fisiologia animal e humana3

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SISTEMA HORMONAL
 
O sistema hormonal ou endócrino tem como função a produção de hormônios, compostos orgânicos produzidos por células específicas ou glândulas endócrinas, as quais liberam no sangue essas substâncias que atuam como mensageiros químicos que estimulam ou inibem a ação de determinados órgãos. Essas substâncias são liberadas das glândulas endócrinas ou das células produtoras diretamente na corrente sanguínea, que atua como canal de transporte dos hormônios por todo o corpo.
 
 
O controle hormonal é realizado através de um mecanismo conhecido como controle de realimentação ou feedback. A concentração hormonal no sangue é que determina a inibição ou estimulação da produção hormonal na glândula endócrina. A produção de tireotrofina pela adenoipófise, hormônio que regula a ação da glândula tireoide, é controlada pelo mecanismo de feedback, no qual a alta concentração dessa substância na corrente sanguínea determina a inibição da produção desse hormônio na adenoipófise, fato que determina a diminuição da atividade da tireóide e, à medida que o nível de tiroxina diminui no sangue, a adenoipófise é estimulada e volta a secretar tireotrofina, reiniciando o mecanismo.
 
PRINCIPAIS GLÂNDULAS DO CORPO HUMANO
 
Hipófise ou pituitária
 
 
Pequena glândula do tamanho de um caroço de feijão, que se situa abaixo do cérebro e se divide em duas: a neuroipófise, de origem nervosa, e a adenoipófise, de origem epitelial. A neuroipófise armazena e libera dois tipos de hormônios produzidos no cérebro, o ADH (hormônio antidiurético), que atua no sistema excretor promovendo uma maior permeabilidade das células renais, aumentando a reabsorção de água; e a ocitocina, hormônio estimulador das contrações uterinas no final da gravidez, possibilitando o parto. Atua também junto as glândulas mamárias, estimulando a liberação do leite materno.
 
Os hormônios produzidos pela adenoipófise atuam na regulação da atividade das glândulas sexuais (ovários e testículos): o FSH (hormônio folículo estimulante) e o LH (hormônio luteinizante). Os outros dois hormônios produzidos pela adenoipófise são HEC ou somatotrofina (hormônio estimulante do crescimento). As variações na produção deste hormônio nos indivíduos reflete de forma significativa no crescimento das pessoas, ou seja, uma produção considerável desse hormônio durante a infância e principalmente na adolescência faz com que o indivíduo se torne uma pessoa com uma alta estatura; em contrapartida, a pouca produção desse hormônio faz com que o indivíduo se torne uma pessoa de baixa estatura. Assim que a puberdade termina a produção de somatotrofina é diminuída drasticamente, dando fim a fase de crescimento. Porém em alguns casos, a produção de somatotrofina é continuada na fase adulta, em função de distúrbios na hipófise. Essa disfunção não promove o crescimento do indivíduo em altura, mas sim de ossos como mandíbula, frontal e ossos das mãos e dos pés, doença conhecida como acromegalia.
 
E por fim a prolactina, hormônio estimulador da produção de leite nas glândulas mamárias, nas mulheres após o parto; nos homens a sua função ainda é desconhecida.
 
Tireoide
 
Situada sobre os primeiros anéis da traqueia. O hormônio produzido pela glândula tireoide, acelera o metabolismo celular e é conhecido como tiroxina. Uma das disfunções da tireóide mais conhecida é o bócio endêmico, ocasionado em função da deficiência de iodo na alimentação. A falta do iodo diminui, de forma significativa, a produção de tiroxina, fazendo com que a adenoipófise secrete uma grande quantidade de hormônio tireotrófico (TSH). Este estimula a atividade da tireoide causando, assim, o seu crescimento de forma descontrolada. Por lei federal, o sal de cozinha é enriquecido com sais de iodo para se evitar o bócio.
 
Paratireoides
 
Localizadas na face posterior da tireoide. As glândulas paratireoides, produzem o paratormônio, responsável pelo metabolismo do cálcio no organismo, atua na absorção desse elemento no intestino e promove a sua mobilização nos ossos.
 
Pâncreas
Outra importante glândula endócrina é o pâncreas, produtor de dois importantes hormônios relacionados ao controle da taxa glicêmica no sangue: a insulina e o glucagon, que atuam no organismo de forma antagônica. A insulina reduz a taxa glicêmica do sangue, agindo sobre as membranas celulares. Promove a absorção de glicose pela célula, além de atuar no fígado, favorecendo a conversão de glicose em glicogênio. A falta da produção de insulina pelo pâncreas determina o surgimento de uma doença conhecida por diabetes melito, configurada por um quadro de hiperglicemia, em função do acúmulo de glicose na corrente sanguínea. A falta de absorção de glicose pela célula, determina uma diminuição na produção de energia e faz com que o indivíduo sinta uma constante sensação de fraqueza; o acúmulo dessa substância no sangue faz com que a urina do indivíduo passe a ter uma alta concentração de glicose e a presença de glicose no sistema excretor aumenta a retenção de água nos túbulos renais, causando uma maior produção de urina. Se esse quadro se mantiver, a tendência é que o organismo entre em um processo de desidratação. O glucagon, por sua vez, aumenta a glicemia através da glicogenólise, processo em que o glicogênio é quebrado e transformado em moléculas de glicose.
 
Suprarrenais ou adrenais
 
Sobre os rins estão localizados outro conjunto de glândulas endócrinas, as suprarrenais ou adrenais, glândulas produtoras de diversos hormônios, dentre os quais se destaca a adrenalina, hormônio relacionado a situações de estresse, como medo, tensão, susto e raiva, dentre outras. Ao ser lançada no sangue, a adrenalina prontifica o indivíduo a situações que requeiram estado de prontidão com alta capacidade de reação, provocando vasoconstricção periférica, aumento do ritmo respiratório e cardiovascular, dilatação dos músculos esqueléticos, aumento da atividade mental, glicogenólise, elevação da pressão arterial e dilatação da pupila.
 
QUADRO SÍNTESE DAS PRINCIPAIS GLÂNDULAS E SEUS HORMÔNIOS