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PEÇA 6- HABEAS CORPUS 1 instancia

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUÍZ DE DIREITO DA SEGUNDA VARA DE APARECIDA DE GOIÂNIA DO ESTADO DE GOIÁS
 
 Autos n° 888888888
 Wilhans Nonato De Oliveira, brasileiro, solteiro, advogado inscrito na OAB sob o n. 88888, Priscila Gomes Arantes, brasileira, solteira, advogada inscrita na OAB sob o n. 77777, ambos com endereço profissional na Rua JC, n. 245 – Bairro Ipiranga – Goiânia /Goiás - CEP 74480700, vem respeitosamente perante V. Exa. , com fulcro nos art. 5º, inciso LXVIII da Constituição da República Federativa do Brasil, e art. 647 e seguintes do Código de Processo Penal, impetrar a presente ORDEM DE HABEAS CORPUS, em favor de Epílogo Da Silva, auxiliar de serviços gerais, brasileiro, casado, residente e domiciliado na Rua dos Anzóis, S/N Aparecida de Goiânia - CEP 78400780, que encontra - se preso em razão de constrangimento ilegal ocasionado pelo Diretor do estabelecimento Prisional de aparecida de Goiânia, aqui qualificada como autoridade coatora, pelas razões de fato e de direito abaixo aduzidas.
I – DOS FATOS
O Paciente foi preso em flagrante por ter, supostamente, praticado o delito previsto no art. 33 da Lei 11.343/2006 – Tráfico Ilícito de Drogas – na data de 22 de Fevereiro de 2016, o paciente encontra-se recolhido na Central de Triagem de Aparecida de Goiânia desde o dia 23/02/2016, por ter cometido Crime capitulado nos artigos 33 e 35 da Lei 11343/06.
Em 29/02/2016, a defesa do paciente interpôs Relaxamento de Prisão por ter sido esta completamente desamparada de legalidade por ausência de indício de autoria e prova da materialidade.
O pedido restou prejudicado, pois o magistrado reconheceu de ofício a necessidade de liberdade do paciente e concedeu-lhe a liberdade no próprio flagrante mediante pagamento de fiança de um salário mínimo. 
Em 01/03/2016 foi determinada a expedição do Alvará de soltura.
Em 02/03/2016 o paciente efetuou o pagamento da fiança.
Em 03/03/2016 o alvará foi encaminhado para a central de mandados para o devido cumprimento. 
Ao chegar na Central de Triagem de Aparecida de Goiânia para cumprimento do mandado, o Diretor daquele estabelecimento prisional negou o cumprimento do alvará, com a alegação de que existia outro mandado de prisão em desfavor do paciente na 2ª vara criminal da Comarca de Aparecida de Goiânia.
Alega a defesa do Paciente que inexiste este mandado de prisão relatado pelo Diretor do Centro de Triagem. De Aparecida de Goiânia
 Até a presente data, o paciente encontra-se recolhido no Presídio de aparecida de Goiânia mesmo sendo espedido o alvará de soltura, vale lembrar que o indiciado ficar preso sem o devido processo, legal ainda mais quando se tem o respectivo alvará de soltura caracteriza abuso de poder.
II – DO DIREITO
 Ocorre que, a autoridade do estabelecimento Prisional ofende ao princípio constitucional da presunção de inocência, do devido processo legal e da dignidade da pessoa humana, esqueceu-se de considerar que nosso Estado Democrático de Direito assegura ao cidadão brasileiro garantias elencadas no rol do art. 5º, como as dos incisos LIV e LVII, introduzindo em nosso ordenamento jurídico norma que vai de encontro a uma interpretação constitucionalista de nosso direito pátrio.
A Constituição da República previu, nos incisos citados, o princípio da presunção de inocência e do devido processo legal com o intuito de que somente após respeitadas normas processuais penais recepcionadas por nossa Carta Magna, o Indiciado pela prática de algum crime viesse a ser condenado para, com o provimento jurisdicional final – trânsito em julgado da sentença da sentença penal condenatória – cumprisse a pena aplicada ao caso concreto. Cumpridos tais requisitos, estaria então protegida a dignidade da Pessoa humana, além disso foi concedida ao Indiciado alvará de soltura, e o direito de liberdade do mesmo esta sendo violado, diante de uma suposta alegação de outro mandado de prisão em desfavor do paciente na 2ª vara criminal da Comarca de Aparecida de Goiânia, o que viola o principio da presunção de inocência do mesmo.
O fato de o mesmo estar preso por mais tempo que a lei determinar é objetivamente violência ou coação por ilegalidade ou abuso de poder, na passagem constitucional, o que retarda e muito a marcha processual, como muitos que ali se submetem a Constituição Federal estabelece, no art. 5º, LXXV, que o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença, garantindo a tal dever, caráter de direito fundamental do cidadão.
Existe Decisão monocrática Do seu Min. Celso de Mello:
Decisão monocrática do Min. Celso de Mello: "EMENTA: "HABEAS CORPUS". VEDAÇÃO LEGAL ABSOLUTA, EM CARÁTER APRIORÍSTICO, DA CONCESSÃO DE LIBERDADE PROVISÓRIA. LEI DE DROGAS (ART. 44). INCONSTITUCIONALIDADE. OFENSA AOS POSTULADOS CONSTITUCIONAIS DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA, DO "DUE PROCESS OF LAW", DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E DA PROPORCIONALIDADE. O SIGNIFICADO DO PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE, VISTO SOB A PERSPECTIVA DA "PROIBIÇÃO DO EXCESSO": FATOR DE CONTENÇÃO E CONFORMAÇÃO DA PRÓPRIA ATIVIDADE NORMATIVA DO ESTADO. PRECEDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: ADI 3.112/DF (ESTATUTO DO DESARMAMENTO, ART. 21). CARÁTER EXTRAORDINÁRIO DA PRIVAÇÃO CAUTELAR DA LIBERDADE INDIVIDUAL. NÃO SE DECRETA PRISÃO CAUTELAR, SEM QUE HAJA REAL NECESSIDADE DE SUA EFETIVAÇÃO, SOB PENA DE OFENSA AO "STATUS LIBERTATIS" DAQUELE QUE A SOFRE. EVASÃO DO DISTRITO DA CULPA: FATOR QUE, POR SI SÓ, NÃO AUTORIZA A PRISÃO PREVENTIVA. IRRELEVÂNCIA, PARA EFEITO DE CONTROLE DA LEGALIDADE DO DECRETO DE PRISÃO CAUTELAR, DE EVENTUAL REFORÇO DE ARGUMENTAÇÃO ACRESCIDO POR TRIBUNAIS DE JURISDIÇÃO SUPERIOR. PRECEDENTES. MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA. (STF - HC 96715-MC/SP - RELATOR: MIN. CELSO DE MELLO. DJE de 3.2.2009)
III – DO PEDIDO
Haja vista do exposto requer, seja concedida ao paciente ordem para:
Seja recebido o respectivo Habeas corpus, com suspensão da decisão do Diretor Prisional de Aparecida de Goiânia, em manter o mesmo preso resguardando o direito de ir e vir sem ferir seus direitos constitucionais, que seja mantido este pedido acima disposto com a concessão da ordem e consequente expedição com o competente alvará de soltura do paciente. Garantido ao Paciente a sua liberdade de locomoção, maiormente porque tamanha e patente, como ainda clara, a inexistência de elementos a justificar a manutenção do encarceramento.
 
Nestes termos,
Pedem deferimento
Aparecida de Goiânia, 29/05/2020. 
_________________________________________________
A D V O G A D O S
PRISCILA GOMES ARANTES OAB/GO nº 77777
ANA CAROLINA PAMPLONA OAB/GO nº 44444
MATEUS GARCIA DE OLIVEIRA OAB/GO nº 33333
WILHANS NONATO OAB/GO nº 88888

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