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A MULHER NO SISTEMA CARCERÁRIO
Taiane Farias Miranda *¹
1. Faculdade Luciano Feijão – Curso de Direito
taianeipu_07@hotmail.com
Palavras-chave: Sistema carcerário. Penitenciária. Mulheres. Código penal.
RESUMO
O presente trabalho busca analisar o sistema carcerário feminino, verificando as condições em que vivem as mulheres que cumprem pena em penitenciárias femininas. Sendo ainda abordado questões específicas aplicadas a mulher encarcerada, tais como a situação da gestante que necessita de cuidados médicos específicos, a relação afetiva e necessidade de convívio da mulher encarcerada e de seu recém-nascido, bem como um dos crimes que mais são cometidos por essas mulheres. Verificando com isso o que prevê a legislação brasileira quanto a estes aspectos. Vale ressaltar a importância do tema em questão, pois como é de conhecimento de todos o sistema carcerário brasileiro, como um todos, é bastante precário, sendo ainda mais difícil no caso das mulheres por possuírem necessidades mais específicas como na higiene pessoal, sendo assim de suma relevância buscar entender sobre a realidade destas mulheres.
INTRODUÇÃO
O crescente número de mulheres encarceras é um grande problema que vem sendo enfrentado no Brasil, e com tal crescimento existe a necessidade de criação de mais penitenciárias femininas capazes de proporcionar o mínimo de dignidade e direito a estas mulheres. Neste contexto temos que a realidade do nosso país nos mostra a situação crítica em que estas mulheres vivem, onde não possuem nem mesmo condições de higiene necessárias para sobreviver. 
No presente trabalho, serão apresentados alguns fatos históricos sobre a criação das penitenciárias femininas, as condições degradantes em que estas vivem, bem como pesquisas que comprovam que o número de mulheres em cárcere só vem aumentando em todo o país. Buscamos ainda verificar qual o crime mais cometido por estas mulheres e que medidas poderiam ser tomadas para amenizar tal situação. Dispomos ainda sobre a legislação penal que trata sobre a situação da carcerária gestante e o que a Lei prevê quanto ao direito de afetividade entre a mãe encarcerada e seu recém-nascido.
Portanto, a presente pesquisa tem por objetivo analisar o tema da mulher no sistema carcerário, as repercussões sociais e jurídicas que norteiam a situação em que estas mulheres se encontram, com a finalidade de entender mais sobre esse tema que é de suma importância.
METODOLOGIA
A presente pesquisa possui natureza básica, visto que analisa a questão do sistema carcerário feminino, realizando o aparato histórico e buscando verificar as medidas que veem sendo tomada pelo Brasil para garantir o mínimo de direito a essas mulheres encarceradas. Utiliza-se do método dialético, visto que considera possível os fatos serem relevados de maneira isolada, ou seja, será analisada a questão das penitenciárias femininas, as razões para o crescente número de mulheres em cárcere, bem como a condição legislativa da apenada gestante. O objetivo da pesquisa é explicativo, pois será discutida as medidas que legais que vem sendo aplicadas a situação destas mulheres. O procedimento utilizado na pesquisa é o bibliográfico, pois a pesquisa foi elaborada utilizando-se de materiais como livros e artigos, e documental, pois também foram utilizadas fontes de segunda mão, como as leis.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O poder judiciário Brasileiro tem o sistema carcerário como uma de suas ferramentas coercitivas utilizadas para punir aqueles que cometem atos tipificados como “crime” na Lei penal Brasileira. E cabe ao Código penal, Código processual penal e diversas outras Leis ordinárias que regulamentam tais atos que são considerados “crimes” no Brasil e que são puníveis por meio de sistema judiciário brasileiro. Ou seja, ao cometer um crime o acusado será processado e ao ser condenado, e sendo a ele aplicado o regime fechado para cumprimento da pena, será submetido ao sistema carcerário brasileiro. 
Queiroz (2015, p.063), trata sobre o histórico da implantação do sistema carcerário no Brasil, dispondo que as primeiras tentativas, no Brasil, para implantação de um sistema carcerário essencialmente feminino e sua codificação ocorreu na década de 30, porém, foi apenas em 1984 que foi aprovada a Lei nº 7210 de Execução Penal, que garantiu às mulheres direitos comuns a qualquer encarcerado, independente do sexo, como direito a alojamento próprio, em ambiente individual e salubre e adequado a sua condição pessoal. A maior conquista veio com as Leis de nº 12.121/09 e 11.942/09, que serão exploradas e utilizadas na realização desta tese. Muitos presídios destinados às mulheres foram elaborados de forma improvisada, sem levar em conta a questão do gênero feminino.
É de conhecimento de todos, e é um tema muito explorado por meio de trabalhos científicos e comumente podemos acompanhar por meio dos noticiários que o sistema carcerário brasileiro, para ambos os sexos, é bastante precário. Tais apenados vivem em uma situação muitas vezes degradante, sem o mínimo de higiene que se espera para um ser humano, condições falhas de fornecimento de saúde, prisões com superlotação, dentre outros problemas.
Quando se trata especialmente da situação das mulheres presas, percebe-se que além de sofrerem os mesmos problemas que os homens presos, há ainda uma carga muito grande de preconceito e machismo quanto ao exercício do que lhes é assegurado por lei. As mulheres do cárcere integram grupos de muita vulnerabilidade e exclusão social, antes mesmo de integrarem a vida prisional (Lima, 2006, p.14).
Em uma pesquisa realizada pelo Ministério da Justiça no ano de 2014, no intuito de analisar o crescimento do encarceramento feminino no Brasil, foram obtidos os seguintes resultados, vejamos:
No Brasil, observa-se um crescimento acelerado do encarceramento feminino que vem tirando da invisibilidade as questões colocadas pela prisão de mulheres. Enquanto a população prisional masculina cresceu 220,2%, entre os anos 2000 e 2014, o número de mulheres custodiadas no sistema penitenciário aumentou 567,4%, no mesmo período, alcançando 37.380 mulheres privadas de liberdade no país.
Diante deste cenário é necessário a adequação do sistema carcerário Brasileiro a realidade do crescente número de mulheres encarceradas no Brasil, devendo ser observada as particularidades de se ter uma “mulher” em cárcere, devendo ser garantido o mínimo de higiene e saúde necessários para uma mulher, bem como as questões específicas aplicadas as encarceradas que estão grávidas, portanto necessitam de cuidados médicos adequados, afinal esta carrega uma vida inocente, bem como verificar a situação destas mulheres quando necessitam amamentar. 
O vínculo com o filho nascido durante o encarceramento se constrói em conexão com a vivência simultânea da separação. Tanto pela expectativa da separação obrigatória findo o tempo permitido para a permanência da criança, quanto pela vivência de ameaça de separação a qualquer momento em razão de problemas disciplinares. Todas estas incertezas presentes e futuras estão envoltas em normas e procedimentos pouco claros, céleres e com grande margem de discricionariedade da administração penitenciária (VENTURA; SIMAS; LAROUZÉ, 2015).
A legislação brasileira tem regulamentado algumas destas questões aplicáveis as penitenciárias femininas no intuito de garantir o mínimo de respeito a tais particularidades femininas, dentre as regulamentações temos o artigo 5º, L, da CF dispõe que “às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação;”, bem como a Lei de execução penal brasileira dispõe em seu artigo 83, parágrafo segundo que “Os estabelecimentos penais destinados a mulheres serão dotados de berçário, onde as condenadas possam cuidar de seus filhos, inclusive amamentá-los, no mínimo, até 6 (seis) meses de idade.”. 
No Rio Grande do Sul, anteriormente aos anos 60, à maioria dos crimes praticados por mulheres faziam referência aos crimes passionais. Entre as décadas de 60 e 70 aspráticas delitivas se apresentavam de duas formas: a rebeldia e a delituosa. De um lado pelo repúdio a ideologias e militâncias não aceitas pelo poder maior do Estado. Do outro as práticas delituosas, sendo o crime de furto o mais praticado e responsável por apenar e encarcerar o sexo feminino. Do início dos anos 70 até 2008, ou seja, após três décadas, o tráfico de drogas surpreende e continua sendo o crime que superlota prisões. (MISCIASCI; NOVAES apud DUTRA, 2012, p. 6). Tal pesquisa demonstra que um dos crimes mais praticado por mulheres seria o tráfico de drogas ilícitas, e tal realidade, para alguns autores, seria decorrente de influências masculinas, bem como por estas não serem os principais alvos das ações policiais, nesse sentido, dipõe Miriã Claro de Araujo (2011, p.12).
A inserção da mulher no tráfico pode ocorrer de forma independente, porém, comumente ocorre por influência de uma figura masculina que pode ser pai, irmão, filho e, principalmente, namorado ou marido (SOUZA, 2009). O envolvimento da mulher em práticas ilícitas influenciadas por homens nos remete às representações sociais sobre a afetividade relacionadas às mulheres.
Segundo Vergara (1998, p. 30 apud SALMASSO, 2003, p.5) "[...] a mulher atua muito mais como coadjuvante, sendo que o protagonista nessa situação geralmente é do sexo masculino e sempre estão ligados por laços de afetividade, como irmãos, parceiros, parentes [...]".
Logo, a questão sendo analisada por esse contexto, poderíamos concluir que o combate ao tráfico de drogas teria como consequência a redução do número de mulheres encarceradas no Brasil.
CONCLUSÃO
Conforme o exposto, observa-se a grande importância no estudo do presente tema tendo em vista o crescente número de mulheres encarceradas no Brasil, bem como a cruel realidade em que estas mulheres são expostas, quanto aos aspectos de saúde, higiene e dignidade dentro dos sistemas carcerários brasileiros. Em conclusão podemos observar a necessidade de criação de mais penitenciárias para reduzir a superlotação das penitenciárias femininas que ainda não se adequaram ao crescente número de mulheres em cárcere. Tratamos ainda sobre a pesquisa realizada no Rio Grande do Sul que constatou como sendo o tráfico de drogas o crime mais cometido por mulheres, chegando a conclusão de que a criação de políticas públicas no combate ao tráfico ilícito de entorpecentes seria um mecanismo que poderia reduzir o número de mulheres em cárcere, bem como podemos analisar algumas das legislações brasileiras que se destinam a regulamentar a situação da carcerária gestante. Diante deste estudo podemos aprimorar o conhecimento sobre o presente tema, tendo como conclusão que existe uma enorme necessidade de melhorar as condições das penitenciárias femininas a fim de garantir o mínimo de dignidade.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Justiça. Departamento Penitenciário Nacional. Sistema Integrado de Informações Penitenciárias – InfoPen. Referência: 06/2014. Disponível em: <http://www. justica.gov.br/seus-direitos/politica-penal/transparencia-institucional/estatisticas-prisional/ relatorios-estatisticos-analiticos-do-sistema-prisional>. Acesso em: maio 2016.
QUEIROZ, Nana. Presos que menstruam. 1ª edição, Rio de Janeiro: Record, 2015.
LIMA, Marcia de. Da visita íntima à intimidade da visita: a mulher no sistema prisional. 2006. Dissertação (Mestrado em Saúde Materno Infantil) - Faculdade de Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2006.
VENTURA, M.; SIMAS, L.; LAROUZÉ, B. Maternidade atrás das grades: em busca da cidadania e da saúde. Um estudo sobre a legislação brasileira. Cad. Saúde Pública. Rio de Janeiro, v. 31, n. 3, p. 607-619, mar. 2015.
AGRADECIMENTO
Agradeço, primeiramente, a Deus, fonte de toda nossa fé e esperança. A minha família, que a todo momento me deram completo suporte emocional. Aos meus colegas de turma, pelo apoio e confiança. E por fim, ao meu orientador XXXXX pela eficiente orientação e dedicação na condução do presente trabalho.

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