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INTRODUÇÃO A ONCOLOGIA

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2 
 
 
 
 
CEL – Centro de Estudos Livres – MEI CNPJ 36.018.338/0001-18 
Curso Legalizado, conforme artigo 205 e 206 Constituição Federal, Lei nº 9.394. 
Decreto Presidencial nº 5.154 e Normas. 
Resolução CNE nº 04/99-MEC 
 
 
 
 
APOSTILA 
INTRODUÇÃO A 
ONCOLOGIA 
120H 
 
 
 
CURSO DE CAPACITAÇÃO VIA ON-LINE. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Decreto Presidencial nº 5.154 e Normas. 
Resolução CNE nº 04/99-MEC 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
 
 
Introdução a Oncologia 4 
 Fisiopatologia do câncer 7 
Fatores carcinogênicos 9 
Padrões de crescimento celular 10 
Características das neoplasias 11 
Terminologia aplicada para tumores malignos e benignos ..................................11 
Prevenção do câncer ..........................................................................................12 
Diagnóstico do câncer 13 
Tratamento do câncer 16 
Radioterapia .........................................................................................................17 
Teleterapia ...........................................................................................................17 
Braquiterapia ........................................................................................................19 
Cirurgia ................................................................................................................20 
Quimioterapia .......................................................................................................26 
Assistência na quimioterapia ................................................................................26 
Exemplos e tipos de drogas .................................................................................27 
Mecanismos de ação dos agentes quimioterápicos .............................................28 
Administração dos agentes quimioterápicos .......................................................29 
Técnica de manipulação de cateter implantado ................................................... 31 
Terapia intrapleural ............................................................................................. 33 
Cuidados no preparo de agentes antineoplásicos .............................................. 34 
Manuseio dos agentes quimioterápicos.............................................................. 35 
Assistência para os efeitos colaterais ................................................................. 36 
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Decreto Presidencial nº 5.154 e Normas. 
Resolução CNE nº 04/99-MEC 
 
 
 
Alguns efeitos adversos da quimioterapia ............................................................37 
Nutrição para paciente oncológico39 
Assistência em oncologia pediátrica 41 
A criança e suas necessidades ........................................................................... 41 
A criança em desenvolvimento e o câncer .......................................................... 42 
O adolescente e o câncer.................................................................................... 44 
Principais neoplasias na infância......................................................................... 45 
Tratamento e assistência de enfermagem ........................................................... 46 
Dor oncológica (o desafio do tratamento)47 
Assistência de enfermagem ao paciente terminal48 
Aspectos éticos no tratamento do paciente oncológico52 
Tratamentos do futuro 52 
Imunoterapia ....................................................................................................... 52 
Alvos moleculares da terapia do câncer .............................................................. 53 
Antiangiogênese ................................................................................................. 54 
Aplicação dos tratamentos .................................................................................. 55 
Referências bibliográficas 56
5 
 
 
 
 
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Introdução a Oncologia 
 
 
O nosso organismo é composto por vários tipos de células. Como 
processo natural, elas crescem, se multiplicam e morrem. 
A Divisão Celular é o processo pelo qual uma célula (chamada célula-mãe) 
se divide em duas células-filhas. Nos organismos multicelulares, este processo 
pode levar ao crescimento do indivíduo (por crescimento dos tecidos), ou apenas à 
substituição de células senescentes por células novas. 
O ciclo celular se dá em duas etapas que se alternam. São elas a mitose e a 
interfase. 
 
Intérfase: é o processo de duplicação dos cromossomos. 
 
Mitose é o processo pelo qual as células dividem seus cromossomos entre duas 
células filhas. Este processo dura, em geral, 90 a 120 minutos e é dividido em 
quatro etapas: 
- Prófase: ocorre a condensação dos cromossomos. O número de 
cromossomos varia de espécie para espécie, mas em humanos o número de 
cromossomos diplóides é 46. 
- Metáfase: resultam num alinhamento de todos os cromossomos. É uma 
fase onde a célula se prepara para a anáfase. 
- Anáfase: É o momento onde ocorre à separação celular. 
- Telófase: ocorre a separação completa das células e a descondensação dos 
cromossomos. Neste ponto a célula termina a Mitose e entra na fase de 
replicação do DNA – Interfase - iniciando um novo ciclo. 
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G1 = Intervalo de tempo entre o final da mitose e o início da fase S 
 
S = Fase de Síntese de DNA.(cópia do material genético) 
 
G2 = Intervalo de tempo entre o final da fase S e o início da mitose 
 
M = participação de todos os processos dos componentes celulares das células filhas. 
 
 
 
As etapas da divisão celular são: 
 
 
A célula poderá acumular mutações que, se em número elevado, determina a perda 
do controle de sua divisão, determinando assim o aparecimento do câncer ou tumor. 
Oncologia é o campo de estudo do câncer. 
 
Oncogênese é o estudo do câncer, o quê é e como se instala. 
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Câncer 
 
Câncer é um processo invasivo decorrente da transformação celular envolvendo 
comprometimento das propriedades de crescimento e diferenciação celular. 
É, portanto um distúrbio genético provocado por mutação ou deleção em alguns 
genes que codificam proteínas capazes de estimular o crescimento celular e sua 
divisão; estes genes mutados são chamados de oncogênese. Os genes normais 
(não mutados) são chamados de protooncogenes. 
É uma doença na qual a reprodução celular está alterada dando lugar ao 
crescimento celular desordenado com invasão do tecido normal e interferindo em 
suas funções. 
Sua instalação se dá pela predisposição genética associada a fatores oncogênicos 
ou elemento cancerígeno. 
O câncer é um termo geral para muitas doenças diferentes. 
 
De origem latina, a palavra câncer tem como significado o caranguejo porque remete 
sua capacidade de se espalhar pelos tecidos adjacentes. Todos os cânceres têm um 
padrão de crescimento. 
 
 
Fig. Célula cancerosa 
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Fisiopatologia do Câncer 
 
O câncer é um distúrbio genético no qual não se tem controle do crescimento celular. 
 
É uma doença que apresenta um crescimento incontrolável de células anormais 
privando as células normais. 
Essas células anormais além de se proliferarem de maneira desordenada possuem 
a capacidade de migrarem do seu local de origem. 
Com seu desenvolvimento causa invasão de estruturas adjacentes por contigüidade 
ou mesmo para qualquer parte do organismo gerando as metástases, alcançados 
por via hematogênica, linfática e por esfoliação e implante tumorais em 
superfícies cavitárias. 
Esse crescimento, local, regional ou à distância compromete a função do 
órgão afetando o equilíbrio do organismo. 
 
 
Fenótipo do Câncer 
 
Um tumor maligno é perceptivelmente diferente das células normais. Possuem 
algumas capacidades que normalmente não são vistas nas células normais. São 
elas: 
· Perda da diferenciação 
 
· Crescimento descontrolado 
 
· Capacidade de invasão 
 
· Indução da angiogênese 
 
 
Epidemiologia do Câncer 
 
As taxas de incidência* do câncer são ajustadas de acordo com a distribuição da 
faixa etária da população em estudo, pois, sabe-se que essa taxa pode aumentar 
com o envelhecimento. 
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O risco de desenvolvimento de um tipo específico de câncer é caracterizado como 
risco específico para a faixa etária. 
A prevalência**é maior nos cânceres associados a uma longa expectativa de vida 
comparada com aqueles com expectativa de vida menor. 
* Incidência: número de casos novos por 100.000 pessoas 
 
** Prevalência: é o número de pessoas que vivem com a doença 
 
 
 
 
 
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Fatores Carcinogênicos 
 
Agentes Químicos 
 
· Alquilantes 
 
· Hidrocarbonetos aromáticos 
 
· Aminas 
 
· Corantes 
 
· Asbesto 
 
Agentes Físicos 
 
· Raios ultravioletas 
 
· Radiações ionizantes 
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Agentes Biológicos 
 
· Vírus da hepatite B e C 
 
· HPV 
 
· Epstein – Barr 
 
Outros 
 
· Alimentação 
 
· Hábitos e vícios 
 
Padrões de Crescimento Celular 
 
Hiperplasia: formação excessiva de células resultando em crescimento do tecido. 
Considerada como normal quando constitui uma resposta de uma demanda 
fisiológica e anormal quando excede a demanda fisiológica. 
Exemplo: regeneração epitelial, crescimento do feto, desenvolvimento do adolescente, 
etc. 
 
Metaplasia: é a conversão de um tecido em outro que acontece por um estímulo 
externo. Pode ter como causa a deficiência de vitaminas, exposição a determinadas 
substâncias químicas. 
Exemplo: processo inflamatório crônico 
 
Displasia: crescimento celular anômalo resultando em células que diferem de 
tamanho, formato ou arranjo em relação às outras células do mesmo tecido. 
Exemplo: displasia mamária. 
 
Anaplasia: perda das características de uma célula tornando-as irregulares com 
comprometimento em relação ao crescimento e quase sempre com características 
malignas. 
Neoplasia: formação de um novo tecido por crescimento celular desordenado 
podendo apresentar características benignas ou malignas.
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Características das Neoplasias 
 
 
 
 
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Terminologia Aplicada para Tumores Malignos e Benignos 
 
 
Prevenção do Câncer 
 
A prevenção sempre é a melhor alternativa para qualquer tipo de doença. 
 
Com o câncer não é diferente. A incidência da doença e o número de óbitos vêm em 
conseqüência ao estilo de vida que a população está vivenciando. A necessidade de 
se trabalhar com a promoção a saúde é premente. Prevenção ainda é o melhor 
tratamento e pode significar uma significativa redução da mortalidade. 
Estudos tentam minimizar o aparecimento da doença através de pesquisas com a 
quimio prevenção (certos medicamentos, vacinas entre outros). 
Testes genéticos para pessoas de alto risco também estão disponíveis. 
 
São medidas de esforço internacional, que visam à geração de medidas que possam 
prever o risco, permitir o diagnóstico precoce e promover estratégias mais 
específicas em relação aos tratamentos já empregados. 
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Prevenção Primária 
 
Está associada a uma promoção de saúde de forma geral reduzindo e até 
abolindo fatores carcinogênicos. 
Exemplos: não fumar, manter peso ideal, comer comidas saudáveis. 
 
Prevenção Secundária 
 
Está associada à detecção precoce através de exames para buscar um melhor 
prognóstico da doença. Exemplos: papanicolau, exame de próstata. 
Prevenção Terciária 
 
Refere-se ao tratamento com finalidade de minimizar possíveis seqüelas, complicações e 
morte. 
 
 
Diagnóstico do Câncer 
 
Estadiamento 
 
Consiste na avaliação da extensão do tumor de origem, do comprometimento 
de outros órgãos, linfonodos regionais e de estruturas adjacentes. 
A função do estadiamento é de determinar o prognóstico. 
 
Existem vários sistemas de estadiamento do tumor, porém, vamos nos ater a avaliação 
mais utilizada e conhecida internacionalmente que é o TMN. 
Esse sistema indica de forma numérica após cada letra a gravidade do tumor 
variando do estádio I ao estádio IV. 
Há três razoes básicas que tornam o estadiamento dos cânceres importantes: 
 
- Ajudar na avaliação dos resultados dos tratamentos; 
 
- Comparar um método de tratamento com o outro; 
- Determinar a melhor terapêutica existente 
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T: tamanho do tumor. Indica a ausência do tumor ou até o aumento progressivo do tumor 
 
Tx: tumor primário não pode ser 
avaliado; To: não há evidência de 
tumor primário; Tis: carcinome in 
situ; 
T1 -2-3-4 – tamanho e/ou extensão do tumor primário crescente. 
 
 
 
N: acometimento de linfonodo. Indica desde a ausência do comprometimento dos 
linfonodos até seu envolvimento progressivo.(linfonodos regionais) 
Nx: linfonodos regionais não podem ser avaliados; 
 
No: ausência de metástases para linfonodos regionais; 
 
N1 -2-3 - comprometimento numericamente crescente de linfonodos regionais. 
 
 
 
M: presença ou ausência de metástase. Indica a ausência ou presença de metástase. 
 
Mx: não foi possível avaliar a presença de metástase; 
 
Mo: não há metástases à 
distância; M1: metástases à 
distância Diagnóstico 
Clínico 
· Anamnese e exame clínico (sinais e sintomas) 
 
· Anatomo-patológico15 
 
 
 
 
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· Estudo histológico 
 
Diagnóstico Cirúrgico 
 
· Biópsia de congelamento 
 
· Avaliação de comprometido de outros órgãos durante o ato operatório 
 
Exames por imagem 
 
· Raios-X 
 
· Ressonância 
 
· Tomografia 
 
Exames laboratoriais 
 
Marcadores Tumorais: “são substâncias produzidas por tecidos neoplásicos e que 
podem ser medidas quantitativamente através de meios bioquímicos ou imuno 
histoquímico na corrente sanguínea ou tecidos, para detecção de uma neoplasia 
maligna e eventualmente identificar o órgão de origem, estabelecer a extensão da 
doença, monitorar a resposta ao tratamento e detectar precocemente a recidiva.” 
(Anelli, 1996). 
 
Alguns Marcadores 
 
CA124: níveis elevados são encontrados em câncer de ovário, cérvix, mama, fígado 
e pulmão, mas, também em doenças não neoplásicas. Tem baixa especificidade. 
Seu uso principal é para seguimento de pacientes portadores de carcinoma de 
ovário. 
PSA (antígeno prostático específico): exame utilizado para detectar câncer de 
próstata. É a análise de sua concentração no sangue. Quanto maior seu valor, maior 
a possibilidade de acometimento, porém, aumenta também proporcionalmente a 
idade. 
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AFP (Alfafetoproteína): é utilizada para detecção de acometimento hepático 
podendo estar alterada em outras patologias benignas do fígado. Pode auxiliar no 
rastreamento em população de alto risco para carcinoma hepatocelular. 
CEA (Antígeno embriogênico): apresentam níveis elevados pacientes que 
apresentam acometimento colorretal e podem ainda apresentar elevação na 
presença de outras patologias benignas como também outras neoplasias. 
 
 
 
Sinais de Alerta 
 
· Feridas que não cicatrizam 
 
· Hemorragias 
 
· Rouquidão 
 
· Aparecimento ou alterações de pintas, verrugas e outros sinais; 
 
· Caroços ou áreas intumescidas 
 
· Disfagia, anorexia, dispepsia; 
 
· Alterações das funções intestinal e urinária 
 
· Emagrecimento 
 
 
 
Tratamento do Câncer 
 
Os tratamentos utilizados para o câncer incluem a cirurgia, a quimioterapia e 
a radioterapia. Para a obtenção de um melhor resultado, associam-se duas 
ou três modalidades do tratamento. Como coadjuvante ainda tem-se a 
hormonioterapia e a imunoterapia
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Radioterapia 
A radioterapia utiliza fontes de radiações ionizantes de elementos radioativos que 
objetiva a destruição das células tumorais pelo dano na molécula de DNA. Esse 
dano se deve a ionização da água no citoplasma acarretando no rompimento do 
filamento do DNA 
Sua indicação pode ser concomitante com os outros tipos de tratamentos na 
tentativa de garantir um maior controle loco regional da neoplasia. 
As fontes emissoras de radiação podem ser encontradas na natureza ou fabricadas 
artificialmente em laboratórios e reatores nucleares. 
Existem radiações dos seguintes tipos: 
 
· Raios-X: tem baixa energia utilizado em lesões de pele (superficiais) 
 
· Orto – voltagem: para tumores mais profundos 
 
· Mega – voltagem: radiação de alto poder de penetração possibilitando a 
terapêutica de tumores profundos. É a mais utilizada e é feita através de 
aceleradores lineares e bomba de cobalto. 
Esse tipo de tratamento exige a participação de uma equipe de profissionais como o 
médico, os físicos, o pessoal da enfermagem e dos técnicos que fazem a aplicação 
desta modalidade. 
A radioterapia é realizada diariamente em sessões de curto espaço de tempo 
variando de acordo com o tipo de programação estipulada. 
Pode ser classificada em teleterapia e braquiterapia. 
 
Teleterapia 
Modalidade que utiliza radiações ionizantes externas como os tubos de raios-X e 
isótopos gama emissores de Cobalto, Radium, Cézio e outros. 
Para se iniciar essa modalidade o paciente passa pela fase de planejamento que 
consiste na demarcação da área a ser irradiada com um tipo de tinta especial de 
cor vermelha. (FUCSINA). Para 
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tumores na região da cabeça e pescoço, utiliza-se um tipo de máscara plástica 
obtida através de um molde de gesso. 
Os efeitos colaterais da teleterapia variam de acordo com a área a ser irradiada, 
sensibilidades individuais, estadas geral do paciente, dose e idade. São transitórios 
e reversíveis após o término do tratamento. 
Classificados em: 
 
· Agudos: ocorrem durante o tratamento e em até seis meses após o término. 
 
· Náuseas, vômitos, alopecia, irritação local com lesões e dor local, hemorragia, 
hipotermia, diarréia e fadiga. 
· Sub agudos: persistem após seis meses do tratamento: 
 
· Anemia, trombocitopenia, leucopenia, hipovitaminose, alopecia permanente, esterilidade. 
 
· Tardios: ocorrem anos após o término do tratamento e podem consistir em 
mutações genéticas que poderão ser transmitidas para gerações futuras bem como 
leucemia e câncer e mama, pele e ossos. 
 
 
 
 
Fig. Radioterapia 
 
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Assistência de Enfermagem 
 
 
Minimizar a ansiedade e depressão do paciente e devido ao tratamento 
· Minimizar o desgaste físico e mental do paciente 
 
· Estimular repouso após as sessões 
 
· Estimular as atividades diárias como trabalho e lazer 
 
· Inspecionar o local irradiado diariamente 
 
· Orientar o uso de roupas não sintéticas ou aqueles que possam provocar atrito 
 
· Orientar a lavar a área da irradiação com sabão neutro, não esfregar e secá-la com 
toalha felpuda 
 
· Expor a pele ao ar livre sem exposição ao sol 
 
· Estimular dieta fracionada 
 
· Pesar o paciente 2 vezes na semana 
 
· Estimular a auto estima 
 
· Orientar o uso de perucas, bonés ou turbantes 
 
· Atentar para efeitos colaterais específicos de acordo com a área irradiada como: 
mucosite, edema cerebral, náuseas e vômitos, pneumonia, esofagite, diarréia e 
disfunção sexual. 
 
 
Braquiterapia 
 
Modalidade que se utiliza radiação colocada internamente ou sobre a região 
comprometida através da implantação de agulhas, sementes, placas, fios. 
Pode ser classificada como LDR (Low Dose Rate) ou HDR (High Dose Rate) 
sendo esta última a mais utilizada. 
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Decreto Presidencial nº 5.154 e Normas. 
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Pode ser feita com internação em quartos individuais (LDR) com isolamento para radiação 
ou como tratamento ambulatorial (HDR). 
Para ambos, exige-se o preparo do ambiente e o uso de proteção radiológica 
através de biombos e placas de chumbo. 
Para os profissionais envolvidos a exposição à radiação é diminuída no caso 
do tratamento ambulatorial. 
 
 Fig.Braquitepia 
Assistência de Enfermagem 
· Auxiliar na aceitação do isolamento 
 
· Atentar para estado de depressão 
 
· Proporcionar um ambiente mais familiar através da colocação de objetospessoais 
 
· Orientar quanto à necessidade de repouso, alimentação e higienização. 
 
 
 
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Cirurgia 
 
Ressecção do tumor e também de uma margem de segurança do tecido normal. 
Pode-se incluir o esvaziamento da cadeia de linfonodos. A cirurgia pode ter algumas 
finalidades que são: 
 
· Diagnóstica: consiste na obtenção de material para exame anatomopatológico 
através da biópsia feita de modo incisional ou não. 
 
· Paliativa: consiste em melhorar a qualidade de vida ou a sobrevida do cliente. 
 
· Curativa: consiste na remoção do tumor 
 
· Emergencial: consiste na cirurgia que exige uma intervenção rápida quando o 
problema está pondo em risco a vida do cliente. 
· Reparadora: feita através da implantação de prótese, enxertos para contribuir com 
a qualidade de vida do cliente. 
Assistência no tratamento cirúrgico 
 
O prognóstico de um paciente com câncer, além das condições próprias do 
hospedeiro, depende fundamentalmente do diagnóstico precoce, do planejamento 
terapêutico correto e do seguimento cuidadoso. 
As opções disponíveis atualmente são a cirurgia, a radioterapia, a 
quimioterapia, a hormonoterapia. 
Antes da introdução da quimioterapia e da radioterapia, a cirurgia era a única 
possibilidade terapêutica. Praticavam-se ressecções amplas, considerando que a 
neoplasia maligna representava apenas um problema local. 
Ao se estabelecer um planejamento terapêutico das neoplasias malignas, o 
diagnóstico e o estadiamento são fatores de suma importância. Sabe-se há muito 
que os carcinomas metastatizam mais por via linfática e os sarcomas por via 
hematogênica.
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A prorrogação de um tumor por extensão local pode ocorrer pelas seguintes 
formas: continuidade, contigüidade e implante. Como exemplo, de prorrogação por 
continuidade podemos citar um carcinoma gástrico infiltrando a porção distal do 
esôfago. Na Segunda forma, o tumor ultrapassa a parede do órgão de origem e 
infiltra as estruturas vizinhas. Esse conhecimento é de importância fundamental para 
a terapêutica cirúrgica, determinando a necessidade de remover em monobloco uma 
ou mais estruturas e/ ou órgãos aparentemente comprometidos. 
O tratamento cirúrgico faz parte do protocolo de assistência ao paciente com 
câncer, exigindo um preparo adequado tanto do próprio paciente como da equipe 
que vai prestar o atendimento. 
A partir da confirmação do diagnóstico, faz-se necessária uma atuação efetiva 
da enfermagem, extensiva aos familiares. 
A entrevista com a enfermeira deve iniciar um processo de interação que 
evolua para um relacionamento de confiança mútua, o que facilitará a obtenção de 
dados e um exame físico mais detalhado, com atenção aos aspectos psicossociais, 
culturais e espirituais do paciente. Deve ser realizada em um ambiente privado e 
conduzida de forma tal que preserve a auto-estima do paciente e permita que ele se 
expresse livremente. 
A finalidade da coleta do maior número de dados possível está em elaborar 
um plano de assistência que contribua em muito para o melhor atendimento nos 
períodos pré, peri e pós-operatório. 
 
O pré-operatório 
 
A doença desencadeia no paciente e seus familiares muitos sentimentos e 
reações estressantes, como frustração, ansiedade, raiva, rejeição, vergonha, pesar e 
incerteza. É importante, nesta fase, procurar adaptá-los aos diversos estádios da 
doença, a fim de minimizar a proporção desses sentimentos. Para tanto, é 
fundamental que a equipe de enfermagem esteja devidamente preparada, sabendo 
que estratégias usar em cada estádio, estabelecendo um relacionamento cordial 
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embasado na realidade. Deve estar sempre pronta a ouvir, a ficar ao lado do 
paciente, ainda que em silêncio, mas em atitude que demonstre empatia por seus 
sentimentos. Todos precisamos de amor, confiança, auto- estima, autonomia, 
identidade, reconhecimento e segurança, sentimentos que podem ser como 
necessidade interpessoal de inclusão, controle e afeição. 
 
A necessidade de inclusão, isto é, de se sentir significativo e valioso para os 
outros se manifesta pelo desejo de receber uma atenção individualizada. O paciente 
precisa de pessoas que o reconheçam, que o diferenciem dos demais; precisa sentir 
que alguém está interessado em descobrir suas características particulares, seus 
gostos e desgostos; tem necessidade de uma pessoa para orientá- lo quanto às 
rotinas hospitalares, a quem expor suas dúvidas e expectativas relacionadas ao 
tratamento e que se coloque à disposição para ajudá-lo de várias formas. 
A necessidade de controle está relacionada com poder, tomada de decisão e 
autoridade. Quando o indivíduo é hospitalizado, outras pessoas passam a tomar 
decisões por ele, como sobre o que comer etc., o que normalmente faria para si 
mesmo, e a fazer com que obedeça às regras estabelecidas pelo hospital. A falta 
dessa autonomia pode gerar no paciente sentimentos de hostilidade, levando-o ao 
extremo de se comportar como uma pessoa que ou abdicou de sua própria 
responsabilidade, procurando direção sobre o que e como fazer, além de reforçar 
sua convicção de ser incompetente, irresponsável e sem poder, no sentido de 
mascarar seu sentimento de ansiedade, hostilidade e falta de confiança nos outros e 
em si mesmo. A necessidade de afeição se traduz pelo estabelecimento de uma 
relação de dar e receber baseada na afeição mútua entre membros da família, 
consortes e amigos próximos. Quando uma pessoa é separada de seu meio pela 
doença ou hospitalização, ela procura no novo ambiente alguém que complete essa 
necessidade de partilhar coisas e volta-se então para o enfermeiro ou algum 
membro da equipe de enfermagem que manifeste empatia, especialmente se sua 
família não está disponível ou encontra-se ansiosa demais para ouvi-la. 
O câncer interfere abruptamente no autoconceito, pois as pessoas se avaliam 
como corajosas ou covardes pelo modo como lidam com a dor. O choro, por 
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exemplo, pode significar fraqueza. Uma incapacidade importante muitas vezes leva 
o paciente a ver-se como aleijado, enfatizando-a. Sua auto- imagem pode ser 
enfraquecida pela doença física, afetando em conseqüência sua imagem corporal. 
A equipe de enfermagem deve estar preparada para reconhecer e auxiliar o 
paciente e seus familiares em suas manifestações de ansiedade e expectativas em 
relação ao tratamento, explicando com clareza e demonstrando conhecimento 
científico dos procedimentos pré, péri e pós-operatório. Deve orientá-los quanto aos 
exercícios no pós-operatório no caso de uma mastectomia, por exemplo, e após a 
alta, no retorno ao convívio com seus familiares. Ou, no caso de retirada parcial ou 
total do cólon, demonstrar e orientar o paciente quanto ao uso de uma bolsa de 
colostomia, dieta alimentar e retorno às atividades normais. 
Qualquer que seja a extensão da cirurgia, o que realmente conta é o devido 
preparo da enfermagem para dar orientações e fazer com que o paciente se sinta 
mais seguro, ciente do que o espera e, desde o início, formando uma imagem 
positivaquanto ao retorno às suas atividades. 
O simples fato de se sentir individualizado, respeitado e valorizado pela 
equipe de enfermagem diminuirá em muito sua ansiedade, evoluindo para uma 
interação amistosa com os membros da equipe. 
O Pós-operatório 
 
O paciente deverá retornar à sua unidade ou à sala de recuperação pós-
anestésica (RPA) sob o efeito da anestesia. Neste momento, os esforços da 
enfermagem deverão estar direcionados para a antecipação e a prevenção das 
complicações do pós-operatório, na elaboração e implementação de um plano de 
assistência. 
 
Pós-operatório mediato 
 
No pós-operatório mediato, primeiras 24 horas que sucedem a cirurgia, a 
enfermagem encaminha e recebe o paciente na enfermaria ou na sala de 
recuperação pós-anestésica, procedendo às seguintes avaliações: 
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Exame detalhado no momento da transferência do paciente da maca para o leito, 
com especial atenção para: 
- Características de pulso; 
- Coloração e integridade da pele; 
- Capacidade do paciente de responder a estímulos e comandos; 
Nível de consciência, condições gerais, permeabilidade das vias aéreas 
superiores, sinais vitais e pressão arterial; 
 
Medicação prescrita, líquidos administrados, perdas sangüíneas, reposição; 
 
Intercorrências prováveis ocorridas na sala de
 cirurgia (hemorragia, choque, parada cardiorrespiratória etc.); 
Permeabilidade e débito de sondas, drenos 
e cateteres; Além desses procedimentos cabe 
à enfermagem: 
Agasalhar o paciente e proporcionar-lhe ambiente confortável no leito; 
 
Observar a função respiratória com atenção especial para sinais de insuficiência 
respiratória (cianose, dispnéia, tiragem intercostal, batimentos de asa do nariz, 
agitação); 
Manter as cânulas de intubação ou traqueostomia fixas e permeáveis 
mediante aspiração de secreções; 
Instalar aspirador artificial já previamente montado; 
 
Estar atenta ao nível de consciência, estado geral, sinais de agitação e outros que 
possam sugerir comprometimento neurológico; 
Procurar tranqüilizar o paciente, informando-o onde se encontra, oferecendo-lhe apoio 
psicológico; 
 
Manter anotações constantes em impresso próprio dos sinais vitais, líquidos 
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infundidos e drenados, aspecto e anormalidades no curativo (secreções, sangue, 
hemorragia). 
Pós-operatório imediato 
 
O pós-operatório imediato compreende os dias seguintes à execução da cirurgia. Nesta 
etapa, cabe à enfermagem; 
Estabelecer, de acordo com a evolução do paciente, a freqüência dos controles dos 
sinais vitais; 
 
Manter a infusão venosa sob controle; 
 
Observar e controlar a drenagem dos líquidos eliminados por sondas e drenos; 
e micrometástases em desenvolvimento, a implementação de um protocolo de 
alto risco. Em outros casos, o procedimento pode ser feito em associação com o 
tratamento cirúrgico e radioterápico. 
 
Estar atenta aos sinais de prováveis complicações e anormalidades previsíveis no 
pós-operatório mediato; 
Iniciar a deambulação precoce a partir do primeiro PO, avaliando as possibilidades do 
paciente; 
 
Incentivar a execução dos exercícios respiratórios com frascos 
ou aparelhos; Higienizar o paciente no leito ou, se possível, no 
chuveiro, com auxílio; Trocar curativos; 
Estimular a aceitação da dieta; 
 
Orientar o paciente e seus familiares para a alta, enfatizando a importância dos 
exercícios iniciados e da continuidade do tratamento em casa (nos casos de 
mastectomia, ostomias, laringectomia, amputação etc.), do retorno ao hospital ou ao 
ambulatório para consultas periódicas e seguimento de uma terapia coadjuvante 
como quimioterapia ou radioterapia. 
 
 
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Quimioterapia 
 
Administração de substâncias químicas que interferem na célula maligna podendo 
causar morte celular (agentes citotóxicos) ou impedir sua divisão (agentes 
citostáticos). 
 
Assistência na quimioterapia 
 
A maioria dos agentes quimioterápicos usados atualmente parece exercer seu 
efeito primariamente sobre a multiplicação celular, promovendo a cessação destes 
processos. 
Nas doenças neoplásicas generalizadas, que não podem ser tratadas por cirurgia ou 
radioterapia, como as leucemias e os linfomas, ou nas neoplasias que se metastatizam antes 
de serem diagnosticadas, ou, ainda, nos tumores sólidos com características biológicas 
agressivas 
Um agente quimioterápico é capaz de destruir uma porcentagem relativa de 
células tumorais, de 20 a 99%, dependendo da dose. Para que haja regressão de 
uma massa tumoral, há necessidade de várias doses de quimioterápicos por um 
tempo prolongado. Embora seja praticamente impossível a erradicação de uma 
neoplasia pela quimioterapia, a utilização desta possibilita importante redução do 
tumor; as células restantes deverão ser destruídas pelo sistema imune do 
organismo. 
As células com um ritmo rápido de crescimento em um tumor são as que 
melhor respondem aos agentes quimioterápicos; as de reprodução lenta são menos 
sensíveis ao tratamento, sendo potencialmente mais perigosas, mas também têm de 
ser destruídas para que o tumor seja completamente erradicado. Para tanto, são 
necessários ciclos repetidos de quimioterapia, atuando sobre as células de 
reprodução lenta assim que elas iniciam seu processo de divisão – o ciclo celular. 
Estas células se encontram na fase G0, ou fase de repouso ou latência, mas têm um 
potencial de replicação futura. 
 
 
 
 
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Exemplos e Tipos de drogas 
 
Não irritantes: não agridem a parede do vaso ou quando há extravasamento não 
causam repercussões e são absorvidas pelo organismo. 
· Asparaginase 
 
· Bleomicina 
 
· Cisplatina 
 
· Citarabina 
 
· Thiotepa 
 
Irritantes: podem causar dor, flebite e lesão tecidual assim como alguns antibióticos. 
 
· Etoposide 
 
· Ifosfamida 
 
-fluorouracil 
 
· Carmustina 
 
· Teniposide 
 
Vesicantes: são drogas que quando extravasam podem causar além da irritação do 
vaso, necrose tecidual. 
· Vincristina 
 
· Vimblastina 
 
· Doxurrubicina 
 
· Epirrubicina 
 
· Mitomicina C 
 
 
Mecanismos de ação dos agentes quimioterápicos 
 
As drogas quimioterápicas destroem as células em fases específicas do ciclo celular, 
atacando-as na fase S e interferindo na síntese de DNA e RNA. Algumas atuam na 
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fase M, como a vinca ou vegetais alcalóides, interrompendo a formação do fuso 
mitótico. 
São usadas também as chamadas drogas inespecíficas, de atuação independente 
quanto ao ciclo celular, que têm efeito prolongado sobre as células e ocasionam 
lesão ou morte celular. 
Seguem abaixo os tipos de agentes quimioterápicos, com ação, exemplos e efeitos 
colaterais: 
 
Antimetabólicos – Específicos do ciclo celular na fase S. Exemplos: MTX, 
Hidroxiuréia, 5-Fluoracil, Citarabina, 6-Tioguanina. 
Efeitos colaterais: náuseas, vômitos, diarréia, mielossupressão,proctite, estomatite, 
toxidade renal (MTX), hepatotoxicidade. 
Agentes alquilantes – Alteram a estrutura do DNA, rompem a molécula do DNA; 
são inespecíficos em relação ao ciclo celular. Exemplos: mostarda nitrogenada, 
Ciclofosfamida, Melfalan, Clorambucil, Tiotepa, Cisplatina, Bussulfan. 
Efeitos colaterais: suspensão da medula óssea, náuseas, vômitos, cistite, estomatite, 
alopecia, supressão gonadal. 
Nitrosouréias – Atuam de modo semelhante aos agentes alquilantes e são 
inespecíficos em relação ao ciclo celular; cruzam a barreira hematoencefálica. 
Exemplos: Carmustina, Lomustina, Semustina, Estreptozocina. 
Efeitos colaterais: mielossupressão retardada e cumulativa, principalmente 
trombocitopenia, náuseas e vômitos. 
Antibióticos antitumorais – Alteram a síntese do DNA e impedem a síntese do 
RNA; são inespecíficos em relação ao ciclo celular. Exemplos: dactinomicina, 
bleomicina, daunorrubicina, mitramicina, mitomicina, adriamicina. 
Efeitos colaterais: supressão da medula óssea, vômitos, alopecia, anorexia, 
cardiotoxidade. 
 
Alcalóides vegetais – Inibem a formação tubular mitótica, a síntese de DNA e de 
proteína, promovendo assim a interrupção da proliferação das metástases. Os 
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alcalóides vegetais são específicos da fase M do ciclo celular. Exemplos: Vincristina 
(VCR), Vinblstina, Vindesina, VP-16, VM-26. 
Efeitos colaterais: supressão da medula óssea, neuropatias e estomatite. 
 
Agentes hormonais – Atuam nos sítios receptores hormonais que alteram o 
crescimento; bloqueando a ligação de estrogênio a seus sítios receptores, inibem a 
síntese de RNA. São inespecíficos em relação ao ciclo celular. Exemplos: 
androgênios, estrogênios, antiestrogênios, progesterona, esteróides. 
Efeitos colaterais: hipercalcemia, icterícia, aumento do apetite, masculinização, 
feminilização, retenção de sais e de líquidos, náuseas, vômitos, fogacho. 
Administração dos agentes 
A administração da quimioterapia tem ficado sob a responsabilidade de 
enfermeiro habilitado, ou auxiliar e técnico de enfermagem devidamente treinado. 
Esta função requer cuidados especiais, devendo o profissional de enfermagem estar 
apto para a administração do quimioterápico por diversas vias. 
 
Vias e métodos de administração de quimioterapia 
 
Via oral – Aparentemente simples deve ser usada com cuidado para assegurar a 
dosagem apropriada e programada, por ser a quimioterapia oral potencialmente 
tóxica. Os pacientes devem ser orientados a respeito dos efeitos colaterais e sobre 
como controlá-los. 
Vias subcutânea e intramuscular – Devem ser utilizadas apenas no caso de 
agentes não vesicantes e que não causem irritação ou dano aos tecidos. 
Na administração subcutânea deve ser usada agulha de menor medida possível 
devido à viscosidade da medicação. 
Na administração intramuscular emprega-se agulha longa. O local onde será 
aplicado o quimioterápico deve receber anestésico tópico, pois a medicação pode 
provocar dor no momento da aplicação. 
Em pacientes trombocitopênicos essas vias são geralmente evitadas (plaquetas 
<50.000/ml) 
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Administração IV direta – Método empregado apenas em quimioterapia não-
vesicante. São utilizadas duas seringas, uma contendo a medicação e a outra, uma 
solução fisiológica normal. Após verificação da permeabilidade venosa, acopla-se à 
primeira seringa e a medicação é introduzida na veia do paciente a uma velocidade 
apropriada para o tipo de medicação. Após o término da infusão é acoplada a 
segunda seringa e são introduzidos de 3 a 5 ml da solução salina para limpar a veia. 
Administração em Y – Este método é o preferido para administração de medicação 
vesicante. Coloca-se um escalp na veia do paciente, com um tubo de duas vias: uma 
é ligada a um equipo com frasco de solução salina correndo livremente e a outra, a 
uma seringa contendo a medicação prescrita. A pessoa que está administrando a 
quimioterapia é, então, capaz de observar continuamente a posição da agulha 
através de aspiração constante, monitorando possível extravasamento. A solução 
salina deve correr livre e rapidamente enquanto a quimioterapia é administrada, 
para diluir o agente, tornando a medicação menos agressiva para a veia. No 
intervalo entre a administração de cada agente é importante que sejam infundidos de 
20 a 30 ml de solução salina, assegurando que a medicação seja completamente 
introduzida na circulação sanguínea antes do início da administração de outra droga. 
Administração EV por diluição – Muito útil para infusão de medicações que 
exigem um grande volume de diluição num período maior de tempo. Este método 
não é usualmente empregado para vesicantes, porque o sítio IV não está sob 
constante observação do enfermeiro, podendo ocorrer extravasamento. O 
quimioterápico diluído em 50 a 250ml de solução (Manitol, SF) deve ser 
administrado em Y com solução salina, com controle de gotejamento para o tempo 
prescrito. Quando completada a aplicação, a solução IV iniciada primeiramente é 
usada para o fluxo. 
Infusão contínua – Mais utilizada para medicações que são obrigatoriamente 
infundidas por 24-96 horas, neste método não é apropriado para vesicantes por 
veias periféricas. Na administração de vesicantes o equipo deve ser conectado a um 
acesso venoso central. 
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Administração intra-arterial – Este método de administração requer o uso de 
cateter arterial e auxílio de uma bomba de infusão. 
Terapia intratecal – É usada para infusão de agentes antineoplásicos diretamente 
dentro do líquido cefalorraquidiano, através de punção lombar. Esta aplicação é de 
responsabilidade do médico e o procedimento deve ser estéril. 
Terapia intraperitoneal – Através de um cateter implantado dentro do peritônio, 
similar ao cateter de Tenckhoff, é dado um “banho” no abdome com solução salina, 
aplica-se em seguida a medicação, que é deixada dentro do peritônio por um 
determinado período de tempo e depois removida. 
Ocorrendo a absorção sistêmica, o enfermeiro deve estar atento aos efeitos colaterais da 
medicação. 
 
Técnica de manipulação de cateter implantado 
 
 
Escovar as mãos por dois ou três minutos; 
 
 
Enxaguar e secar bem as mãos, 
Calçar um par de luvas esterilizadas; 
Fazer uma ampla antissepsia na região da 
implantação do reservatório; 
Utilizar PVPI tópico e aplicar em forma circular, de 
dentro para fora, três vezes, consecutivamente; 
Observar o princípio de partir da área mais limpa 
para área mais contaminada; 
Enxugar a área com gaze esterilizada, não 
deixando a solução anti-séptica na região a ser 
puncionada; 
Evitar a penetração da solução anti-séptica no 
cateter. 
Retirar as luvas; Considerá-las contaminada. 
Colocar outro par de luvas esterilizadas; 
Delimitar e fixar o reservatório com uma das mãos; 
Puncionar a região mediana do reservatório com 
uma agulha tipo Huber, fazendo um ângulo 
perpendicular sobre a pele. 
Ações Justificativas 
Fazer antissepsia das mãos com água e sabão; Evitar a contaminação do cateter 
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Cateteres totalmenteimplantados 
 
São cateteres de borracha a base de silicone conhecido como port – a-caths que 
possui uma base para a punção implantada, no centro cirúrgico, sob anestesia local, 
no tecido subcutâneo sobre uma protuberância óssea. É destinado principalmente 
para infusão de quimioterápicos. 
Como vantagens, dispensam curativos, heparinizações constantes, não limitam 
atividades diárias como banho, natação. 
Como desvantagens, a punção a cada terapêutica. 
 
 
 Fig. Cateteres 
 
Cateteres semi implantados 
 
São cateteres radiopacos feitos de borracha siliconada revestido por uma camada 
de Teflon que lhe assegura uma duração maior implantado, pelo médico, na posição 
de átrio direito. São conhecidos como Broviac, Hickman entre outros. Como 
vantagens, dispensam punção, permitem infusões de grandes quantidades de 
diferentes fluídos.Como desvantagens, há necessidade de manutenção permanente 
e treinamento do cliente e sua família em relação aos seus cuidados. 
 Fig. cateter semi implantável
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Terapia intrapleural 
 
O líquido pleural é drenado por 24 a 48 horas, por meio da inserção de um 
tubo no tórax. A medicação é infundida através do tubo torácico, que em seguida é 
mantido clampeado por 1 a 2 horas. Durante esse período, o paciente é orientado 
para se movimentar com freqüência, para ajudar a distribuição da medicação. O tubo 
é então conectado à sucção ou ao selo d’água. 
Este procedimento é de responsabilidade exclusiva do médico, ficando sob o 
encargo do enfermeiro e da equipe de enfermagem os cuidados prestados ao 
paciente, enquanto ele é movimentado, e a monitoração dos efeitos colaterais. 
À medida que o tratamento evolui, o acesso venoso tende a tornar-se cada 
vez mais difícil, sendo esta uma das causas geradoras de ansiedade no paciente. 
Para minimizar o problema, é importante que o enfermeiro seja hábil na inserção e 
fixação da agulha, promovendo o conforto e o bem-estar emocional da pessoa que 
recebe quimioterapia. 
Atualmente o uso de cateteres implantados tem representado grande auxílio 
na administração segura dos agentes antineoplásicos. Esse procedimento requer a 
implantação de um conduto sob a pele do paciente e ligado a um cateter atrial 
direito, podendo ser usado para: coleta de amostras de sangue, administração de 
medicamentos IV, nutrição parenteral total, sangue e derivados. Após sua utilização 
deve ser infundida solução salina e, em seguida, cerca de 5ml de solução de 
heparina (100 unidade/ml). 
O procedimento de manutenção é feito sempre ao término do uso e, quando 
não estiver em uso, a cada quatro semanas, para prevenir coagulação do sangue 
dentro do conduto. 
Cuidados no preparo de agentes antineoplásicos 
 
Há estudos desde a década de 70, nos Estados Unidos, sobre os efeitos 
tóxicos e colaterais dos agentes quimioterápicos, não só em pacientes como 
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também nos profissionais que os preparam. Ficou comprovada a ação carcinogênica 
desses medicamentos pela alta incidência de um segundo tumor no grupo de 
pacientes que fizeram uso da quimioterapia. Em relação ao pessoal que manipula 
essas drogas, comprovou-se que, em tempo prolongado de exposição – de dez a 
dezesseis anos – e sem o uso de medidas de proteção ambiental e pessoal 
efetivas, alguns profissionais apresentaram lesões hepáticas permanentes. Já em 
outro grupo que fez uso de medidas preventivas não foram encontrados resíduos da 
droga nos exames de urina, nem efeitos colaterais como manifestados pelos 
pacientes. 
As pesquisas, embora não oclusivas e divergentes, sugerem riscos ao 
pessoal que manipula droga antineoplásica, sendo de suma importância 
estabelecerem-se diretrizes que constituam as recomendações da ASOS. 
 
Manuseio dos agentes quimioterápicos 
 
Os profissionais que trabalham com agentes quimioterápicos devem receber 
treinamento especial em procedimentos de trabalho seguro com agentes cititóxicos: 
- Qualquer exposição aguda a agentes antineoplásicos deve ser documentada. 
- Os profissionais devem ser submetidos a exames de saúde periódicos. 
- Mulheres em idade fértil devem ter cuidados ao manusear drogas citotóxicas. As 
que estão tentando engravidar estão grávidas ou amamentando devem ser 
informadas sobre os riscos potenciais da exposição. 
- Os agentes quimioterápicos devem ser preparados em área especialmente 
estruturada para esse fim, centralizada, com pessoal exclusivo. O manuseio da 
droga deve ser efetuado em capela de fluxo laminar vertical classe II. 
- Frascos, seringas, agulhas, equipos e frascos de soro devem ser desprezados 
em caixas de papelão protegidas com saco plástico, identificadas antes de serem 
encaminhadas para incineração, após o término do preparo da medicação de cada 
plantão. 
- Os profissionais devem usar luvas cirúrgicas de látex e capote de baixa 
permeabilidade. 
- No caso da não-disponibilidade de capela de fluxolaminar, torna-se obrigatório o 
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uso do seguinte paramento pelo funcionário incumbido do preparo da droga 
antineoplásica: luvas duplas, capote impermeável, óculos de proteção, máscaras, 
propé. 
- Área de preparo da medicação deve seguir os seguintes critérios: 
- Ausência de circulação de pessoal; 
- Ser arejada; 
- Não abrigar comestíveis, bebidas, cigarros e cosméticos; 
- Ter geladeira exclusiva para a guarda de quimioterápicos; 
 
- Os quimioterápicos devem ser devidamente rotulados e conter data, horário e o 
nome da pessoa que os diluiu. 
 
 
Assistência para os efeitos colaterais 
 
Os efeitos tóxicos e colaterais na administração de quimioterápicos resultam 
da agressão às células que se renovam rapidamente, sendo mais atingidas as da 
medula óssea, os folículos pilosos e o epitélio de revestimento do trato 
gastrintestinal. Esses efeitos variam, podendo desde afetar a aparência do paciente 
até implicar letalidade potencial. 
Reações agudas 
 
Ocorrem quando do extravasamento ou infiltração da medicação nos tecidos 
subcutâneos. A droga vesicante pode provocar descamação e necrose do tecido; se 
a droga for irritante, provocará inflamação ou dor no local do extravasamento. 
No caso de extravasamento, devem ser tomados os seguintes cuidados: 
 
- Interromper imediatamente a administração da droga; 
- Deixar a agulha no local; 
- Aspirar qualquer droga residual que tenha permanecido no equipo; 
- Remover a agulha; 
- Evitar exercer pressão sobre o local; 
- Elevar o braço do paciente; 
- Aplicar compressas geladas por quinze a vinte minutos; 
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- Comunicar de imediato o ocorrido ao enfermeiro ou ao médico. 
Alguns quimioterápicos, ainda quando adequadamente infundidos, podem provocar 
reações imediatas ou tardias no local da punção ou no trajeto venoso. As principais 
reações verificadas são: dor, queimação, eritema, urticária, trombose venosa, flebite, 
hiperpigmentação, fibrose venosa. Nesses casos, interromper imediatamente a 
aplicação do quimioterápico e infundirsoro livremente. 
Náuseas e vômitos 
 
- Administrar medicação antiemética conforme prescrição ou protocolo do hospital; 
- Observar o balanço hídrico do paciente, controlando a freqüência e o volume 
das perdas e ingestão hídricas; 
- Avaliar sinais e sintomas de desidratação; 
- Incentivar o paciente a ingerir maior quantidade de líquidos; 
- Em caso de mucosite ou estomatite, observar diariamente a mucosa oral do 
paciente submetido à quimioterapia; 
- Incentivar o paciente a manter boa higiene oral, com bochechos e gargarejos 
com bicarbonato de sódio (as soluções alcalinas modificam o pH da cavidade oral, 
diminuindo a possibilidade de proliferação de fungos e bactérias patogênicas, 
auxiliando também na diminuição do odor e tornando a saliva mais fluida). 
Alguns Efeitos Adversos da Quimioterapia 
 
Toxicidade hematológica: mielodepressão (leucopenia, plaquetopenia, anemia). 
 
Toxicidade gastrintestinal: náuseas, vômitos, anorexia, estomatite, mucosite 
estomatite, diarréia e constipação. 
Toxicidade Cardíaca: cianose, cardiomegalia, edema de extremidades. 
 
Toxicidade Pulmonar: infecções, hemorragia; 
 
Toxicidade Neurológica: ataxia, convulsões, neuropatias 
 
Toxicidade Hepática: icterícia, prurido, acolia, mioglobuninúria 
 
Alterações Metabólicas: hipercalcemia, hipomagnesemia, hiperuremia 
 
Disfunção reprodutiva: diminuição da libido, impotência, alteração do funcionamento das 
gônadas. 
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Toxidade dermatológica: hiperpigmentação plantar e palmar, alopecia 
 
 
Assistência de Enfermagem 
 
- Atentar para sinais de infecção 
 
- Atentar para resultados de exames laboratoriais (hemograma) 
 
- Observar sinais de sangramento (hematúria, hematêmese, melena, epistaxe e outros). 
 
- Evitar punções intramusculares 
 
- Orientar repouso absoluto na presença de plaquetopenia 
 
- Atentar para sinais vitais 
 
- Atentar para sinais e sintomas como dispnéia, fadiga, taquicardia, alterações de 
sensibilidade e motricidade, alterações visuais, cefaléia, tonturas; 
- Administrar oxigenoterapia em casos mais graves 
 
- Estimular dieta fracionada e avaliar a aceitação 
 
- Atentar para eliminações intestinais (constipação e diarréia) 
 
- Realizar balanço hídrico 
 
- Medir circunferência abdominal 
 
- Atentar para alterações na pele 
 
- Estimular a promoção da auto-estima 
 
- Aplicar medidas de isolamento reverso na baixa de imunidade 
 
- Estimular hidratação 
 
- Administrar medicação antiemética 
 
- Realizar higiene oral com anti-sépticos bucais não alcoólicos e se necessário 
administrar medicamentos de forma tópica ou sistêmica para minimizar dor local 
- Atentar para nível de consciência e/ou alterações de comportamento 
 
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· Aplicar medidas para alívio da dor, ansiedade 
· Orientar quanto à possibilidade de disfunção sexual, perda da libido, menstruação e 
fertilidade. 
 
Nutrição para Paciente Oncológico 
 
Todo e qualquer paciente portador de câncer tem seu estado nutricional 
alterado. Para tanto, necessitamos uma avaliação criteriosa feita por profissional 
qualificado (nutricionista e/ou nutrólogo) que irá definir qual o tipo de dieta mais 
adequada, seja ela via oral, enteral e parenteral. 
Devido às alterações metabólicas e sintomas colaterais relacionados as 
diferentes terapias, o organismo desse paciente não absorve todas as propriedades 
inerentes dos alimentos. 
Problemas mais comuns: 
 
· Anorexia 
 
· Náuseas e vômitos 
 
· Estomatite 
 
· Dor gástrica, etc. 
 
Para que se possa melhorar o seu estado nutricional é necessário que se 
conheça algumas características individualmente 
· Hábitos alimentares 
 
· preferências 
 
· restrições 
 
· Padrão de evacuações 
 
· Evolução ponderal 
 
· Ocorrências de vômitos, dor gástrica, sangramento, etc. 
 
A nutrição deverá ser por via oral variando assim os alimentos levando-se em 
consideração os fatores acima e valores protéico-calóricos para que se estimule a 
ingesta. 
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Em alguns serviços encontramos pratos coloridos com vários tipos de 
apresentação e desenhados para o estímulo de crianças e adultos. 
Outra maneira de estimular a dieta, é a fração em pequenas porções 
recomendadas para que o cliente não sinta aversão ao alimento no primeiro impacto. 
Em muitos casos a via oral não é possível; portanto a opção se faz pela via 
enteral. Atualmente essas dietas já estão prontas onde foram manipuladas em 
farmácias especializadas cabendo a enfermagem sua instalação. 
 
Assistência de Enfermagem 
 
· Estimular alimentação 
 
· Observar a aceitação das dietas 
 
· Anotar ocorrências de náuseas e vômitos 
 
· Observar e anotar padrão das evacuações (constipação, diarréia). 
 
· Estimular ingesta hídrica ou lavar a sonda enteral após a administração da dieta de 
acordo com a rotina hospitalar 
· Contribuir junto à equipe fornecendo informações pertinentes 
· 
 Nutrição Parenteral 
 
Em alguns casos se faz necessário à introdução das dietas parenterais. A 
nutrição parental total (NPT) tem como objetivo estabelecer o equilíbrio do 
estado nutricional do paciente quando a ingesta alimentar não é suficiente, isto 
é, quando ocorre a perda de peso e/ou proteínas e outros oligoelementos 
estão deficientes. 
 
Via de administração 
 
Por se tratar de soluções que irritam veias periféricas, a opção é por via central e 
calibrosa. 
 
 
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O cateter utilizado pode ter duplo (ou triplo) lúmen passado por médico capacitado 
para tal o que permitiria a utilização das outras vias para administração de 
medicamentos. 
Para evitar contaminação, a manipulação da via para NPT só deve ser feita para a 
troca do frasco da NPT. 
Assistência de Enfermagem 
 
· Pesar diariamente o paciente 
 
· Fazer controle de glicemia capilar 
 
· Estimular deambulação 
 
· Anotar ingesta V.O. e hídrica caso o paciente esteja em “desmame” da NPT 
 
· Observar sinais de infecção na inserção do cateter 
 
· Controlar a infusão através de bomba de infusão 
 
· Comunicar qualquer alteração (náuseas, vômitos, cefaléia, febre, etc.). 
 
 
Assistência em Oncologia Pediátrica 
 
O desenvolvimento da criança é um processo harmônico e gradual que a 
torna um ser único por seguir tendências hereditárias e influências do meio em que 
vive. 
A criança e suas necessidades 
 
A criança é um ser dependente, que precisa do adulto para atender suas 
necessidades essenciais. Na maioria das vezes, compete aos pais à 
responsabilidade de prestar assistência ao filho, educá-lo, ajustá-lo a seu meio e 
proporcionar-lhe condições para que possa compartilhar alegrias e momentos 
difíceis. As necessidades essenciais da criança durante o processo de 
desenvolvimento podem ser classificadas em: 
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Necessidade biológicas e físicas 
 
A criança é totalmente dependente do adulto no atendimento das necessidadesde 
alimentação, hidratação, higiene, segurança, conforto. No período da infância cabe 
aos pais ou responsáveis induzir a criança a adquirir hábitos saudáveis por meio de 
um processo educativo. A equipe de enfermagem deve assumir esta excelente 
oportunidade, orientando a família e comunidade. 
Necessidades emocionais 
 
Amar e valorizar a criança pelo que ela é, como um ser singular, é fator 
indispensável para o desenvolvimento de uma personalidade saudável, que a 
tornará um adulto seguro de sua auto-imagem. 
A disciplina deve ser uma constante no desenvolvimento da criança. Desde cedo ela 
deve aprender a aceitar regras e restrições. 
A Criança em Desenvolvimento e o Câncer 
 
A criança com câncer exige um tratamento abrangente, que atenda não só suas 
necessidades físicas como também psicológicas. Suas crenças e sentimentos em 
relação ao câncer irão afetar sua adaptação psicossocial à doença e a aceitação dos 
protocolos prescritos, com toda a gravidade dos efeitos do tratamento. 
Nos primeiros 18 meses de vida, o bebê encontra-se num período de exploração 
sensório- motora e é através de interações com o meio ambiente que ele aprende a 
atribuir um significado à informação sensorial, começando a associar objetos e eventos. 
Dessa forma, a visão de alguém com vestimenta branca à beira do seu berço, por 
exemplo, pode fazê-lo demonstrar sinais de inquietação e medo após Ter experimentado 
injeções dolorosas aplicadas pelos integrantes da equipe de enfermagem. 
O diagnóstico e tratamento do câncer numa criança trazem como conseqüência uma 
série de rupturas, tanto para o paciente quanto para a família, ameaçando o senso de 
confiança da criança em seu meio ambiente. Deve-se, portanto, permitir que os pais 
fiquem com a criança hospitalizada a maior parte possível do tempo de internação e 
participar com a equipe de enfermagem nos cuidados físicos prestados a ela, 
estabelecendo-se um elo de confiança, que os ensinará a melhor cuidar de seu filho. 
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Na criança pequena, entre 18 e 36 meses, predomina o egocentrismo, o que a leva a 
atribuir sua enfermidade a um mau comportamento, podendo, assim, encarar o câncer 
ou a hospitalização como uma punição para sua transgressão. Nessa fase de 
desenvolvimento também é forte o sentimento de autonomia e independência, sendo 
comuns comportamentos resistentes e acessos de pirraça. 
A doença e o tratamento antineoplásico, com suas restrições e limitações físicas, fazem 
com que a criança experimente sentimentos de perda do controle sobre seu meio 
ambiente, o que pode gerar nela uma reação de passividade e dependência ou um 
comportamento desafiador e negativista. 
É de fundamental importância orientar os pais para que mantenham um relacionamento 
o mais normal possível com a criança, facilitando sua adaptação à enfermidade e 
permitindo-lhe um bom desenvolvimento pessoal. 
A criança em idade pré-escolar, entre 6 e 7 anos, tem uma noção do seu corpo muito 
simples e concreta, chegando a crer que até mesmo os cabelos são vitais para sua 
integridade corporal e sobrevivência. Fica em estado de grande ansiedade quando 
alguma região de seu corpo é alterada, removida ou perdida em uma cirurgia, tendo 
uma compreensão incompleta da doença. Embora seja capaz de repetir as informações 
que lhe são transmitidas pelos pais ou pela equipe de saúde, não compreende os fatos 
que estão sendo verbalizados. Assim, é importante que os profissionais de saúde 
expliquem de forma simples as funções de seu corpo e os conceitos da doença, 
esclarecendo dúvidas ou conceitos errôneos. Nesta idade, a liberdade para buscar 
atividades e interesses e dominar novas habilidades alimenta um senso de conquista na 
criança, valorizado pela aprovação dos que fazem parte do seu cotidiano. A partir do 
momento em que experimenta o fracasso na busca dos seus objetivos, advém uma 
sensação de decepção, frustração e derrota que a impede de lutar com confiança por 
objetivos futuros. Estes sentimentos podem ser desencadeados pelo diagnóstico e 
tratamento do câncer, pois a criança se vê limitada em sua atuação, chegando a 
regredir a comportamentos parecidos com aqueles observados em crianças de menor 
idade. Não pode, entretanto, sentir-se criticada por esse tipo de comportamento, sob o 
risco de tornar-se ainda mais frustrada, diminuindo seu senso de competência e sua 
auto-estima, que se encontra em desenvolvimento nesta fase de sua vida. 
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Em idade escolar, a criança apresenta desenvolvimento cognitivo concreto/operacional. 
Adquire a capacidade de pensar em termos de causa e efeito, de generalizar, de 
compreender termos relativos e de raciocinar de modo sistemático. É capaz de 
diferenciar a estrutura e a função de cada parte de seu corpo, sendo vaga, contudo, a 
inter-relação entre os diferentes sistemas corporais. 
Dispondo de pouco conhecimento acerca da atuação do seu corpo, atribui a 
enfermidade a uma ação ou acontecimento externo. Portanto, a equipe de enfermagem 
deve oferecer-lhe informações de maneira descritiva, usando cartazes, desenhos etc. 
Nesta idade, é importante que a criança se envolva em atividades que firmem sua auto-
estima e senso de competência. A irregularidade no comparecimento à escola e a 
ineficiência no cumprimento dos deveres escolares devido às constantes visitas à 
clínica, além dos efeitos colaterais do tratamento, podem gerar nela um sentimento de 
incapacidade, afetando seu relacionamento com os companheiros de escola. É 
importante que os professores e os colegas estejam bem informados acerca da criança, 
auxiliando-a na integração com as atividades escolares e sociais. 
 O adolescente afetado por uma doença crônica vê ameaçado seu senso de autonomia. 
O diagnóstico e tratamento do câncer e os efeitos colaterais levam-no a episódios de 
fraqueza, à dependência de outras pessoas que o auxiliem em seu cuidado. Seus pais 
adquirem importância no apoio emocional. Todo esse processo pode abalar 
consideravelmente o senso de autonomia e independência florescente na personalidade 
do adolescente, tornando-o rebelde e dificultando o tratamento médico e de 
enfermagem. É importante que se permita ao adolescente certo poder de decisão, que 
se respeite sua necessidade de privacidade, assim como que seja encorajado em sua 
volta às atividades normais, possibilitando a restauração de seu sentimento de 
independência e individualidade. 
 
O adolescente e o câncer 
 
Sendo a adolescência uma fase de transição entre a infância e a idade adulta, à medida 
que a criança a adentra, o estágio final do seu desenvolvimento cognitivo operacional 
formal vai sendo gradualmente atingido. 
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O adolescente é capaz de compreender melhor as relações existentes entre as 
estruturas e a fisiologia de seu corpo, podendo explicar a doença em forma de disfunção 
orgânica e os agentes causadores como motivadores de várias enfermidades. 
 
Em seu desenvolvimento, o adolescente busca uma identidade autônoma e estável, 
lutando para desenvolver um autoconceito de imagem corporal de segurança e conforto 
e estabelecer uma independência econômica e emocional em relação a seus pais, para 
firmar uma identidade sexual e se preparar para uma carreira. 
O adolescente afetado por uma doençacrônica vê ameaçado seu senso de autonomia. 
O diagnóstico e tratamento do câncer e os efeitos colaterais levam-no a episódios de 
fraqueza, à dependência de outras pessoas que o auxiliem em seu cuidado. Seus pais 
adquirem importância no apoio emocional. Todo esse processo pode abalar 
consideravelmente o senso de autonomia e independência florescente na personalidade 
do adolescente, tornando-o rebelde e dificultando o tratamento médico e de 
enfermagem. É importante que se permita ao adolescente certo poder de decisão, que 
se respeite sua necessidade de privacidade, assim como que seja encorajado em sua 
volta às atividades normais, possibilitando a restauração de seu sentimento de 
independência e individualidade. 
Principais neoplasias na infância 
 
Neoplasias hematopoéticas 
 
Leucemia: É o termo amplo aplicado a um grupo complexo e heterogêneo de doenças 
malignas da medula óssea e do sistema linfático. 
Doença de Hodgkin: Doença neoplásica que se origina no sistema linfóide e envolve 
principalmente os linfonodos ou gânglios linfáticos. 
Linfoma não-Hodgkin (LNH): Doença do sistema linfático com comprometimento dos 
nódulos supradiafragmáticos, muitas vezes associada a uma massa no mediastino 
anterior; e tumores infradiafragmáticos comprometendo a região ileocecal, o mesentério, 
ou o retroperitônio. 
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Neuroblastoma: Tumor do sistema nervoso simpático, sendo o tumor sólido mais comum 
na infância. 
 
Tumor de Wilms: Neoplasia congênita das células embrionárias renais, 
representando a malignidade abdominal mais comum entre as crianças. 
Tumores hepáticos: Os mais comuns na infância são: 
 
- Hepatoblastoma: tumor que acomete crianças com menos de três anos de idade; 
- Carcinoma hepatocelular: tumor que acomete crianças mais velhas, entre 12 e 15 
anos de idade. 
- Rabdomiossarcoma: tumor maligno do mesênquima embrionário que origina a 
musculatura estriada. Trata-se de um dos sarcomas de tecido mole mais comuns na 
infância. 
- Osteossarcoma: tumor que se origina nas metáfises dos ossos longos, 
apresentando um pico de incidência durante o período de crescimento ósseo mais 
rápido: 15 anos para os meninos e 14 anos para as meninas. 
 
- Sarcoma de Ewing: sarcoma de pequenas células arredondadas do osso, 
provavelmente de origem neural, podendo comprometer qualquer osso do corpo. 
- Tumores cerebrais: constituem o segundo tipo de neoplasia mais comum entre 
crianças. Os tipos de histológicos observados na faixa pediátrica são o tumor 
neuroectodérmico primitivo, o meduloblastoma, os astrocitomas e o ependimoma. 
 
Tratamento e assistência de enfermagem 
 
Tratamento 
 
Na maioria das vezes, o tratamento de escolha é o cirúrgico, acompanhado de 
irradiação e quimioterapia. A partir do diagnóstico e durante todo o tratamento, a 
família sente-se abalada diante do quadro e do prognóstico incerto, buscando apoio 
na equipe de multidisciplinar, principalmente na enfermagem que presta assistência 
contínua à criança. 
 
 
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Assistência ao paciente e à família 
 
A enfermagem deve, portanto, estar apta a: 
 
- Ajudar a família a enfrentar o impacto do diagnóstico, permitindo a expressão de 
sentimentos, explicando e reforçando informações fornecidas pela equipe médica; 
- Estar disponível para dar apoio à família; 
- Preparar a família para os procedimentos diagnósticos terapêuticos, como coleta 
de sangue, urina e fezes para exames, mielograma e punção lombar, explicando os 
procedimentos passo a passo; 
- Explicar a razão dos antibióticos e transfusões; 
- Orientar quanto à necessidade de medidas específicas para evitar infecção ou 
sangramento na mielossupressão; 
- Em caso de infecção, estabelecer o isolamento reverso; 
- Em caso de alta hospitalar, enfatizar a importância de isolar a criança de 
qualquer caso conhecido de doenças contagiosas da infância e de afastá-la de 
aglomerações; 
- Orientar quanto ao período de repouso e atividade, permitindo que a própria 
criança controle sua tolerância às atividades. 
 
Dor Oncológica (O Desafio do Tratamento) 
 
A cada dia, cerca de 9 milhões de pessoas no mundo sofrem a experiência de dor 
relacionada ao câncer. Mas uma estatística mais importante é que mais 90% podem 
ter alívio dessa dor através de tratamento adequado. Quem sente dor relacionada ao 
câncer aos seus tratamentos tem o direito de receber tratamento adequado. 
Durante muito tempo, a importância do tratamento da dor relacionada ao câncer foi 
subestimada. A dor era vista como algo para ser suportada, como uma 
conseqüência inevitável do processo da doença. No entanto, pesquisas dão grandes 
evidências de que, na grande maioria dos casos, a dor pode ser controlada. 
O controle da dor significa tratá-la de forma agressiva para prover o máximo grau de 
alívio possível. Geralmente isto significa tratamento com medicamentos e outros 
métodos, eventualmente até cirurgia. Mas também, na estratégia, há possibilidade 
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Curso Legalizado, conforme artigo 205 e 206 Constituição Federal, Lei nº 9.394. 
Decreto Presidencial nº 5.154 e Normas. 
Resolução CNE nº 04/99-MEC 
 
 
de técnicas que melhoram a qualidade de vida, como terapia psicológica, técnicas 
de relaxamento, e outras técnicas que não requerem medicação. 
O que é dor? 
 
A dor significa simplesmente algum sentimento que fere. Através do corpo há 
milhares de terminações nervosas que reagem quando há algo errado nas suas 
proximidades. Estes sinais viajam através dos nervos para o cérebro, que processa a 
informação sensitiva. 
O câncer causa dor quando invade ossos, músculos, ou vasos sangüíneos. Também 
pode aparecer quando o tumor comprime nervos e vasos sangüíneos, ou quando 
produz alguma inflamação local. No entanto, a dor apresenta várias dimensões, que 
vão além da explicação física. Quanto mais tempo a dor persiste, maior o sofrimento 
causado em praticamente todos os aspectos da vida: comer, se vestir, andar. Pode 
causar ansiedade, depressão ou raiva. Prejudica a dignidade pessoal, atrapalha a 
relação com amigos e familiares. É uma experiência única, para cada pessoa. 
 
Terapêutica farmacológica no tratamento da dor 
 
Analgésicos fracos – aspirinas, dipirona, acetaminofeno, diclofenaco, piroxican; 
 
Opiáceos fracos – codeína, 
dextropropoxifeno; Opiáceos fortes – 
morfina, meperidina e bupremorfina; 
Ansiolíticos – imipramina, amitriptilina; 
Corticosteróides – dexametasona, prednisolona e prednisona. 
 
O paciente terminal e seus familiares 
 
O paciente terminal é aquele que se encontra incapacitado de desenvolver 
suas atividades físicas, de manter um relacionamento com as pessoas que o 
rodeiam e cuja morte é aguardada a qualquer momento. Apresenta dificuldade para 
ingestão de alimentos, confusão mental ou coma. 
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CEL – Centro de Estudos Livres – MEI CNPJ 36.018.338/0001-18 
Curso Legalizado, conforme artigo 205 e 206 Constituição Federal, Lei nº 9.394. 
Decreto Presidencial nº 5.154 e Normas. 
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A equipe de enfermagem deve manter atitude de respeito e solidariedade 
para com o paciente e seus familiares, providenciando os meios necessários para 
que ele seja mantido em ambiente calmo, tranqüilo, arejado e em condições de 
conforto no leito. 
O paciente e a morte 
 
A morte significa perda, separação daqueles que amamos, significa enfrentar 
o desconhecido. Todos a tememos, mas ela nada mais

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