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INSTITUTO FEDERAL Maranhão CERTECINSTITUTO FEDERALMaranhão CERTECINSTITUTO FEDERALMaranhão Educação a distância INSTITUTO FEDERAL Maranhão CERTECINSTITUTO FEDERALMaranhão Educação a distância EAD EAD ES PE CI AL IZ AÇ ÃO E M E AD UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Especialização em EAD DESIGN E ELABORAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO Salvador UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD ES PE CI AL IZ AÇ ÃO E M E AD EAD ELABORAÇÃO Mary Valda Souza Sales DIAGRAMAÇÃO Nilton Rezende Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP). Catalogação na Fonte BIBLIOTECA DO NÚCLEO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA – UNEB SALES, Mary Valda Souza S163 Design e elaboração de material didático- especialização em Educação a Distância / Mary Valda Souza Sales. Salvador: UNEB/ EAD, 2009. (Educação e Tecnologias da Informação e Comunicação). 30p. 1.Educação a distância. 2. Mídia 3. Material didático I. Título II. Curso de especialização em educação a distância III.Universidade Aberta do Brasil IV. UNEB /NEAD CDD: 375 EAD EAD ES PE CI AL IZ AÇ ÃO E M E AD UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA PRESIDENTE DA REPÚBLICA Luis Inácio Lula da Silva MINISTRO DA EDUCAÇÃO Fernando Haddad SECRETÁRIO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Carlos Eduardo Bielschowsky DIRETOR DO DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Hélio Chaves Filho SISTEMA UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL DIRETOR DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DA CAPES Celso Costa COORD. GERAL DE ARTICULAÇÃO ACADÊMICA DA CAPES Nara Maria Pimentel GOVERNO DO ESTADO DA BAHIA GOVERNADOR Jaques Wagner VICE-GOVERNADOR Edmundo Pereira Santos SECRETÁRIO DA EDUCAÇÃO Osvaldo Barreto Filho UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB REITOR Lourisvaldo Valentim da Silva VICE-REITORA Amélia Tereza Maraux PRÓ-REITOR DE ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO Wilson Roberto de Mattos COORDENADOR UAB/UNEB Silvar Ferreira Ribeiro COORDENADOR UAB/UNEB ADJUNTO Jader Cristiano Magalhães de Albuquerque DIRETOR DO DEDC – I Antônio Amorim NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA - NEAD COORDENADOR Arnaud Soares de Lima Junior VICE-COORDENADOR Silvar Ferreira Ribeiro COORDENADOR ADMINISTRATIVO Jader Cristiano Magalhães de Albuquerque COORDENADORA PEDAGÓGICA Sônia Maria da Conceição Pinto COORDENADORA DE MATERIAL DIDÁTICO Kathia Marise Borges Sales COORDENADOR DE TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO Marcus Túlio Freitas Pinheiro COORDENADOR DE ARTICULAÇÃO ACADEMICA Emanuel do Rosário Santos Nonato COORDENADORA DO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM EAD Márcia Santos Cerqueira EAD EAD ES PE CI AL IZ AÇ ÃO E M E AD UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Prezado estudante, Este módulo é parte do material didático que dá suporte as suas atividades de auto-estudo e auto-formação no curso de Especialização em EAD. Cada componente curricular dispõe de um material impresso correspondente, especialmente preparado para este curso, por docentes - pesquisadores, selecionados por sua inserção e produção na área de conteúdo específica. Além deste módulo, você também dispõe de material em mídia e do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA). Procure conhecer e explorar o máximo possível todo o material disponibilizado para o seu curso. É importante ter consciência que este é um material básico, especialmente preparado para lhe oferecer uma visão essencial ao estudo do conteúdo de cada componente curricular. Portanto, ele não tem o objetivo de ser o único material para pesquisa e estudo. Pelo contrário, durante o decorrer do texto, o próprio módulo sugerirá outras leituras, apontando onde você pode encontrar fontes para aprofundar, verticalizar ou trazer outros olhares sobre a temática abordada. Observe que, no decorrer deste módulo, os autores abrem caixas de diálogo para que você construa como inter- locutor ativo, a sua leitura do texto. Elas aparecem com os ícones e objetivos listados a seguir: Você sabia? – convida-o a conhecer outros aspectos daquele tema/conteúdo. São curiosidades ou infor- mações relevantes que podem ser associadas à discussão proposta; Saiba mais – apresenta notas ou aprofundamento da argumentação em desenvolvimento no texto, tra- zendo conceitos, fatos, biografias, enfim, elementos que o auxiliem a compreender melhor o conteúdo abordado; Indicação de leituras – neste campo, você encontrará sugestão de livros, sites, vídeos. A partir deles, você poderá aprofundar seu estudo, conhecer melhor determinadas perspectivas teóricas ou outros olhares e interpretações sobre aquele tema; Sugestões de atividades – consistem em indicações de atividades para você realizar autonomamente em seu processo de auto-estudo. Estas atividades podem (ou não) vir a ser aproveitadas pelo professor- formador como instrumentos de avaliação, mas o objetivo primeiro delas é provocá-lo, desafiá-lo em seu processo de auto-aprendizagem. Então caro estudante, encare este material como um parceiro de estudo, dialogue com ele, procure as leituras que ele indica, desenvolva as atividades sugeridas e, junto com seus colegas, busque o apoio dos tutores e a orienta- ção do professor formador. Seja autor da sua aprendizagem. Bom estudo! Coordenação de Material Didático Núcleo de Educação a Distância - NEAD ?? VOCÊ SABIA? ??? ??? SAIBA MAIS INDICAÇÃO DE LEITURA SUGESTÃO DE ATIVIDADE EAD EAD ES PE CI AL IZ AÇ ÃO E M E AD UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA CAROS ESTUDANTES! As tecnologias da informação e comunicação (TIC) caracterizam a realidade contemporânea e de alguma maneira influenciam a vida cotidiana de professores e alunos, da educação de maneira geral. Com a emergência dessas TIC na sociedade atual e a necessidade das instituições educacional, empresarial, não governamental formalizarem seus processos de formação de maneira que atendam as perspectivas da sociedade da informação, a educação a distância (EAD) ganha forma, corpo e valor. Assim, torna-se interessante que os sujeitos que fazem, pensam e constituem a EAD no Brasil, além de usar os meios tecnológicos, também pensem o seu uso com uma reflexão coletiva, sustentando posicionamentos, iniciativas e novas construções, para que possam planejar, construir, reestruturar a EAD. Nesse sentido, este módulo vem apresentar a vocês algumas reflexões acerca da produção do material didático para EAD, mais precisamente a concepção do desenho/design didático desse material, propondo um diálogo com os conteúdos advindos do planejamento pedagógico, pois temos sim que pensar em equipe, em recursos, em estratégias, em metodologias para definir o desenho didático; da organização sistêmica, pois temos que pensar nas funções dos membros do grupo no processo de planejamento e produção do material didático; da administração de sistemas, pois temos que pensar sobre os recursos financeiros, estruturas materiais e organizacionais para implementar o processo de produção. Assim, aqui dialogaremos sobre o conceito de mídia, design e material didático no processo de concepção e elaboração do material para EAD, além de refletir como esse processo de planejamento e construção potencializam a definição do projeto de EAD e da concepção de educação das instituições educativas na consolidação de processos formativos na modalidade a distância de educação. Dessa forma, esse material fornecerá para vocês considerações sobre as necessidades iniciais para se planejar e elaborar material didático para EAD com o uso das diversas mídias e multimídias, como uma ação dialógica e dinâmica na estrutura administrativa e pedagógica da educação a distância. Vamos iniciar essa etapa de formação com disposição, criatividade, empenho e disciplina, buscando organizar o tempo, desenvolvendo as leituras, atividades e estudos necessários para compreendermos o processo de definição do design/ desenho e da produção do material didático para EAD. Vamos aqui colocar em prática o que já discutimos, aprendemos e sistematizamos até o momento nesse curso.Bom estudo, boa construção! Professora Mary Sales1 1 Mestre em Educação e Contemporaneidade (UNEB), Professora do Departamento de Educação do Campus XI - UNEB, pesquisadora nas áreas de Educação a Distân- cia, Construção do Conhecimento em Rede, Formação e Tecnologia Educacional Doutoranda em Educação (FACED/UFBA). EAD EAD ES PE CI AL IZ AÇ ÃO E M E AD UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA SUMÁRIO 1 DESIGN E ELABORAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO: UMA BREVE REFLEXÃO 13 2 MATERIAL DIDÁTICO: INSTRUMENTO DE MEDIAÇÃO 15 3 POTENCIALIDADES DAS MÍDIAS NA PRODUÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO PARA EAD 17 3.1 Mídia: compreendendo o conceito 17 3.2 A mídia impressa na EAD 19 3.3 Mídia videográfica e a EaD 22 3.4 Os ambientes virtuais de aprendizagem e a EAD 23 4 DESENHO/DESIGN NO MATERIAL DIDÁTICO PARA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: ALGUMAS REFLEXÕES 26 5 REFLETINDO TRANSITORIAMENTE... 28 REFERÊNCIAS 30 1313UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA ESPECIALIZAÇÃO EM EAD ES PE CI AL IZ AÇ ÃO E M E AD 1313UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA 1 DESIGN E ELABORAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO: UMA BREVE REFLEXÃO Atualmente vivemos o limiar das tecnologias da comu- nicação e da informação, o que tem provocado marcantes mudanças no cotidiano social, cultural e econômico da humanidade. Atendendo a uma demanda do capitalismo, o investimento na descoberta, fabricação e difusão de novas tecnologias de comunicação e informação, tem sido cada vez mais intenso. Lyotard (2002) em uma de suas obras2 afirma que a expansão das tecnologias da informação e comunicação revitalizam, em parte, o modo de produção capitalista, uma vez que o fluxo de informações é mais rápido e o modelo globalizado é o parâmetro mundial das sociedades contemporâneas. Apesar destas tecnologias terem sido criadas no contexto eminentemente capitalista, potencialmente elas podem trazer modificações à este sistema, à sociedade e à forma de produzir” das pessoas, isto porque. As tecnologias digitais vêm superando e transformando os modos e processos de produção e socialização de uma variada gama de saberes. Criar, transmitir, armazenar e significar estão acontecendo como em nenhum outro momento da história. Os novos suportes digitais permitem que as informações sejam manipuladas de forma extremamente rápida e flexível envolvendo praticamente todas as áreas do conhecimento sistematizado bem como todo cotidiano nas suas multifacetadas relações. Vivemos efetivamente uma mudança cultural (SANTOS, 2001, p. 114). A revolução que estamos vivenciando nas últimas décadas tem uma característica importante, já que as tecnologias criadas neste contexto, como afirma Mil- ton Santos, tornaram-se presentes nas mais diversas instâncias sociais e são constitucionalmente divisíveis, flexíveis e dóceis, podendo atender aos mais diversos grupos de ação (SANTOS, 2001), diferente da revolução industrial que reconfigurou o cenário mundial do século XX. Observando o contexto que nos circunda, podemos perceber que as tecnologias têm transformado o cenário humano de maneira geral. 2 A obra referida é Condição Pós-Moderna de Jean-François Lyotard. Assim, as tecnologias aportam na sociedade do sé- culo XXI, como sendo potencializadoras da capacidade humana de construir, transformar, modificar o mundo; são essencialmente parte da condição humana. • No ritmo de mudança, temos vivenciado novida- des intensas, também, no contexto educativo e o desenvolvimento permanente das tecnologias de comunicação e informação – TIC –, dentre outras questões, tem potencializado as estratégias educa- tivas, principalmente na educação a distância. Este movimento tem suscitado reflexões e pesquisas entre os educadores que buscam compreender e analisar a educação neste contexto permeado pelas inovações tecnológicas e a constantes transformações. Apesar de estar presente na história há mais de um século, a EAD passou a ser marco na história da educação brasileira a partir da década de 50, mas no contexto mundial já está vivenciando sua quinta geração segundo Sales (2006), a geração dos aparelhos e/ou dispositivos de comunicação portáteis e sem fio, os chamados Móbile Learning ou mlearning. Alves (1994) defende a tese de que a EAD iniciou com a invenção da imprensa, porque antes de Gutemberg os livros copiados manualmente, eram caríssimos e por- tanto inacessíveis à plebe, razão pela qual os mestres eram tratados como integrantes da Corte. Detinham o conheci- mento, ou melhor, os documentos escritos, que eram desde o século V a.C. feitos pelos escribas. (ALVES, 1994, p. 09). Figura 1 - http://img.mercadolivre.com.br/jm/ img?s=MLB&f=111617149_4677.jpg&v=E 14 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD ES PE CI AL IZ AÇ ÃO E M E AD EAD ??? ??? SAIBA MAIS Para relembrar sobre as gerações da Educação a Distância e o desenvolvimento dessa modalidade baseada no uso das mídias, volte ao Módulo de Comunidades Virtuais de Aprendizagem e dê uma olhada na página 25. Partindo desse princípio, afirmamos que a mídia é o marco referencial para identificar a presença da educação a distância na história da humanidade e assim podermos demarcar o desenvolvimento da EAD em blocos temporais de acordo com a ou as mídias utilizadas como recurso pedagógico. Como informado antes esses blocos foram denominados de geração. Tomando como referência que a transição de uma geração para outra é baseada no tipo de mídia ou mídias que são utilizadas através dos tempos e na metodologia que é adotada, Rumble (2000), apontou de acordo com estes critérios quatro gerações de EAD no Brasil e Sales (2006) acrescentou uma quinta geração para contextu- alizar a evolução baseada no uso das mídias. INDICAÇÃO DE LEITURA Aproveitando essa revisão, retome o conteúdo apresentado no módulo de Comunidades Virtuais de Aprendizagem para que possamos continuar a falar de EAD com uma referência melhor sobre as mídias que são utilizadas na produção do material didático, da educação a distância. Neste contexto, considerando que estamos vivendo a sociedade da informação, a efervescência das tecno- logias inteligentes, podemos considerar que estamos passando pelo processo de transição da aprendizagem flexível apenas, para a aprendizagem flexível e inte- ligente. Isto é, estamos saindo da fase de que o bom ensino é aquele que acompanha o desenvolvimento para aquele em que o desenvolvimento assume a “função de regulação geral, dando lugar à zona de desenvolvimento proximal, [...] estimulando e ativando os processos internos de desenvolvimento vistos como resultado das inter-relações entre o indivíduo e os agentes sociais” (GIUSTA, 2003, p. 59), pois a interação e interativi- dade3 são muito mais presentes e essenciais para a garantia da aprendizagem efetiva e de qualidade, isto porque o feedback pode ser dado até em tempo real e ocorre numa ação circular – de ir, vir, ir, vir... constante. Nessa perspectiva a aprendizagem deve e tem que se consolidar com um processo significativo. ?? VOCÊ SABIA? Interatividade é um processo comunicacional de construção do saber, de participação de todos os membros envolvidos no processo de produção do conhecimento sobre determinado assunto. Para saber mais consulte: http://www.faced.ufba.br/~dept02/sala_interativa/texto_ grupo.html Figura 2 http://educacaodialogica.blogspot.com/2008_05_13_archive.html Levy (1993) afirma que a velocidade de evolução dos saberes, à massa de pessoas convocadas a aprender e produzir novos conhecimentos e o surgimento de novas ferramentas fazem emergir paisagens inéditas e distintas, identidades singulares no coletivo, uma inteligência e saber coletivos4. ?? VOCÊ SABIA? 3 No Módulo de Trabalho Colaborativo na WEB, a professora Claudia Aragão informa que Nicoletta Vittadini (1995) também concorda que há diferença entre interação e interatividade. A primeira estaria relacionada ao contato interpessoal, enquanto a segunda seria mediada. A interatividadeseria en- tão “un tipo de comunicacación possible gracias a las potencialidades es- pecíficas de unas par ticulares configurações tecnológicas” (p.154). 4 Inteligência Coletiva para Pierre Levy “é uma inteligência distribuída por toda parte, incessantemente valorizada, coordenada em tempo real, que resulta em uma mobilização efetivas das competências”. EAD EAD ES PE CI AL IZ AÇ ÃO E M E AD 15UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA As tecnologias intelectuais exteriorizam e reificam uma função cognitiva (LÉVY, 1993), uma atividade mental, possibilitando a reorganização do pensar em seu conjunto e a modificação da função cognitiva que pressupunha somente assistir e reforçar. Assim, as mídias, como tecnologias intelectuais, são potencializadoras do processo de produção do conhecimento. Portanto, é compreensível que, diante do impacto que essas tecnologias – eletro- eletrônicas, digitais, sonora, impressa – têm exercido sobre a vida contemporânea, se pense quase que exclusivamente nelas ao mencionar “tecnologia na educação”. No entanto, não se pode esquecer que a educação continua a ser feita, predominantemente, pela fala e pela escrita. Assim, a fala, a escrita e o texto impresso são, e vão continuar sendo, tecnologias fundamentais para a educação, principalmente para EaD, posto que o processo de inclusão digital depende do avanço educacional, social, político e econômico no País, que caminha a passos lentos. (SALES, 2006) Este processo evolutivo do conhecimento, ou me- lhor, da construção do conhecimento, proporcionou um novo movimento dentro do contexto educacional na modalidade a distância, pois, além da relação homem/máquina, temos aqui a referência de uma aprendizagem para colaboração, em que todos os agentes envolvidos no processo de ensino-apren- dizagem tornam-se responsáveis pela produção do conhecimento crítico, ativo e discutido, responsáveis diretamente pela mobilização efetiva de competências, partindo do pressuposto de que ninguém sabe tudo e todos sabem de alguma coisa. INDICAÇÃO DE LEITURA Retome o texto do módulo de Psicologia Ecológica nas páginas 34 e 35 e reflita um pouco sobre o que é essa inteligência coletiva. Aproveite e visite o Laboratório Virtual de Alex Primo no endereço: http://www6.ufrgs.br/limc/pesquisa.html, consulte os mapas e trechos das obras do autor e saiba mais sobre interação, interatividade e inteligência coletiva. 2 MATERIAL DIDÁTICO: INSTRUMENTO DE MEDIAÇÃO A função de ferramenta de mediação que o material didático desempenha supõe uma preocupação siste- mática com sua elaboração (colocara) seu planeja- mento e produção. Quando se trata de EAD, a atenção devida à qualidade do material didático é diretamente proporcional à importância que ele tem nas práticas pedagógicas em EAD. O projeto político-pedagógico dos cursos, dentre outros aspectos, deve orientar as escolhas quanto aos recursos didáticos necessários para o alcance dos objetivos educa- cionais propostos. Alguns elementos a serem considerados na escolha e na produção do material didático, são os seguintes: • O perfil do público-alvo; • Condições de infra-estrutura e de recursos materiais para o desenvolvimento do curso; • Potencialidades e limitações das linguagens de cada uma das mídias; • Definição clara de objetivos gerais e específicos orien- tadores da aprendizagem; • Possibilidade conservação, reprodução e utilização livre; • Integração das diversas mídias, buscando a complemen- tariedade entre elas. Assim, para que a base do processo de mediação no ensino aprendizagem seja efetivada a distância, tor- na-se necessário um cuidado especial na elaboração dos instrumentos que subsidiam o desenvolvimento do curso de maneira geral, isto é, o material didático, pois este desempenha um papel de extrema importân- cia na condução da aprendizagem do aluno, uma vez que, também, no material didático reside o lócus da construção de práticas pedagógicas colaborativas e emancipadoras. Este é um ponto crucial da discussão sobre EAD, pois, “entre os diversos problemas que se identificam no desenvolvimento de programas de educação a distância, um dos mais importantes é o que diz respeito à produção de material didático” (BELISÁRIO, 2003, p.135). O material didático em EAD é um elemento media- dor que traz em seu bojo a concepção pedagógica que norteia o ensino-aprendizagem. Consciente ou inconscientemente, o planejamento e a constituição do material didático estão intimamente relacionados 16 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD ES PE CI AL IZ AÇ ÃO E M E AD EAD com a proposta pedagógica da instituição e com a concepção de educação do produtor deste material. Levando em consideração a necessidade de se de- senvolver novos conhecimentos sobre o uso das várias mídias na educação, principalmente para elaboração do material didático para EAD, devemos estar atentos à revisão dos processos formativos do professor para atuar em EAD, pois o material didático deve responder a um dos princípios básicos da EAD, estudo autônomo orientado, no qual o material é responsável por algo mais que a simples informação, é co-responsável pelo processo de mediação pedagógica que constitui o processo ensino-aprendizagem em EAD. Partindo deste prisma, torna-se essencial a definição da concepção pedagógica norteadora desse processo de ensino-aprendizagem, bem como um planejamento muito detalhado para produção do material didático a ser utilizado, de acordo com os princípios determinantes da proposta pedagógica, além da definição do tipo de mídia a ser utilizado. ??? ??? SAIBA MAIS Independente da mídia utilizada para elaboração do material didático de EAD, há que se objetivar a busca de um instrumento de aprendizagem que apresente condições para: • a interatividade, • a seqüenciação de idéias e conteúdos, • a relação teoria-prática e • a auto-avaliação. Quando se produz material didático para EAD, a concepção pedagógica a ser adotada como referencial da equipe multidisciplinar de produção deve privilegiar a interação, a interatividade e a aprendizagem colabo- rativa, levando em consideração que todo processo de aprendizagem deva ser construído em sintonia com o desenvolvimento do ser humano. É preciso estar atento à influência que alguns elementos externos exercem so- bre a interação, a interatividade e a colaboração. Desta forma, esta ação técnico-pedagógica de elaboração deve englobar os aspectos da criatividade, motivação, design, conteúdo e estética, bases para a produção de um material didático capaz de colaborar para o pro- cesso de mediação que se quer realizado em EAD e a autonomia discente. Figura 3 http://educacaodialogica.blogspot.com/2008_05_13_archive.html O material didático para EAD tem que atender a esses pressupostos, pois o grande desafio da EAD é justamente “produzir um material didático capaz de provocar ou garantir a necessária interatividade do processo ensino-aprendizagem” (BELISÁRIO, 2003, p.137), na qual o professor passa a exercer o papel de mediador do processo pedagógico, garantindo autonomia intelectual aos discentes sem renunciar à sua função docente: proporcionar os meios para a construção do conhecimento. Nesse sentido, o material didático precisa ser o condutor de um conjunto de atividades que procure propocionar à construção do conhecimento; daí a ne- cessidade de esse material se apresentar em linguagem dialógica que, na ausência física do professor, possa garantir um certo tom coloquial, reproduzindo mesmo, em alguns casos, uma conversa entre professor e aluno, tornando sua leitura leve e motivadora (Idem, p. 138). Por isso deve ser construído com: • uma linguagem clara e concisa, • glossário, • exemplificações cotidianas e/ou científicas, • resumos • animações. Em suma, o material didático para EAD precisa propor um diálogo constante entre conhecimento/aluno/ professor/ mundo. EAD EAD ES PE CI AL IZ AÇ ÃO E M E AD 17UNIVERSIDADEDO ESTADO DA BAHIA INDICAÇÃO DE LEITURA Para que possam ter noção de como o planejamento e o projeto pedagógico do curso são importantes para definição da mídia para produção do material didático, bem como para orientação de construção desde o design até a estrutura dele, consultem os Referenciais para Elaboração de Material Didático para EAD no Ensino Profissional e Tecnológico elaborado pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SEPT) do Ministério da Educação (MEC), disponível em www.etecbrasil.mec.gov. br/gCon/.../file/ref_materialdidatico.pdf 3 POTENCIALIDADES DAS MÍDIAS NA PRO- DUÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO PARA EAD Para que possamos identificar e compreender as po- tencialidades das mídias, vale uma pequena discussão sobre o conceito de mídia, termo esse tão utilizado pelos profissionais da comunicação, educação, jornalismo da história, dentre outros. 3.1 Mídia: compreendendo o conceito Tendo a educação a distância como foco e a neces- sidade de comunicação como referência, verifica-se que, quando se reporta a um meio de comunicação, isto é, ao tipo de mídia co-responsável pelos processos comunicativos, quando se constrói qualquer projeto a ser desenvolvido na modalidade a distância, pensa-se e define-se a forma de diálogo dos processos interati- vos, bem como o nível de interatividade, pois essa(s) mídia(s), a exemplo das impressas, digital e telemá- tica, terá (terão) a função de superar as barreiras da distância geográfica e temporal e, ao mesmo tempo, serem instrumentos mediadores no processo ensino- aprendizagem. Franco (2003) se refere à mídia, fazendo uma retrospectiva ao conceito em latim, deixando claro sua função na sociedade contemporânea. A autora retoma o conceito histórico, explicitando que mídia vem do latim médium e que o termo mídia significa meio ou veículo de comunicação, en- globando, principalmente, os meios impressos (livros, man- uais, jornais, revistas, out doors (sic!), panfletos, cartazes, encartes, malas diretas, etc), o cinema – que poderíamos classificar como foto-mecânico -, os eletrônicos, como o rádio e a TV e o eletrônico-digital, como a Internet. O tele- fone e o correio convencional, embora fujam à classificação acima, também podem ser considerados meios de comu- nicação e de processamento da informação (...) (FRANCO, 2003, p.89)5. Nesse sentido, podemos compreender as mídias como sendo meios de comunicação e de processamento de informações como explicita a autora e, por este fato, a EaD é entendida como a educação que chega às pessoas no lugar onde elas se encontram e com a flexibilidade de utilização do tempo que se gesta à disponibilidade de cada estudante. Assim, a compreensão do conceito de mídia se alarga, pois deixa de ser apenas um instrumento de comu- nicação e passa a ser responsável também pela mediação dos processos de construção do conhecimento. INDICAÇÃO DE LEITURA Para saber um pouco mais sobre essa história consulte: BURKE, Peter e BRIGGS, Asa. História social da mídia: de Gutenberg a Internet. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004 É possível constatar que a mídia está associada à informação e às várias formas de comunicação. Devido a essa afirmação, o termo mídia pode ter outras acep- ções, isto porque ele é utilizado sempre como meio de comunicação pelos profissionais de comunicação, que, ante a sua aplicabilidade, principalmente na educação, o termo se diferencia, posto que mídia é uma tecnologia intelectual pelo fato de potencializar o processo de cons- trução do conhecimento e a mediação pedagógica. ?? VOCÊ SABIA? Que nos Indicadores de Qualidade para Cursos de Graduação a Distância do Ministério da Educação , dentre os 10 itens listados, um traz a necessidade primordial da escolha do “meio de comunicação” na organização e promoção de cursos a distância, referindo-se à mídia. Ao tratar da qualidade dos recursos educacionais [...] que devem apresentar materiais sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação utilizados isoladamente ou combinados e veiculados através dos diversos meios de comunicação (BRASIL, 2003), os Referenciais de Qualidade para Cursos a Distância destacam a importância dos tipos de mídia utilizados como suporte comunicacional e pedagógico na educação a distância. 5 Grifos nossos. 18 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD ES PE CI AL IZ AÇ ÃO E M E AD EAD SUGESTÃO DE ATIVIDADE Vamos fazer um teste... Em quantas situações diferentes você consegue empregar/ utilizar a palavra mídia? Mais de três situações? Se conseguiu empregar falando sobre o jornal, sobre a massificação das informações de determinada rede de TV, sobre as informações expostas nos out doors pela cidade... chegou ao ponto que é necessário para fazer uma reflexão mais profunda sobre a mídia. Na EaD, o conceito de mídia também é muito confun- dido com meio de comunicação e/ou material didático, pois sempre a associam, no processo de criação de cursos a distância, à produção de material didático para essa modalidade. Mas temos que ter claro esse conceito e para tanto, a professora Lúcia Santaella, ao trazer para reflexão a “aclimatação do termo mídia no Brasil”, afirma que esta é “empregada, tanto no sentido estrito de jornalismo impresso, quanto no sentido de meios noticiosos e informativos em geral, incluindo o rádio e a televisão” (1992, p. 24). ?? VOCÊ SABIA? Que “foi somente na década de 1920 que as pessoas começaram a falar de mídia” (BURKE, 2004, p. 13) e que, nos anos 50, passaram a falar de uma “revolução da comunicação”. Por isso que de maneira mais ampla a mídia, pode-se afirmar que, além da função comunicacional, ela tem uma função pedagógica muito forte, pois é instrumento básico de interlocução para produção do conhecimento em qualquer nível ou modalidade ensino. E, na EAD, toma forma e linguagem próprias, transformando-se em um referencial primordial no processo de mediação pedagógica. Nesse sentido, considerando as possibilidades de acesso aos vários tipos de mídia, compreendendo-a como recurso comunicacional e pedagógico, como tecnologia intelectual, tem-se que refletir acerca das potencialidades de cada uma delas, além de analisar as condições sociais e econômicas de acesso, para, assim, dimensionar o seu uso no processo de desen- volvimento e implementação da educação a distância. Desta forma, é de suma importância que a escolha da(s) mídia(s) no processo de implementação de programas, projetos, cursos em EAD, atenda a uma opção política, social e pedagógica necessária à trans- formação de uma realidade instalada historicamente na educação. ??? ??? SAIBA MAIS Como meio de comunicação, utilizam-se mídias no plural para destacar “os traços diferenciais e sui generis, de cada mídia individual, para caracterizar a cultura que nasce nos trânsitos, intercâmbios, fricções e misturas entre diferentes meios de comunicação [...]” (SANTAELLA, 1992, p. 24). Para que possamos compreender as várias formas de elaboração do material didático para EAD e ao mes- mo tempo identificar as potencialidades das mídias, vamos trabalhar por blocos, tendo como referência a mídia impressa, a digital, a videográfica e os ambientes virtuais de aprendizagem. ??? ??? SAIBA MAIS As mídias tendem a criar redes intercomplementares. Cada mídia, devido à sua natureza, apresenta potenciais e limites que lhe são próprios. Esses não são nunca idênticos de uma mídia à outra, de modo que, na rede das mídias, cada uma terá funções diferenciais (SANTAELLA, 1992, p.37). É importante lembrar que a educação a distância teve sua origem com o uso da mídia impressa e com a evolução das tecnologias e a emergência das tec- nologias da informação e comunicação. Os usos das mídias na educação proporcionaram a criação de uma diversidade de estratégias educativas, possibilitando configurar a educação a distância em formatos muito mais dinâmicos que aqueles permitidos pela mídia im- pressa. Contudo,um dos grandes entraves da EAD é a existência, a despeito das potencialidades de qualquer mídia, de práticas que apenas repetem os mesmos modelos, somente transpõem para o ambiente tecno- lógico as concepções pedagógicas tradicionais. Para fugir dessa forma de se fazer EAD é que vamos analisar EAD EAD ES PE CI AL IZ AÇ ÃO E M E AD 19UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA detalhadamente o processo de elaboração do material didático partindo das potencialidades que cada mídia nos oferece. 3.2 A mídia impressa na EAD http://flammarion.files.wordpress.com/2008/08/ead.jpg A mídia impressa, até os dias atuais, se configura como o meio mais comum e mais adequado para que possamos ter acesso ao conhecimento e dinamizar as nossas capacidades neuronais para promover a aprendizagem. Nesse sentido que é importante pensar na educação a distância privilegiando os meios mais adequados aos processos de ensino e de aprendiza- gem, por esse motivo que ao se definir pelo material impresso, é necessário pensar em uma abordagem pedagógica que desenvolva a capacidade reflexiva dos sujeitos, integrando o conhecimento empírico e teórico relacionado ao seu contexto de atuação. Isto porque o material deve refletir uma preocupação central com a mediação pedagógica que possibilite como resultado a construção do conhecimento do estudante. Assim, o material didático impresso para educação a distância deve ser elaborado numa perspectiva que passa “pela informação selecionada, pelo modo de apresentá-la, pela beleza das palavras e das imagens, pela abertura da obra e pela busca de envolvimento do interlocutor”(GUTIERREZ e PRIETO, 1994, p. 25). Para que isso aconteça temos que refletir sobre a proposta pedagógica e sobre o tratamento pedagógico que devemos dar aos conhecimentos, aos conteúdos, aos signos, as imagens e às informações utilizadas. http://3.bp.blogspot.com/_NyBRnLAowWc/ShVcc56YAWI/ AAAAAAAAABE/okyR-xxaBDI/s400/midia.jpg Não podemos confundir o leitor com uma miscelânea de dados e informações com o uso de várias formas e significados de tradução. Deve-se ter cuidado com a limpeza do texto apresentado. NÃO ESQUEÇA... Para tanto, o autor precisa ter clareza da sua intencionalidade, isto é, o que, como e por que está produzindo aquele mate- rial, além de ao mesmo tempo conhecer como se desenvolve o processo de aprendizagem dos sujeitos, para que elabore um material que possibilite a promoção de diálogos entre o conhecimento e o sujeito aprendente, conduzindo-o para uma aprendizagem significativa. Por esse fato que todo material impresso obedece a uma organização padrão de acordo com a proposta pedagógica dos cursos, programas, projetos. Nesse sentido, os volumes impressos devem conter estruturas que objetivem: • orientar os estudantes em relação a informação; • deixar claro os objetivos do estudo; • apresentar os conteúdos de estudo; • explicar como está estruturado o material; • propor atividades; • propor indicações de estudo complementar, de consulta de vocabulário, etc. Assim, como exemplo de organização de material impresso para EAD, utilizamos o nosso da Universidade 20 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD ES PE CI AL IZ AÇ ÃO E M E AD EAD Figura 01 – Características intertextuais apresentadas no material impresso. Fonte: Guia de Estudo Proformação. Módulo II, Unidade 1, OTP, p. 93. EAD EAD ES PE CI AL IZ AÇ ÃO E M E AD 21UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Aberta do Brasil/Universidade do Estado da Bahia, que é construído com o seguinte padrão de organização: a) Sumário – onde apresentamos os itens e sub-itens, numerados de forma a identificar no processo de diagramação, a pertença hierárquica dos mesmos ao longo do texto (conforme normas da ABNT). b) Apresentação do módulo - faz um convite ao estu- do, dá as boas-vindas, situa o estudante na “nave- gação” por este material. c) Apresentação da disciplina – apresenta a disciplina, sua ementa, objetivos, carga horária e metodologia. d) Conteúdos de trabalho – apresenta os conteúdos de- finidos na ementa do Projeto Pedagógico do curso e) Sugestões de atividades - indicações de atividades para o estudante realizar de maneira autônoma. f) Referências – lista de todas as referências (livros, sites, cd, filmes, etc) utilizadas para construção do módulo, apresentadas de acordo com as normas vigentes da ABNT. Vale acrescentar que, para escrita do material didáti- co deve-se obedecer ao que dispõe a Lei de Direitos Autorais e observar internamente algumas categorias técnico-pedagógicas6 tais como: Multivocabilidade: usar imagens e outros textos com diversos pontos de vista sobre determinado assunto para provocar reflexão. É uma maneira de escrita poli- fônica que contemple a pluralidade de pontos de vista à respeito de algum tema, questão, assunto, onde se procura deixar a decisão por conta do leitor. Intratextualidade: apresentar conexões de textos lo- calizados em um mesmo espaço impresso, site, arqui- vo digital que guardem relação temática entre si. Intertextualidade: buscar abrir o texto ao exterior, apre- sentando uma idéia de fronteiras temporárias, móveis, por isso, se deve escrever de forma que se busque conectar outros textos (filmes, sites, livros) distintos a partir da mesma temática. Isso pode ser feito com a indicação de filmes, consulta a sites específicos, livros paradidáticos, etc. Hipertextualidade: construir o texto distribuindo os 6 Categorias estruturadas a partir dos estudos contidos na disser- tação de Mestrado de Mary Valda Souza Sales, do Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade da Uneb, concluída no ano de 2006. conteúdos de forma que eles se interconectem e co- nectem com o exterior. Isso pode ser desenvolvido com a abertura de caixas de diálogo, notas de esclare- cimentos e indicação, links diretos com outros textos ao longo dele, e até links diretos com o próprio texto, remetendo o leitor para o glossário, para as sessões você sabia? Indicações de leitura, saiba mais e etc. Para tanto, sugere-se que sejam utilizadas caixas de diálogo visando a construção significativa do conhecimento, a interlocução do estudante com o conteúdo que está sendo apresentado e a proposição do exercício da reflexão crítica. Essas caixas podem aparecer no material de acordo com a orientação pedagógica da instituição e/ou com as necessidades da autoria. Podem ser a exemplo: Você Sabia? Saiba mais; Indicação de leitura; Para relembrar; Assista e reflita... contanto que dêem a possibilidade de am- pliação da reflexão a respeito do conteúdo que está sendo apresentado. Vale ressaltar que a produção textual para a edu- cação a distância obedece a uma lógica dialética e dialógica, em busca de se manter um diálogo com o leitor (estudante) numa perspectiva bidirecional. A lin- guagem textual deve observar alguns aspectos como bem apresentado por Franco (2007). Vejamos: • os parágrafos devem traduzir de forma clara as idéias nele contidas; • as frases devem ser curtas; • a voz passiva deve ser evitada; • usar palavras de mais familiaridade dos estudantes; os termos técnicos devem ser explicados. Figura 4 - www.neridesign.com.br/category/todos-trabalhos Agora vamos a um exercício prático e planejar e pensar o material impresso para EAD. 22 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD ES PE CI AL IZ AÇ ÃO E M E AD EAD SUGESTÃO DE ATIVIDADE Diante do que foi apresentado, faça a leitura do texto da Profª Maria Umbelina Caiafa Salgado, disponível em: http://www. tvebrasil.com.br/SALTO/boletins2002/ead/eadtxt3a.htm e construa um texto com a linguagem própria para educação a distância, apresentando cinco princípios básicos para se produzir um bom material impresso para EAD. 3.3 Mídia videográfica e a EAD Arlindo Machado(1993) afirma que o vídeo surgiu em um contexto diferente do cinema em meados da década de 1960 por uma exploração criativa subvertida de um lado e pelaincontrolável proliferação de práticas autônomas de outro. Essa afirmação nos conduz a acreditar que o vídeo tem todas as potencialidades para “prender”, transformar, cativar as pessoas, uma vez que o uso do audiovisual consegue mexer com os sentidos mais sagazes do nosso organismo: a visão e a audição. Nesse sentido, podemos constatar que o uso da mídia videográfica na educação fez com que o professor assumisse de fato o papel de mediador, estabelecendo um elo entre o estudante e o conhecimento, rompendo com a função mecânica de transmissor. Com a introdu- ção das tecnologias da informação e comunicação na educação, em especial, do vídeo, fez com que a função do professor enquanto mediador assumisse caracterís- ticas de orientador, motivador, facilitador, como afirma Ferres (1996), uma vez que sua responsabilidade agora é estabelecer um diálogo entre as mídias utilizadas no processo educativo. www.comunicacaofilmes.com/downloads/index.htm Na perspectiva da educação a distância, o vídeo é uma das mídias mais ricas e poderosas no processo formativo, uma vez que aproxima os sujeitos estudantes distantes dos sujeitos docentes distantes através da visão e da audição, tornando-os próximos e interligados. O vídeo na educação a distância é utilizado de várias maneiras como afirma Cordeiro (2007) e como pode- mos constatar a seguir: • Vídeo aula – aula expositiva de determinado tema. • Vídeo informativo – busca apresentar uma demons- tração clara e concisa de uma realidade explorada no conteúdo de trabalho. • Vídeo motivacional – busca promover a motivação, despertar algum aspecto afetivo, cognitivo ou motor necessário para o momento de reflexão e/ou relaxa- mento. • Vídeo reportagem / documentário – objetiva apre- sentar com clareza de detalhes a relação cotidiana, empírica de algum conteúdo estudado. • Vídeo entrevista – busca apresentar pontos de vista diferenciados e/ou ampliados sobre determinado tema de trabalho. Para produção de um vídeo existe a necessidade de elaboração de um projeto que conste os seguintes itens: Etapas de um projeto para produção de vídeo Atividades básicas Atividades Complementares Atividades Organizadas Delimitação do projeto Temas objetivos Busca de documentação Conteúdo Previsão de necessidades Possibilidades e limitações Sinopse Conteúdos, estrutura, tamanho Plano de realização Roteiro literário Conteúdos, estrutura, tamanho Notas Observações, apontamentos Acompanhamento Roteiro técnico Roteiro Didático Acompanhamento Realização Roteiro Didático Acompanhamento Pós-realização Edição, sonorização, finalização Roteiro Didático Acompanhamento Fonte: Adaptação de Ferres (1996), contida em Cordeiro (2007) EAD EAD ES PE CI AL IZ AÇ ÃO E M E AD 23UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA INDICAÇÃO DE LEITURA Para saber um pouco mais leia o texto “Produção de vídeo digital no contexto educacional” disponível em www.cinted. ufrgs.br/ciclo10/artigos/1bAriel.pdf. Existem também possibilidades de criarmos nossa própria vídeo aula utilizando alguns softwares gratuitos. Vale esclarecer que esse é um procedimento caseiro e não deve ser utilizado em larga escala. Aprenda assistindo outro vídeo caseiro no youtube no seguinte endereço http://www.youtube.com/ watch?v=7pzysNM8ErY ?? VOCÊ SABIA? Vídeo é um sistema hibrido; pois opera com códigos significantes distintos, parte importada do cinema, parte importada do teatro, da literatura, do rádio, e mais modernamente da computação gráfica, aos quais acrescenta alguns recursos expressivos específicos, alguns modos de formar idéias ou sensações que lhe são exclusivos, mas que não são suficientes por si só, para construir a estrutura de uma obra (MACHADO, 1993, p. 8). Para o uso da mídia videográfica na EaD devemos buscar “surpreender constantemente com novidades cada vez mais sofisticadas que lhe abres novas perspec- tivas como meio de expressão audiovisual” (FERRES, 1996) e nesse sentido, não pensar o vídeo de forma muito sistematizada, fechada e definitiva. O vídeo elaborado para EaD tem a necessidade de possuir: • linguagem clara; • tema definido e claro; • informações relacionadas aos conteúdos traba- lhados; • utilização de recursos complementares de ex- plicação do conteúdo (Power point, imagens, fotografias) • tamanho médio (para não ficar cansativo e de- sinteressante); • dinâmico. Assim, podemos concluir que o aspecto-chave que valida o uso do vídeo na educação, em especial na educação a distância, é o fato dele trazer elementos vivos de ação que o tornam complementar a qualquer outra mídia. SUGESTÃO DE ATIVIDADE Utilizando as etapas para elaboração de um projeto de produção de vídeo, construa um ensaio de projeto e em seguida um vídeo visando abordar um tema transversal da educação. Podem utilizar os recursos caseiros para essa produção como o movie maker, cantasia, o power point. Vamos lá, utilize a criatividade de vocês e busque informações na própria rede internet. Como exemplo de um excelente documentário que traz perspectivas de uso da imagem e do áudio de maneira fantástica para traduzir conteúdos, informações, sentimentos, assista o documentário Janela da Alma, de João Jardim e Walter Carvalho. 3.4 Os ambientes virtuais de aprendizagem e a EAD Os AVA não são apenas contextos em que recur- sos audiovisuais e multimidiáticos são colocados à disposição dos “aprendentes”, mas também, con- vivem em colaboração harmônica com os recursos midiáticos tradicionais, tais como material impresso e rádio. São uma estrutura diferenciada, algo dinâmico, maleável, rico e enriquecedor (LÉVY, 1993). São um contexto em que o falar-ditar do mestre não é mais o único meio de acesso a informação. Neles, as velhas posições de mestre e aluno se metamorfoseiam em puros aprendentes. Se o professor ainda está baseado na pedagogia milenar da transmissão, que disseminou práticas edu- cacionais e calcificou as estratégias de distribuição e assimilação de informações, o material didático para EAD será uma mera reprodução desse paradigma. As potencialidades comunicacionais, colaborativas e de desenvolvimento da autonomia que o digital propicia serão sub-utilizadas. O AVA não passará de um depó- sito de textos, os e-mails serão apenas utilizados para que o professor comunique informações aos alunos e proponha tarefas, o chat, o momento para tirar dúvidas sobre os conteúdos e o fórum, mais um espaço de perguntar e responder apenas. 24 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD ES PE CI AL IZ AÇ ÃO E M E AD EAD Assim, vamos relembrar o que já vimos no Módulo de Comunidades Virtuais sobre AVA. RELEMBRANDO ENTÃO Segundo Santos e Okada (2004) um Ambiente Virtual é o conjunto de artefatos computacionais (páginas web, formulários, portifoliuns, interfaces síncronas e assíncronas), todos os participantes (professoras, estudantes e convidados) e, principalmente os seus feixes de interações (troca de e-mails, discussões no fórum e na lista de grupos, construção coletiva e individual de textos); enfim, todas as interações ocorridas entre os componentes. Nesse sentido, entendemos por ambiente virtual “é um espaço fecundo de significação onde seres humanos e objetos técnicos interagem potencializando assim, a construção de conhecimentos, logo a aprendizagem” (SANTOS, OKADA, 2004, p. 2). Nesse sentido, todo espaço fecundo de significação disponível na rede internet onde existe interação e produção do conhecimento, pode ser considerado um ambiente virtual, como afirma Sales (2008). Portanto, “se entendermos aprendizagem como um processo sócio-técnico onde os sujeitos interagem ´na´ e ´pela´ cultura sendo esta um campo de luta, poder, diferença e significação, espaço para construção de saberes e conhecimento” (SANTOS, OKADA, 2004, p. 3), podemos afirmar que um ambiente virtual (AV) pode e deve ser um ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Por isso que na sociedade contemporânea, ao se abordaro tema da Educação e Tecnologia, surge para- lelamente o tema Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA) / Learning Management Systems (LMS). Os LMS/ AVA apresentam algumas perspectivas de controle e de estruturação de cursos como: • gerenciamento de integrantes (alunos e professo- res), • relatórios de acesso e de atividades, • recursos para promover a interação e para a propo- sição de atividades, • recurso para publicação de conteúdos. Figura 5 http://www.falemosportugues.com/siple/imagens/mundo%20digital.jpg Assim , o AVA é um LMS que oferece características de controle e gerenciamento inexistentes em outras fer- ramentas da web e que deve posssibilitar a socialização entre a pessoas. Assim, como o Moodle que já é conhecido de vocês, existem outros ambientes virtuais que podem ser carac- terizados como de aprendizagem tais como: e-Proinfo, TelEduc, AulaNet, Blackboard, WebCT. Conheçamos um pouco mais esses AVA a seguir. Para conhecer melhor o moodle visite o site www. moodle.org.br e explore o ambiente do nosso curso. EAD EAD ES PE CI AL IZ AÇ ÃO E M E AD 25UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA e-Proinfo é um Ambiente Colaborativo de Aprendizagem que utiliza a Tecnologia Internet e permite a con- cepção, administração e desenvolvimento de di- versos tipos de ações, como cursos a distância, complemento a cursos presenciais, projetos de pesquisa, projetos colaborativos e diversas ou- tras formas de apoio a distância e ao processo ensino-aprendizagem. O e-ProInfo é composto por dois Web Sites: o site do Participante e o site do Administrador. É uma iniciativa da Secretaria de Educação a Distância (SEED) do Ministério da Educação (MEC) e é disponibilizado para as instituições de ensino público através de convê- nios. (E-PROINFO, 2009, on line). Para conhecer melhor acesse http://eproinfo. mec.gov.br TelEduc é um ambiente de ensino a distância que permi- te a realização de cursos via internet. Está sen- do desenvolvido conjuntamente pelo Núcleo de Informática aplicado à Educação (NIED) e pelo Instituto de Computação (IC) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Para conhecer melhor veja informações em http://pt.wikipedia.org/wiki/TelEduc Aulanet Desenvolvido no Laboratório de Engenharia de Software (LES) do Departamento de Informática da Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ), para a administração, criação, manutenção e participação em cursos a distância, em 1997 (AULANET, 2009, on line). Para conhecer melhor acesse http://www. eduweb.com.br/elearning_tecnologia.asp Blackboard é um software proprietário, desenvolvido pela Blackboard Inc, um provedor de softwares e serviços para educação online. O Blackboard é um LMS (Learning Management System) com funcionalidades de instrução e comuni- cação (BLACKBOARD, 2009), bastante utili- zada por instituições de ensino privadas no Brasil. Para conhecer melhor acesse http://www.black- board.com/ WebCT é um software proprietário provedor de e-lear- ning para instituições de ensino, desenvolvido pela British Columbia University no Canadá. Já é utilizado em milhares de instituições em mais de 70 países. O WebCT hoje pertence à empresa Backboard (WEBCT, 2006). Moodle Modular Object-Oriented Dynamic Learning En- vironment – Moodle – é um software livre, de apoio a aprendizagem, executado num ambiente virtual. A expressão designa ainda o Learning Management System (Sistema de gestão da aprendizagem) em trabalho colaborativo base- ado nesse programa. Em linguagem coloquial, o verbo to moodle descreve o processo de na- vegar despretensiosamente por algo, enquanto fazem-se outras coisas ao mesmo tempo. (WI- KIPEDIA, 2009) O conceito foi criado em 2001 pelo educador e cientista computacional Martin Dougiamas. Voltado para programadores e acadêmicos da educação, constitui-se em um sistema de admi- nistração de atividades educacionais destinado à criação de comunidades on-line, em ambien- tes virtuais voltados para a aprendizagem cola- borativa. Permite, de maneira simplificada, a um estudante ou a um professor integrar-se, estu- dando ou lecionando, num curso on-line à sua escolha (WIKIPEDIA, 2009) Para conhecer melhor o moodle visite o site www.moodle.org.br. Como podemos constatar os AVA estão ocupando 26 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD ES PE CI AL IZ AÇ ÃO E M E AD EAD um espaço para além da rede WWW7, isto porque, hoje, também são suporte pedagógico para a educação presencial, bem como usados como meio de inserir crianças, jovens e adultos no contexto da comunicação digital e, ao mesmo tempo, desenvolver atividades de construção do conhecimento, dentro da educação formal. Falando dos AVA, do ponto de vista tecnológico, esses são considerados como conjuntos organizados de recurso, funcionalidades ou ferramentas multi- mídias, mas do ponto de vista educacional ganham uma dimensão mais ampla, uma vez que a dimensão sócio-cognitiva é a maior característica destes, por ser necessário no processo educativo de aprendizagem • uma concepção definida sobre conhecimento e aprendizagem; • uma proposta metodológica coerente que con- cretize essa concepção em ações e interações • um suporte tecnológico potente e apropriado para apoiar e incrementar as atividades e trocas grupais. (NEVADO, on line) Então, os AVA devem ser concebidos partindo do princípio que são responsáveis por fornecerem suporte para a construção do conhecimento coletivo, possibilitar a interação e a interatividade, além de auxiliar direta- mente no processo de mediação da aprendizagem. Por isso que produzir material didático tendo o AVA como “mídia referência”, devemos pensar e definir com muita clareza as formas de comunicação, ação e mediação pedagógica, pois o desenho didático dos AVA dependerão da proposta pedagógica, do desenho político definido para este e dos custos planejados para seu desenvolvimento. Assim, para produzir material didático no AVA, tam- bém é necessário planejar, definir a forma de gerencia- mento e os recursos a serem utilizados, tais como: • Os ícones e/ou signos que representam as ferra- mentas; • Que ferramentas serão utilizadas para interação e comunicação síncrona e assíncrona; • Espaços de comunicação, atividades, leituras, pesquisa, etc. Dentre as ferramentas, fazer opção de acordo com 7 WWW – Worl Wide Web – rede internet os objetivos dos processos de ensino e de aprendi- za gem. Assim, devemos conhecer o perfil de cada fer ramenta: • Wiki – produção coletiva, colaborativa • Fórum – comunicação e discussão assíncrona • Rótulos – comunicação, aviso, mensagens • Chat – comunicação e discussão síncrona • Diário - produção individual e comunicação um a um; • Mensagem – comunicação • Tarefa – postagem de atividade • Outros Conhecendo as possibilidades de recusos que existem para produção de material didático, vamos agora saber o que é desenho/design didático do material para EAD. Nos ambientes outras ferramentas são também uti- lizadas como as FAQ, Mural, hiperlinks, vídeos, textos web, questionário, enquete, etc. No entanto, para que essas ferramentas estejam alinhadas, agradável aos olhos e ao plano de organização didática, temos que construir o desenho didático antes.Conhecendo as possibilidades de recusos que existem para produção de material didático, vamos agora saber o que é desenho/ design didático do material para EAD. SUGESTÃO DE ATIVIDADE Busquem na internet textos sobre ambientes virtuais de aprendizagem. Escolha um deles para socializar com seus colegas. Para isso, deve elaborar uma síntese argumentativa, informando o motivo da escolha do referido texto e, não esquecer de constar o endereço do site onde se encontra o texto, isto é, a referência (título, autor, ano) . 4 DESENHO/DESIGN NO MATERIAL DIDÁTICO PARA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: ALGUMAS REFLEXÕES Para começarmos a falar de desenho/design didático do material para EAD, temos antes que compreender o que é design. EAD EADES PE CI AL IZ AÇ ÃO E M E AD 27UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA Para Filatro (2004) o vocábulo inglês design significa “intenção, propósito, arranjo de elemntos num dado pa- drão artístico”, vindo do latim designare, “marcar, indi- car”, através do francês designer, “designar, desenhar” (p. 55). Na busca de propor uma compreensão mais ampla do termo a mesma autora citando Houaiss (2002) complementa que design é a “concepção de um produto (máquina, utensílio, mobiliário, embalagem, publicação, etc.), especialmente no que se refere à sua forma física e funcionalidade” (FILATRO, 2004, p. 56). Por esse fato, design aqui pode ser compreendido como “a ação de estabelecer uma agenda de objetivos futuros e de encontrar meios e recursos para cumpri- los(...) [isto é,] o resultado de um processo ou atividade (um produto), em termos de forma e funcionalidade, com propósitos e intenções claramente definidos” (FILATRO, 2004, p. 57). Assim, o design/desenho didático é “a arquitetura de conteúdos e de situações de aprendizagem para estruturar uma sala da aula online, contemplando as interfaces de conteúdo e de comunicação” (SANTOS, 2009, on line), isto é, é a “forma” como planejamos e dispomos os conteúdos, as possibilidades de interação, comunicação e as atividades de cada curso e/ou projeto a distância. Para pensarmos no desenho/design didático dos cursos, temos que antes da construção dos conteúdos e das atividades, situações de aprendizagem, definirmos quais as ferramentas que faremos uso durante o curso. Isso pensamos para os espaços on line. No entanto, para definirmos o desenho didático de qualquer curso para EAD deve-se estar atendo para algumas questões como: • Qual o perfil dos sujeitos que farão o curso? • Qual o contexto sócio-histórico e cultural que os mesmos estão inseridos? • Quais habilidades e competências pretende-se mobilizar? • Existe uma equipe multidisciplinar? • Quais os conteúdos que serão utilizados? • Quais as estratégias a serem utilizadas para potencializar as aprendizagens significativas? • Existirão atividades de aprendizagem individuais e coletivas? • Quais os critérios utilizados para proceder a avaliação? • De que forma serão disponibilizados o material? • Quais estratégias de comunicação serão dispo- nibilizadas? Após definidas essas questões, organiza-se a ma- neira como serão disponibilizados, distribuídos e orga- nizados os conteúdos, as atividades, as ferramentas de comunicação, as atividades de aprendizagem no curso. Vale salientar que no caso do material impresso, torna- se necessária uma equipe de editoração e para todos os tipos de material didático para EAD é necessário um grupo de revisão. Atualmente, com o uso dos recursos de comuni- cação e interação da rede internet, o desenho didático dos cursos on line precisa ser desenvolvido na busca de poder potencializar a comunicação e a aprendizagem e não sub- utilizar as interfaces online que reúnem um conjunto de elementos de hardware e de software8 destinados a pos- sibilitar agregações, associações e significações como autoria e co-autoria aos estudantes. Pode integrar várias linguagens (sons, textos, imagens) na tela do computador online. A partir de ícones e botões acionados por cliques no mouse, toques na tela ou combinação de teclas, janelas de comunicação se abrem possibilitando interatividade no chat, fórum, lista, blog e portfólio reunidos no ambiente on- line de aprendizagem (SANTOS, 2009, on line). Por tanto, para definir e desenvolver o desenho didático de qualquer mídia para o uso como material didático na educação a distância, temos que estar atentos o que temos disponível para trabalhar, qual a equipe com a qual contamos, que especialistas temos, qual a estrutura tecnológica que temos disponível, qual o projeto do curso e qual a proposta de formação que queremos implementar. Fazer uso das possibilidades intratextuais, intertex- tuais, hipertextuais e multivocais, no material impresso com o uso adequado de cores, signos, indicações exter- nas de leitura e consulta, imagens, pinturas, recortes de outros textos (jornais, revistas, tirinhas, etc); no material digital e virtual com o uso adequado dos recurso de áudio, vídeo, texto e da hipermídia. Resumindo, o design/desenho didático deve propor 8 Hadware – é a parte física do computador, ou seja, é o conjunto de compo- nentes eletrônicos, circuitos integrados e placas, que se comunicam através de barramentos. Software é a parte lógica, ou seja, o conjunto de instruções e dados proces- sado pelos circuitos eletrônicos do hardware. 28 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD ES PE CI AL IZ AÇ ÃO E M E AD EAD o uso de recursos, ferramentas, estruturas que possi- bilitem a comunicação e a aprendizagem. Nos espaços on line deve favorecer a “bidirecionalidade, sentimento de pertença, trocas, crítica e autocrítica, discussões temáticas, elaboração colaborativa, exploração, ex- perimentação, simulação e descoberta” como afirma Santos (2009). Para tanto, o professor deve lançar mão de sua capa- cidade de autoria e sua competência criativa, no sentido de fazer uso de todas suas potencialidades científicas conceituais e criativas no planejamento e elaboração do material didático para educação a distância. INDICAÇÃO DE LEITURA Para entenderem melhor sobre o desenho didático para ambientes on line, leiam o texto de Edméa Santos e Marco Silva, “O desenho didático interativo na educação on line”, disponível em http://www.rieoei.org/rie49a11.htm. 5 REFLETINDO TRANSITORIAMENTE... Pensando em um novo desenho para a relação peda- gógica entre professor e aluno, a EAD tem a necessidade de ser mediada por recursos em que as tecnologias se fazem necessárias. O processo de produção do mate- rial didático para EAD deve potencializar a(s) mídia(s) escolhida(s) como canal de comunicação entre profes- sor/objeto/aluno, posto que ele será responsável, em média, por 50% do sucesso do curso/programa. Nesse sentido, o melhor critério para se verificar o acerto na seleção da(s) mídia(s) “[...] é o resultado que se deseja obter – sua contribuição para uma efetiva aprendizagem, considerando assim o conteúdo a ser abordado, a clien- tela, as características da situação que será utilizada” (AVERBUG, 2003, p. 9). Não existem modelos predefinidos para se produzir material didático de qualidade para EAD. Sua produção é, antes de tudo, um ato de criação, no qual a criatividade crítica é elemento fundante, ao lado de uma concepção de EAD e uma proposta pedagógica que considerem a primazia da dialogicidade, da criticidade e da autonomia como princípios fundamentais da EAD. Neste sentido, para pensar no design e elaboração de material didático para educação a distância, temos que refletir sobre as potencialidades do digital, telemático e também do impresso, em busca de propor uma conexão direta entre as várias mídias utilizadas, as tecnologias da informação e comunicação e o desenvolvimento do conhecimento humano. Assim, o processo de produção do material didático para EAD, deve potencializar a(as) mídia(s) escolhida(s) como canal de comunicação entre professor/objeto/aluno. Isto porque ela será responsá- vel, em média, por grande parte do sucesso do curso/ programa. Assim, o melhor critério para se verificar o acerto na seleção da(s) mídia(s) “[...] é o resultado que se deseja obter – sua contribuição para uma efetiva aprendizagem, considerando assim o conteúdo a ser abordado, a clientela, as características da situação que será utilizada” (SANTOS, 2002). Para produção do material didático para EAD em qualquer que seja a mídia, é necessário que profissio- nais qualificados nas diversas áreas façam parte de uma equipe de trabalho, em que a produção seja, efe- tivamente, coletiva, crítica e reflexiva, objetivando pro- porcionar o desenvolvimento da interatividade, interação e colaboração, garantindo a qualidade da aprendizagem dosalunos e do material didático produzido. Modelos não existem, mas produzir material didático para EAD é antes de tudo, um ato de criação, onde a criatividade crítica é o elemento fundante. Tendo como base este ato de criação, o digital apresenta todas as potencialidades necessárias para o desenvolvimento de um processo de aprendizagem construtiva e colaborativa, pois a interatividade é ponto pacífico e real, o trabalho com os hipertextos traz um movimento contínuo e dinâmico para a compreensão e construção do conhecimento dos sujeitos. Em suma, o trabalho com movimento, cor, imagem é primordial para maximizar a potencialidade do digital. Em relação ao impresso, a EAD, na maioria das ve- zes, ainda utiliza da mesma metodologia e concepção que a educação presencial, porém, deve ser elaborado considerando vários requisitos que “variam desde a facilidade de manipulação e transporte do recurso até a exclusão digital da maioria da população brasileira”9 (SANTOS e SILVA, 2004). Além de, na maioria das vezes, não ter a devida atenção na sua concepção e elaboração para a modalidade a distância de ensino. O 9 A autora traz no seu artigo orientações gerais para elaboração de conteúdos de aprendizagem em EAD nas diversas mídias. EAD EAD ES PE CI AL IZ AÇ ÃO E M E AD 29UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA impresso tem que ser produzido com uma linguagem que proporcione o diálogo com o leitor. Mesmo com baixo índice de uma prática interativa, o material impres- so deve, também, obedecer a lógica do hipertexto, com uma linguagem clara, objetiva que proporcione uma orientação real do processo de aprendizagem, isto de maneira não linear. Nesse sentido, segundo Sales (2006) o material didático elaborado para a educação a distância deve conter: Apresentação e design adequados com: • Interface interativa • Fácil entendimento • Elementos tipográficos adequados • Estética imagética. Linguagem e características textuais para EAD apre- sentando: • Usabilidade; • Multivocabilidade; • Intratextualidade • Intertextualidade; • Multilinearidade; • Hipertextualidade. Em relação aos aspectos gerais para a EAD, devem apresentar: • Objetivos explícitos, claros e coerentes; • Fontes bibliográficas; • Sínteses dos conteúdos trabalhados (quando for necessário); • Atividades de aprendizagem Assim, todo e qualquer material didático, sendo ele digital ou não, deve ser inspirado no hipertexto, pois esta estratégia “permite que o estudante teça sua autoria operando em vários percursos e leituras plurais” como afirma Edméa Santos. Aproveitemos o que aqui estudamos para iniciar o processo de elaboração de nosso material didático uti- lizando as várias mídias para desenvolver os processos educativos seja ele a distância ou presencial. Figura 6 - http://trocadesaberes.wordpress.com/2009/02/15/estrate- gias-de-aprendizagem/ Então mãos à obra! 30 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA EAD ES PE CI AL IZ AÇ ÃO E M E AD REFERÊNCIAS AVERBUG, Regina. Material didático impresso para a Educação a Distância: tecendo um novo olhar. 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