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O projeto politico pedagógico e a gestão democrática

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Nome: Patrício Reichert
RGM: 22525751
Atividade Reflexiva - Unidade: IV
Polo: Palmas – TO
O PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO E A GESTÃO DEMOCRÁTICA	
	
	A partir da publicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB (Lei n.9.394/96), tornou-se obrigatório para todas as instituições de ensino no Brasil elaborar seu Projeto Político Pedagógico (PPP). Essa decisão regulamentada em Lei é resultado de uma longa discussão sobre a necessidade de estabelecer uma gestão democrática da educação, para garantir que ela sirva à formação de cidadãos conscientes e autônomos. Assim, o PPP pedagógico foi incluído na constituição de 1988 e regulamentado alguns anos posteriores em Lei na LDB. A ideia da obrigatoriedade deste documento é garantir a todos os integrantes da comunidade escolar a possibilidade de contribuir num processo educacional democrático.
O projeto político pedagógico, ao se constituir em processo democrático de decisões, preocupa-se em instaurar uma forma de organização do trabalho pedagógico que supere os conflitos, buscando eliminar as relações competitivas e autoritárias, rompendo com a rotina do mando impessoal e racionalizado da burocracia que permeia as relações no interior da escola, diminuindo os efeitos fragmentários da divisão do trabalho que reforça as diferenças e hierarquiza os poderes de decisão (VEIGA, 1995, p. 13).
	Cada instituição de ensino deve elaborar o seu PPP para orientar os trabalhos durante um ano letivo. Ele determina, em linhas gerais, quais os grandes objetivos da escola, que competências ela deve desenvolver nos alunos e como pretende fazer isso. É através do PPP que cada escola articula a maneira como os conteúdos serão ensinados, levando em consideração a realidade social, cultural e econômica do local onde está inserida. Desse modo, o projeto deve servir para atender às especificidades de cada escola e deve ser flexível, para atender às demandas de aprendizado específicas de cada aluno. O PPP “é a configuração da singularidade e da particularidade da instituição educativa”. (Id. Ibid, p. 187). 
	O PPP deve conter uma visão geral sobre a escola, especificando quais são as particularidades daquela instituição e o que ela pretende ser para seus alunos. Além disso, o projeto político pedagógico deve explicar como se pretende desenvolver o ensino, além de propor ações objetivas para melhorar a instituição. Segundo Libâneo (2004), é o documento que detalha objetivos, diretrizes e ações do processo educativo a ser desenvolvido na escola, expressando a síntese das exigências sociais e legais do sistema de ensino e os propósitos e expectativas da comunidade escolar.
	 O projeto político pedagógico deve ser elaborado de maneira coletiva e participativa envolvendo todos os professores, funcionários, alunos e pais. Só assim é possível construir um documento norteador que represente a identidade da escola. Cabe cada instituição de ensino decidir o modo mais eficiente de incluir toda a comunidade no processo de criação do documento. Não há uma fórmula exata, cada comunidade escolar precisa criar a sua metodologia nesse processo para dar voz a todos quando da elaboração do projeto. 
Se, todavia, concebemos a comunidade – para cujos interesses a educação escolar deve voltar-se – como real substrato de um processo de democratização das relações na escola, parece-me absurda a proposição de uma gestão democrática que não suponha a comunidade como sua parte integrante (PARO, 200, p. 15).
Depois de pronto, o PPP deve ser disponibilizado para toda a comunidade escolar. Deve ser impresso e deixado acessível a todos em qualquer momento. É preciso que todos tomem conhecimento do conteúdo do documento: só assim é possível que a comunidade se mantenha engajada com as propostas do projeto político-pedagógico. Além disso, é necessário um acompanhamento permanente dos trabalhos realizados na escola, para ver se eles estão de acordo com o projeto elaborado e cumprindo as metas propostas. Essa avaliação constante deve ser feita nas reuniões pedagógicas, onde a equipe docente e os gestores discutem o andamento das atividades escolares. Vale apena ressaltar que o PPP não é um documento que deve ser visto como pronto e acabado após a sua elaboração no início do ano letivo, ele deve ser um projeto dinâmico possível de alterações no decorrer da prática pedagógica. 
Um conceito fundamental para pensar a educação é o de Projeto, pois ele se recusa a considerar a escola como um modelo ideal, pronto e acabado. Uma escola como um modelo ideal e não flexível não existe, uma vez que ela vai se construindo nas contradições do seu cotidiano, que envolve situações diversas, correlações de força em torno de problemas, impasses, soluções, vivenciados a cada momento (OLIVEIRA, 2005, p. 40).
	A triste realidade que se nota em muitas escolas brasileiras é o descaso que é dado em relação ao PPP. Muitas vezes o documento se encontra engavetado, desatualizado ou simplesmente plagiado de uma outra unidade de ensino. Há escolas que veem o PPP como um mero documento burocrático que é revisado e atualizado rapidamente numa breve reunião entre o gestor, coordenação e alguns professores. A elaboração correta deste documento com a participação da escola e comunidade é a realidade de poucas escolas. Desta forma as instituições de ensino perdem a oportunidade de construírem uma gestão democrática, participativa e autônoma na sua comunidade escolar. 
REFERÊNCIAS
LDB no art. 3º da Lei n.9.394/96 LDB http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/ pdf/tvescola/leis/lein9394.pdf Acesso em 12 de dez. 2008
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da escola: teoria e pártica. 5 ed. Goiania, GO: Alternativa, 2004. 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Orientações para o projeto escolar. 
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/orientacoes.pdf. Acesso 02/11/2019. 
OLIVEIRA, M. A. M. (org). Gestão Educacional – Novos Olhares Novas abordagens, Petrópolis, RJ:Vozes, 2005
PARO, Vitor Henrique. Gestão democrática da escola pública. 3 ed. São Paulo: Ática, 2000.
VEIGA, Ilma Passos Alencastro (org). Projeto Político Pedagógico da Escola: uma construção possível. Campinas: Papirus, 1995.

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