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AULA 5 ATENÇÃO PRIMÁRIA E SAÚDE DA FAMÍLIA Profa. Tânia Maria Santos Pires 2 CONVERSA INICIAL A doença crônica passou a figurar entre as preocupações do setor saúde no Brasil, após a reorganização do sistema de saúde com a implementação do SUS e da política nacional de atenção primária. Até então, a assistência era focada nos eventos agudos, realizada por meio dos prontos-socorros dos hospitais. Entretanto, as pessoas também não viviam muito, o que diminuía o risco de desenvolvimento das doenças crônicas. Ainda estávamos na fase das epidemias e verminoses, e a expectativa de vida era de 50 anos. Vários fatores ligados ao desenvolvimento impactaram a mudança do padrão de vida e saúde, alterando essa expectativa de vida. O tempo médio de vida aumentou e, com isso, aumentaram também as doenças crônicas, porém o sistema de saúde ainda não está totalmente pronto para esse novo desafio. O SUS elabora uma estratégia para lidar com esse problema dentro da atenção primária, sobretudo na estratégia saúde da família, cujos princípios enquadram-se totalmente nos quesitos para o enfrentamento das condições crônicas, mas ainda existem dificuldades na estruturação dos serviços e qualificação dos profissionais para o pleno desenvolvimento do cuidado. Discutiremos, no decorrer do nosso estudo, os principais modelos quanto ao manejo das condições crônicas e o seu impacto na saúde das pessoas, organização das estruturas de saúde e consolidação da rede de atenção. CONTEXTUALIZANDO Dona Marli tem 55 anos, é hipertensa e diabética, e até o momento não faz uso de insulina. É uma paciente que tem tido muita dificuldade na manutenção de sua medicação. Houve momentos em que suspendeu o remédio por conta própria e depois voltou a tomar. Hoje foi à US Lugar dos Anjos para coleta do preventivo e solicitação de mamografia, porque recebeu uma mensagem no celular avisando que tinha agendamento com uma enfermeira. Ela aproveitou para falar que recentemente machucou o pé direito e a ferida não cicatriza. A enfermeira examinou a ferida e viu que a região estava inflamada e com secreção purulenta, por isso, fez um encaixe na agenda do médico para atendimento. 3 Dr. Marcos ficou preocupado porque suspeitou que a paciente tivesse novamente suspendido a medicação e lhe pergunta sobre isso. Muito sem jeito, Dona Marli diz que, de fato, havia suspendido o remédio, porque acreditava que havia sido curada após uma oração que um pastor de sua igreja havia feito e queria testar para ver se estava bem. Diante da sua resposta, Dr. Marcos solicitou os exames e, ao pesar a paciente, notou seu aumento de peso em relação à última consulta realizada. Conversou com a Dona Marli a respeito da sua doença, explicando-lhe mais uma vez sobre os riscos que corria ao suspender a medicação. Agendou retorno com os exames. Após 15 dias da última consulta, Dona Marli voltou com os exames que demonstraram grande desequilíbrio. A decisão de iniciar insulina não poderia mais ser adiada, mas isso era preocupante dada a rejeição que a paciente tinha pela sua doença e a negação que fazia constantemente. Além da medicação, há necessidade de bom controle alimentar, tanto para o equilíbrio da glicose quanto para a perda de peso, porque Dona Marli já estava desenvolvendo queixa de dor crônica em joelhos e lombar. De que forma a equipe pode estimular Dona Marli a aderir ao seu tratamento e a se cuidar? Como a equipe pode potencializar as crenças da paciente em seu próprio favor? Ela ainda é uma mulher jovem e produtiva, com muito potencial de saúde e vida. TEMA 1 – CONCEITOS E MODELOS DE CUIDADOS A necessidade de se classificar as condições de saúde das pessoas surge da compreensão de que a lógica de organização dos serviços de saúde acontece a partir da demanda que lhes é apresentada. A mudança do perfil epidemiológico da população motivou outra demanda por serviços de saúde, porém estes estavam organizados com base na lógica da atenção aos eventos agudos, prestando um serviço pontual, isolado e reativo, ou seja, só respondendo quando solicitado. A condição crônica se manifestava dentro desse modelo de atenção em momentos de agudização, como é o caso da crise hipertensiva, da cetoacidose diabética, da crise asmática aguda. Havia necessidade de se ordenar uma nova lógica de atendimento para dar vasão às novas demandas de saúde, que de fato não eram novas, apenas não tinham vasão no contexto de saúde em que estavam Mirian Rosana Realce 4 inseridas. As condições crônicas precisam ser atendidas de forma efetiva e proativa. O atendimento dessa pessoa só é considerado efetivo, ou conforme dizem Porter e Teisberg (2007) citados por Mendes (2011), somente agrega valor quando a condição crônica é enfrentada por intermédio de um ciclo completo de atendimento. Seja atendendo a uma condição aguda ou a uma condição crônica, o sistema de saúde deve ser capaz de prover atendimento imediato e referenciado para seguimento da situação apresentada, mas, para isso, precisa entender e categorizar as demandas de saúde. Para a nova categorização, foram consideradas como referências as seguintes informações, consideradas como variáveis-chave: a) tempo de duração da condição: breve ou longa; b) forma de enfrentamento pelo sistema de saúde: episódica e reativa, ou contínua e proativa; c) modo como se estrutura o sistema de atenção: fragmentado ou integrado (Mendes, 2011). É importante definir o que são consideradas condições crônicas. De acordo com a OMS, “são condições de saúde de curso mais ou menos longo ou permanente que exigem respostas e ações contínuas, proativas e integradas do sistema de atenção à saúde, dos profissionais de saúde e das pessoas usuárias para sua estabilização e controle efetivo, eficiente e com qualidade” (OMS, 2003). A maior característica dessas situações é a sua duração. Elas são longas e, por isso, diferem dos eventos agudos que, na maioria das vezes, são autorresolvidos. As condições crônicas tendem a desestabilizar se não forem corretamente manejadas, resultando em agudizações com consequências que podem ser graves para o paciente, piorando a sua condição de base, gerando maior custo pessoal e dos serviços de saúde. Apesar de focarmos nas doenças, existem condições crônicas que não são doenças, porém requerem cuidados, como é o caso da gestação, do acompanhamento da criança, do adolescente, do idoso, para que permaneçam saudáveis, acompanhamento de pessoas com deficiência e outras situações semelhantes que requerem monitoramento. Para atendimento dessas condições, o sistema de saúde necessita de uma rede de cuidados que possa dar suporte a esse paciente, sendo a atenção primária o centro dessa rede. O paciente necessitará eventualmente da atenção especializada, o que também demandará recursos de suporte diagnóstico, além de 5 internações eventuais e algumas incursões no sistema de urgências e emergências. As doenças agudas são doenças de curta duração, geralmente abaixo de três meses, com prognósticos na maioria das vezes definido. Compreendem o grupo de doenças infecciosas de curta duração como a pneumonia, amigdalite, dengue; outras são de manejo cirúrgico como uma apendicite. Há ainda as doenças agudas de causas externas, como os traumas, acidentes, sobretudo, as situações originárias da violência urbana. O sistema de saúde deve estar preparado para essas situações, porque, em sua maioria, necessitam de atenção no modelo urgência e emergência e atendimento hospitalar, com internações, cirurgias e até mesmo UTI. As condições agudas têm também resolução mais rápida, sendo alguns casos até mesmo autolimitados, como as diarreias agudas, os resfriados, algumas outras doenças respiratórias, como a bronquiolite viral, estomatite viral em crianças e várias doenças exantemáticas em criançastambém. É importante destacar que mesmo as doenças autolimitadas requerem cuidados, orientação da equipe de saúde e monitoramento pelo risco de agravamento, mas com a segurança que existe um ciclo relacionado aquela condição que se relaciona com a imunidade pessoal e a qualidade dos cuidados e atenção de saúde que são ofertados. Quadro 1 – Classificação das condições de saúde Variável Condição aguda Condição crônica Início Rápido Gradual Causa Geralmente única Geralmente múltiplas Duração Curta Indefinida Diagnóstico e Prognóstico Frequentemente acurados Usualmente incertos Testes diagnósticos Frequentemente decisivos Geralmente de valor limitados Resultado Em geral a CURA Em geral sem cura Papel dos profissionais Selecionar e prescrever o tratamento Educar e fazer parceria com as pessoas usuárias Natureza das intervenções Centradas no cuidado profissional Centradas no cuidado multiprofissional e no auto cuidado Conhecimento e ação clínica Concentrados no profissional médico Compartilhados pelos profissionais e pessoas usuárias Papel da pessoa usuária Seguir as prescrições Corresponsabilizar-se pela sua saúde. Sistema de Saúde Resposta reativa e episódica Resposta proativa e contínua Fonte: Mendes, 2011, p. 28. 6 TEMA 2 – MUDANÇA DO PERFIL EPIDEMIOLÓGICO NO BRASIL E NO MUNDO As doenças transmissíveis foram por muito tempo a grande preocupação do mundo. No Brasil e em toda a América Latina, vivíamos o drama das mortes por doenças transmissíveis que podiam ser evitadas por meio de vacinação em massa. Entre estas, a poliomielite foi emblemática pela sua disseminação nos países pobres da África e da América Latina, situação contornada pela vacinação com as gotinhas Sabin. Esse perfil epidemiológico mudou na maior parte do mundo, restando ainda situações focais em alguns países africanos e do Oriente Médio por situações de guerra e conflitos internos. O desenvolvimento tecnológico em saúde, além das vacinas, trouxe também o acesso aos anticoncepcionais, o que proporcionou a diminuição do número de nascimentos. Em contrapartida, a melhora na qualidade de vida e o desenvolvimento econômico também influenciaram na longevidade dos povos. Apesar das notícias positivas, os novos padrões sociais trouxeram mudança nos estilos de vida, com a urbanização crescente, o incremento de agressivas estratégias mercadológicas, que introduziram com novos conceitos alimentares nas populações, aumentaram o estresse, aumentaram a presença da mulher no mercado de trabalho, diminuindo o tempo para a preparação de alimentos dentro das famílias. A industrialização dos alimentos trouxe o excesso de sal, de açúcar e de gordura, além de conservantes e corantes que atraem especialmente as crianças. A indústria do cigarro faz vítimas no mundo todo, prejudicando a qualidade de vida e a função respiratória. O cigarro está associado a diversos tipos de câncer que poderiam ser evitados se a pessoa não fumasse. Além disso, o cigarro prejudica o meio ambiente em virtude da imposição da fumaça aos que não fumam, provocando no fumante passivo os mesmos males que causa no fumante ativo. Outro fator importante é a migração das populações rurais ou de pequenas cidades para os grandes centros urbanos sem a devida organização prévia para a sua estruturação e desenvolvimento. Cada vez mais deparamos com favelização das metrópoles em decorrência de migrações desordenadas, seja por falta de oportunidades justas para todos nos seus locais de origem, sejam populações premidas por guerras, desastres naturais como no Haiti ou desastres 7 econômicos, como aconteceu na Venezuela. As pessoas migram em busca de oportunidades e abrigam-se onde é possível. Essas populações já castigadas pelo conjunto de suas histórias, tornam-se ainda mais vulneráveis pela maior exposição aos fatores de risco que encontram no contexto em que se alocam. Além disso, essas populações são as maiores consumidoras de produtos industrializados de baixo teor nutricional, com maior quantidade de carboidratos e demais componentes prejudiciais à saúde, além do uso do álcool, sobretudo da cachaça, em razão de seu baixo custo e fácil acesso, e do cigarro, muitas vezes de origem não estabelecida, o que aumenta ainda mais os já conhecidos malefícios do hábito de fumar. A consequência desse conjunto de fatores está no aumento da obesidade no mundo, mesmo nas populações pobres, pelo acesso ao carboidrato industrializado, aumentando a sobrecarga de doenças não transmissíveis e também acelerando a precocidade do aparecimento de doenças que antes só eram vistas na etapa do envelhecimento, como é o caso do diabetes tipo II. Diversas pesquisas mostram que os determinantes sociais estão diretamente relacionados ao aumento das doenças crônicas. Os transtornos mentais e as outras doenças crônicas foram responsáveis por 59% dos óbitos em todo o mundo no ano de 2003, com aumento previsto para 60% até 2020, porém, nos países em desenvolvimento, a estimativa é que estas condições sejam responsáveis por pelo menos 78% da carga global de doenças nesse mesmo período (OMS, 2003). Esse dado é especialmente importante quando consideramos as principais doenças que encabeçam a lista das condições crônicas e que causam as mortes das pessoas: doenças cardiovasculares (infarto agudo), cerebrovasculares (acidente vascular cerebral) e câncer. Uma importante doença demonstrou aumento significativo no mundo todo, impulsionada pelos fatores já mencionados: o diabetes. Apesar de ser associado a um fator hereditário, o diabetes manifesta relação do surgimento precoce de acordo com os hábitos de vida, além de agravar todas as doenças vasculares quando não está corretamente compensado. Ter diabetes precocemente aumenta proporcionalmente os riscos para todas as demais doenças circulatórias. Os estudos revelam que ¾ dos diabéticos do mundo estão nos países em desenvolvimento, demonstrando a estreita relação entre os determinantes sociais e a carga de doenças crônicas. 8 A obesidade, o estresse emocional, o uso do tabaco, o excesso de álcool e o sedentarismo estão na base de quase todas as doenças crônicas. A boa notícia é que esses são fatores passíveis de modificação e podem mudar o curso das doenças e impactar na qualidade de vida das pessoas. TEMA 3 – OS MODELOS DE CUIDADOS DE CONDIÇÕES CRÔNICAS E SEUS FUNDAMENTOS Os estudos direcionados ao manejo das condições crônicas são recentes e isso se justifica pelo fato de as mudanças epidemiológicas que modificaram a demanda por serviços de saúde também serem recentes. A carga de doenças crônicas nos países desenvolvidos, associada ao seu tradicional hábito do desenvolvimento de pesquisas, levou os Estados Unidos a elaborar o primeiro modelo de cuidados ao crônicos no final da década de 1990, chamado de Chronic Care Model (CCM), por estudos liderados por Wagner. Esse modelo justificava-se por levantamentos que mostravam que metade da população americana vivia com algum tipo de condição crônica. Outra situação agravante na prestação de serviços de saúde nos Estados Unidos é o modelo voltado para eventos agudos, reativo, ou seja, somente é ativado quando o evento acontece, além de ser um sistema totalmente privado. 3.1 Modelo de cuidados crônicos (Chronic care model – CCM) O CCM está amparado em seis elementos fundamentais: a organização da atenção à saúde, o sistema de prestação de serviços, o suporte às decisões, o sistema de informação clínica, o autocuidado apoiado e os recursos da comunidade (Wagner, 2001). a. Organização do sistema de saúde: tem como objetivo uma mudança de visão de qualidade dentro do sistema, estimulando análises dos erros cometidos e dos pontos frágeis do sistema para identificá-los e modificá- los. Considerando a realidade brasileira, essa mudança significariauma alteração na cultura que temos do entendimento do que é a coisa pública. Nota-se uma construção mental coletiva de que o público é mal gerenciado, que o funcionário público não trabalha, e que as coisas públicas não funcionam. O interessante é que parece que aceitamos isso como uma verdade imutável. Os influenciadores da opinião pública, que são constituídos das classes média e alta, 9 simplesmente se afastam dos setores públicos, por meio da contratação de serviços privados na educação e na saúde, e não se envolvem nas discussões para as mudanças necessárias ao setor. A saúde pública se mantém como um serviço destinado aos pobres, tanto quanto o eram os serviços destinados aos indigentes. Somente a mudança dessa mentalidade social poderia levar a mudanças nos setores públicos essenciais, sobretudo na saúde e na educação. Especificamente no caso do CCM, foram implementadas estratégias em vários países que adotaram o modelo. Uma delas é o incentivo financeiro por metas de qualidade na atenção, como no sistema inglês. Naquele país, os profissionais recebem incentivos financeiros quando atingem metas propostas, como persuadir pessoas a parar de fumar, manter certo número de pessoas com a sua pressão arterial controlada, manter o maior número de diabéticos com bom controle de hemoglobina glicosilada. a. Sistema de prestação de serviços: o objetivo é assegurar a atenção à saúde com qualidade, mediante a clara definição de papéis de cada membro da equipe, criação de estratégias para ampliar a atenção com orientações aos usuários, como formação de grupos, atenção à distância, tudo com o objetivo maior de acompanhar as pessoas usuárias de acordo com a sua necessidade e compreensão, utilizando-se da tecnologia e dos melhores recursos disponíveis no sistema. b. Suporte às decisões: consiste na elaboração de protocolos, diretrizes clínicas baseadas em evidência, ferramentas de educação permanente que possam embasar os profissionais de saúde na tomada da decisão, rapidamente e de forma adequada e segura. Se o município dispõe de recursos e de tecnologia, essas informações podem estar disponíveis no sistema de informação clínica. O uso dessa ferramenta evitaria desperdício de recursos na atenção especializada porque diminuiria os encaminhamentos para tirar simples dúvidas que poderiam ser rapidamente apoiadas pelos protocolos ou pelos especialistas que apoiam a APS. Muitas vezes, pacientes são encaminhados ao ponto de atenção especializada porque seu médico da APS não tem permissão para pedir um determinado exame. Aquele paciente ficará numa fila de espera junto com outros pacientes com diversas necessidades. Se a gestão criasse um caminho para que 10 aquele exame fosse solicitado mediante regulação específica, sem entrar na fila de encaminhamentos da especialidade, a fila ficaria bem melhor qualificada. a. Sistema de informação clínica: é fundamental um bom sistema de informação de modo a permitir uma boa comunicação da rede de atenção à saúde com a atenção primária à saúde. A falta de comunicação entre os diversos pontos da rede prejudica a atenção além de desperdiçar recursos em saúde. O sistema de prontuário eletrônico interligado na rede SUS seria fundamental para o bom andamento e resolubilidade. Todos os profissionais de saúde que atendem o paciente deveriam ter acesso ao prontuário e entendimento das necessidades de saúde que motivam as suas consultas. b. O autocuidado apoiado: tem como objetivo estimular a participação das pessoas usuárias, portadoras de condições crônicas a se envolverem efetivamente na gestão da sua doença ou condição, participando da escolha de sua medicação, das ações que compõem seu tratamento, pactuando os horários melhores para as tomadas, e controlando os diversos fatores que interferem na estabilização da sua doença. Sabe-se que os usuários conhecem pouco sobre suas condições crônicas, sobretudo se elas se constituem em doenças. Um dos mais importantes passos para o que o usuário seja mais participativo no seu cuidado é a boa compreensão da sua doença. O usuário deve se empossar do seu papel na gestão da sua condição e ser cada vez mais ativo neste sentido. c. Os recursos da comunidade têm como objetivo levantar e mobilizar os recursos disponíveis na comunidade no sentido de auxiliar o cuidado das pessoas com condições crônicas. Há comunidades que dispõem de associações de diabéticos, de pessoas com Parkinson, associações de pessoas com deficiências. Outros recursos disponíveis, mas que algumas vezes precisam ser ativados são formados por igrejas, associações de moradores, que têm grande potencial para ser ativado em favor de doentes crônicos e de pessoas com condições crônicas diversas. Esses recursos poderiam ser disponibilizados por meio de cessão de espaços, pessoas que lideram grupos de idosos, adolescentes, que pudessem mobilizar grupos. 11 3.2 O modelo da pirâmide de riscos Este modelo foi elaborado por uma operadora de planos de saúde americana, para organizar a oferta de serviços aos seus usuários, porém foi tão bem-sucedido que foi posteriormente utilizado em países como Austrália, Canadá, Dinamarca, Estados Unidos, Nova Zelândia e Reino Unido. Consiste na estratificação de risco da pessoas portadoras de condições crônicas de acordo com a duração da condição, urgência da intervenção, tipos de serviços requeridos e capacidade de autocuidado apresentada pelo paciente. Esses critérios permitem a classificação dos pacientes em três níveis: a. Nível 1 – Portadores de condições crônicas leves: neste nível estão classificadas em torno de 70 a 80% dos pacientes. Este grupo se beneficia muito das estratégias de autocuidado apoiado e dos recursos disponíveis na comunidade e na sua rede social e familiar de apoio. Esses pacientes recebem apoio da equipe de saúde, mas mobilizam menos recursos do sistema de saúde. Os investimentos para esse estrato de risco devem ser nas tecnologias leves de atenção, formação de grupos de apoio, orientações frequentes e controles anuais com médico e enfermeiro. b. Nível 2 – Portadores de condições complexas: equivale a 20 a 30% de pessoas com condições complexas. Neste segmento existem aquelas pessoas que, apesar da complexidade de sua condição, têm boa compreensão do autocuidado e têm bom suporte social. Estes têm manejo melhor, podendo se beneficiar dos recursos utilizados no nível 1 acrescido das estratégias de gestão da condição de saúde. Estes pacientes requerem acompanhamento mais próximo da equipe de saúde e maior controle clinico. c. Nível 3 – Portadores de condições altamente complexas: equivale de 1 a 5% dos pacientes crônicos. São pessoas que apresentam casos severos e instáveis, com grande risco de descompensação. Como agravante, estes pacientes têm pouca capacidade de autocuidado. São pacientes que costumam ser internados com maior frequência, usuários de UTI e que necessitam de supervisão contínua das equipes de saúde, com acompanhamento médico frequente (Mendes, 2012). 12 Este sistema se fundamenta no alinhamento da atenção à saúde com as necessidades do usuário, de acordo com a sua classificação nos estratos de risco. Os serviços de saúde devem desenvolver tecnologias de cuidado, inclusive por meio de tecnologias novas, o e-cuidado. O uso de tecnologia deve ser uma ferramenta para o autocuidado, levando o paciente a uma constante reflexão sobre seu papel na estabilização da sua condição. Um exemplo do uso da tecnologia são os aplicativos de saúde e os portais de informações sobre saúde. Podem ser construídos em formato interativo, motivando o paciente a participar da construção das informações. A Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba lançou recentemente o programa “Escute seu coração” com o objetivo de chamar a atenção para as doenças crônicas que afetamo coração. Como componente deste programa foi elaborado um portal interativo que visa motivar as pessoas ao autocuidado e mudanças de hábitos de vida. 3.3 O modelo da determinação social da saúde Este modelo foi elaborado pelos pesquisadores Dalgrem e Whitehead, com base nas determinantes sociais em que os indivíduos estão distribuídos. A representação do modelo é em formato de um semicírculo com camadas concêntricas que vão posicionando as referências da estratificação. a. Camada 1: são consideradas a idade, sexo e fatores hereditários. Estas condições são permanentes, ou seja, não são passíveis de modificação, mas exercem grande poder no processo saúde e doença. b. Camada 2: são considerados os estilos de vida individuais, que também são denominados de determinantes proximais, como o padrão alimentar, hábitos de fumar, consumo de álcool, consumo de gordura, comportamento violento, comportamento sexual. Apesar de modificáveis, a relação dos determinantes proximais com outros fatores, não dependem exclusivamente da vontade do indivíduo realizar mudanças na sua vida, mas também dependem do grau de discernimento desenvolvido e do seu contexto de vida. Pessoas com pouca escolaridade tendem a serem mais suscetíveis à mídia do que aquelas que tem melhor nível de escolaridade e maior desenvolvimento crítico. c. Camada 3: redes sociais e comunitárias – valoriza a rede social de apoio a que as pessoas têm acesso, seu nível de envolvimento e amizade, sobretudo na fragilidade da doença. São resultados de construção de 13 relacionamentos saudáveis e produtivos, desenvolvimento de solidariedade e compromisso com o próximo. Destacam-se as redes familiares e comunitárias como maiores geradoras de suporte. d. Camada 4: Determinantes intermediários. Neste nível estão as condições de trabalho, acesso aos alimentos, acesso aos serviços públicos essenciais, infraestrutura urbana, condições de moradia. Os determinantes intermediários demonstram a vulnerabilidade a que estão submetidas grande parte da população e influenciam enormemente o manejo das condições crônicas. e. Camada 5: Determinantes distais – São as condições socioeconômicas, culturais e ambientais gerais. No olhar mais amplo do processo de saúde e doença, esta camada considera os resultados de políticas de acesso ao emprego, proteção ambiental e social das pessoas. São processos que dependem de políticas públicas que devem ser pautadas pela ética da equidade, inclusive com discriminação positiva, como é o caso das políticas de inclusão, e aquelas voltadas para as minorias mais vulneráveis como a população negra. Os modelos de manejo de condições crônicas descritos demonstraram-se efetivos em diversos países, porém todos têm certa limitação ao se depararem com populações de extrema vulnerabilidade. De toda forma, todos os componentes dos modelos têm similaridades, com ênfases diferentes. No que concerne ao Brasil, o pesquisador Eugenio Vilaça Mendes elaborou um modelo de atenção ao crônicos a ser aplicado no SUS. TEMA 4 – UM MODELO DE ATENÇAO ÀS CONDIÇOES CRÔNICAS ADAPTADO AO SUS COM APLICAÇÃO NA APS O Brasil está passando pela mesma transição epidemiológica do restante do mundo, porém a extensão do território e o tamanho da população nos fazem singulares no mundo. Por esse motivo, o SUS é muito admirado por todos os pesquisadores de sistemas públicos no mundo pelo desafio continental que representa. Ultrapassamos a fase das doenças transmissíveis e agora chegamos à fase das doenças crônicas. Nosso desafio é organizar os sistemas de saúde pública para uma resposta efetiva e proativa ao cidadão, porém dentro de seu eixo 14 doutrinário o SUS se baseia no princípio da equidade. Esse princípio requer a definição de prioridades, portanto, para todas as atuações no SUS, há que se definir quem são os primeiros, ou quem são os prioritários. Em um país que ainda apresenta grandes diferenças regionais e sociais, esse princípio é essencial. Pensando em um modelo para o cuidado das condições crônicas, um modelo para o SUS precisaria obedecer ao princípio da equidade. Nesse caso, o modelo melhor seria o Modelo de Pirâmide de Riscos (MPR), porém esse modelo não considera plenamente os determinantes sociais da saúde. Para isso, o modelo que melhor responderia seria o da Modelo de Determinação Social da Saúde (MDSS). Considerando esses aspectos, o pesquisador Eugenio Vilaça propõe um modelo misto, o qual compreende os princípios do CCM, com aspectos do MPR e da DSS, que é o Modelo de Atenção às Condições Crônicas (MACC) (Mendes, 2012). Neste modelo para o SUS, há cinco níveis de atuação, considerando os determinantes sociais e o risco da população, que vão estratificar a população. Para cada estrato, há um conjunto de ações prioritárias nos vários grupos de ações, como ações de promoção, prevenção ou ações mais enfáticas de recuperação e vigilância em saúde. Considerando a aplicação do MACC na APS, sobretudo nas equipes ESF, ao falarmos de população, deve ser entendida a população da área de abrangência de uma equipe ESF. Nível 1 do MACC: compreende a população total da área de abrangência da ESF. O foco principal são os determinantes sociais intermediários, somo condições de vida, trabalho, educação, moradia, infraestrutura, entre outros. Toda a população abrangida deve ser alvo de ações de promoção de saúde, ações educativas em saúde, buscando recursos da comunidade e sua parceria. O foco da promoção de saúde é o empoderamento do cidadão na busca dos seus direitos e no desenvolvimento da autonomia, na busca por melhores condições de vida e saúde. Nível 2 do MACC: a partir deste nível, há uma seleção de risco entre a população geral. Seleciona-se a subpopulação com riscos ligados aos estilos de vida e a outros fatores. O foco é a prevenção, tanto dos agravos das doenças quanto da ocorrência de agravos. Consideram-se neste momento todos os níveis de prevenção, iniciando-se pela prevenção primordial (ação antes que o indivíduo faça contato com os fatores de 15 risco). Nesse aspecto, as ações educativas visando à prevenção podem ser feitas em escolas, grupos comunitários, no contato individual, com foco na prevenção de doenças cardiovasculares, na prevenção de queda em idosos, gravidez na adolescência. Outras estratégias de prevenção individuais ou coletivas podem ser usadas. O objetivo é levar o cidadão ao autocuidado. Nível 3 do MACC: seleciona a subpopulação com determinantes sociais e individuais de risco, porém com condição crônica simples ou de baixo risco. Conforme os estudos já demonstraram, 70 a 80% das condições crônicas encontram-se nesta subpopulação. As intervenções neste estrato são voltadas para a clínica individual (embora todas as populações se beneficiem das estratégias de promoção e prevenção). Neste nível, aplica- se na prática o manejo descrito no Nível 2 do Modelo de pirâmide de riscos (MPR). Nível 4 do MACC: seleciona a subpopulação com condição crônica complexa, que corresponde a até 30% da população, considerando os agravantes dos determinantes sociais. O manejo é semelhante ao nível 3 do MPR, com benefício de tecnologias de gestão de caso. Nível 5 do MACC: seleciona a subpopulação com condição crônica muito complexa, que corresponde à população de no máximo 5% da população. Essas condições são manejadas pelos vários pontos da rede de atenção. Geralmente, são muito custosas aos sistemas de saúde por requererem manejos agressivos de internação, exames de alto custo e cirurgias específicas. Relembro que apesar de este paciente sair em diversos momentos do nível primário de atenção por força de suas necessidades, a coordenação do caso permanece na APS. É interessante haver um gestor específico desses casos graves, de preferência um membro da equipe multiprofissional, não necessariamenteo médico. Esse gestor poderá ser o porta-voz do caso em momentos em que se necessite de informações em outros níveis de atenção, explicar ao paciente os procedimentos ou intervenções que vai ser realizada e, assim, apoiá-lo em diversas situações. A OMS considera três âmbitos de ação que devem ser incorporados aos modelos de manejo das condições crônicas com qualidade. São eles: a) macropolíticas: trata-se de políticas que regulam os sistemas de saúde, suas diretrizes prioritárias e tecnologias incorporadas; b) mesopolíticas: compreendem 16 as organizações de saúde e a comunidade, a forma como se relacionam e se articulam; c) micropolíticas: refere-se à interação entres as equipes de saúde e as pessoas usuárias, entendendo que esta relação é terapêutica em si mesma. A integração entre esses três níveis é essencial para o sucesso de modelos de gestão em saúde. Na análise realizada do MAAC considerando estes três âmbitos, entende-se como um modelo adequado à gestão de condições crônicas na APS. TEMA 5 – O AUTOCUIDADO APOIADO O autocuidado apoiado é uma tecnologia leve e efetiva para o manejo de condições crônicas. Na verdade, essa tecnologia atende aos preceitos da promoção de saúde que incentiva a autonomia e a proatividade da pessoa usuária na condução de sua saúde e qualidade de vida. Porém, a sua implementação não exime as equipes de saúde do cuidado, mas, ao contrário, entra no contexto de apoio, ofertando os instrumentos para que a pessoa se aproprie cada vez mais de seu saúde e cuidado. O que observamos é que a maioria das pessoas, por diversos motivos, não se responsabiliza pela sua saúde. Essa situação causa frustração nas equipes por entender que seu trabalho é desperdiçado, tanto quanto os outros recursos investidos, porém, para que uma tecnologia seja implantada, as equipes devem entendê-la e de forma completa e aplicá-la segundo a sua proposta. Um princípio importante quanto às doenças crônicas, está na compreensão de que as pessoas convivem com as suas condições há muito tempo e de alguma forma aprenderam a conviver com elas. As intervenções das equipes de saúde são pontuais e não têm representatividade significativa para promover mudanças. As pessoas são apegadas aos seus velhos hábitos e vão permanecer neles até que se sintam motivadas a fazer mudanças. Além disso, há os fatores que funcionam como barreiras importantes independentes da decisão do cidadão. Por exemplo, falamos para as pessoas caminharem, mas se o único momento que ela teria disponível seria à noite, mas ela mora num local perigoso, pouco iluminado, com ruas esburacadas, como ela poderá fazer isso? A compreensão de uma pessoa com baixo grau de escolaridade sobre diabetes, ou sobre outra doença que ela não percebe os sintomas, é muito difícil. 17 Por esse motivo, cabe aos profissionais de saúde aplicar várias estratégias que possam encorajar as pessoas. A tecnologia do autocuidado apoiado é definida como a prestação de serviços educacionais e de intervenções de apoio para aumentar a confiança e as habilidades das pessoas usuárias dos sistemas de atenção à saúde, em gerenciar seus problemas, o que inclui o monitoramento regular das condições de saúde, o estabelecimento de metas alcançadas e o suporte para a solução desses problemas [...]. (Institute of Medicine, 2003, citado por Mendes, 2012) A metodologia dos “5A” emprestada para avaliação das pessoas tabagistas pelo National Cancer Institute, em 1989, foi aplicada para nortear as ações do autocuidado apoiado. São eles: avaliação, aconselhamento, acordo, assistência e acompanhamento. Na avaliação, o profissional de saúde deve procurar compreender quais são as crenças que envolvem o entendimento do usuário sobre a sua condição, seus valores e também seu conhecimento prévio sobre sua saúde. Ainda é importante saber quais as suas motivações para mudanças, se de fato deseja mudar. É comum encontramos nesta fase alguns pacientes que resistem a tomar medicamentos porque acham que vão ficar dependentes da medicação se a tomarem diariamente. Quando avaliamos a condição inicial do paciente, podemos entender em que momento está a sua motivação para empreender mudanças no seu comportamento e a quantidade de apoio que conta para isso. O aconselhamento é um momento em que o profissional de saúde fornece informações sobre as vantagens da mudança do comportamento e sobre a doença em si. É muito importante lembrar que este é um momento importante de diálogo e não deve ser um momento de discurso, como se desse uma aula de fisiopatologia ao paciente. As pessoas não costumam guardar uma quantidade grande de informações, portanto, é melhor perguntar o que ela quer saber e ajudá- la aos poucos, em outros momentos de contato com o serviço de saúde. O acordo consiste em estabelecer as metas e pactos sobre o que se espera do paciente na sua atuação. Pode ser uma quantidade de peso a ser perdida, horários mais exequíveis para a medicação, iniciar uma atividade física. O que importa é se estabelecer um clima de confiança e estar aberto a repactuar aquilo que não foi atingido. A assistência consiste no compromisso da equipe em manter o cuidado, o apoio e principalmente não desistir quando o usuário não atingir as metas 18 esperadas. A equipe deve ajudar as pessoas a persistir na utilização de tecnologias de cuidado e de solução de problemas (Mendes, 2012). O acompanhamento consiste no monitoramento e apoio contínuo e consistente ao paciente em todo o seu trajeto dentro da tecnologia de autocuidado. Lembrar que se trata de condição de longa duração, que não trará resultados imediatos e, ainda, além de observar os constantes riscos de abandono e recaídas que os pacientes terão ao longo do percurso. As experiências com o autocuidado apoiado demonstram que as pessoas têm potencial para cuidarem de si mesmas. A OMS afirma que quando corretamente apoiadas pelas equipes de saúde, as pessoas desenvolvem habilidades e mudam os seus hábitos e o percurso de suas doenças. Tudo isso resulta em importantes ganhos para os serviços de saúde e qualidade de vida das pessoas. FINALIZANDO A carga de doenças crônicas no mundo todo repercute sobre os custos dos sistemas de saúde, mas o principal prejuízo é imputado nas vidas das pessoas. As consequências que doenças como diabetes impõem quando mal controladas são devastadoras no âmbito pessoal. Entre elas, estão a perda da visão, perda de membros, perda da função renal, aumento do número de infartos e de AVC. A maior dificuldade apontada pelos pesquisadores é a correta compreensão de todos os fatores que envolvem o manejo dessas condições que até o momento são encaradas apenas com o diagnóstico clínico, prescrição medicamentosa e uma série de condições restritivas. Os modelos de manejo de condições crônicas propõem alternativas de manejo que consideram diversos fatores, entre eles, os componentes gestores, os riscos e os determinantes sociais. De acordo com essas propostas, Mendes propôs um modelo para o SUS, que compreende os três modelos anteriormente estudados e adapta-os para a nossa realidade, selecionando as ações prioritárias para cada estrato. Estamos vivendo um importante momento para o desenvolvimento das tecnologias de suporte e autocuidado à população assistida pelo SUS. 19 LEITURA OBRIGATÓRIA Texto de abordagem teórica Leia o Capítulo 1, páginas 33 a 38, da publicação do CONASS. MENDES, E. V. O cuidado das condições crônicas na atenção primária à saúde. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2012. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cuidado_condicoes_atencao_primari a_saude.pdf>. Acesso em: 6 jun. 2018. Texto de abordagem prática Leia sobre o atendimento dos crônicos na Amazônia no artigo “Organização do cuidado às condições crônicas por equipes de Saúde daFamília”. GARNELO, L. et al. Organização do cuidado às condições crônicas por equipes de Saúde da Família. Saúde Debate, Rio de Janeiro, v. 38, n. especial, p. 158- 172, out. 2014. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/sdeb/v38nspe/0103- 1104-sdeb-38-spe-0158.pdf>. Acesso em: 6 jun. 2018. Saiba mais Veja um interessante vídeo sobre o manejo de condições crônicas no modelo proposto por Eugênio Vilaça, o MACC. Observe a experiência aplicada em uma pequena cidade de Santo Antônio do Monte em Minas Gerais. MODELO de atenção às condições crônicas – Parte 1. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=qCMV0xXLyEM>. Acesso em: 6 jun. 2018. 20 REFERÊNCIAS DUNCAN, B. B. e col. Medicina ambulatorial. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. MCWHINNEY, I. R.; FREEMAN, T. Manual de medicina de família e comunidade. Porto Alegre: Artmed, 2010. 472 p. MENDES, E. V. A construção social da atenção primária à saúde. Brasília: CONASS, 2015. _____. O cuidado das condições crônicas na atenção primária à saúde. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2012. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cuidado_condicoes_atencao_primari a_saude.pdf>. Acesso em: 6 jun. 2018. _____. As redes de atenção à saúde. Brasília: CONASS, 2011.
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