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CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL I) TÍTULO VI – PARTE ESPECIAL DO CÓDIGO PENAL – DISPOSIÇÕES GERAIS Aplicáveis a todos os crimes. Observações: 1. Os processos em que se apuram crimes definidos neste título tramitarão em segredo de justiça. 2. Nos crimes previstos neste título, a pena é aumentada nas seguintes hipóteses: a) De 1/2 a 2/3, se do crime resulta gravidez; b) De 1/3 a 2/3, se o agente transmite à vítima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber se portador, por exemplo sífilis, ou se a vítima é idosa ou pessoa com deficiência. II) CAPÍTULO I – DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL Liberdade sexual: Faculdade de livre escolha do parceiro sexual. Estupro (artigo 213, CP): Constranger alguém mediante violência ou grave ameaça a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso (por exemplo: sexo oral, sexo anal). É um crime comum porque pode ser praticado por qualquer pessoa, independentemente do sexo, seja homem ou mulher. Sujeito passivo: A vítima também pode ser homem ou mulher. Por sua vez, a lei não exige honestidade moral por parte da vítima, podendo sê-la a prostituta. É importante ressaltar que a conjunção carnal após a morte da vítima constitui crime de vilipêndio a cadáver (artigo 212, CP). Conduta típica ou tipo objetivo: Constranger mediante violência ou grave ameaça, significa forçar, obrigar. No estupro, o sujeito ativo quer ter conjunção carnal com a vítima (penetração total ou parcial do pênis na vagina e independe de ejaculação). Também no estupro o agente pode praticar ou permitir que com a vítima se pratique outro ato libidinoso (sexo oral, sexo anal). -se com a introdução, ainda que parcial, do pênis na vagina. Contudo, se antes disso o agente realizou outro ato sexual independente, já terá cometido estupro consumado em tal momento. 1. Se a vítima é menor de 18 ou maior de 14 anos. Cuidado: Caso a vítima seja menor de 14 anos, temos a prática do crime de estupro de vulnerável do artigo 217-A, CP. 2. Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave (pena de reclusão de 8 a 12 anos). 3. Se da conduta resulta morte (reclusão de 12 a 30 anos). As qualificadoras 2 e 3 são exclusivamente preterdolosas, ou seja, dolo no antecedente e culpa no consequente. -A) O objetivo do legislador foi possibilitar a punição mais rigorosa aos inúmeros casos de abuso sexual ocorridos, especialmente em coletivos lotados. A Lei exige a efetiva prática de ato libidinoso contra alguém. Exemplos: Esfregar o pênis nas nádegas da vítima, passar a mão em suas nádegas, órgão genital ou nos seios, ejacular sobre o corpo da vítima, etc. É importante destacar que se o agente entregar essas condutas contra a vítima vulnerável, será enquadrado no artigo 217-A, CP. O tipo legal exige que o ato seja praticado contra alguém e não com alguém de modo que o contato físico não é imprescindível. É importante destacar que o assédio verbal grosseiro não configura a presente infração penal, é claro que o fato será atípico se houver concordância da vítima para o contato sexual. O texto legal não exige que o fato ocorra em local público. Destaca-se também que o ato seja realizado com objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro, é o crime que pode ser praticado por qualquer pessoa contra qualquer pessoa, exceto aqueles que se encontram no conceito de vulnerável. III) DISPOSIÇÕES GERAIS Nos crimes definidos nos capítulos 1º e 2º deste capítulo, procede-se mediante ação penal pública incondicionada, conforme artigo 226, CP, a pena dos crimes dos capítulos 1º e 2º é aumentada: 1. De quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2 ou mais pessoas. 2. De metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima, ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela. 3. De 1/3 a 2/3, se o crime é cometido: a) Estupro coletivo: Mediante concurso de 2 ou mais agentes. b) Estupro corretivo: Para controlar o comportamento social ou sexual da vítima – a ação penal é pública incondicionada.
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