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Livro Unidade 1
1. Apresentação
 
Metodologias ativas para uma aprendizagem mais profunda. Num sentido amplo, toda a aprendizagem é ativa em algum grau, porque exige do aprendiz e do docente formas diferentes de movimentação interna e externa, de motivação, seleção, Interpretação, comparação, avaliação, aplicação. Aprendemos também de muitas maneiras, com diversas técnicas, procedimentos, mais ou menos eficazes para conseguir os objetivos desejados. As metodologias precisam acompanhar os objetivos pretendidos. Se queremos que os alunos sejam proativos, precisamos adotar metodologias em que os alunos se envolvam em atividades cada vez mais complexas, em que tenham que tomar decisões e avaliar os resultados, com apoio de materiais relevantes. Se queremos que sejam criativos, eles precisam experimentar inúmeras novas possibilidades de mostrar sua iniciativa. As metodologias ativas são caminhos para avançar mais no conhecimento profundo, nas competências socioemocionais e em novas práticas . As escolas que nos mostram novos caminhos estão mudando para modelos mais centrados em aprender ativamente com problemas reais, desafios relevantes, jogos, atividades e leituras, valores fundamentais, combinando tempos individuais e tempos coletivos; projetos pessoais de vida e de aprendizagem e projetos em grupo. Isso exige uma mudança de configuração do currículo, da participação dos professores, da organização das atividades didáticas, da organização dos espaços e tempos. Quanto mais aprendamos próximos da vida, melhor. Teóricos como Dewey (1950), Freire (2009), Rogers (1973), Novack (1999), entre outros, enfatizam, há muito tempo, a importância de superar a educação bancária, tradicional e focar a aprendizagem no aluno, envolvendo-o, motivando-o e dialogando com ele. A aprendizagem é mais significativa quando motivamos os alunos intimamente, quando eles acham sentido nas atividades que propomos, quando consultamos suas motivações profundas, quando se engajam em projetos em que trazem contribuições, quando há diálogo sobre as atividades e a forma de realizá-las. Além da mobilidade, há avanços nas ciências cognitivas: aprendemos de formas diferentes e em ritmos diferentes e temos ferramentas mais adequadas para monitorar esses avanços. Podemos oferecer propostas mais personalizadas, monitorando-as, avaliando-as em tempo real, o que não era possível na educação mais massiva ou convencional. 1 http://porvir.org/serie-de-dialogos-debate-competencias-socioemocionais/ A tecnologia em rede e móvel e as competências digitais são componentes fundamentais de uma educação plena. Um aluno não conectado e sem o domínio digital perde importantes chances de informar-se, de acessar materiais muito ricos disponíveis, de comunicar-se, de tornar-se visível para os demais, de publicar suas ideias e de aumentar sua empregabilidade futura. A convergência digital exige mudanças muito mais profundas que afetam a escola em todas as suas dimensões: infraestrutura, projeto pedagógico, formação docente, mobilidade. A chegada das tecnologias móveis à sala de aula traz tensões, novas possibilidades e grandes desafios. São cada vez mais fáceis de usar, permitem a colaboração entre pessoas próximas e distantes, ampliam a noção de espaço escolar, integrando os alunos e professores de países, línguas e culturas diferentes. E todos, além da aprendizagem formal, têm a oportunidade de se engajar, aprender e desenvolver relações duradouras para suas vidas. Os bons materiais (interessantes e estimulantes, impressos e digitais) são fundamentais para o sucesso da aprendizagem. Precisam ser acompanhados de desafios, atividades, histórias, jogos que realmente mobilizem os alunos, em cada etapa, que lhes permitam caminhar em grupo (colaborativamente) e sozinhos (aprendizagem personalizada) utilizando as tecnologias mais adequadas (e possíveis) em cada momento. O papel do professor é ajudar os alunos a ir além de onde conseguiriam fazê-lo sozinhos. Até alguns anos atrás, ainda fazia sentido que o professor explicasse tudo e o aluno anotasse, pesquisasse e mostrasse o quanto aprendeu. Hoje a forma de fazer isso mudou bastante. Sobre qualquer tema, há textos, vídeos e animações muito ricos, variados, que transmitem as informações básicas de forma adequada. O professor seleciona os mais relevantes e elabora um roteiro orientador para os alunos no ambiente virtual. Os alunos leem, veem e fazem algumas atividades previstas e em classe o professor ajuda os alunos na ampliação do conhecimento prévio que eles trazem e adapta as atividades aos grupos e à cada aluno, sempre que possível. O papel do professor é o de ajudar na escolha e validação dos materiais mais interessantes, (impressos e digitais), roteirizar a sequência de ações prevista e mediar a interação com o grande grupo, com os pequenos grupos e com cada um dos alunos. É um papel mais complexo, flexível e dinâmico. Antes podia preparar uma mesma aula para todos, a mesma atividade para todos. Hoje precisa ir além e concentrar-se no essencial, que é aprofundar o que os alunos não percebem, ajudar a cada um de acordo com o seu ritmo e necessidades e isso é muito mais difícil e exige maior preparação em todos os sentidos: preparação em competências mais amplas, além do conhecimento do conteúdo, como saber adaptar-se ao grupo e à cada aluno; planejar, acompanhar e avaliar atividades significativas e diferentes. Aprendizagem personalizada, colaborativa e orientada com apoio de tecnologias digitais avançadas A aprendizagem se constrói num processo equilibrado entre três movimentos principais: a construção individual – em que cada aluno percorre seu caminho -; a grupal – em que aprendemos com os semelhantes, os pares e a orientada, em que aprendemos com alguém mais experiente, com um especialista um professor. A aprendizagem acontece nas múltiplas buscas que cada um faz a partir dos interesses, curiosidade, necessidades. Ela vai muito além da sala de aula. As tecnologias “propiciam a reconfiguração da prática pedagógica, a abertura e plasticidade do currículo e o exercício da coautoria de professores e alunos. Por meio da midiatização das tecnologias de informação e comunicação, o desenvolvimento do currículo se expande para além das fronteiras espaços-temporais da sala de aula e das instituições educativas; supera a prescrição de conteúdos apresentados em livros, portais e outros materiais; estabelece ligações com os diferentes espaços do saber e acontecimentos do cotidiano; e torna públicas as experiências, os valores e os conhecimentos, antes restritos ao grupo presente nos espaços físicos, onde se realizava o ato pedagógico”. (ALMEIDA & VALENTE, 2012) Aprendizagem personalizada A personalização (aprendizagem adaptada aos ritmos e necessidades de cada pessoa) é cada vez mais importante e viável. Cada estudante, de forma mais direta ou indireta, procura respostas para suas inquietações mais profundas e as pode relacionar com seu projeto de vida e sua visão de futuro. É importante aprender a relacionar melhor o que está disperso, a aprofundar as informações relevantes, a tecer costuras mais complexas, a navegar entre as muitas redes, grupos e ideias com as quais convivemos. Num mundo tão agitado, de múltiplas linguagens, telas e efervescências aprender a desenvolver roteiros individualizados de acordo com as necessidades e expectativas é cada vez mais importante e viável. Na escola podemos oferecer propostas mais individualizadas, para cada estilo predominante de aprendizagem, monitorando-as, avaliando-as em tempo real, o que não era possível na educação mais massiva ou convencional. Alunos mais pragmáticos preferirão atividades diferentes às dos alunos mais teóricos ou conceituais e a ênfase nas atividades será também distinta. Trabalhar com desafios hoje é mais complexo, porque cada um dos alunos envolvidos tem expectativas diferentes, motivações diferentes, atitudes diferentes diante da vida. O educador precisa descobrir quais são as motivações profundas de cada um, o que o mobiliza mais para aprender,os percursos mais adequados para sua situação e combinar atividades grupais e pessoais de aprendizagem cooperativa e competitiva, de aprendizagem tutorada e autônoma, com tecnologias próximas da vida dos alunos. E isso exige mediadores muito experientes e preparados. Quanto mais tecnologias móveis, maior é a necessidade de que o professor planeje quais atividades fazem sentido para a classe, para cada grupo e para cada aluno. As atividades exigem o apoio de materiais bem elaborados. Os conteúdos educacionais - atualizados e atraentes – podem ser muito úteis para que os professores possam selecionar materiais textuais, audiovisuais – impressos e/ou digitais – que sirvam para momentos diferentes do processo educativo: para motivar, para ilustrar, para contar histórias, para orientar atividades, organizar roteiros de aprendizagem, para a avaliação formativa. Os professores podem utilizar as tecnologias em suas disciplinas ou áreas de atuação, incentivando os alunos a serem produtores e não só receptores. Podem disponibilizar os conteúdos (ao menos, uma parte deles) em ambientes virtuais de aprendizagem, para sentiremse livres da tarefa monótona, repetitiva, cansativa e pouco produtiva de falar e escrever os mesmos assuntos para diversas turmas e concentrar-se em atividades mais criativas e estimulantes, como as de orientação, tirar dúvidas, aprofundar as informações básicas adquiridas e contextualizá-las. As tecnologias nos libertam das tarefas mais penosas – as repetitivas – e nos permitem concentrar-nos nas atividades mais criativas, produtivas e fascinantes. As plataformas adaptativas monitoram os avanços de cada aluno em tempo real, sugerem alternativas e permitem que cada um estude sem professor no seu próprio ritmo, até um determinado ponto. Cada aluno conta com um dashboard, um quadro em que visualiza o percentual de conclusão de cada tema ou atividade e mais estatísticas do seu desenvolvimento. Ele consegue perceber que temas domina mais, onde tem mais dificuldades e precisa de mais ajuda. Em paralelo, o professor visualiza esses mesmos avanços e dificuldades dos seus alunos em um quadro em tempo real. Sozinhos vamos até um certo ponto que se amplia com a interação com os demais, com grupos. Para os leitores que não experimentaram uma plataforma adaptativa, podem entrar em https://pt.khanacademy.org e inscrever-se como aluno e realizar os exercícios que achar convenientes. Logo visualizará seu progresso, através de pontos e medalhas. Se for professor, entre como professor e cadastre alguns alunos e conseguirá ver o percurso de cada um, onde tem mais domínio e mais dificuldades em matemática. O movimento de aprendizagem individual ultrapassa a escola e o que é exigido no ensino formal. Hoje há inúmeras possibilidades de pesquisa, acesso a materiais, cursos, vídeos para que cada um escolha os que mais lhe motivam2 . A aprendizagem colaborativa, entre pares Um segundo movimento é o da aprendizagem em diversos grupos de interesse, presenciais ou virtuais, que compartilham o que sabem, que nos ajudam nas nossas dúvidas, que iluminam ângulos que não percebíamos, que ampliam nosso potencial e oferecem alternativas novas profissionais e sociais. As múltiplas formas de colaboração, hoje, entre pessoas próximas e conectadas, com dispositivos móveis, possibilitam a aceleração da aprendizagem individual, grupal e social, pelas múltiplas articulações, interligações, narrativas, projetos, desdobramentos, em todos os campos, atividades e situações em que nos envolvemos, discutimos, atuamos e compartilhamos. O compartilhamento gera aprendizagens e produtos muito mais rápida, barata e inovadora do que até agora. O professor desempenha hoje um papel importante de curador de conteúdos, de seleção de materiais relevantes entre tantas possibilidades. Os jogos e as aulas roteirizadas com a linguagem de jogos cada vez estão mais presentes no cotidiano escolar. Para gerações 2 Para aprofundar este tema: BACICH, L.; TANZI NETO, A.e TREVISANI, F. de M. Ensino Híbrido: personalização e tecnologia na educação. Porto Alegre: Penso, 2015. acostumadas a jogar, a linguagem de desafios, recompensas, de competição e cooperação é atraente e fácil de perceber. Os jogos colaborativos e individuais; de competição e colaboração; de estratégia, com etapas e habilidades bem definidas se tornam cada vez mais presentes nas diversas áreas de conhecimento e níveis de ensino. É na síntese dinâmica da aprendizagem personalizada e colaborativa que desenvolvemos todo o nosso potencial como pessoas e como grupos sociais, ao enriquecer-nos mutuamente com as múltiplas interfaces do diálogo dentro de cada um, alimentando e alimentados pelos diálogos com os diversos grupos nos quais participamos, com a intensa troca de ideias, sentimentos e competências em múltiplos desafios que a vida nos oferece. Há inúmeros grupos interessantes nas redes sociais – Facebook, LinkedIn, WhatsApp – em que nos tornamos coautores, coparticipantes, coaprendentes. O compartilhamento de visões, olhares diferentes, materiais abertos amplia nossos horizontes e nos motiva a sermos proativos, corresponsáveis por múltiplas aprendizagens. No ensino formal, a aprendizagem em grupos nos permite ir além de onde cada um consegue chegar isoladamente. O compartilhamento dentro e fora da sala de aula é riquíssimo. Nesses momentos e espaços nos sentimos mais sujeitos ativos, entre iguais, sem as barreiras que podem existir diante de profissionais com um grau de conhecimento maior. A aprendizagem acontece num ambiente social cada vez mais complexo, dinâmico e imprevisível. A colaboração nos ajuda a desenvolver nossas competências, mas também pode provocar-nos muitas tensões, desencontros, ruídos e decepções. A colaboração na aprendizagem se realiza em um espaço fluido de acolhimento e de rejeição, que nos induz a repensar as estratégias traçadas previamente, dada a diversidade, riqueza e complexidade de conviver em uma sociedade multicultural em rápida transformação. A rapidez com que interagimos nos ajuda e nos complica. Nos ajuda a situar-nos, a atualizar-nos, a circular digitalmente, a visibilizar-nos em inúmeras possibilidades de expressão; mas também facilita a dispersão e a dependência. É muito difícil concentrar-se, focar-se num tema específico por muito tempo. O acesso contínuo a redes sociais traz informações interessantes, mas tende a desviar-nos do objetivo inicial de um trabalho ou projeto, se não estivermos muito atentos e pode manter-nos num nível de conhecimento superficial. A aprendizagem por orientação com profissionais mais experientes O terceiro movimento na aprendizagem acontece no contato com profissionais mais experientes (professores, tutores, mentores). Eles podem ajudar-nos a ir além de onde sozinhos e em grupos de pares conseguimos chegar. Eles desempenham o papel de curadores para que cada estudante avance mais na aprendizagem individualizada; desenham algumas estratégias para que a aprendizagem entre pares seja bem sucedida e conseguem ajudar os aprendizes a que ampliem a visão de mundo que conseguiram nos percursos individuais e grupais, levando-os a novos questionamentos, investigações, práticas e sínteses. Os bons professores e orientadores sempre foram e serão fundamentais para avançarmos na aprendizagem. Ajudam a desenhar roteiros interessantes, problematizam, orientam, ampliam os cenários, as questões, os caminhos a serem percorridos. O diferente hoje é que eles não precisam estar o tempo todo juntos com os alunos, nem precisam estar explicando as informações para todos. A combinação no projeto pedagógico de aprendizagens personalizadas, grupais e tutoriais é poderosa para obter os resultados desejados. O que a educação formal hoje precisa levar em conta é que a aprendizagem individual, grupal e tutorial avança no cotidiano fora das escolas, pelas muitas ofertas informais na rede. Temos inúmeras oportunidades de aprender sozinhos, em grupo e em coaching ou orientação de diversos tutores. Há inúmeros cursos massivos abertos, grupos de colaboraçãoacessíveis e pessoas mais experientes que podem ajudar-nos (de forma gratuita ou remunerada) fora das instituições formais. De outro lado, se a educação formal quer continuar sendo relevante precisa incorporar todas estas possibilidades do cotidiano aos seus projetos pedagógicos. Incorporar os caminhos individuais de aprender, os colaborativos e os de orientação. A comunicação através da colaboração se complementa com a comunicação um a um, com a personalização, através do diálogo do professor com cada aluno e seu projeto, com a orientação e acompanhamento do seu ritmo. Podemos oferecer sequências didáticas mais personalizadas, monitorando-as, avaliando-as em tempo real, com o apoio de plataformas adaptativas, o que não era possível na educação mais massiva ou convencional. Com isso o professor conversa, orienta seus alunos de uma forma mais direta, no momento que precisam e da forma mais conveniente. Sozinhos vamos até um certo ponto; juntos, vamos além. Essa interconexão entre a aprendizagem pessoal e a colaborativa, num movimento contínuo e ritmado, nos ajuda a avançar muito além do que o faríamos sozinhos ou só em grupo. Os projetos pedagógicos inovadores conciliam, na organização curricular, espaços, tempos e projetos que equilibram a comunicação pessoal e a colaborativa, presencial e online e que, sob orientação de um orientador, nos levam a um patamar mais elevado de síntese e de novas habilidades. As tecnologias facilitam a aprendizagem colaborativa, entre colegas, próximos e distantes. Cada vez adquire mais importância a comunicação entre pares, entre iguais, dos alunos entre si, trocando informações, participando de atividades em conjunto, resolvendo desafios, realizando projetos, avaliando-se mutuamente. Fora da escola acontece o mesmo, a comunicação entre grupos, nas redes sociais, que compartilham interesses, vivências, pesquisas, aprendizagens. Cada vez mais a educação se horizontaliza e se expressa em múltiplas interações grupais e personalizadas. O papel ativo do professor como design de caminhos, de atividades individuais e de grupo é decisivo e o faz de forma diferente. O professor se torna cada vez mais um gestor e orientador de caminhos coletivos e individuais, previsíveis e imprevisíveis, em uma construção mais aberta, criativa e empreendedora. A maior parte do tempo - na educação presencial e a distância - ensinamos com materiais e comunicações escritos, orais e audiovisuais, previamente selecionados ou elaborados. São extremamente importantes, mas a melhor forma de aprender é combinando equilibradamente atividades, desafios e informação contextualizada. Para aprender a dirigir um carro, não basta ler muito sobre esse tema; tem que experimentar, rodar com o ele em diversas situações com supervisão, para depois poder assumir o comando do veículo sem riscos. Metodologias ativas com estratégias e técnicas diferentes Metodologias são grandes diretrizes que orientam os processos de ensino e aprendizagem e que se concretizam em estratégias, abordagens e técnicas concretas, específicas, diferenciadas. As metodologias ativas num mundo conectado e digital se expressam através de modelos de ensino híbridos, blended, com muitas possíveis combinações. Alguns componentes são fundamentais para o sucesso da aprendizagem: a criação de desafios, atividades, jogos que realmente trazem as competências necessárias para cada etapa, que solicitam informações pertinentes, que oferecem recompensas estimulantes, que combinam percursos pessoais com participação significativa em grupos, que se inserem em plataformas adaptativas, que reconhecem cada aluno e ao mesmo tempo aprendem com a interação, tudo isso utilizando as tecnologias adequadas. Contar, criar e compartilhar histórias é muito mais fácil hoje. Podemos fazê-lo a partir de livros, da Internet, de qualquer dispositivo móvel. Crianças e jovens gostam e conseguem produzir vídeos e animações e postá-los imediatamente na rede. Existem aplicativos fáceis de edição nos smartphones. As narrativas são elementos poderosos de motivação e produção de conhecimento. Os jogos e as aulas roteirizadas com a linguagem de jogos (gameficação) estão cada vez estão mais presentes na escola e são estratégias importantes de encantamento e motivação para uma aprendizagem mais rápida e próxima da vida real. Cursos gratuitos como o Duolingo (duolingo.com) são atraentes porque utilizam todos os recursos de atratividade para quem quer aprender: cada um escolhe o ritmo, vê o avanço dos seus colegas, ganha recompensas. Para gerações acostumadas a jogar, a linguagem de desafios, recompensas, de competição e cooperação é atraente e fácil de perceber. Os jogos colaborativos e individuais; de competição e colaboração; de estratégia, com etapas e habilidades bem definidas se tornam cada vez mais presentes nas diversas áreas de conhecimento e níveis de ensino. É importante misturar técnicas, estratégias, recursos, aplicativos. Misturar e diversificar. Surpreender os alunos, mudar a rotina. Deixar os processos menos previsíveis para os alunos. A diversidade de técnicas pode ser útil, se bem equilibrada e adaptada entre o individual e o coletivo. Cada abordagem - problemas, projetos, design, jogos, narrativas... - tem importância, mas não pode ser superdimensionada como a única. A analogia de um cardápio alimentar pode ser ilustrativa. Uma alimentação saudável pode ser conseguida com uma receita básica única. Mas se todos os dias repetimos o mesmo menu, torna-se insuportável. A variedade e combinação dos ingredientes são componentes fundamentais do sucesso de um bom projeto alimentar assim como do educacional. Dentre as diversas estratégias que podem ser usadas para se conseguir ambientes de aprendizagem ativa em sala de aula, destacamos as seguintes: – Discussão de temas e tópicos de interesse para a formação profissional. – Trabalho em equipe com tarefas que exigem colaboração de todos. – Estudo de casos relacionados com áreas de formação profissional específica. – Debates sobre temas da atualidade. – Geração de ideias (brainstorming) para buscar a solução de um problema. – Produção de mapas conceituais para esclarecer e aprofundar conceitos e ideias. – Modelagem e simulação de processos e sistemas típicos da área de formação. – Criação de sites ou redes sociais visando aprendizagem cooperativa. – Elaboração de questões de pesquisa na área científica e tecnológica.3 • Inverter o foco e as estratégias No ensino convencional os professores procuram garantir que todos os alunos aprendam o mínimo esperado e para isso explicam os conceitos básicos e pedem que os alunos depois os estudem e aprofundem através de leituras e atividades. Hoje, depois que os estudantes desenvolvem o domínio básico de leitura e escrita, podemos inverter o processo. As informações básicas, iniciais sobre um tema ou problema são acessadas por cada aluno de forma flexível e as mais avançadas, com o apoio direto do professor e dos colegas. Esse é um conceito amplo de aula invertida. Há materiais disponíveis sobre qualquer assunto que o aluno pode percorrer por ele mesmo, no ritmo mais adequado. o docente propõe o estudo de determinado tema e o aluno procura as informações básicas na internet, assiste vídeos e animações e lê os textos que estão disponíveis na web ou na biblioteca da escola. O passo seguinte é fazer uma avaliação pedindo que a turma responda a três ou quatro questões sobre o assunto, para diagnosticar o que foi aprendido e os pontos que necessitam de ajuda. Em sala de aula, o professor orienta aqueles que ainda não adquiriram o básico para que possam avançar. Ao mesmo tempo, oferece problemas mais complexos a quem já domina o essencial, assim os estudantes vão aplicando os conhecimentos e relacionando-os com a realidade. Um modelo um pouco mais complexo é partir direto de desafios, o que pode ocorrer dentro de uma só disciplina ou juntando-se várias. Três ou quatro professores que trabalhem com a mesma turma podem propor um problema interessante cuja resolução envolva diversas áreas do conhecimento.É importante que os projetos estejam ligados à vida dos alunos, às suas motivações profundas, que o professor saiba gerenciar essas atividades, envolvendo-os, negociando com eles as melhores formas de realizar o projeto, valorizando cada etapa e principalmente a apresentação e a publicação em um lugar virtual visível do ambiente virtual para além do grupo e da classe. As regras básicas para inverter a sala de aula, segundo o relatório Flipped Classroom Field Guide são: 1) as atividades em sala de aula envolvem uma quantidade significativa de questionamento, resolução de problemas e de outras atividades de aprendizagem ativa, obrigando o aluno a recuperar, aplicar e ampliar o material aprendido on-line; 2) Os alunos recebem feedback imediatamente após a realização das atividades presenciais; 3) Os alunos são incentivados a participar das atividades on-line e das presenciais, sendo que elas são computadas na avaliação 3 BONWELL, C. C.; EISON, J. A. Active learning: creating excitement in the classroom. Washington, DC: Eric Digests, 1991. Disponível em: www.eric.ed.gov/PDFS/ED340272.pdf formal do aluno, ou seja, valem nota; 4) tanto o material a ser utilizado on-line quanto os ambientes de aprendizagem em sala de aula são altamente estruturados e bem planejados4 . A combinação de aprendizagem por desafios, problemas reais, jogos, com a aula invertida é muito importante para que os alunos aprendam fazendo, aprendam juntos e aprendam, também, no seu próprio ritmo. Os jogos e as aulas roteirizadas com a linguagem de jogos – gameficação - cada vez estão mais presentes no cotidiano escolar e são importantes caminhos de aprendizagens para gerações acostumadas a jogar. Há muitas formas de inverter esse processo. Pode-se começar por projetos, pesquisa, leituras prévias, produções dos alunos e depois aprofundamentos em classe com a orientação do professor. O curso Ensino Híbrido, Personalização e Tecnologia oferece vídeos e materiais feitos por professores brasileiros e norte-americanos sobre os diversos aspectos do ensino híbrido, na visão do professor, do aluno, do currículo, da tecnologia, da avaliação, da gestão, da mudança de cultura. Vale a pena ler o livro sobre o mesmo tema (BACICH, TANZI & TREVISANI, 2015). O articulador das etapas individuais e grupais é o docente, com sua capacidade de acompanhar, mediar, de analisar os processos, resultados, lacunas e necessidades, a partir dos percursos realizados pelos alunos individual e grupalmente. Esse novo papel do professor é mais complexo do que o anterior de transmitir informações. Precisa de uma preparação em competências mais amplas, além do conhecimento do conteúdo, como saber adaptar-se ao grupo e à cada aluno; planejar, acompanhar e avaliar atividades significativas e diferentes. Ele pode fazer isso com tecnologias simples, incentivando que os alunos contem histórias, trabalhem com situações reais, que integrem alguns dos jogos do cotidiano. Se mudarmos a mentalidade dos docentes para serem mediadores, poderão utilizar os recursos próximos, os que estão no celular, uma câmera para ilustrar, um programa gratuito para juntar as imagens e contar com elas histórias interessantes. Um dos caminhos mais interessantes de aprendizagem ativa é pela investigação (ABIn - Aprendizagem baseada na Investigação). Os estudantes, sob orientação dos professores desenvolvem a habilidade de levantar questões e problemas e buscam - individual e grupalmente, utilizando métodos indutivos e dedutivos - interpretações coerentes e soluções possíveis5 . Isso envolvem pesquisar, avaliar situações, pontos de vista diferentes, fazer escolhas, assumir alguns riscos, aprender pela descoberta, caminhar do simples para o complexo. Os desafios bem planejados contribuem para mobilizar as competências desejadas, intelectuais, emocionais, pessoais e comunicacionais. Nas etapas de formação, os alunos precisam de acompanhamento de profissionais mais experientes para ajudá-los a tornar conscientes alguns processos, a estabelecer conexões não percebidas, a superar etapas mais rapidamente, a confrontá-los com novas possibilidades. 4 Texto completo disponível em inglês em http://www.cvm.umn.edu/facstaff/prod/groups/cvm/@pub/@cvm/@facstaff/documents/content/c vm_content_454476.pdf 5 BONWELL, C. C.; EISON, J. A. Active learning: creating excitement in the classroom. Washington, DC: Eric Digests, 1991. Disponível em: www.eric.ed.gov/PDFS/ED340272.pdf Aprendizagem baseada em problemas A aprendizagem baseada em problemas (PBL, em inglês ou ABProb, como é conhecida hoje) surgiu na década de 1960 na Universidade McMaster, Canadá, e em Maastricht, na Holanda, em Escolas de Medicina, inicialmente. A ABProb/PBL tem sido utilizada em várias outras áreas do conhecimento - Administração, Arquitetura, Engenharias, Computação - também com a denominação de Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP ou PBL). A PBL tem como base de inspiração os princípios da escola ativa, do método científico, de um ensino integrado e integrador dos conteúdos, dos ciclos de estudo e das diferentes áreas envolvidas, em que os alunos aprendem a aprender e se preparam para resolver problemas relativos às suas futuras profissões. A Aprendizagem Baseada em Problemas PBL mais ampla propõe uma matriz não disciplinar ou transdisciplinar, organizada por temas, competências e problemas diferentes, em níveis de complexidade crescentes, que os estudantes aluno deverão compreender e equacionar com atividades em grupo e individuais. Cada um dos temas de estudo é transformado em um problema a ser discutido em um grupo tutorial que funciona como apoio para os estudos6 Estas são as fases da PBL na Harvard Medical School: Fase I: - Identificação do(s) problema(s) - Formulação de hipóteses - Solicitação de dados adicionais - Identificação de temas de aprendizagem - Elaboração do cronograma de aprendizagem - Estudo independente Fase II: - Retorno ao problema - Crítica e aplicação das novas informações - Solicitação de dados adicionais - Redefinição do problema - Reformulação de hipóteses - Identificação de novos temas de aprendizagem - Anotação das fontes Fase III: - Retorno ao processo - Síntese da aprendizagem – Avaliação7 Aprendizagem baseada em projetos É uma metodologia de aprendizagem em que os alunos se envolvem com tarefas e desafios para resolver um problema ou desenvolver um projeto que também tenha ligação com sua vida fora da sala de aula. No processo, eles lidam com questões interdisciplinares, tomam decisões e agem sozinhos e em equipe. Por meio dos projetos, são trabalhadas também suas habilidades de pensamento crítico, criativo e a percepção de que existem várias maneiras para a realização de uma tarefa, tidas como competências necessárias para o século XXI. Os alunos são avaliados de acordo com o desempenho durante e na entrega dos projetos. 6 VIGNOCHI, C. e outros. Considerações sobre aprendizagem baseada em problemas na educação em saúde. Rev HCPA, 2009;29(1):45-50. 7 WETZEL, M. An update on problem based learning at Harvard Medical School. Ann Com Orient Educ. 1994;7:237-47 Essa abordagem adota o princípio da aprendizagem colaborativa, baseada no trabalho coletivo. Buscam-se problemas extraídos da realidade pela observação realizada pelos alunos dentro de uma comunidade. Os alunos identificam os problemas e buscam soluções para resolvê-los. De acordo com o Buck Institute for Education (2008, p.18)8 , os projetos que se apresentam como efetivos possuem os seguintes atributos: (a) reconhecem o impulso para aprender, intrínseco dos alunos; (b) envolvem os alunos nos conceitos e princípios centrais de uma disciplina; (c) destacam questões provocativas; (d) requerem a utilização de ferramentas e habilidades essenciais, incluindo tecnologia para aprendizagem, autogestão e gestão do projeto; (e) especificam produtos que resolvem problemas; (f) incluem múltiplos produtos que permitem feedback; (g) utilizam avaliações baseadas em desempenho; e (h) estimulam alguma forma de cooperação. São vários os modelos de implementação da metodologiade projetos, que variam de projetos de curta duração (uma ou duas semanas) - restritos ao âmbito da sala de aula e baseados em um assunto específico - até projetos de soluções mais complexas, que envolvem temas transversais e demandam a colaboração interdisciplinar, com uma duração mais longa (semestral ou anual). Os principais modelos são: (a) Exercício projeto, quando o projeto é aplicado no âmbito de uma única disciplina; (b) Componente projeto, quando o projeto é desenvolvido de modo independente das disciplinas, apresentando-se como uma atividade acadêmica não articulada com nenhuma disciplina específica; (c) Abordagem projeto, quando o projeto apresenta-se como uma atividade interdisciplinar, ou seja, como elo entre duas ou mais disciplinas; e (d) Currículo projeto, quando não mais é possível identificar uma estrutura formada por disciplinas, pois todas elas se dissolvem e seus conteúdos passam a estar a serviço do projeto e vice-versa. Outra classificação de projetos: – Projeto construtivo: a finalidade é construir algo novo, criativo, no processo e/ou no resultado. – Projeto investigativo: o foco é pesquisar uma questão ou situação, utilizando técnicas de pesquisa científica. – Projeto explicativo: procura responder questões do tipo: “Como funciona? Para que serve? Como foi construído?” Busca explicar, ilustrar, revelar os princípios científicos de funcionamento de objetos, mecanismos, sistemas etc. Exemplos de atividades básicas para desenvolver um projeto: 8 Buck Institute for Education. Aprendizagem Baseada em Projetos: guia para professores de ensino fundamental e médio. 2. ed. Porto Alegre: Artmed. 2008. · Atividades para motivação e contextualização (os alunos precisam querer fazer o projeto, se envolver emocionalmente, achar que dão conta do recado se se esforçarem, etc.) · Atividades de brainstorm (o espaço para a criatividade, para dar ideias, ouvir os outros, escolher o que e como vão produzir saber argumentar, convencer...) · Atividades de organização (divisão de tarefas, responsabilidades, escolha de recursos que serão utilizados na produção e nos registros, elaboração de planejamento, etc.) · Atividades de registro e reflexão (auto avaliação, avaliação dos colegas, reflexão sobre qualidade dos produtos e processos, identificação de necessidade de mudanças de rota) · Atividades de melhoria de ideias (pesquisa, ideias de outros grupos, incorporação de boas ideias e práticas) · Atividades de produção (aplicação do que estão aprendendo para gerar os produtos) · Atividades de apresentação e/ ou publicação do que foi gerado (com celebração e avaliação final) Diferentes níveis de desenvolvimento de Projetos Todas as organizações estão revendo seus métodos tradicionais de ensinar e de aprender. Algumas estão ainda muito ancoradas em métodos convencionais, mais centrados na transmissão e informações pelo professor. Metodologias ativas com projetos são caminhos para iniciar um processo de mudança, desenvolvendo as atividades possíveis para sensibilizar mais os estudantes e engajá-los mais profundamente. • Projetos dentro de cada disciplina Os projetos podem ser desenvolvidos inicialmente dentro de cada disciplina, com várias possibilidades (dentro e fora da sala de aula; no início, meio ou fim de um tema específico; como aula invertida ou aprofundamento após atividades de ensino-pesquisa ou aula dialogada. Podem ser desenvolvidos projetos a partir de jogos, principalmente jogos de construção, de roteiros abertos, como o Minecraft. Projetos podem ser construídos através de narrativas, de histórias (individuais e de grupo) contadas pelos próprios estudantes, utilizando a facilidade dos aplicativos e tecnologias digitais, combinadas também com histórias dramatizadas ao vivo (teatro) de grande impacto. Os estudantes podem produzir projetos reais, da ideia ao produto nos fab-lab, nos laboratórios digitais, conhecendo programação de forma lúdica como o Scratch. • Projetos integradores (interdisciplinares) Um nível mais avançado de realização de projetos acontece quando integram mais de uma disciplina, professores e áreas de conhecimento. A iniciativa pode partir da iniciativa de alguns professores ou fazer parte do projeto pedagógico da instituição. São projetos que articulam vários pontos de vista, saberes, áreas de conhecimento, trazendo questões complexas, do dia a dia e que fazem perceber aos estudantes que o conhecimento segmentado (disciplinar) é composto de olhares pontuais para conseguir encontrar significados mais amplos. Os problemas e projetos interdisciplinares ajudam muito a perceber as conexões entre as disciplinas. Podem ser realizados utilizando todas as técnicas apontadas antes (dentro e fora da sala de aula, em vários espaços, onde o digital pode ser muito importante, assim como o desenvolvimento de jogos, histórias, produtos). Projetos interdisciplinares importantes hoje são os que estão próximos da vida e do entorno dos estudantes, que partem de necessidades concretas e que expressam uma dimensão importante da aprendizagem hoje que é a da aprendizagem-serviço: Estudantes e professores, em contato com diferentes grupos e problemas reais, aprendendo com eles e contribuindo com soluções concretas para a comunidade. Os estudantes não só conhecem a realidade: simultaneamente contribuem para melhorála e isso dá um sentido muito mais profundo ao aprender: aprendendo não só para mim, mas também para melhorar a vida dos demais. A combinação de projetos interdisciplinares com o conceito de aprendizagem-serviço, com apoio de recursos digitais, é um caminho fantástico para engajar os estudantes no conhecimento, vivência e transformação de um mundo complexo e em rápida transformação. Uma outra dimensão dos projetos está voltada para que cada estudante se conheça mais como pessoa (autoconhecimento), desenvolva um projeto de futuro (possibilidades a curto e médio prazo) e construa uma vida com significado (valores, competências amplas). É o projeto de vida, que organizações mais atentas incluem no currículo como um eixo transversal importante, com alguns momentos fortes ao longo do curso e alguma forma de mentoria, de orientação pessoal dos estudantes. • Projetos transdisciplinares A aprendizagem supera o modelo disciplinar e parte de problemas e projetos mais simples até os mais complexos, projetos individuais e grupais. O PBL é o caminho mais consolidado de aprendizagem por problemas na área de saúde. Há um movimento forte e consistente, na educação básica, superior e de adultos no mundo inteiro e também no Brasil de desenvolver currículos mais transdisciplinares, a partir de problemas, projetos, jogos e desafios. Esse é o caminho mais interessante, promissor e inevitável de aprender num mundo complexo, imprevisível e criativo. Conclusão As metodologias ativas são caminhos para avançar mais no conhecimento profundo, nas competências socioemocionais e em novas práticas9 . O papel do professor hoje é muito mais amplo e avançado: não está centrado só em transmitir informações de uma área específica; ele é principalmente design de roteiros personalizados e grupais de aprendizagem e orientador/mentor de projetos profissionais e de vida dos alunos. Algumas consequências desses princípios: . Desenvolver uma integração maior entre diferentes áreas de conhecimento, dos temas, materiais, metodologias e da sua abrangência (intelectual, emocional, comportamental). 9 http://porvir.org/serie-de-dialogos-debate-competencias-socioemocionais/ Caminhar para modelos curriculares inter e transdisciplinares mais flexíveis, com acompanhamento e avaliação contínua. . Importância maior do aluno ser mais protagonista, participante, através de situações práticas, produções individuais e de grupo e sistematizações progressivas. Inversão da forma tradicional de ensinar, (depois que o aluno tem as competências básicas mínimas de ler, escrever, contar): o básico o aluno aprende sozinho, no seu ritmo e o mais avançado, com atividades em grupo e a supervisão de professores. . Formação inicial e continuada de professoresem metodologias ativas, em orientação/ mentoria e em tecnologias presenciais e online. Importância do compartilhamento de experiências, da orientação dos mais experientes, da aprendizagem por imersão e por “clínicas” com supervisão. . Planejamento do ritmo das mudanças de forma mais progressiva ou profunda (currículos mais flexíveis, mais integradores, menos disciplinares). Podemos combinar tempos e espaços individuais e grupais, presenciais e digitais, com maior ou menor supervisão. Aprendemos melhor quando conseguimos combinar três processos de forma equilibrada: a aprendizagem personalizada (em que cada um pode aprender o básico por si mesmo - aprendizagem prévia, aula invertida); a aprendizagem com diferentes grupos (aprendizagem entre pares, em redes) e a aprendizagem mediada por pessoas mais experientes (professores, orientadores, mentores). As escolas que nos mostram novos caminhos estão mudando para modelos mais centrados em aprender ativamente com problemas reais, desafios relevantes, jogos, atividades e leituras, valores fundamentais, combinando tempos individuais e tempos coletivos; projetos pessoais de vida e de aprendizagem e projetos em grupo. Isso exige uma mudança de configuração do currículo, da participação dos professores, da organização das atividades didáticas, da organização dos espaços e tempos. Cada escola, universidade, organização se encontra mais ou menos avançada na inserção de projetos na sua proposta pedagógica. O importante é, a partir de um diagnóstico realista, propor caminhos que viabilizem mudanças de curto e longo prazo com metodologias ativas e projetos cada vez mais integradores.
A “Pedagogia do Fazer” (Maker Pedagogy, em inglês) não é exatamente uma novidade. No início dos anos 1970, o educador Jean Piaget já observava: “Os estudantes com dificuldade em matemática têm uma atitude completamente diferente quando o problema vem de uma situação concreta e está relacionada a outros interesses”. A capacidade de inventar, criar, descbrir pode ser entendida como um talento nato daqueles que já nasceram com uma vocação para ciência. Se antes a oportunidade de “brincar” de cientista era reservada às aulas no laboratório, hoje as tecnologias digitais disponibilizam incontáveis ferramentas que vão muito além do tubo de ensaio e do microscópio. O Dr. Shawn Michael Bullock, professor da Simon Fraser University, conduziu um projeto de pesquisa sobre “maker pedagogy” (saiba mais em www.makerpedagogy.org) que buscou entender como aprendemos a partir da experiência. Em seu site, ele descreveu seu entendimento acerca da “pedagogia do fazer”: é um método de aprendizado que utiliza os princípios do hacking ético (como desconstruir tecnologias com o propósito de criar conhecimento), da adaptação (a liberdade de usar as tecnologias para novos propósitos), do design (selecionar componentes e ter ideias para resolver problemas) e da criação (desenvolver conhecimento a partir do engajamento no processo de fazer e criar produtos tangíveis). “Os estudantes com dificuldade em matemática têm uma atitude completamente diferente quando o problema vem de uma situação concreta e está relacionada a outros interesses”. Apresentação Assim como a pedagogia do fazer, há outras metodologias que colaboram para gerar interesse nos alunos pelo processo de aprendizagem, ao mesmo tempo que contribuem para que desenvolvam as competências cognitivas básicas, socioemocionais e digitais necessárias ao cidadão do século XXI. Por Luciana Allan Crescer em Rede: Metodologias Ativas - 11 Apresentação Por Luciana Allan Metodologias como essa vêm sendo chamadas de metodologias ativas e têm como principais características, de uma forma geral, propiciar que os alunos busquem soluções para problemas do mundo real, coloquem a mão na massa, sejam protagonistas de seu processo de aprendizado, pesquisem, trabalhem em equipe e com tempo determinado para a tarefa, usem tecnologias digitais e se autoavaliem. Na edição especial do Guia Crescer em Rede, intitulado Metodologias Ativas, apresentamos algumas dessas metodologias, a partir das práticas que foram implementadas junto aos alunos diretamente por alguns autores deste material ou indiretamente por meio das atividades de formação de professores organizadas pelo Instituto Crescer. O resultado deste trabalho, além de nos mostrar caminhos para promover uma nova educação que faça mais sentido para os alunos, abre espaço para reflexão de como vivenciar essas experiências da melhor forma. Para trabalhar com metodologias ativas, é fundamental estar disposto a romper estruturas arcaicas e engessadas de ensino. É preciso virar a chave. E algumas reflexões feitas pelos educadores envolvidos têm total sinergia com as reflexões apresentadas pela educadora Jackie Gerstein. Ela enumera sete pontos de atenção para quem quer se aventurar a trabalhar com metodologias ativas e implementar estratégias de ensino que façam mais sentido para os alunos: 1. Não devemos nos considerar experts em conteúdo. Essa é uma barreira que impede de aprender algo novo com os alunos. 2. Não devemos acreditar que as aulas expositivas são a melhor forma de transmitir conteúdos para os alunos. Isso é necessário, mas muitas vezes torna- se apenas uma transferência das anotações do professor para o caderno do aluno sem que tenham a oportunidade de reflexão. 3. Não devemos nos preocupar em ter todas as respostas, pois saber tudo elimina a chance de aprender junto com os alunos. 4. Não devemos acreditar que sempre deve haver conclusões previsíveis ao realizar uma tarefa, mas que muitas vezes não é possível planejar para aprender. 5. Não devemos acreditar que uma classe silenciosa é a mais adequada para promover aprendizagem, pois momentos em que os alunos são autorizados a explorar e a criar seus próprios conteúdos e objetos são também extremamente ricos. 6. Não devemos ter medo de errar na frente dos nossos alunos, pois um erro pode, eventualmente, ser uma grande oportunidade para que todos possam aprender, incluindo o próprio professor. 7. Não podemos ser os únicos avaliadores do trabalho dos alunos, pois a autoavaliação e a avaliação entre pares têm um papel importante no processo de aprendizado. E então professores? Vamos deixar que os alunos coloquem a mão na massa? Ferramentas e estratégias de ensino é o que não faltam! Aprender pode, sim, ser divertido. No entanto, crianças e adolescentes que não recebem orientação e mentoria adequada podem não ter autonomia e responsabilidade para entender que estratégias de ensino apoiadas pelas metodologias ativas não se tratam meramente de uma brincadeira, mas da realização de um projeto sério no qual eles são os principais protagonistas.
A participação de educadores, gestores e especialistas em educação na elaboração do texto final da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) abriu espaço para uma discussão sem precedentes de qual escola queremos ajudar a construir para nossas futuras gerações. Foi uma oportunidade única, mas que merece uma reflexão não somente sobre o que será ensinado, mas como será ensinado para colocar nossos futuros talentos em condições de competitividade em uma economia cada vez mais global e exigente, na qual além de conhecimento técnico é necessário ter atitude, pró-atividade, habilidades de pesquisa e relacionamento, criatividade, resiliência etc., ou seja, uma série de competências que extrapolam o desenvolvimento das competências cognitivas básicas, que até pouco tempo eram suficientes para qualquer pessoa ter e perseguir seus sonhos. A construção de uma escola disruptiva, que abra as janelas para um mundo hiperlinkado, em que os alunos não aprendem de forma compartimentada e têm vasto acesso à informação, passa pelo reconhecimento de que as novas gerações são criadas em um ambiente conectado, sem fronteiras, disponível a um toque no smartphone. Fechar os olhos para a transformação do aluno decorrente das novas tecnologias não irá resultar em um currículo mais eficaz, completo, adequado ao século XXI. Mais do que ensinar, os professores deverãoorientar o aluno a ser protagonista do seu próprio aprendizado. Neste processo, a formação de professores é condição sine qua non, pois são outras as competências docentes para ensinar no século XXI. Usar tecnologias digitais, trabalhar com metodologias ativas, valorizar a cultura digital, fazer curadoria de materiais digitais, participar de comunidades virtuais e produzir recursos educacionais abertos são algumas dessas competências apontadas por diferentes centros de estudos no Brasil e no exterior. Como idealizadora e mentora das outras edições do Guia Crescer em Rede e acompanhando o uso deste material por diferentes redes públicas e privadas de ensino, vejo que somos capazes de transformar a educação no Brasil. Por meio da reflexão, implementação de boas práticas e generosidade para compartilhar experiências, somos munidos de novas ideias. Assim como eu, espero que cada professor que tenha acesso a este material, sinta- se também motivado a repensar sua prática criando oportunidades de aprendizagem significativa para os alunos.
A Base Nacional Comum Curricular, que expressa os direitos de aprendizagem dos alunos em todas as etapas básicas de ensino, reflete essas mudanças, propondo competências gerais relativas à valorização dos conhecimentos, ao pensamento crítico, científico e criativo, à consolidação e ampliação do repertório cultural do estudante, ao uso de diferentes e multilinguagens, à cultura digital, ao trabalho e projeto de vida, à argumentação, ao autoconhecimento e autocuidado, à empatia e cooperação e à responsabilidade e cidadania .
Porque Metodologias ativas na educação?
As metodologias ativas estão cada vez mais na pauta de discussão de eventos, encontros e materiais publicados na área de educação. Nunca se falou tanto em inovar processos educacionais, rever práticas, formar professores para uma educação transformadora e considerar os estudantes como protagonistas, desenvolvendo sua autonomia no decorrer da escolaridade. Tendemos a considerar como mais um modismo, ou como mais uma novidade, que logo vai passar. Nesse caso, especificamente, não há nada de novo. Os estudos de John Dewey (1959), pautados pelo aprender fazendo (learning by doing) em experiências com potencial educacional, convergem com as ideias de Paulo Freire (1996), em que as experiências de aprendizagem devem despertar a curiosidade do aluno, permitindo que, ao pensar o concreto, conscientize-se da realidade, possa questioná-la e, assim, a construção de conhecimentos possa ser realmente transformadora. Em tempos de tecnologias digitais essas premissas tornam-se ainda mais urgentes, pois o concreto envolve uma ampla gama de informações, disponíveis na palma da mão, e que podem ser bem ou mal utilizadas, dependendo do contexto em que estão inseridas. Teaching and learning are correlative or corresponding processes, as much so as selling and buying. One might as well say he has sold when no one has bought, as to say that he has taught when no one has learned (DEWEY, 1910, p. 29) Para Dewey, então, não podemos dizer que ensinamos algo se ninguém aprendeu, assim como não podemos dizer que vendemos se ninguém comprou. Nesse aspecto, podemos diferenciar duas formas de análise para “ensinar”. Se ensinar está centrado em apresentar algo, explicar, transmitir e, por outro lado, se ensinar está centrado em levar o outro a aprender. No primeiro caso, se tudo o que os alunos devem aprender em um curso está contemplado nas palestras, leituras, conteúdos que deveriam ser transmitidos e se o professor transmitiu tudo, então, o professor ensinou. Agora, se tivermos como base o pensamento de Dewey, mesmo que o professor tenha apresentado tudo, se os alunos não aprenderam, o professor não ensinou… John Dewey defendia algo que pode ser chamado de “ensino centrado no aluno”, que considera o estudante no centro do processo. Mesmo sabendo que isso significa sua relação com outros estudantes, com o docente e com diferentes fontes de informação ou conteúdo, considerar o estudante no centro do processo significa entender que os estudantes não são receptores passivos, mas que assumem responsabilidade pela construção de conhecimentos e, para isso, precisam ser estimulados, por meio de experiências de aprendizagem significativas, a terem um papel ativo. ¹ Doutora em Psicologia escolar e do desenvolvimento humano (USP), Mestre em Educação: psicologia da educação (PUC-SP), bióloga e pedagoga. Co-organizadora dos livros: Ensino Híbrido: personalização e tecnologia na educação e Metodologias ativas para uma educação transformadora. Líder pedagógica da Tríade Educacional, professora e coordenadora de curso de pós-graduação no Instituto Singularidades/SP. Contato: lilian@triade.me CAPÍTULO I P
Inserir as tecnologias digitais e as metodologias ativas de forma integrada ao currículo requer uma reflexão sobre alguns componentes fundamentais desse processo: o papel do professor e dos estudantes em uma proposta de condução da atividade didática que privilegia as metodologias ativas; o papel formativo da avaliação e a contribuição das tecnologias digitais na personalização do ensino; a organização do espaço, que requer uma nova configuração para estimular ações colaborativas; a avaliação como um recurso essencial no processo de personalização e o quanto o uso das tecnologias digitais pode potencializar sua eficiência educacional. Professores ouvem com frequência que devem “sair da zona de conforto” e migrar das aulas expositivas para aulas em que os alunos sejam ativos e construam, colaborativamente e criticamente, conhecimentos. Considero que devemos nos questionar sobre qual seria essa zona de conforto... Professores não se sentem confortáveis quando percebem que seus estudantes não estão participando das aulas como deveriam. Professores não se sentem confortáveis quando têm que repetir a mesma aula planejada para as turmas de anos anteriores e percebem que os estudantes mudaram e que, portanto, os resultados não são os mesmos. O que ocorre é que, em salas de aula cada vez mais numerosas, manter estudantes disciplinados, enfileirados, ouvindo uma palestra é algo que não podemos mais considerar como sendo o único meio de aprender. Ao pensar em formação continuada de professores, facilitadores precisam, empaticamente, colocar-se no lugar de professores que sentem necessidade de rever suas práticas, mas que têm conhecimentos sobre práticas possíveis que não precisam ser abandonadas, mas, sim, aprimoradas. Rever o espaço da sala de aula pode ser um disparador para que essa mudança comece a ocorrer. Em nossas experiências no grupo de experimentações em Ensino Híbrido (BACICH, TANZI NETO, TREVISANI, 2015), identificamos que a modificação do espaço acarreta um repensar sobre papéis, de professores e alunos e, aos poucos, potencializa o desenho de experiências de aprendizagem cada vez mais significativas. Desenhar experiências de aprendizagem, porém, vai muito além de inserir práticas em que os alunos estejam em ação. Há uma linha tênue que separa as práticas das metodologias ativas. Existem práticas que envolvem o uso de tecnologias digitais, outras que priorizam a resolução de problemas, práticas que envolvem a programação e a robótica, que consideram o trabalho em grupos, entre outras. Essas estratégias passam a fazer sentido e constituem-se parte de uma abordagem que considera as metodologias ativas quando outras questões são consideradas e, entre elas, o papel do estudante nesse processo. Repetir uma prática que foi idealizada pelo professor e que considera o trabalho em grupo e as tecnologias digitais, por exemplo, sem considerar a vez e a voz do estudante, sem que, de alguma forma, a ação do estudante constitua-se como parte do processo de construção de conhecimento, não pode ser considerada uma metodologia ativa, mas apenas uma prática interessante, talvez engajante, mas não necessariamente, transformadora. Inflar o planejamento do professor com práticas e mais práticas, sem que haja um desenho claro de uma trilha de aprendizagem e onde se pretendechegar, pode acarretar uma sensação de que “não deu certo”, que é uma “perda de tempo” e que aulas em que um conteúdo é palestrado pelo docente, de forma dialogada, é muito mais eficiente. Crescer em Rede: Metodologias Ativas - 19 Desenhar experiências de aprendizagem transforma o papel do professor, que deixa de ser alguém que transmite conteúdos e verifica se eles foram apreendidos, para um designer de percursos educacionais. Para desenhar esses percursos, é importante que o educador tenha dados em mãos, dados que são obtidos por meio de uma avaliação formativa, digital ou não, e que podem incluir as plataformas adaptativas, questionários online, além da observação, discussão, interação “olho no olho”. Diversas pesquisas (BACICH, TANZI NETO, TREVISANI, 2015; BACICH, MORAN, 2017) têm enfatizado esse olhar para a personalização em que os estudantes podem ser estimulados a entrar em contato com diferentes experiências de aprendizagem, aquelas de que necessitam, porque têm dificuldade, e aquelas que podem oferecer oportunidade de irem além, pois não estão relacionadas às suas dificuldades, mas às suas facilidades. Essas experiências podem envolver diferentes elementos, digitais ou não, que favoreçam a comunicação, a colaboração, a resolução de problemas, pensamento crítico. Considerar a personalização é uma das formas de aproximação do conceito de equidade, defendido pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e, pensar que não é possível oferecer a mesma aula a todos, porque as pessoas são diferentes em diferentes aspectos, aprendem em ritmos, tempos e formas diferentes, aumenta ainda mais a necessidade de aprofundar o olhar para as metodologias ativas como possibilidades de que nossos estudantes aprendam mais e melhor durante o tempo que passam na escola.
Por outro lado, os princípios da aprendizagem ativa são evidenciados pelo movimento escolanovista e evoluiu a partir da segunda metade do século XX, com os estudos de John Dewey (1938). Assim, a partir das contribuições de Dewey, a aprendizagem ativa é definida por Bonwell e Eison (1991) como um processo no qual os estudantes têm a oportunidade de fazer, pensar e refletir criticamente sobre suas próprias ações.
O termo “aprendizagem ativa” foi utilizado pela primeira vez por um professor inglês, Revans (1907–2003), no ano de 1930, cujo objetivo era de promover um método educativo, oportunizando crianças a se desenvolverem para uma educação integral. O estudante deve estar no centro da aprendizagem, sendo incentivado a aprender de forma autônoma e participativa.
O processo de ensino e aprendizagem consiste em uma ligação entre o mundo físico e o mundo digital, onde devem estar interligados.
A aprendizagem deve se baseada em situações - problemas, project based learning (PBL), proporcionando ao estudante aprender através da resolução colaborativa.
Ao professor, cabe-lhe o papel de mediador da aprendizagem, instigando o estudante a buscar possíveis soluções para os problemas que lhes são colocados, através de ações que propiciem análise e reflexão.
Estratégias para uso das metodologias ativas
· Discussão de temas de interesse dos estudantes;
· Atividades em equipe que exija a colaboração de todos(as);
· Estudos dirigidos, que propiciem ao estudante a busca por mais informações;
· Debates que tragam questões sobre a atualidade;
· Resolução de problemas a partir de ideias desenvolvidas pelos estudantes;
· Simulação de casos e suas possíveis ações para a compreensão da situação;
· Incentivo à pesquisa a partir de temas relacionados à realidade do estudante;
· Uso de tecnologias possíveis como o celular e aplicativos, dentre outros. (BACICH, NETO e TREVISAN, 2015).
A metodologia é um procedimento que a partir de escolhas pode auxiliar na aprendizagem do estudante. O uso de recursos como a música é uma importante estratégia metodológica que pode favorecer a aprendizagem.
Questões como as que estão sendo colocadas na música possibilitam ao professor mediar uma importante discussão com os estudantes, deixando-os livres para, durante o debate, perceber elementos mostrados na música que nos dias de hoje são discutidos, mesmo em outras perspectivas, mas que mostram uma realidade também latente e que precisa ser discutida pela sociedade. A utilização das metodologias ativas pode favorecer a autonomia do educando tanto na educação presencial, quanto na modalidade a distância, favorecendo a curiosidade, estimulando na tomada de decisões individuais e coletivas, provenientes das atividades oriundas da prática social e em contextos do aluno.
A ampliação dos espaços de ensino-aprendizagem com o advento da Educação a Distância (EaD) abriu possibilidades significativas no cenário educacional do Brasil, apresentando-se como modalidade cuja flexibilidade permite o exercício da autonomia e da criatividade por parte do educando, como também coloca em relevo um novo papel do professor, que divide com o aluno o protagonismo na educação. Com o uso do ambiente virtual de aprendizagem- AVA, o professor tem a possibilidade de ampliar o tempo e o espaço escolar e pode, mais do que antes, mediar e criar situações didáticas que satisfaçam as necessidades e interesses dos alunos, mobilizando-os para lidar com projetos e situações de aprendizagem em ambientes virtuais. Esse é um papel pedagógico e intelectual essencial, pois encoraja a construção colaborativa do conhecimento entre os participantes do processo de aprendizagem. O AVA destaca-se também por sua relevância pedagógica, pois além de romper barreiras geográficas, sociais e culturais, e de prover a formação sistêmica do conhecimento, dá 11 ao aluno a liberdade de administrar seu tempo que se estabelece na perspectiva de um tempo de qualidade, de liberdade criativa, um tempo Kairós, que, em grego, significa o momento apropriado, em oposição à noção de temporalida cronológica.
O aluno, por sua vez, deve desempenhar o papel que lhe cabe, tendo interesse em aprender, participando das discussões e colaborando para que a aprendizagem flua. Nesse contexto, são utilizados os fóruns para interação entre os alunos e construção do conhecimento coletivo por meio do diálogo e troca de informação e experiências, com o emprego de ferramentas que oportunizam essa interação e integração de conteúdos e métodos. Essa autonomia dada ao aluno reflete-se no ganho de responsabilidade ao longo do percurso. O aluno aprende a lidar com prazos de outra maneira. No ambiente virtual, essa dilação é mais flexível, pois não se restringe ao período de aula, limitado pelos horários de funcionamento da escola. A apresentação, entrega e correção de trabalhos no ambiente virtual também são facilitadas. O professor pode acompanhar o desenvolvimento das atividades e mediar os trabalhos de um grupo. O próprio sistema registra todas as ações, inserções e participações dos alunos em um relatório que pode ser acessado a qualquer momento.
Como ser um professor invertido em uma sala invertida Cada vez mais na “moda” no ensino superior brasileiro, as salas de aulas “invertidas” (flipped classroom) propõem um novo modelo para o ambiente de sala de aula. Em vez de carteiras dispostas uma atrás da outra, com o professor e a lousa como centro das atenções, as salas invertidas possuem mesas, onde os alunos estão frente à frente, em grupos. Projetores, sofás, computadores e painéis-lousa completam a estrutura básica da sala invertida. Outros elementos podem ser agregados de acordo com o curso ou disciplina ministrada. A sala invertida se parece muito com um ambiente de escritório. Algumas lembram espaços tipo coworking, onde a ausência de paredes e a unificação de ambientes busca integrar equipes e melhorar a comunicação. Elas diferem de laboratórios ou empresas-júnior por ser uma sala de produção de conhecimento a partir de métodos e projetos protagonizados pelo aluno. Fáceis de se implantar, as salas invertidas já são uma 58 “realidade rara”, ou seja, nas universidades, centros universitários e faculdades brasileiras elas existem, mas em pouquíssima quantidade em relaçãoàs salas “normais”. Trata-se de um fenômeno no mínimo engraçado. Ao ser raridade, a sala invertida não muda em nada a realidade da instituição. De fato, a mudança de um ambiente é a estratégia mais barata para se poder dizer que a instituição está “atualizada” sem de fato atualizar-se. A pergunta que se coloca ao adotar uma estratégia educacional que propõe “inverter” a sala é saber se ela funciona se não existir um “professor invertido” propondo “aulas invertidas”. Isso porque as salas invertidas surgem a partir de metodologias ativas de aprendizagem, nas quais os alunos aprimoram o trabalho em equipe e assumem funções antes ignoradas pela “sala normal”. A sala invertida é a espacialização de uma mudança de paradigma na educação. No Brasil praticamente é ignorada pelos ensinos fundamental e médio. Sua existência só se justifica quando ela pode sediar professores invertidos, capazes de gerir projetos e propor novas maneiras de compartilhar conhecimento de modo mais interativo e menos oral. Boa parte das metodologias ativas introduzem uma dimensão comportamental que as distinguem das metodologias tradicionais, que geralmente são focadas em exposições de conteúdo, com poucos recursos de tecnologia educacional. E a dimensão comportamental incorpora saberes pouco estimulados pelos métodos tradicionais, como a prática das 59 competências e habilidades, a gestão de conflitos e o trabalho em equipe. Portanto, o professor invertido precisa saber problematizar seus conteúdos de forma a estimular a pesquisa e a busca de soluções. E como inverter os alunos, acostumados com anos de sala tradicional? Quem vai da noite para o dia ensiná-los (se é que isso é possível em curto prazo) a se comportar como alunos autônomos e interessados? É bem provável que as aulas poderão ser mais produtivas e menos entediantes. Ainda assim, questiona-se: como tirar os alunos da zona de inércia sem um professor invertido capaz de, com muita paciência e uma certa dose de coragem, resgatar do aluno respondedor de prova e apresentador de slides uma pessoa que se enxerga como um profissional em formação? Agora parece ficar mais
O advento da informatização provocou diversas mudanças na maneira como interagimos com o mundo, alterando aspectos como relações políticas, econômicas e sociais. E como parte essencial para o funcionamento da sociedade, a educação também apresentou grande evolução, principalmente com a utilização das metodologias ativas de aprendizagem.
Desse modo, depois de anos e até mesmo séculos de ensino estagnado, presenciamos investimentos nas formas de aprendizado que têm gerado vários impactos positivos, não somente para os discentes, mas também para os docentes.
Por isso, neste artigo, vamos explicar qual a importância das metodologias ativas e como elas funcionam, demonstrando também suas consequências que podem ajudar na evolução de uma Instituição de Ensino. Acompanhe!
O que são as metodologias ativas?
O modelo mais conhecido e praticado nas instituições de ensino é aquele em que o aluno acompanha a matéria lecionada pelo professor por meio de aulas expositivas, com aplicação de avaliações e trabalhos. Esse método é conhecido como passivo, pois nele o docente é o protagonista da educação.
Já na metodologia ativa, o aluno é personagem principal e o maior responsável pelo processo de aprendizado. Sendo assim, o objetivo desse modelo de ensino é incentivar que a comunidade acadêmica desenvolva a capacidade de absorção de conteúdos de maneira autônoma e participativa.
Como os alunos geralmente aprendem?
Por meio de vários estudos feitos na área, chegou-se à conclusão de que, entre os meios utilizados para adquirir conhecimento, há alguns cujo processo de assimilação ocorre mais facilmente. Desse modo, temos como referência uma teoria do psiquiatra americano William Glasser para explicar como as pessoas geralmente aprendem e qual a eficiência dos métodos nesse processo.
De acordo com essa teoria, os alunos aprendem cerca de:
· 10% lendo;
· 20% escrevendo;
· 50% observando e escutando;
· 70% discutindo com outras pessoas;
· 80% praticando;
· 95% ensinando.
Sendo possível observar, então, que os métodos mais eficientes estão inseridos na metodologia ativa.
Baixe o Mapa Conceitual da Metologia Ativa para o melhor entendimento das Metodologias Ativas.
Sala de aula invertida no apoio às práticas pedagógicas para uma aprendizagem ativa
Pode-se destacar a “sala de aula invertida” – em inglês, flipped classroom – como um método ativo bastante atual e que, inclusive, pode ser o que dominará em um futuro próximo. Sendo assim, esse método tem por objetivo substituir a maioria das aulas expositivas por conteúdos virtuais.
Ademais, nesse modelo o aluno tem acesso aos conteúdos on-line, para que o tempo em sala seja otimizado. Isso faz com que ele chegue com um conhecimento prévio e apenas tire dúvidas com os professores e interaja com os colegas para fazer projetos, resolver problemas ou analisar estudos de caso. Tal fato incentiva o interesse das turmas nas aulas, fazendo com que a classe se torne mais participativa.
Já os discentes se beneficiam com um melhor planejamento de aula e com a utilização de recursos variados, como vídeos, imagens e textos nos mais diversos formatos. Afinal, cada um tem um jeito de aprender. Dessa forma, é possível melhorar a concentração e dedicação dos alunos também nos encontros presenciais, sem que os professores se desgastem.
Leia mais: Sala de Aula Invertida: entenda o que é e conheça 4 benefícios
Ensino híbrido e metodologias ativas
O ensino híbrido (blended learning, em inglês) combina atividades com e sem o professor com o uso de tecnologia. Dessa forma, possibilita que o aluno estude sozinho, com o apoio da internet, e em sala de aula, seja em grupo ou com o professor.
Dessa forma, o ensino híbrido abre um espaço para o pensamento crítico, afinal os estudantes têm a oportunidade de compreender os assuntos de maneira mais aprofundada e, ainda, levar questões e curiosidades para os encontros presenciais.
Leia Mais: O que é e como aplicar o ensino híbrido?
Quais são as práticas de ensino-aprendizagem mais comuns nas metodologias ativas de aprendizagem?
Além das maneiras tradicionais supracitadas, pode-se destacar algumas práticas, que já são desenvolvidas em muitas instituições de ensino. Confira algumas:
1. Aprendizagem baseada em projetos
A aprendizagem baseada em projetos (ABP) – em inglês, project based learning (PBL) – tem por objetivo fazer com que os alunos adquiram conhecimento por meio da solução colaborativa de desafios.
Sendo assim, o aluno precisa se esforçar para explorar as soluções possíveis dentro de um contexto específico ― seja utilizando a tecnologia ou os diversos recursos disponíveis, o que incentiva a capacidade de desenvolver um perfil investigativo e crítico perante alguma situação.
Além disso, o professor não deve expor toda metodologia a ser trabalhada, a fim de que os alunos busquem os conhecimentos por si mesmos. Porém, é necessário que o educador dê um feedback nos projetos e mostre quais foram os erros e acertos.
Leia mais:  Aprendizagem baseada em projetos
2. Aprendizagem baseada em problemas
O método da Aprendizagem Baseada em Problemas tem como propósito tornar o aluno capaz de construir o aprendizado conceitual, procedimental e atitudinal por meio de problemas propostos que o expõe a situações motivadoras e o prepara para o mundo do trabalho.
Enquanto a aprendizagem baseada em projetos exige que os alunos coloquem a “mão na massa”, a aprendizagem baseada em problemas é focada na parte teórica da resolução de casos.
3. Estudo de caso
A prática pedagógica de Estudo de Casos tem origem no método de Aprendizagem Baseada em Problemas.
O Estudo de Caso oferece aos estudantes a oportunidade de direcionar sua própria aprendizagem, enquanto exploram seus conhecimentos em situações relativamente complexas.
São relatos de situações do mundo real, apresentadas aos estudantes com a finalidade de ensiná-los, preparando-os para a resolução de problemas reais.
4. Aprendizagementre pares ou times
A aprendizagem entre pares e times – em inglês, Peer Instruction (PI) ou team based learning (TBL) –, como o próprio nome revela, se trata da formação de equipes dentro de determinada turma para que o aprendizado seja feito em conjunto e haja compartilhamento de ideias.
Seja em um estudo de caso ou em um projeto, é possível que os alunos resolvam os desafios e trabalhem juntos, o que pode ser benéfico na busca pelo conhecimento. Afinal, com a ajuda mútua, se pode aprender e ensinar ao mesmo tempo, formando o pensamento crítico, que é construído por meio de discussões embasadas e levando em consideração opiniões divergentes.
Leia mais: O que é Peer Instruction e quais seus benefícios para a aprendizagem?
Quais são os benefícios das metodologias ativas?
Por fim, é possível destacar a existência de vários benefícios tanto para a comunidade acadêmica quanto para a instituição de ensino com a utilização das metodologias ativas. Sendo que os alunos:
· adquirem maior autonomia;
· desenvolvem confiança;
· passam a enxergar o aprendizado como algo tranquilo;
· tornam-se aptos a resolver problemas;
· tornam-se profissionais mais qualificados e valorizados;
· tornam-se protagonistas do seu aprendizado.
Para a instituição de ensino, os benefícios se mostram principalmente com:
· maior satisfação dos alunos com o ambiente da sala de aula;
· melhora da percepção dos alunos com a instituição;
· aumento do reconhecimento no mercado;
· aumento da atração, captação e retenção de alunos.
Portanto, a aplicação de metodologias ativas de aprendizagem tem um papel importante para a educação, especialmente no Brasil, onde o setor necessita de transformações substanciais.
Por isso, é preciso investir não somente em bons conteúdos, mas se faz necessário ter consciência de que aprimorar os procedimentos usados para educar é algo extremamente relevante.
1. O papel do professor mediador : O protagonismo do estudante ativo
O professor enquanto mediador do conhecimento, instiga, provoca e propicia a construção, reflexão e transformação, sem perder de vista o respeito à autonomia do estudante.
O professor assume os seguintes papéis:
· Mediador;
· Orientador;
· Estimulador;
· Apoiador.
 
O professor(a) deve assumir uma postura ativa de ensinar os estudantes, propiciando dessa forma a participação ativa e responsável destes, pois, ao mediar esse processo de conhecimento, acaba promovendo essa aplicação no cotidiano do estudante, promovendo hábitos e mudanças de comportamento e atitudes, beneficiando a si e aos outros.
Dessa forma, o estudante retêm um maior número de informações, adquirindo mais confiança em sua tomada de decisões e por conseguinte, na aplicação prática de todo o conhecimento adquirido.
Na aprendizagem baseada em problemas, os mesmos são identificados pelos estudantes que tentam através de sua observação resolvê-los.
A principal contribuição dessa metodologia é a interdisciplinaridade, uma vez que propõe ao estudante  utilizar-se das mais diferentes áreas do conhecimento.
É importante que o estudante perceba a articulação existente entre as informações trabalhadas em sala de aula e sua realidade, compreendendo assim como aplicar de maneira prática o conteúdo desenvolvido na escola. (BERGUEMAN, 2016)
Fonte:https://tecnologiasnapratica.com.br/2018/09/04/aprendizagem-baseada-em-problemas-x-problematizacao/
Na metodologia ativa, o estudante é personagem principal, sendo o maior responsável pelo processo de aprendizado. A ideia é incentivá-lo a desenvolver a capacidade de absorção de conteúdos com autonomia.
Através de estudos baseados na teoria do psiquiatra americano William Glasser, que trata sobre como as pessoas aprendem e qual a eficiência dos métodos, obteve-se a informação de que entre os vários meios utilizados para adquirir conhecimento, existem alguns que facilitam a compreensão.
Para mim uma das melhores definições para o processo de aprendizado é fornecido pela neuropsicologia, segunda a qual os seres humanos utilizam um modelo com 5 partes que são: Ebook: METODOLOGIAS ATIVAS para a educação corporativa prospecta_treinamentos prospectabr.com.br prospectabr.com.br • Sensação – O processo de aprendizado acontece primeiro quando um ou mais de nossos sentidos (de preferência todos) são acionados. Tato, audição, visão, paladar e olfato são filtros ativos e potentes na construção do conhecimento e das competências; • Percepção – O que acontece na fase da sensação passa a ser percebida de forma consciente nesta fase; • Formação de imagem – A sensação e a percepção contribuem para a construção da imagem. O cheiro de uma fruta nos remete a imagem que temos dela, assim como ao ouvirmos o som de um pássaro rapidamente imaginamos como este pode ser. • Simbolização – Nesta etapa vamos associar a imagem criada com a sensação e transformá-la em palavras. Neste momento o aprendizado está tomando corpo em nossa mente de forma que as palavras ajudam a exprimir aquilo que vemos, sentimos, ouvimos ou percebemos; • Conceituação – E por fim o cérebro realiza a segmentação daquilo que aprendemos. De forma resumida ele organiza o aprendizado em nossa mente de maneira a facilitar o acesso à informação futuramente. Esta é considerada uma das fases mais importantes de todo o processo. Se todas as demais etapas foram muito bem utilizadas, a conceituação será mais precisa e a memória ampliada. Ao analisar as 5 etapas apresentadas começamos a entender algo que é extremamente poderoso em termos de desenvolvimento de competências: Quanto melhor a fase da Sensação, com a utilização de um ou mais sentidos para aprender algo, melhor e mais rápido será o processo de aprendizado, assimilação de conteúdo e fortalecimento da memória de longo prazo (aquela na qual o que é aprendido demora bastante para cair no esquecimento). Agora fica mais fácil entender como aprendemos de verdade e construímos memória de longo prazo para determinados temas e assuntos. Treinamentos, palestras ou cursos que nos permitam acessar as sensações, sejam criativos o suficiente para nos reter a atenção e nos coloquem no centro do processo de construção do conteúdo e conceituação, serão indiscutivelmente mais marcantes e eficazes para o aprendizado.

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