COMO PREPARAR CONTEÚDOS PARA EAD

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Revista Aprendizagem em EAD – Ano 2019 – Volume 8 – Taguatinga – DF Agosto/2019 – 
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ISSN: 2357-7843 | Uma Pesquisa-ação em Ensino de História em um Curso de Pedagogia na 
Modalidade a Distância 
 
 
 
 
ISSN: 2357-7843 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
COMO PREPARAR CONTEÚDOS PARA EAD 
 
 
Autora: Fabiana da Costa Pereira, 
Autora: Taize de Andrade Machado Lopes 
 
RESENHA 
 
ANDREA, Filatro. Como preparar conteúdos para EAD. 1 ed. São Paulo: 
Saraiva Educação, 2018. 
 
 
Palavras-chave: Educação a distância. Conteúdo. Planejamento. Autoria. 
Curadoria. Validação. Ambiente virtual. 
 
A professora Andrea Filatro é uma referência em estudos sobre a 
modalidade de Educação a Distância (EAD). Em 2018 lançou a obra Como 
preparar conteúdos para EAD: guia rápido para professores e especialistas 
em educação a distância, presencial e corporativa, pela Editora Saraiva 
Educação. Possui graduação em Pedagogia, mestrado e doutorado em 
Educação e é autora de diversas outras obras importantes na área. 
A relevância do lançamento dessa obra reside no fato de que a 
produção de materiais didáticos para a EAD requer a cooperação de uma 
equipe multidisciplinar coesa e com fluxo de produção claro e eficiente. 
Percebe-se a autoridade com que Filatro (2018) discorre sobre o tema, não 
só por ter formação na área, mas pela longa experiência no assunto 
abordado. Para nós, que somos gestoras de EAD em nossa Instituição, a obra 
consolidou alguns pontos importantes que já conhecíamos, mas, sobretudo, 
deu luz a novas técnicas muito interessantes, que tornam a produção de 
materiais mais objetiva, sistemática e com qualidade. É um livro que merece 
ser lido com atenção e ser permanentemente revisitado pela equipe, na 
medida em que se caracteriza como um guia prático para o dia a dia. 
Nesse contexto, uma equipe multidisciplinar conhece as inúmeras 
dificuldades enfrentadas no processo de produção de conteúdos. Podemos 
citar, por exemplo, o não cumprimento dos prazos, erros ortográficos ou de 
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conteúdo e a não adequação de determinados materiais aos objetivos 
traçados. Portanto, esse livro é lançado em um momento ideal, dada a 
expansão da educação a distância no Brasil, sobretudo pela flexibilização do 
novo marco regulatório da EAD, pela ampliação da oferta de disciplinas a 
distância em cursos de graduação presenciais e da oferta de parte da carga 
horária a distância na educação básica. É uma obra destinada a professores 
e gestores de todos os níveis e modalidades de ensino. 
A preocupação da autora com a qualidade permeia toda obra, não só 
no que diz respeito à organização do ambiente virtual, mas à produção de 
conteúdos e à necessidade de que os objetivos e as competências traçadas 
para a disciplina/curso sejam alcançados. Também é importante salientar 
que, além do conteúdo claro e bem escrito, a obra tem um layout agradável 
e possui muitas figuras que contextualizam os capítulos. Sem dúvida, é um 
livro importante, mas sobretudo de leitura aprazível. 
O livro está dividido em grandes temas, que se organizam em quatro 
capítulos: por onde começar a produção de conteúdos; como planejar; como 
elaborar e como validar os materiais produzidos. No capítulo 1, Filatro (2018) 
dá ênfase a quem são os alunos a distância, qual é o contexto educacional 
em que os materiais são inseridos e como identificar as necessidades de 
aprendizagem. A autora analisa, a partir do Censo EAD.br 2016, da 
Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED), e do Censo da 
Educação Superior 2016, a mudança de perfil do estudante de cursos de 
graduação a distância, seja pela natureza dos cursos ofertados nas últimas 
duas décadas, seja pela crise econômica que o país atravessa nos últimos 
anos. 
Ainda dentro do escopo de entendimento das características do 
estudante, a autora cita os mecanismos de motivação (modelo ARCS - 
Atenção, Relevância, Confiança e Satisfação) e discute como utilizar esse 
modelo para capturar o interesse do aluno. Aliada a esses aspectos está a 
compreensão de que há diferentes estilos de aprendizagem e, como 
sugestão, um dos modelos explicados por Filatro é a classificação VAKT 
(Visual, Auditory, Kinesthetic e Tactil). Obviamente, os custos para produção 
de um conteúdo que atenda os quatro estilos são altos, e por isso há a 
sugestão de que se distribua os conteúdos em várias mídias e linguagens, de 
forma a atender, em alguma medida, os diferentes estilos de aprendizagem. 
Esse ponto destacado por Filatro (2018) também pode ser atestado 
pela nossa experiência. A oferta de materiais diversificados - como vídeo de 
apresentação dos professores, videoaulas, podcasts, entrevistas, trechos de 
filmes comentados, screencasts, textos em PDF ou em outros formatos - são 
imprescindíveis, pois dão dinamicidade ao curso/disciplina e fortalecem o 
relacionamento com o estudante. 
Um ponto que sempre gera dúvidas para o professor conteudista é o 
tempo de duração das atividades propostas. A autora explica no Capítulo 2 
que é importante colocar-se no lugar do aluno, ressaltando que a experiência 
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do professor com a modalidade presencial acaba dando subsídios para essa 
estimativa, pois o professor pode simular a realização das atividades, 
trabalhar com faixas de tempo mais flexíveis, reservar espaço para reflexão 
do estudante e fornecer modelos/templates para as entregas. 
No capítulo 3, Filatro (2018) descreve, de forma competente, como 
elaborar os materiais didáticos para a EAD, indicando que os conteúdos 
poderão ser inéditos ou selecionados por meio de uma curadoria de materiais 
de terceiros. Um ponto interessante abordado é sobre a diferenciação dos 
tipos de textos a serem elaborados. Um texto didático deve apresentar o 
conteúdo de forma sequencial e lógica, além de ter linguagem acessível, com 
a utilização de recursos visuais e apoio em materiais escritos por terceiros. É 
importante que, ao final do texto, haja questões ou exercícios que 
“fortaleçam a ligação entre teoria e prática” (FILATRO, 2018, p. 82). 
Filatro (2018) também explica como elaborar instrumentos de 
avaliação, afirmando que, no caso de uma avaliação diagnóstica, por 
exemplo, pode-se preparar um pré-teste com questões de múltipla escolha e 
reaplicá-las ao final de uma unidade ou curso, para que gere uma comparação 
entre os dois resultados. Para a avaliação de atividades abertas, a autora 
sugere o uso de rubricas, que possuem uma escala de múltiplos critérios, 
possibilitando analisar não só os processos, mas também os produtos da 
aprendizagem. 
Um ponto muito importante na oferta de cursos a distância é a 
comunicação entre os atores da EAD, dado que o diálogo didático com os 
alunos e as orientações à equipe mantêm a “unidade e a coerência” dos 
conteúdos produzidos, conforme explica a autora. Sobretudo, é preciso zelar 
para que todos os elementos estejam em coerência com a “missão, valores 
e estratégias do contexto institucional” (FILATRO, 2018, p. 148). Dessa 
forma, entende-se que o setor da EAD pode ser comparado a um organismo 
vivo, que funciona com todo potencial se todos os membros trabalharem em 
sintonia. 
No último capítulo da obra, Filatro trata de como validar diferentes 
tipos de conteúdos educacionais. Dependendo dos prazos e da própria 
composição da equipe, a validação pode ser feita por meio de checklists 
rápidos ou ser mais detalhadapara compreender diversos fatores, como 
originalidade, confiabilidade das fontes, adequação aos objetivos, pertinência 
dos recursos didáticos, linguagem, identidade visual, entre outras. 
A leitura do livro Como preparar conteúdos para EAD é imprescindível 
para os profissionais que compõem uma equipe multidisciplinar de EAD e que 
buscam não apenas o aumento da produtividade do trabalho, mas, 
principalmente, a qualidade do material produzido. No contexto atual da 
nossa sociedade, ambos precisam estar presentes para que uma instituição 
tenha sucesso na oferta de cursos a distância ou híbridos.