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Peça Direito do Consumidor

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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA __ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ()
Engex Ltda, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º ....., com sede na Rua ....., n.º ....., Bairro ......, Cidade ....., Estado ....., CEP ....., representada neste ato por seu (sua) sócio(a) gerente Sr. (a). ....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG nº ..... e do CPF n.º ....., por intermédio de seu advogado (a) e bastante procurador (a) (procuração em anexo - doc. 01), com escritório profissional sito à Rua ....., nº ....., Bairro ....., Cidade ....., Estado ....., onde recebe notificaç
ões e intimações, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor: 
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
Em face de Indústria de Refrigerantes W, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n.º ....., com sede na Rua ....., n.º ....., Bairro ......, Cidade ....., Estado ....., CEP ....., representada neste ato por seu (sua) sócio(a) gerente Sr. (a). ....., brasileiro (a), (estado civil), profissional da área de ....., portador (a) do CIRG nº ..... e do CPF n.º ....., pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.
I. DOS FATOS 
A requerente realizou um evento, realizado no escritório da empresa, para seus funcionários. Neste dia, foi oferecido um churrasco e também refrigerantes. Um dos funcionários serviu o refrigerante da marca W para os colegas, mas após experimentá-lo todos perceberem o gosto estranho no mesmo. 
Produto este com numeração XX e código de barras número XX por validade XX.
O funcionário que serviu o refrigerante resolveu verificar a garrafa e acabou encontrando uma lagartixa dentro da garrafa, conforme fotografias em anexo.
Não é possível que um consumidor tenha que verificar constantemente dentro do produto para que tenha segurança que estará adquirindo um produto bom, de acordo com a qualidade devida, tendo em vista ainda que fora comprado em estabelecimento confiável, sem contar que o produto está dentro do prazo de validade. 
Diante de tais circunstâncias, o autor sem dúvida viu-se lesado, uma vez que ocorreu a ruptura entre fornecedor e consumidor, sendo esta um aspecto fundamental do consumidor ao realizar o consumo de determinado produto, do qual ensejou na sensação de repulsa, nojo, receio ao adquirir um produto que ao menos transparece confiança em sua fabricação. 
II – DO FUNDAMENTO JURÍDICO
A) DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Importante expressar nesta inicial, a relação de consumo entre o autor como consumidor e o réu como fornecedor de produto, preceitos básicos da relação consumerista expressa nos artigos 2º e 3º do Código de Defesa do Consumidor, senão vejamos: 
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
A relação consumerista é evidente, tornando-se o CDC alicerce para análise da vulnerabilidade do autor em detrimento do réu. 
Neste sentido, o artigo 6º inciso I do CDC expressa o direito básico do consumidor, que é a proteção à vida, saúde e segurança, pertinentes ao fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos. É o presente neste caso, onde a periculosidade quanto à saúde do consumidor na ingestão deste produto com este ser estranho dentro do produto. 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;
Ainda nesse quesito, preceitua o artigo 8º do CDC sobre a questão da prevenção do fornecimento do produto quanto a sua qualidade, onde não poderá ser posto no mercado de consumo, produtos que possam ocasionar riscos à saúde dos consumidores, senão vejamos:
Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu respeito.
§ 1º Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe prestar as informações a que se refere este artigo, através de impressos apropriados que devam acompanhar o produto
Diante disso, os funcionários de autor foram seriamente constrangidos, sentimento profundo de nojo, náuseas e repulsa, trazendo estes sentimentos um extremo mal-estar, ao perceber que naquele refrigerante, havia uma lagartixa.
É notório a responsabilização da ré pelo ocorrido, tendo em vista a fabricação, distribuição e fornecimento do produto impróprio ao consumo, do qual merece atenção minuciosa quanto a qualidade do produto posto ao comércio e o prejuízo causado ao autor e seus funcionários. 
B – DA OBRIGAÇÃO DE INDEZINAR 
Acerca da ilicitude do ato praticado, nosso atual Código Civil prevê em seus artigos a seguir transcritos, a obrigação de indenizar:
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Em seu artigo 6º, inciso VI, o CDC dá ao consumidor a guarita quanto à reparação dos danos patrimoniais e morais, do qual atesta com clareza no presente caso:
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
[...]
 VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
Ainda, corrobora a nossa Constituição Federal em seu artigo 5º inciso V, o preceito acerca do dever de indenizar:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
[...]
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
Conforme explanado, tanto o CC, CDC, quanto a CF/88, tratam da responsabilização civil como incontestáveis à ocorrência do ato ilícito e sua consequência de indenizar.
Ademais, o dever de reparação é respaldado com clareza pelo Superior Tribunal de Justiça:
RECURSO ESPECIAL. DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO DE COMPENSAÇÃO POR
DANO MORAL. AQUISIÇÃO DE PACOTE DE BISCOITO RECHEADO COM CORPO
ESTRANHO NO RECHEIO DE UM DOS BISCOITOS. NÃO INGESTÃO. LEVAR À BOCA.
EXPOSIÇÃO DO CONSUMIDOR A RISCO CONCRETO DE LESÃO À SUA SAÚDE E
SEGURANÇA. FATO DO PRODUTO. EXISTÊNCIA DE DANO MORAL. VIOLAÇÃO DO
DEVER DE NÃO ACARRETAR RISCOS AO CONSUMIDOR. 
1. Ação ajuizada em 04/09/2012. Recurso especial interposto em 16/08/2016 e concluso ao
Gabinete em 16/12/2016.
2. O propósito recursal consiste em determinar se, para ocorrer danos morais em função do encontro de corpo estranho em alimento industrialização, é necessária sua ingestão ou se o simples fatode levar tal resíduo à boca é suficiente para a configuração do dano
moral.
3. A aquisição de produto de gênero alimentício contendo em seu interior corpo estranho, expondo o consumidor à risco concreto de lesão à sua saúde e segurança, ainda que não ocorra a ingestão de seu conteúdo, dá direito à compensação por dano moral, dada a ofensa ao direito fundamental à alimentação adequada, corolário do princípio da dignidade da pessoa humana.
4. Hipótese em que se caracteriza defeito do produto (art. 12, CDC), o qual expõe o consumidor à risco concreto de dano à sua saúde e segurança, em clara infringência ao dever legal dirigido ao fornecedor, previsto no art. 8º do CDC.
5. Na hipótese dos autos, o simples "levar à boca" do corpo estranho possui as mesmas consequências negativas à saúde e à integridade física do consumidor que sua ingestão propriamente dita.
6. Recurso especial provido.
REsp 1644405 / RS RECURSO ESPECIAL 2016/0327418-5
Assim, fica evidenciada, no caso em tela, a aplicação dos danos morais devidos à lesão sofrida pelo autor e seus funcionários. O dano moral ficou configurado diretamente em razão de todo sofrimento e mal-estar sofridos, ao deparar com uma bicho dentro da garrafa de refrigerante. 
III – DOS PEDIDOS
A) A inversão do ônus da prova, na forma do art. 6º, VIII do CDC, ficando ao encargo das rés a produção de todas as provas que se fizerem necessárias ao andamento do feito;
B) O recebimento da presente ação devidamente instruída com os documentos que acompanham, determinando-se o registro e autuação;
C) Procedência da ação, condenando a ré ao pagamento do montante de R$ 10.000 (dez mil reais) a título de indenização por danos morais, atualizados a partir do evento danoso, de acordo com a Súmula 54 do STJ;
D) Citação da ré por AR, para que apresentem respostas no prazo legal, sob pena de confissão e revelia;
E) Condenação das rés ao pagamento das despesas, custas processuais e honorários sucumbenciais na ordem de 20% (vinte por cento) sobre o valor da condenação.
Dá-se a presente ação o valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais).
Nestes termos,
Pede deferimento.
Xx, xxx de 2020.
Advogado 
OAB nº XXXX

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