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Catarina Fagundes Moreira - P5 - UNIT ENCEFALITE VIRAL CONCEITO -Inflamação difusa ou focal do parênquima do cérebro (não nas leptomeninges) -Manifestação mais grave no sistema nervoso central EPIDEMIOLOGIA -7 em 100.000 por ano -A epidemiologia de cada vírus responsável pela infecção do sistema nervoso central é única no que diz respeito aos pacientes que estão em maior risco, à distribuição geográfica e à ocorrência sazonal -Mais frequentes no primeiro ano de vida -A maioria dos casos de encefalite por HSV é devida ao HSV-1 e cerca de 10% por HSV-2 (este último ocorre tipicamente em indivíduos imunodeprimidos e neonatos em quem surge infecção disseminada) -Predomina nos idosos, crianças e pacientes imunossuprimidos -A vacinação antiviral de rotina contribuiu para o decréscimo da incidência ETIOLOGIA -Herpes, arbovírus e enterovírus -Variedade de vírus (herpesvírus e alguns arbovírus) -Protozoários, tais como Toxoplasma gondii -Bactérias, como a Listeria monocytogenes e Mycobacterium tuberculosis -Para o HIV, que infecta o cérebro mas sem causar inflamação, não se emprega o termo encefalite -Pode também ocorrer como um fenômeno imunomediado (na encefalomielite disseminada aguda (ADEM) e na encefalite límbica paraneoplásica) -Brasil: a dengue como principal causa (47%), seguida pelo HSV‑1 (17,6%), CMV e enterovírus (5.8%) -Não sazonais: HSV-1 e HSV-2 -Sazonais: verão e outono (arbovírus - transmitidos por artrópodes) vírus do Oeste do Nilo vírus da Dengue -Sazonal - transmitidos por não artrópodes: Verão e outono: enterovírus Catarina Fagundes Moreira - P5 - UNIT Inverno: Influenza -Pctes imunossuprimidos: HIV, varicela-zoster, citomegalovírus (CMV). -Causas incomuns: raiva, caxumba, sarampo, adenovírus, herpes B, rubéola FISIOPATOLOGIA -Entrada do vírus: membranas mucosas do trato respiratório, gastrointestinal, geniturinário, conjuntiva ocular e sangue -Disseminação hematogênica (arboviroses) ou neural (herpesvírus - atravessando as junções da barreira hematoencefálica, via plexo coroide, ou por diapedese) -Neurotropismo viral se manifesta pela infecção de neurônios (p. ex., Herpes simplex e raiva), neuroglia (herpes simplex, JC‑vírus – vírus da leucoencefalopatia multifocal progressiva), micróglia (p. ex., herpes simples, HIV) e pia‑aracnoide/ epêndima (p. ex., caxumba, herpes simples) -Vírus atinge o espaço subaracnoide através do plexo coroide, dispersando‑se no líquido cefalorraquiano, e entrando em contacto com as células meníngeas e ependimárias -Herpes simples, da raiva e HIV apresentam elevada neurovirulência. QUADRO CLÍNICO -Dependem do tipo de células infectadas e de sua susceptibilidade à infecção -Pródromo de febre, cefaleia, mal-estar, mialgia e sintomas inespecíficos. Náuseas, vômitos, diarreia, tosse, dor de garganta e rash cutâneo podem preceder os sintomas neurológicos -Início agudo, determinando febre, alteração do nível de consciência, convulsões e/ou sinais focais neurológicos associados à infecção viral -Quadro clínico sugestivo (febre, cefaléia, rebaixamento do nível de consciência, evidência de inflamação no cérebro, tais como pleocitose no LCR ou inflamação na neuroimagem, especialmente se o agente causal for identificado) -Quadro febril agudo, surge alteração do nível de consciência, podendo evoluir de confusão mental para torpor e coma -Paresia, hiper‑reflexia profunda e sinal de Catarina Fagundes Moreira - P5 - UNIT Babinski -Cefaleia, sinais neurológicos focais e convulsões ocorrem com frequência -Distúrbios do comportamento, da personalidade, disfunção cognitiva, movimentos involuntários, ataxia, mioclonia -A área hipotálamo‑hipofisária pode ser envolvida, ocasionando hipotermia, diabetes insípido e síndrome de secreção inapropriada do hormônio antidiurético -Sinais de irritação meníngea podem estar presentes e constituem um achado não confiável em encefalite -Vírus do Nilo Ocidental pode causar encefalite do tronco cerebral e evolução precoce para o coma -Vírus do herpes simples tende a causar deficits neurológicos focais corticais, incluindo hemiparesia, afasia e convulsões -Partes límbicas do cérebro, envolvidas comumente pela encefalite por herpes simples ou pela raiva, podem levar a alterações comportamentais proeminentes no início da doença -Convulsões focais ou generalizadas são particularmente frequentes quando a encefalite afeta o hipocampo e o sistema límbico -Raiva é normalmente associada a laringospasmo, hidrofobia e depressão da consciência mediados pelo tronco cerebral -Graças ao envolvimento das células do corno anterior da medula espinal, as infecções por vírus do Nilo Ocidental, vírus da encefalite de St. Louis, poliovírus e vírus da raiva podem causar fraqueza focal ou assimétrica com arreflexia. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL -As causas tóxicas e metabólicas da encefalopatia podem ser habitualmente diferenciadas da encefalite viral pela ausência do quadro febril agudo, início insidioso, contagem normal de células no LCR e sem anormalidades focais na ressonância magnética DIAGNÓSTICO -A encefalite é um diagnóstico patológico que deveria ser feito apenas após confirmação tecidual, por autópsia ou por biópsia cerebral -O exame do líquido cefalorraquiano (LCR) Catarina Fagundes Moreira - P5 - UNIT contribui na diferenciação com outras enfermidades infecciosas do SNC, além da possibilidade da demonstração do agente etiológico: Pressão Citologia Bioquímica Métodos imunológicos Isolamento viral Detecção direta de antígenos ou partículas virais -Uma causa específica é identificada em menos de 50% dos pacientes nos Estados Unidos. Muitos vírus podem estar implicados e o teste imunológico ou a identificação de sequências de ácido nucleico (pela reação em cadeia da polimerase [PCR]) são necessários para identificar o vírus específico -Alterações no eletroencefalograma (EEG) são focais ou difusas dependendo da localização das lesões -Ressonância magnética (RM) apresenta melhor sensibilidade e representa método de imagem de escolha para o diagnóstico das encefalites -A TC e/ou RM do encéfalo podem revelar edema difuso, captação de contraste cortical e subcortical e lesão focal -Nível elevado de proteínas, glicose normal, leucócitos elevados (linfócitos) TRATAMENTO -Medidas de suporte para controle da pressão arterial e da temperatura, desobstrução de vias aéreas, monitoração cardíaca, controle da pressão intracraniana e de sintomas que ocasionalmente possam colocar o paciente em risco de vida -Aciclovir necessita ser iniciado o mais breve possível nos casos suspeitos de encefalite por HSV‑1, HSV‑2 e VZV (10mg/kg de 8/8 horas, por via intravenosa (IV) durante 14 a 21 dias) -Ganciclovir e foscarnet IV são drogas de escolha no tratamento da encefalite por CMV -A biópsia cerebral pode ainda ser Catarina Fagundes Moreira- P5 - UNIT recomendada nos casos de piora clínica em que o agente etiológico não tenha sido definido *O termo encefalite límbica se refere à encefalite do lobo temporal (e frequentemente de outras estruturas límbicas) e a rombencefalite à encefalite do tronco encefálico. Exame do LCR: •Pressão – Normal ou aumentada nas meningoencefalites. O herpes simples pode induzir um quadro de hipertensão intracraniana decorrente de cerebrite focal e edema nos lobos temporais. •Citologia – A contagem de leucócitos está geralmente entre 10 e 500 células/mm3 , com predomínio de mononucleares. Nos casos em que ocorrem sinais predominantes de irritação meníngea, a resposta celular pode ser mais elevada. Pleocitose leve (5 a 10 células/mm3 ) ou celularidade normal predomina nos pacientes com evidência de doença do parênquima sem sinais de envolvimento meníngeo, particularmente na fase inicial da doença. •Bioquímica – A proteinorraquia encontra‑se levemente aumentada (<300 mg/dL), enquanto a concentração de lactato e/ou glicose estão normais. A glicorraquia pode eventualmente estar diminuída nos casos de infecção pelos vírus da caxumba, CMV e HSV. •Métodos imunológicos – Nos primeiros 7 a 10 dias após a infecção do SNC observa‑se ausência de resposta imune intratecal. Em seguida surge síntese intratecal de anticorpos Catarina Fagundes Moreira - P5 - UNIT totais e específicos, com ou sem disfunção de barreira hematoliquórica. Cerca de 50% dos casos desenvolvem índice de IgG elevado e/ou banda oligoclonal indicando síntese intratecal de anticorpos. Esta pode persistir durante anos. A demonstração da síntese intratecal de anticorpo específico apresenta relevância diagnóstica nos casos de infecções virais do SNC, tais como sarampo, rubéola, HSV, VZV, CMV, HTLV‑I e vírus JC. •Isolamento viral – A técnica é realizada através da cultura de células, inoculação em animais e uso de ovos embrionados. Seu valor diagnóstico é limitado, considerando a demora no resultado (7 a 15 dias). Com as técnicas de isolamento viral e sorologia, a etiologia específica tem sido verificada em apenas cerca de 50% dos pacientes com encefalite aguda. •Detecção direta de antígenos ou partículas virais – A técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR) apresenta resultado rápido, sensível e específico para o diagnóstico precoce das infecções virais do SNC, sendo o método de escolha nas encefalites por HSV, VZV e enterovírus (EV), dentre outros. O PCR tem limitado o uso da biópsia cerebral e a identificação viral através de cultura. A dificuldade na determinação da acurácia do PCR no LCR está relacionada à falta de um padrão‑ouro comparativo. A quantificação viral representa método promissor para acompanhamento terapêutico e prognóstico das infecções virais do SNC. HERPES SIMPLES VÍRUS O herpes simples tipo 1 (HSV‑1) é responsável por 90% dos casos de encefalite herpética em adultos e crianças com idade superior a 2 anos. Os casos restantes decorrem da infecção pelo HSV‑2, encontrado principalmente em imunodeprimidos e em neonatos. Não há predominância sazonal, por área geográfica ou sexo. Ocorre em indivíduos imunocompetentes, sendo a maioria dos casos resultado de reativação de infecção endógena adquirida no passado. O vírus atinge o SNC por via neural, ainda não esclarecido se por via trigeminal ou olfatória. O neurotropismo viral envolve os neurônios da glia, ocasionando necrose hemorrágica principalmente nos lobos temporais. A encefalite por HSV deve ser diagnosticada e o tratamento iniciado precocemente devido a elevada morbidade e mortalidade da infecção. A encefalite por HSV caracteriza‑se por febre, convulsões, distúrbio da consciência e de comportamento. Predominam sinais focais, por vezes acompanhados de sinais meníngeos. O quadro é em geral, grave, com taxa de mortalidade atingindo 70%. Entretanto, cerca de 20% dos casos apresentam manifestações leves e atípicas tais como encefalite multifocal sem envolvimento de lobo temporal, apresentação subaguda, sintomas psiquiátricos, encefalite de tronco cerebral e mielite. O diagnóstico definitivo baseia‑se na demonstração de antígenos virais no tecido cerebral, isolamento viral ou amplificação do DNA do HSV no LCR, por técnica de PCR. Cerca de 50% da população em torno dos 15 anos e 50 a 90% dos adultos apresentam anticorpo anti‑HSV no sangue. Os títulos se elevam durante as recorrências de lesões cutâneas. Em geral, a sorologia apresenta valor limitado para o diagnóstico de encefalite por HSV, considerando a presença de anticorpos previamente adquiridos. Entretanto, Catarina Fagundes Moreira - P5 - UNIT quando a encefalite ocorre em associação à infecção primária, a detecção de anticorpo IgM no sangue periférico é um indicador de valor de infecção. As alterações do LCR são semelhantes aos achados observados nas outras infecções virais, porém pode ser normal em 5% dos casos. A síntese intratecal de anticorpos anti‑HSV é demonstrada pelos métodos de enzimaimunoensaio e imunoblotting. Este representa um teste diagnóstico retrospectivo útil, considerando que a síntese local de anticorpos ocorre após 7‑14 dias do início dos sintomas e persiste até três anos após o surgimento da encefalite aguda. A cultura de vírus para HSV no LCR e a biópsia cerebral com isolamento viral usada previamente como padrão‑ouro para diagnóstico, não são mais consideradas como procedimentos de rotina. Isolamento viral apresenta baixa sensibilidade, sendo positivo em menos de 5% dos casos de adultos. O diagnóstico precoce da infecção pelo HSV e o reconhecimento de apresentações clínicas variadas tem sido possível através das técnicas de PCR realizadas no LCR. Trata‑se de método altamente sensível (98%) e especi‑ fico (100%); já nas primeiras 48 horas após início dos sintomas, ou mesmo na primeira semana após uso do aciclovir. A detecção viral ocorre em cerca de 24h após início da doença, quando em muitas situações a RM não evidencia lesão temporal. O uso do PCR representa o padrão‑ouro para o diagnóstico de encefalite por HSV. A quantificação do DNA viral tem sido associado ao prognóstico da infecção, ou seja, níveis inferiores a 100 cópias de DNA HSV/µl de LCR representa sobrevida de 100%. A melhor estratégia para o diagnóstico e monitoração do tratamento da encefalite herpética consiste no uso combinado do PCR no LCR e avaliação da síntese intratecal de anticorpo anti‑HSV. A TC é em geral normal na fase inicial da encefalite herpética. A RM revela edema, caracterizado pela presença de sinal hiperintenso nos lobos frontais e temporais em T2 e FLAIR , captação de contraste sugestivo da quebra da barreira hematoencefálica, efeito de massa e hemorragia. As manifestações clínicas da encefalite por herpes simples geralmente começam com um pródromo febril não específico, que é acompanhado, em horas a dias, por sintomas de dor de cabeça, mal-estar, náuseas e vômitos.Nível reduzido de consciência pode ocorrer precocemente. As convulsões podem ser a primeira manifestação dessa encefalite. Os deficits neurológicos focais, tais como hemiparesia ou afasia, aparecem precocemente e podem ser confundidos com acidente vascular cerebral. Manifestações mais específicas de encefalite por herpes simples são os sintomas de alterações comportamentais associadas ao sistema límbico, tais como labilidade e inadequação comportamentais ou emocionais. A memória é afetada precocemente, se estiver preservada a consciência. À medida que a encefalite evolui, são frequentes sintomas de hipertensão intracraniana, letargia e coma. Alterações focais isoladas no contexto de encefalite clínica não são suficientes para confirmar o diagnóstico de encefalite por herpes simples. VÍRUS VARICELA-ZÓSTER É o agente etiológico da varicela, e, após infecção primária, permanece latente nos nervos cranianos e gânglios das raízes dorsais, sendo reativado nos estados de imunossupressão (AIDS, transplante, câncer, uso de imunossupressores) e nos idosos, causando zoster. Na varicela ocorre um exantema generalizado, enquanto no herpes zoster, o exantema é restrito a um ou mais dermátomos sensitivos. As manifestações neurológicas da infecção pelo VZV incluem quadros de neuralgia pós‑herpética, paralisia de nervos cranianos, mielite, encefalite, ventriculite e meningite. A encefalite pelo VZV representa a forma mais Catarina Fagundes Moreira - P5 - UNIT frequente de envolvimento do SNC, acometendo pequenos ou grandes vasos cerebrais. O exantema cutâneo prévio ou concomitante, quando presente, é um indicio para o diagnóstico. A sorologia pode representar a única abordagem possível para o diagnóstico de doença neurológica, embora não seja o método de escolha. Na VZV primária ocorre soroconversão de IgG ou surgimento de anticorpo anti‑IgM para VZV no sangue. Em geral os níveis de anticorpos não apresentam ascensão posterior. O exame do LCR mostra pleocitose linfocítica com variação de 0 a 2000 células/mm3 , em geral inferior a 100 células/ mm3 . A síntese intratecal de anticorpos para VZV ocorre após cinco dias do início dos sintomas neurológicos. As culturas virais apresentam baixa sensibilidade, uma vez que o VZV é raramente isolado e apenas nas fases iniciais da doença neurológica. A demonstração do DNA viral por técnica de PCR no LCR permite o diagnóstico de encefalite por VZV, mesmo na ausência do rash cutâneo. A técnica apresenta elevada especificidade (100%), porém sua sensibilidade ainda possui limitações (29 a 100%). A verificação do genoma viral no LCR contribui para a instituição precoce do tratamento com aciclovir. Como para o diagnóstico de encefalite p/ HSV, a identificação do DNA viral por PCR no LCR e avaliação da produção intratecal de anticorpos contra o VZV, combinados, representam a melhor estratégia. CITOMEGALOVÍRUS DENGUE ENTEROVÍRUS https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4178748/mod_resource/content/1/Encefalite%20Vir al.pdf No Brasil várias doenças cuja principal manifestação é a encefalite, ou nas quais esta pode ocorrer durante a evolução, são de notificação compulsória. São elas raiva, AIDS, dengue, poliomielite e febre do Nilo Ocidental, além de surtos ou agregação de casos ou óbitos. A raiva é endêmica no país, atinge as regiões brasileiras de forma variável e há ocorrência de formas epizoóticas. De 1980 a 2003 a região Nordeste respondeu por mais de 50% dos casos notificados, seguida pelas regiões Norte (17,5%), Sudeste (10,8%), Centro- Oeste (10,4%) e Sul (0,4%). Desde 1987 não há registro de casos nos estados do Sul. De 1991 a 2003 cães e gatos foram responsáveis por 80% dos casos humanos de raiva e morcegos por 10,6%. No Brasil o morcego é o principal responsável pela manutenção do ciclo silvestre da raiva, mas outros animais, como macacos, raposas, coiotes, chacais e gatos-do-mato também têm papel na transmissão. Os casos de raiva humana confirmados no Brasil foram, em 2012, em número de cinco; em 2013 também cinco casos, nenhum caso em 2014 e dois casos em 2015, sendo que na maioria dos casos a transmissão foi por cães ou gatos. A sorovacinação pós-exposição é de acesso universal no Brasil, e a vacinação pré-exposição está disponível para grupos com risco previsível de exposição ao vírus. Depois de uma mordedura de animal, são geralmente oferecidos tratamento local com imunoglobulina antirrábica e tratamento sistêmico com vacinação. A profilaxia pós-exposição à raiva inclui limpeza do local da ferida, imunização passiva com imunoglobulina e imunização ativa com vacina antirrábica. As vacinas antirrábicas para cultura celular inativada são usadas para imunização ativa, e o risco de encefalomielite disseminada aguda induzida por vacinação diminuiu acentuadamente com o uso dessas vacinas. No entanto, uma vez que já haja manifestações clínicas, não está claro se a vacinação, embora regularmente utilizada, tem qualquer papel na melhora do resultado. A terapia antiviral e uma variedade de imunoterapias como a ribavirina e o interferon-alfa têm sido tentadas no tratamento da raiva, geralmente sem sucesso. Embora um paciente tenha sobrevivido com o uso de coma terapêutico sem vacinação, relatos subsequentes de pacientes tratados de forma similar têm sido associados a resultado fatal. O tratamento é, de outro modo, de suporte e o desfecho é essencialmente sempre fatal. https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4178748/mod_resource/content/1/Encefalite%20Viral.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4178748/mod_resource/content/1/Encefalite%20Viral.pdf Catarina Fagundes Moreira - P5 - UNIT VERTIGEM PERIFÉRICA E CENTRAL A vertigem é a sensação que o paciente tem de estar girando em torno do ambiente, ou vice-versa. Na maioria das vezes, decorre de lesão ou disfunção unilateral do aparelho vestibular ou da porção vestibular do VIII nervo craniano. CAUSAS -Vertigem periférica: Vertigem paroxística posicional benigna (VPPB) Doença de Ménière Neuronite Vestibular ou Labirintite -Vertigem periférico: Isquemia vertebrobasilar Aura da enxaqueca basilar -Causas fisiológicas -As causas mais comuns de vertigem costumam ser as periféricas. Entretanto, é importante sempre afastar as causas centrais por serem comumente mais graves através da anamnese e exame físico, como vimos anteriormente QUADRO CLÍNICO E EXAME FÍSICO -Nistagmo -Alterações do equilíbrio -Déficit auditivo DIAGNÓSTICO TRATAMENTO -Reabilitação vestibular -A terapêutica farmacológica é mais utilizada para aliviar os episódios agudos que possuem duração de algumas horas a dias e constitui-se de anti-histamínicos, antieméticos fenotiazínicos e benzodiazepínicos Catarina Fagundes Moreira - P5 - UNIT CAUSAS PERIFÉRICAS Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB) A VertigemPosicional Paroxística Benigna (VPPB) é citada em vários estudos e revisões como a causa mais frequente de vertigem. É caracterizada por episódios breves de vertigem, com duração de uns poucos segundos, provocados por mudanças na posição da cabeça (virar-se na cama, olhar para cima, deitar ou levantar, curvar-se) e não associados a surdez ou zumbidos. Ataques mais intensos podem levar a uma sensação mais persistente de desequilíbrio, podendo durar horas e provocar até quedas. Segundo a teoria da canalolitíase, este distúrbio é provocado pelo desprendimento de otólitos, que são cristais minerais oriundos das células ciliares do utrículo, que então flutuam livremente nos canais semicirculares, sendo, na maioria das vezes, afetado o canal semicircular posterior. Quando o paciente faz movimentos rápidos com a cabeça, isto leva a uma movimentação dos cálculos com aceleração anormal da endolinfa e consequente deflecção anormal da cúpula. Pode ser secundária a traumas, infecções virais ou alterações isquêmicas ou degenerativas, mas o mais comum é que não se encontre causa específica. Geralmente é autolimitada, resolvendo-se espontaneamente em semanas ou meses, conforme os otólitos se dissolvam na endolinfa, porém pode haver recorrência, e mesmo cronificação em pacientes idosos. Catarina Fagundes Moreira - P5 - UNIT O diagnóstico é feito pela história clínica e pelo teste de Nylen-Bárány, o qual tem um valor preditivo positivo de 83% e preditivo negativo de 52% para o diagnóstico da VPPB, sendo um erro comum deixar de executálos. Vertigem Postural Fóbica (VPF) A vertigem postural fóbica (VPF) é a segunda causa de vertigem na maioria das pesquisas etiológicas da síndrome vestibular. Caracteriza-se por uma combinação de sintomas subjetivos como vertigem oscilatória, instabilidade postural e desequilíbrio que ocorrem em ataques breves, desencadeados por situações específicas, como locais movimentados, cheio de pessoa ou multidões, associada a medo de sair de casa ou cair, ansiedade, depressão, pânico e agorafobia. Sua associação com sintomas psiquiátricos e as circunstâncias em que a vertigem aparece justificam o fato de que seja considerada, por alguns autores, como uma síndrome somatoforme. A VPF pode ser primária, quando não está associada a outros distúrbios vestibulares orgânicos (periféricos ou centrais) ou secundárias, quando associada a distúrbios vestibulares orgânicos. Existem critérios para seu diagnóstico conforme Brandt et. al. (1996): 1) A vertigem e a sensação subjetiva de desequilíbrio, presentes durante a posição ortostática ou na marcha, não estão associados a alterações nos testes de equilíbrio; 2) A vertigem postural é descrita como instabilidade ou flutuação, freqüentemente em forma de ataques com duração de segundos a minutos ou, às vezes, como impressão momentânea e ilusória de perturbação do próprio corpo; 3) Os ataques de vertigem podem ser espontâneos ou estar associados a alguns estímulos como andar em pontes, escadas, locais amplos, ruas ou dirigindo um veículo. Ainda podem ser desencadeados por situações específicas como estar em lojas, restaurantes, cinema, concertos, reuniões e recepções, das quais o paciente pode sentir dificuldade em se retirar, com tendência para desenvolver condicionamento, generalização e comportamento de esquiva; 4) Ansiedade e sintomas vegetativos freqüentemente acompanham os ataques de vertigem; 5) Tipicamente o paciente apresenta traços de personalidade obsessivo-compulsiva, labilidade afetiva e depressão leve; 6) Freqüentemente, a vertigem fóbica se inicia após evento emocional estressante, doença grave ou distúrbio vestibular orgânico. Resulta de interesse destacar que a VPF, apesar de sua alta prevalência, é subdiagnosticada, no entanto seu reconhecimento seja importante, pois os pacientes, em geral, respondem muito bem a tratamento adequado com antidepressivos, benzodiazepínicos e psicoterapia, que deve incluir explicações ao paciente acerca da natureza de sua vertigem, o qual evita recorrência e incapacidade. Doença de Ménière A história da DM se caracteriza por episódios recorrentes e intensos de vertigem, acompanhados de hipoacusia, tinnitus, prostração, náuseas e vômitos, com duração variando de 10 minutos a várias horas. A descrição da tríade hipoacusia flutuante, tinnitus e vertigem recorrente é clássica e integra a síndrome de Ménière que, quando idiopática, reconhece-se como DM. Frequentemente os sintomas são precedidos por uma sensação de pressão no ouvido, zumbido progressivo ou piora na audição, que é do tipo neurossensorial. A hipoacusia melhora nas remissões, porém há uma deterioração Catarina Fagundes Moreira - P5 - UNIT progressiva da audição com o passar do tempo. Este déficit auditivo progressivo somado às crises repetidas de vertigem tem um grande impacto na vida dos pacientes, mesmo naqueles tratados, e não é incomum o aparecimento concomitante de sintomas ansiosos. É provocada por um aumento no volume circulante de endolinfa (hidropisia) dentro do labirinto membranoso, devido a um desequilíbrio entre síntese e reabsorção. Sua origem é idiopática, porém pode haver hidropisia secundária à doença de Paget, sífilis ou trauma. É mais comum entre os 30 e 60 anos, sendo na maioria das vezes unilateral. A bilateralidade ocorre em 20% a 30% dos casos. Vertigem medicamentosa Dentre os fármacos que podem ser responsáveis por quadros vertiginosos estão os aminoglicosídeos, anticonvulsivantes (fenobarbital, fenitoína, carbamazepina), furosemida, antidepressivos, anti-hipertensivos, quimioterápicos e metais pesados. O diagnóstico é sugerido quando os episódios ocorrem logo após ou durante a exposição ao agente. Nestes casos, a retirada da droga costuma resolver o problema, entretanto a lesão pode ser irreversível em alguns casos. Labirintite bacteriana Deve-se a uma extensão de um processo infeccioso prévio no ouvido médio, meninges ou mastóide, e o quadro clínico consiste em vertigem intensa, náuseas, vômitos e hipoacusia importante, além de cefaléia, dor local, hipertermia, secreção purulenta e quadro tóxico-infeccioso grave. Falência vestibular súbita Também denominada neuronite vestibular, ocorre supostamente por uma infecção viral do nervo vestibular. Trata-se da perda abrupta da função de um dos labirintos, levando a um quadro de vertigem súbita e persistente, prostração intensa, náuseas e vômitos, sendo mais comum ocorrer como um episódio único. Não costuma estar associada a zumbidos ou surdez. Costuma piorar com os movimentos da cabeça, levando o paciente a ficar imóvel e, em geral, existe uma história prévia de infecção respiratória alta aguda e a melhora ocorre em dias ou semanas. Outras causas de falência vestibular súbita são o trauma craniano, a neuropatia diabética, a obstrução da artéria terminal labiríntica e a encefalite do tronco cerebral. Vertigem por trauma cranianoDecorre da concussão do labirinto, com desaparecimento dos sintomas dentro de dias ou semanas. Pode cronificar, manifestando-se então como uma vertigem posicional episódica. Nestes casos, deve-se afastar lesão do SNC com exame clínico e de imagem adequados. Neurinoma do acústico e tumor de ângulo pontocerebelar Catarina Fagundes Moreira - P5 - UNIT O neurinoma do acústico surge, na maioria das vezes, na porção vestibular do VIII par e, de início, manifesta-se como hipoacusia e/ou tinnitus unilateral. Conforme há progressão do quadro, começam a surgir vertigem e nistagmo; pode também comprometer o V e o VII pares, levando a hipoestesia da hemiface, diminuição do reflexo corneano e paralisia facial homolaterais. Quando ocorre também ataxia ipsilateral dos membros como consequência do acometimento cerebelar, recebe o nome de tumor de ângulo pontocerebelar. Pacientes com hipoacusia neurossensorial unilateral devem ser encaminhados a um especialista para a exclusão de um neurinoma do acústico. Assinala-se que o neurinoma do acústico pode ser considerado como causa de vertigem central, pela sua sintomatologia e possível compressão do tronco cerebral com sinais de hipertensão intracraniana. CAUSAS CENTRAIS Dentre as causas centrais, as mais comuns são a isquemia vertebrobasilar e a aura da enxaqueca basilar. Nestes casos, a vertigem costuma vir acompanhada de outros sintomas de disfunção do tronco cerebral, como disartria, zumbido, perda flutuante da audição, diplopia, paresias ou parestesias bilaterais, às vezes podendo ser acompanhada de diminuição do nível de consciência. A vertigem isolada não deve ser considerada como isquemia cerebral. Na aura enxaquecosa, a vertigem costuma ser seguida de cefaléia. Os ataques isquêmicos transitórios do território vertebrobasilar podem, por vezes, ter a vertigem como único sintoma, porém episódios repetidos de vertigem não associada a outros sintomas sugerem outro diagnóstico. A vertigem também pode aparecer em acidentes vasculares isquêmicos ou hemorrágicos de cerebelo ou tronco, mas, nestes casos, costuma estar associada a outros sintomas de déficit neurológico. Entretanto, no infarto cerebelar, a vertigem e a perda severa do equilíbrio podem ser as únicas manifestações iniciais. Nos pacientes com espondilose cervical, os osteófitos podem levar a uma compressão dos forames transversos durante a extensão ou rotação forçada do pescoço, levando a uma compressão da artéria vertebral que produz episódios transitórios de vertigem e nistagmo, podendo se associar a estes sintomas outros sinais de comprometimento isquêmico do tronco cerebral, tais como diplopia, disartria, disfagia, parestesia ou déficits motores, estes últimos geralmente bilaterais. Outras causas centrais são as neoplasias, esclerose múltipla (EM) e epilepsia vestibular. Nas neoplasias irão predominar os sintomas deficitários e irritativos, além de hipertensão intracraniana expressada como cefaléia, diminuição da acuidade visual e vômitos que podem ser em jato. Já na EM, além dos sintomas vestibulares, existirão manifestações multifocais, como debilidade ou paralisia motora, alterações sensitivas, visuais e cerebelares. A vertigem por causa epiléptica é rara, sendo considerada quando se apresenta por crises breves e recorrentes, não associada a outros sintomas. Quando seguidas de generalização secundária (crises tônico-clônicas generalizadas), não há dúvida de que estamos diante da vertigem epiléptica. CAUSAS FISIOLÓGICAS A cinetose é a vertigem que ocorre em meios de transporte como carro, trem, navio ou avião, apresentando-se com náusea e mal-estar. Caracteriza-se por uma discrepância na sensação de aceleração corporal que não é confirmada pelos demais sistemas de equilíbrio e é mais comum em crianças. A vertigem das alturas é uma sensação subjetiva de Catarina Fagundes Moreira - P5 - UNIT instabilidade postural que afeta algumas pessoas em lugares altos, associada a medo de uma queda e alterações vegetativas. A vertigem fisiológica também pode ser provocada por posições da cabeça não habituais como, por exemplo, um indivíduo que estende exageradamente o pescoço ao trocar uma lâmpada. QUADRO CLÍNICO E EXAME FÍSICO A vertigem é provocada por disfunção do aparelho vestibular e se manifesta como uma ilusão de movimento, geralmente do tipo rotatório, podendo ser acompanhada de outros sintomas, como náuseas, vômitos, tinnitus e hipoacusia. É diferenciada dos demais tipos de tontura perguntando-se ao paciente se ele tem a sensação de que os objetos ou o ambiente estão girando ao seu redor (vertigem objetiva), ou se tem a sensação de a cabeça estar girando (vertigem subjetiva). Também é útil perguntar ao paciente se ocorre lateralização da marcha, e para que lado. Na vertigem periférica, a lesão se encontra no labirinto e/ou nervo vestibular, até sua entrada no núcleo vestibular. Na vertigem central, a lesão se encontra no núcleo vestibular ou nas demais projeções superiores. Para isto, devem-se esclarecer as características da vertigem, do nistagmo e as alterações do equilíbrio estático e dinâmico. A vertigem periférica pode estar associada a tinnitus e hipoacusia, e o corpo costuma pender para o lado da lesão vestibular durante a queda, com uma instabilidade que não chega a comprometer a marcha, mas com vertigem intensa, podendo ser acompanhada de prostração, sudorese, palidez, até perda breve da consciência. Na vertigem central, não há presença de hipoacusia ou tinnitus, porém pode estar associada a outros sintomas neurológicos, como ataxia, disartria, diplopia, perda de consciência, déficits focais sensitivos ou motores ou dos nervos cranianos, entre outros. A marcha está comprometida, sendo mais comum ocorrer retropulsão, apesar de a vertigem ser mais branda. Com relação ao nistagmo, nas lesões periféricas, costuma ser horizontal, rotatório ou misto, é fatigável, ou seja, costuma diminuir com o tempo, desaparece ao se fixar o olhar, não há mudança na direção do movimento durante a observação e o componente lento aponta o lado em que se encontra a lesão. Se ausente no momento da consulta, ele pode ser provocado pela manobra de Nylen-Bárány, que consiste em primeiro manter o paciente sentado na maca, com a cabeça voltada para o lado a ser pesquisado e, em seguida, fazê-lo adotar a posição de decúbito com a cabeça ligeiramente inclinada para baixo. O nistagmo provocado nesta situação, além das características mencionadas anteriormente, possui um período de latência de alguns segundos antes do surgimento dos movimentos oculares, é menos intenso ao se repetir o teste (habituação) e dura menos do que 1 minuto (nistagmo esgotável). É importante sempre alertar ao paciente que a manobra de Nylen-Bárány pode desencadear vertigem. O nistagmo de origem central pode ser sugerido pela persistência do sinal por mais de três semanas, mudança na direção dos abalos (componente rápido) com o tempo e conformea mudança na direção do olhar, nistagmo de direção diferente em cada olho (atáxico) e abalos em qualquer direção que não a horizontal. Quando provocado pela manobra de Nylen-Bárány, apresenta-se sem período de latência, acompanhado de vertigem leve e costuma durar mais do que 1 minuto; além disso, tende a se repetir com a mesma intensidade a cada vez que o teste é repetido, e não apresenta diminuição após executada a manobra (nistagmo inesgotável). O nistagmo sem vertigem pode ser considerado central. As alterações de equilíbrio estático e dinâmico constituem o terceiro sintoma integrante da síndrome vestibular e se manifesta pela alteração da marcha e outros sinais que descreveremos. Durante a exploração da marcha, o paciente pode experimentar oscilações em zigue-zague que aumentam ao fechar os olhos. Além disto, na manobra índex-índex, pode-se encontrar desvio do dedo índex do paciente no sentido oposto ao componente rápido do nistagmo. Por último, o sinal de Romberg será positivo nas lesões das vias Catarina Fagundes Moreira - P5 - UNIT vestibulares, e consiste no desvio do corpo e queda do paciente quando na posição ereta, na qual lhe solicitamos que feche os olhos. Deve-se lembrar que o Romberg positivo não ocorre apenas nas vestibulopatias, mas também nas lesões dos cordões posteriores da medula como na tabes dorsalis e na degeneração combinada subaguda, além da polineuropatia periférica. De forma paradoxal, nas lesões cerebelares, o Romberg é negativo. Devem-se avaliar também os pares cranianos e a função cerebelar (disdiadococinesia, dismetria e tremor intencional), cujas alterações sugerem uma vertigem central e representam sinais de alerta. No manejo da vertigem, procura-se na otoscopia comprometimento local do conduto auditivo e membrana timpânica, como a presença de cerúmen impactado, corpos estranhos, colesteatoma, abaulamento ou perfuração da membrana timpânica, entre outras, e a presença ou não de hipoacusia através da prova de Weber e de Rinne. Catarina Fagundes Moreira - P5 - UNIT • HIT ( Head impulse test) ou teste do impulso cefálico: ● Como é feito: solicita-se ao paciente que olhe no nariz do examinador. Faz-se um movimento rápido e horizontal da cabeça e observa-se a presença ou não de sacada compensatória, isto é, se o paciente conseguiu fixar seus olhos no examinador. ● Interpretação: se HI positivo , sinal de lesão vestibular para o lado da sacada compensatória • Nistagmo: é definido como movimento ocular composto por uma fase lenta (vestibular) e uma fase rápida (formação reticular do tronco). ● Como é feito: solicita-se ao paciente que olhe fixamente na posição neutra e observa-se se há nistagmo. Essa manobra pode ser sensibilizada solicitando ao paciente que olhe para os lados, para cima e para baixo (nistagmos semi-espontâneo); ● Interpretação: a presença de nistagmo, na maioria das vezes sugere lesão periférica. Os nistagmos vestibulares são unidirecionais, aumentam na direção da componente rápida (Lei de Alexander). • Test of skew: ● Como fazer: solicita-se ao paciente a manter os olhos abertos, na posição neutra e oclui-se os olhos alternadamente. ● Interpretação: nos casos periféricos, os olhos se mantêm na mesma posição, já nos casos centrais, pode-se ver o movimento ocular involuntário. A presença deste teste positivo está fortemente associada à presença de AVC de tronco. O HINTS bem realizado associado à história clínica do paciente apresenta uma sensibilidade maior do que a ressonância magnética nas primeiras 24-48h do início dos sintomas. https://pebmed.com.br/tag/avc/
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