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SEMINÁRIO I - ISENÇÕES TRIBUTÁRIAS E REGRA-MATRIZ DE INCIDÊNCIA - CELSO VALÉRIO

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ALUNO: CELSO VALÉRIO FRANÇA VIEIRA
QUESTÕES
1.	Que é isenção (vide anexo I)?
De acordo com a obra do doutrinador André Mendes Moreira[footnoteRef:1], a isenção sob a ótica de interpretação do STF trata-se de dispensa legal de tributo devido. Nas palavras do referido autor: “a norma tributante incide sobre o fato gerador, fazendo nascer a obrigação tributária, que é posteriormente extinta pela atuação secundária da norma isencional”. Portanto, isto se equivale ao pagamento do tributo, extinguindo-se a obrigação nos termos do artigo 156 do CTN. [1: A não-cumulatividade dos tributos / André Mendes Moreira. – São Paulo: Noeses, 2012, p 156.] 
			
2.	Elaborar quadro comparativo a respeito de: (i) isenção; (ii) imunidade; (iii) não incidência; (iv) anistia; e (v) remissão.
	
	Isenção 
	Imunidade
	não incidência
	Anistia
	Remissão
	Conceito
	dispensa legal de tributo devido
	É uma limitação constitucional ao poder de tributar visando garantir os valores da comunidade e do indivíduo (art. 150, inciso VI, d, da CF) 
	Ocorre em determinadas situações fáticas não abarcadas pela legislação tributária 
	Se refere a extinção da aplicação de multa em relação a eventos ou fatos jurídicos já ocorridos no mundo fenomênico (art. 180, CTN) 
	Cancelamento de notificações de créditos tributários. Perdão de dívida 
	Plano 
	Infraconstitucional
	Constitucional 
	Nenhum 
	Infraconstitucional
	Infraconstitucional
	Efeito 
	Incidência reduzida da RMT
	Não tributação 
	Não tributação
	Extinção do dever de pagar a multa e demais consectários 
	Extinção do crédito tributário
	Incidência da norma tributária 
	Há, exceto nos fatos jurídicos subsumidos pela norma isentiva
	Não há 
	Não há 
	Há
	Houve, contudo o efeito é anulado pela norma remissiva
	Dever tributário 
	Há, exceto para os destinatários da norma isentiva
	Não há dever de pagar imposto, exceto taxas etc
	Não há
	Há o de pagar o tributo, exceto a multa
	Não há
	
3.	A expressão “crédito tributário” utilizado no art. 175 do CTN tem o mesmo conteúdo de significação para a isenção e para a anistia? Justificar.
O artigo 175, I, do CTN tratou de alteração ocorrida no aspecto da regra-matriz tributária, o que significa dizer que não se pode asseverar a ocorrência de evento com a respectiva relação jurídica de crédito e débito, conceituada como regra-matriz isencional, a qual versa sobre um direito subjetivo do contribuinte de não realizar uma prestação pecuniária.
A anistia, prevista no art. 175, II, do CTN, vem a atingir uma norma primária sancionatória, neste caso anistiando uma multa, como fato descrito na norma, que, quando posta em linguagem competente, tal situação sancionatória torna-se fato jurídico desencadeador de efeitos, que atuarão no consequente da norma, gerando a anistia. 
	
4.	Tratando-se de isenção com prazo certo, ou de isenção por prazo indeterminado, responda: (i) equivalem, necessariamente, à isenção condicionada e à isenção incondicionada, respectivamente? Quais critérios são utilizados nessas classificações? (ii) a revogação da isenção, que reinstitui a norma tributária no sistema, apenas restabelece sua eficácia ou requer a publicação de nova regra tributária no ordenamento? Neste último caso, deverá ser respeitado o princípio da anterioridade (nonagesimal / exercício)? Há direito adquirido (vide anexo II e III)?
No material de apoio disponibilizado, o doutrinador Lucas Galvão de Britto, em sua obra “Revogação de isenção, anterioridade e direito adquirido”: Estudos e Comentários, leciona que nos termos dos artigos 176 a 179 do CTN, as isenções podem ser subdivididas no enunciado desta questão, a saber: condicionadas e por prazo certo; condicionadas e por prazo indeterminado, incondicionadas, por prazo certo e as incondicionadas, por prazo indeterminado. Portanto, percebe-se que no caput do artigo 176 do CTN há as quatro possibilidades do enunciado, especificamente, ressaltando que, existem as isenções que necessitam de condições a serem comprovadas pelo sujeito passivo. Por outro lado, também há normas que não impõem condições a serem comprovadas. Assim, verifica-se que existem isenções condicionadas e incondicionadas. 
Depreende-se que, há possibilidade de se atribuir prazo determinado para essas isenções, não se vinculando com a existência ou não de condições para surgimento do direito do sujeito passivo.
Conclui-se, portanto, que as isenções com prazo certo não equivalem às isenções condicionadas e que as isenções por prazo indeterminado não equivalem às isenções incondicionadas.
Socorrendo-se dos ensinamentos do citado doutrinador Lucas Galvão de Britto, a revogação de normas de isenção deve obedecer ao princípio da anterioridade previsto no art. 104, III, do CTN, pois:
“a revogação da isenção é, assim como sua instituição, manifestação da competência tributária e, portanto, está sujeita à todas as regras prescritas na Constituição da República”.
 Denota-se nas hipóteses abarcadas pelas isenções condicionadas que estas necessitam de normas individuais e concretas para que produzam efeitos, conforme prescreve o art. 179, do CTN.
Por fim, a retirada das normas de isenção do sistema jurídico não deve prejudicar o ato jurídico perfeito, consoante o art. 5º, XXXVI, da CF.
5.	Há distinção entre alíquota 0% e isenção? Os insumos isentos, não tributados e tributados à alíquota 0%, adquiridos no processo de industrialização, conferem direito ao crédito tributário? Por quê? Em caso afirmativo, qual critério deveria ser utilizado para determinar o crédito presumido de IPI? Se o produto for adquirido da ZFM, isso alteraria a resposta? Se sim, por quê? (Vide anexos IV, V, VI, VII, VIII e IX)
O professor e doutrinador Paulo Carvalho de Barros[footnoteRef:2] define que a alíquota zero é o fenômeno que anula o critério quantitativo da regra matriz, que é exatamente a isenção. O que interessa ao cientista do direito, registre-se, é saber se a norma de isenção elimina a regra matriz de incidência tributária, fazendo com que esta não incida. A norma isentiva é independente da norma de regra matriz de direito ao crédito, contendo estrutura, alcance e direção distinta. [2: Carvalho, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário: Tomo 3, Capítulo XV. ] 
A aquisição de insumo isento de IPI ou tributado à alíquota 0% faz com que o adquirente tenha direito ao crédito, isto é, após a conclusão do processo de industrialização. Caso o crédito não exista, ocorrendo a venda do produto, o sujeito passivo da relação estaria revestido pelo direito constitucional da não-cumulatividade, ou seja, amparado pela norma de isenção.
Não obstante, o Professor Paulo de Barros esclarece ainda que a “não cobrança” de IPI na operação anterior em nada altera o direito ao crédito.
Esclarece ainda que, o raciocínio contrário resultaria em supressão simples da isenção, acarretando em mero diferimento da incidência. 
O Professor Paulo de Barros, no Parecer ofertado no material de apoio, leciona que a não-cumulatividade está como ajuste à base de cálculo, incidindo o IPI apenas no “valor agregado” ao produto pelo processo de industrialização, assegurando que, isto seria o modo de quantificar o crédito presumido.
 Em sendo o produto adquirido na ZFM, o direito será ao crédito tributário, uma vez que se trata de isenções concedidas e não de redução da alíquota.
6.	Considerando o art. 155, §2º, II, alíneas “a” e “b” da CF, pergunta-se:
	a) Existe isenção parcial? Redução de base de cálculo pode ser considerada hipótese de isenção parcial?
Há controvérsia. A doutrina entende que inexiste isenção parcial, pois a isenção não pode ser destinada parcialmente ao contribuinte. A redução da base de cálculo não pode ser admitida como isenção parcial, pois esta quando editada é aplicada indistintamente a qualquer contribuinte. Porém, o STF entende que a redução da base de cálculo do ICMS equivale à isenção parcial.
	b) É possível lei estadual que determine a exigência do estorno do crédito do ICMS, relativo à entrada de insumos, proporcional à parcela correspondente à redução da base decálculo do imposto incidente na operação de saída da mercadoria, com fundamento no art. 155, § 2º, II, da CF/88? (Vide anexos X, XI e Parecer da Procuradoria-Geral da República no RE n. 635.688/RS RG, de 09/12/11).
Sim, pois o STF se posicionou no sentido de que a vedação pela legislação estadual ao aproveitamento dos créditos do ICMS gerados pela entrada de insumos tributados para os casos de contribuintes que optaram pela tributação na saída de mercadoria com base de cálculo reduzida não violará o princípio constitucional da não-cumulatividade.
7.	A concessão de benefício fiscal relativo à isenção do ICMS incidente sobre a aquisição de veículo automotor por deficiente físico demanda a aprovação por convênio, nos termos do art. 155, §2º, XII, g, da CF, regulamentado pela Lei Complementar 24/75? Caso considere a dispensa de convênio nesse caso, ela poderá ser justificada pela garantia fundamental, cuja concessão do benefício visa a assegurar? (Vide anexo XII e XIII).
A fim de evitar a guerra fiscal entre os entes federativos entendemos que é necessário a celebração de convênio, respeitando assim a reserva constitucional de convênio como pressuposto legitimador para concessão de benefício fiscal relativo à isenção do ICMS incidente sobre a aquisição de veículo automotor por deficiente físico, conforme dispõe o art. 155, §2º, inciso XII, alínea g, da Constituição Federal, regulamentado pela Lei Complementar 24/75.
8. Determinado Estado institui isenção de ICMS, com fundamento em convênio CONFAZ, exclusivamente para operações realizadas pelo contribuinte atacadista de determinado produto. A legislação (i) expressamente veda que essa isenção seja utilizada por estabelecimentos industriais e varejistas e (ii) nada fala sobre a possibilidade de manutenção de crédito pelo atacadista. Qual o efeito prático desta isenção para a cadeia do ICMS? Essa isenção é constitucional? Poderia o estabelecimento atacadista renunciar à isenção tributária e decidir tributar regularmente sua operação? Esse valor pago, em renúncia à isenção, seria tributo? Há relação entre essa isenção tributária e o princípio da legalidade estrita tributária?
 Por se tratar de norma inconstitucional, a referida isenção não trará efeito para a cadeia do ICMS, uma vez que a legislação expressamente veda isenção para os estabelecimentos industriais e varejistas, assegurando que o ICMS será cobrado nos termos da legislação competente.

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