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1 Co nh ec im en to s ES PE CÍ FI CO S I AERONÁUTICA Enfermagem Conhecimentos ESPECÍFICOS I 2.4.1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA 2.4.1.1 Suporte Básico de Vida. Suporte Avançado de Vida. Diretrizes para RCP. Triagem. Principais emergências médicas. .............................................................................................................. 1 2.4.2 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGIA 2.4.2.1 Influenza. Rubéola. Sarampo. Síndrome da Rubéola Congênita. Coqueluche. Difteria. Parotidite. Infecciosa. Poliomielite. Tétano Acidental. Tétano Neonatal. Varicela. Herpes Zoster. Botulismo. Cólera. Doenças Diarreicas Agudas. Febre Tifóide. Aids. Hepatites Virais. Sífilis Congênita. Sífilis em Gestantes. Hanseníase. Tuberculose. Tratamento Diretamente Observado da Tuberculose. Coleta de Material Biológico na Tuberculose. Leptospirose. Dengue. Febre Amarela. Antraz. Esquistossomose Mansônica. Doença de Chagas. Malária. Peste. Tracoma. Leishmaniose Tegumentar Americana. Leishmaniose Visceral. Febre Maculosa. Meningites. Raiva. Acidentes por Animais Peçonhentos e Assistência de Enfermagem. Rotavírus. Notificação Compulsória de Doenças. Portaria GM/MS nº 204/2016. ................................................................................................. 30 2.4.3 BIOSSEGURANÇA HOSPITALAR 2.4.3.1 Prevenção de Acidentes Hospitalares. Exposição à Material Biológico e Protocolos. Acidentes com materiais biológicos. Profilaxia pós exposição ao HIV. Controle de Infecção Hospitalar. Resíduos dos Serviços de Saúde. Norma Regulamentadora NR 32. ....................................................................................................... 85 2.4.4 PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS 2.4.4.1 Terapêutica medicamentosa. Noções de farmacoterapia. Farmacocinética. Farmacodinâmica. Principais Vias de Administração das Drogas. Drogas que atuam no sistema nervoso central, Autônomo, Cardiovascular, Digestório, Respiratório, Endócrino, Urinário. Cálculo e Diluição de Medicamentos. Interações Medicamentosas. Incompatibilidade entre Medicamentos. Antineoplásicos. Antimicrobianos. Drogas Vasoativas. Opióides. ......................................... 143 2.4.5 CONDUTAS DO TÉCNICO DE ENFERMAGEM NA SAÚDE MENTAL 2.4.5.1 Intervenções, sinais e sintomas. Afecções Neurológicas. Doença de Parkinson. Portaria Ministério da Saúde SAS nº 228, de 10 de maio de 2010. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Doença de Parkinson. Alzheimer. Esclerose Múltipla. ................................ 196 2.4.6 INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS 2.4.6.1 Gonorréia, Uretrites, Condiloma Acuminado, Linfogranuloma venéreo, Cancro mole (prevenção). ....................... 224 2.4.7 IMUNIZAÇÃO 2.4.7.1 Calendário Básico de Vacinação. Vacinas, acondicionamento. Cadeia de frio (conservação), dosagens, aplicação.............................................................. 233 2.4.8 DEONTOLOGIA 2.4.8.1 Ética: Princípios Básicos De Ética. Regulamentação do Exercício Profissional de Enfermagem e Relações Humanas. Conselho Regional de Enfermagem (Coren) - Código de Ética de Enfermagem – Lei nº. 7498 do exercício Profissional; Entidades de Classe. Parecer Câmara Técnica Coren- n°003/2017. .................................... 253 2.4.9 ANOTAÇÃO DE ENFERMAGEM 2.4.9.1 Aspectos Éticos legais; Prescrições de Enfermagem; Anotações de Enfermagem; Evolução de Enfermagem e Prontuário do Paciente. ............................................................................................................................................. 298 Apostila gerada especialmente para: Ana Carolina Vieira Rocha 041.498.382-32 2 Olá Concurseiro, tudo bem? Sabemos que estudar para concurso público não é tarefa fácil, mas acreditamos na sua dedicação e por isso elaboramos nossa apostila com todo cuidado e nos exatos termos do edital, para que você não estude assuntos desnecessários e nem perca tempo buscando conteúdos faltantes. Somando sua dedicação aos nossos cuidados, esperamos que você tenha uma ótima experiência de estudo e que consiga a tão almejada aprovação. Pensando em auxiliar seus estudos e aprimorar nosso material, disponibilizamos o e-mail professores@maxieduca.com.br para que possa mandar suas dúvidas, sugestões ou questionamentos sobre o conteúdo da apostila. Todos e-mails que chegam até nós, passam por uma triagem e são direcionados aos tutores da matéria em questão. Para o maior aproveitamento do Sistema de Atendimento ao Concurseiro (SAC) liste os seguintes itens: 01. Apostila (concurso e cargo); 02. Disciplina (matéria); 03. Número da página onde se encontra a dúvida; e 04. Qual a dúvida. Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhar em e-mails separados, pois facilita e agiliza o processo de envio para o tutor responsável, lembrando que teremos até cinco dias úteis para respondê-lo (a). Não esqueça de mandar um feedback e nos contar quando for aprovado! Bons estudos e conte sempre conosco! Apostila gerada especialmente para: Ana Carolina Vieira Rocha 041.498.382-32 1 SUPORTE BÁSICO E AVANÇADO DE VIDA - DIRETRIZES DE 20151 Suporte Básico de Vida Conforme Brunner & Suddarth, a parada cardiorrespiratória corresponde a uma interrupção súbita e inesperada da atividade mecânica ventricular útil e insuficiente para manter o débito cardíaco, ou seja, o coração para de produzir pulso e circulação sanguínea efetiva. Podendo ser causada por evento elétrico cardíaco como frequência rápida (Taquicardia ventricular ou fibrilação ventricular), frequência lenta (bradicardia ou bloqueio átrio ventricular) ou por ausência total de frequência (Assistolia). O suporte básico de vida (SBV) constitui como uma sequência de etapas do socorro à vítima em situação eminente de risco a vida, geralmente seu atendimento é realizado fora do ambiente hospitalar sem a realização de manobras invasivas, já o Suporte avançado de vida (SAV) em princípio é parecido, porém realizam-se procedimentos invasivos de suporte ventilatório e circulatório (FERREIRA; GARCIA). A realização de manobras executadas tanto no SBV como as de SAV requer uma equipe bem treinada, pois na parada cardiorrespiratória exige ações rápidas e eficazes, assim sendo melhor executadas em equipe do que individualmente (LIMA) É relevante que todo profissional de saúde saiba o que fazer quando se deparar com um paciente em uma parada cardiorrespiratória. Geralmente as instituições e equipes de saúde têm diretrizes e protocolos definidos para ativar a equipe em caso de ressuscitação, mas é claro que independentemente do local onde esteja às metas de ressuscitação realizadas pela equipe devem ser as mesmas, constituindo em restaurar espontaneamente a respiração e a circulação preservando as funções e os órgãos vitais durante todo o procedimento. É preciso definir e diferenciar o que vem a ser então uma situação de urgência ou emergência. Segundo o Conselho Federal de Medicina (Resolução CFM nº 1451/95), “define-se por urgência a ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou sem risco potencial de vida, cujo portador necessita de assistência médica imediata. ” Já o conceito de emergência é entendido como “a constatação médica de condições de agravo à saúde que impliquem em risco iminente de vida ou sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento médico imediato. ” De forma mais objetiva, a urgência é uma situação onde não existe risco imediato à vida (ou risco de morte). O atendimento requer rapidez, mas o paciente pode aguardar tratamento definitivo e solução em curto prazo (algumas literaturas se referem a um prazo de até 24 horas). A emergência geralmente implica estarmos diante de uma situação de aparecimento súbito e imprevisto, grave, crítica e que exige ação imediata, pois a ameaça à vida é grande. Como o próprio nome diz, o serviçode Atendimento Pré-hospitalar (APH) envolve todas as ações efetuadas com o paciente, antes da chegada dele ao ambiente hospitalar. Compreende, portanto, três etapas: 1. Assistência ao paciente na cena (no local da ocorrência); 2. Transporte do paciente até o hospital; 3. Chegada do paciente ao hospital. O APH divide-se, ainda, basicamente em duas modalidades de atendimento: - Suporte Básico à Vida (SBV): caracteriza-se por não realizar manobras invasivas. - Suporte Avançado à Vida (SAV): caracteriza-se pela realização de procedimentos invasivos de suporte ventilatório e circulatório, como, por exemplo, a intubação orotraqueal, acesso venoso e administração de medicamentos. Geralmente, o suporte avançado é prestado por equipe composta por médico e enfermeiro. O APH tem como objetivos específicos preservar as condições vitais e transportar a vítima sem causar traumas iatrogênicos durante sua abordagem, como, por exemplo, danos ocorridos durante manipulação e remoção inadequada (do interior de ferragens, escombros etc.). O socorrista deve ter como princípio 1 http://www.efdeportes.com/efd181/diretrizes-de-ressuscitacao-cardiopulmonar-rcp.htm 2.4.1 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM URGÊNCIA E EMERGÊNCIA 2.4.1.1 Suporte Básico de Vida. Suporte Avançado de Vida. Diretrizes para RCP. Triagem. Principais emergências médicas. Apostila gerada especialmente para: Ana Carolina Vieira Rocha 041.498.382-32 2 básico evitar o agravamento das lesões e procurar estabilizar as funções ventilatórias e hemodinâmicas do paciente. As condições essenciais para que esses objetivos sejam alcançados são: pessoal qualificado e devidamente treinado; veículos de transporte apropriados e equipados, sendo inclusive dotados de meio de comunicação direta com o centro que receberá a vítima e hospitais de referência estrategicamente localizados, com infraestrutura material e recursos humanos adequados. Uma atenção pré-hospitalar qualificada é de suma importância para que a vítima chegue viva ao hospital. Nos locais onde esse sistema é inadequado, a mortalidade hospitalar por trauma, por exemplo, é baixa, porque os pacientes graves morrem no local do acidente, ou durante o transporte. A prioridade de atendimento é determinada basicamente pela gravidade da vítima, ou seja, serão socorridas e atendidas primeiramente aquelas que se encontram sujeitas a maior risco de morte, pois o objetivo principal do primeiro socorro é a preservação da vida. O socorrista deverá seguir uma sequência padronizada e executar as medidas de socorro conforme for identificando as lesões da vítima RCP de Alta Qualidade A ênfase no Suporte Básico de Vida (BLS - Basic Life Suport) nas Diretrizes 2015 continua na qualidade da massagem cardíaca. Portanto, uma RCP de qualidade significa comprimir o tórax na frequência e profundidade adequadas, permitir o retorno do tórax a cada compressão, minimizar interrupções nas compressões e evitar ventilação excessiva. As novas recomendações ficaram descritas assim: - Houve modificação nas compressões torácicas, que agora devem ser feitas em uma frequência de 100 a 120 /min; - Também foi mudada a profundidade da compressão torácica em um adulto médio, que deve ser em torno de 5cm, evitando ultrapassar 6cm; - Para garantir o retorno do tórax após cada compressão o socorrista não deve apoiar-se no tórax entre as compressões; - A meta em termos de minimizar as interrupções é garantir que as compressões torácicas ocorram em ao menos 60% do tempo da RCP. Isso significa evitar interromper as compressões por mais de 10 segundos; - Para minimizar ventilações excessivas, uma vez colocada a via aérea avançada, a proporção de ventilações foi simplificada para 10 respirações por minuto (uma ventilação a cada seis segundos). BC5 - PCR RCP em adultos (Guidelines AHA 2015) Quando suspeitar ou critérios de inclusão Paciente inconsciente, respiração ausente ou em gasping, sem pulso central palpável. Conduta 1. Checar a responsividade (tocar os ombros e chamar o paciente em voz alta). 2. Se não responsivo: • Profissional 1: comunicar imediatamente a Regulação Médica, para apoio do suporte avançado de vida (SAV) e providenciar desfribilador externo automático (DEA) e os equipamentos de emergência; • Profissional 2: verificar a respiração e o pulso simultaneamente. Atenção: checar pulso central (carotídeo) em até 10 segundos. 3. Posicionar o paciente em decúbito dorsal em superfície plana, rígida e seca. 4. Se respiração ausente ou em gasping e: • Pulso PRESENTE: abrir via aérea e aplicar uma insuflação a cada 5 a 6 segundos (10 a 12/min) e verificar a presença de pulso a cada 2 minutos; • Pulso AUSENTE: informar imediatamente à Central de Regulação Médica, solicitando apoio (caso ainda não o tenha feito) e iniciar ressuscitação cardiopulmonar (RCP). 5. Iniciar RCP pelas compressões torácicas, mantendo ciclos de: • 30 compressões eficientes (na frequência de 100 a 120/min, deprimindo o tórax em 5 a 6cm com completo retorno) Apostila gerada especialmente para: Ana Carolina Vieira Rocha 041.498.382-32 3 • Duas insuflações eficientes (de 1 seg. cada e com visível elevação do tórax) com bolsa valva-máscara com reservatório e oxigênio adicional. 6. Assim que o DEA estiver disponível: • Instalar os eletrodos de adulto do DEA no tórax desnudo e seco do paciente sem interromper as compressões torácicas; • Ligar o aparelho; e • Interromper as compressões torácicas apenas quando o equipamento solicitar análise. Seguir as orientações do aparelho quanto à indicação de choque. 7. Se choque for indicado: • Solicitar que todos se afastem do contato com o paciente; • Disparar o choque quando indicado pelo DEA; e • Reiniciar imediatamente a RCP após o choque, começando pelas compressões torácicas, por 2 minutos. 8. Após 2 minutos de compressões e insuflações eficientes, checar novamente o ritmo com o DEA: • Se choque for indicado, siga as orientações do equipamento. Em seguida, reinicie imediatamente a RCP com ciclos de 30 compressões para duas insuflações; • Se choque não for indicado, checar pulso carotídeo e, se pulso ausente, reiniciar imediatamente a RCP com ciclos de 30 compressões para duas insuflações. 9. Checar novamente o ritmo após 2 minutos (considerar possibilidades do item 8); 10. Manter os ciclos de RCP e avaliação do ritmo até: • A chegada do SAV; • A chegada ao hospital ou • A vítima apresentar sinais de circulação (respiração, tosse e/ou movimento); 11. Se retorno à circulação espontânea, seguir Protocolo de cuidados pós-RCP; 12. Na ausência de retorno a circulação espontânea ou outras condições de risco, considerar Protocolo de Interrupção da RCP. 13. Realizar contato com a Regulação Médica para definição do encaminhamento e/ou unidade de saúde de destino. 14. Registrar achados e procedimentos na ficha/boletim de ocorrência. Observações • Considerar os 3 “S”; • Compressões torácicas eficientes e de boa qualidade compreendem: • Mãos entrelaçadas; • Deprimir o tórax em pelo menos 5cm (sem exceder 6cm) e permitir o completo retorno entre as compressões; • Manter frequência de compressões em 100 a 120 compressões/min; • Alternar os profissionais que aplicam as compressões a cada 2 min; e • Minimizar as interrupções das compressões. • Insuflações eficientes e de boa qualidade compreendem: • Insuflação de 1 segundo cada • Visível elevação do tórax. • Utilizar o DEA assim que disponível, mantendo as manobras de reanimação até a efetiva instalação e disponibilidade do equipamento. • Não interromper manobras de RCP. Apostila gerada especialmente para: Ana Carolina Vieira Rocha 041.498.382-32 4 Suporte Básico de Vida para Adultos - Socorrista Leigo - Foi reforçada a recomendação para que exista disponibilidade de desfibrilador (DEA) em locais públicos com grande probabilidade de ocorrer uma PCR presenciada (aeroportos,instalações esportivas, espaços de espetáculos, etc.); - Para ajudar o leigo a reconhecer uma PCR (e iniciar o atendimento), bastam apenas os seguintes critérios: a vítima não ter resposta, ou não respirar, ou ter uma respiração anormal (gasping). O treinamento do leigo deve ser para reconhecer esses padrões, sem precisar checar pulso. Para um leigo não treinado, ele pode ser orientado facilmente por telefone; - O algoritmo foi modificado para que o socorrista ative o Serviço Médico de Emergência sem sair do lado da vítima (usando celular); - Tendo reconhecido a PCR, o socorrista leigo que não tiver treinamento deve realizar apenas compressões torácicas até a chegada de um DEA ou de outros socorristas treinados, ou ainda até que a vítima começa a se movimentar espontaneamente; - A orientação para o leigo não treinado é: “comprimir com força e rapidez no centro do tórax”; - Para o leigo treinado, foi reforçada a sequência C - A - B para atendimento (circulation - airway - breathing). Portanto o socorrista deve começar pelas compressões torácicas antes de realizar abertura de vias aéreas e ventilações. A proporção permanece de 30 compressões para 2 ventilações; - Foi acrescentada a possibilidade de administrar naloxona intramuscular ou intranasal em casos de suspeita de intoxicação por opióides nas quais o paciente tenha ausência de resposta ou respiração anormal. Isso só poderá ser feito por socorristas leigos treinados ou profissionais de saúde. Suporte Básico de Vida para Adultos - Profissional de Saúde - Para identificar a PCR, o profissional treinado pode checar a respiração e o pulso ao mesmo tempo para minimizar o tempo para o início das compressões torácicas; - Identificada a PCR e estando sozinho, usar o celular para acionar o Serviço Médico de Emergência e obter um DEA antes de iniciar a RCP. Não estando sozinho, pedir para alguém fazer isso enquanto se inicia a RCP; - A nova recomendação é para utilizar o DEA assim que ele estiver disponível, o que significa interromper as compressões torácicas e desfibrilar o paciente; - Quando o Serviço Médico de Emergência assumir pode ser feita uma estratégia de 3 ciclos de 200 compressões contínuas com choques interpostos, enquanto se usa apenas insuflação de oxigênio passiva. PCR durante a gravidez: Administração de RCP As prioridades para as mulheres grávidas em PCR são a administração de RCP de alta qualidade e o alívio da compressão aortocava. Se a altura do fundo for igual ou superior ao nível do umbigo, o deslocamento manual do útero para a esquerda pode ser benéfico para o alívio da compressão aortocava durante as compressões torácicas. Suporte Básico de Vida em Pediatria Os destaques das novas diretrizes em pediatria são: - O algoritmo foi modificado para que o socorrista ative o Serviço Médico de Emergência sem sair do lado da vítima (usando celular). Essa deve ser a primeira atitude em uma PCR presenciada, para só depois iniciar a RCP. Se a PCR não tiver sido presenciada, deve-se aplicar 2 minutos de RCP, para só depois pedir ajuda e providenciar um DEA; - Foi confirmada a sequência de atendimento C - A - B (circulation - airway - breathing) para RCP em pediatria para dar ênfase na massagem cardíaca inicialmente (Classe IIb, Nível C-EO); - Houve modificação nas compressões torácicas, que agora devem ser feitas em uma frequência de 100 a 120 /min (assim como em adultos) (Classe IIa, Nível C-EO); - Recomenda-se que profundidade da compressão torácica em uma criança seja de 5cm e em bebês (exceto recém-nascidos) seja de 4cm. Para adolescentes seguir a mesma recomendação de RCP em adultos (Classe IIa, Nível C-LD); - Para crianças a RCP deve ser feita com massagem cardíaca e ventilações, diferentemente nos adultos, onde não há essa ênfase. A proporção é de 30:2 (compressões: ventilação) se houver apenas 1 socorrista. Caso haja dois ou mais socorristas, a proporção passa a ser de 15:2 (massagem: ventilação); - A nova recomendação é para utilizar o DEA assim que ele estiver disponível, o que significa interromper as compressões torácicas para que o DEA verifique o ritmo e dê o choque se necessário. Apostila gerada especialmente para: Ana Carolina Vieira Rocha 041.498.382-32 5 Algoritmo em PCR em pediatria para os profissionais da Saúde Atualização de 2015 Suporte Avançado de Vida - Diretrizes 20152 As principais mudanças destacadas nas diretrizes de 2015 do ACLS são as recomendações sobre o prognóstico durante a RCP com base nas medições de CO2 exalado, o melhor momento para administração de adrenalina em PCR por ritmo não chocável, e a possibilidade de utilizar uma combinação de corticoide, vasopressina e adrenalina para tratamento de PCR intra-hospitalar. Uma grande mudança foi o algoritmo ter suprimido o uso da vasopressina do ACLS, ao invés da antiga versão onde ela era uma opção à epinefrina. Suporte Avançado de Vida para Adultos - A vasopressina foi retirada do algoritmo de suporte avançado de vida, para simplificar a conduta. Isso foi feito porque não oferece vantagem em comparação à epinefrina (adrenalina) (Classe IIb, Nível B-R); e também não se demonstrou benefício adicional quando as drogas são feitas de forma associada (Classe IIb, Nível B-R); - A epinefrina pode ser administrada assim que possível após início de uma PCR por ritmo não chocável. Isso significa que não é necessário esperar nenhum momento em específico para se fazer a primeira dose da medicação. Essa recomendação está baseada em melhores desfechos quando a epinefrina é administrada precocemente na parada (Classe IIb, Nível C-LD); 2https://www.segurancadopaciente.com.br/central_conteudo/suporte-avancado-de-vida-acls-novas-diretrizes-2015/ Apostila gerada especialmente para: Ana Carolina Vieira Rocha 041.498.382-32 6 - Uma vez que o tubo orotraqueal (ou outro dispositivo de via aérea avançado) esteja posicionado, simplificou-se a realização de ventilação para 10 ciclos por minuto (1 respiração a cada 6 segundos) (Classe IIb, Nível C-LD); - O uso da capnografia para monitorização da RCP já havia surgido como recomendação Classe I em 2010. Agora mais um item relacionado à capnografia é apontado. Em pacientes que estiverem intubados, um ETCO2 que não ultrapassa 10mmHg na capnografia após 20 minutos de RCP está associado a uma probabilidade muito baixa de ressuscitação. Sendo assim, este é um parâmetro objetivo a ser usado para determinar o fim dos esforços da RCP (Classe IIb, Nível C-LD); - Alguns estudos de menor qualidade sugerem a possibilidade do uso de RCP com circulação extracorpórea em pacientes que não responderam à RCP convencional. Entretanto o custo dessa intervenção é muito alto, e deve ficar reservado a locais com condições de implementar essa medida, e em pacientes com potencial benefício, como aqueles que aguardam transplante cardíaco (Classe IIb, Nível C-LD); - Não há evidências fortes, porém pode-se utilizar a lidocaína após o retorno à circulação espontânea em casos de PCR por FV/TVSP (Classe IIb, Nível C-LD); - Outras medicações sem evidências fortes, mas que podem ser utilizadas pós PCR, são os beta- bloqueadores. Eles podem ser considerados (VO ou IV) em casos de pacientes hospitalizados pós PCR por FV/TVSP (Classe IIb, Nível C-LD); - Uma nova recomendação, porém fraca, é o uso de corticoides na PCR intra-hospitalar (Classe IIb, Nível C-LD). Nesses casos, baseado em um estudo randomizado, o que deve ser feito é uma combinação de vasopressina 20UI + adrenalina 1mg a cada 3 minutos, e no primeiro ciclo uma dose de metilprednisolona 40mg. Após retorno à circulação espontânea o paciente ainda deve ser mantido com hidrocortisona 300mg/dia por 7 dias (Classe IIb, Nível C-LD). Cuidados Pós Parada Principais alterações feitas nas Recomendações pós PCR - Angiografia coronária de emergência a todos os pacientes que sofreram supradesnivelamento no segmento ST e para pacientes hemodinâmicaou eletricamente instáveis, caso haja suspeita de lesão cardiovascular. As recomendações de controle direcionado de temperatura foram atualizadas com novas evidências que sugerem ser aceitável uma faixa de temperatura que deve ser atingida no período pós-PCR. Todos os pacientes adultos comatosos (ou seja, sem resposta sensata a comandos verbais) com RCE após a PCR devem ser submetidos ao CDT (controle direcionado de temperatura), tendo como temperatura-alvo entre 32°C e 36°C, mantida constantemente durante pelo menos 24 horas, a prevenção é considerada benigna e, portanto, deve ser almejada. - Constatou-se melhora no desfecho neurológico nos pacientes em que a hipotermia foi induzida. Um recente estudo de alta qualidade comparou o controle da temperatura a 36°C e a 33°C, obtendo-se desfechos semelhantes em ambos. Analisados em conjunto, os estudos iniciais sugerem que o CDT é benéfico. Atualmente, recomenda-se o prognóstico em um prazo superior a 72 horas após a conclusão do controle direcionado de temperatura; nos casos em que não há esse tipo de controle, recomenda-se avaliar o prognóstico em um prazo superior a 72 horas após a RCE. Todos os pacientes que evoluírem para morte cerebral ou circulatória após a PCR inicial devem ser considerados possíveis doadores de órgãos. - É aconselhável evitar ativamente a febre em pacientes comatosos após o CDT. - Não é recomendado o resfriamento pré-hospitalar rotineiro de pacientes com infusão rápida de fluidos EV frios após a RCE. - É aconselhável evitar e corrigir imediatamente a hipotensão (pressão arterial sistólica inferior a 90 mmHg, pressão arterial média inferior a 65mmHg) durante os cuidados pós-PCR, enquanto a pressão arterial sistólica superior a 100mmHg está associada a uma melhor recuperação. Prognóstico Pós PCR O período mínimo para avaliar o prognóstico de um desfecho neurológico ruim por meio de exame clínico em pacientes não tratados com CDT é de 72 horas após a PCR, mas esse período pode ser ainda maior após a PCR se houver suspeita de que o efeito residual da sedação ou paralisia possa confundir o exame clínico, por isso é aconselhada a hipotermia, para assim determinar o desfecho. Apostila gerada especialmente para: Ana Carolina Vieira Rocha 041.498.382-32 7 Nenhuma constatação física ou exame pode prever, com 100% de certeza, a recuperação neurológica após a PCR. Várias modalidades de exames utilizadas em conjunto para prever o desfecho após o desaparecimento dos efeitos da hipotermia e dos medicamentos, provavelmente, fornecerão uma previsão precisa do desfecho. Achados clínicos úteis Associados a Malu Prognóstico Neurológico - Ausência de reflexo pupilar à luz, 72 horas ou mais após a PCR - Presença de estado mioclônico (diferente de mioclonias isoladas) durante as primeiras 72 horas após a PCR - Ausência da onda cortical do potencial somatossensorial evocado N20, 72 horas após a PCR ou após o reaquecimento. - Presença de acentuada redução da relação cinza-branco em TC do cérebro obtida até 2 horas após a PCR - Ampla restrição da difusão na ressonância magnética cerebral no prazo de 2 a 6 dias após a PCR - Ausência persistente de reatividade no EEG a estímulos externos, 72 horas após a PCR - Supressão dos surtos persistentes ou estado intratável de mal epiléptico no EEG após o reaquecimento Ausência de movimentos, a postura em extensão ou o estado mioclônico não devem ser usados isoladamente para prever o resultado. - Choque, temperatura, desordens metabólicas, sedativos anteriores ou bloqueadores neuromusculares e outros fatores. - Pacientes ressuscitados que evoluem para morte ou morte cerebral, devem ser avaliados como possíveis doadores de órgãos. Pacientes que não obtêm a RCE (Resfriamento Extra corpóreo) e que, de alguma forma, teriam a ressuscitação interrompida, podem ser considerados como possíveis doadores de rim ou fígado em ambientes onde haja programas de rápida obtenção de órgãos. Síndrome Coronária Aguda A Atualização das Diretrizes de 2015 define uma alteração no escopo das diretrizes da AHA para a avaliação e o tratamento da SCA. A partir desta atualização, as recomendações se limitarão às fases de atendimento pré-hospitalares e no serviço de emergência. Os cuidados no ambiente hospitalar são abordados nas diretrizes para o tratamento do infarto do miocárdio, publicadas conjuntamente pela AHA e pela American College of Cardiology Foundation. Exame de ECG e Possível Interpretação O ECG pré-hospitalar de 12 derivações deve ser realizado imediatamente em pacientes com possível SCA. Profissionais treinados não médicos, podem fazer a interpretação do ECG para determinar se o traçado mostra evidências de IAMST. Pode-se usar a interpretação do ECG assistida por computador em conjunto com a interpretação por um médico ou profissional treinado para reconhecer o IAMST (Infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento ST) O ECG de 12 derivações é um exame barato, de fácil execução, e pode rapidamente demonstrar as evidências de supradesnivelamento agudo do ST. A preocupação de que a interpretação de ECGs, feita por profissionais que não são médicos, possa levar a um sobre diagnóstico, com consequente uso excessivo de recursos ou, por outro lado, a um subdiagnóstico, que possa provocar atraso no tratamento, tem inibido a expansão dos programas de ECG para sistemas de SME. Reperfusão Quando a fibrinólise pré-hospitalar estiver disponível nas unidades de tratamento do IAMST e for possível fazer o transporte direto a um centro de ICP (Intervenção Coronariana Percutânea), deve-se dar preferência à triagem pré-hospitalar e ao transporte direto ao centro de ICP, por haver uma pequena relativa redução na incidência de hemorragia intracraniana. Não há, contudo, nenhuma evidência de benefícios de uma terapia sobre a outra em termos de mortalidade. A transferência direta para um hospital com capacidade de realizar ICP, em comparação com a fibrinólise pré-hospitalar, não gera nenhuma diferença na mortalidade, mas gera uma pequena redução relativa na incidência de hemorragia intracraniana. A ICP imediata, após o tratamento com fibrinólise, não proporciona nenhum benefício adicional, mas a angiografia de rotina, realizada nas primeiras 24 horas após a fibrinólise, reduz a reincidência de infarto. Situações especiais em Ressuscitação. Apostila gerada especialmente para: Ana Carolina Vieira Rocha 041.498.382-32 8 Resumo dos Principais Pontos de Discussão e Alterações - A experiência no tratamento de pacientes com suspeita ou diagnóstico de overdose de opioides tem demonstrado que a naloxona pode ser administrada com aparente segurança e eficácia no contexto de primeiros socorros e de SBV. Por esse motivo, recomenda-se agora a administração de naloxona por socorristas leigos e profissionais de saúde. Um treinamento simplificado já é oferecido. Além disso, é fornecido um novo algoritmo para o tratamento de vítimas que não respondem e que apresentam suspeita de overdose de opióides. - Em pacientes com suspeita ou diagnóstico de overdose de opióides que tenham pulso presente, mas sem respiração normal ou somente com gasping (ou seja, uma parada respiratória), além de prestar os cuidados convencionais, os socorristas adequadamente treinados devem administrar naloxona IM ou IN em pacientes com emergência respiratória associada a opióides. - Pode-se considerar o uso de emulsão lipídica intravenosa (ELI) para o tratamento de toxicidade sistêmica por anestésico local. Além disso, há uma nova recomendação que defende uma possível função da ELI em pacientes que têm PCR e não respondem às medidas de ressuscitação convencionais em decorrência de toxicidade por drogas, e não de toxicidade sistêmica por anestésico local. - A importância da RCP de alta qualidade durante qualquer PCR levou à reavaliação das recomendações sobre o alívio da compressão aortocava em uma PCRdurante a gravidez. Com essa reavaliação, refinaram-se as recomendações sobre as estratégias para deslocamento uterino. Tratamento da overdose de Opióides, Treinamento e Distribuição de Naloxona A administração empírica de naloxona IM ou IN em todas as vítimas que não respondem em uma emergência potencialmente fatal, possivelmente associada a opióides, pode ser adequada como complemento aos protocolos convencionais de primeiros socorros e de SBV prestado por pessoas que não são profissionais de saúde. Em pacientes com suspeita ou diagnóstico de overdose de opióides que tenham pulso presente, mas sem respiração normal ou somente com gasping (ou seja, uma parada respiratória), além de prestar os cuidados convencionais, os socorristas adequadamente treinados devem administrar naloxona IM ou IN em pacientes com emergência respiratória associada a opióides. Os atendentes não devem retardar o acesso a serviços médicos mais avançados enquanto aguardam resposta do paciente à naloxona ou a outras intervenções. Algoritmo para pacientes possivelmente fatais associados a opióides para adultos (NOVO 2015) Apostila gerada especialmente para: Ana Carolina Vieira Rocha 041.498.382-32 9 Suporte Avançado de Vida em Pediatria.3 Já nas recomendações para o suporte avançado para crianças, o que vemos não é uma mudança de recomendações, mas sim um refinamento do que já existia, e um acréscimo de recomendações para as situações que precedem uma parada, e condutas para o durante e após a RCP: - Ao tratar crianças com doenças febris em ambientes limitados para recursos de cuidados intensivos, o uso de cristaloides isotônicos de forma restritiva melhora a sobrevida (Classe IIb, Nível B-R). Mas é aconselhável administrar 20mL/kg de volume em casos de sepse grave e choque séptico; - A rotina de se usar atropina como pré-medicação para intubação orotraqueal para prevenir arritmias é controversa (Classe IIb, Nível C-LD). Além disso, não há evidências do que seria a dose mínima a ser usada; - Se a PCR ocorrer em uma criança usando medida invasiva de pressão arterial, utilizar este monitoramento durante a RCP para verificar a adequação da mesma (Classe IIb, Nível C-EO); - Se houver disponibilidade, use ETCO2 para monitorar a qualidade da RCP, mas não há valores alvo estabelecidos em pediatria (Classe IIB, Nível C-LD); - A desfibrilação em crianças deve ser feita com dose inicial de 2-4J/kg (energia monofásica ou bifásica) (Classe IIa, Nível C-LD), mas para facilitar o aprendizado a dose ensinada pode ser de 2J/kg (Classe IIb, Nível C-LD). Se houver refratariedade ao primeiro choque, aumentar a energia para 4J/kg (Classe IIa, Nível C-LD), e em doses subsequentes manter 4J/kg ou subir até um máximo de 10J/kg (Classe IIb, Nível C-LD); - É aceitável usar amiodarona ou lidocaína para PCR em FV/TVSP em crianças que forem refratárias à desfibrilação (Classe IIb, Nível C-LD); - A epinefrina continua sendo recomendada como vasopressor a ser utilizado durante a RCP (Classe IIa, Nível C-LD); - RCP extracorpórea pode ser considerada em PCR intra-hospitalar de crianças cardiopatas (Classe IIb, Nível C-LD); - Após retorno à circulação espontânea, deve ser feito controle de temperatura, evitando febre na criança ou bebê (Classe I, Nível B-NR). Para crianças comatosas manter a temperatura entre 36oC e 37,5oC por 5 dias, ou dois dias de hipotermia (32oC a 34oC), seguidos de três dias de normotermia (Classe IIa, Nível B-R); - Após retorno à circulação espontânea, devem ser usados vasopressores em infusão contínua para manter a pressão arterial da criança acima do 5º percentil para a idade (Classe I, Nível C-LD); - Após retorno à circulação espontânea, o objetivo de saturação de oxigênio é de 94 a 99%, evitando- se fortemente que ocorra hipoxemia (Classe IIb, Nível B-NR), e limitando a ocorrência de hipercapnia (Classe IIb, Nível C-LD). - A administração EV rápida de fluidos isotônicos, foi muito aceita no tratamento de choque séptico, após estudos realizados em crianças com doenças febris graves, identificou-se que desfechos piores estavam associados a bolus de fluido EV. Para crianças em choque, aconselha-se um bolus de fluido inicial de 20mL/kg. No entanto, em crianças com doença febril em locais com acesso limitado a recursos de cuidados intensivos (ou seja, ventilação mecânica e suporte inotrópico), a administração de bolus de fluido EV deve ser feita com extremo cuidado, pois pode ser prejudicial. É importante enfatizar o tratamento individualizado e reavaliações clínicas frequentes. - CDT: em crianças comatosas nos primeiros dias após a PCR (intra-hospitalar ou extra-hospitalar), monitore a temperatura continuamente e trate a febre agressivamente. Em crianças comatosas ressuscitadas de uma PCREH, os responsáveis pelo tratamento devem manter 5 dias de normotermia (36°C a 37,5°C) ou 2 dias de hipotermia contínua inicial (32°C a 34°C), seguido de 3 dias de normotermia. Nota: para crianças que permanecerem comatosas após uma PCRIH, não há dados suficientes para que se possa recomendar a hipotermia sobre a normotermia. 3 http://portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2016/outubro/26/livro-avancado-2016.pdf Apostila gerada especialmente para: Ana Carolina Vieira Rocha 041.498.382-32 10 Questões 01. (UFTM - Técnico em Enfermagem - UFTM/2018) Quanto à Reanimação Cardiopulmonar (RCP) no Suporte Básico de Vida (SBV) no adulto assinale a alternativa INCORRETA: (A) Durante a RCP manual o socorrista deve aplicar compressões torácicas até uma profundidade de, pelo menos, 2 polegadas (5 cm) para um adulto médio, evitando excesso na profundidade das compressões torácicas superiores a 2,4 polegadas (6 cm). (B) O socorrista deve continuar a RCP até a chegada e preparação de um Desfibrilador Externo Automático (DEA) para uso, ou até que os profissionais do Serviço Médico de Emergência (SME) assumam o cuidado da vítima ou que a vítima comece a se mover. (C) Se o socorrista puder realizar ventilações de resgate, as compressões e as ventilações devem ser aplicadas na proporção de 30 compressões para cada 2 ventilações. (D) É sensato que os socorristas leigos e profissionais da saúde realizem compressões torácicas a uma frequência mínima de 100 compressões por minuto. 02. (IF/RJ - Enfermeiro - FCM/2017) O Suporte Básico à Vida envolve (A) o consentimento da vítima para a realização de primeiros socorros, exclusivamente, de forma explícita. (B) as situações de emergência, as quais não comprometem a saúde da vítima, mas o atendimento deve ser imediato. (C) o reconhecimento de uma situação e o diagnóstico entre a urgência e emergência, atentando-se para as condutas técnicas de primeiros socorros. (D) os primeiros socorros que correspondem ao atendimento imediato, havendo, necessariamente, o encaminhamento da vítima para o pronto-socorro. (E) as situações de urgência, nas quais existe o risco de morte da vítima, sendo o atendimento de primeiros socorros fundamental para a manutenção da vida. 03. (TRT 11ª Região (AM e RR) - Técnico de Enfermagem - FCC/2017) Considere, abaixo, algumas condutas de suporte básico de vida em ambiente extra- hospitalar a uma vítima de trauma. Está correto o que se afirma APENAS em: (A) II, III e IV. (B) I e IV. (C) II e III. (D) I e III. (E) I, II e IV. Gabarito 01.D / 02.C / 03.D Comentários 01. Resposta: D Iniciar RCP pelas compressões torácicas, mantendo ciclos de: 30 compressões eficientes (na frequência de 100 a 120/min, deprimindo o tórax em 5 a 6 cm com completo retorno). 02. Resposta: C É preciso definir e diferenciar o que vem a ser então uma situação de urgência ou emergência. Segundo o Conselho Federal de Medicina (Resolução CFM nº 1451/95), “define-se por urgência a ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou sem risco potencial de vida, cujo portador necessita de assistência médica imediata”.Já o conceito de emergência é entendido como “a constatação médica de Apostila gerada especialmente para: Ana Carolina Vieira Rocha 041.498.382-32 11 condições de agravo à saúde que impliquem em risco iminente de vida ou sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento médico imediato”. De forma mais objetiva, a urgência é uma situação onde não existe risco imediato à vida (ou risco de morte). O atendimento requer rapidez, mas o paciente pode aguardar tratamento definitivo e solução em curto prazo (algumas literaturas se referem a um prazo de até 24 horas). A emergência geralmente implica estarmos diante de uma situação de aparecimento súbito e imprevisto, grave, crítica e que exige ação imediata, pois a ameaça à vida é grande. 03. Resposta: D Trauma de membros superiores e inferiores Quando suspeitar ou critérios de inclusão: Paciente de trauma de extremidades apresentando algum dos seguintes sinais ou sintomas: dor, ferimento, deformidade, crepitação, encurtamento, alterações sensitivas, vasculares ou motoras. Conduta: 1. Realizar avaliação primária (Protocolo BT1). 2. Realizar avaliação secundária (Protocolo BT2). 3. Controlar sangramento externo com curativo compressivo estéril. 4. Considerar breve limpeza/enxágue dos ferimentos abertos com solução salina em caso de sujidade grosseira. 5. Cobrir ferimentos abertos com curativo estéril. 6. Avaliar pulso periférico e perfusão, sensibilidade e mobilidade. 7. Realizar a imobilização da parte afetada, conforme técnica mais apropriada; 8. Realizar a mobilização cuidadosa e a imobilização adequada da coluna cervical e tronco em prancha longa com alinhamento anatômico, sem atraso para o transporte. 9. Reavaliar pulso periférico e perfusão, sensibilidade e mobilidade após a imobilização. 10. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma sistematizada. 11. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou transporte para a unidade de saúde. ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM EM URGÊNCIAS E EMERGÊNCIAS Com o objetivo4 de definir critérios e diretrizes para estruturação e funcionamento de sistemas locorregionais de atenção às urgências, regulação médica, Atendimento Pré-Hospitalar (APH) fixo, APH Móvel E Atendimento Hospitalar, o Ministério da Saúde implantou o Regulamento Técnico dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência, por meio da Portaria n. 2.048/2002. Face à realidade, é fundamental que os envolvidos na atenção em urgência e emergência conheçam as políticas públicas relacionadas ao tema e se articulem na proposição das mudanças necessárias, considerando, obviamente, as diversidades locorregionais do panorama brasileiro. Segundo a Resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) n. 1.451/95, entende-se por urgência a condição “imprevista de agravo da saúde com ou sem risco potencial de vida”, com necessidade de assistência de saúde imediata ou em até 24h, e emergência como a condição imprevista de agravo da saúde, com “risco iminente de vida ou sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento médico imediato”. O perfil do profissional e da equipe multiprofissional que atuam na atenção às urgências está relacionado à característica de cada unidade. No entanto, são requisitos gerais indispensáveis: liderança, agilidade, observação, competência, embasamento científico e habilidade técnica, além do comprometimento com o trabalho e a equipe. As ações com elevado grau de responsabilidade para realizar as atividades com atenção, senso de planejamento e organização têm como objetivo comum somar os esforços para maximizar as chances de prevenção de danos, recuperação da saúde e sobrevida do paciente. A estrutura para atendimento em situações de urgência e emergência, fundamentada em políticas de saúde e linhas estratégicas interligadas, também se relaciona à (re) organização das redes assistenciais, humanização no atendimento e operacionalização da central de regulação médica de urgências. Envolve, ainda, a formação continuada dos profissionais, a fim de contribuir para o acompanhamento do desempenho, aprimoramento das competências, fortalecimento da tomada de decisão e habilidade para trabalhar em equipe, na assistência segura amparada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n. 36/2013 e pelo Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Segurança do Paciente. 4 TOBASE, L.; TOMAZINI, E. A. S. Urgências e Emergências em Enfermagem. Guanabara Koogan, 2017. Apostila gerada especialmente para: Ana Carolina Vieira Rocha 041.498.382-32 12 Na Rede de Atenção às Urgências, o componente hospitalar é constituído pelas Portas Hospitalares de Urgência, pelas enfermarias de retaguarda, pelos leitos de cuidados intensivos, pelos serviços de diagnóstico por imagem, laboratório e pelas linhas de cuidados prioritárias. Quanto à estrutura e ao funcionamento, o serviço de emergência do pronto-socorro deve respeitar os critérios e normas estabelecidas pela legislação em vigor e estar permanentemente preparado para receber e atender adequadamente o cliente, em razão da demanda espontânea, sem agendamento prévio. Geralmente, está localizado no andar térreo do prédio, em área de fácil acesso para pessoas e veículos. O dimensionamento da área física, com ambientes amplos, bem ventilados e iluminados, com portas largas, pisos e revestimentos claros e laváveis, segue a legislação vigente, de acordo com o tamanho, complexidade e perfil assistencial da unidade. No ambiente hospitalar, o cliente em situação de urgência pode ser encaminhado à sala de triagem e classificação de risco no pronto-socorro; ou, quando necessário, diretamente à Sala de Emergência ou ao Centro Obstétrico. Segundo o Ministério da Saúde, o sistema de classificação de prioridade é uma estratégia que contribui para reduzir o tempo de espera e melhorar a qualidade da assistência. No contexto da Política Nacional de Humanização, o termo triagem foi substituído por classificação de risco, realizada por meio de instrumentos e escalas de seleção - como a canadense, a australiana, a americana e o sistema de classificação de Manchester - para destinar a cada cliente os recursos e tempo necessários ao atendimento, de acordo com cada grau de gravidade. Ainda que a classificação de risco, por si só, não garanta a efetividade do serviço de urgência, a ausência de critérios para o atendimento pode implicar prejuízos e piora do paciente. No Sistema Manchester, a classificação é estabelecida segundo a prioridade, identificada por número, nome, cor e tempo para atendimento. Prioridade Cor Tempo (min.) 1: emergente Vermelho 0 2: muito urgente Laranja 10 3: urgente Amarelo 60 4: pouco urgente Verde 120 5: não urgente Azul 240 Com o sistema de cores, o Protocolo Manchester facilita o encaminhamento do paciente para a área mais adequada às suas necessidades. Permite ao enfermeiro ou médico, em 1 a 3 min, identificar o grau de urgência e ordenar o atendimento imediato das alterações, priorizando desde as que colocam a vida em risco iminente até os casos menos graves, que podem aguardar um pouco mais pelo atendimento. Esse método pode ser aplicado no cotidiano das unidades de emergência e em eventos com múltiplas vítimas. Atenção: o método não visa estabelecer diagnóstico médico. Segundo a Resolução Cofen n. 423/2012, em relação à equipe de enfermagem, a classificação de risco é atribuição do enfermeiro. A assistência dentro dos princípios éticos e humanos na área da saúde e principalmente no atendimento de emergência remete a reflexões importantes, como ser flexível, porque convivemos com pessoas muito diferentes umas das outras. Portanto, faz-se necessário aprender a conviver e a trabalhar em grupo, porque a diversidade de especialidades e a atuação das equipes multiprofissionais exigem uma atuação conjunta. O planejamento e a organização do trabalhocoletivo são essenciais para um atendimento de qualidade, ao cliente e à família. Para tanto, requer equipe multiprofissional permanentemente capacitada para o desenvolvimento de suas competências, respeitando as atribuições de cada membro, no âmbito da gestão de serviços e recursos, melhoria dos processos e métodos de trabalho e provisão de condições e tecnologia - inclusive da informação. Envolve também as habilidades de relacionamento interpessoal e comunicacional, uma vez que, durante o atendimento, as informações essenciais comunicadas sobre a natureza da ocorrência ou situação do paciente permitem que o profissional desenvolva raciocínio clínico assertivo e construa as possíveis condições e os agravos relacionados, associando os recursos necessários para a assistência qualificada. Apostila gerada especialmente para: Ana Carolina Vieira Rocha 041.498.382-32 13 Previamente ao início da assistência, é necessário priorizar a segurança, ao avaliar a: • Segurança da cena: verificar o ambiente e os fatores de riscos no local, relacionados à contaminação, acidentes, queda e lesão corporal. No ambiente: - Extra-hospitalar: fluxo de veículos em via pública, colisão, atropelamento, proximidade de fios elétricos, desabamento, explosão e presença de animais; - Hospitalar: piso escorregadio, mobiliário mal posicionado, iluminação e ventilação inadequada, manutenção precária de equipamentos e heteroagressão. • Segurança do profissional: certificar-se de que o local é seguro para o profissional e a equipe, para não se tornar outra vítima, ao iniciar a assistência. Respeitar as normas de legislação, biossegurança e de precauções padrão, mantendo a atenção ao realizar os procedimentos; • Segurança do paciente: certificar-se da ausência de risco para o indivíduo, inclusive das pessoas que estão próximas. Se estiver em situação perigosa, deverá ser colocado em segurança antes do início dos primeiros atendimentos. Os princípios da prática e assistência segura ao paciente devem nortear as ações da equipe multiprofissional. Confirmada a segurança em todos os aspectos, na abordagem direta, é realizado o exame inicial para estabelecer as prioridades no atendimento, a partir das avaliações primária e secundária. Abordagem Primária Completa - ABCDE Existe um método sequencial para avaliar a vítima, o ABCDE, em que são definidas as medidas específicas de avaliação e as intervenções correspondentes a serem adotadas. Técnica A, B, C, D, E: A - Abrir vias aéreas: com proteção da coluna cervical; B - Respiração: ver, ouvir, sentir; C - Circulação: verificar pulso carotídeo por dez segundos e controlar hemorragias externas; D - Avaliar estado neurológico: nível de consciência; E - Exposição da vítima: retirar vestimentas, sempre que possível cortar na costura; controlar o ambiente, evitando a hipotermia e utilizar manta aluminizada. Durante toda a abordagem da vítima o controle cervical deve ser mantido, pois sempre se deve suspeitar em toda vítima de trauma de lesão de coluna cervical. Somente deve passar para o próximo item se completar o passo anterior, ou seja, só́ passar para o passo "B" após terminar o passo "A" e assim por diante. A - Abertura das vias aéreas Se a vítima se comunica verbalmente é porque as vias aéreas estão permeáveis e a respiração presente. Se a vítima não responde, o socorrista deve avaliar sinais de obstrução das vias aéreas como corpos estranhos. Existem duas técnicas para abertura das vias aéreas: - Jaw trust: consiste na anteriorização da mandíbula. Deve ser empregada em vítimas de trauma, pois mantém a estabilidade da coluna cervical; - Schint lift: hiperextensão do pescoço e elevação do mento. Deve ser empregada em vítimas de emergências clínicas em que não há suspeita de lesão cervical. B - Respiração Após a abertura das vias aéreas, o socorrista deve verificar se a respiração da vítima está presente. Deve soltar cintas e expor o abdômen da vítima, levantando ou abrindo a vestimenta, facilitando a visualização da expansão abdominal; isso é o VER. Para OUVIR o ruído da saída de ar o socorrista deve aproximar sua cabeça da face da vítima. Para SENTIR se há́ saída de ar pela boca ou nariz, o socorrista deve colocar seu dedo indicador próximo à narina da vítima, sentindo a saída do ar exalado. Caso a vítima apresente respiração, deve-se verificar a frequência respiratória por intermédio do ritmo, profundidade e som, refletindo o estado metabólico do corpo, a condição do diafragma e dos músculos do tórax, fornecendo O2 ao trato respiratório e alvéolos. O padrão de frequência respiratória em adultos é de 12 a 20 mov./min. Os tipos de respiração são os seguintes: - Apneia: é a ausência da respiração, quadro da parada cardiorrespiratória; Apostila gerada especialmente para: Ana Carolina Vieira Rocha 041.498.382-32 14 - Dispneia: falta de ar, dificuldade em respirar. Para verificar a respiração, basta contar o número de vezes que ocorre a expansão do abdômen em um minuto. Como a respiração, em certo grau, está sujeita ao controle involuntário, ela deve ser contada sem que o paciente perceba. Coloque os dedos no pulso como se estivesse verificando o pulso e observe a respiração. O socorrista deve certificar-se de que os passos "A" e "B" não sejam interrompidos e passar para o passo "C". C - Circulação Após verificar a respiração, o socorrista deve verificar a presença de circulação por meio da pulsação e perfusão distal. A presença de grandes hemorragias deve ser controlada nesta fase, realizando compressão direta do ferimento. Verificação do pulso: pulso é o nome que se dá́ à dilatação pequena e sensível das artérias, produzida pela corrente circulatória. Toda vez que o sangue é lançado do ventrículo esquerdo do coração para a artéria aorta, a pressão e o volume provocam oscilações ritmadas em toda a extensão da parede arterial, evidenciadas quando se comprime moderadamente a artéria contra uma estrutura dura (os dedos). Pode-se verificar o pulso sobre a artéria radial (pulso do braço). Num quadro de emergência o pulso radial apresenta-se muito fino, tornando-se mais fácil a verificação em artérias mais calibrosas como a carótida (pescoço) e femoral (virilha). Outras artérias, como a braquial, poplítea e a do dorso do pé́ (artéria pediosa), podem também ser utilizadas para a verificação. A frequência do pulso em adultos é de 60 a 100, em crianças de 75 a 100 e em recém-nascidos de 120 a 160. A regularidade do pulso pode ser rítmica, bate com regularidade, e arrítmica, bate sem regularidade. Para verificar o pulso basta pressionar de leve os dedos indicador e médio sobre o pulso e contar por um minuto. Não deve ser utilizado o dedo polegar na verificação, pois pode confundir a sua pulsação com a do paciente. Não fazer pressão forte sobre a artéria, pois isso pode impedir de sentir o batimento do pulso. Em vítimas conscientes verifica-se o pulso radial; em vítimas inconscientes deve ser sempre verificado o pulso carotídeo (no pescoço) por dez segundos. Caso o pulso esteja ausente, deve-se iniciar as manobras de reanimação cardiopulmonar (RCP). Verificação da perfusão distal ou preenchimento capilar: a perfusão distal é avaliada pela técnica do preenchimento capilar. É realizada fazendo uma pressão na base da unha de modo que a coloração passe de rosada para pálida. Retirando-se a pressão a coloração rosada deve retomar num tempo inferior a dois segundos. Se o tempo ultrapassar dois segundos, é sinal de que a perfusão distal está comprometida, portanto, é necessário oxigenar a vítima por meio do cilindro de oxigênio medicinal. D - Nível de consciência Após a verificação dos passos ABC, o socorrista deve verificar o nível de consciência da vítima. As vítimas que não apresentem alterações do nível de consciência inicial, mas depois passam a apresentar, indicam uma situação grave comparada a outras vítimasque apresentavam alterações do nível de consciência, porém permanecem estáveis. O nível de consciência deve ser medido junto com a avaliação neurológica rápida e o exame das pupilas. Avaliação neurológica rápida (AVPI) A: vítima está alerta, olhos abertos; V: vítima está adormecida e responde somente ao estímulo verbal; P: vítima permanece com olhos fechados e só́ abre quando recebe estímulo doloroso; I: vítima não tem nenhuma resposta a nenhum estímulo. O estímulo doloroso pode ser feito com pressão dos dedos nas maçãs do rosto da vítima ou friccionando o osso esterno ou apertando o músculo trapézio. Caso a vítima tenha trauma, deve ser aplicada a avaliação do nível de consciência pela escala de Glasgow. Exame das pupilas Devem ser verificadas as pupilas com auxílio de uma lanterna pequena. As pupilas desiguais são geralmente encontradas nas vítimas com lesões de crânio ou acidente vascular cerebral. Na morte, as pupilas estão totalmente dilatadas e não respondem à luz. Apostila gerada especialmente para: Ana Carolina Vieira Rocha 041.498.382-32 15 Deve-se observar a reatividade, igualdade e tamanho das pupilas como: - Reação das pupilas à luz pode ser: reagente, ou seja, quando a luz é colocada sobre a pupila, ela diminui de tamanho, ou não reagente, a qual não tem reação de contração ao estímulo da luz. - Simetria entre as pupilas pode ser: isocórica, quando as duas pupilas são iguais (normal), ou anisocórica, quando uma pupila está com tamanho diferente da outra (uma grande, outra pequena) indicando lesão cerebral. - Tamanho das pupilas pode ser: midriática (midríase), quando ambas as pupilas estão dilatadas ocupando toda a íris dos olhos, sinal que indica danos cerebrais e é comum em vítimas de parada cardiorrespiratória, ou miótica (miose), quando ambas as pupilas estão muito pequenas, do tamanho de uma cabeça de alfinete, indicando principalmente o uso de substâncias como drogas, intoxicação. As pupilas normais devem se apresentar isocóricas e reagentes. E - Exposição da vítima Após verificado o nível de consciência, deve-se expor a vítima para realizar a abordagem secundária. Deve-se cortar as vestimentas com tesoura ponta romba. Não utilize tesoura de ponta fina, pois pode ferir a vítima. Lembre-se de não expor desnecessariamente a vítima. Abordagem Secundária - Exame Físico da Vítima Deve-se iniciar o exame secundário após o término da abordagem primária completa. Na abordagem secundária a finalidade e a estabilização das funções vitais. O primeiro passo é colher a história clínica da vítima. Para isso emprega-se o método AMPLA: A: perguntar à vítima sobre possíveis alergias; M: perguntar sobre medicações que utiliza; P: perguntar sobre doenças preexistentes como diabetes, hipertensão; L: perguntar sobre alimentos e bebidas que ingeriu; A: perguntar sobre o acidente, como ocorreu, observando o ambiente. Após colher a história clínica deve-se iniciar o exame físico detalhado da cabeça aos pés. O socorrista não pode esquecer-se de reavaliar o ABCD durante o exame secundário, principalmente em vítimas inconscientes. A avaliação da vítima deve obedecer sempre a uma ordem: 1. Cabeça: palpar o crânio com os polegares fixos na região frontal (testa) sem movimentar a cabeça. Observar perda de líquor ou sangue pelas narinas (rinorragia) e pela orelha (otorragia). Observar equimose periorbitária (olhos de guaxinim) que indica lesão cerebral de base do crânio. Retirar próteses móveis; 2. Pescoço: observar o alinhamento da traqueia se desviada e sinal de trauma torácico. Palpar a coluna cervical, verificando alinhamento ou rigidez muscular. Após o exame do pescoço colocar o colar cervical; 3. Tórax: observar presença de ferimentos e simetria anatômica, pois em traumas torácicos um lado do peito fica mais alto em relação ao outro. Palpar as costelas e os ossos da clavícula, observando crepitação que indica fratura das costelas; 4. Abdômen: inspecionar sinais de distensão e rigidez (abdômen em tábua) que indica hemorragia interna (rompimento de baco); 5. Quadril: abrir e fechar as pernas devagar, avaliando mobilidade e queixa de dor. A movimentação anormal indica fratura de quadril; 6. Membros inferiores: palpar com ambas as mãos da raiz das coxas até́ os pés, observando ferimento, deformidade que indiquem fraturas. Retirar botinas e meias cortando-as. Testar sensibilidade passando a ponta da caneta na sola dos pés e verificar a perfusão distal ou preenchimento capilar (ver item "C" da abordagem primária); 7. Membros superiores: palpar com as mãos do ombro até́ as mãos, observando feri- mentos, deformidades que indiquem fraturas, verificar preenchimento capilar; 8. Dorso ou costas: realizar a manobra de rolamento a 90° para examinar as costas. Observar alinhamento da coluna vertebral e ferimentos. Após o exame rolar a vítima sobre a prancha e iniciar os curativos dos ferimentos encontrados e imobilização das fraturas encontradas. Apostila gerada especialmente para: Ana Carolina Vieira Rocha 041.498.382-32 16 Manobras de Reanimação Cardiopulmonar5 Para a restauração das funções cardíacas e respiratórias, é realizada a Reanimação Cardiopulmonar (RCP), definida como um conjunto de ações aplicadas ao indivíduo em PCR para manter artificialmente a circulação de sangue no encéfalo e em outros órgãos vitais, até o retorno da circulação espontânea (RCE). Essas manobras são baseadas na cadeia de sobrevivência da AHA, a fim de agilizar e sistematizar o atendimento: - Verifique a segurança do local; - Verifique se a vítima responde avaliando a responsividade; - Se estiver sozinho, sem acesso a um telefone celular, deixe a vítima e acione o serviço médico de emergência; - Avalie a respiração e o pulso simultaneamente por 10 segundos; - Com as mãos sobre a metade inferior do esterno (região hipotenar), sem flexionar os cotovelos inicie as compressões torácicas a uma frequência de 100 a 120/min; - Comprimir a uma profundidade de pelo menos 2 polegadas (5cm a 6cm); - Permitir o retorno total do tórax após cada compressão; - Minimizar as interrupções nas compressões; - Ventilar adequadamente (2 respirações após 30 compressões, cada respiração administrada em 1 segundo, provocando a elevação do tórax). Abordagem Geral para o Atendimento do Trauma 1.Iniciar a abordagem posicionando-se na frente da pessoa, quando possível; 2.Promover a estabilização manual da cabeça, mantida alinhada em posição neutra; 3.Realizar a avaliação primária na sequência A, B, C, D, E, e avaliação secundária; 4.Selecionar e fixar o colar cervical adequado, mantendo a estabilização manual da cabeça; 5.Movimentar o indivíduo em bloco ou abordá-lo em pé e posicionar a prancha rígida; 6.Imobilizar a cabeça com protetores laterais, alinhada em posição neutra; 7.Fixar o tronco, braços e pernas na prancha rígida, imobilizando na altura do tórax, quadril e abaixo dos joelhos; 8.Transportar a prancha de maneira segura; em quatro pessoas, se possível; 9.Manter reavaliação contínua. Engasgo O engasgo6 é uma manifestação do organismo para expelir alimento ou objeto que toma um “caminho errado”, durante a deglutição (ato de engolir). Na parte superior da laringe localiza-se a epiglote, uma estrutura composta de tecido cartilaginoso, localizada atrás da língua. Funciona como uma válvula que permanece aberta para permitir a chegada do ar aos pulmões e se fecha quando engolimos algo, isso para bloquear a passagem do alimento para os pulmões e encaminhá-lo ao estômago. O engasgo é considerado uma emergência, e em casos graves, pode levar a pessoa à morte por asfixia ou deixá-la inconsciente por um tempo. Sendo assim, agir rapidamente evita complicações. Como Agir em Caso de Engasgo por Corpo Estranho Manobra de Heimlich Posicione-se por trás e enlace a vítima com os braços ao redor do abdome (se for uma criança, ajoelhe- se primeiro), caso ela estejaconsciente. Uma das mãos permanece fechada sobre a chamada “boca do estômago” (região epigástrica). A outra mão comprime a primeira, ao mesmo tempo em que empurra a “boca do estômago” para dentro e para cima, como se quisesse levantar a vítima do chão. Faça movimentos de compressão para dentro e para cima (como uma letra "J"), até que a vítima elimine o corpo estranho. 5 TOBASE, L.; TOMAZINI, E. A. S. Urgências e Emergências em Enfermagem. Guanabara Koogan, 2017 6 http://bvsms.saude.gov.br/dicas-em-saude/2513-engasgo Apostila gerada especialmente para: Ana Carolina Vieira Rocha 041.498.382-32 17 Como Agir em Caso de Engasgo em Bebês - Coloque o bebê de bruços em cima do seu braço e faça cinco compressões entre as escápulas (no meio das costas). - Vire o bebê de barriga para cima em seu braço e efetue mais cinco compressões sobre o esterno (osso que divide o peito ao meio), na altura dos mamilos. - Tente visualizar o corpo estranho e retirá-lo da boca delicadamente. Se não conseguir, repita as compressões até a chegada a um serviço de emergência (pronto socorro ou hospital). Esses procedimentos são válidos somente se a criança ou o adulto engasgado estiverem conscientes. Vítimas inconscientes precisam de atendimento hospitalar rapidamente. Os primeiros socorros para asfixia ou engasgo devem ser tomados até que seja possível o atendimento especializado. Assistência em Hemorragias7 - Verificar a Frequência Cardíaca (FC) e o pulso. A FC pode ser o primeiro sinal alterado no caso de choque inicial. Os demais sinais, como Pressão Arterial (PA), serão secundários; - Identificar a quantidade, o volume e a qualidade do sangue perdido inicialmente, no caso de sangramentos externos, dará uma ideia quanto à gravidade da situação e será uma informação importante e útil para o intra-hospitalar; - Identificar o local exato da hemorragia. Devido ao sangue se espalhar, é possível que o atendimento esteja sendo feito no local errado, por essa razão, é extremamente importante identificar o local e já proceder com as ações de estancamento da hemorragia de forma adequada (hemorragia externa) ou realizar o alinhamento anatômico de membro fraturado (possibilidade de sangramento interno) quando possível; - Pressionar com firmeza (curativo compressivo) o local do sangramento, tendo o cuidado de não pressionar demais e, com isso, parar a circulação; - Levantar o membro, se o sangramento for no braço ou na perna. No entanto, isto não deve ser feito se houver suspeita de fraturas (deformidades); - Não retirar o primeiro curativo compressivo, mesmo que o sangue continue saindo. Nesse caso, deve- se colocar outro em cima, de modo a continuar a pressionar o local; - Realizar avaliações do D (nível de consciência) várias vezes no atendimento, pois o rebaixamento do sensório ou a agitação podem ser indicativos de perda sanguínea significativa; - Avaliar a temperatura corporal e manter o calor são procedimentos importantes. O paciente deve ser mantido aquecido para evitar hipotermia. Queimaduras - Retirar a roupa que cobre a área queimada. Se a roupa estiver grudada na área queimada, deve-se lavar a região até que o tecido possa ser retirado delicadamente sem aumentar a lesão. Se continuar aderido à pele, o tecido deve ser cortado ao redor do ferimento; - Remover anéis, pulseiras e colares, pois o edema se desenvolve rapidamente; - Colocar a área queimada debaixo da água fria (e não gelada) ou utilizar compressas limpas e frias sobre a queimadura até que a dor desapareça. O resfriamento das lesões com água fria é o melhor tratamento de urgência da queimadura. A água alivia a dor, limpa a lesão, impede o aprofundamento das queimaduras e diminui o edema (inchação) subsequente; - Não utilizar compressas úmidas por longo tempo em queimaduras extensas, pois podem ocasionar hipotermia (a temperatura do corpo da vítima fica abaixo do normal); - Envolver a vítima com lençol limpo e agasalhos e encaminhá-lo ao atendimento médico; - Dar um analgésico para alívio da dor; - Nas vítimas conscientes e colaborativas com pequenas áreas queimadas, a hidratação oral com água e sucos de frutas pode ser iniciada; - Nas queimaduras extensas, a perda de líquidos é muito grande e a reposição de líquidos e eletrólitos por via venosa, o mais rápido possível, é fundamental para a sobrevivência do paciente; - Não usar gelo nas queimaduras; - Não furar as bolhas causadas pela queimadura8; 7 ZAVAGLIA, G. O. et al. Cuidados de Enfermagem em Emergência e Traumas. Sagah, 2019. 8 Segundo a National Association of Emergency Medical Technicians (2011), a retirada de bolhas deve ser feita por especialistas em ambiente hospitalar devido ao risco de infecção. Apostila gerada especialmente para: Ana Carolina Vieira Rocha 041.498.382-32 18 - Não passar nada na queimadura. Não devem ser usados pomadas ou produtos caseiros, tais como clara de ovo, pó de café, banha de galinha, pasta de dente, pimenta, entre outros, pois, além de não trazer benefícios, podem favorecer complicações infecciosas; - Não oferecer bebida alcoólica ao paciente. Intoxicação Exógena - Realizar monitorização dos sinais vitais; - Avaliar o nível de consciência por intermédio da Escala de Coma de Glasgow; - Avaliar as pupilas (diâmetro e reatividade à luz); - Identificar temperatura e umidade da pele; - Instalar oximetria de pulso; - Realizar medida de glicose capilar; - Obter Eletrocardiograma (ECG) e manter monitorização eletrocardiográfica, se necessário; - Obter acesso venoso calibroso (nesse momento, podem ser coletadas amostras para exames toxicológicos); - Procurar sinais de trauma, infecção, marcas de agulha ou edema nas extremidades; - Administrar medicamentos de acordo com a prescrição médica; - Buscar informações para uma anamnese mais completa acerca do histórico de doenças, uso de medicações, tentativas de suicídio prévias, acesso à substância e uso de substâncias ilícitas; - Obter informações com os familiares em relação à substância utilizada, se for o caso, a quantidade e o tempo transcorrido entre a ingestão e a chegada ao hospital. Orientar que alguém busque as embalagens no domicílio pode ajudar muito na sequência do tratamento de desintoxicação. O tempo de exposição também auxilia na correta terapêutica; - Questionar familiares sobre comportamentos que levariam à suspeita de tentativa de suicídio, como cartas de despedida, eventos traumáticos recentes ou tentativas prévias; - Observar, nos casos de indicação de lavagem gástrica, a drenagem do fluido para que a administração máxima seja de 300ml de volume pela sonda. Se for necessário, repetir a operação até que toda a substância tóxica seja eliminada. Asfixia9 - Fazer uma rápida análise do que causou a asfixia; - Se não conseguir retirar o que causou a asfixia, colocar a vítima em uma posição inclinada para abaixo do peito e tentar retirar o objeto com os dedos; - Não havendo sucesso, fazer a manobra de Heimlich; - Verificar o estado da vítima após a expulsão do objeto que causou a asfixia. Ela pode desmaiar e apresentar parada respiratória. Se isso ocorrer, fazer a respiração artificial; - Procurar socorro médico. Corpo Estranho - Tentar descobrir que tipo de objeto foi introduzido e em que local; - Inspecionar o local. Se o objeto puder ser retirado manualmente, fazê-ló com cuidado; - Não tentar retirar o objeto introduzido com outros objetos pontiagudos, pois a situação pode se complicar; - Em caso de corpo estranho nos olhos, lavá-lós com água em abundância; - Procurar orientação e socorro médico. Mordedura de Cão - Afastar o animal do local; - Lavar a região do ferimento com água e sabão para remover a saliva; - Avaliar o ferimento.; - Procurar orientação médica, mesmo no caso de o ferimento ser leve; - Observar o cão e seu comportamento por 10 dias, pois, nesse período, pode desenvolver a raiva. 9 SANTOS,N. C. M. Enfermagem em Pronto Atendimento Urgência e Emergência. Érica, 2014. Apostila gerada especialmente para: Ana Carolina Vieira Rocha 041.498.382-32 19 Hipertensão Arterial (HAS) Quando a pressão exercida sobre as artérias é maior do que a esperada, dá-se a hipertensão arterial. A pressão considerada normal é variável entre 120 × 90mmHg e 120 × 80mmHg. Sinais e sintomas: Cefaleia, sudorese fria, dor em região da “nuca” (mas sem rigidez), mal-estar geral e ansiedade. - Verificar e anotar os sinais vitais com atenção especial à PA; - Verificar PA a cada 2 horas e anotar em impresso próprio; - Manter o paciente em local tranquilo, evitando visitas que possam ser desagradáveis e interfiram no controle da pressão; - Verificar se a dieta está de acordo, ou seja, hipossódica, atentando-se ao que se consome entre uma refeição e outra, muitas vezes por conta própria ou trazido por familiares; - Orientar quanto ao repouso relativo no leito; - Administrar medicamentos nos horários corretos, evitando atraso no seu ciclo de ação; - Seguir o plano de cuidados elaborado pela (o) enfermeira (o) durante o período da hospitalização. Ação medicamentosa sobre a HAS - Nifedipina: via de administração - sublingual. Ação - age de forma rápida, causando hipofluxo cerebral; - Captopril: via de administração - sublingual ou oral. Ação - diminuir a pressão arterial gradativamente sem causar danos cerebrais ao paciente; - Hidralazina: via de administração - endovenosa ou oral. Ação - age na musculatura do vaso, provocando vasodilatação de efeito imediato; - Furosemida: via de administração - oral ou endovenosa. Ação - diurético de alta potência que auxilia na diminuição da pressão; - Ansiolíticos: via de administração - oral, intramuscular ou endovenosa. Ação - relaxante, diminuindo a ansiedade quando a hipertensão está associada ao estresse. Coma - Colher as informações de quem socorreu primeiro a vítima e fazer uma rápida avaliação do caso. Quando não se tratar de trauma, a dificuldade do socorrista em identificar a causa é maior; - Verificar os sinais vitais; - Observar o hálito da vítima - álcool, drogas, cetoacidose diabética. Qualquer um desses fatores possui características próprias, que podem ser detectadas por qualquer um dos socorristas; - Se houver trauma, verificar suas causas e seus aspectos; - Fazer um rápido exame físico, observando sinais do trauma, pulso, pupilas, nível de respiração e outros aspectos importantes para que a conduta tomada seja eficiente; - Manter as vias aéreas livres; - Procurar socorro médico o mais rápido possível. Sincope ou Desmaio10 - Remova a vítima, se possível, para um ambiente arejado; - Mantenha sempre as vias aéreas da vítima livres; - Libere, desaperte e afrouxe as roupas da vítima, deixando-a confortável; - Afaste os curiosos; - Coloque a vítima deitada no chão com as costas para baixo, elevando suas pernas, para que elas fiquem mais altas em comparação ao restante do corpo; - Lateralize a cabeça da vítima para evitar o sufocamento se houver vômitos; - Chame por socorro médico se o desmaio durar mais de dois minutos; - Verifique se houve alguma lesão causada pela queda; - Não ofereça nenhum tipo de bebida ou alimento, nem nada para cheirar; - Não dê tapas, nem jogue água sobre a vítima; - Mantenha a vítima deitada por mais cinco minutos assim que ela recuperar a consciência e não tenha pressa em coloca-la de pé; - Sente a vítima devagar, aos poucos, ajudando-a a ficar de pé, sempre amparando-a. 10 HAUBERT, M. Primeiros Socorros. Sagah, 2018. Apostila gerada especialmente para: Ana Carolina Vieira Rocha 041.498.382-32 20 Crise Convulsiva - Lembre-se de que crises generalizadas podem ser precedidas pelas parciais, por isso, se o paciente estiver em pé ou sentado, o ideal é deitá-lo para evitar quedas e traumatismos decorrentes dela; - Retire os óculos do rosto da vítima, se ela estiver usando-os; - Procure afastar curiosos e pessoas que não poderão ajudar; - Não dê tapas no rosto da vítima, nem mesmo jogue água para fazê-la retornar da crise mais rápido; - Afaste objetos que possam servir de obstáculos que machucarão a vítima; - Não tente imobilizar os membros se o paciente apresentar uma crise tônico-clônica e deixe que ele se debata, buscando apenas proteger sua cabeça com uma almofada ou outro objeto macio, como um casaco dobrado; - Afrouxe as roupas da vítima e deixe-a se debater livremente; - Nunca, de maneira alguma, coloque os dedos dentro da boca do paciente na tentativa de ajudá-lo, se ele se sufocar com a própria língua. Os indivíduos em crise contraem a mandíbula com tanta força que podem amputar seus dedos com uma mordida. Faça apenas a simples lateralização da cabeça para qualquer lado, assim, a língua cairá sozinha, e ele terá as vias aéreas desobstruídas; - Nunca coloque objetos, como colher, dentro da boca do paciente para segurar sua língua, essa tentativa coloca sua integridade em risco, além de facilitar que ele machuque a boca ou quebre os dentes; - Faça a lateralização da cabeça, pois ela impedirá que o paciente se afogue com a própria saliva; - Chame ajuda médica se a crise durar mais do que cinco minutos; - Deite o paciente confortavelmente de lado e deixe-o descansar ao terminar a crise, pois ele pode permanecer desacordado por algum tempo; - Nunca ofereça nada de beber ou de comer logo após a crise, pois o paciente pode não conseguir engolir direito, ficando mais propenso ao risco de aspiração de alimentos ou de líquidos para o pulmão; - Evite comentários sobre o atendimento de uma convulsão, tanto durante como após o socorro, pois a pessoa já se encontra desconfortável o suficiente com a ocorrência da crise; - Permaneça junto à vítima até que ela se recupere totalmente. Apresente-se a ela, demonstrando atenção e cuidado com o caso, e informe-a de onde está e com quem, proporcionando segurança e tranquilidade. Pode ser muito útil saber se a pessoa é portadora de epilepsia e se está em dia com suas medicações; - Faça uma inspeção geral no estado da vítima após a crise, a fim de verificar se ela está ferida ou sangrando. Se apresentar alguma lesão, encaminhe para o atendimento médico. Choque - Deite a vítima em posição horizontal, preferencialmente de costas, e com as pernas a um nível cerca de 25 a 30cm mais elevadas do que a cabeça; - Eleve os membros inferiores em relação ao corpo, colocando-os sobre uma almofada, um cobertor dobrado ou qualquer outro objeto. Esse procedimento deve ser feito apenas se não houver fraturas desses membros e serve para melhorar o retorno sanguíneo e levar o máximo de oxigênio ao cérebro - não os erguer a mais de 30cm do solo. No caso de ferimentos no tórax que dificultem a respiração ou na cabeça, os membros inferiores não devem ser elevados; - Afrouxe as roupas da vítima no pescoço, no peito e na cintura e, em seguida, verificar se há presença de prótese dentária, objetos ou alimento na boca e os retirar; - Deite a vítima na posição lateral de segurança para evitar asfixia, no caso de estar inconsciente, ou se estiver consciente, mas sangrando pela boca ou pelo nariz; - Verifique quase que simultaneamente se a vítima está respirando e esteja preparado para iniciar manobras de ressuscitação cardiopulmonar se ela não estiver; - Observe o pulso da vítima enquanto as providências já indicadas são executadas - no choque, ele apresenta-se rápido e fraco; - Cubra a vítima com uma manta, para evitar a perda de calor e o consequente arrefecimento corporal, sem, porém, aquecê-la excessivamente; - Não dê comida ou qualquer bebida à vítima caso ela esteja obnubilada, porque pode provocar a passagem de alimentos para as vias respiratórias; - Tranquilize a vítima, mantendo-a calma sem demonstrar apreensão quanto ao seu estado, se o socorro médico estiver demorando. Permaneça junto a ela para dar-lhe segurança e monitorar alterações em seu estado
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