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HABEAS CORPUS COM PEDIDO LIMINAR

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAPÁ
URGENTE
RÉU PRESO
 
 
Paciente: Carlos Cantuária
Autoridade Coatora: _______ – Magistrado da 12ª Vara Criminal da Comarca de Macapá
 
 
ADVOGADO (....), brasileiro, solteiro, advogado, inscrito na OAB/.. sob o nº ...., com endereço profissional situado à Av. ...... nº ...., Sala ...., Bairro ..., Cidade ..., Estado..., CEP .........., onde receberá notificações, vem, com respeito e acatamento à presença de Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 647 e 648 do Código de Processo Penal e artigo 5º, inciso LXVIII da Constituição Federal, impetrar a presente ordem de …
HABEAS CORPUS REPRESSIVO COM PEDIDO DE LIMINAR
Em favor do paciente Carlos Cantuária, brasileiro, solteiro, portador da cédula de identidade nº ...., inscrito no CPF sob o nº ......, atualmente recolhido e segregado no INSTITUTO PENITENCIÁRIO DO AMAPÁ - IAPEN, contra decisão do Douto Magistrado da 12ª Vara Criminal de Macapá, (....), o que de logo é indigitado Autoridade Coatora, sendo fato de total ilegalidade:
DA ADMISSIBILIDADE DO PRESENTE REMÉDIO CONSTITUCIONAL:
É cabível o presente HABEAS CORPUS, pelo constrangimento ilegal a que resta submetido, nos termos do artigo 5.º, inciso LXVIII da Constituição da República Federativa do Brasil, combinado com o artigo 648, do Código de Processo Penal.
1). Dos Fatos
Carlos Cantuária encontra-se preso desde o dia 10 de novembro de 2018, no Instituto de Administração Penitenciaria (IAPEN) nesta Capital, em razão de prisão em flagrante e posteriormente convertida em prisão preventiva pelo juiz da plantonista da Audiência de Custódia sob o argumento de preservar a manutenção da ordem pública e garantia da aplicação da lei penal.
O pedido de revogação foi feito ao Excelentíssimo Juiz de Direito da 12ª VARA CRIMINAL DA DE MACAPÁ, apesar analisar minuciosamente acabou por indeferir o pedido ao argumento de que o crime de estelionato (art. 171,CP), se tratava de crime grave e repercutia negativamente na sociedade. E que estranhamente “corroborava com a ideia de que a mulher se encontrava em uma situação vexatória perante a sociedade em geral”. 
Vislumbrando-se tal injustiça, o impetrante não teve escolha a não se utilizar deste instrumento constitucional para perquirir a liberdade de seu cliente.
Esses são os fatos.
2)- DO DIREITO
O magistrado da 12º vara criminal da comarca de Macapá converteu a prisão em flagrante em prisão preventiva, alegando que o paciente seria responsável por causar uma situação vexatória a uma mulher. Porém, o crime de que foi acusado é o de estelionato, art. 171 do CPP.
O Art. 93, IX da CF dispõe um princípio muito importante para o judiciário, sendo ele a obrigatoriedade das fundamentações judiciais, conforme exposto abaixo:
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios:
IX - todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004).
Ao comparar o fundamento que mantém o paciente em cárcere com o crime de que é acusado, percebe-se que há uma violação do princípio mencionado anteriormente, visto que o crime em abstrato não condiz com a fundamentação do juízo.
Está falta ausência de fundamentação adequada torna a decisão nula, pois retira do acusado o direito de contraditório e ampla defesa devido, além de vários outros princípios constitucionais protegidos pela nossa carta magna.
Diante de tal erro, vislumbra-se que a ausência também de justa causa, pois não ficou evidenciado indícios de autoria e materialidade que o paciente é acusado, e tal requisito é essencial em uma persecução penal, conforme depreende-se do artigo abaixo:
Art. 648. A coação considerar-se-á ilegal:
I – quando não houver justa causa;
Assim sendo, nada mais justo que imediata da concessão de habeas corpus ao paciente, pois não tem mais sentido o prosseguimento de seu cárcere, após ter sido exposto todos os motivos que lhe garantem a liberdade.
3)- DO PEDIDO DE LIMINAR
A urgência da liberdade do paciente é de extrema importância, considerando o período de tempo em que já encontra em cárcere e todos os abalos que já sofreu. Assim sendo, a concessão da liberdade deve ser deferida liminarmente.
As decisões liminares baseiam-se em dois critérios: o periculum in mora e o fumus bonis iuris. O periculum in mora também conhecido como perigo da demora trata-se da urgência de se conceder o direito pleiteado ao requerente, sob o risco de não satisfazer a pretensão do indivíduo caso a demora seja excessiva.
Já o fumus bonis iuris também chamado de fumaça do bom direito, revela-se na verossimilhança do direito alegado, tendo em consideração que há indícios da probabilidade de ser real aquele direito informado.
Assim sendo, este presente instrumento constitucional merece prosperar, pois estão evidenciados os requisitos das cautelares, além do direito pleiteado ser extremamente sensível ao ordenamento jurídico, o qual sempre visa a liberdade do indivíduo em caso de dúvida.
4). DO PEDIDOS
Isto posto, o RELAXAMENTO desta prisão ILEGAL deve ser realizada imediatamente por este tribunal. Com base no art. 5º, inciso LXVIII da CF c/c com os artigos 647 e 648 do CPP:
1) A concessão de habeas com fundamento legal no artigo 647 do Código de Processo Penal, a fim de cessar a coação ilegal na sua liberdade de ir e vir;
2) A expedição do alvará de soltura, para que o paciente tenha o seu direito de liberdade assegurado, tendo em vista sua previsão na lei supra, qual seja a Constituição Federal. 
3) Caso vossa excelência não tem entenda desta forma, que aplique as medidas cautelares diversas da prisão, contidas no art. 319 do CPP.
Nesses Termos,
Pede e Espera Deferimento.
[Local], [dia] de [mês] de [ano].
[Assinatura do Advogado]
Nome do Advogado
[Número de Inscrição na OAB]

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