Desde as primeiras imagens do filme, entramos na região 
nebulosa entre a loucura e a sanidade. O contato com os internos parece torná-lo 
cada vez mais parecido com um deles. Tornando a ilha uma experiência inquietante 
para o personagem e também para o expectador. Cenas fantasmagóricas, 
perseguição, personagem que expressam o que há de pior no ser humano (Figura 
2), passam a ocupar a tela com imagens perturbadoras. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2. Uma das pacientes do hospital (Scorsese 2010) 
 
5. O DESFECHO 
Daniels está perseguido e torna-se perseguidor de todos, é um poço de 
ansiedade persecutória. Segundo Cintra (2011) O clima noir criado pelo cineasta é 
um pouco caricato, talvez uma forma de falar da alteração da percepção (formas, 
tempo, memórias) que acontece na loucura, acrescida de uma sensação de 
suspense e ameaça. 
Porém a realidade começa a vir à tona. Suspendida sua medicação começamos 
a notar algumas alterações da sensopercepção o mesmo começa a sofrer diversos 
efeitos colaterais, como tremores, enxaquecas, vômitos e alucinações cada vez mais 
fortes. Aos sintomas ele atribui uma causa fantasiosa, onde afirma para si mesmo 
que os cigarros estariam o drogando e o fazendo ter todos os efeitos colaterais da 
abstinência de medicação. 
 (Dalgalarrondo, 2008), enxergando e conversando com a esposa e a filha (já 
mortas) auxiliando-o a agir. Com essas alucinações o detetive passa a desenrolar 
um pensamento persecutório de que é uma grande conspiração para ele estar lá. 
Suspeita de que na comida, no cigarro e etc. teria algo alucinógeno implantado. 
Assim, conseguimos entender que tudo é um delírio de sistematizado mantido 
pelos psiquiatras, pois para Teddy/Andrew o sofrimento psíquico é tão grande 
tornando a realidade insuportável, que induz a visão na qual a realidade é deslocada 
para um personagem de seu delírio. Seu transtorno esquizo-paranóide o faz delirar, 
criando histórias totalmente mirabolantes reforçadas por alucinações que sempre 
vem a confirmar as suas suspeitas. Seu comportamento é agressivo sempre que 
qualquer um tente trazer a verdade à tona, o que o levou a agredir diversos 
membros da equipe de enfermagem, seguranças e pacientes. O mesmo possui 
treinamento militar e uma mente astuta, o que o torna o paciente mais perigoso da 
ilha. Quanto ao seu distúrbio podemos atribuir a causa como um transtorno de stress 
pós-traumático (TEPT) da guerra, seguido de alcoolismo. A paranoia e a 
esquizofrenia aparecerão somente após a morte de seus filhos e esposa. 
Ao final o mesmo acaba retornando a realidade, e percebe que todos da ilha 
estavam tentando traze-lo a existência tendo plena consciência de seus atos. Sua 
história de vida o atormenta mais do que nunca. Caso o tratamento não fosse efetivo 
o mesmo seria submetido a uma lobotomia. Deixando os espectadores dividirem 
opiniões ao com a conclusão do filme. 
·. 
6. CONCLUSÃO 
Relatando o cotidiano de um paciente paranoicoe a veracidade dos seus delírios 
para si mesmo. O filme demonstra a tentativa de tratamento psicológico deixando 
que o próprio paciente descubra que vive um delírio enquanto busca por sua 
realidade. O paciente sofre de um Transtorno de Personalidade Paranoico que se 
inicia após um fato traumático apresenta atitudes desconfiadas e preservadas, 
desorientação autopsíquica em relação a sua identidade, alucinações auditivas e 
visuais, sentimentos de culpa, delírios constantes. 
 
REFERÊNCIAS 
LOCHPE. Eduardo. Ilha do Medo e a Psicopatologia: Interfaces. Disponível em: 
https://www.ufrgs.br/psicopatologia/wiki/index.php?title=An%C3%A1lise_do_filme. Acesso em: 27 
nov. 2017 
SILVA, Marcos. As contribuições da teoria crítica e da psicanalítica para o entendimento da psicose 
paranoica: uma análise do filme ilha do medo. Perspectivas em psicologia. v.1, p. 112-133, 2014. 
Disponível em: 
http://www.seer.ufu.br/index.php/perspectivasempsicologia/article/viewFile/28866/16033. Acesso 
em: 27 nov. 2017 
NATÁLIA, Leandro. Filme: A ilha do medo. Disponível em: 
http://blogartenodiva.blogspot.com.br/2010/04/filme-ilha-do-medo.html. Acesso em: 27 nov. 2017 
JOSÉ, Bruno. Ilha do medo. Disponível em: http://sublimeirrealidade.blogspot.com.br/2011/12/ilha-
do-medo.html. Acesso em: 27 nov. 2017 
ANDRADE, Vanessa. A ilha do medo, e os transtornos de personalidade. Disponível em: 
http://psicopatologia2-psico.blogspot.com.br/2011/09/ilha-do-medo-e-os-transtornos-de.html. 
Acesso em: 27 nov. 2017. 
CINTRA, Elisa. Sobre luto e melancolia: uma reflexão sobre o purificar e o destruir. ALTER – Revista 
de Estudos Psicanalíticos, v. 29, 23-40, 2011. Disponível em: 
http://www.spbsb.org.br/site/images/Novo_Alter/2011_1/02Elisa.pdf. Acesso em: 27 novembro 
2017. 
RAYA, Juliana. Crítica: A ilha do medo. Disponível em: http://cinemacao.com/2015/05/04/critica-a-
ilha-do-medo/. Acesso em: 27 novembro 2017.

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