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650 ARTIGO ORIGINAL DE TEMA LIVRE O ENFERMEIRO NO PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO: PAPEL PROFISSIONAL Antonio Rodrigues Ferreira Juniora José Tadeu de Oliveira Filhob Maria Eunice Nogueira Galeno Rodriguesb Rosalice Araújo de Sousa Albuquerquec Danielle d’Ávila Siqueirad Francisca Alanny Araújo Rochae Resumo O pré-natal de alto risco apresenta-se como importante processo de prevenção e tratamento de morbidade durante a gravidez. Esta pesquisa objetivou conhecer o papel do enfermeiro no atendimento ao pré-natal de alto risco realizado na atenção secundária. Para tanto, realizou-se um estudo qualitativo de caráter exploratório descritivo, desenvolvido nas policlínicas de referência de cinco regiões de saúde que compõem a macrorregião de Sobral, Ceará, Brasil. A coleta das informações ocorreu entre agosto e setembro de 2015, por meio de entrevista semiestruturada, com oito enfermeiros que trabalham na atenção secundária, onde é realizado o pré-natal de alto risco. Os resultados foram discutidos por meio da análise temática e apontaram que o enfermeiro atua timidamente no acompanhamento de gestantes na atenção secundária, embora consiga perceber que seu papel nessa assistência pode e necessita ser ampliado. A atuação desse profissional na área pode ganhar potência com o acolhimento, a educação em saúde e a consulta de enfermagem. Assim, concluiu-se que há necessidade de discussão sobre políticas públicas que possam respaldar a assistência dos enfermeiros durante o atendimento do pré-natal de alto risco na atenção secundária, buscando o desenvolvimento de condutas legalmente amparadas nos serviços de saúde que compõem a rede pública. a Enfermeiro. Doutor em Saúde Coletiva. Professor Adjunto da Universidade Estadual do Ceará. Fortaleza, Ceará, Brasil. b Enfermeiros. Especialistas em Gestão e Auditoria dos Serviços de Saúde. Fortaleza, Ceará, Brasil. c Enfermeira. Mestre em Saúde Coletiva. Professora do Centro Universitário Instituto Superior de Teologia Aplicada. Sobral, Ceará, Brasil. d Enfermeira. Mestre em Saúde Pública. Sobral, Ceará, Brasil. e Enfermeira. Mestre em Saúde da Família. Professora do Centro Universitário Instituto Superior de Teologia Aplicada. Sobral, Ceará, Brasil. Endereço para correspondência: Avenida Silas Munguba, número 1.700, Itaperi. Fortaleza, Ceará, Brasil. CEP: 60714-903. E-mail: arodrigues.junior@uece.br DOI: 10.22278/2318-2660.2017.v41.n3.a2524 Revista Baiana de Saúde Pública v. 41, n. 3, p. 650-667 jul./set. 2017 651 Palavras-chave: Enfermagem. Atenção secundária à saúde. Gravidez de alto risco. Papel profissional. THE NURSE IN HIGH-RISK PRENATAL CARE: PROFESSIONAL ROLE Abstract High-risk prenatal care is an important process for the prevention and treatment of morbidity during pregnancy. This research aimed to learn the role of nurses in high-risk prenatal care performed in secondary care. For that, a descriptive exploratory qualitative study was carried out in the reference polyclinics of five health regions that integrate the macro- region of Sobral, Ceará, Brazil. Information was collected between August and September 2015, by means of a semi-structured interview, with eight nurses working in secondary care, where the high-risk prenatal care is performed. The results were discussed by means of the thematic analysis and pointed out that the nurse acts timidly in the follow-up of pregnant women in secondary care, although it is perceptible that his or her role in this care can and does need to be expanded. The performance of this professional in the area can be potentiated with the reception, health education and nursing consultation. Thus, it was possible to conclude that there is a need for the discussion of public policies that can support the assistance of nurses during high-risk prenatal care in secondary care, seeking the development of legally supported behaviors in the health services that integrate the public network. Keywords: Nursing. Secondary health care. High-Risk pregnancy. Professional role. EL ENFERMERO EN PRENATAL DE ALTO RIESGO: ROL PROFESIONAL Resumen El prenatal de alto riesgo presentase como importante proceso de prevención y tratamiento de la morbilidad durante el embarazo. Esta investigación objetivó conocer el papel del enfermero en la atención al prenatal de alto riesgo realizada en la atención secundaria. Para ello, fue realizado un estudio cualitativo de carácter exploratorio descriptivo, desarrollado en las policlínicas de referencia de cinco regiones de salud que componen el macrorregión de Sobral, Ceará, Brasil. La recolección de las informaciones ocurrió entre agosto y septiembre de 2015, por medio de una entrevista semiestructurada, con ocho enfermeros que trabajan 652 en la atención secundaria, donde es realizado el prenatal de alto riesgo. Los resultados fueron discutidos por medio del análisis temático y señalaron que el enfermero actúa tímidamente en el acompañamiento de gestantes en la atención secundaria, aunque consiga percibir que su papel en esa asistencia puede y necesita ser ampliado. La actuación de ese profesional en el área puede ganar potencia con la acogida, la educación en salud y la consulta de enfermería. Así, concluyóse que hay necesidad de discusión sobre políticas públicas que puedan respaldar la asistencia de los enfermeros durante la atención del prenatal de alto riesgo en la atención secundaria, buscando el desarrollo de conductas legalmente amparadas en los servicios de salud que componen la red pública. Palabras clave: Enfermería. Atención secundaria de salud. Embarazo de alto riesgo. Rol profesional. INTRODUÇÃO Na segunda década do século XXI, o sistema nacional de saúde brasileiro tem sido construído com o uso do modelo de assistência à saúde integral, que se divide em três níveis de atenção específica: atenção primária, que estabelece várias ações de caráter individual ou coletivo, preconizando a promoção da saúde, prevenção de doenças, recuperação e reabilitação dos pacientes; a atenção secundária, que realiza atendimentos médicos e serviços especializados em nível hospitalar e ambulatorial, com procedimentos de média complexidade, bem como apoio diagnóstico e terapêutico, agregando atendimento de urgência e emergência1; e a atenção terciária, formada pelos serviços de alta complexidade no âmbito ambulatorial, como serviços hospitalares especializados, sendo organizada por meio de sistema de referências pelos polos macrorregionais. Esses três níveis de atenção realizam atendimentos integrados entre si, visando a uma assistência de qualidade aos usuários2. O pré-natal de alto risco geralmente é desenvolvido na atenção secundária, englobando casos mais complexos de assistência durante a gravidez, isto é, aqueles que envolvem diversos equipamentos da rede de saúde. Deve ser prioritário nos sistemas de saúde, na busca de minorar a mortalidade materna por causas passíveis de prevenção, uma realidade que ainda apresenta taxas preocupantes no mundo3. Salienta-se que ao enfermeiro é assegurado acompanhar todo o pré-natal de baixo risco, segundo a Lei de Exercício Profissional de Enfermagem4, como também a prestar assistência ao parto de baixo risco, puerpério e a criança, segundo a Portaria n. 1.459/2011, do Ministério da Saúde (MS), que institui a rede de cuidados materno e infantil, intitulada Rede Cegonha5. Revista Baiana de Saúde Pública v. 41, n. 3, p. 650-667 jul./set. 2017 653 Ressalta-se a relevância de intervenções durante o pré-natal de alto risco, pois, por meio delas, pode haver prevenção e tratamento das morbidades que afetam tanto a mãe como o feto. Ademais, o enfermeiro também orienta sobre o parto normal, amamentação e puerpério, na tentativa contínua de evitar distúrbios no processo saúde doença durante a gravidez das usuárias do sistema. A atuação dos enfermeiros obstetras nos serviços é incentivada, atualmente, pelaspolíticas nacionais de saúde, em função da compatibilidade dessa formação com as tendências contemporâneas de atenção a gestação, parto e puerpério5. Nessa perspectiva, a enfermagem obstétrica emerge como promotora mundial para o alcance dos objetivos do desenvolvimento do milênio, que visam à minoração da morbimortalidade materna e infantil, com qualificação da assistência prestada nos pontos de atenção à saúde6. Observa-se, partindo dessa premissa, que é explícita a atuação do enfermeiro na atenção primária e terciária, com realização do pré-natal e assistência ao parto. No entanto, há uma lacuna sobre esse papel no acompanhamento de gestantes de alto risco na atenção secundária, mas há consenso de que o profissional deve aproveitar suas competências como gerente, cuidador e educador para propiciar essa assistência7. Objetivou-se, com esta pesquisa, conhecer o papel do enfermeiro no atendimento ao pré-natal de alto risco realizado na atenção secundária. MÉTODOS Trata-se de um estudo exploratório descritivo, com abordagem qualitativa8, realizado nas cinco policlínicas onde há atendimento secundário em obstetrícia na macrorregião Norte do estado do Ceará, Brasil, que contempla 55 municípios. A pesquisa ocorreu em 2015, com o universo de oito enfermeiros que trabalhavam nas policlínicas. Utilizou-se, como critério de inclusão, enfermeiros que prestam assistência no pré-natal de alto risco. Já como critérios de exclusão selecionou-se enfermeiros que estejam de férias, licença e graduados há menos de um ano. Para garantir o anonimato dos participantes, os mesmos foram identificados de acordo com código alfanumérico, formado pelas letras ENF de enfermeiro, seguido por numeração arábica em ordem crescente. A coleta das informações ocorreu por meio de entrevistas individuais semiestruturadas8 ocorridas nas salas de reuniões de cada policlínica, com média de uma hora de duração. Foram norteadas por um instrumento que buscava apreender: caracterização dos participantes, papel do enfermeiro no atendimento do pré-natal de alto risco, possíveis dificuldades e desafios encontrados pelos enfermeiros ao prestar essa assistência. 654 As informações foram organizadas por meio de uma análise temática8, que enfoca a pré-análise, a exploração do material, o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação. Os resultados foram organizados em quatro categorias: Atividades desenvolvidas pelo enfermeiro no pré-natal de alto risco, Consulta de enfermagem como perspectiva de atuação do enfermeiro, Dificuldades e desafios para atuação do enfermeiro na atenção secundária, Relevância do enfermeiro no pré-natal de alto risco. O estudo foi autorizado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Integrada Metropolitana de Campinas, com o Parecer n. 1.176.463, respeitando a Resolução n. 466/12 do Conselho Nacional de Saúde9. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os participantes da pesquisa têm, em média, 26 anos de idade, menos de dez anos de atuação profissional e nenhum possui especialização em enfermagem obstétrica. Todos possuem menos de dois anos de atuação na atenção secundária em saúde. Dentre os enfermeiros há um mestre, seis especialistas em áreas distintas da enfermagem e um apenas graduado. Isso denota a importância dada por esses profissionais à continuidade da formação, considerando que a educação permanente é necessária para melhora da prática. A enfermagem brasileira é composta por 80% de técnicos e auxiliares e 20% de enfermeiros, sendo predominante feminina (85%)10. Corroborando este dado, apenas dois profissionais do sexo masculino participaram da pesquisa. Em função do aumento significativo de profissionais e por ser uma profissão em ascensão, a enfermagem requer pessoas que estejam em constante aprimoramento para melhorar suas práticas laborais. O caminho mais indicado para tal aprimoramento é por meio do conhecimento técnico-científico, visto que, ele proporciona tanto um beneficiamento das instituições de trabalho como dos pacientes que são atendidos por esses profissionais11. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELO ENFERMEIRO NO PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO Verifica-se, nos discursos dos enfermeiros, que há limitação nas atividades desenvolvidas para o cuidado obstétrico na atenção secundária. “Bem, minha função aqui no pré-natal de alto risco com a consulta inicial, quando ela chega. Pra fazer aquela primeira avaliação. E consequentemente depois disso ela vai pra consulta com o médico mesmo, com o ‘gineco’ [ginecologista].” (ENF 6). Revista Baiana de Saúde Pública v. 41, n. 3, p. 650-667 jul./set. 2017 655 O reconhecimento das atividades desenvolvidas pelos enfermeiros estimula a melhoria do atendimento, havendo novas oportunidades e desafios, bem como a autonomia dos mesmos para um reconhecimento dos usuários do serviço de saúde, seja na atenção primária, secundária ou terciária12. Salienta-se que ao enfermeiro obstetra, além das atribuições que compete ao enfermeiro generalista, cabe prestar assistência à parturiente e ao parto normal, fazendo identificação de distócias obstétrica, tomando providências até a chegada do médico, realizando episiotomia e episiorrafia com aplicação de anestesia local, caso seja necessário4. “A função que nós desempenhamos é só a realização de exame de cardiotocografia, que é o único contato que a gente tem com a gestante.” (ENF 3). “Bem, a nossa atuação do enfermeiro na atenção secundária é praticamente burocrática. A gente quase não tem a nossa atuação do enfermeiro porque aqui na clínica a gente tem muitas coisas que é de particularidade do enfermeiro, mas como a gente fica no gerenciamento de uma equipe, a gente termina por não fazer a nossa atuação.” (ENF 6). A enfermagem desenvolve atividades gerenciais, assistenciais, educativas, entre outras, mas diante desse contexto, constatou-se que geralmente o enfermeiro não participa diretamente das atividades voltadas ao pré-natal de alto risco na atenção secundária, deixando uma lacuna na assistência a essas pacientes. Os profissionais da área obstétrica possuem um desafio de adequação técnica do modelo, com investimento em métodos de conforto e cuidados, bem como o uso adequado de tecnologia disponível e desejável13. Percebeu-se que as gestantes atendidas no pré-natal de alto risco das policlínicas carecem da assistência de enfermagem, como fica evidenciado nas falas a seguir: “Pelo que a gente sabe, até onde eu sei, não sei se já tem alguma mudança, alguma lei e estou desinformada, mas pelo que eu sei o enfermeiro acompanha pré-natal de baixo risco na atenção primária.” (ENF 1). “Pela experiência que eu tive aqui, assim que eu assumi, eu vejo que ainda não tá definido ainda, não está focado, não está fechado essa questão da atuação do enfermeiro dentro da atenção secundária.” (ENF 7). 656 O papel do enfermeiro na atenção secundária não está devidamente delimitado, pois não há protocolos que normatizem as atividades. Salienta-se que há normatizações da classe profissional para a atenção obstétrica, no entanto não tratam de especificidades sobre a assistência durante o pré-natal de alto risco4. Contudo, os profissionais de saúde devem desempenhar uma assistência de qualidade e satisfatória, para estimular os usuários a buscarem melhores condições de saúde, respeitando as pessoas em suas condições econômicas, culturais, espirituais e biopsicossociais14. Dentre as diversas atribuições do enfermeiro está a atuação na educação em saúde, sendo importante que esse profissional, como educador, realize atividades por meio de grupos durante o acolhimento e nas consultas de enfermagem15. “Apesar de ser uma clínica assim que atende muitas coisas, a gente sempre procura fazer essa parte de educação em saúde e a parte de orientação. Às vezes o médico orienta, orienta tanta coisa a gestante... que ela sai... parece que não entendeu nada.” (ENF 1). “Como eu jáfalei, de fornecer orientações, acompanhar o calendário de vacinas dessas gestantes, falar sobre os sinais de trabalho de parto que eu acho que isso também é muito importante.” (ENF 7). Verificou-se, no discurso dos enfermeiros, que os momentos de educação em saúde despertam nos pacientes seu senso crítico em relação a sua saúde e a necessidade de autocuidado. Nesse sentido cabe ao profissional de saúde ter conhecimento amplo para que possa aprimorar seu cuidado no acompanhamento do pré-natal de alto risco, sabendo identificar as mudanças que irão acontecer durante esse período. Poderão, assim, orientar as gestantes de forma mais segura, na tentativa de amenizar os medos e as ansiedades relacionados a esse período16. O respeito à autonomia do outro é um imperativo ético, portanto, na construção relacional entre indivíduos, não deve haver espaço para autoritarismo. Dessa forma, o diálogo sempre dá coerência aos produtos dessas relações, respeitando as peculiaridades das pessoas e buscando convergências para um fim comum17. Revista Baiana de Saúde Pública v. 41, n. 3, p. 650-667 jul./set. 2017 657 “As orientações que a gente pode estar levando aquela gestante é com relação à educação em saúde que você vai estar lá mostrando pra elas a importância da consulta, a importância de elas estarem comparecendo a todas as consultas.” (ENF 3). Durante as etapas do ciclo gravídico-puerperal devem ser realizadas ações de educação em saúde nos grupos e na sala de espera, mas é no pré-natal que essa gestante deverá ter uma orientação de qualidade para que possa ter menos riscos de complicações18. A sala de espera é um local do serviço de saúde, sendo um espaço popular que os profissionais não utilizam constantemente, em função de divergências entre o saber oficial em saúde e o popular, especialmente no que tange as formas de ser e as maneiras de se cuidar19. Percebeu-se que nas policlínicas o enfermeiro realiza várias atividades relacionadas com a promoção da saúde por meio dos grupos de educação em saúde; nas salas de espera, durante o acolhimento; e, principalmente, nas consultas de enfermagem. No âmbito da saúde, entende-se que o acolhimento é como uma ação técnico- -assistencial, que supõe antecipadamente uma mudança na relação entre o usuário e o profissional, colocando o primeiro como participante ativo no processo de produção de saúde20. A Política Nacional de Promoção da Saúde foi implantada em 2006 e abordou principalmente a importância da autonomia dos usuários nos serviços de saúde. Nesse sentido é fundamental que os profissionais tenham um olhar ampliado para estimular e capacitar indivíduos e grupos em benefício de sua saúde21. “A gente sabe que a assistência voltada pra enfermagem é muito ampla desde o acolhimento até a alta. Se a gente detectar alguma alteração no acolhimento numa triagem, numa pressão a gente sabe que já identifica uma SHEG [Síndrome Hipertensiva Específica da Gravidez].” (ENF 4). O acolhimento é fator determinante para o acompanhamento adequado à gestação, tal como a qualidade técnica, cabendo a equipe de saúde buscar compreender os múltiplos significados da vivência da gestação para a mulher e a família dela22. No ciclo grávido-puerperal, as ações educativas devem ser desenvolvidas por uma equipe multiprofissional que tenha postura de educadores, visto que ela pode contribuir com o desenvolvimento da autoconfiança da gestante durante o processo gestatório12. Sendo assim, faz-se necessário o acompanhamento da gestante por uma equipe multidisciplinar em trabalho articulado e dinâmico, o que é explicitado nas falas seguintes: 658 “A gente poderia desenvolver uma integração multiprofissional com as outras terapias que a gente tem aqui. Porque como a gente tem acompanhamento de uma terapeuta ocupacional, de uma fisioterapeuta, de uma psicóloga, falta mais essa interação do grupo pra fazer um acompanhamento mais completo com essa gestante.” (ENF 6). A educação em saúde na gestação de alto risco é primordial e, nessa perspectiva, a enfermagem, sendo a profissão voltada para o cuidado, deve ter o intuito de repassar conhecimento científico, de maneira informal, para que elas possam compreender e realizar reflexões sobre o que foi discutido, desenvolvendo uma gestação saudável e tranquila. CONSULTA DE ENFERMAGEM COMO PERSPECTIVA DE ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO A consulta de enfermagem é importante, pois estabelece um contato direto com o paciente, tendo uma melhor compreensão da patologia ou situação de saúde que o acomete, assim podendo desenvolver uma assistência de enfermagem adequada21. Nas falas dos entrevistados foi explicitado como a consulta de enfermagem interfere diretamente no cuidado com a paciente. “A gente poderia instituir a consulta de enfermagem. Uma consulta de enfermagem vamos dizer... de alto risco, com parâmetros de olhar altura uterina, pressão, orientação e depois passaria pro médico.” (ENF2). “Tendo consultas assim que o paciente chega sem ser só os sinais vitais. Consulta mesmo da enfermagem... e depois da consulta da enfermagem a gente passaria para o profissional médico.” (ENF5). É perceptível que os enfermeiros almejam realizar consultas de enfermagem, pois teriam um vínculo maior com as gestantes e desempenhariam melhor a assistência em sua área específica. Durante a consulta de enfermagem, tem-se o momento propício para falar sobre as repercussões das doenças materno-fetais e do recém-nascido, esclarecer dúvidas, informar os resultados dos exames e, além disso, para reforçar as orientações sobre amamentação, parto, cuidados com o recém-nascido entre outras informações15. Revista Baiana de Saúde Pública v. 41, n. 3, p. 650-667 jul./set. 2017 659 Nessa perspectiva, fica explícito que a consulta é o momento oportuno para realizar educação em saúde, com o intuito de discutir com a gestante o autocuidado. “Eu acho que é o cuidado maior, um olhar mais sensível, um olhar mais holístico que é o que a gente mais preconiza... é a humanização da assistência de fato. É perceber que aquela gestante está precisando de um olhar, de uma acolhida, de uma sensibilidade maior para com ela.” (ENF 4). “Melhorar a partir do momento que essas pacientes pudessem vir pra gente. Que a gente pudesse ter esse contato com elas, de ter aquela consulta de enfermagem mesmo. Poder está levando pra ela informações, eu acho que poderia melhorar nesse sentido.” (ENF 3). Salienta-se que a consulta de enfermagem não pode ser vista como apenas um espaço clínico vinculado às normas e às rotinas, mas sim um momento de aproximação entre enfermeiro e gestante. Um momento de diálogo, ensinamentos, aprendizagem para o fortalecimento de sua autonomia durante o ciclo gravídico-puerperal23. Nesse contexto, deve ser realizada uma assistência integral com uma junção da teoria com a prática para o desenvolvimento de atendimento de qualidade. “Só melhoraria se a gente pudesse ficar só nisso. Se dedicar só nisso. O enfermeiro acaba pegando outras atribuições e muitas atribuições... e aí não se dedica tanto.” (ENF 1). “A nossa atuação, ela deve melhorar no sentido de quê? No sentido de que a gente enquanto profissional de saúde a gente possa criar mais esse vínculo multiprofissional porque muitas vezes as equipes trabalham mais unidirecional, cada um só trabalha pra sua especialidade.” (ENF 6). A realização da consulta de enfermagem tem seu aporte legal amparado na Lei n. 7.498/86, que regulamenta o exercício profissional da enfermagem, e no Decreto n. 94.406/87, que a legitima como sendo uma atividade privativa do enfermeiro4. Verifica-se que a consulta de enfermagem é uma das principais atribuições dos enfermeiros e muitas vezes os serviços de saúde não aproveitam esses profissionais de maneira adequada. 660 Durante a consulta, o enfermeiro busca incentivar as gestantes para que compareçam a todas as etapas do exame pré-natale orienta sobre as alterações fisiológicas, vacinas, alimentação, cuidados com as mamas, sinais e sintomas do parto e os cuidados com recém-nascido24. O enfermeiro possui muitas atribuições que às vezes ainda são indefinidas, no sentido de não ter um consenso da função desse profissional em alguns serviços de saúde. “Primeiro de tudo definindo o seu papel dentro do pré-natal de alto risco. Acho que primeiro de tudo é isso... definir. Depois de se definir é trazer todo esse conjunto, vê o que é de papel dele no pré-natal de alto risco e implementar também com a parte do autocuidado.” (ENF 7). “Aí não vê aquela parte de humanização, então eu acho que essa parte nossa aqui quando chega ao setor especializado ela é um pouco esquecida. Porque como cada um fica no seu setor, cada um fica nas suas obrigações aí se esquece desse envolvimento, dessa integração do grupo.” (ENF 6). Evidenciou-se que, no atendimento do pré-natal de alto risco na atenção secundária, o enfermeiro acaba realizando outras atividades e não prestando assistência à gestante de maneira satisfatória. Diante do exposto, como alternativa para aprimoramento da assistência de enfermagem, deve-se buscar a valorização da consulta desse profissional no pré-natal de alto risco, tornando possível ao enfermeiro conhecer melhor as gestantes por meio do atendimento individual, bem como otimizar sua assistência. DIFICULDADES E DESAFIOS PARA ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NA ATENÇÃO SECUNDÁRIA Durante o desempenho de suas atividades, o enfermeiro depara-se com várias dificuldades e, para diminuí-las, deve-se aumentar as possibilidades de atuação desses profissionais nos serviços de saúde, em todos os níveis de atenção, promovendo a motivação e o reconhecimento dos mesmos7. Há relatos de dificuldades no desenvolvimento das atividades laborais dos enfermeiros na atenção secundária: Revista Baiana de Saúde Pública v. 41, n. 3, p. 650-667 jul./set. 2017 661 “Existem, sim, dificuldades também. Porque na verdade eu acho que essa consulta de pré-natal de alto risco uma dessas consultas era pra ser com a gente da enfermagem e na verdade aqui na atenção secundária só acontece com o obstetra.” (ENF 3). “As dificuldades é que infelizmente a gente não tem um contato maior com as gestantes, o acompanhamento acaba sendo com a médica. Só dentro de alguns exames que é solicitado pela médica, que no caso é a cardiotocografia basal.” (ENF 4). É notório que esses profissionais desejam realizar o acompanhamento de enfermagem para que possam construir um vínculo, pois devem estar mais próximos dessas gestantes, realizando − juntamente com a equipe multiprofissional, o médico, nutricionista, fisioterapeuta, psicólogo, entre outros − o acompanhamento do pré-natal de alto risco. O enfermeiro deve formar um relacionamento humanitário, prestando uma assistência adequada à mulher, devendo ouvir suas queixas para que possa estabelecer um relacionamento interpessoal, possibilitando uma assistência que vá além de profissional- -paciente18. “A dificuldade maior aqui que eu vejo não é nem com relação ao pré-natal de alto risco, é a questão da continuidade com o parto. Não há esse segmento até o parto.” (ENF 8). Quando ocorre a desvinculação entre a assistência no pré-natal e o parto, desencadeia uma busca intensiva por procura de vagas em hospitais. Ressalta-se que a maioria das mortes maternas ocorre perto do parto, demandando intervenções que garantam uma assistência de qualidade nesse período25. Salienta-se que não ocorre uma interação entre gestante, enfermeiro e médico para o desenvolvimento de um atendimento satisfatório, como também não há a continuidade desse atendimento durante o parto. Durante a entrevista, alguns enfermeiros relataram a dificuldade de manter a gestante no pré-natal, assim como a falta de exames comuns ao primeiro trimestre da gestação. 662 “Eu ainda não tive essa experiência total com o pré-natal. O que eu posso falar em relação essas consultas é a questão mesmo dessa dificuldade... desse de manter essas gestantes nesse pré-natal.” (ENF 7). “Ela já chega aqui basicamente depois do sexto mês de gestação, então a gente já pega o caminho já andado. Muitas vezes os exames que ela devia ter feito no início da gestante não traz. A gente não sabe como é que está esse acompanhamento... até mesmo o próprio cartão do pré-natal delas, tem umas que esquecem.” (ENF 6). Os cartões das gestantes armazenam informações para facilitar a comunicação entre os profissionais que realizam assistência ao pré-natal e os que fazem o parto nas maternidades. No entanto, o cartão está sujeito à insuficiência histórica de informações pelos profissionais que prestam assistência no pré-natal, como as perdas ou os extravios ocasionados pela gestante. A ausência dessas informações sobre a saúde materno-infantil pode influenciar na qualidade da assistência pré-natal26. Assim, os profissionais de saúde devem orientar essas gestantes sobre a importância do pré-natal de alto risco, não focalizando apenas a doença que acomete, mas considerando suas peculiaridades, incentivando o comparecimento em todas as consultas com os seus respectivos exames e a caderneta da gestante. RELEVÂNCIA DO ENFERMEIRO NO PRÉ-NATAL DE ALTO RISCO O enfermeiro realiza importante papel no pré-natal na atenção básica e na terciária no que diz respeito ao atendimento ao parto, mas na atenção secundária ainda não está explícito o desenvolvimento de suas atividades frente ao pré-natal de alto risco. “O enfermeiro é importante nessa parte informativa, educativa, outra coisa que a gente faz, essa parte de regulação. Então fica mais nessa parte informativa, de apoio, de acolhimento, de educação do que mais diagnóstico, do que mais assistencial.” (ENF 1). “Importantíssima! Porque nós, mais do que ninguém, somos muito aptos a tá levando informações pra essas pacientes, tá orientando pra elas o que é um pré-natal de alto risco, porque que é pré-natal de alto risco, qual a diferença do pré- -natal de alto risco pro outro pré-natal. Eu acho que é de extrema importância, sim.” (ENF 3). Revista Baiana de Saúde Pública v. 41, n. 3, p. 650-667 jul./set. 2017 663 Estas falas evidenciam a importância do enfermeiro como educador capaz de transmitir informações e práticas de cuidado para prevenir riscos tanto para a mãe como para o bebê. O educador deve considerar as experiências vivenciadas pelo educando, considerando que o ensino é uma especificidade humana. Essa ação exige reflexão contínua sobre as práticas, disponibilidade para o diálogo e a escuta, bem como reconhecimento dos saberes do outro. Por meio desse vínculo, as possibilidades para construções coletivas positivas podem ser efetivadas17. Nessa perspectiva sobre educação em saúde, o enfermeiro deve transmitir as orientações de forma clara e compreensiva, adequada às reais necessidades de cada gestante, oferecendo subsídio para a adoção de novos hábitos e condutas de saúde, o que possibilita o autocuidado, desde que as gestantes sejam participativas e não apenas receptoras de informações15. Fica claro, nos relatos a seguir, que apesar de alguns enfermeiros não terem atuação tão efetiva no pré-natal de alto risco, eles gostariam de agir cada vez mais, seja no acolhimento, na consulta de enfermagem ou em qualquer atividade relacionada à gestante. “Bem ... a importância do enfermeiro no pré-natal de alto risco, assim como o pré-natal normal é assim: o enfermeiro sempre é aquele agente que se preocupa com os mínimos detalhes. A gente conversa mais com aquela gestante.” (ENF 6). “Eu acho que é bem importante porque às vezes o médico deixa a desejar. Ele não dá atenção que o enfermeiro dá numa consulta.” (ENF 8). Realizar orientações sobre amamentação, cuidados com recém-nascido e parto requer tempo e algumas vezes a passagem de informações sobre tais temas não é realizada durante as consultasmédicas, sendo necessária disponibilidade para ouvir as gestantes para que possam tirar suas dúvidas, esclarecer sobre mitos e entre outros assuntos15. Tem-se, então, um dos papéis fundamentais que o enfermeiro pode exercer durante suas atividades diárias. CONCLUSÃO Os enfermeiros estão em constante busca pela ampliação e autonomia de suas atividades laborais, em função da importância que os mesmos representam para o cuidado humano no ciclo gravídico-puerperal. 664 As atividades deles no acompanhamento de gestantes na atenção secundária, ainda estão restritas ao acolhimento e realização de atividades pontuais de educação em saúde no serviço, mesmo que haja normatização do conselho profissional que possibilite a ampliação desse papel. No entanto, os profissionais almejam um cenário de maior protagonismo, com a realização da consulta de enfermagem, bem como gestão do cuidado na interação com outros pontos de atenção da rede de saúde. A consulta de enfermagem, como possibilidade de atuação do enfermeiro na atenção secundária, amplia a autonomia profissional ao ser pautada em um arcabouço normativo reconhecido. Desse modo, conclui-se que há necessidade de discussão sobre políticas públicas que possam respaldar a assistência dos enfermeiros durante o atendimento do pré-natal de alto risco na atenção secundária, buscando o desenvolvimento de condutas legalmente amparadas nos serviços de saúde que compõem a rede pública. Nesse contexto, ressalta-se a importância da participação do enfermeiro na assistência ao pré-natal de alto risco, porém, é necessário que haja formação e qualificação desses profissionais para que possam estar capacitados a atuar junto a esse público específico. É válido reconhecer as limitações do estudo, como a baixa média de tempo de atuação dos enfermeiros na atenção secundária na região estudada, além da não inclusão de gestores e do conselho profissional de enfermagem na amostra, tendo-se, portanto, discussão baseada somente nas concepções dos enfermeiros trabalhadores. Portanto, torna-se imprescindível a realização de estudos sobre esse tema, com o envolvimento de outros atores, na busca de construir parâmetros para o cuidado de enfermagem e normas regulamentadoras voltadas ao pré-natal de alto risco. COLABORADORES 1. Concepção do projeto, análise e interpretação dos dados: Antonio Rodrigues Ferreira Junior, José Tadeu de Oliveira Filho, Rosalice Araújo de Sousa Albuquerque, Danielle d’Ávila Siqueira, Francisca Alanny Araújo Rocha e Maria Eunice Nogueira Galeno Rodrigues. 2. Redação do artigo e revisão crítica relevante do conteúdo intelectual: Antonio Rodrigues Ferreira Junior, José Tadeu de Oliveira Filho e Rosalice Araújo de Sousa Albuquerque. 3. Revisão e/ou aprovação final da versão a ser publicada: Antonio Rodrigues Ferreira Junior, José Tadeu de Oliveira Filho e Maria Eunice Nogueira Galeno Rodrigues. 4. Ser responsável por todos os aspectos do trabalho na garantia da exatidão e integridade de qualquer parte da obra: Antonio Rodrigues Ferreira Junior. Revista Baiana de Saúde Pública v. 41, n. 3, p. 650-667 jul./set. 2017 665 REFERÊNCIAS 1. Erdmann AL, Andrade SR, Mello ALSF, Drago LC. A atenção secundária em saúde: melhores práticas na rede de serviços. Rev Latino-Am Enfermagem. 2013;21(esp):131-9. 2. Ceará. Secretaria da Saúde. O que é a rede de assistência [Internet]. Fortaleza; 2011 [citado 2016 jan 12]. Disponível em: http://www.saude. ce.gov.br/index.php/a-secretaria/o-que-e/44946-rede-de-assistencia 3. GBD 2015 Maternal Mortality Collaborators. Global, regional, and national levels of maternal mortality, 1990-2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015. Lancet. 2016 Oct 8;388(10053):1775-812. 4. Brasil. Associação Brasileira de Enfermagem. Lei profissional [Internet]. Brasília; 1986 [citado 2016 mar 9]. 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