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EXELENTÍSSIMO SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE BAURU – SP PROCESSO Nº XXXXXX DAS PARTES BERNABER, brasileiro, estado civil, agricultor, portador do RG sob nº (…), e inscrito no CPF sob nº (…), residente e domiciliado na Rua X, localizada na cidade de Bauru-Sp, proprietário da micro empresa CAIPIRA ORTALIÇAS LTDA, sediada na mesma cidade, inscrita sob o CNPJ nº xx.xxx.xxx/xxxx-xx, neste ato representado por sua procuradora infra-assinada, com mandato em anexo, vem respeitosamente perante Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 402 a 405 do Código Civil, propor a presente: AÇÃO INDENIZATORIA POR DANOS MATERIAIS/MORAIS E LUCROS CESSANTES ORIUNDOS DE ACIDENTE DE TRÂNSITO. Em face da empresa VIAÇÃO METEORO LTDA – MEI, pessoa jurídica de direito privado, com sede na cidade de São Paulo- SP, CEP nº: xxx, CNPJ nº xx.xxx.xxx/xxxx-xx. DA JUSTIÇA GRATUITA O autor declara não ter condições de arcar com as custas judiciais sem prejuízo ao seu próprio sustento e, invoca a tutela da lei 1060/50 que assegura os necessitados, ou seja, aqueles que são pobres no sentido jurídico da palavra. Não obstante a condição presente, pós-acidente, o requerente não está usufruindo de nenhuma quantia, pois, pelo ocorrido ficou sem o veículo que transportava as mercadorias e afastado das atividades habituais pelo período de três meses. Neste sentido, junta-se atestado médico, fotos do acidente que comprovem a situação atual. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111983995/c%C3%B3digo-civil-lei-10406-02 Pelas razões supramencionadas, requer o autor que seja deferido os benefícios da justiça gratuita, assegurados pela Constituição Federal, art. 5º, LXXIV, pela lei 13.105/2015(CPC), art.98 e seguintes, bem como a excelsa lei 1060/50. DOS FATOS Barnabé é um senhor de 50 anos de idade é agricultor e vive da colheita e do transporte das hortaliças aos mercados das cidades vizinhas a Bauru/SP. Possui uma micro empresa chamada Caipira Hortaliças Ltda. – ME. Ele adquiriu uma pick-up Ford Ranger, placa GGG-1223, que utilizava para o transporte dos seus produtos. O seu veículo realizava entre 5 a 10 entregas por dia nas cidades próximas. No dia 11/02/2017, o sr. Barnabé retornava a Bauru/SP conduzindo o seu veículo. Naquela noite, chovia muito e a estrada estava escorregadia, e com muita neblina. Ocorre que, quando trafegava na curva do km 447 da rodovia BR-345, no município de Jaú/SP, o sr. Barnabé perdeu o controle do seu veículo. Os pneus traseiros derraparam, e o veículo rodopiou por sua pista, ficando atravessado na pista, sem, contudo, invadir a pista contrária. No entanto, um ônibus da Viação Meteoro Ltda., que trafegava na pista contrária, assustou-se com a manobra efetuada pelo Senhor Barnabé, e pisou no freio. Como a pista estava escorregadia e com um pouco de óleo, o motorista perdeu o controle do seu veículo e bateu de frente na pick-up Ranger. Com o impacto, a pick-up foi arremessada por cerca de10 (dez) metros, e bateu no barranco da pista. Com o impacto, o sr. Barnabé feriu-se gravemente, apresentando um corte na testa, fratura nas pernas e nos braços. O veículo pick-up Ranger, com o impacto, ficou todo amassado, com danos no chassi e por toda a lataria. Pelo lado do ônibus, com o impacto, cinco passageiros, que não estavam utilizando cinto de segurança, sofreram lesões. No hospital, a polícia tomou o depoimento do sr. Barnabé, que afirmou que perdeu o controle do seu veículo em vista do ônibus ter invadido a contramão, o que o forçou a realizar uma manobra brusca que causou a derrapagem e o impacto com o ônibus. Após se submeter a cirurgias nos seus braços e pernas e tomar pontos na sua testa, embora agradecido por ter sobrevivido, o sr. Barnabé estava preocupado agora com a situação envolvendo o seu veículo e o seu sustento. Diante desta irresponsável conduta por parte do funcionário da Ré, além do grande dano material causado, o Autor, que trabalha sozinho em sua empresa CAIPIRA HORTALIÇAS LTDA. - ME, está impossibilitado de exercer suas atividades laborais devido aos ferimentos sofridos, deixando de garantir seu sustento, pois no período de três meses, necessários par a reestabelecimento de sua saúde, a empresa zerou seu faturamento, tendo dificuldades com o locador da loja, bem como com seus fornecedores, acumulando um prejuízo de R$ 10.000,00 (dez mil reais), causando danos morais e lucros cessantes. A empresa de ônibus fez três orçamentos para o conserto do seu veículo, ficando apurado que o da concessionária Translíder ficaria em R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), o da Oficina Battera ficaria em R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais), enquanto que o orçamento da Oficina Restaurar Ltda. ficaria em R$ 40.000,00 (quarenta mil reais). Por outro lado, foi apurada a perda total do veículo do sr. Barnabé. Analisando o balanço mensal da empresa Caipira Hortaliças constatou-se que esta possuía um faturamento mensal de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), sendo que o lucro líquido mensal chegava ao montante de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Barnabé pede por justiça, para que seus danos sejam reparados, contudo, a empresa de ônibus negou autoria do acidente e a sua seguradora não aceitou recompor os prejuízos. DO DIREITO A responsabilidade do requerido constitui-se de forma subjetiva por ato ilícito, não obstante, as provas carreadas oportunamente nestes autos demonstram de forma cabal a necessidade das medidas pleiteadas. 1. Da infração de trânsito e o dever de indenizar É sabido que o universo jurídico é demandado primordialmente pelas obrigações oriundas das relações interpessoais. Conquanto, algumas advêm dos atos ilícitos que são tutelados pelo feérico dispositivo art. 186 da lei 10.406/2002 (CC). Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. O Caso é que o motorista da empresa Viação meteoro LTDA invadiu a pista do autor, por imperícia ou negligência. Deixando ainda, de observar as normas gerais de circulação e conduta do Código de trânsito Brasileiro, arts. 27, 28 e 34. APELAÇÃO – INDENIZATÓRIA – ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO – FATO DA COISA – LUCROS CESSANTES – CULPA – DEVER DE INDENIZAR – DANOS MORAIS – ACUIDADE DA SENTENÇA. - Responsabilidade do proprietário do bem, em razão do fato da coisa (art.932, do Código Civil) – legitimidade e responsabilidade do corréu pela imprudência do condutor de seu bem, responsável pela invasão da faixa de rolamento em sentido contrário – art. 186, do Código de Transito Brasileiro; - Dever de indenizar evidenciado: culpa confessa da p arte que reconhece a perda de controle do veículo – descumprimento do dever de diligência e controle do veículo (artigo 28, do Código de Trânsito Brasileiro); - Manutenção da decisão por seus próprios e bem lançados fundamentos – artigo 252 do regimento Interno do Tribunal de Justiça de São Paulo; RECURSO NÃO PROVIDO. (TJ_SP – APL 00383188220068260506 SP 0038318- 82.2006.8.26.0506, Rela tor: Maria Lúcia Pizzotti, Data de Julga mento: 03/04/2017, 27ª Câmara Extraordinária de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo). 2. Dos danos materiais e morais Estes decorrem do nexo de causalidade entre os fatos e os resultado, exigindo pela demanda sobre a responsabilidade civil objetiva. As provas aqui juntadas através de boletim de ocorrência, orçamentos do veículo Ford Ranger de propriedade da empresa, fotos dos danos causados no veículo, trocas de e-mails com a transportadora e sua seguradora e balanços mensais da sua empresa. Além disso,no depoimento do motorista, o mesmo reconhece a invasão da pista contrária, pois assustou-se com a manobra efetuada pelo Senhor Barnabé, embora este não ter saído da sua pista, e pisou no freio. o motorista perdeu o controle do seu veículo e bateu de frente na pick- up Ranger. Os valores do orçamento da Pick-up foram, em ordem crescente, R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais), R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) e R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais). Por outro lado, foi apurada a perda total do veículo, este que se encontra hoje em média no valor de R$ 100.000,00 (cem mil reais) 3. Dos lucros cessantes: Como já foi amplamente exposto nos autos, o autor ficou sem trabalhar pelo período de três meses, constatou-se que esta possuía um faturamento mensal de R$ 20.000,00 (vinte mil reais), sendo que o lucro líquido mensal chegava ao montante de R$ 10.000,00 (dez mil reais). A sua empresa zerou o faturamento, e ficou em dificuldades com o locador da loja, bem como com seus fornecedores, acumulando um prejuízo de R$ 10.000,00. Por este motivo é que se encontra o ensejo de pleitear os lucros que por causa do acidente cessaram, uma vez que o autor deixou de perceber seus proventos e ainda sair no prejuízo. Pela certeza e fundamento já explanados, ressaltando mais uma vez que as provas cabais advêm de oportuna fé pública (depoimento do réu), boletim de ocorrência, fotos do acidente e balanços mensais da empresa que estão em anexo. Requerer-se ao réu a devida indenização. Ressalta-se que o réu é uma empresa grande, com condições, e ainda assim se recusa até o presente momento em arcar com os prejuízos por ele causados. Quanto a isso, a lei é clara, pois assim disciplina o Código Civil(lei 10.406/2002): Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido. E a jurisprudência corrobora: APELAÇÃO. RES PONSABILIDADE CIVIL. ACIDENT E DE TRÂNSITO. CHOQUE ENTRE MOTOCICLETA E VEÍCULO. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MATERIAIS (LUCROS CESSANTES E DANOS EMERGENTES) E DANOS MORAIS. RÉU REVEL. SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA. RECURSO DO AUTOR. DANOS MORAIS. QUANTUM INDENIZATÓRIO. AUTOR VÍTIMA DE ACIDENTE DE TRÂNSITO CAUSADO POR CULPAEXCLUSIVA DO RÉU, QUE CRUZOU VIA PREFERENCIAL SE M A DEVIDA CAUTELA. FRATURA NA PERNA. AFASTAMENTO DAS ATIVIDADES LABORAIS POR APR OXIMADAMENTE S EIS MESES. INDENIZAÇÃO QUE DEVE SER COMPATÍVEL COM A EXTENSÃO DOS DANOS CAUSADOS. OBSERVÂNCIA AOS PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E DA RAZOABILIDADE, ALÉM DO CARÁTER INIBITÓRIO E PEDAGÓGICO DA REPRIMENDA. MAJORAÇÃO QUE SE IMPÕE. DANOS MATERIAIS. LUCROS CESSANTES. INCAPACIDADE TE MPORÁRIA COMPROVADA. RECEBIMENTO DE BENEFÍCIO PREVID ENCIÁRIO (AUXÍLIO -DOENÇA). POSSIBILIDADE DE CUMULAÇÃO. VERBAS DE NATUREZA DIST INTAS. PRECEDENTES DO SUPE RIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. INDENIZAÇÃO DEVIDA. EXEGESE DO ARTIGO 949 DO CÓDIGO CIVIL. SENTENÇA REFORMADA. REDISTRIBUIÇÃO DOS ÔNUS DE SUCUMBÊNCIA, NA FORMA DO ARTIGO 86, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. (TJSC, Apelação Cível n. 0007106-58.2014.8.24.0008, de Blumenau, rel. Des. Rubens Schulz, j. 24 -08-2017). DOS PEDIDOS Diante todo o exposto, requer o autor: I- A condenação da Ré na restituição dos prejuízos sofridos pelo autor na exata quantia de R$80.000,00 (oitenta mil reais), devendo ser corrigido monetariamente e acrescido de juros legais desde a data do acidente até a data do efetivo pagamento; II- A Citação da ré no endereço eletrônico, ambos mencionados à cima, no prazo legal, sob pena de revelia; III- condenação da ré ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios, estes de acordo com o disposto no art. 85, parágrafo 2º do Código de processo civil; IV- o autor requer a produção de todos os tipos de provas, em especial depoimento pessoal, oitiva de testemunhas e juntada de documentos; V- o autor não tem interesse na realização de audiência de conciliação, haja vista as diversas tentativas, tanto com a empresa ré, bem como sua seguradora, conforme comprovam os e-mails anexos. VI- Dá-se a causa, o valor de R$170.000,00 (cento e setenta mil reais); Nestes termos, Pede-se deferimento. Bauru-SP, dia, mês e ano. Assinatura da Advogada OAB nº
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