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sistema cardíaco e endócrino - interações medicamentosas

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INTERAÇÕES FÁRMACO-
FÁRMACO 
CARDIOVASCULAR 
− Fármaco receptor: atua diretamente no sistema 
cardiovascular 
− Fármaco precipitante: interage com o fármaco 
receptor e provoca alteração no seu efeito 
− Os efeitos mais comuns das interações 
medicamentosas no sistema cardiovascular são: 
• Arritmias 
• Hemorragias 
• Tromboembolia 
• Hipotensão 
• Hipertensão 
• Distúrbios hidroeletrolíticos 
− É comum que pacientes tenham diversas afecções, de 
modo a necessitar de polimedicação, facilitando a 
ocorrência de interações medicamentosas 
− Fármacos que interferem no sistema 
cardiovascular: 
• Diuréticos; 
• Simpatolíticos; 
• Vasodilatadores; 
• Inibidores da ECA; 
• Inibidores de renina; 
• Antagonistas de receptores para Angiotensina 
2; 
• Antiarrítmicos; 
• Glicosídeos cardíacos; 
• Antiagregantes plaquetários; 
• Anticoagulantes. 
INTERAÇÕES 
FUROSEMIDA X VARFARINA 
− Varfarina: anticoagulante que inibe as ações da vit. K, 
impedindo síntese correta de agentes pró-coagulantes 
no fígado 
− Furosemida: diurético de alça 
• Tem alta afinidade de ligação as proteínas 
plasmáticas 
• Consegue deslocar a varfarina das proteínas 
plasmáticas. Isso leva a um aumento da 
biodisponibilidade da varfarina, aumentando o 
risco de hemorragias 
− Interação considerada leve 
ESPIRONOLACTONA X VARFARINA 
− Espironolactona: diurético antagonista de receptor de 
aldosterona 
• O efeito diurético leva a uma maior 
concentração dos constituintes sanguíneos, de 
forma que os fatores de coagulação ficam mais 
concentrados. Assim, pode ser que a 
hemoconcentração dos fatores de coagulação 
dificulte a ação da varfarina, aumentando o risco 
de formação de trombos 
AAS X VARFARINA 
− AAS: inibidor da COX-1 irreversivelmente 
− Impede a formação de tromboxano (que atuam na 
agregação plaquetária). Esse mecanismo tem efeito 
sinergista com relação à varfarina, aumentando o risco 
de hemorragias 
− AAS diminui a formação de prostaglandinas protetoras 
da mucosa gástrica, podendo induzir a sangramentos 
gastrointestinais, os quais são piorados com o uso da 
varfarina 
− Interação considerada grave 
AINES X IECA, ARA, BB 
− IECA – inibidores da ECA 
− ARA – antagonistas dos receptores de angiotensina II 
− BB – Beta bloqueadores 
− Os AINES podem contrapor o efeito hipotensor dos 
IECA, ARA e BB. Por bloquearem a cox-2, podem 
diminuir a síntese de prostaglandinas, as quais são 
vasodilatadores e; com isso, podem alterar o fluxo 
sanguíneo renal, ativando o SRAA, podendo aumentar 
a PA 
METOPROLOL X PAROXETINA, FLUOXETINA 
− Metoprolol: beta bloqueador – inibe ações das 
catecolaminas no sistema cardiovascular (aumento da 
FC, PA) 
− Fluoxetina e paroxetina são inibidores enzimáticos da 
CYP. Assim, ah menor biotransformação do 
metoprolol, aumentando sua biodisponibilidade, 
aumentando sua ação, levando a bradicardia 
− Interação considerada ainda incerta; deve-se 
monitorar o paciente 
DIGOXINA X VERAPAMIL 
− Digoxina: glicosídeo cardíaco, usado em ICC 
− Verapamil: vasodilatador 
• Compete com a glicoproteína P, responsável 
pela secreção tubular renal de vários fármacos 
• O verapamil tem maior afinidade pela 
glicoproteína P, deslocando outros fármacos, 
diminuindo a sua secreção tubular renal. Isso 
pode aumentar a toxicidade ou os efeitos de 
fármacos que são secretados, também, pela 
glicoproteína P 
• No caso da digoxina, pode haver aumento da 
sua ação devido esse mecanismo, levando a 
risco de arritmia e toxicidade 
NIFEDIPINA X CIMETIDINA 
− Nifedipina: vasodilatador, bloqueador de canal de 
cálcio, específico para vasos periféricos; tem efeito 
antiarrítmico 
− Cimetidina: inibidor dos complexos enzimáticos 
metabolizados, como CYP3a4, a qual metaboliza a 
nifedipina. Isso diminui a biotransformação da 
nifedipina, aumentando sua biodisponibilidade, 
gerando aumento do seu efeito hipotensor 
DIURÉTICOS X CORTICOIDES 
− Diuréticos: aumentam a excreção de sódio e água 
− Corticoides, a longo prazo, induzem efeito 
mineralocorticoide, podendo atuar na retenção de 
sódio e água, provocando inchaço e aumento de PA, 
contraponto a ação da furosemida e HDTZ. Assim, um 
fármaco contrapõe a ação do outro 
 
 
 
 
 
SISTEMA ENDÓCRINO 
 
− Algumas das principais ações dos anticoncepcionais é 
inibidor a ovulação através levar a um mecanismo de 
feedback negativo, inibindo liberação de hormônios 
como LH e FSH 
− Podem modificar a constituição do muco cervical e a 
peristalse na região, dificultando a passagem dos 
espermatozoides e, consequentemente, a gravidez 
ESTROGÊNIO 
− Etinilestradiol 
PROGESTOGÊNIOS 
− Ciproterona 
− Desogestrel 
− Etinodiol 
− Gestodeno 
− Levonorgestrel 
− Medroxiprogesterona 
− Noretisterona 
APRESENTAÇÕES DOS CONTRACEPTIVOS 
HORMONAIS CONTRACEPTIVO ORAL 
COMBINADO 
− Orais: Combinados (estrogênio + progestogênio) ou 
somente progestogênio 
− Injetáveis: Mensais (estrogênio + progestogênio), 
Trimestrais: (somente progestogênio) 
− Intradérmicos: somente progestogênio 
− Dispositivo intrauterino: somente progestogênio 
− Anel vaginal: estrogênio + progestogênio 
− Adesivo: estrogênio + progestogênio 
 
− A interação mais importante dos contraceptivos 
hormonais é aquela com os antibióticos 
EXEMPLOS DE INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
 
ANTICONCEPCIONAL X ANTIBIÓTICOS 
 
− Quando os contraceptivos são ingeridos, são 
disponibilizados na corrente sanguínea. Uma parte 
deles faz seu efeito hormonal, e outra porção do 
fármaco segue para o fígado e sofre biotransformação 
em metabolitos inativos 
− Uma forma de eliminação do estrógeno conjugado no 
fígado é pela bile 
− Uma vez metabolizado, ele é excretado no trato TGI 
− No intestino, ocorre hidrolise do conjugado inativo do 
contraceptivo. A própria microbiota intestinal faz essa 
hidrolise, convertendo-o em uma forma ativa, o qual 
novamente é absorvido e levado em direção ao 
sangue. Isso aumenta a biodisponibilidade do 
contraceptivo, já que uma parte dele, que deveria ser 
excretada, foi reabsorvida na forma de fármaco ativo 
− O antibiótico pode reduzir a microbiota, fazendo com 
que essa hidrolise do contraceptivo conjugado inativo 
não ocorra. Dessa forma, há diminuição do efeito 
contraceptivo 
− Esse mecanismo explica a interação de antibióticos 
com contraceptivos combinados (estrógenos + 
progestogênios) 
− Esse mecanismo não explica a diminuição do efeito de 
contraceptivos isolados de progestogênios, quando se 
tem uso concomitante de antibióticos. Ainda não se 
sabe o mecanismo correto 
− Os antibióticos mais relevantes nesse contexto são: 
ampicilina, amoxicilina, tetracilcina, rifampicina, 
farmacos indutores enzimáticos, entre outros 
− Quando se tem sangramento intermenstrual, pode-se 
ter diminuição do efeito contraceptivo 
T4 X AMIODARONA 
− Amiodarona tem alta concentração de iodo na sua 
fórmula molecular. Assim, quando se há uso de 
amiodarona, o excesso de iodo na corrente sanguínea 
pode levar a uma autorregulação na tireoide 
(Fenômeno de Wolff-Chaikoff). Nesse caso, há uma 
redução da liberação de t4 da tireoide. 
− O fornecimento de grandes quantidades de iodo a 
indivíduos com função tireoidiana normal resulta em 
diminuição transitória da síntese de HT e de iodeto 
orgânico devido ao aumento intratireoidiano de iodeto 
inorgânico. Com isso, haverá diminuição da produção 
de T3 e T4. 
− Além disso, o mecanismo central da interação é a 
inibição da 5’desiodase, enzima necessária para a 
conversão e T4 → T3, que é a forma ativa do hormônio 
tireoidiano. Assim, haverá diminuição da ação dos 
hormônios tireoidianos, podendo levar a um 
hipotireoidismo farmacológico 
• A inibição da 5`desiodase tipo 1 é um dos 
principais efeitos bioquímicos da amiodarona. 
Tal efeito provoca um aumento sérico do T4 em 
até 50% acima dos valores pré-tratamento, 
redução de 10 a 30% do T3, com consequente 
aumento do rT3 
BETABLOQUEADORES X T4 E T3 
− Betabloqueadores podem causar hipotireoidismo 
tambem 
− O bloqueioperiférico de T4 para T3, e a redução de 
sua atividade da 5’desiodase tipo I, sem alterar os 
níveis séricos do TSH. Este efeito foi relacionado às 
doses de propranolol >160mg/dia. 
ANTICONVULSIVANTES X T4 E T3 
− Anticonvulsivantes: A fenitoína e a carbamazepina 
exercem efeito duplo sobre os HT: competem pela 
ligação com a TBG e aceleram o metabolismo hepático 
do T3 e T4, ocasionando uma queda de seus níveis 
séricos, sem alterar significativamente o TSH 
• O fenobarbital eleva o metabolismo hepático 
dos HT e a eliminação fecal do T4. No indivíduo 
normal, o eixo hipotálamo-hipófise compensa o 
aumento do metabolismo hormonal, elevando a 
síntese e secreção dos HT, e mantendo as 
concentrações de T3, T4 e TSH dentro dos 
valores de normalidade. No entanto, pacientes 
com hipotireoidismo subclínico ou franco não 
podem elevar a produção dos HT, agravando o 
hipotireoidismo 
GLICOCORTICOIDES X T3 E T4 
− Glicocorticoides: Níveis fisiológicos de hidrocortisona 
parecem exercer papel importante na variação do TSH 
sérico, com valores baixos pela manhã e elevados à 
noite.(42,43) Um dos efeitos dos glicocorticoides bem 
estabelecido é a supressão da secreção do TSH, ao 
nível do hipotálamo, por meio da inibição da terapia da 
reposição hormonal (TRH). Porém, em longo prazo, 
não parecem causar hipotireoidismo central, 
clinicamente evidente, que necessite de reposição de 
HT(44,45). Doses baixas de dexametasona, como 
0,5mg, podem reduzir os níveis de TSH, enquanto que 
para a prednisona são necessárias 30mg para alterar 
significativamente o TSH. 
 
AAS X T3 E T4 
− AAS: O ácido acetilsalicílico é o medicamento mais 
frequentemente utilizado capaz de alterar a função 
tireoidiana.(52) Atua competindo com os HT na ligação 
com a TBG e TTR (sigla do inglês transthyretin).(4,53) 
A elevação dos HT pode alterar a resposta do TSH ao 
TRH , e ter um efeito hipermetabólico.(54,55) Pode 
aumentar a fração de T4 livre em até 100%.(3) O efeito 
na função tireoidiana está associado à dose de 
salicilatos >2g/dia.(4) 
− Lítio: O carbonato de lítio é muito utilizado para o 
tratamento de transtorno bipolar.(19) Exerce efeito 
inibitório na secreção dos HT, pois impede a formação 
de gotículas de coloide, gerando estimulação da 
glândula pelo TSH e formação de bócio. Este tem sido 
descrito em 4 a 60% dos pacientes em uso do fármaco 
na dose terapêutica.(15,16,19,28-33) O 
hipotireoidismo induzido pelo lítio apresenta uma 
prevalência variável, com média de 3,4%.(33-38) Os 
fatores de risco relatados são presença de 
autoanticorpos tireoidianos previamente e sexo 
feminino.(11-19,28-33) A maioria dos pacientes em 
uso de lítio sem anticorpos tireoidianos positivos 
apresenta aumento discreto ou moderado do TSH, 
sem alteração dos níveis dos HT.(33) Com a 
interrupção do lítio, ocorre resolução tanto do bócio 
quanto do hipotireoidismo 
− http://files.bvs.br/upload/S/1679-
1010/2014/v12n4/a4381.pdf 
− OBS a absorção de levotiroxina é muito prejudicada 
pela presença de antiácidos e sulfato ferroso 
INSULINOTERAPIA 
INSULINOTERAPIA X CONTRACEPTIVOS 
HORMONAIS 
− Os contraceptivos hormonais são considerados drogas 
hiperglicemiantes, pois eles interferem na sinalização 
intracelular da insulina 
• via mecanismos de estresse oxidativo, os 
contraceptivos diminuem a expressão de 
receptores de insulina, provocando aumento da 
resistência a insulina, gerando hiperinsulinemia 
INSULINOTERAPIA X CORTICOIDES 
− Corticoides também são drogas que geral 
hiperinsulinemia, pois eles estimulam a 
gliconeogênese hepática e aumento da glicemia 
− Eles também inibem os transportadores glut4 no 
musculo, dificultando a entrada de glicose no musculo, 
fazendo com que sua quantidade acabe aumentando 
na corrente sanguínea 
− Assim, há hiperglicemia associado a maior dificuldade 
de ação da insulina 
DROGAS HIPOGLICEMIANTES / 
INSULINOTERAPIA X BETABLOQUEADORES 
− Propranolol, com seu bloqueio beta adrenérgico, atua 
reduzindo a glicogenólise e diminuindo a secreção de 
glucagon 
http://files.bvs.br/upload/S/1679-1010/2014/v12n4/a4381.pdf
http://files.bvs.br/upload/S/1679-1010/2014/v12n4/a4381.pdf
− Esse mecanismo, associado a drogas 
hipoglicemiantes, pode levar a crises de hipoglicemia 
acentuadas 
INSULINOTERAPIA X ANGIOTENSINA 
− Quando a angiotensina se liga a seus receptores na 
membrana celular, ela leva a estimulação de uma serie 
de serina quinases que são capazes de evitar/bloquear 
vias sinalizadoras da insulina 
 
− Assim, fármacos bloqueadores dos receptores de 
angiotensina, como losartana, podem ter como efeito 
secundário o aumento do efeito hipoglicemiante 
• Isso ocorre pois além de diminuir a PA, 
aumentam a sensibilidade a insulina, 
bloqueando o bloqueio que a angiotensina faz 
nas vias sinalizadoras de insulina 
 
CASOS CLÍNICOS 
EXERCÍCO 1: 
 Joelmira, 53 anos, em consulta médica apresentou-se 
com humor marcadamente deprimido, anedonia, 
astenia, ideias de suicídio e anorexia. Hipertensa de 
longa data, estava em dieta hipossódica e fazendo uso 
de captopril 25 mg/dia. Não referia nenhuma outra 
patologia, tendo sido confirmado o diagnóstico de 
depressão. Nesse mesmo dia, foi iniciado esquema 
terapêutico com venlafaxina 25 mg/dia, dosagem que 
foi aumentada gradualmente nos próximos dias. No 
sexto dia de tratamento, a paciente chegou a dose de 
100 mg/dia de venlafaxina, com sinais de uma 
excelente resposta clínica. Mantida a dosagem, dois 
dias após começou a queixar-se de cefaleia e mal-estar 
abdominal, sendo então registrado por sua cardiologista 
um pico hipertensivo de 180 mmHg x 110 mmHg. A 
cardiologista decidiu elevar a dosagem de captopril para 
50 mg. A partir dessa data, a paciente passou a ter 
instabilidade nos níveis pressóricos, apresentando treze 
dias depois novo pico hipertensivo em valores de 160 
mmHg x 100 mmHg, com acentuada remissão dos 
sintomas depressivos. Tomou-se a decisão de retirar a 
venlafaxina e substituí-la pela fluoxetina 20 mg/dia. 
Após sete dias, realizou-se uma nova avaliação, tendo a 
paciente mantido a resposta clínica antidepressiva 
iniciada com venlafaxina e níveis pressóricos 
estabilizados em 140 mmHg x 80 mmHg. Com a 
manutenção desse padrão, nove meses após o início do 
tratamento foi dada sua alta clínica. 
 Analise o caso acima e indique as interações 
medicamentosas que podem ter acontecido, 
explicando-as farmacologicamente. 
 
A velanfaxina faz parte da classe dos Inibidores de 
recaptação de serotonina-norepinefrina. Ela pode 
aumentar a pressão arterial. Ela pode causar 
desconfortos abdominais, como os relatados pela 
paciente Joelmira. 
 
A CYP2d6 está envolvida no metabolismo da maioria 
dos ISRSs, sendo que esses são inibidores 
moderadamente potentes dessa isoenzima. A 
velanfaxina é uma inibidora fraca. Deve-se ter cuidado 
ao combinar ISRSs com fármacos que são 
metabolizados por CYPs 1A2, 2D6, 2C9 e 3A4 (p. ex., 
varfarina. antidepressivos tricíclicos, paclitaxel). 
 
O captopril é um anti-hipertensivo, cuja ação hipotensora 
se estabelece basicamente pela inibição da enzima 
conversora de angiotensina, levando a uma redução da 
angiotensina II, que se liga a receptores específicos na 
membrana celular de vários tecidos, exercendo ação 
fisiológica de regulação da TA e sendo um potente 
vasopressor. Ele é metabolizado pela enzima CYP2d6. 
O mecanismo de interação entre o captopril e 
velanfaxina é o seguinte: a velanfaxina inibe a 
recaptação tanto de serotonina como noradrenalina 
(NA), e com isso, o aumento da transmissão 
noradrenérgica pode levar a aumento da PA. Isso ocorre 
a partir da ligação da NA com: 
• Receptores alfa → constrição das artérias 
coronárias 
• Receptores Beta1 → aumento da FC 
 
Assim, a velanfaxina antagonizou os efeitos 
hipotensores do captopril. Mesmo aumentando a 
dosagem de captopril para 50mg, a instabilidade 
hemodinâmica se manteve. Por isso, teve que haver 
substituição da velanfaxina por fluoxetina.MARCOLIN, Marco Antonio; CANTARELLI, Maria da 
Graça; GARCIA JUNIOR, Manoel. Interações 
farmacológicas entre medicações clínicas e 
psiquiátricas. Rev. psiquiatr. clín., São Paulo , v. 
31, n. 2, p. 70-81, 2004 . Available from 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=
S0101-60832004000200003&lng=en&nrm=iso>. access 
on 08 Aug. 2020. http://dx.doi.org/10.1590/S0101-
60832004000200003. 
 
SUCAR, Douglas D. Interação medicamentosa de 
venlafaxina com captopril. Rev. Bras. Psiquiatr., São 
Paulo , v. 22, n. 3, p. 134-137, Sept. 2000 . Available 
from 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=
S1516-44462000000300008&lng=en&nrm=iso>. access 
on 08 Aug. 2020. http://dx.doi.org/10.1590/S1516-
44462000000300008. 
 
http://dx.doi.org/10.1590/S0101-60832004000200003
http://dx.doi.org/10.1590/S0101-60832004000200003
EXERCÍCIO 2: 
 
 Gislene, 32 anos, foi admitida na UPA referindo um 
quadro de dispneia há mais de uma semana, associada 
a epistaxe, hematúria e melena há 3 dias. Este se iniciou 
logo após episódio gripal, quando a paciente 
automedicou-se com nimesulida e paracetamol, e, por 
iniciativa própria, aumentou a dose de varfarina, 
fármaco que usava há 7 anos devido um reparo cardíaco 
com colocação de válvula mecânica. Apresentou desde 
então icterícia, dor abdominal e edema de membros 
inferiores. Em um primeiro momento foi realizado a total 
suspensão da varfarina, administrado vitamina K para 
reversão da ação do anticoagulante. No 5° dia de 
tratamento hospitalar, foi reiniciado o uso de varfarina na 
dose de 5 mg. Após melhora significativa do quadro de 
icterícia, paciente recebeu alta hospitalar portando 
encaminhamento para o cardiologista. 
 Analise o caso acima e indique as interações 
medicamentosas que podem ter acontecido, 
explicando-as farmacologicamente. 
 
A nimesulida e paracetamol são fármacos da classe dos 
anti-inflamatórios não esteróides (AINEs), que atua 
através da inibição da enzima ciclooxigenase e, 
consequentemente, da cascata do ácido araquidónico, 
que é responsável pela síntese de muitas substâncias, 
dentre elas, o tomboxano, o qual participa do processo 
de agregação plaquetária. 
 
O mecanismo de dano hepático por AINEs é geralmente 
dose-dependente. Assim, ao associar nimesulida + 
paracetamol, houve uma sobrecarga de AINES no 
fígado, gerando lesão hepática. Um dos exemplos de 
dano hepático causado pelos AINES é a colestase, na 
qual há bloqueio do fluxo de bile para o duodeno. Dessa 
forma, há aumento da quantidade de bilirrubina na 
corrente sanguínea, já que ela não está conseguindo ser 
corretamente eliminada pela bile. Isso pode explicar os 
sintomas de icterícia. A dor abdominal provavelmente 
vem da lesão dos hepatócitos. 
 
Algumas substancias pró-coagulantes são produzidas 
no fígado, mediante ação da vitamina K reduzida. A 
enzima que faz a redução da vit. K é a vitamina K 
redurase. A varfarina bloqueia a ação dessa enzima, 
fazendo com que os pró-coagulantes não sejam 
produzidos corretamente. Com isso, a varfarina terá sua 
ação anti-coagulante. 
 
Os AINES, por bloquearem a COX-2, impedem a 
formação de tromboxano. Sendo assim, o uso 
concomitante de AINEs + Varfarina facilita a ocorrência 
de hemorragias, devido a sinergia entre esses fármacos, 
no que diz respeito a diminuição da coagulação. 
EXERCÍCIO 3: 
 
 Dona Rubisleia, 75 anos, procurou atendimento médico 
relatando emagrecimento, sonolência, desânimo, 
constipação intestinal, unhas quebradiças e depressão. 
Referiu fazer uso de Amiodarona 200 mg/dia há oito 
anos para controle de arritmia cardíaca. O exame físico 
não apresentou alterações. Com o auxílio de exames 
laboratoriais, foi feito o diagnóstico de hipotireoidismo, 
sendo iniciada reposição com Levotiroxina 25 mcg/dia, 
e concomitantemente a redução da Amiodarona. Após 6 
meses, foi substituída a Amiodarona por um 
betabloqueador. Após alguns meses, a paciente 
encontrava-se eutireoidiana clínica e laboratorialmente. 
Nesta ocasião, foi suspenso o uso da Levotiroxina. 
Atualmente, a paciente ainda encontra-se assintomática, 
apesar da suspensão do hormônio tireoidiano, mas 
continua fazendo acompanhamento periódico, em uso 
do betabloqueador (Atenolol 50mg/dia), mantendo níveis 
pressóricos dentro dos limites normais. 
 Avalie o caso acima e comente a respeito da 
conduta médica, dos fármacos utilizados e das 
interações que podem ter ocorrido. 
 
Amiodarona tem alta concentração de iodo na sua 
fórmula molecular. Assim, quando se há uso de 
amiodarona, o excesso de iodo na corrente sanguínea 
pode levar a uma autorregulação na tireoide (Fenômeno 
de Wolff-Chaikoff). Isso quer dizer que o fornecimento 
de grandes quantidades de iodo a indivíduos com 
função tireoidiana normal resulta em diminuição 
transitória da síntese de hormônios tireoidianos e de 
iodeto orgânico devido ao aumento intratireoidiano de 
iodeto inorgânico. Sendo assim, haverá uma redução da 
liberação de t4 da tireoide. Como esse processo já vem 
ocorrendo a 8 anos na paciente Rubisleia, ela começou 
a apresentar sintomas de hipotireoidismo, já que a 
admiodarona pode levar a hipotireoidismo, dependendo 
da dose e tempo de uso do fármaco. Os sintomas 
clássicos de hipotireoidismo são depressão, 
desaceleração da frequência cardíaca, intestino preso, 
cansaço excessivo e sonolência excessiva. Por isso, já 
que a paciente apresentava sintomas parecidos e ainda 
fazia o uso de amiodarona, o médico suspeitou de 
hipotireoidismo. Sua conduta em pedir exames foi 
correta, haja visto que confirmou a suspeita de 
hipotoreoidismo farmacológico. 
 
A levotiroxina é um fármaco que repõe a quantidade de 
T4 no organismo. Por isso, com a diminuição da 
amiodarona e o uso de levotiroxina, houve reposição dos 
hormônios tireoidianos, diminuindo os sintomas da 
paciente. Além disso, é recomendado que haja 
substituição da amiodarona por outro fármaco que 
combata os sintomas de arritmias, como os 
betabloqueadores (atenolol), ou ainda, poderia ser um 
fármaco da classe dos bloqueadores dos canais de 
sódio ou bloqueadores dos canais de potássio. 
 
FONSECA, Caroline Walger; MELEK, Flora Eli. 
Fármacos de amplo uso na prática clínica que interagem 
com os hormônios tireoidianos. Revista da Sociedade 
Brasileira de Clínica Médica, [S. l.], v. 12, n. 4, p. ., 24 
out. 2014. Disponível em: 
http://files.bvs.br/upload/S/1679-
1010/2014/v12n4/a4381.pdf. Acesso em: 6 ago. 2020. 
 
EXERCÍCIO 4: 
 
“O primeiro relato de falha contraceptiva associada ao 
uso de antimicrobianos ocorreu em 1971, quando 
REIMERS & JEZEK observaram uma incidência 
aumentada de sangramento intermenstrual em mulheres 
que utilizavam contraceptivos orais e, ao mesmo tempo, 
estavam tomando rifampicina, um antimicrobiano para 
tratamento de tuberculose. O sangramento 
intermenstrual é considerado, por muitos autores, como 
um sinal clínico de perda da eficácia contraceptiva, caso 
não tenha ocorrido antes, em um dado paciente, com a 
mesma preparação contraceptiva. Rev. Odontol. Univ. 
São Paulo; vol.12 n.3, São Paulo, 1998. 
 Comente o texto acima, enfatizando os parâmetros 
farmacológicos utilizados na explicação do 
fenômeno apresentado. 
 
Os contraceptivos hormonais, geralmente, são 
constituídos por uma associação de estrógenos e 
progesterona sintéticos (podendo também ser isolados), 
os quais inibem a ovulação, pela supressão dos 
hormônios folículo-estimulante e luteinizante. Também 
aumentam a viscosidade do muco cervical, dificultando 
a penetração dos espermatozóides e causam atrofia 
endometrial, reduzindo a probabilidade de implantação. 
O uso incorreto, vômitos, diarreias e interação com 
outras drogas podem diminuir o efeito contraceptivo. 
 
Quando os contraceptivos hormonais são ingeridos, o 
estrógeno e a progesterona são absorvidos do trato 
gastrintestinal para a corrente circulatória,sendo 
conduzidos até o fígado, onde são metabolizados. Uma 
parte dos metabólitos estrogênicos são excretados na 
bile e outra parte é hidrolisada pelas enzimas das 
bactérias intestinais, liberando estrógeno ativo, podendo 
ele ser reabsorvido, estabelecendo-se o ciclo êntero-
hepático, o qual aumenta o nível plasmático de 
estrógeno circulante. Esse processo é responsável por 
aumentar a ação dos contraceptivos. 
 
Alguns antibióticos podem diminuir a ação dos 
contraceptivos. A rifampicina é um antibiótico usado no 
esquema de tratamento da tuberculose. Ela provoca 
indução das CYPs hepáticas, intensificando o 
metabolismo contraceptivos hormonais, diminuindo sua 
ação. Por isso, o texto fala que havia uma “incidência 
aumentada de sangramento intermenstrual em 
mulheres que utilizavam contraceptivos orais e, ao 
mesmo tempo, estavam tomando rifampicina”. 
 
CORREA, Elisabete Míriam de Carvalho; ANDRADE, 
Eduardo Dias de; RANALI, José. Efeito dos 
antimicrobianos sobre a eficácia dos contraceptivos 
orais. Rev Odontol Univ São Paulo, São Paulo , v. 
12, n. 3, p. 237-240, July 1998 . Available from 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=
S0103-06631998000300007&lng=en&nrm=iso>. 
access 
on 08 Aug. 2020. https://doi.org/10.1590/S0103-
06631998000300007. 
 
EXERCÍCIO 5: 
 
 Creusleny, 22 anos, foi diagnosticada há poucos dias 
com diabetes mellitus tipo I e hipertensão arterial 
primária. O tratamento prescrito pelo médico incluiu, 
além de medidas não farmacológicas, a utilização dos 
fármacos propranolol, captopril, insulina regular e 
insulina NPH. Após alguns dias, Creusleny procurou o 
médico novamente, relatando cefaleia, tontura, 
sonolência, náuseas, fome, tremores, fraqueza, 
sudorese e palpitações. Com isso, a terapia da paciente 
teve que sofrer algumas alterações. 
 Explique o que aconteceu com a terapia 
medicamentosa de Creusleny, do ponto de vista das 
interações medicamentosas e sugira quais 
alterações foram realizadas após o relato dos 
sintomas pós-terapia. 
 
 O propranolol é um betabloqueador usado no 
tratamento de hipertensão arterial. Ele combate à ação 
da epinefrina e da norepinefrina nos receptores beta-
adrenérgicos β1 e β2. Quando esses 
neurotransmissores se ligam aos receptores beta, 
ocorre os seguintes efeitos: 
• Receptores β1: São responsáveis por aumentar 
o débito cardíaco, aumentar a fração de ejeção 
de sangue e a frequência cardíaca; Causa o 
aumento de lipólise e libera renina. 
• Receptores β2: Causam relaxamento visceral 
(graças a sua grande presença em músculos 
lisos): Lipólise; Aumento da secreção de reninas 
nos rins; Inibição da liberação de histamina dos 
mastócitos; Dilatação das artérias do músculo 
liso; Glicogenólise e Gliconeogênese. 
 
Os betabloqueadores como o propranolol agem 
bloqueando esses efeitos nos receptores beta. No caso 
apresentado, o receptor beta2 leva a glicogenólise e 
gliconeogênese e esses processos aumentam a 
disponibilidade de glicose na corrente sanguínea. Já 
https://doi.org/10.1590/S0103-06631998000300007
https://doi.org/10.1590/S0103-06631998000300007
com o uso do propanolol, esses processos não vão 
ocorrer. Por um lado, isso diminui a hiperglicemia, o que 
seria bom para pacientes pré-diabéticos por exemplo. 
Contudo, a paciente já estava fazendo uso de insulina e 
tem diabetes tipo 1, não é indicado. Assim, o mecanismo 
de interação medicamentosa ocorreu entre o propranolol 
e a insulina, em que houve um sinergismo entre o 
propranolol e a insulina, levando a uma crise de 
hipoglicemia, provocando os sintomas como sonolência, 
fraqueza e fome. 
 
Como sugestão de alteração no esquema de tratamento 
da paciente, pode-se remover o uso do propranolol e 
substituindo-o por outro fármaco, como diurético, para 
auxiliar no tratamento da hipertensão. Quanto a 
diabetes, manteria a insulina NPH e regular, podendo 
substituir a regular, caso a paciente tenha condições 
financeiras, por uma insulina de ação ultrarrápida, um 
pouco mais cara, contudo, melhor para seu dia-a-dia, 
devendo ela ser usada cerca de 15 min antes das 
refeições. 
 
LOPES, Gabriel Quintino. Betabloqueadores: 
particularidades para as quais não nos atentamos no 
dia-a-dia. [S. l.], 28 nov. 2019. Disponível em: 
https://pebmed.com.br/betabloqueadores-
particularidades-para-as-quais-nao-nos-atentamos-no-
dia-a-
dia/#:~:text=Agentes%20de%20primeira%20gera%C3
%A7%C3%A3o%20s%C3%A3o,diminuir%20com%20d
oses%20elevadas%20(p. Acesso em: 6 ago. 2020. 
 
https://www.sanarsaude.com/blog/beta-bloqueadores-
farmacia-tudo-o-que-voce-precisa-saber 
 
 
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