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As metodologias ativas

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As metodologias ativas são caminhos para avançar no conhecimento profundo, nas competências socioemocionais e em novas práticas (COMPETÊNCIAS..., 2014).
 O papel do professor hoje é muito mais amplo e complexo. Não está centrado só em transmitir informações de uma área específica; ele é principalmente designer de roteiros personalizados e grupais de aprendizagem e orientador/mentor de projetos profissionais e de vida dos alunos. 
A aprendizagem ativa mais relevante é a relacionada à nossa vida, aos nossos projetos e expectativas. Se o estudante percebe que o que aprende o ajuda a viver melhor, de uma forma direta ou indireta, ele se envolve mais. Um eixo importante da aprendizagem é a ênfase no projeto de vida de cada aprendiz, que deve descobrir que a vida pode ser percebida como um projeto de design, com itinerários flexíveis, que podem ampliar sua percepção, seu conhecimento e suas competências para escolhas mais libertadoras e realizadoras. 
A combinação de roteiros semiestruturados e abertos, relacionando sempre o que consideramos socialmente importante (currículo) com a vida, interesses e necessidades de cada estudante é decisivo para o sucesso na educação, para sermos relevantes como docentes e como escolas. 
Algumas consequências desses princípios: 
Desenvolvimento de uma integração maior entre diferentes áreas do conhecimento – materiais, metodologias – e sua abrangência – intelectual, emocional, comportamental. 
Modelos curriculares inter e transdisciplinares mais flexíveis, com acompanhamento e avaliação contínua.
 Aumento da importância do protagonismo e participação do aluno, por meio de situações práticas, produções individuais e de grupo e sistematizações progressivas.
Inversão da forma tradicional de ensinar (depois que o aluno tem as competências básicas de ler, escrever e contar): o aluno aprende o básico sozinho, no seu ritmo, e o mais avançado por meio de atividades em grupo e com a supervisão de professores. 
Quanto mais o aluno se envolve em desafios possíveis à sua idade, melhor ele aprende. 
Formação inicial e continuada de professores em metodologias ativas, em orientação/mentoria e em tecnologias presenciais e on-line.
 Importância do compartilhamento de experiências, da orientação dos mais experientes, da aprendizagem por imersão e por “clínicas” com supervisão. 
Planejamento do ritmo das mudanças de forma mais progressiva ou radical (currículos mais flexíveis, mais integradores, menos disciplinares).
 Podemos combinar tempos e espaços individuais e grupais, presenciais e digitais, com mais ou menos supervisão. 
Aprendemos melhor quando conseguimos combinar três processos de forma equilibrada: a aprendizagem personalizada (em que cada um pode aprender o básico por si mesmo – com a aprendizagem prévia, aula invertida); a aprendizagem com diferentes grupos (aprendizagem entre pares, em redes) e a aprendizagem mediada por pessoas mais experientes (professores, orientadores, mentores). Escolas precisam ser espaços mais amplos de apoio para que todos possam evoluir, para que se sintam apoiados nas suas aspirações, motivados para perguntar, investigar, produzir, contribuir. Não podem contentar-se em ser trampolins para outros níveis de ensino (p. ex., para que os alunos passem no ENEM ou vestibular), mas realizar em cada etapa todas as possibilidades de cada um. 
As escolas que nos mostram novos caminhos estão migrando para modelos mais centrados em aprender ativamente com problemas reais, desafios relevantes, jogos, atividades e leituras, ênfase em valores, combinando tempos individuais e tempos coletivos, projetos pessoais de vida e de aprendizagem e projetos em grupo. Isso exige uma mudança de configuração do currículo, da participação dos professores, da organização das atividades didáticas, da organização dos espaços e tempos.
 Cada escola, universidade ou organização pode se encontrar mais ou menos avançada na inserção de projetos na sua proposta pedagógica. O importante é, a partir de um diagnóstico realista, propor caminhos que viabilizem mudanças de curto e longo prazo com um currículo mais adaptado às necessidades de cada aluno e ao seu projeto de vida, com metodologias ativas, modelos híbridos e tecnologias digitais.
Vertentes teóricas das metodologias ativas
Para entendermos melhor o contexto em que as teorias que embasam as metodologias ativas surgem, podemos buscar quais vertentes teóricas são essenciais para compreendermos sua gênese.
Em primeiro lugar precisamos destacar as contribuições do interacionismo. Essa teoria entende o ser humano como um ser interacional , ou seja, que se constitui a partir das relações que estabelece com outras pessoas e com o mundo.
O interacionismo quebra com a ideia de que temos habilidades e uma constituição nata, assim como faz crítica à ideia de que só aprendemos a partir de estímulo positivo ou negativo. 
A interação vai além, e estabelece uma via de mão dupla, em que nos relacionamos com o que aprendemos. O papel do professor, diante de uma perspectiva interacionista, é de facilitador, mediador e ouvinte.
Dois grandes teóricos do interacionismo, que fazem interface com a educação, são Piaget e Vygotsky. O primeiro estudou a capacidade de aprendizado, especialmente na infância e adolescência.
Piaget e a capacidade de aprendizado
Piaget estudou o raciocínio lógico-matemático, um tipo de aprendizado altamente dependente de fatores subjetivos ligados ao estudante. Essa perspectiva nos apresentou a ideia de que a simples transmissão do conhecimento não existe.
Há uma limitação na capacidade de cada ser humano em absorver conteúdos, assim como há temas de interesse diferentes para pessoas diferentes. 
Vygostky e a base social
Já para Vygotsky o entendimento dos indivíduos tem base social. Isso quer dizer que nossas interações com as pessoas ao nosso redor é o que nos ajuda a compreender instrumentos e signos, ou seja, a entender o mundo e nos desenvolver cognitivamente.
Vygotsky considera que a aprendizagem ocorre em dois níveis. O primeiro é relacionado ao conhecimento real do aluno, o segundo ao conhecimento potencial, ou seja, o que ele é capaz de aprender a partir de conhecimentos de terceiros, como o professor. 
Com isso o professor ensina baseado na capacidade e conhecimento do aluno. Ele é um incentivador de um processo contínuo de aprendizagem.  A interação social, nesse caso, era o método ativo do autor.
John Dewey e a pedagogia nova
Ainda podemos citar como “precedentes” das metodologias ativas os métodos pedagógicos como a Pedagogia Nova, de John Dewey, no século XIX.
Nesse método, o autor defendia um tratamento diferenciado para os alunos, a partir das suas diferenças individuais. Para ele, era necessário levar em consideração os contextos dos alunos e suas realidades e só então seria possível ensiná-los a aprender.
O próprio conceito de “aprender a aprender” explicita a postura ativa desse método. Para Dewey, aprender seria uma capacidade inerente ao ser humano, que deveria ser estimulada e incitada. O professor seria o responsável por direcionar esse aprendizado, permitindo que os indivíduos se adaptassem à realidade para, então, se inserirem nela. 
Para Dewey a vida e o aprendizado escolar andam lado a lado, e a educação deve ser uma forma de se manter em um processo de reconstrução da experiência. Com isso percebemos que sua premissa de compreensão da realidade do aluno vai muito além da ambientação.
O que Dewey propõe é um treinamento para a vida, desenvolvido a partir do conhecimento e da aprendizagem escolar. A participação ativa dos alunos no próprio aprendizado depende da integração aluno-conhecimento. 
William Glasser e a pirâmide de aprendizagem
Já no século XX, William Glasser, um psiquiatra e educador, desenvolveu a chamada Pirâmide da Aprendizagem. Ela buscava elucidar, de maneira clara e objetivam quanto aprendizado é possível obter a partir de determinadas atividades de ensino. Desse modo, era assim dividida:
·     10%: ler
·     20%: escrever
·     30%: observar
·     50%: ver e ouvir
·     70%: discutir·     80%: praticar
·     95%: ensinar
Os quatro primeiros itens da pirâmide fazem referência a métodos passivos de ensino-aprendizagem, o que demonstra que eles são pouco efetivos. No entanto, os quatro últimos itens se relacionam com a metodologia ativa e indicam que um aluno engajado no conteúdo tem chances muito maiores de absorvê-lo.
Por isso, embora ler os materiais e assistir às aulas sejam boas formas de assimilar determinado conteúdo, eles precisam ser alinhados a debates, aulas práticas, seminários etc. Dessa maneira, sua absorção será mais completa.
Paulo Freire e o novo método de alfabetização
Foi Paulo Freire (1996) quem, no Brasil, mais defendeu essa base de ensino. Ele afirmou que a superação de desafios e a construção de novos conhecimentos a partir de experiências prévias são essenciais para promover o aprendizado.
Para isso, criou um método de alfabetização que deveria ser “ativo, dialogal, crítico e criticizador”. Dividido em cinco etapas, esse método levava em consideração o universo vocabular do grupo com quem o professor trabalharia; elencava palavras desse universo; criava situações existenciais comuns àquele grupo e só então iniciava o processo de ensino-aprendizagem. Partindo de uma realidade “conhecida”, o processo era facilitado.
Uma vez que a filosofia das metodologias ativas parte do princípio de que os alunos devem se tornar centrais durante o processo de ensino-aprendizagem, considerar a realidade em que eles estão imersos foi revolucionário. No lugar de aprender palavras e frases que desconheciam, eles podiam se familiarizar com os conteúdos.
Hoje, as metodologias ativas no ensino superior operam, como mostramos, com diferentes modelos de educação, utilizando a experiência do aluno e diferentes recursos e técnicas para instigar, proporcionar condições para a solução de problemas e ganhar conhecimento e habilidades diversas.
Quais são os princípios das metodologias ativas?
Para compreendermos melhor como se relacionam e estruturam as metodologias ativas, podemos elencar seis princípios base:
1. Aluno no centro do processo de aprendizagem
Um dos principais pontos para o desenvolvimento de metodologias ativas é a capacidade de manter o aluno como peça central no processo de aprendizagem. É preciso superar a ideia do estudante como expectador dos conteúdos, um simples receptor. 
Para isso é preciso focar mais no aprendizado do que no ensino. Como o aluno aprende? Quais formas de incentivá-lo à busca por novos conhecimentos? Essa deve ser uma premissa de quem aplica um método ativo.
E isso é necessário porque o discente tem uma participação maior na aplicação desses métodos. Eles exigem do aluno uma série de posturas e ações para que, junto dos colegas, professores, e tutores, possa construir sua trilha de conhecimento, o que nos leva ao próximo ponto.
Colocar o aluno no centro do processo de aprendizagem o ajuda a:
· Desenvolver autonomia: ele é estimulado a buscar informação e construir o próprio conhecimento, sendo acompanhado o tempo todo pelo professor neste processo.
· Ter pensamento crítico: o estudante aprende a relacionar diferentes temas e a observar uma situação sob perspectivas diversas, o que o ajuda a construir e expor opiniões e ideias.
· Trabalhar em equipe: muitas atividades desenvolvidas a partir das metodologias ativas são grupais. Diante disso, os discentes têm a oportunidade de trabalharem em conjunto para a resolução de tarefas. Assim, conseguem complementar as ideias e perspectivas uns dos outros, desenvolvendo aspectos como liderança e relacionamento interpessoal.
Estimular a criatividade: as atividades aplicadas exigem que o aluno saia de sua zona de conforto, faça escolhas e enfrente situações de tentativa e erro. A criatividade é bastante explorada neste processo, uma vez que a resolução de problemas demanda a elaboração de diferentes possibilidades.
2. Autonomia
Esqueça a imagem de uma sala de aula em que só o professor fala e faz. Um dos princípios das metodologias ativas é fornecer autonomia para que os alunos possam desenvolver, ao máximo, seu potencial, baseados em suas percepções e ambições. 
A valorização dessa subjetividade auxilia no processo de aprendizagem, incentiva a visão crítica dos eventos e da própria vida, constrói a autoestima do profissional e sua atitude proativa em relação ao trabalho.
O engajamento do aluno é algo a ser conquistado, e com certeza seu interesse pelos assuntos que estuda é uma forma natural de incentivá-lo. Poder expressar suas ideias e pontos de vista também pode ser uma chave para desenvolver a capacidade de debate e aceitação de outras perspectivas.  
Neste contexto o professor atua motivando os alunos na busca por autonomia, sendo paciente com as várias formas de aprendizado e opiniões, além de oferecer bases sólidas para que eles possam construir suas percepções.
3. Reflexão sobre a realidade
As metodologias ativas propõem que os discentes sejam conduzidos a refletir sobre a realidade, além de problematizar questões relevantes ao contexto em que vivem. O hábito de instigar o pensamento é o que conduz os estudantes na busca de soluções, quando se tornam profissionais. 
A conexão do conteúdo à realidade contextual dos estudantes é necessária para que eles possam aplicar na prática o que aprenderam, com alguma dimensão do que esperar dessa interação. É impossível dissociar teoria e prática, e por isso essa é uma habilidade essencial. 
A curiosidade e a capacidade de resolver desafios coloca essa premissa das metodologias ativas em uma dimensão prática, pois é impossível construir boas resoluções sem considerar as variáveis da realidade em que está inserido. E isso pode, e deve, ser treinado nas salas de aula!
4. Trabalho em equipe
A possibilidade de estabelecer interação dentro das metodologias ativas é gigante! É possível aproveitar essa característica para desenvolver as habilidades de trabalhar em equipe nos alunos, além de dividir experiências e visões sobre o processo de aprendizado.
As conversas em sala de aula podem ser mais bem vistas a partir dessa perspectiva. Ao invés de considerar esse ambiente como um espaço do silêncio e exposição unilateral do professor, podemos vê-lo como um solo fértil para as trocas e o aprendizado de todos, inclusive do professor.
Em tempos em que o debate saudável tem dificuldade para se estabelecer na sociedade, é possível promover uma cultura de mediação a partir da convivência com o diferente.
5. Inovação
Apesar de as bases teóricas das metodologias ativas datarem de mais de três séculos atrás, a inovação está no DNA dessa prática. Se um dos pilares da metodologia trata da centralidade do aluno, é preciso que os métodos acompanhem o avanço das novas gerações.
Além de avançar, os alunos também demandam de forma diferente ao longo dos anos. A capacidade de reflexão e autocrítica na seleção e aplicação dos métodos serve para que todos possam estar na mesma página, quando o assunto é inovação. 
6. Professor como mediador
Por fim, esse último tópico reforça a importância do professor neste contexto. Seu papel de guia, dentro das metodologias ativas, garante que os outros princípios sejam plenamente contemplados nas atividades propostas.
Mas não devemos confundir esse papel com um lugar de destaque, de opiniões absolutas. Em resumo, o professor deve incentivar, mediar, tensionar e dar suporte para a relação entre alunos, e entre o estudante e o conteúdo.
A ideia de professor como mediador surgiu com o desenvolvimento da “pedagogia progressista”, a partir da década de 1970. Esta é caracterizada por uma nova relação entre docentes e alunos, de modo a contribuir com a formação de cidadãos participativos e engajados com a transformação social.
O professor, então, passa a ter o papel de instigar o estudante a “aprender a aprender”. 
Tal conceito está inserido também na perspectiva da escola cidadã, idealizada por Paulo Freire, em que o educador deixa de ter um caráter estático e passa a exercer um papel significativo para o estudante.
ALGUMAS TÉCNICAS PARA A APRENDIZAGEM ATIVAA diversidade de técnicas pode ser útil, se bem equilibrada e adaptada entre o individual e o coletivo. Cada abordagem – problemas, projetos, design, jogos, narrativas – tem importância, mas não pode ser superdimensionada como única. A analogia de um cardápio alimentar pode ser ilustrativa. Uma alimentação saudável pode ser conseguida a partir de uma receita básica única. Porém, se todos os dias repetimos o mesmo menu, torna-se insuportável. A variedade e combinação dos ingredientes são componentes fundamentais do sucesso de um bom projeto alimentar, assim como do educacional. É possível, com os mesmos ingredientes, desenvolver pratos com sabores diferentes. Na educação formal, há muitas combinações possíveis, com variações imensas na aplicação e resultados, que vamos experimentando de forma dinâmica e constante, reavaliando-as e reinventando-as de acordo com a conveniência para obter os resultados desejados.
Inverter a forma de ensinar 
No ensino convencional, os professores procuram garantir que todos os alunos aprendam o mínimo esperado. Para isso, explicam os conceitos básicos e, então, pedem que os alunos estudem e aprofundem esses conceitos por meio de leituras e atividades. Hoje, depois que os estudantes desenvolvem o domínio básico de leitura e escrita nos primeiros anos do ensino fundamental, podemos inverter o processo: as informações básicas sobre um tema ou problema podem ser pesquisadas pelo aluno para iniciarse no assunto, partindo dos conhecimentos prévios e ampliando-os com referências dadas pelo professor (curadoria) e com as que o aluno descobre nas inúmeras oportunidades informativas de que dispõe. O aluno então pode compartilhar sua compreensão dessetema com os colegas e o professor, em níveis de interação e ampliação progressivos, com participações em dinâmicas grupais, projetos, discussões e sínteses, em momentos posteriores que podem ser híbridos, presenciais e on-line, combinados. A aula invertida tem sido vista de uma forma reducionista como assistir vídeos antes e realizar atividades presenciais depois. Essa é uma das formas de inversão. O aluno pode partir de pesquisas, projetos e produções para iniciar-se em um assunto e, a seguir, aprofundar seu conhecimento e competências com atividades supervisionadas. Porém, a inversão tem um alcance maior quando é combinada com algumas dimensões da personalização/individualização, como a autonomia e a flexibilização. Uma parte do processo de aprendizagem é do aluno e pode acontecer tanto antes de um encontro coletivo em sala de aula (aula invertida) quanto nesse espaço (roteiros individuais em ritmos diferentes para cada um) e em atividades pós aula. A aula invertida é uma estratégia ativa e um modelo híbrido, que otimiza o tempo da aprendizagem e do professor. O conhecimento básico fica a cargo do aluno – com curadoria do professor – e os estágios mais avançados têm interferência do professor e também um forte componente grupal. Bergmann e Sams (2016) foram os primeiros divulgadores de algumas técnicas da aula invertida, principalmente utilizando o vídeo como material para estudo prévio, com a vantagem de que cada aluno pode assisti-lo no seu ritmo, quantas vezes precisar e solicitando, se necessário, a colaboração dos pais ou colegas. Depois o professor pode orientar atividades de acordo com a situação de cada aluno e suas necessidades específicas. Há materiais disponíveis sobre qualquer assunto, recursos que o aluno pode percorrer por ele mesmo, no ritmo que for mais adequado. O docente propõe o estudo de determinado tema e o aluno procura as informações básicas na internet, assiste a vídeose animações e lê os textos que estão disponíveis na web ou na biblioteca da escola. O passo seguinte é fazer uma avaliação pedindo que a turma responda a três ou quatro questões sobre o assunto, para diagnosticar o que foi aprendido e os pontos nos quais necessita de ajuda. Em sala de aula, o professor orienta aqueles que ainda não adquiriram o básico para que possam avançar. Ao mesmo tempo, oferece problemas mais complexos a quem já domina o essencial, e, assim, os estudantes vão aplicando os conhecimentos e relacionando-os com a realidade. Um modelo um pouco mais complexo é partir diretamente de desafios, o que pode ocorrer dentro de uma só disciplina ou em várias. Três ou quatro professores que trabalhem com a mesma turma podem propor um problema interessante cuja resolução envolva diversas áreas do conhecimento. É importante que os projetos estejam ligados à vida dos alunos, às suas motivações profundas, e que o professor saiba gerenciar essas atividades, envolvendo-os, negociando com eles as melhores formas de realizar o projeto, valorizando cada etapa e principalmente a apresentação e a publicação em um lugar visível do ambiente virtual, para além do grupo e da classe. Pesquisas sobre formas diferentes de aula invertida mostraram que quando se começa com atividades, projetos e experimentação o avanço é maior do que começando por materiais prontos (textos, vídeos) (BLIKSTEIN apud FONSECA; GOMES, 2013). O importante para inverter a sala de aula é engajar os alunos em questionamentos e resolução de problemas, revendo, ampliando e aplicando o que foi aprendido on-line com atividades bem planejadas e fornecendo-lhes feedback imediatamente. 8 Há muitas formas de inverter o processo de aprendizagem. Pode-se começar por projetos, pesquisa, leituras prévias e produções dos alunos e depois promover aprofundamentos em classe com a orientação do professor. O curso Ensino híbrido, personalização e tecnologia oferece vídeos e materiais feitos por professores brasileiros e norte-americanos sobre os diversos aspectos do ensino híbrido, na visão do professor, do aluno, do currículo, da tecnologia, da avaliação e da gestão, além de abordar a mudança de cultura. Vale a pena ler o livro sobre o mesmo tema, Ensino híbrido: personalização e tecnologia na educação (BACICH; TANZI NETO; TREVISANI, 2015). O articulador das etapas individuais e grupais é o docente, com sua capacidade de acompanhar, mediar, analisar os processos, resultados, lacunas e necessidades a partir dos percursos realizados pelos alunos individualmente e em grupo. Esse novo papel do professor é mais complexo do que o anterior de transmitir informações. Precisa de uma preparação em competências mais amplas, além do conhecimento do conteúdo, como saber adaptarse ao grupo e a cada aluno, planejar, acompanhar e avaliar atividades significativas e diferentes. É possível fazer isso com tecnologias simples, incentivando que os alunos contem histórias e trabalhem com situações reais, que integrem alguns dos jogos do cotidiano. Se mudarmos a mentalidade dos docentes para serem mediadores, eles poderão utilizar os recursos próximos, os que estão no celular, como uma câmera para ilustrar ou um programa gratuito para juntar as imagens e contar, com elas, histórias interessantes. Há algumas condições para o sucesso da aula invertida: a mudança cultural de professores, alunos e pais para aceitar a nova proposta; a escolha de bons materiais, vídeos e atividades para uma aprendizagem preliminar; e um bom acompanhamento do ritmo de cada aluno, para desenhar as técnicas mais adequadas nos momentos presenciais. A combinação de aprendizagem por desafios, problemas reais e jogos com a aula invertida é muito importante para que os alunos aprendam fazendo, aprendam juntos e aprendam, também, no seu próprio ritmo. Os jogos e as aulas roteirizadas com a linguagem de jogos – a chamada gamificação – estão cada vez mais presentes no cotidiano escolar e são importantes caminhos de aprendizagem para gerações acostumadas a jogar.
Aprendizagem baseada em investigação e em problemas
 Um dos caminhos mais interessantes de aprendizagem ativa é por meio da aprendizagem baseada na investigação (ABIn). Nessa modalidade, os estudantes, sob orientação dos professores, desenvolvem a habilidade de levantar questões e problemas e buscam – individualmente e em grupo e utilizando métodos indutivos e dedutivos – interpretações coerentese soluções possíveis (BONWELL; EISON, 1991). Isso envolve pesquisar, avaliar situações e pontos de vista diferentes, fazer escolhas, assumir riscos, aprender pela descoberta e caminhar do simples para o complexo. Os desafios bem planejados contribuem para mobilizar as competências desejadas, sejam intelectuais, emocionais, pessoais ou comunicacionais. Nas etapas de formação, os alunos precisam do acompanhamento de profissionais experientes para ajudá-los a tornar conscientes alguns processos, a estabelecer conexões não percebidas, a superar etapas mais rapidamente, a confrontar novas possibilidades.
A aprendizagem baseada em problemas (PBL, do inglês problem-based learning, ou ABProb, como é conhecida atualmente no Brasil) surgiu na década de 1960 na McMaster University, no Canadá, e na Maastricht University, na Holanda, inicialmente aplicada em escolas de medicina. A ABProb/PBL tem sido utilizada em várias outras áreas do conhecimento, como administração, arquitetura, engenharias e computação, também com um foco mais específico que é a aprendizagem baseada em projetos (ABP ou PBL). O foco na aprendizagem baseada em problemas é a pesquisa de diversas causas possíveis para um problema (p. ex., a inflamação de um joelho), enquanto na aprendizagem baseada em projetos procura-se uma solução específica (construir uma ponte).
Na prática, há grande inter-relação e, por isso, é frequente o usodas siglas como sinônimos. A PBL tem como inspiração os princípios da escola ativa, do método científico, de um ensino integrado e integrador dos conteúdos, dos ciclos de estudo e das diferentes áreas envolvidas, em que os alunos aprendem a aprender e preparam-se para resolver problemas relativos às suas futuras profissões. A aprendizagem baseada em problemas, de forma mais ampla, propõe uma matriz não disciplinar ou transdisciplinar, organizada por temas, competências e problemas diferentes, em níveis de complexidade crescentes, que os alunos deverão compreender e equacionar com atividades individuais e em grupo. Cada um dos temas de estudo é transformado em um problema a ser discutido em um grupo tutorial que funciona como apoio para os estudos (VIGNOCHI et al., 2009). 
As fases da PBL na Harvard Medical School são:
· Fase I: Identificação do(s) problema(s) – formulação de hipóteses – solicitação de dados adicionais – identificação de temas de aprendizagem – elaboração do cronograma de aprendizagem – estudo independente. 
· Fase II: Retorno ao problema – crítica e aplicação das novas informações – solicitação de dados adicionais – redefinição do problema – reformulação de hipóteses – identificação de novos temas de aprendizagem – anotação das fontes. 
· Fase III: Retorno ao processo – síntese da aprendizagem – avaliação (WETZEL, 1994).
Aprendizagem baseada em projetos 
É uma metodologia de aprendizagem em que os alunos se envolvem com tarefas e desafios para resolver um problema ou desenvolver um projeto que tenha ligação com a sua vida fora da sala de aula. No processo, eles lidam com questões interdisciplinares, tomam decisões e agem sozinhos e em equipe. Por meio dos projetos, são trabalhadas também suas habilidades de pensamento crítico e criativo e a percepção de que existem várias maneiras de se realizar uma tarefa, competências tidas como necessárias para o século XXI. Os alunos são avaliados de acordo com o desempenho durante as atividades e na entrega dos projetos. Os projetos de aprendizagem também preveem paradas para reflexão, feedback, autoavaliação e avaliação de pares, discussão com outros grupos e atividades para “melhoria de ideias”. Diferentemente de uma sequência didática, em um projeto de aprendizagem há preocupação em gerar um produto. Porém, esse produto não precisa ser um objeto concreto. Pode ser uma ideia, uma campanha, uma teoria, etc. A grande vantagem de gerar esse produto é criar oportunidades para o aluno aplicar o que está aprendendo e também desenvolver algumas habilidades e competências (SÃO PAULO, 2013). Essa abordagem adota o princípio da aprendizagem colaborativa, baseada no trabalho coletivo. Buscam-se problemas extraídos da realidade a partir da observação realizada pelos alunos dentro de uma comunidade. Ou seja, os alunos identificam os problemas e buscam soluções para resolvê-los.
De acordo com o Buck Institute for Education (2008), os projetos que se apresentam como efetivos têm os seguintes atributos:
1. Reconhecem o impulso para aprender, intrínseco dos alunos. 
2. Envolvem os alunos nos conceitos e princípios centrais de uma disciplina.
 3. Destacam questões provocativas. 
4. Requerem a utilização de ferramentas e habilidades essenciais, incluindo tecnologia para aprendizagem, autogestão e gestão do projeto.
5. Especificam produtos que resolvem problemas. 
6. Incluem múltiplos produtos que permitem feedback.
7. Utilizam avaliações baseadas em desempenho.
8. Estimulam alguma forma de cooperação.
São vários os modelos de implementação da metodologia de projetos, que variam de projetos de curta duração (uma ou duas semanas), restritos ao âmbito da sala de aula e baseados em um assunto específico, até projetos de soluções mais complexas, que envolvem temas transversais e demandam a colaboração interdisciplinar, com duração mais longa (semestral ou anual). 
Os principais modelos são:
1. Exercício-projeto, quando o projeto é aplicado no âmbito de uma única disciplina. 
2. Componente-projeto, quando o projeto é desenvolvido de modo independente das disciplinas, apresentando-se como uma atividade acadêmica não articulada com nenhuma disciplina específica. 
3. Abordagem-projeto, quando o projeto se apresenta como uma atividade interdisciplinar, ou seja, como elo entre duas ou mais disciplinas. 
4. Currículo-projeto, quando não mais é possível identificar uma estrutura formada por disciplinas, pois todas elas se dissolvem e seus conteúdos passam a estar a serviço do projeto, e vice-versa.
Os projetos também podem ser classificados em função do seu objetivo: de explicar algo que já se conhece (projeto pedagógico), de pesquisar uma nova solução (científico) ou de construir um novo produto ou processo (criativo):
Projeto construtivo: quando a finalidade é construir algo novo, criativo, no processo e/ou no resultado. 
Projeto investigativo: quando o foco é pesquisar uma questão ou situação, utilizando técnicas de pesquisa científica. 
Projeto explicativo: quando procura responder a questões do tipo: “Como funciona? Para que serve? Como foi construído?”. Esse tipo de projeto busca explicar, ilustrar, revelar os princípios científicos de funcionamento de objetos, mecanismos ou sistemas, por exemplo. Uma das formas mais interessantes de desenvolver projetos de investigação e de criação é por meio do design. O design thinking é uma metodologia de projetos centrados nas necessidades do usuário com uma visão multidisciplinar, buscando, testando e implementando soluções a partir de uma intensa colaboração. 
Os projetos bem elaborados contribuem para o desenvolvimento de competências cognitivas e socioemocionais, pois mobilizam habilidades em todas as etapas e atividades, desde o planejamento até à finalização, por meio de diversas atividades:
Atividades para motivação e contextualização: os alunos precisam querer fazer o projeto, se envolver emocionalmente, achar que dão conta do recado caso se esforcem, etc. 
Atividades de brainstorming : espaço para a criatividade, para dar ideias, ouvir os outros, escolher o que e como produzir, saber argumentar e convencer.
 Atividades de organização: divisão de tarefas e responsabilidades, escolha de recursos que serão utilizados na produção e nos registros, elaboração de planejamento.
 Atividades de registro e reflexão: autoavaliação, avaliação dos colegas, reflexão sobre qualidade dos produtos e processos, identificação de necessidade de mudanças de rota. 
Atividades de melhoria de ideias: pesquisa, análise de ideias de outros grupos, incorporação de boas ideias e práticas. 
Atividades de produção: aplicação do que os alunos estão aprendendo para geraros produtos.
Atividades de apresentação e/ ou publicação do que foi gerado: com celebração e avaliação final.
Aprendizagem por histórias e jogos
 Desde sempre, uma das formas mais eficientes de aprendizagem é a que acontece por meio de histórias contadas (narrativas) e histórias em ação (histórias vividas e compartilhadas). Contar, criar e compartilhar histórias é hoje muito fácil. Podemos fazer isso a partir de livros, da internet, de qualquer dispositivo móvel. Crianças e jovens conseguem e gostam de produzir vídeos e animações e postá-los imediatamente na rede. Existem aplicativos fáceis de edição nos smartphones. As narrativas são elementos poderosos de motivação e produção de conhecimento. É importante utilizar narrativas, histórias, simulações, imersões e contos de fantasia sempre que possível, com ou sem recursos tecnológicos (p. ex., tribunal de júri). Os jogos e as aulas roteirizadas com a linguagem de jogos (gamificação) estão cada vez mais presentes na escola e são estratégias importantes de encantamento e motivação para uma aprendizagem mais rápida e próxima da vida real. Os jogos mais interessantes para a educação ajudam os estudantes a enfrentar desafios, fases, dificuldades, a lidar com fracassos e correr riscos com segurança. Jogos de construção aberta como o Minecraft são excelentes para despertar a criatividade, a fantasia e a curiosidade (MURTA; VALADARES; MORAES FILHO, 2015). Plataformas adaptativas, como a Duolingo, são atraentes porque utilizam todos os recursos de atratividade para quem quer aprender: cada aluno pode escolher o ritmo, ver o avanço dos colegas e ganhar recompensas. Na versão educacional, os docentes podem acompanhar o desempenho dos alunos e propor atividades para as diversas fases da aprendizagem, incluindo a avaliação. 11 Para gerações acostumadas a jogar, a linguagem de desafios, recompensas, de competição e cooperação é atraente e fácil de perceber. Jogos individuais ou para muitos jogadores, de competição, colaboração ou de estratégia, com etapas e habilidades bem definidas, tornam-se cada vez mais presentes nas diversas áreas de conhecimento e níveis de ensino. Um dos programas mais utilizados para aprender por meio de programação lúdica é o Scratch. Foi desenvolvido por Michel Resnick no Massachusetts Institute of Technology (MIT) com o objetivo de incentivar a aprendizagem da programação de forma intuitiva por meio da montagem dos blocos de comandos. Permite a busca de soluções de problemas por meio da criação de jogos, animações e também histórias interativas (BRESSAN; AMARAL, 2015).
Qual é o papel do professor na metodologia ativa?
Para que seja possível chegar aos benefícios das metodologias ativas, é importante que docentes e discentes estejam conscientes dos seus papéis. Afinal, serão eles os principais atores dessas metodologias.
Um grande equívoco sobre o seu uso é pensar que o professor perde a sua função ao encorajar a independência dos alunos. Seu papel nunca será substituído pela tecnologia ou perderá sua razão de existir, ainda que outras ferramentas passem a integrar a sala de aula. Afinal, como já dissemos, ele não se torna uma figura obsoleta.
É muito claro que a posição desse profissional se dá pelo seu vasto domínio e experiência sobre o tema que leciona. E isso não inclui apenas um excesso de conteúdo, mas também a didática necessária para a sua transmissão.
O educador continua sendo fundamental no processo de ensino-aprendizagem. A diferença está na sua atuação, já que ele deixa de ser o único detentor do conhecimento para se tornar um facilitador. 
Assim, sua função é atuar como um mediador, para estimular a interação e ajudar nas dificuldades dos estudantes.
Ao mesmo tempo, o professor deve avaliar sua concepção pedagógica e verificar se sua postura metodológica caminha para uma aprendizagem significativa. Afinal, uma vez que ele é o responsável por “guiar” o processo de ensino-aprendizagem, recai sobre ele a função de relacionar os conteúdos à realidade dos estudantes.
Como implementar metodologias ativas na escola
1. Invistir no treinamento de docentes
Sabemos que nas metodologias ativas os estudantes são os protagonistas. Mas isso não significa que o professor não mantenha seu papel essencial em aula!
São os docentes os grandes responsáveis pela implementação correta das metodologias ativas no ensino superior. Por isso, a sua IES deve preparar os professores para aplicarem os novos modelos de ensino.
Oferecer suporte para atendimento de dúvidas também é essencial! Seja para resolver questões sobre o uso das tecnologias quanto para tornar a aplicação das atividades e a relação interpessoal com os alunos mais proveitosa.
2. Aplicar novos formatos de avaliação
Com a aplicação das metodologias ativas no ensino superior, as dinâmicas e relações entre professores e alunos também são alteradas. Consequentemente, o processo avaliativo também é amplamente modificado.
No lugar de provas classificatórias e eliminatórias, a avaliação deve ser pensada dentro das novas dinâmicas de ensino. Nesse novo contexto, as avaliações atuam como um processo de colaboração para a construção coletiva do aprendizado ativo.
Diante desse novo olhar, as formas avaliativas também podem ser repensadas. Mais do que provas e trabalhos tradicionais, é possível inovar e apostar em modelos criativos, seminários, debates etc., que estimulam o pensamento crítico e a participação dos alunos. Dessa maneira, o conteúdo é melhor absorvido e aplicado, e outras habilidades são desenvolvidas.
3. Estimular a troca de feedbacks
Outro ponto relevante é a necessidade de construir modelos de feedbacks efetivos entre alunos e professores. Esse tipo de troca incentiva os alunos a desenvolverem os próprios objetivos acadêmicos e os professores a pensarem as aulas de modo mais assertivo.
Além disso, os feedbacks são ótimas ferramentas para avaliar quais metodologias estão funcionando e quais podem ser repensadas. A partir delas, é possível identificar as maiores dificuldades e contribuições dos métodos de ensino, e o seu efeito, positivo ou negativo, para aquele grupo de pessoas.
Nesse sentido, também é interessante que a IES estruture uma equipe de apoio ao professor, com constantes trocas de experiência, a fim de se evitar falhas que venham a prejudicar o andamento das atividades.
A equipe pode incluir secretariado, assistentes de coordenação e até mesmo outros docentes para dividir a tutoria dos alunos.
4. Buscar por novas tecnologias
Como já citamos, o uso de metodologias ativas no ensino superior está relacionado diretamente ao uso de tecnologias de comunicação e informação. Assim sendo, a aplicação desses métodos não fica restrito ao uso presencial, podendo também ser utilizado no ensino online.
Atualmente, os processos comunicacionais e educacionais exigem uma forte base tecnológica Plataformas online e canais de mensagem, por exemplo, são amplamente utilizados para garantir a interação com todos os estudantes, individualmente e em grupo.
Por isso, a tecnologia pode ser encarada como forma de enriquecer os processos de troca e aprendizado. Afinal, além das ferramentas à disposição dos professores e alunos, existe a liberdade de incrementar as descobertas por meio da utilização de formatos multimídia diversos.
E nesse contexto, a utilização de soluções para o desenvolvimento de conteúdos pedagógicos é uma saída interessante para garantir maior engajamento dos alunos e aplicar as metodologias ativas no ensino superior.
Como muitos desses métodos demandam modalidades ou ferramentas de ensino online, é importante que a IES trabalhe com instrumentos que permitam esse tipo de interação. Afinal, a tecnologia se torna, cada dia mais, uma importante aliada das instituições de ensino, contribuindo não apenas para as metodologias ativas, mas para a inclusão social, para a diversificação da sala de aula e para a qualidade de vida dos professores.
5. Apostar em espaços alternativos para a sala de aula
Com as metodologias ativas no ensino superior, a relação entre professor, aluno e instituiçãoé modificada. Isso implica em formas variadas de pensar o ensino, mas também o espaço onde ele ocorre. 
Já falamos sobre metodologias que levam em consideração o aprendizado prático. Por isso, é importante considerar lugares alternativos para a sala de aula. Eles podem ser laboratórios ou ginásios, mais comuns para atividades práticas, mas também jardins, corredores, salas de artes, bibliotecas etc. 
Além disso, é sempre uma boa ideia permitir que as turmas conheçam outros espaços de trabalho, seja em aulas de campo, como já indicamos, seja no próprio dia a dia. Dessa maneira, o aluno é estimulado por outros elementos e outras pessoas, e instigado a participar mais ativamente do processo de aprendizagem.
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