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DST MASCULINA Classificadas em 3 grandes grupos · Secreções uretrais · Lesões ulceradas · Lesões verrucosas CONSIDERAÇÕES INICIAIS · Grave problema médico, econômico e social. · Antigamente denominadas de doenças venéreas. · Penicilina causou impacto na década de 40 · AIDS causou impacto na década de 80 · Pobre notificação e ausência de dados fidedignos · Nem sempre são doenças de transmissão sexual exclusiva. Vide AIDS, sífilis e hepatite. · Uma doença facilita o aparecimento de outra. · Sempre abordar o parceiro. ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR clinico, pediatra, urologia, dermatologia. FATORES AGRAVANTES · Precocidade sexual · Falta de informações · Falta de higiene · Mudança de hábitos e costumes levando a pratica sexual não segura. · Pílulas anticoncepcionais – liberou a mulher e democratizou as relações sexuais · Drogas · Tratamento incorreto. SÍNDROMES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS · Úlceras genitais · Infecções epiteliais · Infecções por ectoparasitas · Infecções gastrointestinais · DST sistêmicas ULCERAS GENITAIS SÍFILIS · Treponema pallidum – bactéria · Bactéria espiroqueta · Aumento a partir da década de 60 · Classificação didática: · Primária: genital · Secundária: pele e mucosas · Tardia ou terciárias: sistêmica · Sífilis congênita SÍFILIS PRIMARIA · Surgimento do cancro duro e/ou linfoadenopatias regionais · Período de incubação: 15 a 21 dias · Em geral a lesão é única, indolor, ulcerada, com bordas duras em rampa e fundo limpo. · Evolui normalmente para cura espontânea. · Lesões beijantes: contaminação por contato SIFILIS SECUNDARIA · Em média 2 meses após o cancro duro · Roséola sifilítica · Lesões eritemato-pruriginosas podendo evoluir para formações papulares ricas do agente · Acometimento palmo-plantar · Lesões em mucosa oral · Condiloma plano · Alopecia · Madarose SÍFILIS TARDIA OU TERCIARIA · TEGUMENTAR: gomas, nódulos e sifílides tuberosas · 3 a 30 anos de evolução · CARDIOVASCULARES: aortite, aneurisma e insuficiência aórtica · NEUROLÓGICAS: tabes dorsalis (paciente rígido, na maca só encosta os pés e a nuca – retração posterior), atrofia do nervo óptico (fica duro) e meningite · EXTRA-TEGUMENTARES: oculares e ósseas SÍFILIS CONGÊNITA · É uma complicação · RECENTE: Rinite hemorrágica, placas mucosas eritemato-papulosas condiloma latum, fissuras anais e peri-orais radiadas, osteocondrite, microadenopatias e hepatoesplenomegalia. · TARDIA: Ceratite, coroidorretinite, gomas, aumento dos espaços articulares, surdez e neurossífilis. DIAGNÓSTICO BACTERIOLÓGICO · Direto: impregnação em prata · Campo escuro: condensador especial visualizando bactérias vivas · Imunofluorescencia direta SOROLOGIA · Alguma semanas depois do contato · Testes não treponemicos VDRL · Quantitativo e qualitativo · Testes treponemicos FTA-Abs (pesquisa da espiroqueta) e RPR · Testes de biologia molecular PCR DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL · Herpes simples (doi, sífilis não doi) · Cancro mole (fétido, sífilis não fede) · Linfogranuloma inguinal · Donovanose (raro) · Farmacodermias · Fissuras e ulceras traumáticas TRATAMENTO PENICILINA BENZATINA · 2,4 milhoes UI IM dose única · Se tardia ou terciaria: 2,4 milhões de UI IM semanalmente por 4 semanas Alternativas · Tetraciclina 500mg 4x ao dia · Doxiciclina 100mg 2X ao dia, por 14 dias CONTROLE DA CURA · Clinico e sorológico · VDRL QUANTITATIVO: 3,6 E 12 MESES após tratamento (para confirmar a cura) · Na gestação = VDRL mensal · Decréscimo de 4 títulos ou mais de sorologia inicial até 3 meses de tratamento · A TITULAÇÃO TEM QUE DIMINUIR EM 4 VEZES. · Desaparecimento de todas as lesões HERPES GENITAL · Mesmo comportamento da labial. · Vesículas, quando abaixam a resistência, se as vesículas estouram tem ardência e saram sozinhas. (irritado, vermelho, bolhas, estoura, doi) · Herpes simples vírus (HSV) tipo 2 (tipo 1 é labial e o tipo 3 é zoster) · Pode estar associado a glândulas e quadros de outras doencas. · Período de incubação indeterminado · Pródromos: prurido ou ardência na região genital · Lesão ativa: múltiplas vesículas sobre uma base eritematosa que ulcera e causa dor (ardência) · Recorrências: estresse, frio, sol em excesso e baixa resistência. · Na 1ª infecção pode haver mal-estar geral e adenomegalia dolorosa associada. DIAGNÓSTICO DIAGNÓSTICO LABORATORIAL · Pouca valia na atualidade, pois a pesquisa de anticorpos não específicos não discrimina quem tem contato com o vírus de quem desenvolve a doença. · Cito-diagnóstico TZANCK · Sorologia: IgG e IgM · Captura híbrida ou PCR DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL · Cancro duro, piodermites, cancro mole, exulcerações traumáticas, molusco contagioso. COMPLICAÇÕES · Infecções secundárias · Infecção congênita MOLUSCO CONTAGIOSO Diferencia do Herpes porque não são bolhas, são cistos sebáceos. Pode pensar em sífilis (porque é indolor) TRATAMENTO DO HERPES GENITAL Cuidados locais · Eliminação/prevenção de infecção secundaria. · Duvidosa eficácia do uso de medicamentos tópicos. DROGAS ANTIVIRAIS · Aciclovir*** · Primo-infecção = 200mg 5x dia, 7-10 dias · Recidiva = 800mg 2x dia, 5 dias · Fanciclovir · Primo-infecção: 250mg 3x dia, 5 dias · Recidiva: 125mg 2x dia, 5 dias · Valaciclovir NÃO CURA!! CANCROIDE INTRODUÇÃO · Sinônimos: CANCRO MOLE, ulcera mole, cancro de Ducreyi · Várias lesões, purulento (fétida), doi muito (ate com água) · Agente etiológico: Haemohillus ducreyi · Coexistência com sífilis e AIDS. · Periodo de incubação: 2 semanas · Pode ter linfoadenopatia (bubão) associada ou não. · Apresenta uma ou mais úlceras necróticas, dolorosas, não endurecidas na sua base, com fundo acinzentado ou purulento que sangra com facilidade. DIAGNOSTICO LABORATORIAL · Difícil · Necessita meios de cultura específicos, com baixa sensibilidade. DIAGNÓSTICO CLÍNICO ulceras genitais, fétidas, extremamente dolorosas, geralmente limpas. DIAGNOSTICO DIFERENCIAL Sífilis, herpes simples, linfogranuloma venéreo, donovanose, erosões traumáticas infectadas TRATAMENTO – CANCROIDE · Azitromcina 1g VO, dose única · Ciprofloxacino 500 mg 2x/dia, 7 dias · TIANFENICOL 5g VO dose única – melhor escolha (usado pouco em outras patologias) · Ceftriaxona 250mg IM dose única · Eritromicina 500 mg 4x/dia, 7 dias DONOVANOSE- RARO · Sinônimos: granuloma venéreo, granuloma tropical · Calymmatobacterium granulomatis · Rara · Período de incubação: 14 a 28 dias · Lesão papular única (ou múltipla), geralmente indolor, porém com prurido subcutâneo. Forma úlcera bem definida, purulenta, com crescimento lento, podendo sangrar. · Forma extra-genital é rara · Estágio inicial lembra muito sífilis. INFECÇÕES EPITELIAIS HPV · Papillomavírus humano · Mais de 70 subtipos · Nos genitais predominam: 6, 11, 16, 18, 31, 33, 53, 55 · 6 e 11: baixo risco · 16, 18, 31, 33, 53: alto risco · Existe associação com Ca de pênis e Ca de colo uterino (70%) CLINICA · Período de incubação · 3 meses a 8 meses para o condiloma · Depende da imunidade A lesão pode aparecer depois de 20 anos do contato. · Lesão clássica · VERRUGA GENITAL OU CONDILOMA ACUMINADO · Tumor de Bushke-Lowenstein · São lesão grandes e invasivas de comportamento semelhante ao carcinoma, com capacidade de malignização = CA verrucoso de pênis. · Podem existir lesões visíveis somente com colorações específicas · Uretra em 5% dos casos FORMAS DE TRANSMISSÃO · Comprovadamente SEXUAL · Fômites (roupas intima, toalhas) difícil comprovação. DIANÓSTICO CLÍNICO · Visualização das lesões ao olho nu · Visualização por meio de colorações: · Azul de toluidina (pouco usada) · Acido acético (5%) · Promove a coagulação das proteínas sugestivo de replicação viral PENISCOPIA (não é útil) · Exame para pesquisa de lesões subclínicas · Baixa especificidade · Alta sensibilidade · Uso de magnificação · Acido acético 5% · Lesões aceto brancas são biopsiadas DIAGNÓSTICO LABORATORIAL · Citohistológico: Alterações celulares características COILOCITOSE (característico do HPV) · Biologia molecular: Captura híbrida e PCR DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL· HIPERTROFIA DE GLÂNDULAS DE TYSON · CEC de pênis · Verrugas vulgares · Molusco Contagioso · Nevus · Papulose bowenóide · Condiloma plano luético VACINAS · Através de uma proteína de estruturas semelhantes auqela encontrada nos virions > vírus-like particles (VLP > L1 e L20) · VLP são de destituídas de DNA > segurança · Duas vacinas · BIVALENTE 16 e 18 · TETRAVALENTE 6,11,16,18 · Altamente eficazes contra os HPV que se destinam · Efetivas somente antes da exposição ao HPV · Via IM · 3 doses em 6 meses · Eficácia por aproximadamente 6 meses · Aplicada antes da iniciação sexual · Fabricação relativamente cara · Vacinação universal recomendada, do ponto de vista ético · Pode induzir a um comportamento sexual de alto risco · Não elimina o risco de câncer cervical uterino, outros subtipos · Protege também outros tipos de câncer onde o HPV é oncogênico (anorretais, orais e até de pele) TRATAMENTO DAS LESÕES · Cauterização elétrica · 5FU (5-fluorouracil) · Podofilina 25% · Podofilotoxina · Laser · ATA · Nitrogênio líquido · Exérese cirúrgica EVITAR RECIDIVAS · Evitar o uso de corticosteroides tópicos. · Imiquimod (pomada que mata vírus in vitro, mas não há exames para comprovar que o vírus está morto) · Imunoterapia · Interferon tópico O importante é melhorar a imunidade do paciente. Tratamos a lesão e não o vírus. CANDIDIASE · Cândida albicans · Balanite · Hiperemia generalizada com descamação esbranquiçada e discreto aspecto de granulação. Pode haver prurido e ardência. · Lugares quentes úmidos (vagina) DIAGNÓSTICO LABORATORIAL · Hifas ou esporos de cândida no exame a fresco · Cultura em meio de Sabouraud TRATAMENTO · Tópico: nistatina, clotrimazol, · Sistêmicos: · Cetoconazol 400 mg VO/dia, 05 dias · Fluconazol 150 mg VO dose única · Itraconazol 200 mg VO 12/12h, duas doses Sempre tratar a parceira URETRITE GONOCÓCICA · Sinônimos: gonorreia, brenorragia, gota matinal, pingadeira · Neisseria gonorrhoeae · Diplococo gram-negativo · Período de incubação: 3-10 dias · Prurido intra uretral e/ou disúria, seguidos de fluxo uretral espesso, muco-purulento, abundante e de cor amarelo-esverdeado. Complicações · Sistêmicas: artrite, oftalmia, faringite, retinite, sepse · Homens: prostatite, orquite, epididimite, balanopostite · É a principal causa de epididimite em adultos jovens DIAGNÓSTICO: · Bacterioscopia e cultura de secreção uretral= achado de leucócitos PMN e diplococos negativos · Meio= Thayer-Martin DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: · Uretrites não gonocócicas TRATAMENTO · Ciprofloxacino 500 mg VO dose única · Tianfenicol 2,5g VO dose única · Ceftriaxona 125mg IM, dose única · Deve incluir tratamento para clamídia, que é a uretrite pós-gonocócica URETRITE NÃO GONOCÓCICA · Patógenos frequentes: Chlamydia trachomatis e Ureaplasma urealyticum · Incubação de 1 a 5 semanas · Secreção uretral hialina, escassa, matinal · Disúria e prurido DIAGNÓSTICO LABORATORIAL · Bacteriológico: direto e cultura (Cara) · Coloração Giemsa · Imunofluorescência direta · Elisa · PCR, captura híbrida · Excluir gonocócica! TRATAMENTO · Doxiciclina · Azitromicina · Tianfenicol · Opções: eritromicina, tetraciclina LINFOGRANULOMA VENÉREO · Chlamydia trachomatis · Período de incubação: 3 a 30 dias · Caracterizada por úlcera genital fugaz, muitas vezes desaparecida e seguida de adenopatia unilateral inguinal, subaguda, dolorosa, recoberta por eritema · Pode evoluir para drenagem espontânea, com vários pontos de drenagem · Sinal de Greenblatt: envolvimento ganglionar bilateral DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Bacteriológico · Direto e cultura em meio de McCoy · Reação de Frel em desuso · Coloração Giemsa Sorologia · Imunofluorescência indireta · IgM e IgG · ELISA Técnica de biologia molecular: · Captura híbrida, PCR · Diagnóstico diferencial: · Cancro mole, sífilis, tuberculose ganglionar, linfoma de Hodgkin TRATAMENTO · Doxiciclina 100mg VO 2x/dia, 21 dias · Eritromicina 500mg VO 4x/dia, 21 dias · Sulfixazol 500mg VO 4x/dia, 21 dias · Tianfenicol: dose inicial de 2,5g VO e 500mg 3x/dia, 10-15 dias Todas essas DSTs podem ter associação com AIDS, HEP B, HEP C. RESUMÃO · QUANDO PENSAR EM DST NO HOMEM INVESTIGAR: 1. Tem verruga ou não tem verruga? TEM VERRUGA HPV (até que se prove o contrario) Obs.: Faz biopsia da verruga como terapia? NÃO. Posso fazer? Sim, em duas situações – lesões recorrentes ou quando o paciente quer o diagnostico anatomopatológico. HPV diagnóstico com biopsia. Tratar a lesão. Orientar a parceira. Vacina, na teoria, faz para o homem. 2. Tem ulcera ou não tem ulcera? 3. Tem secreção ou não tem secreção? TEM SECREÇÃO. Qual a cor? Amarela URETRITE GONOCÓCICA Hialina URETERITE NÃO GONOCÓCICA , pensar principalmente em clamídia. Tratamento azitromicina. · SIFILIS Lesão única, indolor, limpa (até que se prove ao contrário é sífilis). Tratamento: Penicilina. E acompanhar pelo VDRL quantitativo. Cancro mole geralmente mais de uma lesão, dolorida ao extremo, suja/ fétida. Tratamento: TIANFENICOL. · HERPES Lesão vermelhinha que coçam e ao estourar arde. Tratamento VO. Diagnóstico: IgM e IgG. Detalhe: volta sempre para o mesmo lugar. · CANDIDIASE Lesões ulceradas dificilmente formam bolhas e normalmente mudam de lugar. 1
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