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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE DISCIPLINA DE TEORIA ECONÔMICA II PROFESSORA JACQUELINE FRANCO Aluno: José Afranio Amaro de Lima Matrícula: 384051 RESUMO CAPÍTULO 3 - MANUAL DE ECONOMIA Teoria da Determinação da Renda Inicialmente é preciso diferenciar o conceito de renda e dispêndio. O primeiro mede o fluxo de pagamento dos fatores de produção, o segundo mede o fluxo dos gastos em bens e serviços de consumo e investimentos e a igualdade entre ambos equivale à renda nacional de equilíbrio. ➢ Oferta agregada, desemprego e nível geral de preços: As empresas tendem a aumentar a produção e/ou os preços quando há crescimento da demanda. Em uma situação de desemprego de fatores de produção, o produto pode aumentar em resposta ao acréscimo de fatores sem ocorrer variação nos preços. Já em uma situação de pleno emprego, não é mais possível ocorrer acréscimo de fatores de produção, o que aumenta são os preços gerando, assim, a inflação. Logo: 𝑌 (𝑟𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑛𝑜𝑚𝑛𝑎𝑙) = 𝑦 (𝑟𝑒𝑛𝑑𝑎 𝑟𝑒𝑎𝑙) . 𝑃 (𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑒ç𝑜𝑠). ➢ Demanda agregada: Dispêndios em bens e serviços de consumo (C), investimentos (I), despesas governamentais (G) e exportações (X). Na demanda nacional agregada (yd) desconsidera-se o montante total das importações (M). Logo: 𝑦𝑑 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + 𝑋 − 𝑀. ➢ Consumo nacional privado (C): Em uma economia simples, onde tudo que se produz é consumido, a renda de equilíbrio só é alcançada quando a produção programada pelos empresários for igual à intenção de consumo das famílias e a renda é o fator que mais influencia nisto. Logo: 𝐶 = 𝐶(𝑦) ou 𝐶 = 𝑎 (𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑚í𝑛𝑖𝑚𝑜) + 𝑏 (𝑃𝑟𝑜𝑝𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑀𝑎𝑟𝑔𝑖𝑛𝑎𝑙 𝑎 𝐶𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑟) 𝑦 Quando 𝑦 = 0, 𝐶 = 𝑎 pois, mesmo que a renda seja zero, é necessário um consumo mínimo para sobreviver. Quanto à Propensão Marginal a Consumir (PMC), trata-se da relação entre um acréscimo no consumo desejado em decorrência de um acréscimo na renda na forma a seguir: 𝑏 = 𝑎𝑐𝑟é𝑠𝑐𝑖𝑚𝑜 𝑛𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑜 𝑎𝑐𝑟é𝑠𝑐𝑖𝑚𝑜 𝑛𝑎 𝑟𝑒𝑛𝑑𝑎 ou 𝑏 = 𝐶 𝑦 ou 𝑏 = 𝐶2−𝐶1 𝑦2−𝑦1 O valor de b deve estar entre 0 e 1 para que seja sustentável um aumento de consumo. Além disso, esse valor é estável ao longo de um tempo. • Equilíbrio: O equilíbrio entre oferta agregada (y0) ou a renda nacional (y) e o dispêndio agregado (yd = C) ocorre da seguinte forma: (1) Condição de Equilíbrio..........𝑦 = 𝑦0 = 𝑦𝑑 = 𝐶 (2) Função Consumo...................𝐶 = 𝑎 + 𝑏𝑦 Substituindo (1) em (2), temos: 𝑦𝑒 = 1 1 − 𝑏 𝑎 𝐶𝑒 = 𝑎 + 𝑏𝑦𝑒 Uma renda menor que o equilíbrio é insuficiente para financiar um dispêndio menor que o equilíbrio. Da mesma forma que uma renda maior é excessiva para financiar um dispêndio maior. ➢ Investimento nacional privado (I) • Poupança (S): Parte da renda nacional não gasta em bens e serviços de consumo. Pode ser obtida a partir de: 𝑆 = 𝑦 − 𝐶 𝑆 = 𝑦 − (𝑎 + 𝑏𝑦) 𝑆 = 𝑎 + (1 − 𝑏) 𝑦 Onde (1 − 𝑏) é a Propensão Marginal a Poupar (PMS) e 𝑃𝑀𝐶 + 𝑃𝑀𝑆 = 1. • Investimento (I): parcela do produto nacional não consumida que dá a opção aos empresários de realizar empréstimos para saldar seus compromissos e financiar o estoque da produção não vendida. Se 𝐼 = 𝑆, alcança-se o equilíbrio. Caso optem por não investir, eles podem reduzir a produção do período seguinte ao nível de renda de equilíbrio até que os estoques se eliminem acarretando, assim, em uma redução no nível de renda e de poupança levando, então, novamente ao equilíbrio 𝐼 = 𝑆. Portanto, pode ocorrer de I e S programados não serem iguais, mas I e S realizados sempre serão. Investimento realizado não programado (In) = 𝐼𝑟 − 𝐼𝑝. • Equilíbrio: O equilíbrio mencionado ocorre da seguinte forma: (1) Condição de Equilíbrio..........𝑦 = 𝑦0 = 𝑦𝑑 = 𝐶 + 𝐼 (2) Função Consumo...................𝐶 = 𝑎 + 𝑏𝑦 Substituindo (1) em (2), temos: 𝑦𝑒 = 1 1 − 𝑏 (𝑎 + 𝐼) 𝐶𝑒 = 𝑎 + 𝑏𝑦𝑒 Ou, ainda: (1) Dispêndio agregado.........................𝑦 = 𝑦0 = 𝑦𝑑 = 𝐶 + 𝐼 (2) Renda nacional................................𝐶 = 𝑎 + 𝑏𝑦 (3) Equilíbrio da renda nacional...........𝑦 = 𝑦0 = 𝑦𝑑 ou 𝑆 = 𝐼 (4) Função poupança........................... 𝑆 = −𝑎 + (1 − 𝑏) 𝑦 Substituindo (4) em (2) e (2) e (1) em (3), temos: 𝑦𝑒 = 1 1 − 𝑏 (𝑎 + 𝐼) 𝑆𝑒 = −𝑎 + (1 − 𝑏) 𝑦𝑒 𝑆𝑒 = 𝐼 Uma renda menor que o equilíbrio é insuficiente para financiar um investimento de equilíbrio. Da mesma forma que uma renda maior é excessiva para financiar o mesmo investimento. • Multiplicador de investimento (k): número associado à variação dos investimentos que determina a magnitude de variação no nível da renda nacional. É obtido a partir de: 𝑘 = 1 1−𝑏 ou 1 1−𝑃𝑀𝐶 ou 1 𝑃𝑀𝑆 Onde, quanto menor a PMC ou maior a PMS, maior o multiplicador. • Paradoxo de parcimônia: Se as famílias resolvessem consumir menos e poupar mais e os empresários manter um nível de investimento constante, isso iria provocar a formação de estoques não desejados de modo que a sua eliminação reduziria a renda e, consequente, a poupança. ➢ Gastos do governo (G): despesas de investimento do governo como construir estradas, portos, esgotos, irrigação, parques, ruas, bibliotecas públicas etc. e que são, em sua maioria, financiados pela arrecadação de tributos (T). Aqui passamos a entender o conceito de renda disponível que é a renda que chega às mãos dos indivíduos após o pagamento dos tributos. Isso leva à revisão das funções: Função consumo: 𝐶 = 𝑎 + 𝑏 (𝑦 − 𝑇) Função Poupança: 𝑆 = −𝑎 + (1 𝑏)(𝑦 − 𝑇) • Equilíbrio: o equilíbrio ocorre da seguinte forma: (1) Dispêndio agregado.........................𝑦𝑑 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 (2) Renda nacional................................𝑦 = 𝐶 + 𝑆 + 𝑇 (3) Condição de equilíbrio....................𝑦 = 𝑦0 = 𝑦𝑑 ou 𝐼 + 𝐺 = 𝑆 + 𝑇 (4) Função poupança............................𝑆 = −𝑎 + (1 − 𝑏) (𝑦 − 𝑇) Substituindo a equação (4) na condição de equilíbrio, chegamos a: (5) 𝑦𝑒 = 1 1−𝑏 . (𝑎 − 𝑏𝑇 + 𝐼 + 𝐺) (6) 𝑆0 = −𝑎 + (1 − 𝑏) . (𝑦𝑒 − 𝑇) • Teorema do orçamento equilibrado: Sendo G uma injeção de renda e T um vazamento, na teoria ambos se anulam. Porém o efeito multiplicador de G aumenta mais a renda do que o multiplicador de T a reduz. Isolando-os da equação (5), temos: − 𝑏 1−𝑏 = multiplicador de T 𝑏 1−𝑏 = multiplicador de G O efeito líquido sobre o nível de renda pela soma dos multiplicadores é: 1 1 − 𝑏 + −𝑏 1 − 𝑏 • Composição do financiamento das inversões: A condição de equilíbrio pode assim ser reescrita: 𝐼 = 𝑆𝑒 + (𝑇 − 𝐺) Percebe-se que parte do investimento privado pode ser financiado pelo superávit do governo (𝑡 − 𝑔 > 0). No caso de déficit (𝑇 − 𝐺 > 0), os gastos governamentais poderão ser financiados pela poupança privada quando fixado o nível de investimento dos empresários. ➢ Demanda de exportação (X) e de importação (M): Dispêndios incluídos ao se abrir a economia para o comércio exterior considerando-se apenas o movimento líquido das exportações sobre as importações. X afeta a renda de forma positiva e M de forma negativa. • Equilíbrio: o equilíbrio ocorre da seguinte forma: (1) Dispêndio agregado.........................𝑦𝑑 = 𝐶 + 𝐼 + 𝐺 + (𝑋 − 𝑀) (2) Renda nacional................................𝑦 = 𝐶 + 𝑆 + 𝑇 (3) Condição de equilíbrio....................𝑦 = 𝑦0 = 𝑦𝑑 ou 𝑆 + 𝑇 = 𝐼 + 𝐺 + (𝑋 − 𝑀) (4) Função poupança............................𝑆 = −𝑎 + (1 − 𝑏) (𝑦 − 𝑇) Substituindo a equação (4) na condição de equilíbrio, chegamos a: 𝑦𝑒 = 1 1 − 𝑏 [𝑎 − 𝑏 . 𝑇 + 𝐼 + 𝐺 + (𝑋 − 𝑀)] 𝑆𝑒 = −𝑎 + (1 − 𝑏) (𝑦𝑒 − 𝑇) • Composição do financiamento das inversões: os investimentos privados também podem ser financiadospelo déficit do balanço das transações correntes (𝑀 − 𝑋 > 0). A condição de equilíbrio pode ser assim escrita: 𝐼 = 𝑆 + (𝑇 − 𝐺) + (𝑀 − 𝑋) O déficit também pode financiar os investimentos governamentais, ou seja: 𝐼 + 𝐺 = 𝑆 + 𝑇 + (𝑀 − 𝑋) Para que esse déficit seja pago, ocorre uma entrada de recursos por meio de investimento estrangeiro ou financiamentos privados ou governamentais a ser pago ao longo dos anos com uma tendência à acumulação de uma dívida externa elevada. ➢ Hiato inflacionário: montante pelo qual o dispêndio agregado excede a oferta agregada ao nível de pleno emprego. ➢ Hiato deflacionário: volume de dispêndio agregado que está abaixo da renda de pleno emprego. ➢ Política fiscal e nível de renda: no caso de hiato inflacionário, o governo pode tomar medidas para reduzir o dispêndio nacional como reduzir seus gastos, aumentar os tributos (diminuindo a renda disponível e o consumo), aumentar a tributação sobre a rentabilidade dos investimentos (com o intuito de desestimulá-los) ou sobre as exportações e importações. No casso de hiato deflacionário, as medidas seriam inversas. ➢ Suplemento • Função consumo: outros fatores podem influenciar na decisão de consumo dos indivíduos além da renda disponível, como: a) Taxa de juros: quanto maior a taxa, menor o consumo; b) Expectativas futuras de preços e renda: um aumento na expectativa de aumento futuro da renda influencia no aumento do consumo; c) Crédito ao consumidor: condições de crédito mais fáceis ao consumidor, estimulam o consumo; d) Distribuição de renda: uma distribuição de renda dos ricos para os mais pobres estimula o consumo destas; e) Estoque de bens financeiros: variações no valor do estoque dos ativos financeiros influenciam no nível de consumo dos seus proprietários. • Eficiência marginal do investimento (EMI): é a taxa de retorno esperada sobre um investimento. a) EMI para uma firma isolada: as empresas podem possuir diferentes programas de investimentos futuros com diferentes projetos e taxas de retorno. É interessante que ela realize aqueles projetos cuja EMI seja superior à taxa de juros do mercado (r). • EMI para todas as firmas em conjunto: a soma horizontal da EMI das firmas individuais equivale ao total dos investimentos privados (I) realizados às diversas taxas de juros de mercado (r).
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