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5 - Macroeconomia- renda e produto nacional

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Macroeconomia: renda e produto nacional
	A macroeconomia é a área da economia que analisa a determinação e o comportamento dos grandes agregados nacionais. Enquanto a microeconomia analisa o comportamento de consumidores e produtores em mercados específicos, a macroeconomia analisa a variação de preços, a determinação da renda e do produto em nível global do sistema econômico.
5.1 Renda, produto e demanda agregada 
	O objeto de estudo da macroeconomia é a determinação e o comportamento dos grandes agregados, tais como renda e produto nacional, nível geral de preços, emprego e desemprego, estoque de moeda e taxas de juros, balanço de pagamentos e taxa de câmbio. Ela ignora o comportamento de mercados individuais e específicos e trata o mercado de bens e serviços como um todo. O intuito é analisar os elementos que determinam o nível de produção, de emprego e o de preços em um país no curto prazo.
	Em uma sociedade, as famílias são os agentes econômicos proprietários dos fatores de produção. As empresas compram esses fatores de produção das famílias, combinam e os transformam em bens e serviços, que são vendidos às famílias. Temos, então, o fluxo da renda, representado pela figura a seguir.
5.2 Demanda agregada 
	Refere-se à soma da demanda de todos os agentes econômicos de uma sociedade. Ao falar em demanda agregada, estamos analisando a divisão do produto da sociedade por destino de consumo. Esse destino compreende os seguintes agentes econômicos: 
• Famílias: o destino do produto para o agente econômico família é o consumo; 
• Empresas: as empresas utilizam o produto na realização de investimentos. Os insumos para produção são bens intermediários e compõem os produtos finais de consumo ou de investimentos; 
• Governo: o governo, ou setor público, tem os gastos; 
• Setor externo: para o setor externo, o destino são as exportações. No entanto, utilizamos a expressão exportações líquidas para analisar a diferença entre o que é vendido e o que é comprado do exterior.
	A equação da demanda agregada tem, portanto, os seguintes componentes: 
 Demanda agregada = Consumo das famílias + Investimento das empresas + Gastos do governo + Exportações líquidas
5.2.1 Consumo das famílias
 O consumo das famílias é composto dos gastos em bens e serviços de consumo, tais como lazer, alimentação, vestuário, educação, imóveis, automóveis, entre outros. Os fatores que afetam o consumo das famílias são:
 Renda Nacional: divide-se em consumo e poupança. Quando a renda aumenta, parte é consumida e parte é poupada.
 Impostos diretos: a renda gerada na sociedade afeta diretamente o consumo das famílias. Devemos considerar a renda nacional disponível como a remuneração que as famílias utilizam para consumo ou poupança. Resumidamente, podemos considerar a renda nacional disponível como: Renda nacional disponível = Renda nacional - Impostos diretos 
O principal imposto direto é o Imposto de Renda. Portanto, quanto maior o nível de impostos diretos, menor tende a ser a renda disponível para o consumo.
 Taxa de juros: Quanto mais elevada a taxa de juros, menor tende a ser o consumo, tanto pelo efeito poupança quanto pelo efeito crédito. Se as famílias não possuem recursos para adquirir determinados bens, recorrem ao crédito, mas, se a taxa de juros está elevada, então o custo do crédito encarece e as pessoas desestimulam-se a realizar compras a prazo. No efeito poupança, se a taxa de juros está elevada, as pessoas sentem-se mais dispostas a abrir mão do consumo presente para obter um maior consumo futuro.
 Disponibilidade de crédito: está relacionada às facilidades existentes para aquisição de bens e serviços financiados. Quanto mais farta a disponibilidade de crédito e mais facilidades para o pagamento, maior tende a ser o consumo.
 Quantidade de parcelas 
 Acesso
 Estoque de riqueza: além da renda recebida pelas famílias, outro fator que pode influenciar o consumo é o estoque de riqueza. Dependendo do estoque de riqueza da sociedade, o consumo tende a ser maior ou menor. No entanto, se esse indivíduo for herdeiro de uma riqueza anterior a sua existência, seu consumo pode ser maior que a renda que ele recebe em vida.
5.2.2 Investimentos das empresas 
	Na Ciência Econômica, investimento é definido como o acréscimo ao estoque de capital que leva ao crescimento da capacidade produtiva (construções, máquinas, instalações). No curto prazo, são os gastos necessários para a ampliação da capacidade produtiva.
	Os fatores que afetam os investimentos são: 
 Taxa de rentabilidade esperada: 
 Retorno Quanto maior, mais interessante.
 Taxa de juros da economia:
 Custo do Capital Custo de empréstimo Investimento produtivo X financeiro Rentabilidade X Juros 
expectativas dos agentes: 
 Podem ser de ordem econômica, política, sociais. Projeções financeiras.
5.2.3 Gastos do governo 
	Os gastos do governo são os pagamentos aos indivíduos (empresas e pessoas) por serviços adquiridos e que farão parte daqueles que serão oferecidos pelo governo à população, como defesa, saúde, justiça, educação, estradas, parques, entre outros. Quando o governo aumenta seus gastos, está estimulando o crescimento da demanda agregada. Reduções nos gastos desestimulam a demanda agregada. 
5.2.4 Exportações líquidas 
	Exportações (X) são os bens e serviços que os países destinam ao exterior, isto é, que vendem para outros países. Importações (M) são compras de bens e serviços do exterior.
	O conceito de exportações líquidas está relacionado ao saldo que o país tem com o exterior. Espera-se que o saldo seja positivo (X>M, isto é, exportações maiores que importações) para que a demanda do setor externo resulte em expansão da demanda agregada.
 5.3 A curva da demanda agregada 
	O formato da curva mostra a existência de uma relação inversa entre o nível geral de preços e a demanda agregada de bens e serviços. Isso ocorre, principalmente, devido ao poder de compra das famílias. O nível geral de preços é uma média da variação dos preços na economia. Quanto maior a variação, menor o poder de compra da população. Quanto menor o nível geral de preços, maior o poder de compra. Portanto, a relação inversa entre demanda agregada e nível geral de preços reflete a redução de quantidades demandadas por empresas, famílias, governo e setor externo em função do poder de compra.
5.4 Demanda agregada e o multiplicador keynesiano
	 Na concepção keynesiana, o aumento de qualquer um dos componentes da demanda agregada resulta em uma expansão da renda nacional mais do que proporcional à variação inicial. É o multiplicador keynesiano.
 Aumento da demanda em qualquer componente DA= Aumento DA mais que proporcional.
 Afeta Consumo.
 Parte da renda Gerada é consumida; Parte é poupada - Propensão Marginal a Consumir.
	À primeira vista, pode parecer que o processo pode continuar infinitamente, mas tem um limite dado pela propensão marginal a poupar. A parcela de renda poupada não entra no mercado e, portanto, a cada ciclo o montante de consumo é menor. 
	Esse processo de expansão da renda com base em um aumento nos gastos é chamado de processo multiplicador, cujo determinante, independente do incentivo inicial, é o consumo das famílias estimulado pelo aumento inicial da renda.
5.5 Oferta agregada: o produto nacional 
	A oferta agregada, ou o produto nacional, é a soma da produção final de todos os bens e serviços em todos os setores da economia. Ao falar em setores da economia, estamos nos referindo aos setores primários, secundários e terciários. Também podemos considerar os setores econômicos da agropecuária (agricultura e pecuária), indústria, comércio e serviços. Portanto, para obter o produto nacional, somamos a produção de alimentos, a produção de vestuário, lazer, serviços odontológicos, automóveis, entre outros.
	Os fatores que afetam a oferta agregada são, basicamente, a capacidade instalada e o nível de emprego.
	Outros fatores que afetam a oferta agregada estão relacionados ao ambientede negócios: menos burocracia, menor carga tributária, infraestrutura logística e de produção adequada, entre outros.
	A oferta agregada é representada em relação ao nível de preços e mostra como a quantidade produzida pelas empresas aumenta à medida que o nível de preços se eleva.
	
	No trecho A da curva, existe desemprego de recursos. Em níveis baixos de produção, quando existe capacidade ociosa, a curva é horizontal e os empresários podem aumentar a quantidade ofertada sem aumentar os preços. 
	No trecho B da curva, ainda existem recursos desempregados, porém aumentar a produção resultará em custos extras: para aumentar a produção, é necessário aumentar também os preços. 
	No trecho C, há plena utilização da capacidade de produção: qualquer aumento da demanda agregada não se traduzirá em aumentos de oferta, e sim aumentará o nível de preços.
5.6 Equilíbrio entre oferta e demanda agregada: a renda nacional 
	A intersecção da demanda agregada com a oferta agregada corresponde ao equilíbrio da economia e determina o nível de renda nacional (Y).
	O equilíbrio da economia ocorre quando a demanda agregada e a oferta agregada são iguais, ou seja, não há excessos ou escassez de oferta ou de demanda.
	O equilíbrio entre oferta agregada e demanda agregada determina também o nível geral de preços da economia. Como a capacidade de produção é constante no curto prazo, a oferta agregada permanece fixa, ou seja, não há deslocamentos, apenas movimentos ao longo da curva. O que se altera no curto prazo é a demanda agregada, que provoca variações no nível de equilíbrio da renda ou produto nacional. Para tirar a economia de uma situação de desemprego no curto prazo, deve-se procurar elevar a demanda agregada. A política econômica é então utilizada para deslocar a demanda agregada, agindo sobre algum ou vários de seus componentes, conforme podemos observar:
	
	 Supondo que há um excesso de demanda agregada, ou insuficiência de oferta agregada, as empresas sofrem perdas nas vendas devido à falta de estoques. As empresas reagem a isso de três maneiras: 
1. podem aumentar a produção, utilizando de maneira mais produtiva os funcionários e os equipamentos já existentes, contratando trabalhadores adicionais ou aumentando o número de horas de trabalho. É o que denominamos ajuste de quantidade;
 2. podem aumentar seus preços para induzir as pessoas a diminuir sua demanda ao nível de produção existente. Esse é um ajuste de preço; 
3. podem adotar uma combinação das duas opções anteriores, ajustando a quantidade e o preço ao mesmo tempo. 	
	Se as empresas estiverem operando bem abaixo de sua plena capacidade, de modo que a produção possa ser expandida sem o aumento de seu custo unitário, então o ajuste de quantidade é apropriado. Por outro lado, se as empresas estiverem operando à plena capacidade, inviabilizando o aumento da produção, então ocorrerá ajuste de preço. E, se as empresas estiverem em um estágio intermediário, no qual o aumento da produção acarrete elevação do custo unitário, então tanto a produção quanto o preço devem ser aumentados.
5.7 Investimentos e expansão da renda nacional 
	Os investimentos das empresas fazem parte da demanda agregada e, ao mesmo tempo, afetam a oferta agregada. A relação com a oferta agregada baseia-se no fato de que esta depende da capacidade instalada na economia. Por sua vez, a capacidade instalada sofre expansões após a realização de investimentos produtivos pelas empresas.
 Componente da Demanda Agregada.
 Expandem a capacidade instalada. 
 Multiplicador Keynesiano de Investimentos.
5.8 O Produto Interno Bruto (PIB) 
	O Produto Interno Bruto (PIB) é a variável econômica que representa o equilíbrio entre a demanda agregada e oferta agregada. O PIB é o lado da produção (produto) e é a soma da produção realizada no território do país. Por isso, é a variável mais utilizada para referir-se à atividade econômica.
	É preciso lembrar que a renda de equilíbrio ocorre quando a oferta agregada é igual à demanda agregada. Sendo assim, o PIB representa a renda de equilíbrio. 
	Além do PIB, há o Produto Nacional Bruto (PNB), que seria a produção econômica realizada exclusivamente com fatores nacionais. Isso significa retirar do cálculo do PIB a parcela da produção realizada com fatores externos, isto é, por empresas multinacionais. No caso de países com muitas multinacionais estrangeiras instaladas em seu território, o PIB é maior do que o PNB.
	 A comparação internacional entre os países é realizada por meio do PIB. Portanto, essa é a variável mais conhecida quando se trata de atividade econômica.
	O Produto Interno Bruto (PIB) é a soma de todos os bens e serviços produzidos num determinado período, que normalmente é de um ano. Com esse indicador, é possível observar se a economia interna está crescendo ou diminuindo, por exemplo. Para calcular o PIB brasileiro, é levado em consideração tudo o que é produzido dentro de país, quer de empresas propriamente brasileiras ou de multinacionais operando dentro do território brasileiro.
5.9 Crescimento econômico 
	O crescimento econômico ocorre quando a variação na renda nacional é positiva, isto é, quando há aumento na demanda agregada e na oferta agregada. 
	Uma medida importante da taxa de crescimento econômico é a renda per capta, que é a relação entre renda nacional e total da população. Como a renda é resultante do equilíbrio entre DA e OA, também utilizamos a expressão produto per capta. 	Para que o produto per capta aumente, é necessário que a produção aumente mais do que a população, o que representa mais produtos disponíveis para consumo da população. Não significa que os indivíduos consumirão aquela quantidade de produto, pois isso depende da distribuição de renda, mas é uma medida de bem-estar do país.
O QUE É RENDA PER CAPITA? O termo é muito utilizado na área de economia e também de política, pois serve como medidor de desenvolvimento de um país. Renda per capita significa renda por cabeça – per capita é uma expressão do latim, que significa exatamente por cabeça. A renda per capita mede a renda de cada indivíduo dentro de uma determinada população, calculando uma média geral desse valor. É possível, portanto, medir a sua renda com relação ao seu país, ao seu estado e à sua cidade. 
5.10 Crises econômicas	
	O que ocorre se a demanda agregada contrair, em vez de expandir? Nesse caso, temos uma crise econômica, caracterizada pela redução da renda e, portanto, da produção. 
	Os fatores que podem causar redução na demanda e gerar crises são: 
• Aumento de carga tributária sobre a renda: quando há aumento dos impostos diretos, a renda disponível diminui e, consequentemente, o valor disponível para transações é menor. 
• Restrições de crédito: mudança na política econômica sobre uso do crédito, como redução das linhas disponíveis, restrições aos emprestadores, alto índice de endividamento, entre outros, reduzem a condição de aquisição de produtos financiados. 
• Expectativas pessimistas de empresários e consumidores retraem o consumo e os investimentos. 
• Aumento da taxa de juros: essa medida afeta tanto o consumo das famílias quanto os investimentos das empresas, impactando negativamente no multiplicador keynesiano. 
• Corte dos gastos públicos: em economias nas quais os gastos públicos têm peso considerável na demanda agregada, cortes mesmo pequenos impactam na renda de equilíbrio. 
• Crises no setor externo: nesse caso, o impacto sobre a demanda agregada é a redução das exportações. 
	Nesse caso, as famílias reduzem o consumo, impactando na demanda agregada. As empresas, por sua vez, ajustam sua produção para acomodar essa demanda agregada menor, implicando em redução da oferta. O resultado é uma renda de equilíbrio menor. A taxa de variação do produto nacional, e, portanto, da renda nacional, é negativa, indicando recessão.
	Tecnicamente, um país entra em recessão quando a taxa de variação da renda nacional é negativa em 2 trimestres consecutivos. Para sair da recessão, a renda nacional precisa voltar a crescerpor 2 semestres consecutivos.

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