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Teoria do Erro no Direito Penal

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Direito Penal Aplicado I
Aula 10 - Teoria do Erro
INTRODUÇÃO
Nesta aula, reconheceremos as Teorias acerca do Erro, bem como estabeleceremos seus conceitos. Para tanto,
analisaremos as espécies de Erro, conforme sejam essenciais ou acidentais, escusáveis ou inescusáveis. 
Ainda, distinguiremos Erro de Tipo e Erro de Proibição e seus efeitos jurídico-penais.
OBJETIVOS
Identi�car as espécies de Erro: essencial e acidental, vencível e invencível;
Reconhecer, diante das situações fáticas apresentadas, a incidência do Erro de Tipo ou Erro de Proibição e seus
consectários penais;
Analisar as descriminantes putativas e seus consectários penais.
CONCEITOS
Fonte da Imagem:Fonte da Imagem:
O erro ou falsa percepção da realidade acerca de uma conduta praticada poderá recair desde os elementos
constitutivos do tipo penal ou sobre a ilicitude da conduta praticada pelo agente. 
No primeiro caso, estamos diante do denominado Erro de Tipo. No segundo, Erro de Proibição.
COMO FAZER A DISTINÇÃO ENTRE OS ERROS?
Para que possamos identi�car a distinção entre eles, vamos considerar as seguintes narrativas:
Fonte da Imagem:Fonte da Imagem:
Narrativa 1Narrativa 1
Jonas, estudante de curso preparatório para concurso na área jurídica, ao sair da aula de revisão em um sábado, leva o
Código Penal de um colega de sala acreditando ser o seu. Nesse caso, a conduta de Jonas se encontra descrita na
�gura típica do furto, pois subtraiu coisa alheia móvel. Todavia, ele somente o levou pois acreditava ser o seu Código.
Aqui, a falsa percepção da realidade recaiu sobre elemento constitutivo do tipo penal, logo caracterizando o Erro de
Tipo.
Sobre a narrativa, veja os art. 20, caput, e 155, do Código Penal. 
Erro sobre elementos do tipoErro sobre elementos do tipo 
CP. art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime
culposo, se previsto em lei. 
CP. Furto 
Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Fonte da Imagem:Fonte da Imagem:
Narrativa 2Narrativa 2
Cláudio contratou com Nunes o serviço de conserto de quatro aparelhos de computador, sendo um notebook. Um mês
após concluído o trabalho, Nunes continua devendo a quantia de R$1.500,00 a Cláudio que decide ir à empresa de
Nunes, sem o conhecimento deste, buscar o notebook como forma de pagamento. Dessa forma, a conduta de Cláudio
encontra-se descrita no tipo penal de exercício arbitrário das próprias razões, tendo ele agido sob Erro de Proibição.
Sobre a narrativa, veja os art. 21 e 345, do Código Penal 
Erro sobre a ilicitude do fatoErro sobre a ilicitude do fato 
CP, art. 21 - O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se
evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. 
Exercício arbitrário das próprias razõesExercício arbitrário das próprias razões 
CP, art. 345 - Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o
permite: 
Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa, além da pena correspondente à violência.
AtençãoAtenção
, ERRO DE TIPO: Art. 20, CP 
ERRO DE PROIBIÇÃO: Art.21, CP 
Após identi�carmos as principais distinções entre Erro de Tipo e Erro de Proibição, identi�caremos suas características e
consequências jurídicas.
ERRO DE TIPO
ConceitoConceito 
No Erro de Tipo, a falsa percepção da realidade recai sobre elementos constitutivos do tipo penal.
EspéciesEspécies 
De acordo com a classi�cação do erro, suas consequências penais irão desde a exclusão da �gura dolosa até a
possibilidade de exclusão de responsabilidade penal. 
ERRO DE PROIBIÇÃO
ConceitosConceitos
Art.21, CP. O desconhecimento da lei é inescusável. 
O erro sobre a ilicitude do fato, se inevitável, isenta de pena; se evitável, poderá diminuí-la de um sexto a um terço. 
Parágrafo único - Considera-se evitável o erro se o agente atua ou se omite sem a consciência da ilicitude do fato,
quando lhe era possível, nas circunstâncias, ter ou atingir essa consciência.
Para �ns de exempli�cação, vejamos aPara �ns de exempli�cação, vejamos a
seguinte narrativa:seguinte narrativa:
ATENÇÃO: DESCRIMINANTES PUTATIVAS
As descriminantes putativas encontram-se previstas no art.20, §1º, do Código Penal, e o referido erro ocorre quando o
agente supõe, equivocadamente, estar agindo acobertado por uma causa excludente de ilicitude, ou seja, tem a falsa
percepção da realidade de que seu comportamento seja lícito.
Fonte da Imagem:Fonte da Imagem: Shutterstock
Para �ns de exempli�cação, vejamos trecho de questão formulada para o concurso de ingresso no Ministério Público
do Estado da Bahia, realizado em 2010, cujo gabarito o�cial versava sobre a caracterização das descriminantes
putativas fáticas:
Um dos temas mais delicados da dogmática criminal é o Erro. Vejamos, a propósito, o seguinte exemplo da nossa
jurisprudência:
“Inspetor de quarteirão que, supondo injusta agressão de“Inspetor de quarteirão que, supondo injusta agressão de
multidão que fugindo da polícia corria em sua direção, sacamultidão que fugindo da polícia corria em sua direção, saca
revólver e atira para o alto projetil que vem acertar menorrevólver e atira para o alto projetil que vem acertar menor
que se encontrava postado na sacada de apartamento,que se encontrava postado na sacada de apartamento,
provocando a sua morte.”provocando a sua morte.”
AtençãoAtenção
, Sobre o tema, vide o disposto no art.20, §1º, do Código Penal: 
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se
previsto em lei. 
Descriminantes putativas 
§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justi�cado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse,
tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa e o fato é punível como crime culposo. 
Importante destacar que, segundo a teoria limitada da culpabilidade, adotada pelo Código Penal, a natureza jurídica das
descriminantes putativas será analisada através dos seguintes requisitos:
Quando o erro recair sobre os pressupostos fáticos, será caracterizado como Erro de Tipo Permissivo;
Quando o erro recair sobre os limites autorizadores, há Erro de Proibição Indireto.
VEJAMOS AS ESPÉCIES E SUAS CONSEQUÊNCIAS:
Erro Essencial e AcidentalErro Essencial e Acidental
O Erro Essencial recai sobre elementos do tipo penal, enquanto o Erro Acidental recai sobre
dados acessórios do tipo penal (pessoa ou coisa) e, portanto, é irrelevante para �ns penais.
 
 
Suponhamos o indivíduo que furte uma bolsa de cosméticos por acreditar tratar-se de uma
bolsa contendo joias. Para a caracterização do delito de furto é irrelevante se tratam-se de
cosméticos ou joias. Logo, a responsabilização penal será inalterada.
 
 
Atenção: Podemos concluir que o Erro de Tipo Essencial sempre exclui o dolo.Atenção: Podemos concluir que o Erro de Tipo Essencial sempre exclui o dolo. 
 
Sobre o Erro Essencial, vejamos o disposto no art.20, caput, do Código Penal. 
 
Erro sobre elementos do tipoErro sobre elementos do tipo 
 
Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite
a punição por crime culposo, se previsto em lei.
Erro Escusável e InescusávelErro Escusável e Inescusável
Essa classi�cação tem relevância para que a conduta do agente seja responsabilizada a
título de culpa ou haja a exclusão da tipicidade penal. 
 
Vejamos a distinção entre Erro Vencível e Invencível. 
 
O erro será invencível ou escusávelerro será invencível ou escusável quando, apesar ter agido com os cuidados e atenção
exigíveis ao caso concreto, o agente atuar em erro. Esse erro afasta o dolo e a culpa e,
portanto, a conduta será considerada atípica. 
 
Por outro lado, quando o erro for vencível, evitável ou inescusávelerro for vencível, evitável ou inescusável, apenas será afastado o
dolo e a conduta será responsabilizada atítulo culposo se a �gura típica previr a modalidade
culposa. 
 
Suponhamos que Arnaldo, caminhoneiro, ao parar em um determinado posto de gasolina em
uma de suas viagens a trabalho conheça Ludmila, jovem morena e extremamente atraente e
contrate seus serviços de natureza sexual. Posteriormente, ele é surpreendido como
indiciado em um inquérito policial pela suposta prática de favorecimento da prostituição ou
de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável (art.218.B,
§2º, I, do Código Penal), crime hediondo.
 
 
Nesse caso, a possível tese defensiva de Arnaldo será a caracterização de Erro de Tipo, sob
o argumento de que acreditava que Ludmila, em decorrência de seus atributos físicos fosse
maior de 18 anos. Caso consideremos o Erro Vencível, ainda assim não subsistirá
responsabilização penal, haja vista a �gura típica não admitir a modalidade culposa. 
 
Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual
alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou de�ciência mental, não tem
o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la, impedir ou di�cultar que a
abandone. 
 
Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 10 (dez) anos. 
 
§ 2o Incorre nas mesmas penas: 
 
I - quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito)
e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita no caput deste artigo; 
 
Ainda, como espécies de Erro de Tipo podemos citar o Erro determinado por terceiroErro determinado por terceiro (art. 20,
§2º, Código Penal) e o Erro sobre a pessoaErro sobre a pessoa (art.20, §3º, Código Penal).
Erro determinado por terceiroErro determinado por terceiro
Essa forma de erro decorre da interferência de uma terceira pessoa capaz de fazer com que
o agente atue em erro. 
 
Suponhamos que um o�cial de justiça em cumprimento a um mandado de busca e
apreensão, ao tentar realizar a apreensão de um veículo automotor, seja empurrado e
xingado por alguém que acredite estar evitando um furto, pois seu vizinho, o “devedor”, pediu
sua ajuda para impedir que um ladrão levasse seu carro.
 
 
Nesse caso, o erro foi determinado por seu vizinho e, conforme dispõe o art. 20, §2º, do
Código Penal, sendo o erro invencível, somente será responsabilizado pelo delito de
resistência, o “devedor” que induziu o vizinho a erro. 
 
CP. art.20, § 2º, - Responde pelo crime o terceiro que determina o erro. 
 
CP. art. 329 - Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário
competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio: 
 
Pena - detenção, de dois meses a dois anos. 
 
§ 2º - As penas deste artigo são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.
Erro sobre a pessoaErro sobre a pessoa
No Erro sobre a pessoa, a falsa percepção da realidade recai sobre a pessoa contra a qual a
conduta do agente deva ser praticada e, nesse caso, conforme preceitua o disposto no
art.20, §3º, do Código Penal, deverão ser consideradas as características e condições da
pessoa cuja conduta visava atingir e não as da que realmente teve o bem jurídico lesionado. 
 
Para �ns de exempli�cação, vejamos questão de concurso para Analista Judiciário, TRF - 4ª
Região, aplicada em 2014, na qual o gabarito o�cial versava sobre a caracterização do Erro
sobre a pessoa: 
 
Com uma velha espingarda, o exímio atirador Caio matou seu próprio e amado pai Mélvio.
Confundiu-o de longe ao vê-lo sair sozinho da casa de seu odiado desafeto Tício, a quem
Caio realmente queria matar. Ao morrer, Mélvio vestia o peculiar blusão escarlate que, de
inopino, tomara emprestado de Tício, naquela tão gélida quanto límpida manhã de inverno. 
 
O instituto normativo mais precisamente aplicável ao caso é, doutrinariamente, conhecidoO instituto normativo mais precisamente aplicável ao caso é, doutrinariamente, conhecido
como:como: 
 
Atenção. Distinção entre Erro sobre a Pessoa e Erro de ExecuçãoAtenção. Distinção entre Erro sobre a Pessoa e Erro de Execução 
 
Interessante salientar que, pode o agente atuar com Erro de Execução, ou seja, o agente não
se equivoca em relação ao agente ao qual pretende lesionar algum bem jurídico. Todavia, ao
realizar os atos executórios para tal �m, atinge pessoa diversa da pretendida. Nesse caso,
por expressa determinação do art.73, do Código Penal aplicar-se-á o mesmo raciocínio
aplicável ao Erro sobre a pessoaErro sobre a pessoa. Tal erro é denominado pela doutrina de aberratio ictusaberratio ictus. 
 
Ainda, caso em decorrência do Erro de Execução, também seja atingida a vítima visada, será
responsabilizado pelos dois resultados (crimes) em decorrência da caracterização do
concurso formal de crimes, previsto no art.70, do Código Penal. 
 
Art. 73, CP. Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés
de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse
praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no §3º do art. 20 deste Código.
No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra
do art. 70 deste Código.
ATIVIDADES
1 - Leia a notícia transcrita abaixo e responda às questões formuladas: 
Pai confunde �lho sonâmbulo com ladrão e mata garotoPai confunde �lho sonâmbulo com ladrão e mata garoto
em Ferreiros, PEem Ferreiros, PE 
Comerciante acreditava que assaltante tinha invadindo a casa da famíliaComerciante acreditava que assaltante tinha invadindo a casa da família
Menino de 11 anos foi atingido por um tiro e não resistiu ao ferimento. Um comerciante matou o �lho de 11 anos,
acidentalmente, na madrugada desta quarta-feira (4), depois de confundi-lo com um assaltante no quintal de casa, na
cidade de Ferreiros, Mata Norte de Pernambuco. A família a�rmou à Polícia Civil que o garoto era sonâmbulo e os
parentes con�rmaram que ele tinha o hábito de acordar durante a noite. O menino foi atingido por um tiro no abdômen
disparado pelo pai, de 35 anos. Ele não resistiu ao ferimento e morreu. A família já havia sofrido outras tentativas de
assalto à residência. 
Ainda segundo a polícia, a mãe do garoto acordou por volta da 0h30 e ouviu barulhos vindos da cozinha de casa, que
passa por reformas e está sem porta. O pai dele levantou-se e pediu em voz alta para que a pessoa se identi�casse.
Como não obteve resposta, voltou ao quarto e pegou a arma de fogo. Já no quintal, o homem não conseguiu identi�car
a criança e, acreditando se tratar de um ladrão, efetuou um disparo com um revólver calibre 38. A arma estava com a
numeração correta, mas o comerciante não tinha o registro de posse. 
De acordo com o delegado Pedro Santana, o comerciante deve ser indiciado por homicídio culposo (quando não há
intenção de matar). “A família disse que a criança era sonâmbula, mas agora não será possível a�rmar, com certeza, o
sonambulismo. O principal é que ele não teve a intenção de matar o �lho, foi uma coisa fatídica. Ele não sabia nem em
quem estava atirando”, explicou, acrescentando que o crime pode ser enquadrado como legítima defesa putativa (onde
o suspeito imagina estar reagindo contra uma agressão que não existe). 
Conforme as investigações, após o pai efetuar o disparo, o garoto respondeu, se identi�cando. Ao perceber que se
tratava do �lho, o homem entrou em desespero e levou o garoto em um carro até uma unidade de saúde local, onde
foram realizados os primeiros socorros. Por causa da gravidade do ferimento, o menino precisou ser transferido para o
Hospital Municipal de Timbaúba, na mesma região, mas morreu no caminho. 
O comerciante foi detido e levado para a Delegacia de Nazaré da Mata, onde prestou depoimento. A mãe do garoto e
outros três vizinhos também foram ouvidos. A Delegacia de Ferreiros �cará responsável pelas investigações e o corpo
da criança foi levado para o Instituto de Medicina Legal (IML), no Recife. Ainda não há informações sobre o enterro.
Disponível em: http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2013/09/pai-confunde-�lho-sonambulo-com-ladrao-e-mata-http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2013/09/pai-confunde-�lho-sonambulo-com-ladrao-e-mata-garoto-em-ferreiros-pe.htmlgaroto-em-ferreiros-pe.html (glossário) (glossário)
a) Qual a espécie de erro aplicável?
Resposta Correta
2 - Motorista que, em estacionamento, se apodera de veículo pertencente a terceiro supondo-o seu, em decorrência de
absoluta semelhança entre os automóveis, incide em:
Erro na Execução
Erro de Proibição
Erro de Tipo
Crime Impossível
Erro determinado por terceiro
Justi�cativa
3 - (Concurso) Eslow, holandês e usuário de maconha, que nunca antes havia feito uma viagem internacional, veio ao
Brasil para a Copa do Mundo. Assistindo ao jogo Holanda x Brasil decidiu, diante da tensão, fumar um cigarro de
maconha nas arquibancadas do estádio. Imediatamente, os policiais militares de plantão o prenderam e o conduziram
à Delegacia de Polícia. Diante do Delegado de Polícia, Eslow, completamente assustado, a�rma que não sabia que no
Brasil a utilização de pequena quantidade de maconha era proibida, pois, no seu país, é um habito assistir a jogos de
futebol fumando maconha. Sobre a hipótese apresentada, assinale a opção que apresenta a principal tese defensiva.
Eslow está em Erro de Tipo Essencial Escusável, razão pela qual deve ser absolvido.
http://g1.globo.com/pernambuco/noticia/2013/09/pai-confunde-filho-sonambulo-com-ladrao-e-mata-garoto-em-ferreiros-pe.html
Eslow está em Erro de Proibição Direto Inevitável, razão pela qual deve ser isento de pena.
Eslow está em Erro de Tipo Permissivo Escusável, razão pela qual deve ser punido pelo crime culposo.
Eslow está em Erro de Proibição, que importa em crime impossível, razão pela qual deve ser absolvido.
Eslow não deverá ser responsabilizado criminalmente porque agiu sob obediência hierárquica.
Justi�cativa
4 - (Concursos) Jorge pretendia matar sua irmã, Ana, para passar a ser o único bene�ciário de herança que ambos
receberiam. No dia do crime, Jorge �ca à espreita enquanto Ana sai da garagem em seu carro. Ocorre que, naquele dia
não era Ana que estava ao volante, como ocorria diariamente, mas sim seu namorado. Ana se encontrava no banco do
carona. Jorge sabia que sua irmã sempre dirigia seu próprio carro e, assim, tinha certeza de que estaria mirando a
arma na direção de Ana, ainda que não conseguisse enxergar o interior do veículo devido aos vidros escuros. Jorge
atira no veículo, mas o projétil atinge o namorado de Ana, que vem a falecer. É correto a�rmar que Jorge praticou:
O crime de tentativa de homicídio doloso quali�cado contra Ana e de homicídio culposo contra o namorado de Ana.
Apenas um crime de homicídio doloso quali�cado, mas não incidirá na hipótese a circunstância agravante em razão de ser Ana
sua irmã, uma vez que foi o namorado desta última quem veio a falecer.
O crime de tentativa de homicídio doloso quali�cado contra Ana e de homicídio quali�cado contra o namorado de Ana.
Apenas um crime de homicídio doloso quali�cado, e a pena a ser aplicada ainda será agravada pelo fato de Ana ser sua irmã.
Apenas o crime de homicídio culposo contra o namorado de Ana.
Justi�cativa
Glossário
CONCURSO FORMAL DE CRIMES
Ocorre quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não; ou seja, há unidade de
conduta e pluralidade de resultados.
PERDÃO JUDICIAL
Causa excludente de punibilidade prevista no art. 107, IX, do Código Penal. Con�gura direito público subjetivo do réu de caráter
unilateral, no qual o Estado-juiz deixa de aplicar a pena em circunstâncias expressamente previstas em lei; ex. art.121, §5º e art.
129, §8º, CP.

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