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Seminário I Módulo II IBET

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Módulo Incidência e Crédito Tributário
SEMINÁRIO I - ISENÇÕES TRIBUTÁRIAS E REGRA-MATRIZ DE 
INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA 
Aluna: Paula Vasconcellos Jabour Turma: 2023.02-ICT-BHZ 
Questões 
1. Defina o que é isenção, considerando ao menos duas das teorias existentes sobre o 
tema e justificando o motivo pelo qual você adota uma delas. A partir disso, 
explique as diferenças e as semelhanças que existem em relação: (i) à 
imunidade; (ii) à não incidência; (iii) à anistia; (iv) à remissão; (v) à alíquota 0% e 
(vi) à redução da base de cálculo. 
Existem 3 teorias prevalentes sobre a isenção, são essas: (i) clássica; (ii) da não 
incidência; e (iii) do fato impeditivo. 
A teoria clássica preceitua que a isenção é um favor legal consubstanciado na 
dispensa de pagamento de tributo, e tem como seu principal expoente Rubens Gomes 
de Souza. 
A teoria da não-incidência foi introduzida por Becker, a partir da teoria das normas de 
Pontes de Miranda, e aprofundada por José Souto Maior Borges. De acordo com tal 
teoria, a regra de isenção incide para que a tributação não possa incidir, sendo que as 
isenções tratam-se de hipóteses de não incidência legalmente qualificadas. 
Por fim, temos a teoria do fato impeditivo, defendida por Alberto Xavier e João Augusto 
Filho, segundo a qual "o suposto da norma jurídica de isenção tem estrutura mais 
complexa que a hipótese da norma jurídica tributária, porque, além de abran- ger 
todos os aspectos desta, encerra um fato impeditivo que elide a eficácia da norma do 
tributo”. 
Para os propósitos deste estudo, adotaremos o conceito introduzido por Paulo de 
Barros Carvalho, segundo o qual as normas de isenção pertencem à classe das 
normas de estrutura, que determinam modificações no âmbito da regra matriz de 
incidência tributária, investindo contra um ou mais critérios de seu antecedente ou de 
seu consequente, ao subtrair parcela de seu campo de abrangência. Assim, temos 
como resultado a inibição da incidência da hipótese tributária sobre os eventos 
abstratamente qualificados pelo preceito isentivo. 
A partir do conceito adotado por PBC, passemos à análise dos seguintes institutos: 
(i) imunidade: as imunidades, assim como as isenções, são normas de estrutura, mas 
por sua vez atuam sobre a competência do legislador ordinário para a criação de 
normas que incidam sobre determinados fatos. Desta forma, ao invés de atuar 
sobre a própria regra matriz, esta atua em um passo anterior, agindo sobre a 
própria criação da norma. 
(ii) Não incidência: ocorre quando determinados fatos não estão compreendidos na 
hipótese de incidência tributária, ou seja, o antecedente da RMIT não contempla tal 
fato que, por conseguinte, não será fato jurídico. 
(iii) Anistia: com a anistia temos o perdão da penalidade aplicada por descumprimento 
da norma, pelo o que extrai-se que o tributo já incidiu, houve sua cobrança bem 
como a incidência da norma sancionatória, com a consequente penalidade, mas o 
contribuinte, por uma benesse do Estado, não está obrigado ao seu pagamento. 
Módulo Incidência e Crédito Tributário
(iv) Remissão: a remissão também trata-se de um perdão de dívida porém, está 
atrelada ao crédito tributário e não à penalidade. 
(v) Alíquota 0: a alíquota 0 refere-se ao critério quantitativo do consequente da regra 
matriz de incidência tributária, de modo que, sendo a alíquota zero, não haverá 
tributo devido; 
(vi) Redução de base de cálculo: por fim, a redução da base de cálculo trata-se de um 
benefício fiscal concedido pela administração tributária que reduz a base de 
cálculo, parte do critério quantitativo do consequente da RMIT, tendo por objetivo a 
redução da base de cálculo. 
2. A que se refere a expressão “crédito tributário” utilizada no art. 175 do CTN no 
contexto da isenção tributária (inciso I)? E no contexto da anistia (inciso II)? 
Como acima elaborado, a anistia refere-se à inexistência da obrigação de pagar 
tributo, uma vez que atua sobre a regra matriz de incidência tributária, e prevenir sua 
incidência. 
Neste sentido, a expressão utilizada no inciso I do art. 175 do CTN refere-se à própria 
obrigação tributária. 
Por outro lado, a anistia trata-se de perdão de dívida quanto às penalidades que 
tenham incidido pelo descumprimento da obrigação, de forma que, no inciso II do art. 
175, o termo crédito tributário refere-se à sanção pecuniária. 
3. É possível afirmar que uma isenção por prazo certo sempre será uma isenção 
condicionada e que uma isenção por prazo indeterminado sempre será uma 
isenção incondicionada? Quais critérios são utilizados nessas classificações? A 
revogação de uma isenção incondicionada reinstitui a norma jurídica de incidência 
tributária no sistema ou é necessária a publicação de nova norma de incidência no 
ordenamento jurídico? E no caso da revogação de uma isenção condicionada? Há 
que se falar em direito adquirido? É necessário que se observe o princípio da 
anterioridade de exercício e da anterioridade nonagesimal? (vide anexos I, II, III e 
IV)? 
A concessão de isenção por prazo certo ou por prazo indeterminado em nada se 
relaciona comer tal isenção condicionada ou incondicionada. 
Isenção condicionada será aquela concedida quando o contribuinte deve preencher 
determinados requisitos para sua obtenção, já a isenção incondicionada será aquela 
concedida em caráter amplo, sem condições para seu usufruto. 
Isenção por prazo determinado será aquela em que há um prazo certo para seu 
usufruto, podendo esta ser condicionada ou incondicionada, da mesma forma que a 
isenção por prazo indeterminado, aquela em que não há a fixação de um termo final 
para o benefício, poderá ser condicionada ou incondicionada. 
Neste sentido, temos que a isenção condicionada/incondicionada está atrelada ao 
critérios para seu usufruto, enquanto a isenção por prazo certo/indeterminado está 
atrelado ao marco temporal para seu usufruto. 
A revogação de uma isenção incondicionada não implica na necessidade de edição de 
norma norma jurídica de incidência, dado que já sobreveio a publicação da norma que 
retirou a norma isencional do ordenamento, sendo que a norma de incidência nunca 
foi retirada, retornando à sua plena eficácia. 
Módulo Incidência e Crédito Tributário
O mesmo pode ser dito para a isenção condicionada por prazo indeterminado. 
Todavia, em relação à isenção condicionada por prazo determinado, conforme o 
entendimento do STF e a redação do art. 178 do CTN, há direito adquirido, de forma 
que a benesse não poderia ser revogada ou modificada por lei a qualquer tempo, 
devendo ser cumprido o prazo anteriormente estabelecido para sua fruição. 
Em todo caso, havendo majoração indireta de tributo, deverão ser respeitados os 
princípios da anterioridade de exercício e nonagésima. 
4. A aquisição de insumos isentos a serem utilizados no processo de industrialização 
confere direito a crédito tributário de IPI? Por que? Em caso afirmativo, qual critério 
deve ser utilizado para determinar o valor desse crédito presumido de IPI? Suas 
respostas seriam as mesmas se o insumo adquirido estivesse previsto como “não 
tributado” (NT) na TIPI? E se estivesse previsto com alíquota 0%? E se for um 
insumo adquirido na Zona Franca de Manaus? (Vide anexos V, VI, VII, VIII e IX) 
No entendimento de André Mendes, diferentemente das hipóteses de não incidência e 
alíquota zero, a aquisição de insumos isentos deve ensejar a manutenção de créditos 
tributários de IPI. Isso porque, diferentemente da imunidade, em que temos 
efetivamente a exclusão da própria incidência, e da alíquota zero, em que o aspecto 
quantitativo da regra matriz foi modificado, na isenção o fato está sob o âmbito de 
incidência do tributo, estando o contribuinte dispensado do seu pagamento em função 
da benesse concedida pelo legislador. 
Entretanto, uma vez que adotamos o conceito de PBC, a isenção, tal como a 
imunidade, será norma que atua sobre a RMIT, alterando o âmbito de sua incidência, 
ao subtrair determinados fatos de seu antecedenteou consequente. Desta forma, 
aplicando-se este conceito, não haverá a manutenção dos créditos. 
Por fim, no caso da ZFM, haverá crédito do IPI no caso de isenção, alíquota zero e 
não incirdência. Isso porque se trata de uma exceção: a Zona Franca de Manaus foi 
criada justamente para ser uma região socioeconômica com políticas extrafiscais 
diversas, que excepciona a técnica da não- cumulatividade (RE n. 596.614/SP). 
5. Um Estado federado é obrigado a conceder isenção de IPVA para proprietários de 
veículos automotores que tenham alguma deficiência física e precisem de veículos 
adaptados? Há uma garantia constitucional a esse “benefício” ou a sua concessão 
depende da liberalidade de cada Estado? 
Considerando que o IPVA é um tributo que, em regra, incide anualmente, se 
determinado Estado editou lei concedendo isenção condicionada desse imposto a 
esse tipo de contribuinte, esse mesmo Estado pode alterar essas condições para 
evitar fraudes? Em caso positivo, a partir de quando essas novas condições podem 
ser aplicadas? O contribuinte que era isento até então e não conseguir cumprir as 
novas condições poderá sofrer a cobrança do IPVA ou terá direito adquirido a essa 
isenção? (Vide anexo X) 
 Em se tratando de uma isenção, a qual não possui alicerce constitucional tal como 
ocorre com as imunidade, inexiste garantia constitucional à sua concessão, sendo 
esta mero ato de liberalidade do Estado, o qual não estará constrangido à sua 
instituição. 
Módulo Incidência e Crédito Tributário
6. Há relação entre isenção tributária e o princípio da legalidade estrita tributária? O 
contribuinte pode optar por pagar um tributo que é isento? Esse valor pago por 
quem renuncia à isenção é tributo? 
Considere o exemplo de determinado Estado que institui isenção de ICMS, com 
fundamento em convênio CONFAZ, exclusivamente para operações realizadas pelo 
contribuinte atacadista de determinado produto. A legislação (i) expressamente 
veda que essa isenção seja utilizada por estabelecimentos industriais e varejistas e 
(ii) nada fala sobre a possibilidade de manutenção de crédito pelo atacadista. Qual 
o efeito prático desta isenção para a cadeia do ICMS? Essa isenção é 
constitucional? Poderia o estabelecimento atacadista renunciar à isenção tributária 
e decidir tributar regularmente sua operação? 
Sim, a isenção se rege pelo principio da legalidade estrita, conforme os demais 
institutos de direito tributário, e de acordo com a disciplina do art. 176 do CTN. 
Há isenções automáticas e há outras que devem ser pleiteadas junto ao ente 
concedente. No caso das isenções automáticas, em que pese inexistir norma que 
vede ao contribuinte o pagamento, este simplesmente não é possível do ponto de 
vista prático, uma vez que não será possível a emissão das guias necessárias ao 
recolhimento. Lado outo, as isenções solicitadas, será possível seu pagamento mas, 
ocorrendo, não constitui tributo e sim indébito tributário, sendo passível de restituição. 
A isenção descrita é constitucional, ao passo que a constituição expressamente 
concede aos estados a competência legislativa sobre as matérias concernentes ao 
ICMS. Sendo uma benesse, inexiste qualquer violação à igualdade ou isonomia, 
sendo certo que sua concessão antenderá aos interesses do Estado e da sociedade. 
Nos termos do art. 155, §2, II da CF/88, a concessão de isenção implicará na 
anulação dos créditos de ICMS, de forma que não será possível sua manutenção, 
sendo esse o principal efeito para a cadeia do ICMS. 
A possibilidade de renuncia, ou não, à isenção dependerá, como acima exposto, de se 
a benesse é automática ou não. Sendo automática, sua renúncia não será factível do 
ponto de vista prático. 
Anexo I 
ARE 1.322.395 AgR 
DIREITO TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
COM AGRAVO. ICMS. REVOGAÇÃO DE BENEFÍCIO FISCAL. MAJORAÇÃO 
INDIRETA DE TRIBUTO. PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE. 1. Agravo regimental no 
recurso extraordinário com agravo interposto em face de decisão que, 
monocraticamente, conheceu do recurso e deu-lhe provimento. O acórdão do TJSP, 
reformado pelo relator, havia determinado que decreto estadual que revoga benefício 
fiscal de ICMS produza efeitos apenas a partir do ano seguinte a sua edição, 
respeitando a anterioridade anual e a noventena, por configurar aumento de carga 
tributária, nos termos da jurisprudência desta Corte. 2. O ato normativo questionado 
pelo contribuinte extinguiu benefício fiscal que possibilitava a geração de créditos de 
Módulo Incidência e Crédito Tributário
ICMS ainda que a circulação de mercadorias fosse isenta. No entanto, seus efeitos 
começaram a ser produzidos quando da publicação. A anterioridade tributária visa a 
assegurar a previsibilidade da carga tributária, protegendo a segurança jurídica, a não 
surpresa e a confiança legítima. Por isso, também deve ser aplicada à revogação ou 
alteração de benefício fiscal, conforme já reconhecido por esta Corte. 3. Desse modo, 
divirjo do relator e dou provimento ao agravo interno para negar provimento ao recurso 
do Estado de São Paulo, a fim de manter o acórdão recorrido. 
(ARE 1322395 AgR, Relator(a): ALEXANDRE DE MORAES, Relator(a) p/ Acórdão: 
ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 21/02/2022, PROCESSO 
ELETRÔNICO DJe-055 DIVULG 22-03-2022 PUBLIC 23-03-2022) 
Anexo II 
REsp 1.725.452 RS 
TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. CÓDIGO DE 
PROCESSO CIVIL DE 2015. APLICABILIDADE. DISCIPLINA DO ART. 178 DO CTN À 
HIPÓTESE DE ALÍQUOTA ZERO. POSSIBILIDADE. NÃO SUJEIÇÃO DOS 
VAREJISTAS AOS EFEITOS DO ART. 9º DA MP N. 690/2015 (CONVERTIDA NA LEI 
N. 13.241/2015). PRESENÇA DE ONEROSIDADE (CONTRAPARTIDA) NO 
CONTEXTO DO INCENTIVO FISCAL DA LEI N. 11.196/2005 ("LEI DO BEM"). 
PREMATURA CESSAÇÃO DA INCIDÊNCIA DE ALÍQUOTA ZERO. VULNERAÇÃO DA 
NORMA QUE DÁ CONCRETUDE AO PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA 
(PROTEÇÃO DA CONFIANÇA) NO ÂMBITO DAS ISENÇÕES CONDICIONADAS E 
POR PRAZO CERTO. INTELIGÊNCIA DA SÚMULA N. 544/STF. 
I - Consoante o decidido pelo Plenário desta Corte na sessão realizada em 
09.03.2016, o regime recursal será determinado pela data da publicação do 
provimento jurisdicional impugnado. Aplica-se, in casu, o Código de Processo Civil de 
2015. 
II - Adequada a aplicação do art. 178 do Código Tributário Nacional à hipótese de 
fixação, por prazo certo e em função de determinadas condições, de alíquota zero da 
Contribuição ao PIS e da Cofins, porquanto os contribuintes, tanto no caso de isenção, 
quanto no de alíquota zero, encontram-se em posição equivalente no que tange ao 
resultado prático do alívio fiscal. 
III - À luz de tal norma, não alcança o varejista a revogação prevista no art. 9º da MP 
n. 690/2015 (convertida na Lei n. 13.241/2015), dispositivo que antecipa, em três 
exercícios, o derradeiro dia da redução a zero, por prazo certo, das alíquotas da 
Contribuição ao PIS e da Cofins incidentes sobre a receita bruta das alienações dos 
produtos especificados na Lei n. 11.196/2005 ("Lei do Bem"). 
IV - A fruição da apontada desoneração sujeitava o varejista: (i) à limitação do preço 
de venda; e (ii) à restrição de fornecedores, traduzindo inegável restrição à liberdade 
empresarial, especialmente, no ambiente da economia de livre mercado. Esse cenário, 
revela a contrapartida da Recorrente diante da ação governamental voltada à 
democratização do acesso aos meios digitais, pois esteve a contribuinte submetida ao 
desdobramento próprio daquele ônus - a diminuição do lucro -, impondo-se a imediata 
readequação da estrutura do negócio, além da manutenção dessa conformação 
empresarial durante o longo período de vigência do incentivo. 
V - A proteção da confiança no âmbito tributário, uma das faces do princípio da 
segurança jurídica, prestigiado pelo CTN, deve ser homenageada, sob pena de 
olvidar-se a boa-fé do contribuinte, que aderiu à política fiscal de inclusão social, 
concebida mediante condições onerosas para o gozo da alíquota zero de tributos. 
Módulo Incidência e Crédito TributárioConsistindo a previsibilidade das consequências decorrentes das condutas adotadas 
pela Administração outro desdobramento da segurança jurídica, configura ato 
censurável a prematura extinção do regime de alíquota zero, após sua prorrogação 
para novos exercícios, os quais, somados aos períodos anteriormente concedidos, 
ultrapassam uma década de ação indutora do comportamento dos agentes 
econômicos do setor, inclusive dos varejistas, com vista a beneficiar os consumidores 
de baixa renda. 
VI - A açodada cessação da incidência da alíquota zero da Contribuição ao PIS e da 
Cofins, vulnera o art. 178 do CTN, o qual dá concretude ao princípio da segurança 
jurídica no âmbito das isenções condicionadas e por prazo certo (Súmula n. 544/STF). 
VII - Recurso Especial provido, nos termos expostos. 
(REsp n. 1.725.452/RS, relator Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, relatora para 
acórdão Ministra Regina Helena Costa, Primeira Turma, julgado em 8/6/2021, DJe de 
15/6/2021.) 
Anexo III 
RE 1.214.919 Agr 
DIREITO TRIBUTÁRIO. SEGUNDO AGRAVO INTERNO EM RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO. REINTEGRA. MAJORAÇÃO INDIRETA DO TRIBUTO. 
OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE GERAL E NONAGESIMAL. 
PRECEDENTES. ACÓRDÃO RECORRIDO EM CONFORMIDADE COM A 
JURISPRUDÊNCIA DO STF. 1. Conforme consignado na decisão agravada, a 
jurisprudência do Supremo Tribunal Federal fixou entendimento no sentido de que não 
só a majoração direta de tributos atrai a aplicação do princípio da anterioridade, mas 
também a majoração indireta decorrente de revogação de benefícios fiscais. 
Precedentes. 2. Inaplicável o art. 85, § 11, do CPC/2015, uma vez que não é cabível, 
na hipótese, condenação em honorários advocatícios (art. 25 da Lei nº 12.016/2009 e 
Súmula 512/STF). 3. Agravo interno a que se nega provimento, com aplicação da 
multa prevista no art. 1.021, § 4º, do CPC/2015. (RE 1214919 AgR-segundo, Relator: 
Min. ROBERTO BARROSO, Primeira Turma, julgado em 27/09/2019, PROCESSO 
ELETRÔNICO DJe-221 DIVULG 10-10-2019 PUBLIC 11-10-2019) 
Anexo IV 
TJSP – Apelação Cível 0018109-40.2012.8.26.0132 
Embargos à execução fiscal. IPTU de 2011. Controvérsia relacionada à possibilidade 
de revogação de isenção concedida em caráter individual. Arts. 178 e 179 do CTN. O 
executado preencheu os requisitos legais ao reconhecimento do benefício, que, no 
caso dos autos, possui prazo de 20 anos. Posterior lei revocatória do anterior 
dispositivo que instituiu o benefício não pode atingir aqueles que estavam em gozo da 
benesse e que continuem a preencher as condicionantes exigidas para seu 
implemento. Sentença reformada, neste ponto. Danos morais. Pedido que não pode 
ser formulado em sede de embargos à execução fiscal, cujas alegações devem ser 
restritas à desconstituição do título executivo. Dá-se parcial provimento ao recurso, 
nos termos do acórdão. 
(TJSP; Apelação Cível 0018109-40.2012.8.26.0132; Relator (a): Beatriz Braga; Órgão 
Julgador: 18ª Câmara de Direito Público; Foro de Catanduva - SAF - Serviço de Anexo 
Fiscal; Data do Julgamento: 25/05/2017; Data de Registro: 08/06/2017) 
Módulo Incidência e Crédito Tributário
Anexo V 
CARF – Acórdão 3301-012.013 
ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP 
Período de apuração: 01/07/2015 a 31/07/2015 
BENS ISENTOS E TRIBUTADOS À ALÍQUOTA ZERO. AQUISIÇÕES. CRÉDITOS. 
DESCONTOS. IMPOSSIBILIDADE. 
Os custos com aquisições de bens isentos e/ ou tributados à alíquota zero não dão 
direito ao desconto de créditos da contribuição por expressa previsão legal; 
FRETES VINCULADOS À OPERAÇÃO DE COMPRA. BENS. REVENDA. INSUMOS. 
DESONERAÇÃO. CRÉDITOS. DESCONTOS. POSSIBILIDADE. 
Os custos/despesas com fretes tributados pelo PIS e Cofins, vinculados à operação de 
compra de bens para revenda e para a utilização como insumos na produção dos 
bens destinados à venda, ainda que desonerados da contribuição, dão direito ao 
desconto de créditos. 
FERRAMENTAS. PROCESSO PRODUTIVO. AQUISIÇÕES. CRÉDITOS. 
DESCONTO. POSSIBILIDADE. 
Os custos/despesas com aquisições de chaves Allen, jogos de chaves, chave de 
fenda, chave canhão, chave combinada, chave inglesa, porta ferramentas, martelo e 
tesoura para cortar vergalhão são essenciais ao desenvolvimento da atividade 
econômica do contribuinte e, portanto, se enquadram no conceito de insumos dado 
pelo STJ no REsp nº 1.221.170/PR; assim, dão direito ao desconto de créditos. 
EMBALAGENS. ATIVIDADE ECONÔMICA. CRÉDITOS. DESCONTO. 
POSSIBILIDADE. 
De acordo com a atividade econômica, a embalagem é fundamental para proteção e 
estabilidade do produto, tornando-se essencial para obtenção da receita da atividade, 
gerando crédito no sistema da não cumulatividade. 
(CARF, Processo n.º 15586.720098/2017-13, Acórdão n.º 3301-012.013, 3ª Seção de 
Julgamento / 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária, 26/10/2022) 
Anexo VI 
CARF – Acórdão 3301-010.772 
ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (IPI) 
Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2004 
IPI. CRÉDITOS BÁSICOS. RESSARCIMENTO. FABRICAÇÃO DE PRODUTOS NÃO 
TRIBUTADOS (N/T). IMPOSSIBILIDADE. 
O direito ao aproveitamento, nas condições estabelecidas no art. 11 da Lei n° 9.779, 
de 1999, do saldo credor de IPI decorrente da aquisição de matérias-primas, produtos 
intermediários e materiais de embalagem aplicados na industrialização de produtos, 
isentos ou tributados à alíquota zero, não alcança os insumos empregados em 
mercadorias não tributadas pelo imposto. 
Aplica-se ao caso a Súmula CARF nº 20: Não há direito aos créditos de IPI em relação 
às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI 
como NT. 
Módulo Incidência e Crédito Tributário
CONSTITUCIONALIDADE DE LEI 
Aplica-se a Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a 
inconstitucionalidade de lei tributária. 
(CARF, Processo n.º 10880.928984/2009-27, Acórdão n.º 3301-010.772, 3ª Seção de 
Julgamento / 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária, 23/08/2021) 
Anexo VII 
EREsp 1.213.143 - RS 
PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM 
RECURSO ESPECIAL. CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL DE 2015. APLICABILIDADE. 
IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI. OUTORGA DE CRÉDITO 
POR MEIO DO ART. 11 DA LEI N. 9.779/1999. CREDITAMENTO AUTÔNOMO. 
DESVINCULAÇÃO DA REGRA DA NÃO CUMULATIVIDADE - DISTINGUISHING. 
UTILIZAÇÃO DO SALDO CREDOR DE IPI NA INVIABILIDADE DA COMPENSAÇÃO 
COM O MENCIONADO TRIBUTO INCIDENTE NA SAÍDA. HIPÓTESE DE PRODUTO 
NÃO TRIBUTADO. POSSIBILIDADE. 
I - Consoante o decidido pelo Plenário desta Corte, na sessão realizada em 
09.03.2016, o regime recursal será determinado pela data da publicação do 
provimento jurisdicional impugnado. Aplica-se, in casu, o Código de Processo Civil de 
2015. 
II - A Constituição da República contempla o creditamento de Imposto sobre Produtos 
Industrializados - IPI em três hipóteses distintas: 
(i) em decorrência da regra da não cumulatividade (art. 153, § 3º, II); (ii) como exceção 
constitucionalmente justificável à não cumulatividade, alcançada por meio de 
interpretação sistemática (arts. 43, § 1º, II, e § 2º, III; 153, § 3º, II; e 40 do ADCT); e (iii) 
mediante outorga diretamente concedida por lei específica (art. 150, § 6º). 
III - A Lei n. 9.779/1999 instituiu o aproveitamento de créditos de IPI como benefício 
fiscal autônomo, uma vez que não traduz mera explicitação da regra da não 
cumulatividade. 
IV - Por tratar-se do aproveitamento de créditos de IPI como benefício autônomo, 
diretamente outorgado por lei para a saída desonerada, a discussão devolvida pelos 
Embargos de Divergência distancia-se do núcleo da polêmica envolvendo a não 
cumulatividade desse tributo - necessidade de distinguishing -, cuidando-se, inclusive, 
de matéria eminentemente infraconstitucional. 
V - O art. 11 da Lei n. 9.779/1999 confere o crédito de IPI quando se revelar inviável 
ao contribuinte a compensação desse montante com o mencionado tributo incidente 
na saída de outros produtos. Na impossibilidade da utilização da soma decorrente da 
entrada onerada, o apontado artigo oportunizaa consolidada via dos arts. 73 e 74 da 
Lei n. 9.430/1996. Autorizado, portanto, o emprego do valor lançado na escrita fiscal, 
justamente com a saída "de outros produtos". 
Reitere-se que os produtos outros, nesse contexto, podem ser isentos, sujeitos à 
alíquota zero ou não tributados. 
VI - Inaceitável restringir, por ato infralegal, o benefício fiscal conferido ao setor 
produtivo, mormente quando as três situações - isento, sujeito à alíquota zero e não 
tributado -, são equivalentes quanto ao resultado prático delineado pela Lei do 
benefício. 
VII - Encontra, portanto, abrigo legal o aproveitamento do saldo de IPI decorrente das 
aquisições de matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem 
Módulo Incidência e Crédito Tributário
tributados, nas saídas de produtos não tributados no período posterior à vigência do 
art. 11 da Lei n. 9.779/1999. 
VIII - A manutenção do acórdão embargado representa: (i) a observância da disciplina 
legal específica; (ii) a escorreita interpretação sistemática do aproveitamento de saldo 
de IPI à luz dos múltiplos níveis normativos do creditamento admitidos pela 
Constituição da República; e (iii) uma prestação jurisdicional alinhada com os recentes 
pronunciamentos do Supremo Tribunal Federal quanto à temática (e.g. PLENO, RE n. 
596.614/SP, Rel. p/ o acórdão Ministro EDSON FACHIN, julgado em 25.04.2019; 
PLENO, Projeto de Súmula Vinculante n. 26/DF, Rel. Ministro RICARDO 
LEWANDOWSKI, DJe 07.05.2020 - Ata n. 340/2020; e 2ª TURMA, AgR no AgR no RE 
n. 379.843/PR, Rel. Ministro EDSON FACHIN, julgado em 07.03.2017). 
IX - Embargos de Divergência improvidos. 
(EREsp n. 1.213.143/RS, relatora Ministra Assusete Magalhães, relatora para acórdão 
Ministra Regina Helena Costa, Primeira Seção, julgado em 2/12/2021, DJe de 
1/2/2022.) 
Anexo VIII 
RE n. 550.218 ED/SP 
Julgamento: 19/08/2014 
Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. 
ERRO DE FATO QUANTO À IDENTIFICAÇÃO DA QUESTÃO DISCUTIDA NOS 
AUTOS. NECESSIDADE DE SE CONCEDER EFEITOS INFRIGENTES. EMBARGOS 
ACOLHIDOS PARA ANALISAR O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IPI. CRÉDITO. 
AQUISIÇÃO DE PRODUTOS ISENTA DO IMPOSTO. PRINCÍPIO DA NÃO 
CUMULATIVIDADE. INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO PARA A OPERAÇÃO SEGUINTE. 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. I – Erro de fato 
quanto à identificação da questão discutida nos autos enseja a adoção dos efeitos 
infringentes para possibilitar o julgamento imediato do recurso extraordinário, ante a 
existência de jurisprudência sobre o tema. II – O atual entendimento desta Corte é no 
sentido de que, na sistemática que rege o princípio constitucional da não 
cumulatividade, se não é devido tributo em determinada operação, não há com o que 
se compensar o montante exigido na anterior. Além disso, se não foi cobrado tributo 
em uma dada operação, não há o que se abater na seguinte. III – Assim, com base 
exclusivamente nesse princípio, só haverá direito a crédito para a operação posterior 
se for cobrado tributo na operação anterior. Ademais, só se compensa o que foi 
exigido na operação precedente, se for devido tributo na operação seguinte. IV – A 
partir dessa lógica, a operação desonerada do tributo não faculta o desconto do que 
foi exigido na operação anterior e não gera crédito para a seguinte, raciocínio que 
deve ser aplicado de forma indistinta aos diversos casos de desoneração, tais como 
alíquota zero, isenção, não incidência e imunidade. V – Embargos de declaração 
acolhidos, com efeitos infringentes, para negar provimento ao recurso extraordinário. 
Anexo IX 
RE n. 596.614/SP 
DJe 20/09/2019 
Módulo Incidência e Crédito Tributário
IPI. DIREITO DE CRÉDITO. INSUMOS PROVENIENTES DA ZONA FRANCA DE 
MANAUS ADQUIRIDOS SOB O REGIME DE ISENÇÃO. PRINCÍPIO DA NÃO-
CUMULATIVIDADE. CF/88, ART.43, 1º, II, E 2º, III;153, 3º, II. A partir de hermenêutica 
constitucional sistemática de múltiplos níveis normativos depreende-se que a Zona 
Franca de Manaus constitui importante região socioeconômica que, por motivos 
extrafiscais, excepciona a técnica da não-cumulatividade. É devido o aproveitamento 
de créditos de IPI na entrada de insumos isentos, não tributados ou sujeitos à alíquota 
zero provenientes da Zona Franca de Manaus, por força de exceção 
constitucionalmente justificável à técnica da não-cumulatividade. 
Anexo X 
TJSP – Apelação / Remessa Necessária 
1008989-81-2021.8.26.0053 
REMESSA NECESSÁRIA E APELAÇÃO - MANDADO DE SEGURANÇA - IPVA - 
ISENÇÃO - PCD - Insurgência contra os efeitos concretos das mudanças relacionadas 
à isenção de IPVA promovidas pela Lei Estadual nº 17.293/20 – Segurança 
parcialmente concedida em primeira instância - Lei Estadual nº 17.293/20, Decreto 
Estadual nº 65.337/20 e Portaria CAT nº 95/20 reduziram o âmbito dos beneficiários da 
isenção de IPVA, bem como estabeleceram novos requisitos para a sua concessão - 
Isenções que podem ser modificadas, por lei, a qualquer tempo - Juízo de 
conveniência e oportunidade do administrador público - Inteligência dos arts. 178 e 
111, inc. II, do CTN – Necessidade de observância da anterioridade anual e 
nonagesimal - Perda superveniente do interesse processual no que tange aos 
exercícios de 2022 e seguintes em vista da promulgação da LE nº 17.473/21 e edição 
do Decreto nº 66.470/22 e da Resolução SFP nº 05/22 - Precedentes deste E. TJSP e 
desta C. Câmara de Direito Público - Sentença parcialmente reformada – REMESSA 
NECESSÁRIA PARCIALMENTE ACOLHIDA E RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO. 
(TJSP; Apelação / Remessa Necessária 1008989-81.2021.8.26.0053; Relator (a): 
Rubens Rihl; Órgão Julgador: 1ª Câmara de Direito Público; Foro Central - Fazenda 
Pública/Acidentes - 2ª Vara de Fazenda Pública; Data do Julgamento: 10/03/2023; 
Data de Registro: 10/03/2023) 
	SEMINÁRIO I - ISENÇÕES TRIBUTÁRIAS E REGRA-MATRIZ DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA
	Anexo VIII RE n. 550.218 ED/SP
	Anexo IX RE n. 596.614/SP

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