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Resumo Reforma Religiosa

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1 
REVOLUÇÃO NA CRISTANDADE: Reforma religiosa 
Ao longo da história, houve grandes divisões entre os seguidores do cristianismo. 
No século XI, deu-se a separação entre a Igreja de Roma e a Igreja Ortodoxa; outra grande 
ruptura da cristandade, desta vez na Europa Ocidental, ocorreu no século XVI, no processo 
conhecido como Reforma Protestante. Varias transformações históricas ocorridas nos 
séculos XV e XVI podem ser associadas à Reforma, ou seja, transformações profundas na 
igreja católica romana. 
1. CRÍTICA AO COMPORTAMENTO DO CLERO:
Num período de tantas transformações, mudanças nas esferas politico-ideológica 
e religiosa, ampliou-se a critica á igreja, e aos abusos cometidos pelo clero, bem como 
ao comportamento eclesiástico com suas praticas religiosas e diretrizes espiritual. Visando 
ganhos financeiros, o alto clero iludia a boa-fé (controle das consciências) de milhares de 
cristãos por meio da simonia, comercio de relíquias sagradas, em geral falsas. 
Assim vendiam-se pedaços da cruz em que cristo foi crucificado, espinhos 
que coroaram a fronte de Cristo, palha da manjedoura, panos embebidos pelo sangue do 
rosto do salvador, objetos pessoais dos santos. Ao lado desse comércio fraudulento, membros 
da igreja passaram a vender também indulgências, isto é, o perdão dos pecados e a 
salvação na eternidade, bem como a intervenção politica em problemas internos dos reinos 
pelos papas. Mediante a esse contexto, a imagem da igreja denegria-se ainda mais, pelo 
fato de que boa parte dos sacerdotes desconhecia a própria doutrina católica e demostravam 
falta de preparo para as funções religiosas, a ignorância e o mau comportamento do 
clero representavam problemas, uma vez que os sacerdotes eram intermediários entre os 
homens e Deus. 
Diante de tal situação, alguns humanistas apontavam deturpações cometidas 
pela igreja e criticava a corrupção reinante em sua alta hierarquia, eles proponham 
mudanças na igreja, e que a mesma se desvinculasse da vida material e dedicasse ao 
ensinamento dos evangelhos segundo as novas interpretações dos textos sagrados, 
renovando-se as doutrinas e as praticas da igreja, em outras palavras, os 
humanistas proponham profundas transformações e reformas no conceito e na pratica de 
cristandade. 
1
Victor
Riscado
2 
Nova ética religiosa: 
A igreja católica censurava e repudiava a usura na cobrança da remuneração pelo uso 
do capital, nos empréstimo, nos lucros excessivos e defendia o que considerava um preço justo 
segundo a concepção teológica da igreja. Assim, alguns comerciantes ficavam divididos entre a 
busca do lucro e as obrigações morais de base religiosa, impostas e defendidas pela igreja. 
Opondo-se a concepção da igreja, os defensores dos grandes lucros, a burguesia e os 
humanistas, consideravam que o êxito alcançado nos negócios, por meio do trabalho árduo e 
disciplinado, tinha como consequência o lucro que correspondia às bênçãos de Deus para o 
êxito das nações e dos indivíduos. Nesse sentido, a nova ética religiosa (ética protestante) de 
cunho protestante adequava-se as necessidades da burguesia e ao contexto socioeconômico o 
qual favorecia o desenvolvimento da produtividade, dos negócios, dos ganhos-lucros, 
tornando-se um forte incentivo ideológico para o desenvolvimento do espirito capitalista. 
A nova conjuntura socioeconômica e religiosa nascente traz em seu bojo conflitantes 
elementos que desafiam concepção da teologia católica, conservadora difundida pela igreja, 
estabelecendo dessa forma, grandes conflitos entre autoridades da igreja e alguns 
governantes das monarquias europeias. 
Sentimento de nacionalidade: 
Afloraram os conflitos politico-ideológicos entre autoridades da igreja e alguns 
governantes das monarquias europeias, que representavam a unidade nacional e viam na 
autoridade do papa uma barreira para o desenvolvimento de seus poderes políticos 
econômicos e de organização do Estado nacional. Os reis passaram a encarar a igreja, que 
tinha sede em Roma e cujo idioma oficial era o Latim, como “entidade estrangeira” que 
interferia na organização interna dos seus países e no avanço do progresso nacional. 
 O papa e outros membros do clero, por seu lado, insistiam em apresentar a igreja 
como instituição universal (católica significa universal) que unia, culturalmente, o mundo 
cristão. No entanto, em diversas regiões da Europa que hoje corresponde ao norte da 
Alemanha, Dinamarca, Noruega, Suécia, Suíça, Holanda, Inglaterra e Escócia, os Estados 
procuravam afirmar sua independência em relação à igreja. 
A reforma Protestante, de certo modo, atendeu a esses interesses. A doutrina cristã 
dos reformadores, por exemplo, foi divulgada na língua nacional de cada país e não mais em 
latim, favorecida e divulgada pelo aparecimento da imprensa que impulsionou à alfabetização, 
incentivou o aprendizado da leitura e a interpretação da bíblica segundo a visão teológica dos 
reformadores. 
3 
2. OS MOVIMENTOS REFORMISTAS:
Chamados de protestantismo de maneira geral, os movimentos propunham reformas 
na igreja Católica, com isso, receberam apoio entusiástico em vários lugares da Europa 
ocidental, assumindo formas diferentes em cada um deles. Nesse contexto surgiu Martinho 
Lutero, suas propostas provocariam um intenso movimento de transformação na religião em 
toda a Europa ocidental, que ficou conhecido como reforma protestante. Embora os motivos 
religiosos tenham sido os mais evidentes, houve também outras motivações para a reforma de 
Lutero. Uma delas relacionava-se às mudanças econômicas que vinham ocorrendo desde o fim 
da idade media preparado terreno para o capitalismo. 
O grande objetivo do sistema capitalista, a busca do lucro, era condenado pela igreja, 
Martinho Lutero, ao contrario, tinha uma visão mais tolerante, assim ele passou a ter apoio de 
um número muito grande de nobres e integrantes da burguesia, e sua proposta reformista 
divulgada pela imprensa conquistava a adesão de parte cada vez maior da sociedade. Graças a 
esse apoio, ele pôde enfrentar a reação da igreja. Mediante os conflitos disseminados pelas 
propostas de Lutero, suas ideias levaram os nobres a reivindicar a autonomia religiosa dos 
principados germânicos em relação a Roma. 
Revoltas camponesas: 
A pregação de Lutero foi interpretada pelos camponeses germânicos não apenas como 
uma reforma religiosa. Para eles, o novo credo autorizava a luta contra a nobreza e por 
melhores condições de vida. Assim, em 1524 eclodiu no sacro império uma revolta popular de 
grandes proporções, seu principal líder era Thomas Muntzer. Nessa revolta social muitos 
mosteiros foram incendiados. Os nobres reagiram com violência, recebendo total apoio de 
Lutero, que os aconselhava a “golpear, estrangular e apunhalar os camponeses, pois não há 
nada mais diabólico do que um homem revoltado”. A rebelião foi derrotada e seu líder 
Muntzer, executado com requintes de crueldade. A efervescência dos conflitos se espalhou na 
Europa, surgindo outros reformadores espelhados em Lutero. 
3. REFORMA CALVINISTA:
 Semelhante ao luteranismo em muitos aspectos, o calvinismo propagou-se 
rapidamente por varias regiões da Europa, principalmente por aquelas em que as atividades 
mercantis se desenvolviam de modo mais dinâmico. A religião fundada por Calvino, com sua 
teoria da predestinação, foi o mais forte incentivo ideológico ao desenvolvimento capitalista. 
Ela ensinava que o lucro não era pecado e que a única maneira de alguém saber se 
estava predestinado à salvação era obter êxito nas relações econômicas por meio do trabalho 
4 
árduo e disciplinado. Portanto, o trabalho intenso e constante, recompensado pela 
prosperidade econômica, foi interpretado pelos seguidores de Calvino com um Sinal da 
salvação predestinação. Ao pregar estimulo ao trabalho, a condenação ao desperdício e a 
legitimidade do lucro, as ideias calvinistas iam ao encontro dos interesses daburguesia. 
Segundo o calvinismo, os indivíduos não seriam salvos por aquilo que fizesse, mas pela 
vontade divina. Não podendo interferir nessa vontade, cada pessoa deveria viver de acordo 
com suas possibilidades. O calvinismo espalhou-se pela França, Inglaterra, Escócia e Holanda. 
4. REFORMA ANGLICANA:
Uma série de questões levou Henrique VIII a romper (1534) com a igreja católica e a 
fundar uma igreja nacional na Inglaterra: a igreja anglicana. Um dos principais motivos para 
essa ruptura relaciona-se ao poder político, portanto, para fortalecer a monarquia na 
Inglaterra, era preciso reduzir a influencia do papa dentro do país. A nova religião adotou 
aspectos do calvinismo e manteve outros do catolicismo. Os setores da burguesia apoiaram o 
rei, a fim de, enfraquecer o poder das autoridades católicas que monopolizavam o comercio 
de “relíquias sagradas”. Sua peculiaridade residia no fato de o rei ser o seu chefe supremo e 
impor como religião oficial. Como consequência da divisão religiosa, o reino seria mais tarde 
assolado por violentas lutas de caráter politico-religioso. Tais lutas levaram ás Revoluções 
Inglesas do século XVII. 
5. A IGREJA CONTRA-ATACA:
A Europa dos séculos XVI e XVII foi palco de lutas e intolerância religiosa. A reação de 
reorganização da Igreja ao avanço das propostas de reforma ficou conhecida como Contra-
Reforma. Ou seja, reação das autoridades da igreja católica para sufocar e punir as ideias dos 
reformadores e recuperar a unidade perdida do mundo cristão – o poder politico-religioso. 
Para tanto, algumas medidas foram tomada pelas lideranças da igreja, ou seja, atitudes que 
caracterizaram a Contra-Reforma: 
 Ordem dos jesuítas (1534) – Inácio de Loyola: Inspirados na estrutura militar,
os jesuítas consideravam-se “soldados da igreja” e tinha como missão,
inicialmente combater a expansão do protestantismo. A principal estratégica
dos jesuítas foi investir na criação de escolas religiosas, bem como em
catequisar os não cristãos para converter ao catolicismo, povos dos
5 
continentes recém-descobertos pelos europeus – Criação da Companhia de 
Jesus. 
 Concílio de Trento: Convocação de um concílio na cidade de Trento, onde
apresentaram um conjunto de decisões que procuravam garantir a unidade da
fé católica e a disciplina eclesiástica: reafirmaram pontos básicos da doutrina
católica, seus dogmas, tradição religiosa e a salvação pelas obras, elaboraram
um catecismo como pontos fundamentais da doutrina católica e a criação de
seminários para a formação dos sacerdotes e a manutenção do celibato
sacerdotal.
 A volta dos Tribunais da Inquisição: Com avanço do protestantismo, em
meados do século XVI, a alta hierarquia da Igreja e alguns governantes
católicos decidiram reativar a inquisição criada em 1231, para investigar e
punir “crimes contra a fé católica”. Uma das atribuições dos inquisidores foi
organização de uma lista de livros proibidos aos católicos, o Index librorum 
prohibitorum. Além disso, receberam do papa autorização para utilizar até
mesmo a tortura como forma de obter a confissão dos acusados.
6. AS GUERRAS RELIGIOSAS – guerra civil:
As disputas religiosas, a intolerância, foram responsáveis por guerras sangrentas e 
sacudiu toda a Europa, de um lado a igreja católica tentando restabelecer seu domínio da fé 
católica, do outro os protestantes querendo implantar uma nova ética cristã. Ocorreram 
diversos massacres, na Franca as disputas religiosas converteram-se em guerra civil. As 
guerras somente terminaram na França com a promulgação do Edito de Nantes, em 1598, pelo 
rei Henrique IV. No final de todo esse processo de conflito religioso, a Reforma Protestante pôs 
fim ao monopólio espiritual da Igreja Católica, oferecendo aos fieis novas opções religiosas. 
Um dos grandes efeitos do movimento de reforma foi o estimulo ao capitalismo, na 
medida em que criou uma ética favorável ao lucro, ao trabalho árduo e ao enriquecimento 
pessoal. Outra característica marcante foi o impulso à alfabetização. Lutero incentivou o 
aprendizado da leitura, ao propor que qualquer pessoa podia ser “sacerdote de si mesma”, 
desde que lesse e interpretasse corretamente a Bíblia.

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