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CURSO DE MEDICINA - AFYA NOTA FINAL Aluno: Componente Curricular: Teste de Progresso Institucional - MEDICINA Professor (es): Período: 202401 Turma: Data: TESTE DE PROGRESSO INSTITUCIONAL_MEDICINA_2024.1_08 ABRIL2024 RELATÓRIO DE DEVOLUTIVA DE PROVA PROVA 11513 - CADERNO 005 1ª QUESTÃO Resposta comentada: Este caso se trata de uma gestação ectópica confirmada por BhCG sérico positivo associado à dor pélvica e imagem anexial sugestiva. A paciente se apresenta estável hemodinamicamente e tem desejo reprodutivo, o que nos faz pensar em conduta conservadora. Para que isso seja possível, alguns critérios devem ser considerados, como saco gestacional menor que 3,5 cm, feto sem atividade cardíaca, BhCG menor que 5.000 mUi/mL e estabilidade hemodinâmica. Após a administração do metrotexato, deve-se monitorizar a queda do BhCG sérico, que sinaliza sucesso do tratamento. A salpingectomia, ooforectomia e laparotomia não devem ser realizadas, visto que a paciente tem critérios para tratamento conservador, aumentando as chances de preservação da fertilidade, já que ela apresentou desejo de novas gestações. O BhCG considerado para tratamento conservador é o inicial, sendo assim não há indicação de repetir o BhCG. O ultrassom transvaginal foi realizado no dia do atendimento, não tendo benefício em se repetir em 2 dias. REFERÊNCIA: ZUGAIB, Marcelo. Zugaib obstetrícia. s.l.: Editora Manole, 2023. E-book. ISBN 9786555769340. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555769340/. Acesso em: 9 out. 2023. 2ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 1 de 68 Mobile User Resposta comentada: O teste do coraçãozinho: Teste negativo: SpO2 maior ou igual a 95%, e a diferença entre as medidas no membro superior direito e o membro inferior deve ser menor ou igual a 3%. Teste positivo: SpO2 menor ou igual a 89% no membro superior direito ou no membro inferior. Teste duvidoso: SpO2 entre 90% e 94% ou uma diferença entre as medidas do membro superior direito e o membro inferior maior ou igual a 4%. Nessa situação, o teste deve ser realizado novamente após uma hora por até duas vezes. Referência: SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA (SBP). Sistematização do atendimento ao recém- nascido com suspeita ou diagnóstico de cardiopatia congênita. Manual de Orientação Departamento Científico de Cardiologia e Neonatologia (2019-2021). n. 4, 11 de Agosto de 2022. Disponível em: https://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/sistematizacao-do- atendimento-ao-recem-nascido-com-suspeita-ou-diagnostico-de-cardiopatia-congenita/. Acesso em: 29 mar. 2024. 3ª QUESTÃO Resposta comentada: Desenvolvido na década de 1980 pelos pesquisadores norte-americanos Prochaska e DiClemente, o modelo transteórico (MTT) engloba diferentes teorias da psicologia social. É constituído por quatro construtos: estágios de mudança do comportamento, processos de mudança, equilíbrio de decisões e autoeficácia. O MTT foi desenvolvido inicialmente em um contexto clínico que envolvia comportamentos de adição, como o de fumar. O construto de mudança de comportamento do MTT é composto por cinco estágios: 1.Pré-contemplação (I won’t – eu não quero): não considera a possibilidade de mudar, nem se preocupa com a questão. 2.Contemplação (I might – eu deveria): admite o problema, é ambivalente e considera adotar mudanças eventualmente (nos próximos 6 meses). 3.Preparação (I will – eu irei): inicia algumas mudanças, planeja, cria condições para mudar, revisa tentativas passadas (nos próximos 30 dias). 4.Ação (I am – eu estou): implementa mudanças ambientais e comportamentais, investe tempo e energia na execução da mudança (a mudança ocorreu há menos de 6 meses). 5.Manutenção (I have – eu tenho que): processo de continuidade do trabalho iniciado com ação, para manter os ganhos e prevenir uma recaída (a mudança ocorreu há mais de 6 meses). Referência: GUSSO, G.; LOPES, J. M. C.; DIAS, L. C. Tratado de medicina de família e comunidade: princípios, formação e prática. Grupo A, 2019. E-book. ISBN 9788582715369. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788582715369/. Acesso em: 29 ago. 2023. 4ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 2 de 68 Resposta comentada: A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é o tratamento preferencial para a síndrome do pânico, visando modificar padrões de pensamento e comportamento disfuncionais que contribuem para os sintomas de ansiedade. Embora os antidepressivos tricíclicos tenham eficácia comprovada, seus efeitos colaterais significativos podem dificultar a adesão ao tratamento. A abordagem psicodinâmica não demonstrou eficácia consistente. A exposição prolongada ao estresse pode agravar os sintomas ansiosos. Os bloqueadores beta-adrenérgicos são reservados para casos específicos de síndrome do pânico em que outras opções terapêuticas falharam. Referências: MIGUEL, E. C. (ed.). Clínica psiquiátrica: a terapêutica psiquiátrica. 2. ed. ampl. e atual. Barueri [SP]: Manole, 2021. MIGUEL, E.C., GENTIL, V.; GATTAZ, W.F. Clínica psiquiátrica: a terapêutica psiquiátrica. Barueri: Editora Manole, 2011. 5ª QUESTÃO Resposta comentada: O maior coeficiente de incidência é na faixa etária de 20 a 29 anos. A maior proporção de casos graves concentra-se na faixa etária de 80 e mais. Referência: BRASIL, Ministério da Saúde. Centro de Operações de Emergências – COE – Dengue e outras arboviroses. Informe Semanal. Edição No 01/SE 01 a 05/2024. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/arboviroses/informe-semanal/coe- dengue-informe-01-led_.pdf. Acesso em: 06 mar. 2024. 6ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 3 de 68 Resposta comentada: Puérpera apresentando fatores de risco para TEV: IMC >= 40 (2 pontos) Idade > 40 anos (2 pontos) Multiparidade (1 ponto) Pré-eclâmpsia grave na gestação atual (1 ponto) Cesariana de emergência (1 ponto) Totalizando: 7 pontos Segundo o escore proposto pela Febrasgo e adotado no protocolo de gestação de alto risco do Ministério da Saúde, paciente com escore >= 3 é indicativo de tromboprofilaxia medicamentosa com enoxaparina (heparina de baixo peso molecular). Pelo protocolo da CNE – Febrasgo, o uso de tromboprofilaxia farmacológica está indicado para as gestantes ou puérperas com escore maior ou igual a 3 pontos. Para gestantes e puérperas, a tromboprofilaxia farmacológica deve ser feita com as heparinas de baixo peso molecular (HBPM), pela maior seletividade em inibir o fator Xa, menores riscos de sangramento, de osteopenia e de trombocitopenia induzida pela heparina, além de maior facilidade em seu uso. Referência: BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual de Gestação de alto risco. 2022. Brasília-DF. 7ª QUESTÃO Resposta comentada: Incorreta: Febre superior a 38 °C é critério menor para o diagnóstico. Correta: A presença de coreia é suficiente para o diagnóstico de febre reumática, mesmo na ausência de evidência de infecção estreptocócica anterior. Incorreta: A poliartrite é assimétrica e migratória, não erosiva e não deixa sequelas. Incorreta: A droga de escolha para o tratamento da coreia de Sydenham é o haloperidol 1 mg/dia. Incorreta: O intervalo P-R é critério menor. Referências: DIRETRIZES BRASILEIRAS PARA DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO E PREVENÇÃO DA FEBRE REUMÁTICA DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA, DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA E DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA. Arq Bras Cardiol. 2009; 93(3 supl.4):1-18. JÚNIOR, D. C.; BURNS, D. A. R.; LOPEZ, F. A. Tratado de pediatria. Barueri-SP: Editora Manole, 2021. E-book. 8ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 4 de 68 Resposta comentada: Paciente em crise aguda de asma, e a medicação de resgate deve ser um b2 agonista de curta ação. Não há a necessidade de suporte de oxigênio, pois a paciente está com a saturação de 95%, > do que 94%. Referências: GLOBAL INITIATE FOR ASTHMA. Global Strategy for Asthma managementDisponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595159003/. Acesso em: 2 abr. 2024. JUNQUEIRA, L. C.; CANEIRO, J. Histologia básica: texto e atlas. 14 ed. [s.l.]: Grupo GEN, 2023. Disponível em: Minha Biblioteca. Acesso em: 28 mar. 2024. 65ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 34 de 68 Resposta comentada: A sífilis congênita é uma doença transmitida da mãe com sífilis não tratada ou tratada de forma não adequada para criança durante a gestação (transmissão vertical). Por isso, é importante fazer o teste para detectar a sífilis durante o pré-natal e, quando o resultado for positivo (reagente), tratar corretamente a mulher e sua parceria sexual, para evitar a transmissão. Uma vez que o título do VDRL do recém-nascido encontra-se quatro vezes maior que o da mãe, o tratamento está indicado independentemente dos achados clínicos. Referência: BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas para atenção integral às pessoas com infecções sexualmente transmissíveis (IST). Ministério da Saúde. 2022. 66ª QUESTÃO Resposta comentada: Herança autossômica dominante: Este tipo de herança ocorre quando um alelo dominante em um dos cromossomos autossômicos é suficiente para causar a expressão do fenótipo. Geralmente, é esperado que a condição afete igualmente homens e mulheres e que seja transmitida de pais afetados para seus filhos com uma probabilidade de 50%. Como a síndrome genética em questão é transmitida exclusivamente das mães para seus filhos, e os sintomas podem variar significativamente entre os afetados, esta opção não é a mais apropriada. Herança autossômica recessiva: Este tipo de herança ocorre quando um alelo recessivo em ambos os cromossomos autossômicos é necessário para expressar o fenótipo. A condição geralmente aparece em descendentes de pais portadores assintomáticos e pode afetar ambos os sexos de maneira igual. Como a síndrome em questão é transmitida de maneira diferente e não mostra um padrão de recessividade típico, essa opção não é a mais apropriada. Herança ligada ao sexo dominante: Neste tipo de herança, o gene responsável pelo fenótipo está localizado em um dos cromossomos sexuais (X ou Y) e é expresso de forma dominante. Normalmente, tanto homens quanto mulheres são afetados, e a transmissão pode ocorrer de pais para filhos ou de pais para filhas. Como a síndrome é transmitida exclusivamente das mães para seus filhos, essa opção não é a mais adequada. Herança ligada ao sexo recessiva: Neste tipo de herança, o gene responsável pelo fenótipo está localizado em um dos cromossomos sexuais (X ou Y) e é expresso recessivamente. Geralmente, a condição afeta mais homens do que mulheres, e as mulheres portadoras geralmente são assintomáticas. Como a síndrome em questão não segue esse padrão de herança ligada ao sexo recessiva, esta opção não é a mais apropriada. Herança mitocondrial: A herança mitocondrial é transmitida exclusivamente das mães para seus filhos, pois o DNA mitocondrial é herdado apenas por meio do óvulo. Além disso, a gravidade dos sintomas pode variar significativamente entre os afetados, devido à heteroplasmia mitocondrial, que é a presença de diferentes populações de mitocôndrias em uma única célula. Portanto, dado que a síndrome genética é transmitida exclusivamente das mães para seus filhos e os sintomas podem variar, a herança mitocondrial é a explicação mais plausível. Referência: GRIFFITHS, A. J., F. et al. Introdução à genética. 12 ed. [s.l.]: Grupo GEN, 2022. Disponível em: Minha Biblioteca. Acesso em: 28 mar. 2024. 67ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 35 de 68 Resposta comentada: A idade gestacional de 32 semanas foi considerada limite para a classificação da RCF entre essas duas formas de aparecimento. A RCF de início tardio está normalmente associada com alterações placentárias menos severas (menos de 30% de função comprometida), e a adaptação cardiovascular do feto não progride além da alteração do fluxo da circulação cerebral. A associação com pré-eclâmpsia é mínima quando comparada à forma de início precoce. Em geral, admite-se que a maioria dos casos de RCF tardia tenha início após 32 semanas. Os principais métodos biofísicos para avaliação da vitalidade fetal são a dopplervelocimetria, a cardiotocografia e o perfil biofísico fetal. Referência: ZUGAIB, M. et al. Zugaib obstetrícia. 5. ed. Barueri [SP]: Editora Manole, 2023. 68ª QUESTÃO Resposta comentada: O profissional de Saúde deve desenvolver a competência de ajudar as pessoas com foco na qualidade da vida, especialmente na Atenção Domiciliar, em que o resultado depende da participação do sujeito e da sua capacidade de “inventar-se”, apesar da doença. A escuta qualificada ajuda a pessoa e a família a entenderem a doença, relacionando-a com a vida para evitar atitudes passivas diante do tratamento, responsabilizando-as e ampliando as possibilidades clínicas do profissional. Uma abordagem muito utilizada na prática clínica individual, útil na ampliação da clínica, e que pode ser utilizada no cuidado do paciente em Atenção Domiciliar é o método clínico centrado na pessoa (MCCP), caracterizado por uma metodologia sistematizada para auxiliar o profissional de saúde a realizar a abordagem individual das pessoas. O MCCP visa encontrar a real necessidade da pessoa em atendimento, ampliando o foco deste para todos os problemas dela – físicos, sociais ou psicológicos, investigando a forma com que eles aparecem. Para que o profissional da Atenção Domiciliar consiga fazer uso dessa metodologia, este precisa estabelecer com a pessoa em atendimento os princípios de autonomia e de autocuidado, fundamentais para a clínica ampliada. Referência: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Caderno de atenção domiciliar / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 2 v. 69ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 36 de 68 Resposta comentada: A Lei n.º 8.142, de 28 de dezembro de 1990, dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS). A representação dos usuários nos conselhos de saúde e conferências será paritária em relação ao conjunto dos demais segmentos. Deve ser composto por 50% de representantes de entidades e dos movimentos sociais de usuários do SUS; e 50% de representantes de entidades de profissionais de saúde, incluída a comunidade científica da área de saúde, de representantes do governo, de entidades de prestadores de serviços de saúde (sendo 25% de entidades representativas dos trabalhadores da área de saúde e 25% de representação de governo e prestadores de serviços privados conveniados ou sem fins lucrativos). Cabendo a cada conselho de saúde definir o número de membros, obedecendo à composição supracitada (BRASIL, 1990; BRASIL, 2006). Referências: BRASIL. Lei n.º 8.142, de 28 de dezembro de 1990. Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 1990. BRASIL. Decreto n.º 5.839, de 11 de julho de 2006. Dispõe sobre a organização, as atribuições e o processo eleitoral do Conselho Nacional de Saúde — CNS e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil. Brasília, DF, 2006. 70ª QUESTÃO Resposta comentada: A resposta correta para esta questão é a alternativa “Organizar sessões de educação em saúde comunitária sobre nutrição e gestão do estresse.” Essa resposta está alinhada com as características do trabalho educativo com grupos operativos. Os grupos operativos são uma abordagem educativa que visa promover a conscientização e a mudança de comportamento por meio da interação entre os participantes. Ao organizar sessões de educaçãoem saúde comunitária sobre nutrição e gestão do estresse, a paciente teria a oportunidade de compartilhar suas preocupações e desafios com outras pessoas em situações semelhantes, além de receber informações relevantes e apoio prático para melhorar seu autocuidado e aderência ao tratamento do diabetes. Referência: BASTOS, G. A. N. et al. Abordagem comunitária: inserção comunitária. In: GUSSO, G.; LOPES, J. M. C. (Org.). Tratado de medicina de família e comunidade: princípios, formação e prática. Porto Alegre: Artmed, 2 ed. 2019. Cap. 41. 71ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 37 de 68 Resposta comentada: Ambas as asserções são falsas e não têm relação entre si. I – A paciente apresenta um quadro de colelitíase assintomática, não necessitando de tratamento cirúrgico, exceto em casos excepcionais. Portanto, a afirmação de que ela deve ser submetida a tratamento cirúrgico, preferencialmente com colecistectomia por via laparoscópica, é falsa, uma vez que a paciente é saudável e não possui comorbidades, e seu cálculo é menor que 2 cm. II – A maioria dos cálculos biliares assintomáticos não evolui para doença ativa ao longo do tempo. Portanto, a afirmação de que evoluem para doença ativa durante sua evolução é falsa. Referência: TOWNSAND, C. M. et al. Sabiston – Tratado de cirurgia: a base biológica da prática cirúrgica moderna. 20. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019. 72ª QUESTÃO Resposta comentada: Critérios de Roma IV para diagnóstico de constipação funcional em crianças acima de 4 anos devem incluir dois ou mais dos seguintes sintomas, ocorrendo pelo menos uma vez por semana durante um período mínimo de 1 mês, com critérios insuficientes para um diagnóstico de Síndrome do Intestino Irritável: Duas ou menos defecações no banheiro por semana em uma criança com idade de desenvolvimento de pelo menos 4 anos. Pelo menos um episódio de incontinência fecal por semana. História de postura retentiva ou retenção volitiva excessiva de fezes. História de evacuações dolorosas ou duras. Presença de grande massa fecal no reto. História de fezes de grande diâmetro que podem obstruir o vaso sanitário. Após avaliação apropriada, os sintomas não podem ser totalmente explicados por outra condição médica. A 5ª edição do Tratado de Pediatria da Sociedade Brasileira de Pediatria não cita fezes “duras” como critério diagnóstico, mas o mesmo está explícito na Rome Foundation, criadora dos critérios de Roma IV, e deve ser considerado. Referências: SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Tratado de pediatria. 5. ed. Barueri–SP: Manole, 2022. ROME FOUNDATION. Rome IV Criteria. Disponível em: https://theromefoundation.org/rome- iv/rome-iv-criteria/. Acesso em: 24 fev. 2024. 73ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 38 de 68 Resposta comentada: A leucemia linfoblástica aguda (LLA) é um tipo de câncer que afeta as células precursoras dos linfócitos B ou T. É o tipo mais comum de câncer em crianças e adolescentes. O tratamento da LLA envolve uma combinação de quimioterapia, radioterapia e, às vezes, terapia-alvo. A quimioterapia é o tratamento principal para a LLA em crianças. Consiste em medicamentos que destroem as células cancerígenas e impedem sua disseminação. A quimioterapia pode ser administrada por via oral ou por via intravenosa. O tratamento é geralmente dividido em várias fases, que podem durar de meses a anos, dependendo do risco e da resposta ao tratamento. A radioterapia pode ser usada em combinação com a quimioterapia em alguns casos, como quando a leucemia se espalha para o sistema nervoso central. No entanto, a radioterapia é menos comum em crianças com LLA, devido aos riscos de efeitos colaterais a longo prazo. A imunoterapia e a terapia-alvo são tratamentos mais recentes que estão sendo investigados para o tratamento da LLA em crianças. A imunoterapia usa o sistema imunológico do próprio paciente para combater o câncer, enquanto a terapia-alvo usa medicamentos que atacam especificamente as células cancerígenas, deixando as células saudáveis intactas. No entanto, atualmente, a quimioterapia continua sendo o tratamento padrão para a LLA em crianças. A escolha do tratamento depende do tipo e estágio da leucemia, bem como do perfil de risco do paciente. REFERÊNCIA: Tsuchida Y, Shimada H. Pediatric Oncology: A Comprehensive Guide. Springer; 2019. 74ª QUESTÃO Resposta comentada: A assertiva A Saúde Planetária defende abordagens de desenvolvimento sustentável que equilibrem as necessidades humanas com a preservação dos recursos naturais é a correta porque reflete um dos princípios fundamentais da Saúde Planetária, conforme ilustrado na história apresentada na questão. A Saúde Planetária busca abordagens de desenvolvimento sustentável que equilibrem as necessidades humanas com a preservação dos recursos naturais. Na história, os cientistas aplicaram os princípios da Saúde Planetária ao promover medidas para a conservação dos recursos naturais, incentivando práticas de pesca sustentável e trabalhando em projetos de reflorestamento para proteger os manguezais, visando garantir a saúde tanto das pessoas quanto do ecossistema marinho. Portanto, essa assertiva reflete a aplicação prática dos conceitos da Saúde Planetária na situação apresentada. Referência: BAUMGARTNER, J., Planetary Health: Protecting Nature to Protect Ourselves. Samuel Myers and Howard Frumkin (eds), International Journal of Epidemiology, v. 50, Issue 2, April 2021, p. 697–698. Disponível em: https://doi.org/10.1093/ije/dyaa254. Acesso em: 27 mar. 2024. 75ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 39 de 68 Resposta comentada: Para pacientes jovens com osteoartrite primária, especialmente em estágios iniciais, a fisioterapia é uma opção de tratamento importante. Ela pode ajudar a fortalecer os músculos ao redor das articulações afetadas, melhorar a estabilidade articular e aumentar a amplitude de movimento, reduzindo assim a dor e a rigidez. Referências: MOSKOWITZ, R. W. Osteoarthritis: Diagnosis and Medical. In: _________. Surgical Management. [s.l.]: 2007. p. 263. MOREIRA C.; SHINJO, S.K. Livro da Sociedade Brasileira de Reumatologia. 3 ed. [s.l.]: Editora Manole, 2023. p.798-807. 76ª QUESTÃO Resposta comentada: A hemoglobina glicada é um dos exames utilizados para o diagnóstico de diabetes mellitus e também é um bom parâmetro para controle do tratamento. Seu valor normal é igual ou inferior a 5,6%; valores entre 5,7 e 6,4%, indicam pré-diabetes; valores iguais ou superiores a 6,5% indicam diabetes mellitus, porém há necessidade de se repetir o exame para confirmação diagnóstica. REFERÊNCIA: Disponível em: https://diretriz.diabetes.org.br/diagnostico-e-rastreamento-do-diabetes-tipo-2/. 77ª QUESTÃO Resposta comentada: A primeira afirmação diz menção a quadro de colecistite, com presença de sinal de Murphy, associada a elevação de Brb direta. A segunda afirmação descreve o quadro de leptospirose, na qual se observa elevação de bilirrubina indireta. A terceira afirmação descreve quadro de colangite esclerosante, na qual se observa elevação de Brb direta, e não indireta, tornando tal afirmação falsa. A quarta afirmação descreve situação de hemólise induzida por fármacos em indivíduo deficiente de G6PD, o que ocasiona elevação de Brb indireta. A quinta afirmação, com relação à icterícia associada ao LES, sugere ocorrência de hemólise, com consequente elevação de Brb indireta, tornando tal afirmação falsa. Com isso, estão corretas as afirmativas I, II e IV. REFERÊNCIA: GOLDMAN, Lee; SCHAFER, Andrew I. Goldman-Cecil Medicina. [SL]: Grupo GEN, 2022. E- book. ISBN 9788595159297. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595159297/. Acesso em: 20 fev. 2023. 78ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 40 de 68 Resposta comentada: Atualmente, a ressonância é o método que possui melhor resolução, assim como a mais detalhada discriminação anatômica da pelve feminina.O ultrassom pélvico e transvaginal e a ressonância magnética são os principais métodos por imagem para detecção e estadiamento da endometriose. A tomografia computadorizada não tem boa capacidade para distinguir entre os diversos tecidos moles, apresentando dificuldades em diferenciar e delimitar os órgãos pélvicos em relação às lesões. Referência: FERNANDES, C. E.; SÁ, F. S.; SILVA FILHO, A. L. et al. Tratado de ginecologia Febrasgo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2019.p 951 e 1.035-1.036. 79ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 41 de 68 Resposta comentada: Essa paciente previamente saudável apresenta características de insuficiência hepática aguda: encefalopatia hepática, coagulopatia, enzimas hepáticas dramaticamente elevadas e icterícia. No contexto de uma sorologia positiva para o vírus da hepatite B (HBV), esses achados apoiam o diagnóstico de hepatite viral fulminante. O transplante de fígado é a única opção de tratamento definitivo em pacientes com insuficiência hepática fulminante, uma complicação rara e devastadora da infecção aguda pelo VHB. No caso de insuficiência hepática fulminante, a probabilidade de recuperação espontânea deve ser ponderada em relação ao benefício do transplante hepático emergente. A idade do paciente, a causa subjacente da insuficiência hepática, o grau de encefalopatia e a evidência de disfunção hepática são os fatores decisivos mais importantes. Como essa paciente tem mais de 40 anos, testou positivo para antígeno de superfície da hepatite B, tem alto grau de encefalopatia (asterix, confusão acentuada) e continua apresentando disfunção hepática significativa (TP, INR e bilirrubina total elevados), deve ser encaminhada para transplante de fígado, dada a menor probabilidade de recuperação hepática espontânea. Distratores: A N-acetilcisteína (NAC) é indicada para o tratamento da toxicidade do paracetamol, que pode resultar em lesão hepática irreversível devido ao acúmulo do metabólito altamente reativo N- acetil-p-benzoquinonaimina (NAPQI). O NAC repõe a glutationa, que atua como agente redutor do NAPQI, tornando-o inerte. No entanto, os níveis de paracetamol dessa paciente estão na faixa de referência, tornando esse diagnóstico improvável. Embora a NAC tenha demonstrado melhorar a sobrevida livre de transplante em pacientes com insuficiência hepática aguda não relacionada ao paracetamol, ela não é recomendada rotineiramente. Além disso, dada a gravidade da apresentação dessa paciente, é improvável que a terapia com NAC resulte em recuperação espontânea. A NAC também pode ser administrada a pacientes que não se qualificam para transplante de fígado (por exemplo, devido ao uso agudo de drogas intravenosas). Ledipasvir e sofosbuvir são antivirais de ação direta (AAD) usados em combinação para o tratamento da infecção crônica pelo vírus da hepatite C (HCV), que pode resultar em insuficiência hepática fulminante em casos raros. Embora o tratamento da causa subjacente seja muitas vezes parte do tratamento da insuficiência hepática fulminante, os anticorpos contra o VHC dessa paciente são negativos, tornando esse diagnóstico improvável. Embora os glicocorticoides possam ser considerados na hepatite alcoólica e autoimune grave, eles devem ser evitados em pacientes com insuficiência hepática aguda porque aumentam ainda mais o risco já aumentado de infecção e sepse. A administração de plasma fresco congelado (FFP) em pacientes com insuficiência hepática fulminante só é considerada em casos de sangramento grave. Como pode interferir na avaliação da função hepática, que é fortemente monitorada e usada para avaliar outras etapas de manejo, não é recomendado. Além disso, o FFP pode levar à sobrecarga de fluidos, e não demonstrou melhorar a mortalidade nessa população de pacientes. Referências: BMJ Best Practice. Insuficiência hepática aguda. Última atualização em 28 de novembro de 2023. Disponível em: https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/1010. Acesso em: 28 mar. 2024. Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/liver-transplantation-in-adults-patient-selection- and-pretransplantation-evaluation? search=liver%20transplant&source=search_result&selectedTitle=1%7E150&usage_type=default& display_rank=1. Acesso em: 28 mar. 2024. 80ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 42 de 68 Resposta comentada: A paciente foi submetida a uma cirurgia contaminada, pois a apendicite na fase catarral é aquela em que, embora o apêndice não esteja perfurado, já ocorreu translocação bacteriana com peritonite localizada, e as culturas para essa secreção são positivas para germes presentes no TGI colônico, como anaeróbios, além dos gram-negativos. O curso curto de 3 a 5 dias de antibiótico é suficiente para o tratamento da apendicite nessa fase, havendo protocolos que usam apenas 24 horas de antibióticos, pois a retirada do apêndice e a toalete abdominal transoperatória são suficientes para o tratamento. No entanto, em toda apendicite aguda, mesmo nas fases iniciais, a cirurgia por técnica aberta tem como principal complicação a infecção da ferida operatória, que chega a ter incidência superior a 50% dos casos. Nesse caso, a paciente não apresentava apenas um abscesso na ferida, mas sinais claros de celulite, uma evolução mais grave da infecção da ferida operatória, possivelmente devido a não ter sido drenada mais precocemente. Quando há celulite subcutânea, diferentemente do quadro de infecção da ferida operatória simples, a drenagem apenas não é suficiente, e está indicada a antibioticoterapia com cobertura para gram-negativos e anaeróbios, pois os patógenos envolvidos na infecção são os do TGI e não os da pele, como o S. aureus, por exemplo. Apenas fazer antibioticoterapia sem drenar vai se mostrar insuficiente, pois a celulite nesses casos é secundária a um abscesso na ferida operatória. Há escolas que recomendam não suturar a pele em primeira intenção em apendicectomias, mas deixar a cicatrização por segunda ou terceira intenção. Porém, com as altas precoces que são dadas hoje e a dificuldade de manejar a ferida operatória aberta em casa, tem sido mais comum fechar a ferida. Em contrapartida, embora a peritonite pós-operatória na apendicite aguda possa acontecer (mais especialmente nas fases mais avançadas de peritonite fecal, e não na fase catarral, mas pode acontecer nessa fase), nesse caso, a paciente tem abdome flácido, não tem íleo, portanto não há sinais de peritonite que justificassem uma nova laparotomia. Referências: CARVALHO, W. R. et al. Tratado de Cirurgia do CBC. 3 ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2022. Seção: Abdome. TOWSEND, C. M. Sabiston: Tratado de Cirurgia – Towsend. São Paulo: Gen Guanabara, 2024. ZATERKA, S.; EISIG, J. Tratado de gastroenterologia: da graduação à pós-graduação. 2. ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2016. 81ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 43 de 68 Resposta comentada: A resposta correta (Personalizar o PTS, considerando as características específicas de cada tipo de família, como nuclear, monoparental, extensa, entre outras.) destaca a importância de reconhecer a diversidade das estruturas familiares e personalizar o Projeto Terapêutico Singular (PTS) conforme as características específicas de cada tipo de família. Ao considerar fatores como dinâmicas familiares, papéis e apoio disponível, a equipe de saúde pode adaptar as estratégias de cuidado para atender melhor às necessidades individuais do paciente no contexto familiar. Essa abordagem promove uma assistência mais centrada na pessoa e integrada ao ambiente familiar, reconhecendo a influência significativa que as relações familiares têm no processo de cuidado. Referência: DUNCAN, B. B.; SCHMIDT, M. I.; GIUGLIANI, E. R. J. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. Grupo A, 2022. E-book. ISBN 9786558820437. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786558820437/. Acesso em: 1 mar. 2024. 82ª QUESTÃO Resposta comentada:Trata-se de um caso de cetoacidose diabética. Por isso, a primeira conduta é a hidratação endovenosa com soro fisiológico. Após a ressuscitação volêmica, geralmente depois da primeira hora de tratamento, é que se inicia a infusão com insulina e reposição de potássio, lembrando-se que o paciente deve estar hidratado nessa fase. Referência: JÚNIOR, D. C.; QUEIMADURAS, D. A. R.; LOPEZ, F. A. Tratado de pediatria. [s.l.]: Editora Manole, 2021. E-book. 83ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 44 de 68 Resposta comentada: A descrição da lesão nodular perolada com telangiectasias e úlcera central é altamente sugestiva de carcinoma basocelular, o tipo mais comum de câncer de pele. A excisão cirúrgica seguida de análise histopatológica é o padrão ouro para o diagnóstico e o tratamento, proporcionando informações sobre as margens e a profundidade da invasão, essenciais para o manejo adequado. Justificativas dos distratores: 1. Melanoma é um tipo mais agressivo de câncer de pele, caracterizado por lesões assimétricas, com bordas irregulares, coloração variável e diâmetro maior que 6 mm. A lesão descrita não corresponde a essas características. 2. Infecções fúngicas cutâneas geralmente apresentam lesões com descamação e prurido, não correspondendo à descrição dada. 3. Verrugas vulgares são causadas pelo vírus do papiloma humano (HPV) e têm aparência diferente da lesão descrita, geralmente sendo mais elevadas e ásperas. 4. Lesões benignas relacionadas à idade, como ceratoses seborreicas, apresentam aspectos clínicos distintos e não costumam necessitar de excisão para diagnóstico ou tratamento, a menos que haja uma preocupação cosmetológica ou de desconforto pelo paciente. Referência: BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo – Patologia. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9788527738361. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527738361/. Acesso em: 22 fev. 2024. 84ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 45 de 68 Resposta comentada: A insuficiência adrenal primária (doença de Addison) é uma condição caracterizada pela deficiência de hormônios adrenais, especialmente cortisol e aldosterona. O tratamento inicial visa restabelecer os níveis hormonais normais para controlar os sintomas agudos e evitar complicações graves, como crise adrenal. A administração de corticosteroides orais, como a prednisona, em dose de ataque, é a abordagem mais apropriada no tratamento inicial da insuficiência adrenal primária. A dose de ataque é necessária para substituir os níveis deficientes de cortisol no organismo e prevenir uma crise adrenal potencialmente fatal. A terapia com corticosteroides deve ser iniciada sem demora, mesmo antes da confirmação diagnóstica, quando há uma forte suspeita clínica de insuficiência adrenal. Administrar solução salina intravenosa pode servir para corrigir a desidratação associada à hipotensão, mas não aborda a causa subjacente da insuficiência adrenal. Solicitar exames laboratoriais para confirmar o diagnóstico é importante para orientar o tratamento a longo prazo e avaliar a função adrenal residual, mas não deve atrasar o início do tratamento em pacientes com suspeita clínica forte de insuficiência adrenal. Realizar uma tomografia computadorizada das glândulas suprarrenais pode servir para diagnosticar a causa subjacente da insuficiência adrenal, mas não é necessário para o tratamento inicial de uma crise adrenal. Encaminhar o paciente para um endocrinologista é importante para o acompanhamento a longo prazo e o gerenciamento da doença, mas não é a primeira medida a ser tomada em uma crise adrenal aguda, onde o tratamento imediato é essencial para a estabilização do paciente. Referência: JAMESON, J. L. Disorders of Adrenal Cortex (Capítulo 346). In: Harrison's Principles of Internal Medicine. 20th ed. 85ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 46 de 68 Resposta comentada: Os quatro grupos de doenças crônicas de maior impacto mundial (doenças do aparelho circulatório, diabetes, câncer e doenças respiratórias crônicas) têm quatro fatores de risco em comum (tabagismo, inatividade física, alimentação não saudável e álcool). O instrumento norteador da vigilância de DCNT é o plano de controle dos agravos causados por DCNT no Brasil (2011-2022). Os três componentes essenciais da vigilância de DCNT são: 1. Monitoramento dos fatores de risco; 2. Monitoramento da morbidade e mortalidade das DCNT; 3. Monitoramento e avaliação das ações de assistência e promoção da saúde. Essa vigilância (a vigilância epidemiológica de DCNT) se configura como um conjunto de ações e de processos que permitem conhecer a ocorrência, a magnitude e a distribuição das DCNT e de seus principais fatores de risco no país, bem como identificar os seus determinantes e condicionantes econômicos, sociais e ambientais. Referência: Plano de ações estratégicas para o enfrentamento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011-2022.MS. 86ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 47 de 68 Resposta comentada: A paciente tem esclerose múltipla recorrente-remitente (EMRR). A maioria dos pacientes apresenta início sintomático da doença entre os 20 e 40 anos, embora o início possa variar desde a infância até a idade adulta avançada. As mulheres são afetadas mais do que os homens numa proporção de 2,3:1. É mais comum mais ao norte e ao sul do equador, e mais comum em caucasianos. Acontece em cerca de 1 em 1.000 pessoas. A EMRR é definida por surtos consistentes com desmielinização, com ou sem melhora clínica, mas com episódios de estabilidade clínica entre eles. Na ressonância magnética (RM), eles podem apresentar formação de novas lesões 5 a 10 vezes mais frequentemente do que têm novos episódios clínicos, enquanto permanecem clinicamente estáveis. Um “surto” é definido como um episódio de sintomas neurológicos novos ou piorados, com duração superior a 24 horas, não devido à febre ou infecção. Outros sinônimos para isso são ataque, episódio ou exacerbação. O diagnóstico de esclerose múltipla baseia-se em dois surtos separados no tempo com evidência clínica de múltiplas lesões no sistema nervoso central. O diagnóstico também pode ser feito com base em múltiplas lesões na RM em combinação com uma história e exame apropriados, formação de novas lesões na RM ao longo do tempo e nova atividade clínica ao longo do tempo. Uma síndrome clinicamente isolada de desmielinização é um único episódio clínico consistente com desmielinização, mas sem “segundo episódio” para fazer um diagnóstico clínico de esclerose múltipla. Pacientes que têm um único episódio de desmielinização e que apresentam novas lesões na RM (realce com gadolínio) e lesões antigas (sem realce) podem atender aos critérios para esclerose múltipla usando critérios diagnósticos mais recentes. A esclerose múltipla primária progressiva geralmente ocorre em pacientes mais velhos. Esses pacientes têm um curso progressivo gradual desde o início e não têm recaídas. Eles podem ter uma carga menor de lesões na RM do que pacientes com EMRR. A encefalomielite aguda disseminada (ADEM) é um distúrbio agudo, mais comum na infância, e geralmente ocorre logo após uma infecção ou vacinação. Pacientes com ADEM desenvolvem um distúrbio grave com desmielinização multifocal no cérebro e na medula espinhal. A esclerose múltipla fulminante indica um curso rapidamente progressivo com recaídas repetidas que são refratárias ao tratamento padrão. Referência: THOMPSON, A.J. et al. Diagnosis of multiple sclerosis: 2017 revisions of the McDonald Criteria’. The Lancet Neurology, 17(2), pp. 162–173. Disponível em: doi:10.1016/s1474-4422(17)30470-2. Acesso em: 24 mar. 2024. 87ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 48 de 68 Resposta comentada: Embora o isolamento de pacientes infectados seja uma medida importante para controlar a propagação de algumas viroses, como doenças respiratóriascontagiosas, não é o método principal de profilaxia para todas as viroses. Os medicamentos antivirais são frequentemente usados para tratar infecções virais existentes, mas não são considerados o principal método de profilaxia para todas as viroses, pois não são eficazes na prevenção de infecções. A vacinação é amplamente reconhecida como o principal método de profilaxia para muitas viroses. As vacinas estimulam o sistema imunológico a produzir uma resposta protetora específica contra os vírus, reduzindo assim a incidência e a gravidade das infecções. Os antibióticos são eficazes apenas contra infecções bacterianas e não têm efeito sobre as viroses. Portanto, eles não são considerados um método de profilaxia para viroses. Embora a higiene, como lavagem das mãos e uso de máscaras, seja importante na redução da transmissão viral, não pode garantir a prevenção total, pois outras medidas preventivas também são necessárias para uma proteção eficaz. A vacinação é o método mais eficaz na prevenção de viroses. Referências: KUMAR, V. Robbins patologia básica. [s.l.]: Grupo GEN, 2018. E-book. ISBN 9788595151895. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595151895/. Acesso em: 9 mar. 2024. ABBAS, A. K. Imunologia celular e molecular. [s.l.]: Grupo GEN, 2019. E-book. ISBN 9788595150355. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595150355/. Acesso em: 9 mar. 2024. 88ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 49 de 68 Resposta comentada: Os cardiomiócitos atriais são estimulados pelo aumento do estiramento atrial para produzir o peptídeo natriurético atrial (ANP). A diminuição da reabsorção de sódio do túbulo contorcido distal e do ducto coletor cortical é um dos efeitos do ANP, que responde ao aumento do estiramento atrial (por exemplo, na hipertensão ou sobrecarga de volume), aumentando a natriurese e a diurese no corpo. Além de diminuir a reabsorção de sódio, o ANP aumenta a excreção de sódio e água por meio do aumento da TFG via dilatação da arteríola aferente e constrição da arteríola eferente. Por fim, o ANP inibe a secreção de renina e, portanto, o RAAS. Juntas, essas mudanças trabalham para reduzir o volume sanguíneo, a pressão arterial e o débito cardíaco. DISTRATORES: O aumento da excreção de íons potássio e hidrogênio nos túbulos distais e ductos coletores do rim, bem como a reabsorção de sódio, são efeitos da aldosterona, e não do ANP. A aldosterona é estimulada pelo SRAA, aumento do potássio sérico, ACTH, sistema nervoso simpático e diminuição da pressão arterial média. O óxido nítrico (NO) resulta em vasodilatação e diminuição da agregação plaquetária. O NO é produzido por células endoteliais vasculares em resposta a uma variedade de gatilhos, incluindo lesão vascular e hipóxia. Embora o ANP cause vasodilatação, não tem efeito sobre a agregação plaquetária. O aumento da reabsorção de água livre de soluto é um efeito da vasopressina (ADH), e não do ANP. O ADH atua aumentando a transcrição e inserção de aquaporinas nos ductos coletores renais. O ADH é secretado se o corpo detectar aumento da osmolalidade plasmática ou diminuição do volume sanguíneo arterial. A vasoconstrição sistêmica e a estimulação da sede, assim como a retenção de sódio e o aumento da reabsorção de água, são estimulados pelo SRAA, e não pelo ANP. O SRAA é ativado em resposta à diminuição da perfusão glomerular e pelo sistema nervoso simpático renal e, na verdade, é inibido pelo ANP. REFERÊNCIA: HALL, John E.; GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall Fundamentos de Fisiologia.Pag.194: Grupo GEN, 2017. 9788595151550. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595151550/. Acesso em: 08 ago. 2022. 89ª QUESTÃO Resposta comentada: A paciente foi vítima de violência sexual e psicológica. Mesmo estando casada, foi ameaçada e coagida a aceitar a opção de seu esposo. Esta é contrária aos seus desejos e foi vinculada a um medo de não conseguir alimentar as filhas. O exame ginecológico não é uma obrigatoriedade para o diagnóstico de violência sexual, podendo ser oferecido, mas nunca com o objetivo de desvalidar a narrativa da paciente. Referência: DUNCAN, B. et al. Medicina ambulatorial: condutas de atenção primária baseadas em evidências. 5 ed. [s.l.]: Grupo A, 2022. Disponível em: Minha Biblioteca. (Cap. 109). 90ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 50 de 68 Resposta comentada: A leucemia mieloide aguda secundária é uma complicação hematológica rara, mas grave, associada à quimioterapia citotóxica. Pode ocorrer como uma complicação tardia do tratamento quimioterápico em pacientes com câncer. Caracteriza-se pelo desenvolvimento de uma proliferação anormal de células mieloides na medula óssea, resultando em sintomas como anemia, trombocitopenia e neutropenia. A apresentação clínica pode incluir fadiga extrema, palidez cutânea, dispneia, taquicardia e hipotensão postural, como observado neste caso clínico. As outras alternativas estão incorretas porque: Anemia hemolítica autoimune: Embora a anemia possa ocorrer como uma complicação da quimioterapia, a anemia hemolítica autoimune não é uma complicação comum associada ao tratamento quimioterápico em pacientes oncológicos. Neutropenia febril: A neutropenia febril é uma complicação comum da quimioterapia, caracterizada pela redução do número de neutrófilos no sangue, mas não apresenta os sintomas hematológicos descritos no caso clínico. Trombocitopenia imune: A trombocitopenia é uma complicação comum da quimioterapia, mas não costuma causar anemia e leucopenia significativas. Anemia megaloblástica: A anemia megaloblástica é causada por deficiência de vitamina B12 ou ácido fólico, e não é uma complicação comum da quimioterapia em pacientes oncológicos. Referência: VARDIMAN, J. et al. The 2008 revision of the World Health Organization (WHO) classification of myeloid neoplasms and acute leukemia: rationale and important changes. Blood. 2009;114(5):937-951. Disponível em: doi:10.1182/blood-2009-03-209262. Acesso em: 24 mar. 2024. 91ª QUESTÃO Resposta comentada: Entre as dermatofitoses superficiais (tinhas), temos as que acometem o couro cabeludo comumente, crianças ou adultos imunossuprimidos e o tratamento da tinea capitis, são obrigatoriamente tratados de forma sistêmica com terbinafina, itraconazol ou griseofulvina. Os fungos dermatófitos possuem alta resistência a cetoconazol. Além disso, os fungos dermatófitos do couro cabeludo (microsporum sp e tricophyton sp) são resistentes ao cetoconazol. Portanto, esse medicamento não entra em nenhum protocolo de tratamento de tinea capitis e é altamente questionável no tratamento de outras tinhas. Referência: AZULAY, D. R. Dermatologia. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2022. 92ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 51 de 68 Resposta comentada: São contraindicações à TH: – Doença hepática descompensada (nível de evidência: D). – Câncer de mama (nível de evidência: B). – Câncer de endométrio (nível de evidência: B). – Lesão precursora para o câncer de mama (nível de evidência: D). – Porfiria (nível de evidência: D). – Sangramento vaginal de causa desconhecida (nível de evidência: D). – Doenças coronariana (nível de evidência: A) e cerebrovascular (nível de evidência: D). – Doença trombótica ou tromboembólica venosa (nível de evidência: B) - levar em conta a via de administração. – Lúpus eritematoso sistêmico com elevado risco tromboembólico (nível de evidência: D). – Meningeoma – apenas para o progestagênio (nível de evidência: D). A TH não está contraindicada nas seguintes situações: – Hipertensão arterial controlada (nível de evidência: B). – Diabetes mellitus controlado (nível de evidência: B). – Hepatite C (nível de evidência: B). – Antecedente pessoal de neoplasia hematológica (nível de evidência: D). – Após os cânceres: • De pele (nível de evidência: D). • Ovariano (nível de evidência: B) (exceto subtipo endometrioide).• Cervicouterino escamoso (nível de evidência: B). • Vaginal ou vulvar (nível de evidência: D). • Colorretal (nível de evidência: D). • Pulmonar (nível de evidência: D). • Tireoidiano (nível de evidência: D). • Hepático (nível de evidência: D). • Renal (nível de evidência: D). • Gástrico (nível de evidência: D). Referência: POMPEI, L. M. et al. Consenso Brasileiro de Terapêutica Hormonal da Menopausa. Associação Brasileira de Climatério (Sobrac). São Paulo: Leitura Médica, 2018. 93ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 52 de 68 Resposta comentada: O método Kato-Katz, por sua simplicidade e objetividade, é o principal método de diagnóstico da esquistossomose mansoni, sendo praticamente o único atualmente em uso nos exames de rotina. Também é o melhor método para ser usado em campanhas, por sua rapidez de preparo, facilidade de estocagem para leitura, além de permitir a estimativa da carga parasitária dos portadores de S. mansoni. O método Kato-Katz permite revelar, além dos ovos de Schistossoma mansoni, ovos de outros helmintos presentes nas amostras de fezes, tais como: Ascaris, Schistosoma, Ancilostomídeos, Trichuris, Taenia, e com menos frequência os de Enterobius e Strongyloides. No caso dos ovos de Schistossoma mansoni, deve ser feita a contagem e a anotação de todos os ovos, enquanto para os outros helmintos devem-se detectar apenas a presença ou não dos ovos. Referência: BARBOSA, C. S. Padronização de procedimentos para o diagnóstico da esquistossomose mansõnica e outras helmintoses pelo método de Kato-Katz. Recife: Centro Pesquisas Aggeu Magalhães / Cpqam, 2010. 94ª QUESTÃO Resposta comentada: Área: Ginecologia e Obstetrícia Subárea: Obstetrícia. Assistência Pré-Natal Tema: Diabetes Gestacional A dosagem da glicose de jejum é o método utilizado atualmente para o diagnóstico do diabetes gestacional. Dosagem acima de 92 mg/dL e inferior a 126 mg/dL, na primeira consulta, permite fazer o diagnóstico de diabetes gestacional. Essa definição inclui o diagnóstico realizado pela primeira vez na gravidez. Basta dosar uma única vez no início da gravidez. Quando o resultado é inferior a 92 mg/dL, é necessário realizar o Teste de Tolerância à Glicose com 75 g, entre 24-28 semanas de gestação. A hemoglobina glicada não serve para o diagnóstico do diabetes gestacional. REFERÊNCIA: Cunningham, F.G., Leveno, K.J., Bloom, S.; JL. Williams. Obstetrics. 26th Ed. Mc Graw Hill. New York, 2022. 95ª QUESTÃO Resposta comentada: As infecções fúngicas superficiais são mais comumente causadas por dermatófitos dos gêneros Trichophyton, Epidermophyton e Microsporum. Esses organismos metabolizam a queratina e causam uma série de apresentações clínicas patológicas, incluindo tinea pedis e corporis. Esse paciente tem uma infecção dermatófita, uma infecção fúngica comum da pele, cabelo e/ou unhas, transmitida pelo contato com a pele de uma pessoa ou animal infectado (por exemplo, o cão recentemente adotado desse paciente). As infecções por dermatófitos podem afetar o couro cabeludo (tinea capitis), a área inguinal (tinea cruris), as mãos (tinea manuum), os pés (tinea pedis), as unhas (tinea unguium) ou o resto do corpo (tinea corporis). Tinea corporis é mais comumente causada por Trichophyton rubrum e classicamente se espalha de forma centrífuga, manifestando-se como uma placa eritematosa, anular e pruriginosa com clareira central e borda elevada. O diagnóstico é confirmado pela obtenção da escala de uma lesão e pela visualização de hifas septadas ramificadas no teste de KOH. As opções de tratamento antifúngico incluem azóis 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 53 de 68 tópicos (por exemplo, cetoconazol) ou agentes sistêmicos (por exemplo, terbinafina oral) para doença extensa e/ou refratária. Distratores: A psoríase é uma doença imunomediada complexa. Fatores genéticos desempenham um papel importante e vários genes têm sido associados à suscetibilidade à psoríase. O locus de suscetibilidade à psoríase (PSORS1) no complexo principal de histocompatibilidade (MHC) no cromossomo 6p21 é considerado um importante determinante genético dessa doença. É uma condição crônica que causa placas pruriginosas, eritematosas e bem demarcadas. No entanto, as lesões são tipicamente cobertas por escamas branco-prateadas e distribuídas bilateralmente, classicamente nas superfícies extensoras dos joelhos e cotovelos. A psoríase normalmente não se manifesta na coxa com uma placa anular solitária com clareira central e borda elevada. O eritrasma é uma infecção superficial da pele causada pelo Corynebacterium minutissimum, um bacilo gram-positivo, não formador de esporos. O distúrbio geralmente se apresenta como placas escamosas e maceradas entre os dedos dos pés ou manchas eritematosas a marrons ou placas finas em áreas intertriginosas. O eritrasma pode causar lesões pruriginosas e bem demarcadas. No entanto, as lesões são tipicamente hiperpigmentadas, maculares e mais comumente se desenvolvem em áreas intertriginosas (por exemplo, axilas e virilha). O eritrasma normalmente não se manifesta na coxa com uma placa anular solitária, eritematosa, com clareira central e borda elevada. A sarna pode causar lesões pruriginosas, eritematosas e bem demarcadas. No entanto, as lesões normalmente se manifestam como pápulas alongadas e vesículas dispersas com tocas escavadas pelo ácaro Sarcoptes scabiei e mais comumente se desenvolvem nas mãos. A sarna normalmente não se manifesta na coxa como uma placa anular solitária, eritematosa, com clareira central e borda elevada. Tinea versicolor não é uma infecção dermatófita. Os organismos causadores são leveduras saprófitas e dependentes de lipídios do gênero Malassezia (anteriormente conhecido como Pityrosporum). As leveduras Malassezia são um componente da flora normal da pele. As razões para o desenvolvimento da tinea versicolor são provavelmente multifatoriais, envolvendo fatores exógenos e endógenos. Ela pode causar lesões pruriginosas e bem demarcadas. No entanto, as lesões são tipicamente hipopigmentadas ou hiperpigmentadas, maculares e mais comumente se desenvolvem no tronco e no tórax, e não nas extremidades. Tinea versicolor normalmente não se manifesta na coxa com uma placa anular solitária, eritematosa, com clareira central e borda elevada. Referências: MURRAY, P. R.; ROSENTHAL, K. S.; PFALLER, Michael A. Microbiologia Médica. [s.l]: Grupo GEN, 2022. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595159662/. Acesso em: 2 abr. 2024. BOLOGNIA, J. Dermatologia. [s.l]: Grupo GEN, 2015. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595155190/. Acesso em: 2 abr. 2024. 96ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 54 de 68 Resposta comentada: Os inibidores da bomba de prótons (IBP) são considerados a terapia de primeira linha para o tratamento da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) devido à sua eficácia na redução da produção de ácido gástrico. Eles ajudam a aliviar os sintomas e promovem a cicatrização do esôfago inflamado. Referência: TOWNSEND JR. et al. Sabiston Textbook of Surgery: The Biological Basis of Modern Surgical Practice. 21 ed. [s.l], 2021. p. 768 97ª QUESTÃO Resposta comentada: Durante o manejo do pós-operatório, é essencial aplicar os princípios da anestesiologia para garantir uma adequada analgesia. Diversos estudos destacam a importância de uma abordagem multimodal no controle da dor, que envolve a combinação de diferentes classes de analgésicos para otimizar a eficácia e minimizar os efeitos colaterais. Segundo a Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA), essa estratégia inclui o uso de analgésicos opioides, anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), dipirona, paracetamol e agentes adjuvantes como antidepressivos e anticonvulsivantes, quando indicados. Referência: AULER, J. O. C; CARMONA, M. J. C. Anestesiologia Básica: Manual de Anestesiologia, Dor e Terapia Intensiva. São Paulo: Faculdade de MedicinaUSP – HCFMUSP, [s.d]. 98ª QUESTÃO Resposta comentada: Intoxicações por estimulantes, como anfetaminas ou cafeína, podem causar sintomas como irritabilidade, agitação, taquicardia e pupilas dilatadas em crianças. Essas substâncias afetam o sistema nervoso central, levando a uma estimulação excessiva. Comportamento anormal, sonolência, bradicardia e pupilas contraídas são manifestações mais sugestivas de intoxicação por opioides, que causam depressão do sistema nervoso central. Vômitos, diarreia, hiperatividade e midríase são consistentes com a intoxicação por organofosforados, que são pesticidas que agem como inibidores da colinesterase. Sonolência, hipotensão, hiporreflexia e pupilas fixas. São mais indicativas de intoxicação por depressores do sistema nervoso central, como benzodiazepínicos. Confusão mental, hipertermia, bradicardia e pupilas dilatadas sugerem intoxicação por substâncias anticolinérgicas, como atropina, que bloqueiam os receptores colinérgicos. Referências: JÚNIOR, D. C.; QUEIMADURAS, D. A. R.; LOPEZ, F. A. Tratado de pediatria. Barueri: Editora Manole, 2021. E-book. SÉRIE PEDIATRIA SOPERJ. Urgências e emergências pediátricas. [s.l.]: Editora Manole Saúde, 2023. 99ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 55 de 68 Resposta comentada: A dor torácica aguda grave pode ser um sintoma de várias condições potencialmente graves, incluindo infarto agudo do miocárdio (IAM), dissecção da aorta, embolia pulmonar e outras emergências médicas. O manejo inicial deve ser direcionado para aliviar a dor e estabilizar o paciente enquanto se aguardam investigações diagnósticas adicionais. A tomografia computadorizada do tórax pode ser útil em alguns casos para avaliar outras causas de dor torácica aguda, mas não é indicada como a primeira medida no manejo de uma condição potencialmente grave como o IAM. A nitroglicerina sublingual é um vasodilatador coronariano comumente utilizado no tratamento da angina e do IAM. A sua administração sublingual proporciona alívio rápido da dor torácica, especialmente se esta for de origem cardíaca isquêmica. Portanto, iniciar nitroglicerina sublingual para alívio imediato da dor é a conduta mais apropriada enquanto se aguarda uma avaliação diagnóstica mais completa e o tratamento definitivo. A prescrição de oxigênio suplementar por cânula nasal pode ser benéfica se houver suspeita de hipoxemia, mas não é a principal intervenção para alívio da dor em um contexto de dor torácica aguda grave. Realizar uma ecocardiografia transtorácica pode servir para avaliar a função cardíaca, mas não é a primeira medida a ser tomada no manejo da dor torácica aguda grave, que requer intervenções imediatas para alívio da dor e estabilização do paciente. A administração de um anti-inflamatório não esteroide (AINE) por via oral pode não ser eficaz o suficiente para controlar a dor aguda e não é apropriada como primeira linha de tratamento para condições cardiovasculares graves. Referência: WALLS, R. M.; HOCKBERGER, R. S; GAUSCHE-HILL, M. Chest Pain and Acute Coronary Syndromes (Capítulo 36). In: ____________. Rosen's Emergency Medicine: Concepts and Clinical Practice. 9th ed. 100ª QUESTÃO Resposta comentada: A resposta correta contempla os hormônios GnRH (hormônio liberador de gonadotrofinas) e hormônio folículo estimulante (FSH), pois o GnRH é sintetizado pelo hipotálamo, que estimula a glândula hipófise a liberar os hormônios FSH e LH. Sendo GnRH o responsável por regular a atividade das glândulas sexuais (gônadas), quaisquer alterações, como o hipogonadismo, precisam ser investigadas e diagnosticadas. Além de haver a necessidade de realizar exame de contagem de espermatozoide para verificar a função hipofisária para a produção de FSH. Referência: MOURÃO Jr., C. A. Fisiologia Humana. Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9788527737401. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527737401/. Acesso em: 20 mar. 2024. 101ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 56 de 68 Resposta comentada: Resposta correta: Frequência cardíaca aumentada, batimentos cardíacos mais fortes e pressão arterial elevada. Os hormônios da tireoide intensificam algumas ações das catecolaminas (norepinefrina e epinefrina), pois promovem a suprarregulação dos receptores beta (β). Por essa razão, os sinais/sintomas do hipertireoidismo incluem frequência cardíaca aumentada, batimentos cardíacos mais fortes e pressão arterial elevada. Referência: TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e fisiologia. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2016. 102ª QUESTÃO Resposta comentada: A abordagem das perturbações do sono em crianças envolve frequentemente a consideração de múltiplas causas. Sem uma análise cuidadosa da história para identificá-las, encontrar uma solução para essas perturbações pode ser desafiador. Apneia obstrutiva do sono: A adenotonsilectomia é considerada o tratamento de primeira linha para crianças com apneia obstrutiva do sono (AOS). Em geral, ela é curativa em 79% a 92% das crianças, embora alguns estudos relatem taxas menores de resolução completa da obstrução, especialmente em crianças obesas. Um grande ensaio multicêntrico demonstrou melhora no comportamento e na qualidade de vida de crianças com AOS submetidas à adenotonsilectomia em comparação com os controles. Um pequeno ensaio clínico randomizado e controlado, realizado com crianças saudáveis entre 2 e 4 anos, com AOS leve a moderada, mostrou melhora significativa na qualidade de vida após a adenotonsilectomia para aquelas com doença moderada, mas nenhuma diferença importante entre as tratadas e as não tratadas com doença leve. Isso sugere que a vigilância ativa é uma estratégia recomendada em crianças com doença leve, mas estudos adicionais são necessários. A adenotonsilectomia para apneia obstrutiva do sono melhorou a maioria das medições de qualidade de vida e gravidade dos sintomas em crianças de aproximadamente 5 a 10 anos, porém resultou em ganho de peso clinicamente significativo mesmo em crianças com sobrepeso inicial Em casos de persistência de uma doença residual leve após a adenotonsilectomia, demonstrou-se que o uso de montelucaste e/ou budesonida intranasal melhora ou remite a obstrução. Referência: BMJ Best Practice. Dissonias em crianças. Última atualização em 14 de março de 2023. 103ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 57 de 68 Resposta comentada: A resposta correta é Nível alto: estamos muito confiantes de que o verdadeiro efeito situa-se próximo à estimativa de efeito. Nível de qualidade e definição: Alto: Estamos muito confiantes de que o verdadeiro efeito situa-se próximo à estimativa de efeito. Moderado: Estamos moderadamente confiantes na estimativa de efeito, sendo provável que o verdadeiro efeito esteja próximo à estimativa, mas há possibilidade de haver diferenças consideráveis. Baixo: Nossa confiança na estimativa de efeito é limitada, e é possível que o verdadeiro efeito possua uma diferença considerável da estimativa. Muito Baixo: temos mínima confiança na estimativa de efeito, e é provável que o verdadeiro efeito possua uma diferença considerável da estimativa O Sistema GRADE não possui um "nível zero". Referência: PEREIRA, M. G.; GALVÃO, T. F.; SILVA, Marcus T. Saúde Baseada em Evidências. [s.l.]: Grupo GEN, 2016. E-book. ISBN 9788527728843. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527728843/. Acesso em: 12 mar. 2024. 104ª QUESTÃO Resposta comentada: A presença de abscesso ovariano indica tratamento hospitalar. O tratamento oral é equivalente ao endovenoso nos casos de doença inflamatória pélvica (DIP). A combinação de cefalosporinas com tetraciclinas é considerada o tratamento padrão, pois cobrem os principais agentes etiológicos para o quadro, sendo eles a Clamydia Trachomatis e Neisseria gonorrhoae. A laparotomia é indicada em casos selecionados de DIP. O parceiro deve ser sempre investigado em casos de DIP. Referência:ROMANELLI, R. M. C. et al. Abordagem atual da doença inflamatória pélvica. Revista Médica de Minas Gerais, v. 23, n. 3, p. 347–355, 2013. 105ª QUESTÃO Resposta comentada: O NYHA determina que, em paciente com disfunção diastólica associado com fração de ejeção entre 40–49% e sintomas de insuficiência cardíaca, pode-se afirmar que a paciente apresenta ICC de fração levemente reduzida. Referência: 2022 AHA/ACC/HFSA Guideline for the Management of Heart Failure: A Report of the American College of Cardiology/American Heart Association Joint Committee on Clinical Practice Guidelines. Circulation, v. 145, Issue 18, 3 May 2022; Pages e895-e1032. Disponível em: https://doi.org/10.1161/CIR.0000000000001063. Acesso em 23 mar. 2024. 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 58 de 68 106ª QUESTÃO Resposta comentada: Nesse paciente com hemorragia crônica devido à úlcera péptica, a anemia é causada por deficiência de ferro pela perda sanguínea contínua. A terapia com ferro, seja por via oral ou intravenosa, é indicada para corrigir essa deficiência e restaurar os níveis normais de hemoglobina. Isso ajudará a aliviar os sintomas de fadiga, fraqueza e dispneia. Referência: HOFFMANN et al. Hematologia: Fundamentos e Prática. 7 ed. [s.l]: 2018. p. 635. 107ª QUESTÃO Resposta comentada: O diagnóstico desse paciente é empiema pleural (saída de secreção purulenta após toracocentese – pus na cavidade pleural) decorrente de derrame pleural parapneumônico complicado. O tratamento inicial nesse caso é a drenagem torácica em selo d’água devido ao aspecto purulento evidenciado na toracocentese. Um empiema ocorre tipicamente após um derrame pleural reativo em consequência de uma infecção pulmonar. No passado, a etiologia mais comum era pneumonia estreptocócica ou pneumocócica. Atualmente, no entanto, organismos gram-negativos e anaeróbicos são causas comuns de empiema. Empiema tuberculoso também pode ocorrer. Empiema pode ocorrer após trauma ou cirurgia torácica (a partir de um espaço pleural residual ou fístula broncopleural), contaminação hematogênica do espaço pleural, ruptura de um abscesso pulmonar ou mediastinal, ou perfuração esofágica. Tipicamente, apresentam-se sintomas constitucionais de febre, mal-estar geral, perda de apetite e perda de peso. Tosse e dispneia são comuns se houver infecção pulmonar. A avaliação inclui uma radiografia de tórax, em incidências póstero-anterior e em perfil, além de tomografia computadorizada do tórax e abdome superior. Tratamento do empiema depende da extensão da doença e sua localização. Drenagem completa da loja empiemática é necessária. Antibióticos e cuidados de suporte (por exemplo, líquidos, nutrição, cuidados coma pele) são geralmente iniciados no diagnóstico. Uso local de agentes fibrinolíticos como ativadores do plasminogênio tecidual pode ser eficaz em casos com leves loculações. Uma drenagem completa e eficaz do empiema é necessária para um resultado bem-sucedido. Essa drenagem pode ser facilmente obtida com a inserção de um dreno torácico. Caso a drenagem mostrasse apenas líquido, sem evidência de material purulento, poderíamos aventar a possibilidade de apenas a presença de um exsudato decorrente de um derrame parapneumônico. Nesse caso, deveríamos solicitar a dosagem da DHL, glicose e pH do líquido pleural no intuito de se confirmar que realmente estamos diante de um exsudato. A utilização dos critérios de Light também auxiliam nessa diferenciação. Referência: TOWNSEND, C. M. Sabiston Textbook of Surgery: The Biological Basis of Modern Surgical Practice. 21th ed. Philadelphia: Elservier. 2022. (Capítulo 58 – pulmão, parede torácica, pleura e mediastino) 108ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 59 de 68 Resposta comentada: A ancilostomíase é uma importante causa parasitária de anemia ferropriva, sendo uma das causas de pneumonia eosinofílica. O quadro clínico inclui dor abdominal, astenia, anemia e eosinofilia. Seu tratamento pode ser feito com albendazol, mebendazol ou nitazoxanida entre outras drogas. Amebíase, teníase, giardíase e esquistosomose têm quadros clínicos bem diferentes. Referência: JÚNIOR, D. C.; BURNS, D. A. R.; LOPEZ, F. A. Tratado de pediatria. Barueri-SP: Editora Manole, 2021. E-book. 109ª QUESTÃO Resposta comentada: Administrar antibióticos intravenosos durante o trabalho de parto é a conduta recomendada para gestantes com cultura positiva para Streptococcus do grupo B, visando prevenir a transmissão vertical do GBS ao neonato, que pode causar infecções graves como meningite, sepse e pneumonia neonatal. A profilaxia antibiótica intraparto é eficaz na redução da transmissão e das consequências associadas à infecção por GBS. Iniciar tratamento imediato com antibióticos orais não é recomendado para a prevenção da transmissão vertical do GBS, pois a administração deve ser feita intravenosamente durante o trabalho de parto para ser eficaz. Aguardar e repetir a cultura de GBS na 39ª semana de gestação não é indicado, pois o tratamento é baseado no resultado positivo para GBS próximo ao termo, independentemente de uma cultura posterior. Não iniciar tratamento na ausência de sintomas não é uma conduta adequada, pois a profilaxia intraparto visa prevenir complicações no neonato e não está relacionada à presença de sintomas na gestante. Realizar cesariana profilática para evitar a transmissão vertical do GBS não é indicado somente pelo diagnóstico de colonização por GBS, sendo a profilaxia antibiótica a medida de escolha. Referências: MONTENEGRO, C. A.; REZENDE FILHO, J. Rezende obstetrícia fundamental. 14 ed. [s.l.]: [s.d.]. VERANI, J. R.; MCGEE, L.; SCHRAG, S. J. Prevention of perinatal group B streptococcal disease revised guidelines from CDC, 2010. MMWR. Recommendations and Reports, 59(RR- 10), 1-36. 110ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 60 de 68 Resposta comentada: A inibição da COX é o principal mecanismo de ação dos AINEs. A COX-1 desempenha um papel importante na proteção da mucosa gástrica, e sua inibição pode levar a efeitos adversos no trato gastrointestinal. A inibição seletiva da COX-2 é responsável pelos efeitos terapêuticos dos AINEs. A retenção de sódio e de água é um efeito colateral dos AINEs que pode ocorrer com o uso prolongado. Referências: KATZUNG, B. G.; TREVOR, A. J. Farmacologia básica e clínica. 13 ed. [s.l.]: Grupo A, 2017. BRUTON, L. L.; HILAL-DANDAN, R. As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman e Gilman. 13 ed. [s.l.]: Grupo A, 2018. OLIVEIRA et al. O uso crônico de anti-inflamatórios não esteroidais e seus efeitos adversos. Revista Caderno de Medicina. v. 2. n. 2 (2019). 111ª QUESTÃO Resposta comentada: Essa é a resposta mais apropriada porque aborda diretamente a causa raiz do problema enfrentado pela comunidade Yanomami, que é a contaminação dos recursos naturais devido ao garimpo ilegal. Implementar políticas de monitoramento ambiental permitirá identificar as fontes de contaminação e tomar medidas para controle e mitigação dos impactos negativos na saúde e na nutrição dos indígenas. Além disso, a aplicação de penalidades para empresas responsáveis pela contaminação é crucial para dissuadir atividades ilegais e para proteger o ambiente. As outras opções, embora possam ser importantes em diferentes contextos, não abordam diretamente a causa subjacente do problema ou não são viáveis dadas as circunstâncias específicas enfrentadas pela comunidade Yanomami. Por exemplo, campanhas de vacinação em massa ou realocação da população para áreas urbanas não resolveriam a contaminação ambiental causada pelo garimpo ilegal. Portanto, “Implementar políticas de monitoramento ambiental para identificar fontes de contaminação na área florestal e aplicar fiscalização e controle de poluição, com penalidades para os responsáveis pela contaminação” é a resposta mais adequada para lidar com a situação específica descrita na questão. Referências: ALBERT, B. et al. URIHI1: Terra, economia e saúdeYanomami. Brasília: Universidade de Brasília, 1992. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Portaria n.º 1.317, de 3 de agosto de 2017. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2017/prt1317_08_08_2017.html. Acesso em: 30 maio 2023. BARCELLOS, C. A dimensão espacial das desigualdades de saúde: ruralidade, distâncias, redes e acesso a serviços de saúde. In: GIOVANELLA, L. Atenção primária à saúde em territórios rurais remotos no Brasil. [s.l.]: Editora FioCruz, 2023. HAESBAERT, R. Do corpo-território ao território-corpo (da terra): contribuições decoloniais. GEOgraphia, v. 22, n. 48, 2020. Disponível em: https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/43100. Acesso em: 1 jun. 2023. 112ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 61 de 68 Resposta comentada: A capacitação dos profissionais de saúde em relação a abordagens culturalmente sensíveis é crucial para superar possíveis barreiras na comunicação e compreender as nuances que podem influenciar a saúde dos indivíduos negros. Isso inclui o reconhecimento das disparidades raciais, históricas, socioeconômicas e de acesso aos cuidados de saúde. Ao investir na formação dos profissionais de saúde para compreenderem e respeitem as especificidades culturais da população negra, é possível proporcionar um atendimento mais eficaz, engajado e alinhado com as necessidades dessa comunidade. Isso contribui diretamente para a promoção da equidade e eliminação das disparidades raciais na saúde, objetivos centrais da Política de Atenção Integral à Saúde da População Negra (PNAISPN). Referência: BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Saúde Integral da População Negra: uma política para o SUS. Ministério da Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa, Departamento de Apoio à Gestão Participativa e ao Controle Social. 3. ed. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2017. 44 p. 113ª QUESTÃO Resposta comentada: A ocorrência de nefrite intersticial aguda está frequentemente associada a medicações, dentre elas os antibióticos, como as cefalosporinas (ceftriaxona). O diagnóstico é sugerido pela presença de IRA não oligúrica, especialmente em associação a sinais de hipersensibilidade sistêmica, tais como febre, rash cutâneo e eosinofilia. A piúria estéril e a hematúria microscópica são achados comuns, e a proteinúria não nefrótica pode estar presente. A terapia envolve a interrupção do agente causal, podendo, em alguns casos, ser necessário o uso de glicocorticoides. REFERÊNCIAS: JOHNSON, Richard et al. Nefrologia clínica. Abordagem abrangente. 5. ed., 2016. RIELLA, M.C. Príncipios de nefrologia e distúrbios hidroeletrolíticos. 6. ed., 2018. 114ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 62 de 68 Resposta comentada: Manejo de cálculospara impedir a progressão para isquemia crônica dos membros. A angioplastia transluminal percutânea (PTA) é uma opção de tratamento para pacientes com DAP e isquemia crítica de membros (CLI) ou claudicação limitante do estilo de vida que persiste apesar do tratamento conservador e farmacológico. Referências: BMJ Best Practice. Doença arterial periférica. Última atualização em 22 de setembro de 2020. 118ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 65 de 68 Resposta comentada: A hipercalemia é uma complicação comum em pacientes com insuficiência renal crônica devido à diminuição da excreção de potássio pelos rins. O tratamento da hipercalemia visa reduzir rapidamente os níveis de potássio no sangue para evitar complicações cardíacas potencialmente fatais, como arritmias cardíacas. A prescrição de uma dose única de bicarbonato de sódio por via oral pode ajudar a corrigir a acidose metabólica associada à insuficiência renal crônica, mas não é eficaz para diminuir rapidamente os níveis de potássio no sangue. A administração de uma infusão de insulina regular com glicose por via intravenosa é uma opção válida para promover a entrada de potássio nas células, reduzindo temporariamente os níveis no sangue, mas não é a primeira escolha para o tratamento inicial da hipercalemia. Iniciar terapia com diuréticos de alça, como a furosemida, por via intravenosa, pode servir para aumentar a excreção de potássio na urina, mas pode não ser eficaz em pacientes com insuficiência renal avançada. A administração de cálcio intravenoso seguido de resina de troca de íons, como o poliestireno sulfonato de cálcio, é uma abordagem padrão no tratamento da hipercalemia grave. O cálcio intravenoso estabiliza a membrana celular, reduzindo o risco de arritmias cardíacas induzidas pela hipercalemia. A resina de troca de íons, como o poliestireno sulfonato de cálcio, ajuda a remover o excesso de potássio do organismo por meio da ligação do potássio no trato gastrointestinal, facilitando sua excreção. Essa combinação é considerada eficaz e segura no tratamento da hipercalemia relacionada à insuficiência renal crônica. A hemodiálise de emergência é reservada para casos graves de hipercalemia refratária a outras medidas terapêuticas ou quando há sinais iminentes de complicações graves, como alterações eletrocardiográficas. Referência: TAAL, M. W. et al. Disorders of Potassium Homeostasis (Capítulo 30). In: __________. Brenner and Rector's The Kidney. 11th. 119ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 66 de 68 Resposta comentada: Esse paciente provavelmente apresenta sangramento gastrointestinal inferior (LGIB), conforme sugerido pela hematoquezia e pela esofagogastroduodenoscopia (EDA) normal. Ele continua sangrando e permanece hemodinamicamente instável mesmo após a reposição volêmica. É necessária intervenção urgente para localizar e parar a hemorragia de forma confiável. A angiografia é o procedimento recomendado em pacientes com hematoquezia ativa, instabilidade hemodinâmica apesar dos esforços de reanimação e EDA normal. A fonte do sangramento pode ser localizada rapidamente (não requer preparo intestinal) e de forma confiável se a taxa de sangramento for superior a 0,5–1 mL/min. Alguns centros optam por realizar angiografia por TC para visualização do sangramento e análise de detalhes anatômicos antes de prosseguir com angiografia por cateter invasiva para intervenção terapêutica direcionada (por exemplo, embolização, injeção de vasopressina). Se a angiografia não conseguir localizar a origem do sangramento, a colonoscopia é o próximo passo no tratamento. A angiografia também é usada em pacientes estáveis quando outros métodos diagnósticos são inconclusivos. Distratores: A laparotomia com enteroscopia intraoperatória pode ser utilizada em pacientes com hematoquezia e instabilidade hemodinâmica. No entanto, é uma modalidade diagnóstica e terapêutica de último recurso, utilizada apenas se outras intervenções não conseguirem localizar e controlar a fonte do sangramento. Nesse paciente, uma intervenção diferente teria precedência. A colonoscopia é utilizada na avaliação de hematoquezia em pacientes hemodinamicamente estáveis. Pode localizar diretamente a fonte do sangramento e também permite a realização de intervenções terapêuticas. No entanto, a colonoscopia requer um preparo intestinal demorado, que um paciente hemodinamicamente instável pode não conseguir tolerar. A falta de preparo intestinal adequado e sangramento intenso dificultam a visualização com esse procedimento, resultando em baixo rendimento diagnóstico. Além disso, a detecção da fonte do sangramento pela colonoscopia é limitada ao íleo terminal, cólon e reto. Portanto, não é o melhor passo inicial para esse paciente, que está hemodinamicamente instável apesar dos esforços de reanimação e continua a sangrar profusamente. A varredura com radionuclídeos com glóbulos vermelhos marcados (cintilografia nuclear de glóbulos vermelhos) fornece informações sobre a localização do sangramento gastrointestinal, mas não desempenha nenhum papel terapêutico e, portanto, é usada como método adjuvante a outras modalidades de imagem. A varredura com radionuclídeos não é, portanto, o próximo melhor passo no manejo desse paciente. A enteroscopia push é realizada se ainda houver sangramento ativo e os estudos diagnósticos de primeira e segunda linha não conseguirem localizar a fonte. A enteroscopia geralmente só pode detectar sangramento no intestino delgado, onde estão localizados menos sangramentos gastrointestinais. Uma etapa de manejo diferente é mais apropriada para esse paciente nesse momento. Referência: BMJ Best Practice. Avaliação da hemorragia digestiva baixa. Última atualização em 19 de outubro de 2023. Disponível em: https://bestpractice.bmj.com/topics/pt-br/457? q=Avaliação%20da%20hemorragia%20digestiva%20baixa&c=suggested. Acesso em: 2 abr. 2024. 120ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 67 de 68 Resposta comentada: Os achados clínicos de dor abdominal aguda no quadrante inferior esquerdo, associada a febre, a náuseas e a sensibilidade à palpação localizada, são altamente sugestivos de diverticulite, especialmente quando combinados com a presença de sangue nas fezes. A diverticulite é uma complicação comum da diverticulose, em que os divertículos, pequenas bolsas na parede do cólon, se inflamam ou infectam. A apresentação clínica típica inclui dor abdominal localizada, febre, náuseas e alterações no hábito intestinal, como constipação ou diarreia, muitas vezes com sangue nas fezes. A sensibilidade à palpação no quadrante afetado é comum. Esses achados são característicos de um quadro de abdome agudo inflamatório de origem colônica, apontando fortemente para diverticulite como o diagnóstico mais provável. As outras opções de resposta podem ser descartadas com base nos achados clínicos específicos do paciente. A apendicite aguda geralmente causa dor no quadrante inferior direito, não esquerdo. A colecistite aguda é mais comumente associada à dor no quadrante superior direito, enquanto a pancreatite aguda apresenta uma dor epigástrica intensa irradiando para as costas. Uma úlcera péptica perfurada pode causar dor abdominal súbita e intensa, mas geralmente não está associada a sangramento nas fezes. Portanto, a diverticulite é a resposta mais apropriada com base nos achados clínicos apresentados. Esta questão enfatiza a importância de reconhecer os sinais e os sintomas característicos da diverticulite para um diagnóstico preciso e um tratamento oportuno. Referência: TOWNSEND, C. M. et al. Sabiston Textbook of Surgery: The Biological Basis of Modern Surgical Practice. 19th ed. Cap. 52, p. 1378/1379. 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 68 de 68e prevention. 2023. Disponível em: https://ginasthma.org/. Acesso em: 30 mar. 2024. J BRAS PNEUMOL. 2020;46(1):e20190307. Recomendações para o manejo da asma da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. 2020. Disponível em: https://dx.doi.org/10.1590/1806-3713/e20190307. Acesso em: 30 mar. 2024. 9ª QUESTÃO Resposta comentada: Os antidepressivos atuam inibindo principalmente a recaptação de neurotransmissores como serotonina e/ou noradrenalina nos neurônios pré-sinápticos, aumentando assim sua concentração na fenda sináptica e potencializando sua ação no sistema nervoso central. A ativação dos receptores GABAérgicos no sistema nervoso central está associada a outros tipos de medicamentos, como os ansiolíticos e os indutores do sono, não sendo o principal mecanismo de ação dos antidepressivos. O bloqueio dos receptores de dopamina no córtex cerebral está mais associado a medicamentos utilizados no tratamento de condições como esquizofrenia e transtorno bipolar, não sendo o principal mecanismo de ação dos antidepressivos. O aumento da liberação de glutamato no sistema nervoso central não é um mecanismo de ação dos antidepressivos. A inibição da recaptação de dopamina e acetilcolina nos neurônios pré-sinápticos não é o principal mecanismo de ação dos antidepressivos. Referências: KATZUNG, B. G.; TREVOR, A. J. Farmacologia básica e clínica. 13 ed. [s.l.]: Grupo A, 2017. BRUTON, L. L.; HILAL-DANDAN, R. As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman e Gilman. 13 ed. Grupo A, 2018. 10ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 5 de 68 Resposta comentada: Segundo o Código de Ética Médica de 2018 Art. 83: "É vedado ao médico: Art. 83. Atestar óbito quando não o tenha verificado pessoalmente, ou quando não tenha prestado assistência ao paciente, salvo, no último caso, se o fizer como plantonista, médico substituto ou em caso de necropsia e verificação médico-legal." Ademais, segundo Resolução CFM nº 1.779/2005: "Art. 2º Os médicos, quando do preenchimento da Declaração de Óbito, obedecerão as seguintes normas: 1) Morte natural: 1. Morte sem assistência médica: a) Nas localidades com Serviço de Verificação de Óbitos (SVO): A Declaração de Óbito deverá ser fornecida pelos médicos do SVO; b) Nas localidades sem SVO: A Declaração de Óbito deverá ser fornecida pelos médicos do serviço público de saúde mais próximo do local onde ocorreu o evento; na sua ausência, por qualquer médico da localidade. 2) Morte com assistência médica: a) A Declaração de Óbito deverá ser fornecida, sempre que possível, pelo médico que vinha prestando assistência ao paciente. b) A Declaração de Óbito do paciente internado sob regime hospitalar deverá ser fornecida pelo médico assistente e, na sua falta, por médico substituto pertencente à instituição. c) A Declaração de Óbito do paciente em tratamento sob regime ambulatorial deverá ser fornecida por médico designado pela instituição que prestava assistência, ou pelo SVO. d) A Declaração de Óbito do paciente em tratamento sob regime domiciliar (Programa Saúde da Família, internação domiciliar e outros) deverá ser fornecida pelo médico pertencente ao programa ao qual o paciente estava cadastrado, ou pelo SVO, caso o médico não consiga correlacionar o óbito com o quadro clínico concernente ao acompanhamento do paciente.” Não é correto "explicar à filha do paciente que a declaração deve ser preenchida pelo Serviço de Verificação de Óbito", pois o médico da Atenção Primária deve fazer a visita domiciliar para constatar o óbito. Apenas quando não é possível correlacionar o óbito com o quadro clínico prévio do paciente é que o SVO deve ser acionado. REFERÊNCIAS: Código de ética médica. Resolução nº 2,217/2018. Brasília: Tablóide, 2018. CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (CFM - Brasil). RESOLUÇÃO CFM Nº 1.779/2005 RESOLUÇÃO CFM Nº 1.779, 11 de novembro de 2005 Publicada no DOU, 5 dez. 2005, Seção 1, p 11ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 6 de 68 Resposta comentada: Paciente com evolução aguda, menos de 6 horas, não apresenta sinais clínicos de sofrimento de alça, como náuseas e vômitos, sem alteração dos sinais vitais, que consideramos. Uma hérnia inguinal encarcerada, não redutível. A protrusão do conteúdo herniário medial aos vasos epigástricos é designada como hérnia inguinal direta (Quando lateral aos vasos = hérnia inguinal indireta). O reparo cirúrgico urgente é indicado para as hérnias agudas encarceradas. A abordagem cirúrgica ideal não é conhecida, mas uma abordagem laparoscópica pode ser considerada na ausência de estrangulamento. Às vezes, é possível reduzir uma hérnia encarcerada com o paciente sedado, mas é preciso tomar cuidado para se evitar empurrar uma porção morta do intestino com o saco herniário para dentro da cavidade peritoneal (hérnia em massa). O reparo com tela é indicado se o intestino for viável, mas o reparo sem tela é indicado se o intestino for inviável ou se a sua viabilidade for duvidosa. Na ausência de necrose ou contaminação, o intestino pode ser reduzido e a hérnia reparada com uma tela. Se o intestino não for viável (gangrenoso) ou for constatada contaminação durante a cirurgia, geralmente a ressecção do intestino é necessária, sendo feito um reparo da hérnia com tecido primário sem tela. Deve-se evitar o reparo com tela nesta situação por causa do risco de infecção da tela. REFERÊNCIAS: SABISTON, D. C. Jr. et al. Tratado de cirurgia: A Base Biológica da Prática Cirúrgica Moderna. 19. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. BMJ Best Practice. Hérnias inguinais em adultos. Última atualização em 29 jul 2022. 12ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 7 de 68 Resposta comentada: Lactente de 8 meses com diarreia aguda com desidratação (sinais de desidratação: irritado, olhos fundos, sedento, lágrimas ausentes, boca seca e sinal da prega desaparecendo lentamente), não apresenta nenhum sinal característico obrigatório para desidratação grave, que são: estado geral comatoso, hipotônico, letárgico ou inconsciente; não consegue beber; pulso fraco ou ausente. Dessa forma, segundo as orientações do Ministério da Saúde de 2023 sobre manejo da diarreia aguda, o plano de tratamento recomendado para diarreia com desidratação é o Plano B, no qual a desidratação é tratada por via oral no estabelecimento de saúde. O paciente deverá receber soro de reidratação oral de 50 a 100 mL/kg no período de 4 a 6 horas com reavaliação constante do estado de hidratação durante a reidratação. Se desaparecerem os sinais de desidratação, utilize o Plano A. Se continuar desidratado, indicar a sonda nasogástrica (gastróclise). Se o paciente evoluir para desidratação grave, seguir o Plano C. Se, após 6 horas de tratamento, não houver melhora da desidratação, encaminhar ao hospital de referência para internação. Referências: BRASIL. Ministério da Saúde. Manejo do paciente com diarreia: avaliação do estado de hidratação (atual. 05 jul. 2023). Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de- conteudo/publicacoes/svsa/doencas-diarreicas-agudas/manejo-do-paciente-com-diarreia- avaliacao-do-estado-de-hidratacao-do-paciente-arquivo-com-marcas-de-corte/view. Acesso em: 30 mar. 2024. Guia Prático de Atualização da Sociedade Brasileira de Pediatria: Diarreia aguda infecciosa. n. 74, 06 jun. 2023. Disponível em: chrome- extension://efaidnbmnnnibpcajpcglclefindmkaj/https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/sbp/ 2023/junho/14/24048aPRESS-GPA-Diarreia_Aguda_Infecciosa-pSITE.pdf. Acesso em: 30 mar. 2024. 13ª QUESTÃO Resposta comentada: Caso clínico abordando bioética, onde encontramos paciente com idade avançada, doença crônica em estágio terminal (síndrome demencial), internada em ambiente de UTI com medidas invasivas já estabelecidas (IOT / DVA), sendo sugerido nova medida invasiva. Familiares foram convocados para conversar sobre terminalidade. Seguir com medidas invasivas, neste caso, caracteriza distanásia, e estaria contraindicada.Ortotanásia configura a "morte com menor sofrimento", e, neste caso, seria não iniciar novas medidas invasivas (como hemodiálise, por exemplo). Eutanásia é "abreviar a vida", como desligar aparelhos, prática proibida no Brasil. REFERÊNCIA: FELIX, Zirleide Carlos et al. Eutanásia, distanásia e ortotanásia: revisão integrativa da literatura. Ciência & Saúde Coletiva, 18(9):2733-2746, 2013. 14ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 8 de 68 Resposta comentada: Paciente idoso, com fratura desproporcional ao trauma, anemia, disfunção renal e hiperuricemia e presença do fenômeno de Rouleuax, a principal hipótese diagnóstica é mieloma múltiplo. Para confirmar o diagnóstico, é necessário realizar eletroforese ou imunoeletroforese de proteínas no soro/urina e mielograma. Referência: ZAGO, MA; FALCÃO, RP; PASQUINE, R. Tratado de Hematologia. Rio de Janeiro: Atheneu, 2013. 15ª QUESTÃO Resposta comentada: A metanálise forneceu evidências dos benefícios do uso de aspirina na prevenção primária de eventos cardiovasculares, como infarto do miocárdio e acidente vascular encefálico. No entanto, também destacou a importância de considerar os efeitos adversos, como o aumento do risco de sangramento gastrointestinal, ao ponderar a decisão de prescrever aspirina para cada paciente. Assim, essa resposta demonstra uma análise crítica das evidências disponíveis e a aplicação dessas evidências na tomada de decisões clínicas, princípios fundamentais da Medicina Baseada em Evidências (MBE) na Atenção Primária à Saúde (APS). Referência: KAURA, A. Medicina Baseada em Evidências – Leitura e Redação de Textos Clínicos. [s.l.]: Elsevier Editora, 2016. 16ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 9 de 68 Resposta comentada: REFERÊNCIA HERRING, Guilherme. Radiologia Básica - Aspectos Fundamentais . [Digite o Local da Editora]: Grupo GEN, 2021. E-book. ISBN 9788595158719. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595158719/. Acesso em: 03 mar. 2023. Página 2: no RX o ar é o tom mais escuro possível (menos denso). Líquidos (p. ex., sangue) e tecidos moles (p. ex., músculo) têm a mesma densidade nas radiografias convencionais, aparecem mais brancas, pois tem densidade maior. Página 3: Substâncias menos densas, que absorvem menos raios X, têm números de TC baixos. Diz-se que elas apresentam atenuação diminuída e são exibidas como densidades mais escuras nas imagens de TC. Nas radiografias convencionais, essas substâncias (como ar e gordura) também parecem mais pretas e têm densidade diminuída (ou maior radiolucência). Página 61: À medida que o derrame subpulmonar aumenta em volume, ele primeiro preenche e, assim, vela o seio costofrênico posterior, visível na incidência em perfil do tórax. Isso ocorre com aproximadamente 75 mℓ de líquido. Quando o derrame alcança um volume de cerca de 300 mℓ, vela o seio costofrênico lateral, visível na radiografia de tórax em PA. Página 65: derrame pleural se acumula na região dorsal. Página 280: a identificação da linha pleural visceral no RX do tórax faz o diagnóstico definitivo de um pneumotórax. Página 281: na TC do tórax o paciente encontra-se em decúbito dorsal, no pneumotórax o ar acumula anteriormente. 17ª QUESTÃO Resposta comentada: A barreira antirrefluxo, principal proteção contra o RGE, é composta por: esfíncter interno (ou esfíncter inferior do esôfago – EIE –, propriamente dito) e esfíncter externo (formado pela porc ̧ão crural do diafragma). O EIE mantém-se fechado em repouso e relaxa com a deglutic ̧ão e com a distensão gástrica. O relaxamento não relacionado com a deglutic ̧ão é chamado relaxamento transitório do EIE (RTEIE), sendo considerado o principal mecanismo fisiopatológico associado à DRGE, responsável por 63 a 74% dos episódios de refluxo gastresofágico (RGE). Referência: DANI, R.; PASSOS, M. C. F. Gastroenterologia essencial. 4 ed. Grupo GEN, 2011. Cap. 10: Doença por Refluxo Gastresofágico, p. 102. Disponível em: Minha Biblioteca. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/978-85-277-1970-/pageid/134. Acesso em: 28 mar. 2024. 18ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 10 de 68 Resposta comentada: O antagonismo dos receptores β-adrenérgicos afeta a regulação da circulação por meio de diversos mecanismos, incluindo a redução da contratilidade do miocárdio e da frequência cardíaca (débito cardíaco). O antagonismo dos receptores β1 do complexo justaglomerular diminui a secreção de renina e a atividade do SRA. Essa ação provavelmente contribui para a ação anti-hipertensiva. Referência: BRUTON, L.L.; HILAL-DANDAN, R. As bases farmacológicas da terapêutica de Goodman e Gilman. [s.l.]: Grupo A, 2018. E-book. ISBN 9788580556155. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788580556155/. Capítulo 28 (Tratamento da hipertensão). p. 632. 19ª QUESTÃO Resposta comentada: O médico plantonista deve proporcionar o alívio da dor e iniciar o processo de tratamento medicamentoso geral e proporcionar orientações de repouso, não superior a 5 dias, e afastamento do trabalho até a regressão do quadro álgico. Os objetivos do tratamento devem ser o alívio da dor, a recuperação e a preservação neurológica e o retorno funcional. A maioria dos pacientes apresenta melhora com o tratamento não operatório, baseado em fisioterapia, medicação e outras modalidades. Grande parte dos discos degenera de maneira a regredir de tamanho, não importando o tratamento instituído. Em cerca de 5 a 10% dos pacientes, os sintomas irão reaparecer. Alguns apresentam características favoráveis ao tratamento conservador: jovens, hérnia sequestrada e sem deficit neurológico, ou hérnias pequenas, discos pouco degenerados e ciática leve a moderada. O repouso prolongado deve ser desencorajado, não devendo exceder cinco dias. A fisioterapia com exercícios e a reabilitação devem ser iniciadas precocemente, tão logo a dor permitir. Anti-inflamatórios hormonais e não hormonais são muito utilizados no alívio dos sintomas causados pelas hérnias de disco, pois têm efeitos locais e sistêmicos. Para ambos os tipos, os efeitos colaterais devem ser considerados. Pacientes com história de sangramentos intestinais podem apresentar problemas com anti-inflamatórios comuns, e indivíduos com diabetes podem apresentar quadros hiperglicêmicos com administração indevida de corticoides. Inibidores da ciclo-oxigenase 2 estão associados a eventos cardiovasculares. Analgésicos opioides também são úteis no controle álgico agudo. As opções seguras são oxicodona, codeína e tramadol. Efeitos adversos, como tolerância, náusea e confusão mental, podem ocorrer, sobretudo em idosos, e a dependência química deve também ser uma preocupação. Uma dor dessa natureza e intensidade é melhor tratada com analgesia multimodal (analgesia simples, anti-inflamatórios e opioides) e repouso relativo. Referências: SIZINIO, H. Ortopedia e Traumatologia: princípios e prática. 4 ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. p. 59. SKINNER, H.; MCMAHON, P. J. CURRENT Ortopedia. Disponível em: Minha Biblioteca. 5th ed. [s.l.]: Grupo A, 2015, p. 192. 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 11 de 68 20ª QUESTÃO Resposta comentada: Administrar imunoglobulina antirrábica e iniciar a vacinação antirrábica o mais rápido possível é a conduta correta porque, em casos de mordida por um animal com status de vacinação desconhecido ou incompleto contra a raiva, é imperativo administrar imunoglobulina antirrábica para proteção imediata e iniciar a vacinação antirrábica para garantir imunidade. A raiva é uma doença fatal, e a prevenção imediata após a exposição é crucial para evitar o desenvolvimento da doença. Prescrever um curso de antibióticos de amplo espectro e observar o animal por 10 dias pode ser parte do manejo, mas não aborda adequadamente o risco iminente de raiva, que deve ser a prioridade. Realizar sutura das feridas após limpeza e adiar qualquerdecisão sobre profilaxia antirrábica ignora o alto risco de raiva e a necessidade de tratamento profilático imediato. Limpeza cuidadosa da ferida com solução salina, administração de reforço da vacina contra o tétano e observação domiciliar do animal são medidas importantes, mas insuficientes sem a profilaxia antirrábica em um animal não vacinado. Encaminhar imediatamente para cirurgia plástica para reparo da ferida, sem intervenções adicionais para raiva ou tétano no momento, demonstra falha em reconhecer a urgência do manejo profilático da raiva, além da necessidade de atualização do tétano. Referência: World Health Organization. (2018). Rabies vaccines: WHO position paper – April 2018. Weekly Epidemiological Record, 93(16), 201-220. 21ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 12 de 68 Resposta comentada: Referência: Angina instável. Doenças cardiovasculares. In: Manuais MSD edição para profissionais. Disponível em: msdmanuals.com. Acesso em: 23 mar. 2024. 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 13 de 68 22ª QUESTÃO Resposta comentada: A paciente apresenta ascite e história prévia de etilismo. Além disso, tem hipoalbuminemia. A hipoalbuminemia provocada pela deficiente síntese de albumina reduz a pressão oncótica do plasma e concorre para a formação do edema. REFERÊNCIAS: COELHO, Eduardo Barbosa. Mecanismos de formação de edemas. Medicina (Ribeirão Preto), v. 37, n. 3/4, p. 189-198, 2004. DA SILVA, LEONARDO SOARES. MANEJO PRÁTICO DA ASCITE. BRITO, Ana Paula Santos Oliveira et al. Manejo da Ascite: revisão sistemática da literatura. Brazilian Journal of Health Review, v. 5, n. 1, p. 3022-3031, 2022. 23ª QUESTÃO Resposta comentada: Conforme as diretrizes da Sociedade Brasileira de Pediatria (2016), com atualizações em maio de 2021, o recém-nascido a termo deve ser avaliado ao nascer: nasceu chorando/respirando e com tônus muscular em flexão, deve ser posicionado pele a pele com a mãe, seu corpo e segmento cefálico coberto com tecido de algodão seco e aquecido e seu cordão umbilical clampado entre 1- 3 minutos. Manter via aérea pérvia, aspirar secreções, se necessário, e avaliar continuamente sua vitalidade. O boletim de Apgar é determinado no primeiro e quinto minuto, mas não é utilizado para indicar procedimentos na reanimação neonatal. Os passos iniciais de estabilização e avaliação, quando não suficientes para determinar uma respiração espontânea regular, deve ser seguido pela ventilação por pressão positiva, que deve ser iniciada nos primeiros 60 segundos após o nascimento. REFERÊNCIA: Bibliografia: Almeida MFB, Guinsburg R; Coordenadores Estaduais e Grupo Executivo PRN-SBP; Conselho Científico Departamento Neonatologia SBP. Reanimação do recém-nascido ≥34 semanas em sala de parto: diretrizes 2022 da Sociedade Brasileira de Pediatria. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Pediatria; 2022. https://doi.org/10.25060/PRN-SBP-2022-2. 24ª QUESTÃO Resposta comentada: A Manobra de Ritgen modificada é realizada utilizando-se uma das mãos com o auxílio de uma compressa para abaixar o corpo perineal durante o período expulsivo, visando reduzir a necessidade de realização de episiotomia, além da redução de lesões perineais. Com a outra mão, ampara-se o occipital fetal para reduzir a velocidade no desprendimento e na extensão do polo cefálico quando da expulsão fetal. REFERÊNCIAS: Obstetrícia de Williams. 25a Ed. McGraw Hill Brasil, 2021. Assistência ao trabalho de parto. Obstetrícia do Zugaib. Ed. Manole, 2012. Assistência ao parto. 25ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 14 de 68 Resposta comentada: Escleroterapia com injeção é mais indicada para hemorroidas internas de grau I ou II, onde o sangramento é o sintoma predominante, não sendo a opção mais eficaz para hemorroidas de grau III com prolapso significativo. Hemorroidectomia por técnica aberta (Milligan-Morgan) é recomendada para hemorroidas internas de grau III e IV, onde há prolapso significativo. Essa técnica permite a remoção completa das hemorroidas, sendo eficaz na resolução dos sintomas e na prevenção de recidivas . Tratamento conservador com mudanças dietéticas e banhos de assento é indicado para hemorroidas de grau I e, em alguns casos, grau II, ajudando a aliviar sintomas leves, mas insuficiente para hemorroidas de grau III com prolapso. Ligadura elástica é efetiva para hemorroidas de grau II e III sem prolapso significativo ou persistente. Embora possa ser considerada para hemorroidas de grau III, seu sucesso é limitado em casos de prolapso acentuado que se reduz espontaneamente. Aplicação tópica de pomadas corticosteroides pode aliviar temporariamente os sintomas inflamatórios, mas não trata a causa subjacente do prolapso hemorroidário, sendo insuficiente como tratamento isolado para hemorroidas de grau III. Referência: OLIVEIRA, Lucas F. et al. Comparação entre as técnicas de hemorroidectomia: Milligan-Morgan, Ferguson e técnica fechada. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 42, n. 2, p. 123- 127, 2015. 26ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 15 de 68 Resposta comentada: Na hipoperfusão renal, o sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) é ativado, ou seja, os rins liberam renina, o que leva à ativação e à liberação de angiotensina II e aldosterona. O aumento da aldosterona eleva a reabsorção de sódio e a secreção de potássio e prótons nos túbulos coletores renais. Além disso, a angiotensina II aumenta a taxa de filtração glomerular e estimula a reabsorção de sódio no túbulo proximal. À medida que o sódio é reabsorvido, a água segue do filtrado glomerular para o interstício renal. Esse deslocamento de fluido para os capilares peritubulares leva ao aumento do fluido intravascular e ao aumento da pressão sanguínea. DISTRATORES: Quando o RAAS é ativado, o aumento da aldosterona atuará nos túbulos coletores do néfron para aumentar a secreção de prótons. Esse efeito aumentaria, em vez de diminuir, a excreção de prótons. Quando o SRAA é ativado, o aumento da aldosterona atuará nos túbulos coletores do néfron para aumentar a secreção de potássio. Esse efeito aumentaria, em vez de diminuir, a excreção de potássio. A reabsorção de ureia ocorre no túbulo proximal e no ducto coletor, e espera-se que seja aumentada na hipovolemia. A perda de volume causa aumento dos níveis de ADH, o que induz a expressão de transportadores de ureia nos ductos coletores medulares, levando a um aumento da reabsorção de ureia. A reabsorção de ureia nos ductos coletores é essencial para manter o gradiente osmótico medular interno que permite a retenção máxima de água filtrada. A ureia também é reabsorvida no túbulo proximal por difusão através do arrasto de solvente de outros eletrólitos. Esse mecanismo também é aumentado em estados hipovolêmicos por causa do aumento da concentração de urina e da concentração de eletrólitos intersticiais. Sob condições fisiológicas, a creatinina é removida do sangue por filtração glomerular e secreção tubular a uma taxa relativamente constante. Embora a creatinina possa ser absorvida no trato gastrointestinal (suplementos dietéticos ou carne), há pouca ou nenhuma reabsorção tubular renal de creatinina. Devido à diminuição da perfusão renal, este paciente corre o risco de diminuição da filtração glomerular e, portanto, aumento da creatinina sérica. No entanto, qualquer aumento na creatinina sérica é resultado da diminuição da depuração (diminuição da TFG) e não do aumento da absorção renal. REFERÊNCIA: HALL, John E.; GUYTON, Arthur C. Guyton & Hall. Fundamentos de Fisiologia. [Cap.78]: Grupo GEN, 2017. E-book. ISBN 9788595151550. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788595151550/. Acesso em: 09 mai. 2023. 27ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 16 de 68 Resposta comentada: A manobra de Heimlich modificada para crianças de um ano é recomendada para crianças pequenas que estãoengasgadas, pois combina a eficácia das palmadas nas costas, que ajudam a deslocar o objeto causador da obstrução, com compressões torácicas, que aumentam a pressão no tórax e auxiliam na remoção do objeto. Essa abordagem é preferida para crianças menores de um ano, mas também é aplicável e eficaz em crianças um pouco maiores, como no cenário apresentado. As outras alternativas não descrevem a técnica apropriada para a idade da criança e podem não ser eficazes ou seguras para desobstruir a via aérea de uma criança de dois anos. Referência: DISQUE, K. PALS – Pediatric Life Support. Provider Handbook. [s.l.]: Satori Continuum Publishing, 2021. 28ª QUESTÃO Resposta comentada: No caso de suspeita de neoplasia maligna de pulmão, o próximo passo é realizar um estadiamento adequado da doença para determinar a extensão do tumor e orientar o plano de tratamento. A tomografia computadorizada (TC) do tórax é a modalidade de imagem mais comumente utilizada para estadiamento inicial da neoplasia maligna de pulmão. A solicitação de uma biópsia por agulha fina guiada por imagem é uma opção para confirmar o diagnóstico histológico da neoplasia pulmonar, mas deve ser realizada após a realização do estadiamento inicial da doença. Encaminhar o paciente para uma cirurgia de ressecção do tumor pulmonar pode ser uma opção terapêutica em pacientes com tumores localizados, mas é importante realizar o estadiamento pré- operatório para avaliar a extensão da doença e determinar a viabilidade da cirurgia. Iniciar imediatamente a quimioterapia e a radioterapia combinadas pode ser uma abordagem válida em alguns casos de neoplasia de pulmão avançada, mas, antes de iniciar o tratamento, é crucial determinar a extensão da doença por meio do estadiamento. Prescrever corticosteroides para alívio dos sintomas respiratórios pode servir para controlar sintomas como tosse e dispneia, mas não aborda a necessidade de estadiamento da neoplasia maligna de pulmão. Referência: AMIN, M. B. Lung Cancer (Capítulo 46). In: __________. AJCC Cancer Staging Manual. 8th ed. 29ª QUESTÃO Resposta comentada: A asma brônquica atópica ou alérgica representa o subtipo de asma brônquica mais comum, e é caracterizada por sensibilização mediada por imunoglobulina E (IgE) a alergênios ambientais e pode ser observada em quase todas as crianças em idade escolar com asma brônquica e em cerca de metade dos asmáticos adultos. Referência: GOLDMAN, L.; SCHAFER, A. I. Goldman-Cecil Medicina. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2022. 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 17 de 68 30ª QUESTÃO Resposta comentada: A paciente em questão apresenta dor súbita, vômitos provavelmente relacionados à dor, aumento no anexo direito com massa heterogênea cística e áreas hiperecoicas, provavelmente calcificadas, típicas de teratoma maduro, que inclui dentes e ossos em seu interior, além do conteúdo líquido. Devido ao grande aumento do anexo, no caso 56 cm³, há grande possibilidade de torção do ovário. Como ocorreu, a massa não apresenta fluxo ao Doppler, ou seja, não está recebendo sangue para nutrir a massa, e a tendência é sofrer necrose, causando muita dor. A apendicite apresentaria febre e leucocitose associadas, já que a paciente é jovem, e a massa não seria tão grande. Além disso, líquido livre estaria presente se houvesse supuração. Na gestação ectópica, o beta-hCG estaria positivo numa massa tão grande. A diverticulite é mais comum à esquerda e também apresentaria leucocitose. O endometrioma não tem crescimento súbito, e ao ultrassom não há áreas hiperecoicas. Referências: BEREK, J. S. & L. Berek, D. L. Berek & Novak – Tratado de ginecologia. 16 ed. Disponível em: Minha Biblioteca. [s.l.]: Grupo GEN, 2016. 31ª QUESTÃO Resposta comentada: A hipotensão ortostática e a síncope vasovagal podem estar relacionadas aos fatores estressores desencadeantes, como calor excessivo. As mudanças climáticas, assim como ocorre com o meio ambiente, geram efeitos significativos sobre a saúde humana. Esses efeitos podem ser ainda maiores em trabalhadores que desenvolvem suas tarefas ao ar livre e encontram-se na maior parte do tempo diretamente expostos às variáveis ambientais. Referência: JANTSCH, A. G.; FERREIRA, L. V.; IZOLANI, G. V. In: GUSSO, G. et al. (Org.). Tratado de medicina de família e comunidade: princípios, formação e prática. Porto Alegre: Artmed/Grupo A, 2019, cap. 225, p. 1929. 32ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 18 de 68 Resposta comentada: A descrição do nódulo excluiria cisto e lipoma, pois, habitualmente, estes não têm consistência firme. Além disso, o método diagnóstico de eleição para cistos é o ultrassom mamário. Já para o tumor filoide, a idade da paciente habitualmente deve ser acima de 35 anos, crescendo rapidamente, e os exames de imagem precedem a punção por agulha fina. O lipoma se apresenta como um tumor de consistência amolecida. Referências: GINECOLOGIA DE WILLIAMS. 2 ed. [s.l.]: 2014. MANUAL DE GINECOLOGIA DA SOCIEDADE DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA DE BRASÍLIA. 2 ed. [s.l.]: 2017. TRATADO DE GINECOLOGIA FEBRASGO. 1 ed. [s.l.]: 2019. 33ª QUESTÃO Resposta comentada: A baciloscopia de escarro não é o padrão ouro para diagnóstico de tuberculose, e sim a cultura para micobactérias e o TRM-TB. O TRM-TB, apesar de alta sensibilidade, pode apresentar falso negativo no escarro. Todo paciente sintomático respiratório com suspeita de tuberculose deverá realizar um exame de imagem, podendo ser uma radiografia de tórax. A cultura para micobactéria é um exame demorado, podendo levar até 42 dias para ser finalizado. O diagnóstico deverá ser realizado com coleta de 2 amostras de escarro para baciloscopia e realização de TRM-TB em uma das amostras. Referência: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Manual de Recomendações para o Controle da Tuberculose no Brasil / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2019. 364 p. ISBN 978-85-334-2696-2 1. Tuberculose. 2. Vigilância em Saúde. 3. Manual. I. Título. II. Série. 34ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 19 de 68 Resposta comentada: O provável diagnóstico é apendicite aguda, que é um processo inflamatório agudo e purulento, decorrente, na maioria das vezes, da dificuldade de drenagem do conteúdo apendicular, com aumento de volume do apêndice e alterações circulatórias (isquemia) e inflamatórias. Em alguns pacientes pode haver perfuração e/ou formação de abscesso. Considerando o caso, sua maior incidência é em adolescentes e adultos jovens, de ambos os sexos. A dor localizada na região epigástrica ou periumbilical inicia subitamente, quase sempre acompanhada de náuseas e vômitos. Algumas horas depois, ela migra para a fossa ilíaca direita, indicando o comprometimento do peritônio periapendicular. A febre não costuma ser elevada (37,5 a 38 °C). A descompressão brusca, após compressão vagarosa, é acompanhada de uma sensação dolorosa que assusta o paciente (sinal de Blumberg). Outra manobra que pode provocar dor na região da fossa ilíaca direita é a palpação profunda e ascendente do hemicólon esquerdo (sinal de Rowsing). Referência: PORTO, C. C. Semiologia Médica. 8 ed. [s.l.]: Grupo GEN, 2019. E-book. ISBN 9788527734998. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788527734998/. Acesso em: 12 mar. 2024. 35ª QUESTÃO Resposta comentada: Temos um partograma que mostra um trabalho de parto cuja dilatação (triângulo) parou de progredir em dois toques consecutivos, com intervalo de, ao menos, 2 horas, e as contrações, apesar de estarem regulares, estão com intensidade fraca. Esse partograma mostra o diagnóstico de parada secundária da dilatação, e a conduta para esses casos é a realização de medidas que coordenem as contrações uterinas, como a movimentação da gestante, a mudança de posição,o uso de ocitocina e a amniotomia. Como a paciente já está andando e na bola, para ela é indicado o uso da ocitocina e aminiotomia. Referência: BRASIL. Ministério da Saúde. Diretriz Nacional de Assistência ao Parto Normal. 2022. 36ª QUESTÃO Resposta comentada: Trata-se de um caso clássico de convulsão febril simples benigna da infância. Para esse diagnóstico, não há indicação de dosagem de eletrólitos, punção liquórica, tomografia de crânio nem eletroencefalograma. Caso a criança apresentasse febre sem sinais localizatórios poder-se- ia aplicar o protocolo, e, em alguns casos, solicitar sumário de urina e/ou hemograma. Porém, essa criança tem um foco para a febre que é uma infecção de via aérea superior, portanto ela não se beneficia de nenhum exame complementar. REFERÊNCIA: Tratado de Pediatria da Sociedade Brasileira de Pediatria. 5ª Edição, 2022. 37ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 20 de 68 Resposta comentada: Correta: A miomectomia é uma opção adequada para mulheres jovens com miomatose uterina que desejam preservar a fertilidade. Essa cirurgia consiste na remoção dos miomas enquanto preserva o útero, permitindo à paciente a possibilidade de engravidar no futuro. Como o mioma é submucoso, FIGO 1, é passível de ser ressecado por via histeroscópica, sendo uma técnica minimamente invasiva. Incorretas: – A histerectomia total abdominal, embora seja uma opção definitiva de tratamento para miomatose uterina, é geralmente reservada para mulheres que não desejam preservar a fertilidade. Dado que a paciente é jovem e sem filhos, essa opção não seria a primeira escolha. – O tratamento medicamentoso com agonistas de GnRH pode ser utilizado para reduzir temporariamente o tamanho dos miomas e aliviar os sintomas, mas não é uma opção definitiva de tratamento. Além disso, pode causar efeitos colaterais significativos e não preserva a fertilidade. – A embolização das artérias uterinas é uma opção minimamente invasiva para o tratamento de miomatose uterina, mas também pode não ser apropriada para mulheres que desejam preservar a fertilidade por poder interferir na vascularização uterina e afetar a capacidade de engravidar. – O acompanhamento clínico ou uso de anticoncepcionais pode ser uma das opções para casos leves de miomatose uterina, mas se a paciente está sofrendo de sangramento uterino anormal e tem sintomas significativos e deseja engravidar, esse não é o melhor método. Referência: BEREK, J. S. (ed.). Berek & Novak Tratado de Ginecologia. 16. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021. 38ª QUESTÃO Resposta comentada: Não se pode inferir a incidência ou prevalência dos dados disponibilizados, pois não se tem o quantitativo da população exposta. Por assim, a única alternativa correta é aquela que se refere ao número de óbitos. REFERÊNCIA: Medronho R; Carvalho DM; Bloch KV; Luiz RR; Werneck GL (eds.); Epidemiologia. Atheneu, São Paulo, 2018. 39ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 21 de 68 Resposta comentada: Assegurar a estabilidade da coluna cervical e manter a oxigenação adequada é a correta porque, em pacientes com trauma cranioencefálico (TCE), a prioridade inicial inclui a estabilização da coluna cervical para prevenir danos adicionais à medula espinhal e garantir uma oxigenação adequada para prevenir hipoxia, que pode agravar o dano cerebral. Essas medidas são fundamentais antes de proceder a avaliações diagnósticas mais específicas ou intervenções farmacológicas. Realizar imediatamente uma tomografia computadorizada da cabeça é uma etapa importante no manejo do TCE para avaliar a extensão das lesões. No entanto, a prioridade inicial deve ser a estabilização do paciente. Administrar manitol para redução da pressão intracraniana pode ser necessário em casos de aumento da pressão intracraniana, mas só deve ser considerado após a estabilização inicial e confirmação diagnóstica. Iniciar hiperventilação para reduzir a pressão intracraniana é uma medida que pode ser utilizada temporariamente em casos de hipertensão intracraniana refratária, mas não como uma medida inicial devido aos riscos potenciais de hipocapnia e vasoconstrição cerebral. Administrar antibióticos profiláticos para prevenir meningite não é uma prática recomendada no manejo inicial do TCE sem evidência de fratura de crânio aberta ou penetração intracraniana. Referências: ATLS_Suporte Avançado de Vida no Trauma para Médicos -ATLS. Manual do Curso para Alunos, 2010-10ª Edição Bullock, M. R., Chesnut, R., Ghajar, J., Gordon, D., Hartl, R., Newell, D. W., Servadei, F., Walters, B. C., & Wilberger, J. E. (2006). Guidelines for the management of severe traumatic brain injury. Journal of Neurotrauma, 23(Suppl 1), S1-S106. https://doi.org/10.1089/neu.2006.9999 40ª QUESTÃO Resposta comentada: A gestão democrática e a participação social são princípios essenciais do SUS, focando a promoção do controle social e o fortalecimento da democracia na gestão da saúde. A nova PNAB reforça esse aspecto ao valorizar a participação dos conselhos de saúde e a descentralização das decisões para os níveis estadual e municipal, contribuindo para uma atenção básica mais efetiva e adaptada às necessidades locais. Referências: BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. PNH – Clínica ampliada e compartilhada. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br. Acesso em: 14 mar. 2024. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Política Nacional de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2012. v. I. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br. Acesso em: 14 mar. 2024. BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Conselhos de saúde: a responsabilidade do controle democrático do SUS. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br. Acesso em: 14 mar. 2024. 41ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 22 de 68 Resposta comentada: A dermatite atópica é uma doença inflamatória crônica, caracterizada por alterações da barreia cutânea. O prurido é o principal sintoma e perpetuador das crises agudas. Na fase aguda, está indicado o uso de corticoide tópico, anti-histamínico de primeira geração noturno e hidratação regular. Referências: ANTUNES, A. A. et al. Guia prático de atualização em dermatite atópica. Arq Asma Alerg Imunol. v. 1. n. 2, 2017. Parte I. CARVALHO, V. O. Guia prático de atualização em dermatite atópica. Arq Asma Alerg Imunol. v. 1. n. 2, 2017. Parte II. 42ª QUESTÃO Resposta comentada: As mulheres que apresentarem laudo citopatológico de HSIL deverão ser encaminhadas à unidade de referência para realização de colposcopia (A). A repetição da citologia é inaceitável como conduta inicial. Na presença de achados anormais maiores, JEC visível (ZT tipos 1 ou 2), lesão restrita ao colo e ausente suspeita de invasão ou doença glandular, deverá ser realizado o “Ver e Tratar”, ou seja, a excisão tipo 1 ou 2, de acordo com o tipo da ZT (conforme Tópicos Complementares – Tipos de excisão) (A). Em locais em que não esteja garantida a qualidade da citologia ou quando o colposcopista não se sentir seguro quanto à relevância dos achados, a biópsia é aceitável (B). REFERÊNCIA: Diretrizes brasileiras para o rastreamento do câncer do colo do útero / Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Coordenação de Prevenção e Vigilância. Divisão de Detecção Precoce e Apoio à Organização de Rede. – 2. ed. rev. atual. – Rio de Janeiro: INCA, 2016. 43ª QUESTÃO Resposta comentada: A questão evidencia uma hemorragia subconjuntival ou hiposfagma em olho direito, fenômeno muito comum e frequentemente idiopático. A resolução espontânea ocorre, normalmente, em 1 a 2 semanas. Caso o paciente apresentasse algum outro sintoma associado (como baixa de acuidade visual, por exemplo), seria aconselhado encaminhá-lo ao oftalmologista, mas não há nenhuma outra queixa nem alteração ao exame. Orientar o paciente que a resolução normalmente é espontânea. REFERÊNCIA: KANSKI, B. B. Oftalmologia Clínica: umaabordagem sistemática. 8. Edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. 44ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 23 de 68 Resposta comentada: Esta questão necessita que o aluno compreenda a sequência de atendimento no politraumatizado (A, B, C, D, E do trauma), em que alterações da via aérea causam maior mortalidade nestes pacientes, devendo ser abordada de imediato. No caso do paciente queimado, suspeita-se de queimadura de via aérea devido à queimadura se situar em região cervical anterior e face e à rouquidão e ao escarro borráceo, devendo o paciente ser prontamente submetido a intubação orotraqueal para assegurar a via aérea. REFERÊNCIA: AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS COMMITTEE ON TRAUMA. Advanced Trauma Life Support - ATLS. 10. edição. 45ª QUESTÃO Resposta comentada: Mola hidatiforme completa é o diagnóstico diferencial mais provável, dada a combinação de sangramento vaginal irregular, níveis anormalmente elevados de β-hCG e aumento uterino desproporcional para a idade gestacional presumida. A mola hidatiforme completa é uma forma de doença trofoblástica gestacional resultante de uma fertilização anormal, levando ao crescimento de tecido trofoblástico anormal e ausência de desenvolvimento fetal normal. Gravidez ectópica se manifesta tipicamente com dor abdominal aguda e sangramento, e o tamanho uterino geralmente não está aumentado significativamente, pois o embrião se desenvolve fora do útero. Aborto espontâneo incompleto pode apresentar sangramento e dor, mas os níveis de β-hCG começam geralmente a diminuir após o início do sangramento, diferindo do aumento anormalmente elevado associado à mola hidatiforme. Corioamnionite é uma infecção bacteriana do âmnio e corio, associada a febre, dor abdominal e sensibilidade uterina, frequentemente no contexto de ruptura prematura de membranas, não se aplicando ao caso. Gravidez molar parcial poderia ser considerada, mas a descrição sugere mais fortemente uma mola hidatiforme completa devido ao aumento desproporcional do tamanho uterino e níveis muito elevados de β-hCG. Referências: MONTENEGRO, C. A. B; REZENDE FILHO, J. Rezende Obstetrícia Fundamental. 14 ed. [s.l.]: [s.d.]. Berkowitz, R. S., & Goldstein, D. P. Clinical practice. Molar pregnancy. The New England Journal of Medicine, 368(17), 1639-1645. 2013. Disponível: https://doi.org/10.1056/NEJMcp1208128. Acesso em: 29 mar. 2024. 46ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 24 de 68 Resposta comentada: Métodos hormonais não devem ser usados em pacientes com anticorpos antifosfolípide positivo. Mesmo os métodos apenas com progesterona são contraindicados em pacientes com anticorpos antifosfolípide. Portanto, o único método indicado é o não hormonal. Entre as alternativas, realizar implantação de DIU de cobre é a correta. Referência: FEBRASGO. Contracepção reversível de longa ação. Série: orientações e recomendações. 2022. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/media/k2/attachments/SerieZ1-2022- Contracepcao.pdf. Acesso em: 29 mar. 2024. 47ª QUESTÃO Resposta comentada: Distúrbio de deficit de atenção/hiperatividade é considerado um distúrbio de neurodesenvolvimento. Distúrbios de neurodesenvolvimento são condições neurológicas que aparecem precocemente na infância, geralmente antes da idade escolar, e prejudicam o desenvolvimento do funcionamento pessoal, social, acadêmico e/ou profissional. Normalmente envolvem dificuldades na aquisição, retenção ou aplicação de habilidades ou conjuntos de informações específicas. O transtorno de deficit de atenção/hiperatividade (TDAH) não tem uma causa única específica. Potenciais causas do transtorno de deficit de atenção/hiperatividade (TDAH) incluem fatores genéticos, bioquímicos, sensório-motores, fisiológicos e comportamentais. Alguns fatores de risco incluem baixo pesoao recém-nascido, possibilitando a comunicação imediata de qualquer anormalidade; V – Fortalece o autocuidado e os cuidados com o recém-nascido, a partir de atividades de educação em saúde desenvolvidas pela equipe multiprofissional; VI – Diminui o risco de infecção relacionada à assistência em serviços de saúde; e VII – Propicia o contato dos pais e familiares com a equipe multiprofissional por ocasião da avaliação da mulher e do recém-nascido, e durante a realização de outros cuidados. Art. 4º O Alojamento Conjunto destina-se a: I – Mulheres clinicamente estáveis e sem contraindicações para a permanência junto ao seu bebê; II – Recém-nascidos clinicamente estáveis, com boa vitalidade, capacidade de sucção e controle térmico; peso maior ou igual a 1.800 gramas e idade gestacional maior ou igual a 34 semanas; III – Recém-nascidos com acometimentos sem gravidade, como, por exemplo: icterícia, necessitando de fototerapia, malformações menores, investigação de infecções congênitas sem acometimento clínico, com ou sem microcefalia; e IV – Recém-nascidos em complementação de antibioticoterapia para tratamento de sífilis ou sepse neonatal após estabilização clínica na UTI ou UCI neonatal. Referência: BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n. 2.068, de 21 de outubro de 2016. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2016/prt2068_21_10_2016.html. Acesso em: 18 out. 2023. 51ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 27 de 68 Resposta comentada: O processo de cicatrização ocorre em três etapas: 1. Inflamatória, que acontece nas primeiras 48 horas: Esta etapa é composta pelas típicas respostas inflamatórias aguda e crônica. Os produtos da degradação da ativação do complemento, quimiocinas liberadas a partir das plaquetas ativadas e outros mediadores produzidos no local da lesão agem como agentes quimiotáticos para recrutar neutrófilos e monócitos durante as 6 a 48 horas seguintes. 2. Proliferativa: O que leva até 10 dias, vários tipos de células, incluindo células epiteliais, endoteliais e outras células vasculares e fibroblastos, proliferam e migram para fechar a ferida. As células endoteliais e outras células vasculares proliferam para formar novos vasos sanguíneos, um processo conhecido como angiogênese. A combinação de fibroblastos em proliferação, tecido conjuntivo frouxo, novos vasos sanguíneos e células inflamatórias crônicas espalhadas forma um tipo de tecido ímpar para cicatrização das feridas, chamado tecido de granulação. 3. Reparo: O tecido conjuntivo reorganizado é depositado pelos fibroblastos (colágeno) para produzir uma cicatriz fibrosa estável (remodelamento). Esse processo se inicia 2 a 3 semanas após a injúria e pode continuar por meses ou anos. Referência: KUMAR, V. Robbins Patologia Básica. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2018. E-book. ISBN 9788595151895. 52ª QUESTÃO Resposta comentada: Explicação: Pacientes vítimas de violência sexual apresentam alterações de comportamento, como: – Regressão a comportamentos infantis, como choro excessivo sem causa aparente, enurese ou chupar dedos. – Tristeza, abatimento profundo ou depressão crônica. Fraco controle de impulsos e comportamento autodestrutivo ou suicida. – Baixo nível de autoestima e excessiva preocupação em agradar os outros. Vergonha excessiva, inclusive de mudar de roupa na frente de outras pessoas. – Culpa e autoflagelação. Ansiedade generalizada, comportamento tenso, sempre em estado de alerta, fadiga; comportamento disruptivo, agressivo, raivoso, principalmente dirigido a irmãos e um dos pais não incestuoso. Alguns podem ter transtornos dissociativos na forma de personalidade múltipla. Referências: ANUÁRIO 2022. Disponível em: https://www.ufrgs.br/einaroda/wp-content/uploads/2018/12/sinais- de-abuso-como-identificar.pdf https://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2022/07/14-anuario-2022-violencia-sexual- infantil-os-dados-estao-aqui-para-quem-quiser-ver.pdf. Acesso em: 30 mar. 2024. JÚNIOR, D. C.; BURNS, D. A. R.; LOPEZ, F. A. Tratado de pediatria. Barueri-SP. Editora Manole, 2021. 53ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 28 de 68 Resposta comentada: A vacinação contra hepatite induz uma resposta imunológica protetora ao apresentar ao sistema imunológico uma versão inativada do vírus da hepatite. Essa exposição estimula a produção de anticorpos específicos contra o vírus, bem como a ativação de células T que auxiliam na destruição de células infectadas. Como resultado, o sistema imunológico se torna preparado para reconhecer e combater o vírus da hepatite caso ocorra uma exposição futura, conferindo assim imunidade e proteção contra a infecção. Referência: ABBAS, A. K. Imunologia celular e molecular. 9 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2022. 54ª QUESTÃO Resposta comentada: O caso descrito trata-se de provável doença de plummer (nódulo solitário com hipertireoidismo), e, portanto, nesse momento, deve ser solicitada a cintilografia para avaliar a captação do nódulo, caso hipercaptante, confirmaria o diagnóstico. Referência: MEDICINA INTERNA DE HARRISON. 2 ed. Porto Alegre: AMGH, 2021. 55ª QUESTÃO Resposta comentada: Os ensaios bioquímicos para detectar enzimas associadas a tumores, hormônios e outros marcadores tumorais no sangue não podem ser utilizados para o diagnóstico definitivo do câncer; no entanto, eles são usados com sucesso variável como testes de triagem e são úteis para monitorar a resposta à terapia ou detectar a recorrência da doença. A aplicação desses ensaios é considerada para muitas das formas específicas de neoplasias, por exemplo, O PSA, usado para detectar o adenocarcinoma da próstata, sendo um dos marcadores tumorais mais utilizados na prática clínica. Pode-se suspeitar de carcinoma prostático quando são encontrados níveis elevados de PSA no sangue. No entanto, a triagem de PSA também apresenta os problemas encontrados no uso de praticamente todo marcador tumoral. Embora os níveis de PSA estejam frequentemente elevados no câncer, os níveis de PSA também podem estar elevados no quadro de hiperplasia prostática benigna. Além disso, não existe um nível de PSA que garanta que um paciente não tenha câncer de próstata. Assim, o teste de PSA sofre de baixa sensibilidade e baixa especificidade, e seu uso como ferramenta de triagem tornou-se bastante controverso. No entanto, o ensaio de PSA é extremamente valioso para detectar doenças residuais ou recorrência após tratamento do câncer de próstata. Referência: KUMAR, V. Robbins Patologia Básica. 10 ed. [s.l.]: Grupo GEN, 2018. Disponível em: Minha Biblioteca. Acesso em: 28 mar. 2024. 56ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 29 de 68 Resposta comentada: Conforme a Lei n. 12.461/2011, casos de suspeita de violência contra idosos devem ser notificados e encaminhados para os seguintes órgãos: autoridade policial; Ministério Público; Conselho Municipal do Idoso; Conselho Estadual do Idoso e/ou Conselho Nacional do Idoso. O agente comunitário tem a competência de fazer essa notificação diretamente com autoridades policiais, com base em suspeita de agressão contra o idoso. Preenchimento de ficha de notificação seria em um segundo momento, após notificar a suspeita para autoridades competentes (a qual também é competência do ACS, não sendo necessário transferir ao enfermeiro). Referências: SALES, D. S. et al. (2014). A violência contra o idoso na visão do agente comunitário de saúde. Estudos Interdisciplinares sobre o Envelhecimento, 19(1). Disponível em: https://doi.org/10.22456/2316-2171.36910. Acesso em: 27 mar. 2024. BRASIL. Lei n. 12.461, de 26 de julho de 2011. Altera a Lei n. 10.741, de 1º de outubro de 2003, para estabelecer a notificação compulsória dos atos de violência praticados contra o idoso atendido em serviço de saúde. Diário Oficial da União, Brasília, 27 jul. 2011. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12461.htm. Acesso em: 27 mar. 2023. 57ª QUESTÃOResposta comentada: A bexiga hiperativa ou incontinência urinária de urgência compreende a “urgência urinária, usualmente acompanhada de frequência e noctúria com ou sem urgeincontinência, na ausência de infecção do trato urinário ou outra doença”, de acordo com a International Continence Society (ICS). O tratamento farmacológico de primeira linha é geralmente feito com agentes anticolinérgicos, como oxibutinina, com intuito de reduzir a amplitude das contrações detrusoras e aumentar a capacidade vesical. Referência: BEREK & NOVAK. Tratado de Ginecologia. 16 ed. [s.l.]: 2021. 58ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 30 de 68 Resposta comentada: A principal hipótese diagnóstica é de síndrome nefrítica. São sugestivos: urina escura (hematúria), hipertensão, edema bipalpebral e história de infecção estreptocócica prévia (infecção de pele tratada com cefalexina). O exame de urina típico de glomerulonefrite revela hematúria e hemoglobinúria em praticamente todos os casos. Cilindros hemáticos e a presença de proteinúria em graus variados caracterizam a origem glomerular da hematúria. Cilindros granulosos e hialinos podem ser vistos, mas o achado de cilindros largos sugere glomerulopatia crônica. É comum a presença de leucocitúria e de cilindros leucocitários, provenientes do processo inflamatório glomerular, embora não signifique infecção bacteriana do trato urinário. A proteinúria é proporcional ao grau de hematúria e, em aproximadamente 10% das crianças afetadas, atinge transitoriamente níveis nefróticos. A persistência de proteinúria maciça, além do período agudo esperado para glomerulonefrite, sugere outro tipo de glomerulopatia. Referência: LEÃO, E. Pediatria ambulatorial. 6 ed. [s.l.]: Coopmed, 2022. p. 1.158-1.159. 59ª QUESTÃO Resposta comentada: O Streptococcus pneumoniae é uma bactéria gram-positiva que possui uma parede celular complexa composta por peptidoglicano. A penicilina é o antimicrobiano de escolha para o tratamento de infecções por Streptococcus pneumoniae, pois inibe a síntese da parede celular bacteriana. A penicilina se liga a transpeptidases, enzimas essenciais para a formação do peptidoglicano, impedindo a formação da parede celular e levando à morte da bactéria. Referência: Disponível em: https://www.who.int/health-topics/pneumonia/#tab=tab_3. Acesso em: 11 de mar. 2024. 60ª QUESTÃO Resposta comentada: A síndrome HELLP caracteriza-se por intensa lesão epitelial, responsável por microangiopatia trombótica com hemólise, ativação do sistema de coagulação, consumo de plaquetas e comprometimento hepático. É importante salientar que todas as gestantes com idade gestacional acima de 20 semanas que procuram assistência médica com queixa de dor epigástrica e/ou no hipocôndrio direito, associada ou não a vômitos, devem ser elegíveis para síndrome HELLP e precisam ser investigadas. Nos casos de HELLP com idade gestacional a partir de 34 semanas, é indicado a resolução da gestação. Não sendo indicado corticoide acima de 34 semanas. Referências: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Ações Programáticas. Manual de gestação de alto risco / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Ações Programáticas. Brasília: Ministério da Saúde, 2022. KORKES, H. A. et al. (Org.). Síndromes hipertensivas na gestação e suas complicações a longo prazo. São Paulo: EDUC, 2023. 61ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 31 de 68 Resposta comentada: O artigo 4º da lei 8.142 de 1990 pontua os seguintes critérios para que os estados, os municípios e o Distrito Federal recebam os recursos para saúde: I — Fundo de Saúde; II — Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo com o Decreto n.° 99.438, de 7 de agosto de 1990; III — Plano de saúde; IV — Relatórios de gestão que permitam o controle de que trata o § 4° do art. 33 da Lei n.° 8.080, de 19 de setembro de 1990; V — Contrapartida de recursos para a saúde no respectivo orçamento; VI — Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS), previsto o prazo de dois anos para sua implantação. Referência: BRASIL. Lei 8.142, de 28 de dezembro 1990. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8142.htm. Acesso em: 27 mar. 2024. 62ª QUESTÃO Resposta comentada: O diagnóstico do DPP é eminentemente clínico. O DPP agudo habitualmente se inicia com dor abdominal aguda, súbita e intensa, acompanhada de sangramento vaginal escuro com coágulos, na presença de hipertonia uterina ou taquissistolia. Referência: HOFFMAN, B. L. et al. (ed). Williams gynecology. v. 25. New York: McGraw-Hill Education, 2016. 63ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 32 de 68 Resposta comentada: Aguardar a resolução espontânea da dor não é apropriado diante da suspeita de torção testicular, pois o tempo é crucial para a viabilidade do testículo. Atrasos podem levar à perda testicular por necrose. A ultrassonografia doppler do escroto é o exame de escolha para avaliar a torção testicular, pois permite a visualização da anatomia testicular e a avaliação do fluxo sanguíneo, sendo crucial para o diagnóstico rápido e o tratamento imediato. A tomografia computadorizada do abdome e pelve não é o exame indicado para avaliar a torção testicular, pois não oferece a mesma precisão que a ultrassonografia doppler no que diz respeito ao fluxo sanguíneo testicular. Iniciar antibioticoterapia e reavaliar em 24 horas pode ser apropriado para epididimite, mas não para suspeita de torção testicular, onde a intervenção cirúrgica urgente é frequentemente necessária para salvar o testículo. Indicar referência para consulta urológica ambulatorial em uma semana seria inadequada, pois a torção testicular é uma emergência urológica que requer intervenção imediata para preservar a função testicular. Referência: Barbosa, J. A. et al. Diagnóstico e tratamento da torção testicular: uma revisão urgente. Revista Brasileira de Cirurgia Pediátrica, v. 35, n. 1, 2019, p. 45-52. 64ª QUESTÃO 000115.130014.ebd7fb.a06f48.390784.2d2e91.d6159e.d6376 Pgina 33 de 68 Resposta comentada: As primeiras células sanguíneas são derivadas do mesoderma embrionário localizado no saco vitelínico. A hematopoiese ocorre em diferentes órgãos, conforme a idade embrionária avança, sendo um desses órgãos o fígado. A diferenciação linfocítica ocorre na medula óssea, no caso dos linfócitos B, no timo, no caso de linfócitos T. A maturação de células progenitoras em células diferenciadas depende de fatores de crescimento hemocitopoiéticos e de um microambiente adequado. A formação das células sanguíneas começa 2 semanas após a concepção (fase mesoblástica) na mesoderme do saco vitelino, onde as células mesenquimais se agregam para formar grupos conhecidos como ilhotas sanguíneas. As células periféricas dessas ilhotas formam a parede vascular, e as células restantes se convertem em eritroblastos, que se diferenciam em eritrócitos nucleados que contêm HbF. Somente na época do nascimento os eritrócitos contêm HbA1 e HbA2, bem como uma quantidade muito pequena de HbF. A fase mesoblástica começa a ser substituída pela fase hepática por volta da sexta semana de gestação. Os eritrócitos circulantes ainda apresentam núcleos e os progenitores não eritroides aparecem na oitava semana de gestação. A fase esplênica começa durante o segundo trimestre; as fases hepática e esplênica continuam até o fim da gestação. A hemocitopoese na medula óssea (fase mieloide) começa no fim do segundo trimestre. À medida que o sistema esquelético continua a se desenvolver, a medula óssea assume um papel cada vez mais importante na formação das células sanguíneas. Ainda que o fígado e o baço não sejam ativos na hemocitopoese pós-natal, esses órgãos podem reverter sua condição para formar novas células sanguíneas, se necessário. Referências: GARTNER, Leslie P. Tratado de histologia. [s.l.]: Grupo GEN, 2022. E-book.