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Eletroterapia Conceitos Fundamentais em Eletricidade Profa Esp Rubia Mundim Rego Gama, DF, 2022. CENTRO UNIVERSITÁRIO APPARECIDO DOS SANTOS - UNICEPLAC Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) R343e Rego, Rubia Mundim. Eletroterapia: conceitos fundamentais em eletricidade. Gama, DF: UNICEPLAC, 2022. 25 p. 1. Estética e cosmética - Eletricidade. 2. Eletroterapia. 3. CST em Estética e Cosmética. I. Título. CDU: 615.8 Objetivos do uso de equipamentos eletro estéticos Como foi assinalado, um equipamento eletro estético, sozinho, não é capaz de resolver um problema estético. Então, quais os objetivos ao usá-lo em um tratamento? A) Diminuir o tempo de resposta do tratamento. Um equipamento de boa qualidade permite ao profissional que aplica o tratamento obter resultados num intervalo de tempo bem menor. Isso é fundamental, uma vez que o cliente tem pressa em alcançar esses resultados b) Melhorar a qualidade do resultado do tratamento. Os equipamentos de última geração permitem que o profissional de estética obtenha resultados até então inimagináveis. No entanto, para que isso ocorra os e mentos precisam ser construídos com tecnologia de ponta, o que obriga o profissional que o utiliza a possuir uma dose consistente de conhecimento, obtida através do estudo constante e da dedicação permanente. c) Aumentar a rentabilidade da clínica. Clínicas equipadas com tecnologia de ponta conseguem, sem comprometer a qualidade do atendimento, tratar mais clientes com menos funcionários. Recursos eletro estéticos utilizados em estética Os recursos podem ser agrupados em quatro famílias: • Descarga elétrica: alta frequência; • Corrente elétrica: Continua e constante; continua e intervalada; alternada sem modulação; alternada modulada; alternada, intervalada, sem modulação; alternada, intervalada, modulada; • Irradiação: ultrassom, radiofrequência, infravermelho e laser; • Recursos mecânicos: pressoterapia, vacuoterapia/indermologia, dermoabrasão, carboxiterapia. Revisão de Eletricidade A eletricidade está presente na essência de toda e qualquer matéria e é a parte da física que estuda as manifestações elétricas. Eletricidade é o estudo de vários fenômenos referentes a presença e movimento dos elétrons. Na Física é a área que estuda os fenômenos causados pela presença e movimento de cargas elétricas como por exemplo, eletrostática, eletro cinética, eletromagnetismo e eletrodinâmica Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-NC-ND Eletroestática • É a parte da eletricidade que estuda os corpos elétricos em repouso. • Caracteriza-se pelas Cargas Elétricas. Todos os corpos são formados por um grande número de átomos. • Átomos são elementos estáveis constituídos por elétrons (-), prótons (+) e nêutrons. • Um corpo está no estado neutro quando o número total de prótons é igual ao de elétrons. Se elétrons forem retirados ou colocados no corpo neutro, este passará a um outro estado, denominado eletrizado. • Elétrons Livres são elétrons que abandonam suas órbitas quando seu átomo está excitado, ou seja, quando apresenta energia interna acima do normal. • Moléculas: são elementos formados por vários átomos. Ex: molécula da água. Eletroestática • Íon é o átomo que tenha adquirido carga elétrica pelo ganho ou perda de elétrons. Classificam-se em cátions (positivos) e ânions (negativos). • Carga Elétrica: é a medida do número de elétrons livres que um objeto ganhou ou perdeu. Corresponde ao excesso ou a deficiência de elétrons ou íons. Um corpo ou matéria pode estar carregado positiva ou negativamente, fato que determina as atrações ou repulsões de uma matéria. ◦ • Se um corpo ganha elétrons, fica carregado negativamente, pois tem excesso de elétrons. • Se um corpo perde elétrons, fica carregado positivamente, pois tem excesso de prótons. Eletroestática • Polaridade: é a diferença entre as cargas elétricas dos eletrodos, sendo necessária para existir um campo elétrico. • Excesso de cargas = pólo negativo = catodo • Falta de cargas = pólo positivo = anodo • Catodo: é o Eletrodo Negativo; pólo com maior concentração de elétrons; onde acontecem os fenômenos de despolarização, portanto frequentemente chamamos de Eletrodo Ativo. • Anodo: é o Eletrodo Positivo; pólo com menor concentração de elétrons; onde acontecem os fenômenos de hiperpolarização, portanto, menos estimulante do que o catodo, frequentemente chamamos de Eletrodo Dispersivo ou Indiferente. Eletrodinâmica • É a parte da física que estuda os corpos elétricos em movimento. • Caracteriza-se pela Corrente Elétrica. • Corrente Elétrica: constitui-se da quantidade de elétrons livres que passam por um condutor em uma mesma direção direção. Ex: ao conectarmos conectarmos o pólo negativo negativo de uma fonte de energia ao local da aplicação observamos que os elétrons livres começam a mover-se em direção ao pólo positivo. • É um fluxo ordenado de elétrons que se produz quando existe uma diferença de potencial entre os extremos de um condutor. • Para que os elétrons possam se deslocar de um lado para outro, é necessário que uma “força” os impulsione. • A essa força chamamos de força eletromotriz, e ela ocorre quando, em determinado material, temos zonas com falta ou excesso de elétrons (Diferença de Potencial (DDP). • Diferença de Potencial: é a força que os elétrons devem fazer para se deslocar de um polo para o outro. É o que vai determinar a voltagem ou tensão. A DDP mostra o desequilíbrio elétrico existente entre os polos de um gerador. A unidade de medida da DDP é o Volt. (110 / 200 Volts) Classificação da Corrente Elétrica: • Contínua: quando a corrente é unidirecional, ou seja, seus elétrons se deslocam numa única direção; isso ocorre quando um gerador pode manter um dos extremos de um circuito carregado negativamente e o outro positivamente ; seu gráfico possui apenas uma fase (positiva ou negativa); possui efeitos polares. Classificação da Corrente Elétrica: • Alternada: quando a corrente é bidirecional, ou seja, seus elétrons ora se deslocam numa direção ora em outra; isto acontece quando um gerador de corrente alternada origina uma troca contínua de polaridade nos extremos de um circuito; seu gráfico possui duas fases (positiva e negativa); não possui efeitos polares. • Condutores: são instrumentos que permitem a condução de uma corrente elétrica de um determinado local a outro. Bom condutor: oferece menor resistência para o fluxo da corrente. • Cobre: bom condutor; possui grande quantidade de elétrons livres. • Água: excelente excelente condutora, condutora, fazendo fazendo do corpo humano um bom condutor (60% de água). • Isolantes: maus condutores, pois são corpos que necessitam de elétrons, já que tem poucos elétrons livres (Ex.: madeira). • Tecidos bons condutores: sangue, linfa, músculos, tecido nervoso. • Tecidos medianamente condutores: pele, tendão, cartilagens, fáscias musculares. • Tecidos pouco condutores: ossos, gordura, pêlos, unhas. Eletricidade Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-NC-ND Eletricidade • Campo Elétrico: é o fenômeno que ocorre no espaço entre os corpos carregados eletricamente e o espaço que os rodeia, fazendo com que se sinta a influência dessas cargas. • Eletromagnetismo: É o campo elétrico que se forma em volta do condutor quando os elétrons de uma corrente elétrica se deslocam. • Quando há uma corrente corrente elétrica elétrica num condutor, condutor, a região que o circunda sofre modificações. Forma-se um campo eletromagnético em volta do condutor. • Quanto maior a intensidade da corrente no condutor, mais forte é o campo eletromagnético ao seu redor. O efeito eletromagnético aumenta consideravelmente, quando o condutor não está disposto linearmente, mas em forma de espiral. Neste caso, as linhas magnéticas encontram-se tanto no interior da espiral quanto envolvem-na exteriormente. Variáveis Físicas para Eletroterapia • Resistência: é a força que a matéria faz em oposição ao movimentodos elétrons, ou seja, é a dificuldade que o condutor gera à passagem dos elétrons. No organismo varia de acordo com a condutibilidade de cada tecido. • Quando elétrons fluem através de um condutor, eles colidem com os átomos existentes no material do condutor, transferindo energia para estes átomos. Isto leva ao aquecimento do condutor. • A resistência interferência do comprimento, do calibre e do tipo de matéria que compõe o condutor. • A unidade utilizada na mensuração desta energia é o joule Variáveis Físicas para Eletroterapia • Intensidade: é a quantidade de elétrons que passa por um determinado ponto do condutor em um segundo. • A unidade de intensidade da corrente se mede em 1 Ampère. • A intensidade é determinada pela Amplitude da Corrente • Intensidade: Níveis Clínicos de Resposta Sensorial em um Sistema Nervoso Íntegro Amplitude Baixa = Estimulação Sensorial Amplitude Média = Estimulação Motora Amplitude Alta = Estimulação Dolorosa Variáveis Físicas para Eletroterapia • Ciclo: é a cadência completa de uma onda desde o momento em que esta se inicia até o início da próxima. • Tempo de Duração de Pulso: determina por quanto tempo as cargas elétricas vão passar. Variáveis Físicas para Eletroterapia • Frequência: é o número de vezes que um ciclo se repete no período de um segundo. Divide-se em: • Baixa freqüência - na faixa de 1 Hz a 1.000 Hz • Média freqüência - na faixa de 1.000 Hz a 100.000 Hz • Alta freqüência freqüência - de 100.000 Hz em diante Interfere diretamente no limiar sensitivo, sendo que frequências maiores desencadeiam percepções menores, pois apresentam resistências menores da pele à passagem da corrente elétrica. Também está relacionada com a profundidade de ação da corrente; frequências mais altas são mais superficiais que frequências mais baixas. Variáveis Físicas para Eletroterapia • Formas de Pulso (onda): As formas de pulso mais comuns são: triangular, quadrática, Senoidal (sinusoidal) e contínua • Pulso monofásico: quando está somente em uma fase (positiva ou negativa) e dá origem a efeitos polares • Pulso bifásico: quando se descrevem nas duas fases e não originam efeitos polares. • Tempo de Duração do Pulso (cronaxia): É o tempo que perdura a estimulação elétrica, ou seja, é o tempo de duração da passagem da corrente para os tecidos. • ◦ O intervalo entre um pulso e outro chama-se pausa, intervalo ou repouso (T off). Variáveis Físicas para Eletroterapia • Modulação: É qualquer alteração que se faz na corrente original. Pode ocorrer devido às variações de largura e amplitude de pulso, da frequência da corrente ou em trens de pulso. Rotina de Manutenção e Cuidados com Equipamentos de Eletroterapia • Deve-se sempre: • checar a integridade dos equipamentos antes de usá-los. • testá-los e fazer manutenção preventiva periodicamente com um técnico em eletroeletrônica, para verificar a existência de correntes de fuga, integridade dos cabos, filtros, saídas do painel do equipamento e transformadores dos aparelhos. Recomendações para um ambiente de trabalho seguro • Usar plugs de três pontos em todas as linhas de rede que operam estimuladores clínicos e nunca remover o pino terra dos plugs de rede. • Não usar adaptadores de tomada que convertam plugs de 3 pinos para plugs de 2 pinos. • Evitar o uso de adaptadores de tomada do tipo T ou extensões. • Nunca retirar o cordão de força da rede puxando-o pelo fio. • Nunca desconectar um equipamento da tomada com a chave liga/desliga ligada. Usar sempre esta chave para ligar e desligar o aparelho. Recomendações para um ambiente de trabalho seguro • Equipamentos elétricos nunca devem ser colocados próximos à tubulação de aquecedores ou de encanamentos d'água. Se entrar água dentro de um equipamento elétrico, ele deve ser revisado antes do uso. • Evite colocar eletrodos molhados sobre os aparelhos. • Verificar antes de usar se o fusível do aparelho não está queimado. • Verificar se a tensão ou voltagem do aparelho (110/220 V) é a mesma da rede. Cuidados Gerais Durante uma Aplicação • Checar previamente o aparelho e suas conexões. • Evitar que o paciente manipule o aparelho, a menos que isso faça parte da técnica. • Informar detalhadamente ao paciente o que vai ser feito e o que ele irá sentir. • Examinar e limpar a pele do paciente, antes e depois de cada aplicação. • Antes de colocar os eletrodos no paciente, certifique-se de que todos os controles estejam zerados. • Se forem usados eletrodos de borracha de silicone, usar gel suficiente para assegurar uma boa condutibilidade da corrente para a pele do paciente. • Nunca deixe que haja contato direto da parte metálica do eletrodo com a pele do paciente. Cuidados Gerais Durante uma Aplicação • Evitar interrupções imprevistas de contato entre o eletrodo e a pele durante a aplicação. • Evitar que os eletrodos encostem uns nos outros durante a aplicação: isso provoca fugas de corrente. • Aumentar a intensidade da corrente de forma progressiva e lenta. • Não exceda a tolerância sensitiva do paciente : "negocie" a dose com ele. • Pedir ao paciente para avisar ao menor sinal de queimadura ou dor local. • Não desligue o aparelho sem antes voltar os controles de dose, de intensidade, ao ponto zero. • Depois de cada tratamento, limpar os eletrodos e esponjas em água corrente. Referências: PEREIRA, Maria de Fátima Lima. Eletroterapia. São Caetano do Sul (SP): Difusão, 2014. V. 5. AGNE, Jones Eduardo. Eletrotermofototerapia. 5. ed. Santa Maria (RS): Prof. Dr. Jones Eduardo Agne, 2013. LOW, JOHN. Eletroterapia explicada: princípios e prática. 3. ed. Barueri (SP): Manole, 2001. KAHN, JOSEPH. Principios e prática de eletroterapia. 4. ed. São Paulo (SP): Santos, 2001. 184 p. ISBN 85-7288-282-0. NELSON, Roger M. Eletroterapia clínica. 3. ed. Barueri (SP): Manole, 2003. VIRTUAL: N.R.M.H.K.W.C.D. P. Eletroterapia Clínica. [Digite o Local da Editora]; Editora Manole, 01/2003. 9788520447420. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788520447420/. Accesso em: 09 Jul 2020
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