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Seminároi 2 - CIT - Gabriela Guimarães Sousa

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MÓDULO: CONTROLE DA INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA 
 
SEMINÁRIO II – GABRIELA GUIMARÃES SOUSA 
 
 
QUESTÕES 
1. Quais as espécies de controle de constitucionalidade existentes no ordenamento 
jurídico brasileiro? Explicar as diferentes técnicas de interpretação adotadas pelo 
STF no controle de constitucionalidade (parcial com redução de texto, sem redução 
de texto, interpretação conforme à Constituição). Explicar a modulação de efeitos 
prescrita no art. 27 da Lei n. 9.868/99. Quais os impactos da atribuição de efeitos erga 
omnes ao recurso extraordinário repetitivos nos termos do CPC/15 sobre o controle 
de constitucionalidade? 
 
 As espécies de controle de constitucionalidade existentes no ordenamento 
jurídico brasileiro são divididas em relação ao momento em que ocorrem, em relação ao 
órgão controlador e em relação ao modo de exercício do controle jurisdicional. Desse 
modo, em relação ao momento, o controle de constitucionalidade poder ser preventivo ou 
repressivo. O primeiro ocorre a fim de impedir que determinada norma inconstitucional 
ingresse no ordenamento jurídico, assim, referido controle ocorre no âmbito legislativo. Já 
o controle repressivo, ocorre quando já há norma inconstitucional inserida no ordenamento 
jurídico, assim, ocorre o controle a fim de excluir a referida norma do ordenamento 
jurídico, portanto, a priori, referido controle ocorre na esfera judicial (de forma 
concentrada ou difusa), mas também pode ocorrer através do poder legislativo. 
 Em relação ao órgão controlador, o controle de constitucionalidade pode ser 
classificado como: controle político, controle jurídico ou controle misto. O controle 
político é aquele realizado por órgãos que possuem natureza política, como o Poder 
Legislativo e o Poder Executivo. Frisa-se que, no âmbito de referidos órgãos, deve existir 
 
 
 
um órgão criado especialmente para realizar o controle de constitucionalidade, com opor 
exemplo as Comissões Permanentes de Constituição e Justiça. O controle jurídico diz 
respeito ao judiciário, ou seja, ocorre quando o Poder Judiciário declara a 
inconstitucionalidade de normas que contrariam a Constituição Federal. Já o controle 
misto, ocorre quando certa norma se submete ao controle político cumulativamente ao 
controle jurídico. 
 Já em relação ao controle jurídico, existem dois modos de exercício, quais 
sejam, controle difuso e controle concentrado. O controle difuso é aquele que pode ser 
exercido por todos os membros do judiciário, em qualquer tipo de ação. Já o controle 
concentrado, ocorre com o ingresso de ações específicas a Tribunal de cúpula do Poder 
Judiciário ou a uma corte especial, é o caso da Ação Direita de Inconstitucionalidade 
(ADIN), da Ação Declaratório de Constitucionalidade (ADC), da Arguição de 
descumprimento de preceito fundamental (ADPF) e da Ação Direta de 
Inconstitucionalidade por Omissão (ADO), todas de competência do STF. 
 Existem diferentes técnicas de interpretação adotadas pelo STF no controle de 
constitucionalidade. A primeira delas seria a declaração de inconstitucionalidade parcial 
com redução de texto, que também pode ser chamada de declaração de 
inconstitucionalidade com pronúncia de nulidade, onde a declaração de 
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo é seguida da retirada de vigência de artigo, 
inciso, parágrafo ou parte dele. Ou seja, aqui ocorre a retirada de enunciado prescritivo da 
Lei, sendo que, a RMIT, por exemplo, deve ser interpretada e construída levando-se em 
consideração a retirada de vigência do enunciado. 
 Entretanto, nem sempre ocorre a redução de texto, é o caso da interpretação 
conforme a Constituição e da declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de 
texto. A interpretação conforme a Constituição ocorre quando uma mesma norma possui 
diferentes interpretações, ou seja, ela pressupõe uma norma plurissignificativa, sendo que, 
com o objetivo de preservar a norma no ordenamento jurídico, afasta-se as interpretações 
da norma que sejam inconstitucionais, e aplica-se apenas aquela que esteja em 
conformidade com a Constituição Federal. 
 
 
 
 
 Já na declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto, 
diferentemente da Interpretação Conforme, não há o afastamento de certas interpretações, 
mas sim a declaração de inconstitucionalidade de certa incidência da norma, ou seja, 
afasta-se a aplicação da norma a uma situação específica, sem, contudo, que haja a retirada 
de enunciado prescritivo do texto normativo. Ou seja, aqui ocorre o afastamento de certas 
hipóteses de incidência da norma, pois, caso contrário, incorreriam em 
inconstitucionalidade, sem que ocorra qualquer retirada de texto da norma. 
 Quando declarada a inconstitucionalidade de uma norma, a priori, os efeitos 
são ex tunc, ou seja, deve ocorrer a exclusão do ordenamento jurídico de qualquer ato 
praticado em consonância com a norma inconstitucional. Assim, a regra é de que a 
declaração de inconstitucionalidade de uma norma tenha efeito retroativo, parar eliminar 
do ordenamento jurídico todos os atos praticados com fundamento em referida norma. 
Entretanto, o artigo 27 da Lei 9.868/99, permite que o STF module os efeitos da declaração 
de inconstitucionalidade de uma norma. Ou seja, referido artigo permite que o STF 
restrinja referidos efeitos ou que decida que a eficácia ocorrerá a partir do trânsito em 
julgado ou de outro momento fixado, de forma contrária à regra de que os efeitos seriam ex 
tunc. 
 Importante ressaltar que, para que o STF module os efeitos da declaração de 
inconstitucionalidade de uma norma, deve atender aos requisitos dispostos no art. 27 da 
Lei 9.868/99. Assim, deve haver “razoes de segurança jurídica” ou “excepcional interesse 
social”, sendo que em ambos os casos existe o seguinte requisito cumulativo: “alcançada a 
maioria de dois terços dos membros”. 
 O efeito erga omnes atribuído ao recurso extraordinário repetitivo, nos termos 
do CPC/15 sobre o controle de constitucionalidade, tem a ver com o dever de todos 
(enquanto sujeitos passivos de relação jurídica) de suportar a incidência de uma Regra 
Matriz de Incidência Tributária, quando declarada constitucional. Da mesma forma, 
também tem a ver com o direito subjetivo de todos de não suportarem a incidência da 
RMIT, quando a mesma for julgada inconstitucional. Dessa forma, o que foi decidido em 
 
 
 
sede de Recurso Extraordinário vale para todos.1 
 
2. Os conceitos de controle concreto e abstrato de constitucionalidade podem ser 
equiparados aos conceitos de controle difuso e concentrado, respectivamente? Que 
espécie de controle de constitucionalidade o STF exerce ao analisar pretensão 
deduzida em reclamação (art. 102, I, “l”, da CF)? Concreto ou abstrato, difuso ou 
concentrado? 
 Entendo que os conceitos de controle concreto e abstrato de 
constitucionalidade não podem ser equiparados aos conceitos de controle difuso e 
concentrado, respectivamente, mesmo que, na maioria das vezes, o controle concreto 
ocorre de forma difusa e o controle abstrato de forma concentrada. 
O controle concreto é aquele realizado em cima de um caso específico, com 
partes específicas, onde há um direito subjetivo a ser protegido em que deve ser protegido 
frente às normas constitucionais, sendo que o controle de constitucionalidade ocorre de 
forma incidental, ou seja, não é o objeto principal da ação. Já, o controle abstrato é aquele 
realizado independentemente da existência de um caso concreto, onde não há partes 
formais e nem direito subjetivo a ser protegido, a declaração de inconstitucionalidade ou de 
constitucionalidade da norma é objeto principal da ação. 
Já os controles difuso e concentrado dizem respeito à competência de 
julgamento, ou seja, é classificação que tem a ver com o órgão que realizará o controle de 
constitucionalidade. Por controle difuso entende-se ser o controle quepoderá ser realizado 
por qualquer órgão/membro do Poder Judiciário, enquanto que o controle concentrado é 
aquele que poderá ser realizado apenas por um tribunal determinado, qual seja, o Supremo 
Tribunal Federal. 
 Feitas as distinções entre os conceitos, entendo que ao analisar pretensão 
deduzida em reclamação (art. 102, I, “l”, da CF), o STF exerce controle de 
constitucionalidade concentrado, tendo em vista que é o órgão competente para julgar a 
reclamação. Além de concentrado, exerce controle concreto, visto que tem por finalidade a 
 
1 LINS, Robson Maia. Controle de constitucionalidade da norma tributária. São Paulo: Quartier Latin, 2005, p. 
168. 
 
 
 
proteção de direito subjetivo do autor, qual seja, de ser aplicada a as decisões da suprema 
corte. 
 
3. Que significa afirmar que as sentenças produzidas em ADI e ADC possuem “efeito 
dúplice”? As decisões proferidas em ADI e ADC sempre vinculam os demais órgãos 
do Poder Executivo e Judiciário? E os órgãos do Poder Legislativo? O efeito 
vinculante da súmula referida no art. 103-A, da CF/88, introduzido pela EC n. 45/04, 
é o mesmo da ADIN? Justifique sua resposta. 
 Afirmar que as sentenças produzias em ADI e ADC possuem efeito dúplice é o 
mesmo que dizer que se uma norma é declarada constitucional, a ADIN deve ser 
improcedente, e, logicamente, a ADC é procedente. Da mesma forma, se a norma é 
proclamada inconstitucional, a ADIN deve ser procedente, enquanto que a ADC deve ser 
julgada improcedente. É o que prevê o art. 24 da Lei 9.868/99. 
 Sim, as decisões proferidas em ADI e ADC sempre vinculam os demais órgãos 
do Poder Executivo e Judiciário, é o que prevê expressamente o art. 102, §2º, da CF/88, e 
foi reproduzido pelo art. 28 da Lei 9.898/00. Entretanto, por não conter previsão 
constitucional, entendo que não há que se falar em vinculação em relação aos órgãos do 
Poder Legislativo. 
 Não, por mais que possuam como semelhança a vinculação aos mesmos 
órgãos, o efeito vinculante da súmula referida no art. 103-A, da CF/88 não é o mesmo da 
ADIN. Isso porque, como regra, a decisão da ADIN tem efeito ex tunc, ou seja, retroage à 
data anterior a sua publicação, enquanto que, no caso de referida súmula, por determinação 
expressa, a mesma possui efeito vinculante apenas a partir de sua publicação na imprensa 
oficial, ou seja, é ex nunc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. O STF tem a prerrogativa de rever seus posicionamentos ou também está 
inexoravelmente vinculado às decisões por ele produzidas em controle abstrato de 
constitucionalidade? Se determinada lei tributária, num dado momento histórico, é 
declarada constitucional em ADC, poderá, futuramente, após mudança substancial 
dos membros desse tribunal, ser declarada inconstitucional em ADI? É cabível a 
modulação de efeitos neste caso? Analisar a questão levando-se em conta os princípios 
da segurança jurídica, coisa julgada e as disposições do art. 927, § 3o, do CPC/15. 
 Conforme previsto no art. 102 da CF/88, a vinculação às decisões produzidas 
pelo STF vinculam os outros órgãos do Poder Judiciário e os órgãos do Poder Legislativo, 
sendo que o dispositivo nada dispõe sobre qualquer vinculação do STF às suas próprias 
decisões, não há disposição constitucional nesse sentido. Assim, entendo que o STF tem a 
possibilidade de rever seus posicionamentos, desde que a revisão seja bem fundamentada, 
pautada em nova interpretação baseada na evolução social e que os argumentos sejam 
diferentes daqueles que fundamentaram uma primeira decisão. 
 Entendo que se determinada lei tributária, num dado momento histórico, é 
declarada constitucional em ADC, poderá, futuramente, após mudança substancial dos 
membros desse tribunal, ser declarada inconstitucional em ADI. Isso porque, ao declarar 
uma lei é constitucional não significa dizer que não haverá mais nenhum fundamento ou 
interpretação que possa tornar a mesma lei inconstitucional, ou seja, não é possível uma 
declaração integral de constitucionalidade. Assim, penso que, em decorrência da mudança 
social, e desde que baseada em nova argumentação e fundamentação, poderá o STF, 
posteriormente, declarar a inconstitucionalidade de referida Lei. 
 Frisa-se que, a mudança de posicionamento acima disposta não é 
fundamentada na mudança dos membros do tribunal, isso pouco importa, mas sim em nova 
argumentação que que embase a declaração de inconstitucionalidade da Lei. 
 Dessa forma, entendo que é cabível a modulação de efeitos no presente caso, é 
o que prevê o art. 927, §3º do novo CPC. Referida modulação, que “foge” da regra da 
produção de efeitos ex tunc, tem com requisito que haja interesse social ou que haja razões 
de segurança jurídica, e ainda, que seja alcançada a maioria de dois terços dos membros do 
STF, nos moldes do art. 27 da Lei n. 9.868/99. Ainda, deve ser mencionada aqui que 
 
 
 
existem outros limites impostos pela Constituição Federal à produção de efeitos ex tunc, 
quais sejam: ato jurídico perfeito, direito adquirido e a coisa julgada. 
 
 
5. O art. 535, §5º, do CPC/15 prevê a possibilidade de desconstituição, por meio de 
impugnação ao cumprimento de sentença, de título executivo fundado em lei ou ato 
normativo declarados inconstitucionais pelo STF ou em aplicação ou interpretação 
tidas por incompatíveis com a Constituição Federal em controle concentrado ou 
difuso. Pergunta-se: (i) É necessário que a declaração de inconstitucionalidade seja 
anterior à formação do título executivo? E se for posterior, poderá ser alegada? Se 
sim, por qual meio? Há prazo para esta alegação? 
 Como dito em questão anterior, em regra, a declaração de inconstitucionalidade 
de uma norma tem efeito ex tunc, ou seja, o efeito é retroativo, para eliminar do 
ordenamento jurídico todos os atos praticados com fundamento em referida norma, mesmo 
que antes da declaração. Entretanto, referido efeito ex tunc pode ser limitado pelos casos 
de modulação de efeitos pelo STF, previstos no art. 27 da Lei n. 9.868/99, bem como pelos 
limites constitucionais materiais, quais sejam, direito adquirido, ato jurídico perfeito e 
coisa julgada. 
 No presente caso, estamos diante de um cumprimento de sentença em que o 
art. 535, §5º, do CPC/15 prevê a possibilidade de desconstituição, por meio de impugnação 
ao cumprimento de sentença, de título executivo fundado em lei ou ato normativo 
declarados inconstitucionais pelo STF ou em aplicação ou interpretação tidas por 
incompatíveis com a Constituição Federal em controle concentrado ou difuso. Por ser 
cumprimento de sentença, estamos diante de um título executivo judicial, ou seja, estamos 
diante da coisa julgada. 
 Assim, em se tratando de sentença transitada em julgado da qual não tenha 
decorrido dois anos, prazo para propor ação rescisória, entendo que não é necessária que a 
declaração de inconstitucionalidade seja anterior à formação do título executivo, ou seja, 
mesmo que posterior, é possível sua alegação, nos termos do art. 535, §5º, CPC/15. Nesse 
 
 
 
caso é preciso propor ação rescisória para desconstituir a coisa julgada, dentro do prazo 
decadencial de 2 anos, que se inicia com o trânsito em julgado da última decisão proferida 
no processo. 
 Entretanto, em se tratando de título executivo decorrente de sentença transitada 
em julgado da qual decorreram dois anos, encontra-se decaído o direito de propor ação 
rescisória, ou seja, a coisa julgada não poderá ser desfeita por qualquer meio. Assim, 
estamos diante de um limite “imutável” ao efeito ex tunc da declaração de 
inconstitucionalidade que tenha ocorrido posteriormente, a coisa julgada aqui impede que 
seja alegada a inconstitucionalidade para desconstituir o título executivo judicial. Nesse 
caso, só é possível alegar a inconstitucionalidade declarada anteriormente à constituição do 
título executivo judicial. 
 
6. Contribuinte ajuíza ação declaratória de inexistênciade relação jurídico-tributária 
que o obrigue em relação a tributo cuja lei instituidora seria, em seu sentir, 
inconstitucional (porque violadora do princípio da anterioridade). Paralelamente a 
isso, o STF, em ADIN, declara constitucional a mesma lei, fazendo-o, contudo, em 
relação a argumento diverso. Pergunta-se: 
 a) Como deve o juiz da ação declaratória agir: examinar o mérito da ação ou extingui-
la, sem julgamento de mérito (sem análise do direito material), por força dos efeitos erga 
omnes da decisão em controle de constitucionalidade abstrato? 
 Partindo da premissa de que o STF, ao declarar a constitucionalidade de uma lei, 
não está declarando que não haverá mais nenhum fundamento ou interpretação que possa 
tornar a mesma lei inconstitucional, concluo que, nesse caso, o juiz da ação declaratória 
deve examinar o mérito da ação. Entendo ainda, que se pautada em nova argumentação, 
diversa daquela fundamentação utilizada para declarar a constitucionalidade da lei, pode o 
Juiz julgar procedente a ação declaratória em questão. 
Ou seja, o efeito erga omnes da decisão em controle de constitucionalidade 
abstrato vincula os magistrados à decidirem em conformidade com referida decisão quando 
apresentados os mesmos fundamentos que levaram à declaração de constitucionalidade. Ou 
 
 
 
seja, caso o autor da ação declaratória apresentar os mesmos fundamentos utilizados na 
declaração de constitucionalidade da lei, deve o juiz julgar ação em conformidade com o 
que decidiu o STF na ADIN. 
 
 b) Se o STF tivesse se pronunciado sobre o mesmo argumento veiculado na ação 
declaratória (violação do princípio da anterioridade), qual solução se colocaria 
adequada? 
Se o STF tivesse se pronunciado sobre o mesmo argumento veiculado na ação 
declaratória (violação do princípio da anterioridade), ou seja, diante da não apresentação de 
fundamentação nova para embasar a inconstitucionalidade da Lei, deve o juiz julgar ação 
nos mesmos termos da decisão do STF. Conforme dito acima, diante de mesma 
fundamentação, já utilizada pelo STF para declarar uma lei constitucional, está o juiz 
vinculado à decisão da Suprema Corte, tendo em vista seu efeito erga omnes. 
 
c) Se a referida ação declaratória já tivesse sido definitivamente julgada, poder-se-ia 
falar em ação rescisória com base no julgamento do STF (art. 966 CPC/15)? Qual o 
termo inicial do prazo para ajuizamento da ação rescisória? E se o prazo para 
propositura dessa ação (2 anos) houver exaurido? Haveria alguma outra medida a ser 
adotada pelo Fisco objetivando desconstituir a coisa julgada, diante desse último 
cenário (exaurimento do prazo de 2 anos da ação rescisória)? Vide art. 505, I do 
CPC/15. 
 Sim, em conformidade com o art. 966, V, do CPC/15, e uma vez em que norma 
jurídica é a interpretação de enunciado, pode-se falar em ação rescisória com base no 
julgamento do STF, caso a ação declaratória já tivesse sido definitivamente julgada. O 
direito à ação rescisória é decadencial, sendo que o termo inicial do prazo (de dois anos) 
para o ajuizamento é o dia em que se transitar em julgado a última decisão proferida no 
processo da ação declaratória (art. 975, caput, CPC/15). 
 Decorrido dois anos da decisão transitada em julgado, não há que se falar em 
ação rescisória ou em qualquer outra medida que objetive desconstituir a coisa julgada, 
 
 
 
independentemente de ter o STF julgado a ADIN antes ou após exaurido o prazo de dois 
anos. Do contrário, estaríamos diante de um cenário em que não existiria de fato coisa 
julgada. 
 
7. Observados os mecanismos de controle de constitucionalidade existentes é possível 
admitir que atualmente consagram-se duas formas (meios) de provocação do 
Supremo Tribunal Federal para exercer o controle de constitucionalidade 
(concentrado e difuso), mas que a decisão proferida por esse órgão é dotada dos 
mesmos efeitos independentemente do meio de sua provocação (erga omnes)? 
 Sim, o STF pode ser provocado de duas formas para exercer o controle de 
constitucionalidade, tanto pelo controle difuso, quanto pelo controle concentrado. Pelo 
controle difuso, podemos citar a sua competência para julgar Recurso Extraordinário, e 
pelo controle concentrado, tem-se o exemplo da ação direta de inconstitucionalidade e da 
ação declaratória de constitucionalidade. No caso do controle concentrado, não há dúvidas 
de que a decisão proferida pela Suprema Corte tem efeito erga omnes. Entretanto, entendo 
que no caso de decisão de controle difuso exercido pelo STF, haverá efeito erga omnes nos 
casos em que há repercussão geral, em conformidade com o que prevê o art. 927, III, do 
CPC/15.

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