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BIOQUÍMICA CLINICA

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BIOQUÍMICA 
ESPECTROFOTOMETRIA 
A espectrofotometria estuda a propriedade que 
inúmeros compostos químicos possuem de 
absorverem radiações eletromagnéticas (luz); 
Cada molécula, portanto, possui um espectro de 
absorção de luz característico que pode permitir a sua 
identificação e essa absorção é sempre quântica, isto é, 
dá-se por um salto entre níveis de energia bem 
definidos de modo que cada elétron só absorve energia 
quando esta tem o valor certo para promover a sua 
passagem entre o nível basal e um dos estados de 
maior energia que ele pode ocupar. Estes estados 
dependem da estrutura molecular. 
Ou seja, a comprimento de luz precisa ter uma energia 
suficiente para levar os elétrons de uma molécula do 
seu estado menos energético para o mais energético. 
Como esta absorção é específica para um determinado 
composto, pode-se obter rapidamente dados que 
poderão auxiliar na sua identificação e poderemos 
também determinar a concentração de tais 
substâncias presentes em solução, principalmente 
aquelas de interesse biológico ou químico. 
O princípio da espectrofotometria se baseia na lei de 
Lambert-Beer que demonstra a relação entre a 
intensidade da luz incidente na solução (I0), a 
intensidade da luz ao atravessar a solução (I1), a 
absorbância (A). 
Absorbância: Quantidade de luz absorvida; o maior 
pico do gráfico corresponde ao de maior absorbância. 
Transmitância: é a fração da luz incidente que 
atravessa uma amostra de matéria. 
A quantidade de luz absorvida pela molécula é 
diretamente proporcional a sua concentração (relação 
linear), ou seja, quanto mais concentrada a solução 
maior é a absorbância e menor a transmitância. 
Quando é possível quantificar a luz incidida e a 
quantidade absorvida é possível determinar a 
concentração da solução. 
Experimento: luz incide sobre uma solução, parte da 
luz é absorvida, parte chega no detector 
A luz branca é composta por todos os comprimentos de 
onda da região do visível, sendo denominada luz 
policromática. Quando um raio de luz policromática 
atravessa uma solução contendo um soluto colorido, 
parte desta luz é absorvida pela solução enquanto 
certos comprimentos de onda atravessam essa 
solução. 
No equipamento de espectrofotometria chamado de 
espectrofotômetro, existe a presença de um prisma 
denominado de monocromador que é um dispositivo 
que tem como função a seleção do comprimento de 
onda que se tem interesse para a análise de certa 
molécula. 
O espectrofotômetro é um instrumento capaz de 
registrar espectros de absorção característicos para 
cada espécie química, sendo possível a sua 
identificação e quantificação. 
Espectrofotômetros são usados para determinar a 
concentração de soluções coloridas. Essa 
determinação é feita ao se passar um fino feixe de luz 
através desta solução. A maioria dos 
espectrofotômetros usados em laboratórios clínicos 
medem a luz desde a faixa ultra violeta (UV) até a faixa 
do visível (250-700 m). 
 
 
 
Quando a luz passa pela amostra, parte dela é 
absorvida, parte dela chega no detector 
(transmitância), o sinal captado no detector é 
convertido em sinal elétrico. 
No espectrofotômetro a água destilada é usada para 
zerar o aparelho pois sua absorbância é muito baixa . 
 
 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Luz
Porém o equipamento não consegue detectar a 
absorbância da molécula sozinha em solução, não é 
sensível a molécula, para ser possível observar a 
absorbância é preciso reagi-la com um reagente, a 
reação realizada para esse procedimento é 
denominada de reação colorimétrica. 
A reação colorimétrica amplifica o fenômeno para que 
esteja de acordo com a sensibilidade do equipamento. 
A reação adiciona um reagente que da cor a solução e 
que se liga a molécula alvo, o produto formado entre o 
reagente e a molécula é chamado de Cromógeno (na 
mesma proporção da molécula). 
O Cromógeno é sensível ao equipamento, e o 
espectrofotômetro consegue determinar a 
absorbância. 
A quantidade do metabolito tem que ser EQUIMOLAR 
ao cromógeno. 
Realização do Experimento para Glicose 
1ª Etapa - São adicionados 
1,0 ml do reagente, em 
todos os tubos de ensaio. 
2ª Etapa - No tubo padrão 
é adicionado 0,1 ml da solução padrão de glicose 
(100mg/dl) - concentração conhecida. 
3ª Etapa - No tubo da amostra teste é adicionado 0,1 
ml do soro do paciente - concentração desconhecida 
No Espectrofotômetro é adicionado primeiro o tubo 
branco, para zerar o equipamento. 
Depois de aferir a absorbância do tubo padrão e da 
amostra teste, é feito o cálculo de proporcionalidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
FUNÇÃO HEPÁTICA 
A função hepática e a renal são muito avaliadas na 
administração de um fármaco. 
O suprimento sanguíneo do fígado é feito por duas vias, 
pela artéria hepática (20-40%) e pela veia porta (60-
80%). O fígado é um órgão tão vascularizado que chega 
a receber 1.5 litros de sangue por min. 
Tem uma incrível capacidade de se regenerar, sendo 
ele capaz de retornar ao tamanho normal mesmo após 
ter mais de 50% do seu volume retirado 
cirurgicamente. 
Histologia do fígado 
 
 
 
 
 
 
 
O fígado é constituído principalmente por células 
hepáticas ou hepatócitos. Os hepatócitos têm formato 
poliédrico e estes se agrupam em placas que se 
anastomosam entre si formando unidades 
morfológicas chamadas lóbulos hepáticos. Os lóbulos 
ficam separados por espaços-porta, cada espaço-porta 
é composto por uma vênula e uma arteríola (ramos da 
veia porta e da artéria hepática, respectivamente), um 
ducto biliar, vasos linfáticos e nervos. O espaço-porta 
também pode receber o nome de tríade porta, pois, 
suas estruturas predominantes são a vênula, a 
arteríola e o ducto biliar. Entre os hepatócitos existem 
diminutos vasos chamados capilares sinusóides, por 
onde passa o sangue e nutrientes. Os hepatócitos são 
responsáveis por produzir a bile que irá para os 
canalículos biliares que irão desembocar no ducto 
biliar hepático, e ficará armazenada na vesícula biliar. 
 
 
Concentração da Solução Padrão 
 
Concentração da Solução 
Amostra T 
 
Absorbância Padrão 
 
Absorbância 
Amostra T 
 
100 mg/dl 
X 
A bile quando liberada no duodeno irá participar da 
emulsificação de lipídeos, formando micelas para 
melhor digestão e posterior absorção. 
Função Hepática 
Papel central no metabolismo 
• Metabolismo dos carboidratos 
• Metabolismo de lipídios 
o Biossíntese do colesterol 
o Síntese de lipoproteínas 
o Degradação de colesterol para ácidos 
biliares 
• Metabolismo de aminoácidos 
• Síntese proteica 
• Reserva de vitaminas (A, D, E, K e B12) 
• Desintoxicação e metabolismo de drogas 
• Renovação hepática das proteínas 
o Albumina 
o Fatores de Coagulação (II, VII, IX e X) 
o Alfa e beta Globulinas 
Marcadores hepáticos não enzimáticos 
• Albumina: Importante para o controle da 
osmolaridade do sangue e transporte de 
substâncias na corrente sanguínea. 
• Fatores de Coagulação (II, VII, IX e X): É 
avaliado o TEMPO DE PROTOMBINA. 
• Bilirrubina 
Se há uma lesão hepática tem-se uma diminuição da 
albumina e um aumento no tempo de protrombina, ou 
seja, quando se tem a lesão, tem-se redução dos 
fatores de coagulação, que resulta na demora para 
realizar o coágulo, logo o tempo aumenta. Também por 
conta da lesão haverá um aumento de Bilirrubina 
Direta e Indireta. 
Metabolismo das drogas 
 
 
O álcool é metabolizado e aumenta muito as 
concentrações de acetil-coA dentro do hepatócito. O 
acetil-coA em excesso vai ser utilizado para a produção 
de lipídeos que irão ser conjugados com glicerol para 
formar o TG, apresentando um quadro de 
Hipertrigliceridemia. O fígado passará a produzir 
muito VLDL (hiperlipidemia) pra o transporte desse TG, 
porém dependendo da quantidade ingerida e da 
crônicidade, as vezes a quantidade de VLDL não é 
sulficiente para o transporte de todo o TG que passa a 
seacumular no hepatócito formando um quadro de 
esteatose. Uma esteatose crônica pode se tornar uma 
cirrose. 
Então ao final de tudo o álcool pode causar: 
• Hipertrigliceridemia 
• Hiperlipidemia (VLDL) 
• Esteatose 
• Hipoglicemia 
Hipoglicemia pois por conta da redução de acetaldeido 
em acetil-coA tem-se o acúmulo de NADH que inibe a 
oxidação do lactato em piruvato, não deixando a 
gliconeogênese seguir. Álcool inibe a gliconeogenese. 
Bilirrubina 
A bilirrubina é um metabólito do grupo HEME, possui 
baixa solubilidade e é muito tóxica. 
Quando a hemácia se torna senil após 120 dias na 
circulação, ela é fagocitada pelo sistema reticulo 
endotelial do baço, e seus componentes como a sua 
hemoglobina são degrados e reutilizados. O grupo 
Heme da hemoglobina é transformado em biliverdina 
e depois em bilirrubina. Quando a bilirrubina é liberada 
na corrente sanguínea (Bilirrubina Indireta ou não 
conjugada) ela se liga a albumina que a transporta para 
o figado que BIOTRANSFORMA a bilirrubina tornando-
a mais solúvel e menos tóxica. 
Na biotransformação, a bilirrubina é conjugada com 2 
moléculas de ácidos glicurônico, formando o 
diglicurunato de bilirrubina ou bilirrubina direta ou 
ainda bilirrubina conjulgada. 
A bilirrubina direta sai pelo canalículo biliar e segue até 
o ducto biliar onde é armazenada na vesícula biliar. 
Quando ocorre estimulação na vesicula biliar pela cck, 
a bile é liberada para o intestino delgado. No intestino, 
as bactéria intestinais transformam a bilirrubina direta 
em urobilinogênio, que pode ser excretado via fezes 
ou reabsorvido e excretado por via renal. 
• Via renal: O urobilinogênio deixa a urina com a 
cor verde/amarela característica. 
• Via fezes: Quando o Urobilinogênio é 
excretada pelas fezes é denominada de 
estercobilinogênio e deixa as fezes de cor 
marrom. 
Icterícia 
• Causada por Bilirrubina elevada 
(Hiperbilirrubinemia) 
• Birrubina se acumula na pele e nas mucosas 
deixando o individuo amarelado (sinal). 
• Surge quando a bilirrubina for > 3,0 mg/dl 
A hiperbilirrubinemia pode ter 3 causas: 
• Ictericia pré-hepatica 
• Ictericia Intrahepática 
• Ictericia pós-hepático 
No laboratório determinamos a concentração: 
• Bilirubina Total 
• Bilirubina direta 
A bilirrubina indireta é determinada pela subtração da 
bilirrubina total com a bilirrubina direta. Pois não é 
possível mensurar laboratorialmente a bilirrubina 
indireta, por não ser possível desconjugá-la da 
albumina. 
Icterícia pré-hepática 
Pode ocorrer por hemólise intensa causada por 
parasitas ou por doenças autoimunes. Resulta em uma 
grande quantidade de bilirrubina indireta e isso 
excede a capacidade do fígado de conjugá-la 
Ictericia Intra-hepática 
Pode ser causada por: 
• infecção (Hepatite A, B e C) 
• Drogas (álcool e acetaminofeno) 
• Erros genéticos (sídromes no metabolismo da 
bilirrubina ou em proteínas específicas) 
• Neonatal (kernicterus) 
Na icterícia intra-hepática tem-se acúmulo de 
bilirrubina direta e bilirrubina indireta. 
Parte do fígado não vai conseguir conjulgar a 
bilirrubina indireta que se acumula no sangue, porém 
alguns hepatócitos irão conseguir fazer essa 
conjulgação, mas quando esses hepatócitos sofrem lise 
liberam grande quantidade de bilirrubina direta no 
sangue. A bilirrubina direta que extravaza no sangue é 
excretada pela urina através da filtração renal e parte 
é convertida em urobilinogênio. O acúmulo de 
bilirubina direta na urina deixa a urina com uma cor 
amarronzada chamada de colúria. 
Desarranjos do metabolismo da bilirrubina 
Síndrome de Gilbert: hiperbilirrubinemia não 
conjugada branda - inofensiva e assintomática. 
Síndrome de Crigler-Najjar: hiperbilirrubinemia não 
conjugada grave (déficit de Conjugação - conjugação 
ausente ou marcadamente reduzida). 
Síndrome de Dubin-Johnson: hiperbilirrubinemia 
conjugada moderada (déficit de secreção da bilirrubina 
conjugada) 
Kernicterus 
É uma complicação da icterícia neonatal que provoca 
lesões no cérebro do recém-nascido devido à 
impregnação da bilirrubina indireta nas regiões 
cerebrais. 
As sequelas mais comuns são atetose, distonia, sinais 
cerebelares ou labirínticos, surdez, paresia do olhar 
conjugado para cima e alterações intelectuais. 
O Tratamento é feito 
com a fototerapia, onde 
é projetada e incidida 
várias luzes no neonato 
que transformam a 
bilirrubina indireta em 
isômeros mais solúveis, para a eliminação. 
Icterícia pós-hepática 
Aumento da bilirrubina direta 
• Causada por obstrução dos ductos biliares 
tanto extra-hepáticos com intra-hepáticos. 
Como há essa obstrução a bilirrubina direta 
não consegue seguir até o intestino e passa a 
extravasar para o sangue. 
• A BD em excesso é excretada pelos rins, tendo 
um aumento de BD na urina apresentando um 
quadro de colúria (urina marrom). 
• A BD não chega ao intestino e por isso não é 
convertida em urobilinogênio, logo uma 
icterícia pós-hepática apresenta fezes sem cor. 
Os ductos biliares podem ser obstruídos por várias 
causas, a mais comum entre elas é a presença de 
cálculos biliares (colelitíase), outras causas também 
incluem drogas, cirrose biliar primária e colangite 
(inflamação aguda em canais que conduzem a bile), 
tumor pancreático e colangiocarcinoma. 
LITÍASE BILIAR (colelitíase) - É a formação de cálculos 
biliares na ausência de infecção da vesícula biliar. 
Sintomas: Cólicas, náusea, vômito (amarelado), febre, 
icterícia, dor à palpação profunda do quadrante 
superior direito do abdômen. 
Em resumo: 
✓ Passagem da bile ao duodeno é interrompida e 
a colecistite (inflamação da vesícula biliar) 
pode se desenvolver 
✓ Sem a presença da bile no duodeno a 
conversão de BD e absorção de gorduras são 
prejudicadas apresentando - Evacuações 
claras (acolia), esteatorréia. 
✓ Se não corrigir este excesso de bile: dano 
hepático, cirrose ou pancreatite biliar; 
✓ Colecistectomia: cirurgia de remoção da 
vesícula e os cálculos (a bile será estocada no 
colédoco, que liga o fígado ao intestino 
delgado); 
HEPATOPATIAS 
Causas Infecciosas 
HAV 
• Doença benigna 
• Transmissão fecal-oral 
HBV 
• Infecções agudas (5 a 10% → crônica ) 
• Carcinoma hepatocelular 
• Transmissão parenteral; contato íntimo 
HCV 
• Infecções agudas ( > 50% → crônica ) 
• Carcinoma hepatocelular 
• Transmissão parenteral; contato íntimo 
HDV 
• Coinfecção (HBV) → crônica 
• Transmissão parenteral; contato íntimo. 
Causas Toxicológicas 
• Paracetamol 
• Álcool 
Cirrose 
• Estágio terminal de uma lesão hepática 
crônica 
• Encolhimento do fígado, com desorganização 
de sua estrutura e o desenvolvimento de 
fibrose no tecido hepatocelular remanescente. 
Causas: 
• Excesso crônico de ingestão de álcool 
• Hepatite Viral (HBV) 
• Doença de Wilson 
• Deficiência de 1 antitripsina 
• Hemocromatose 
 
 
 
 
 
Hepatopatias graves 
Ascite 
Ascite é um edema abdominal causado devido à 
síntese proteica diminuída de albumina. A albumina 
em menores quantidades diminui a osmolaridade do 
sangue, e o liquido extravasa do vaso sanguíneo para o 
tecido. 
Sangramentos 
Encefalopatia 
Acúmulo de amônia que não é convertida em ureia, a 
amônia é neurotóxica e quando vai para o sangue 
causa encefalopatia. 
Prurido (destruição da arquitetura biliar) 
MARCADORES ENZIMÁTICOS DE FUNÇÃO 
HEPÁTICA 
Alguns marcadores são utilizados na avaliação do 
paciente com suspeita de doença hepática ou na 
investigação da sua causa. Estes marcadores podem 
ser utilizados, de modo didático em: 
• Testes para avaliação de lesão hepatocelular 
(destruição de hepatócitos) 
• Testes para avaliação do fluxo biliar e lesão de 
vias biliares: Colestase, lesão colestática 
(obstrução/inibição do fluxo biliar) 
• Testes para avaliação da função de síntese do 
fígado 
Principais Marcadores enzimáticos 
• Aminotransferases outransaminases (AST e 
ALT) 
• Fosfatase alcalina (FA) 
• -Glutamil Transferase (GT) 
Aminotransferases 
Testes para avaliação de lesão hepatocelular causada 
por hepatites virais, hepatopatias causadas por 
etilismo, inflamação e necrose hepática. 
• Aspartato aminotransferase (AST) 
• Alanina aminotransferase (ALT) 
Transferase: Transferem o grupo amino do aminoácido 
para o alfa-cetoglutarato formando o glutamato. 
 
Aspartato aminotransferase (AST) 
Catalisa a reação: aspartato + alfa-cetoglutarato = 
oxaloacetato + glutamato. 
• Encontrada em altas concentrações (80%) nas 
mitocôndrias dos hepatócitos, músculos 
esquelético e cardíaco, rins, pâncreas e 
eritrócitos. 
• A AST é também um marcador de infarto do 
miocárdio 
• Valores normais: até 31U/L (mulheres) e 37 
U/L (homens) 
Alanina aminotransferase (ALT) 
Catalisa a reação: alanina + alfa cetoglutarato = 
piruvato + glutamato 
• Encontrada em altas concentrações apenas 
no citoplasma do hepatócito. 
• É um Marcador de lesão hepatocelular melhor 
que AST, pois essa possui uma atividade mais 
específica no fígado. 
• Valores normais: até 31U/L (mulheres) e 
41U/L (homens). 
Relação AST/ALT 
É importante ressaltar que a AST e ALT NÃO são 
enzimas exclusivas no fígado, grande parte da sua 
atividade encontra no fígado, porém há atividade em 
outros tecidos. 
 
 
 
A relação entre o aumento das enzimas tem valor 
diagnóstico 
Geralmente: 
• Dano Hepatocelular leve, lesão mais extensa 
menos profunda: ALT > AST. 
• Danos mais graves eleva-se a relação AST/ALT: 
AST > ALT, lesão mais profunda. A AST fica 
dentro da mitocôndria por isso quando se tem 
uma lesão mais profunda tem-se uma maior 
liberação de AST. 
Elevações pequenas na concentração de ambas (AST e 
ALT), ou apenas de ALT em pequena proporção, são 
encontradas na hepatite crônica, especialmente 
hepatite C e esteatose hepática não alcoólica, 
AST/ALT < 1. 
Elevações de ambas acima de 1.000 microlitros são 
observadas em hepatites agudas virais ou por drogas 
(uso de hipolipemiantes, doença hepática alcoólica). 
AST/ALT > 1 até > 2. 
 
Lactato desidrogenase (LD) 
• Faz a conversão de piruvato a lactato 
• Possui 5 isoformas, sendo presente no fígado a 
LD-5 
• Também utilizada como marcador de lesão 
hepática 
Fosfatase Alcalina (FA) 
Família de enzimas, presente em praticamente todos 
os tecidos (osso, fígado, rins, intestino e placenta) 
ancoradas nas membranas dos hepatócitos que 
margeiam os canalículos biliares. 
A quantificação de Fosfatase Alcalina é um teste para 
avaliação do fluxo biliar e lesão de vias biliares. 
• O aumento da fosfatase alcalina hepática é 
mais evidente na obstrução biliar, pois o 
acúmulo de sais biliares faz com que a FA se 
solte da membrana do hepatócito e se 
solubilize; A obstrução promove a sua 
regurgitação para o sangue. 
• Em casos de elevação da fosfatase alcalina sem 
observação de sinais clínicos ou laboratoriais 
de doença hepatobiliar, deve-se avaliar a 
atividade das principais isoenzimas (hepática, 
óssea e intestinal) para localizar a fonte da 
alteração. Para diferenciar dano hepático de 
dano ósseo é preciso dosa-la em conjunto com 
a -Glutamil Transferase (GT) ou com a 
5’nucleotidase. 
• Valores normais variam de acordo com a 
idade: 1 dia de idade: até 250 U/L; 1 ano: até 
462 U/L; adultos: 35 a 104 U/L (mulheres) e 40 
a 129 U/L (homens) 
-Glutamil Transferase (GT) 
• Encontrada em grande quantidade no fígado 
(ductos biliares intra-hepáticos), rins, 
pâncreas, intestino e próstata, mas também 
está presente em vários outros tecidos. 
• Marcador muito sensível de doença hepática, 
pois está alterado em 90% dos portadores de 
doença hepatobiliar. NÃO se eleva em lesões 
ósseas ou em gestação. 
• Elevações da gama-GT também podem estar 
associadas, ao uso de álcool, drogas 
hepatotóxicas e algumas medicações. 
• Valores normais: 8 a 41U/L (mulheres) e 12 a 
73U/L (homens) 
5’Nucleotidase 
• É uma fosfoesterase que hidrolisa a ligação 
éster fosfórico da ligação ribose-5'-fosfato dos 
nucleotídeos. Enzima da membrana dos 
hepatócitos, presente em grande quantidade 
nas paredes dos canalículos biliares. 
• Marcador mais sensível e específico para 
diagnóstico de colestase ou lesão ao sistema 
biliar intra ou extrahepático. Porém é mais 
cara. 
• Não se eleva em lesões ósseas ou em 
gestação. 
Alfa feto proteína 
• Indicativo de Hepatocarcinoma 
• É uma glicoproteína sintetizada pelo fígado, a 
AFP é a principal proteína do soro fetal, 
produzida no desenvolvimento do embrião e 
do feto. Passa ao sangue materno onde a sua 
taxa máxima é atingida por volta da 32ª 
semana de gravidez. Desaparece do soro do 
bebê no ano seguinte ao nascimento. 
• O seu reaparecimento na criança ou no adulto 
observa-se nos cancros do fígado e do 
testículo, sem dúvida devido à AUSÊNCIA de 
repressão do gene que codifica para essa 
proteína. 
Os testes de sangue para medir AFP têm duas 
aplicações principais: 
1. Em mulheres grávidas, como uma pesquisa 
para alguns tipos de malformação congênita. 
2. Nos adultos e crianças, como um marcador 
tumoral. 
ELETROFORESE DE PROTEÍNAS 
Não é um exame de rotina, mas o médico pode solicitar 
uma eletroforese de proteínas plasmáticas ou séricas, 
geralmente para observar os níveis das proteínas 
hepáticas. 
A eletroforese é uma cromatografia (técnica de 
separação), onde é feita a separação, nesse caso das 
proteínas, pela carga elétrica e pelo tamanho. 
Dependendo do pH do meio, as cargas dessa proteína 
podem mudar 
• O ponto Isoelétrico (PI) de um composto é 
quando ele se encontra na forma 
eletricamente neutra, tendo um valor de pH 
específico onde isso ocorre. 
Se ele for colocado em um meio mais ácido que o PI, 
ou seja, PH < PI, a sua carga será positiva. 
Quando a proteína é solubilizada em um meio com pH 
> PI, ou seja um pH básico, sua carga será negativa 
A amostra é colocada em um gel de celulose/agarose, 
que foi preparado com um tampão que tem um pH 
maior que todas as proteínas plasmáticas, assim todas 
elas vão ficar negativas. 
• No local onde elas foram colocadas no gel 
(Origem) está o polo negativo e no outro lado 
do gel está o polo positivo, assim essas 
proteínas irão migrar pelo gel. O quanto cada 
proteína vai migrar depende de sua carga 
elétrica e do seu tamanho. 
• Depois de um tempo sobre a corrente elétrica 
é feita a coloração desse gel através de um 
revelador para observar as bandas formadas. 
 
1- Fase estacionaria: Coloração e observação das 
bandas 
2- Fase móvel: Pipetagem da amostra e migração 
delas. 
INFARTO 
Marcadores Enzimáticos 
Creatinocinase (CK) 
A enzima creatinoquinase (CK) está associada com a 
geração de ATP nos sistemas contráteis ou de 
transporte. 
 
A fosfocreatina é primeira fonte da energia em 
atividade física de explosão, pois consegue ser 
rapidamente convertida em creatina e ATP pela CK. 
A creatina pode vir de dieta (carnes vermelhas), ou 
produzida endogenamente a partir de aminoácidos. A 
sua síntese inicia-se no Rim e termina no Fígado e fica 
armazenada nos músculos estriados e no cérebro. 
A CK é um dímero formado por subunidades que 
podem ser B ou M e apresenta 3 isoformas: 
• CK-BB, encontrada predominantemente no 
cérebro. 
• CK-MM, predominante no músculo 
esquelético. 
• CK-MB, isoenzima das células do coração, 
usada para diagnóstico mais específico ( 6 - 8 
h), dosada por método imunoenzimático ou 
por sua massa. Presente em quantidades 
consideráveis no miocárdio, sendo um 
indicador específico da lesão miocárdica. 
Creatinocinase (CK): também é liberada pelo músculo 
esquelético lesado 
• A Creatina e a fosfocreatina podem se tornar 
espontaneamente em creatinina que precisa 
ser excretada por via renal 
Doenças do músculo esquelético 
• Distrofia muscular progressiva 
• Doenças musculares neurogênicas 
 Doençasdo coração 
• Infarto do miocárdio 
• Outras doenças cardíacas 
O método utilizado para determinar a concentração da 
enzima é o de imunoinibição, que utiliza anticorpos 
CKM anti-humano para inibir a CK-MM. Este anticorpo 
inibe totalmente a isoenzima CK Creatinoquinase 7 
MM e metade da atividade da forma CKMB. 
AST ou TGO 
• Enzima que Catalisa a transferência reversível 
da amina do glutamato para o oxaloacetato, 
formando α-cetoglutarato e aspartato. 
• É amplamente distribuída no miocárdio, 
fígado, músculo esquelético, com pequenas 
quantidades nos rins, pâncreas, baço, cérebro, 
pulmões e eritrócitos. Não é específica para o 
tecido cardíaco, pois também aumenta em 
enfermidades hepáticas, pulmonares e do 
músculo esquelético. 
• Tem sua concentração aumentada de 6 a 8 
horas após o infarto, atingindo o pico em 18-
24 horas, retornando aos níveis normais em 4 
ou 5 dias. 
Lactato Desidrogenase 
A lactato desidrogenase ou desidrogenase láctica é 
uma enzima que catalisa a interconversão reversível 
entre lactato e piruvato. 
Quando a célula sofre hipóxia, aumenta a glicólise 
anaeróbia, aumentando os níveis de Lactato 
desidrogenase, quando a célula necrosa essa grande 
quantidade vai para o sangue, sendo passível de 
detecção. 
Está amplamente distribuída no miocárdio, fígado, 
músculo esquelético, rim e eritrócitos, resultando 
assim em baixa especificidade. Apresenta 5 subtipos: 
• LD1 e LD2 - miocárdio e eritrócitos 
• LD3 – Pulmão, linfócitos, baço e pâncreas. 
• LD4 e LD5 – fígado e músculo esquelético 
Marcadores Não-Enzimáticos 
Mioglobina 
É uma heme-proteína presente no músculo esquelético 
e cardíaco, mas não no sangue. Se liga ao oxigênio mais 
fortemente do que a hemoglobina e funciona como um 
reservatório de oxigênio nos tecidos, liberando O2 à 
medida que o tecido entra em hipóxia. 
Durante o infarto agudo do miocárdio ocorre liberação 
da mioglobina na circulação, proteína liberada para a 
circulação PRECOCEMENTE após lesão isquêmica da 
fibra miocárdica. 
Concentrações elevadas são observadas 1 a 2 horas 
após o início da dor, atingindo o pico em 12 horas e, em 
geral, normalizando 24 horas após um episódio único. 
Elevação de mioglobina circulante não é específica de 
lesão cardíaca, ocorrendo no trauma da musculatura 
esquelética e na insuficiência renal. 
Troponina I e T 
São proteínas estruturais envolvidas no processo de 
contração das fibras musculares esqueléticas e 
cardíacas. 
O complexo troponina é composto por três proteínas: 
troponina T, troponina I e troponina C. 
As troponinas T (cTnT) e I (cTnI) são marcadores 
bioquímicos mais específicos e sensíveis para o 
diagnóstico de lesão isquêmica do miocárdio. 
As diferenças entre as troponinas e a isoenzima CK-MB, 
é que os níveis de troponina permanecem elevados por 
um período mais longo após o infarto, a troponina tem 
maior especificidade para lesão miocárdica (a CKMB 
pode ser encontrada em tecidos não cardíacos) 
O método para determinação das troponinas é 
realizado através de um imunoensaio 
quimioluminescente. O teste é feito com uma pérola 
de poliestireno recoberta com anticorpo específico de 
troponina. É colocado a amostra do paciente, e um 
anticorpo conjugado a um fluorocromo, formando um 
sanduíche. 
O complexo formado emite fótons e é medido pelo 
luminômetro e é proporcional à concentração de 
troponina na amostra. 
INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM) 
O IAM é definido como uma necrose da célula 
miocárdica resultante da oferta inadequada de 
oxigênio ao músculo cardíaco. 
Pode ser definida ainda como uma necrose irreversível 
do miocárdio que resulta geralmente de trombose, de 
uma lesão pré-existente da parede vascular, ou de um 
processo aterosclerótico. 
Importância 
• Causa mais comum de morbidade e 
mortalidade no adulto 
• Cerca de 50% óbitos no mundo 
• 1/3 faixa etária de 35 a 65 anos 
• Prevalência nos países industrializados 
• Evolução diagnóstica com marcadores mais 
sensíveis e específicos 
 
Fatores de Risco 
• Sedentarismo 
• Obesidade 
• Tabagismo 
• Diabetes 
• Niveis séricos aumentados de colesterol e 
triglicérides 
A célula miocárdica necrosada: 
• Não gera potencial de ação; 
• Não se despolariza e não se repolariza; 
• Não se contrai, apenas conduz o estímulo; 
• Promove reações teciduais com liberação de 
mediadores da dor; A dor proveniente dessa 
liberação é denominada de Angina ou Dor 
precordial. 
• Libera proteínas celulares para o sangue: CK-
MB, Troponinas, Mioglobina. 
A identificação de um Infarto Agudo do miocárdio é 
feita com base em 3 pilares: 
• Sintomatologia: ou seja, a dor precordial ou 
angina pectóris (dor esmagadora no peito). 
• Mudanças no Eletrocardiograma (ECG) 
• Liberação de enzimas e outros marcadores 
não enzimáticos. 
Diagnóstico laboratorial: 
• Creatinocinase total (CK-total) 
• Aspartato aminotransferase (AST) 
• Lactato desidrogenase (LD1 e 2) 
CKMB: É utilizada para avaliar reinfartos, pois 
permanece elevada em vez de normalizar. 
 
 
Importância da coleta seriada de amostras 
• Devem ser coletadas amostras seriadas, em 
geral, na admissão, 3, 6 e 9 horas. 
• Dosagens seriadas de cTnI, resultados do 
eletrocardiograma e a condição clínica são 
necessários para o diagnóstico diferencial 
entre infarto agudo do miocárdio e outras 
doenças cardíacas. 
• NACB - National Academy of Clinical 
Biochemistry propõe o uso de dois marcadores 
para o diagnóstico de infarto agudo do 
miocárdio: a mioglobina, como marcador 
precoce e uma das troponinas (cTnT ou cTnI) 
como definitivo. 
LIPOPROTEÍNAS TRANSPORTADORAS DE 
LIPÍDEOS 
Por conta da sua característica apolar os lipídeos não 
são transportados livremente no sangue, para que esse 
transporte ocorra é necessária à presença de 
transportadores Lipoprotéicos. 
Os principais lipídeos transportados em lipoproteínas 
são o TG e o Colesterol. 
Colesterol 
Transportado majoritariamente como colesterol 
esterificado em lipoproteínas. 
Colesterol Endógeno 
Componente de membrana plasmática 
Precursor de hormônios esteroidais e de sais biliares 
Colesterol exógeno 
Quando presente é direcionado para o Fígado que o vai 
direcionar para os tecidos 
Composição das Lipoproteínas 
As lipoproteínas são 
formadas por uma 
monocamada de 
fosfolipídios onde estão 
inseridos o colesterol Livre e 
as proteínas de membrana 
denominadas de 
APOPROTEÍNAS. 
As Apoproteínas se referem a porção proteica de uma 
lipoproteína, e que desempenham algumas funções 
como: 
• Manter a Integridade do complexo 
Lipídeo/Proteína. 
• Interagir com Receptores celulares induzindo 
a célula a realizar endocitose (Endocitose 
mediada por receptor). 
• Ativar enzimas envolvidas no metabolismo 
desses lipídeos como a LCAT (esterifica 
colesterol) e a LPL – Lipoproteína Lipase 
(Degrada Lipídeo de Lipoproteína) 
No interior das lipoproteínas se encontra o conteúdo 
lipídico como ésteres de colesterol e TG. 
Lipoproteínas 
Quilomícrons: são as 
maiores lipoproteínas 
transportadoras de lipídeos. 
Síntese: Enterócito. 
Transporte: Colesterol 
(pouco) e TG 
VLDL (Lipoproteína de muita baixa densidade) 
Síntese: Fígado. 
Transporte: Colesterol Endógeno (pouco) e TG 
IDL (Lipoproteína de Densidade Intermediária) 
Síntese: A Partir da delipidação da VLDL. 
Transporte: Colesterol Endógeno (muito) e TG 
endógeno (pouco). 
LDL (Lipoproteína de baixa densidade) 
Síntese: A Partir da delipidação da VLDL. 
Transporte: Colesterol Endógeno (muito) e TG 
endógeno (pouco). 
HDL (lipoproteína de alta densidade) 
Síntese: Hepatócito e intestino. 
Transporte: do colesterol esterificado dos tecidos 
periféricos para o Fígado (TRANSPORTE REVERSO DO 
COLESTEROL). 
*A densidade do lipídeo é baixa, logo quanto maior for 
à concentração de lipídeo na lipoproteína menor será 
sua densidade. 
Quando o TG está em grandes quantidades na VLDL,essa lipoproteína pode fazer uma troca com o HDL. A 
HDL recebe o TG da VLDL e doa o colesterol para o VLDL 
que quando delipida forma uma LDL com mais 
colesterol. Por isso uma Hipertrigliceridemia pode 
ocasionar uma Hipercolesterolemia. 
Apoproteínas 
APO B-100 
• Sinaliza para a formação da VLDL 
• Presente na Superfície da VLDL e LDL 
• Presente na Superfície da LDL promovendo sua 
endocitose. 
A VLDL durante sua circulação sofre remoção de TG 
pela LPL e a quantidade de lipídeo vai diminuindo 
deixando a lipoproteína VLDL menor e mais densa que 
agora passa a formar a LDL. A LDL é reconhecida pelas 
células através da APO B-100 presente na sua estrutura 
sendo endocitada. 
APO B-48 
• Sintetizada no Enterócito, e é importante para 
a sinalização da formação da Quilomícron. 
• Permite a integridade da Quilomícron. 
APO CII 
• Ativa a LPL (Lipoproteína Lipase) presente nas 
células endoteliais que irrigam o tecido 
muscular e adiposo, promovendo a 
delipidação da Lipoproteína. Presente no HDL 
Ciclo Exógeno do Colesterol 
O endotélio é capaz de expressar na sua membrana a 
LPL que pode ser ativada/estimulada pela APO CII. 
Como a Quilomícron não a possui em sua estrutura, 
ela recebe da HDL. A Quilomícron quando tem 
presente na sua estrutura a APO CII ativa a LPL que 
realiza uma delipidação (remoção do TG) da 
Quilomícron. Se isso acontecer nos vasos que irrigam o 
tecido adiposo, o TG vai ser armazenado, se ocorrer 
nos vasos que irrigam o tecido muscular, o TG vai ser 
usado para gerar ATP. À medida que a Quilomícron vai 
perdendo TG, vai ficando só com o colesterol exógeno 
Taman
ho 
Densi
dade 
Lipíd
eo 
e passa a se chamar Quilomícron remanescente, 
devolve a APO CII para a HDL e é captada pelo 
hepatócito a partir do reconhecimento da APO B48 na 
sua estrutura. Essa Quilomícron remanescente só 
apresenta colesterol exógeno em pequenas 
quantidades, que quando captado é utilizado para a 
formação de sais biliares. 
Ciclo Endógeno do Colesterol 
O fígado sintetiza lipídeos (TG) e colesterol que 
deixam o hepatócito através da VLDL. A VLDL assim 
como a Quilomícron não possui em sua estrutura a 
APO CII, então a recebe da HDL. A VLDL quando tem 
presente na sua estrutura a APO CII ativa a LPL que 
realiza uma delipidação da VLDL. Se isso acontecer nos 
vasos que irrigam o tecido adiposo, o TG vai ser 
armazenado, se ocorrer nos vasos que irrigam o tecido 
muscular, o TG vai ser usado para gerar ATP. Conforme 
vai havendo essa remoção de TG pela LPL, a 
quantidade de lipídeo vai diminuindo deixando a 
lipoproteína VLDL menor e mais densa que agora a 
passa a ser uma lipoproteína de densidade 
intermediária, ou IDL, que conforme vai sendo 
delipidada vai formar o LDL. Essa LDL agora tem muito 
colesterol endógeno e baixa concentração de TG (pois 
o TG foi sendo removido). A LDL então distribui o 
colesterol para os tecidos. Os tecidos reconhecem a 
APO B-100 presente na sua superfície permitindo a 
endocitose. 
HDL 
• Sintetizada no Fígado e no Intestino 
• Transporte Reverso do Colesterol 
• Possuem na sua membrana as apoproteínas: 
APO CII e APOA 
A Apoproteína APOA ativa a enzima LCAT que esterifica 
o colesterol, e permite o transporte desse colesterol 
esterificado por essa lipoproteína. 
Dependendo da quantidade de colesterol dentro da 
célula do tecido, isso pode estimular ou diminuir a 
transcrição de genes que permitem a geração de 
proteínas que permitam a endocitose do LDL-C 
(feedback). 
Dislipidemias 
Qualquer alteração na circulação de lipoproteínas 
Essas dislipidemias podem ser: 
Primárias (genéticas) 
• Redução de Apoproteínas: 
Hipolipoproteinemia 
• Diminuição de receptor: Hiperlipidemia 
• Defeito ou alteração nas Enzimas: LPL e LCAT 
Hiperquilomicronemia devido à deficiência de LPL ou 
APO CII. 
Hipercolesterolemia familiar: Defeito genético (1 em 
cada 500 pessoas) nos receptores de LDL, prejudicando 
sua endocitose e remoção, provocando aterogenese. 
Secundárias 
• Fármacos 
• Diabetes 
PERFIL LIPIDICO 
O perfil lipídico é formado pela dosagem de: 
• Triglicérides totais 
• Colesterol total 
• Frações de colesterol: HDL, LDL, VLDL 
Experimento 
 
O sangue total é centrifugado separando o SORO. O 
soro é dividido em duas alíquotas. Alíquota 1 onde será 
usado um KIT para a detecção de TG total e 1 KIT para 
a detecção de Colesterol TOTAL. Na alíquota 2 é 
adicionado o KIT para HDL-C, nesse KIT contém uma 
substância precipitante que reage com a APO B-100, 
logo ela se liga na VLDL e LDL e elas sedimentam, no 
sobrenadante fica o HDL-C que será dosado. 
Cálculo 
• VLDL = TG/5 
• LDL = CT (colesterol total) – (HDL + VLDL) 
Índice de Castelli 
IC = LDL/HDL 
• Quando o IC é < 1,0 - baixo risco de acidentes 
cardiovasculares. 
• Quando o IC é > 1,0 – alto risco de acidentes 
cardiovasculares. 
FUNÇÃO PANCREÁTICA 
O pâncreas é uma glândula mista 
A parte exócrina corresponde aos ácinos, que liberam 
o suco pancreático no duodeno, o suco pancreático 
possui enzimas digestivas que degradam carboidratos, 
proteínas e lipídeos (a pepsina e as aminopeptidases 
não são produzidas por essas células) e bicarbonato 
que alcaliniza o pH. 
A parte endócrina corresponde as ilhotas 
pancreáticas, que secretam hormônios no sangue. As 
Células β (60%) são responsáveis pela produção de 
insulina (hipoglicemiante) e as Células α (20%) são 
responsáveis pela produção de glucagon 
(hiperglicemiante). 
Pancreatite aguda (PA) 
Distúrbio inflamatório agudo do pâncreas associado a 
edemas e graus variáveis de autodigestão, necrose e 
em alguns casos hemorragia. 
Na autodigestão, as células que são produzidas na 
forma de zimogênios acabam sendo ativadas dentro 
do órgão, causando danos na própria célula. 
• A enzima que ativa as proteases pancreáticas é 
a enterocinase, transforma o tripsinogênio em 
tripsina, sendo que essa ativa as outras 
proteases. 
• Também existem inibidores séricos da 
ativação enzimática, produzidas pelo fígado, 
sendo essas a alfa-1-antitripsina e a alfa-2-
antitripsina. 
Etiologia (quem ativa as proteases) 
• Cálculos biliares: Provocam processos 
inflamatórios que pode acabar ativando a 
tripsina. 
• Álcool: Desidrata e aumenta a produção de TG, 
podendo causar uma pancreatite. 
• Hiperparatireoidismo: Causa uma 
hipercalcemia, podendo formar cálculos 
biliares. 
• Traumas, cirurgias, infecções e câncer de 
pâncreas 
Quadro clínico 
Dor epigástrica intensa com irradiação para o dorso. 
• Aqui os médicos vão pedir o CK-MB e a 
troponina, para saber se é um infarto, e 
também vão solicitar a amilasemia (amilase no 
sangue, sendo a primeira a aumentar e a 
primeira a sumir) e a lipasemia (lipases no 
sangue, sendo a segunda a aparecer, mas sua 
elevação é mais prolongada), para saber se é 
uma pancreatite aguda. 
Alterações abdominais: náuseas, vômitos, distensão 
abdominal 
Alterações hemodinâmicas: hipovolemia, desidratação 
Ppt 
Diagnóstico 
Amilasemia: Aparece após 2-12 h, tem o pico após 72 
h e normaliza após 3-4 dias. Os níveis séricos não se 
correlacionam com a gravidade da lesão. 
Amilasúria: A amilase também pode ser analisada pela 
urina, pois é por onde ela é eliminada. Após 24 horas 
da amilase ser liberada no sangue ela começará a ser 
excretada pela urina, onde terá esse nível aumentado 
por 3 a 4 dias após a normalização da amilasemia. 
Lipasemia: Aparece após 4-8 h, tem o pico após 24 h e 
normaliza após 8-14 dias. 
Outros exames 
• Contagem de leucócitos (aumentada) 
• Glicemia 
 
Diabetes mellitus 
Pessoas que possuem essa doença tem problemas na 
produção ou no efeito da insulina sobre os tecidos, 
levando-as a um quadro de hipoglicemia. 
• Insulina: Hormônio hipoglicemiante 
• Glucagon: Hormônio hiperglicemiante 
• Adrenalina: Aumenta a glicemia 
(glicogenólise) 
• Cortisol: Aumenta a glicemia (gliconeogênese) 
• Tiroxina:Aumenta a glicemia (glicogenólise e 
gliconeogênese) 
Sintomas 
• Cansaço fácil 
• Urina aumentada 
• Muita sede 
• Aumento de apetite 
• Emagrecimento 
A progressão dessa doença pode levar a um aumento 
do risco de complicações crônicas, como: Retinopatia, 
Macroangiopatia, Neuropatias, Nefropatias, Cegueira, 
Insuficiência renal, Amputações de membros, Infarto 
agudo do miocárdio, Acidente vascular cerebral. 
Diabetes tipo 1 
Representa de 5 a 10% dos casos de diabetes 
Ocorre pela destruição das células beta pancreáticas 
por conta de uma autoimunidade, não tendo mais uma 
produção de insulina 
Sinais e sintomas 
Hiperglicemia: Sem insulina não há absorção 
da glicose do sangue 
• Lipólise aumentada: Ação do glucagon 
• Aumento de ácidos graxos no sangue: 
Consequência da lipólise 
• Hipertriacilglicerolemia: Consequência do 
aumento da concentração de ácidos graxos 
• Cetoacidose metabólica: Consequência da 
cetogênese estimulada pelo glucagon 
• Glicosúria: Glicemia do paciente ultrapassou o 
limiar renal (≤180mg de glicose/dL). 
• Poliúria: A glicose é osmoticamente ativa, 
atraindo água para os seus arredores 
• Polidipsia: Consequência da poliúria 
Esses sintomas são mais comuns nos diabéticos do tipo 
1, que possuem uma maior dificuldade de controlar a 
glicemia. No tipo 2 esses sintomas aparecem mais 
tarde, mais quando a pessoa está idosa 
Tríade do P: Poliúria (Urina muito), Polidipsia (Muita 
sede), Polifagia (Come muito) 
Diabetes tipo 2 
Representam de 80 a 90% dos casos de diabetes 
Ocorre por uma predisposição genética, obesidade, 
envelhecimento, sedentarismo. 
Nesse caso a pessoa até produz insulina, em menores 
quantidades do que deveria, mas os tecidos periféricos 
possuem resistência e ela, não respondendo como 
deveriam. 
Sinais e sintomas 
• Hiperglicemia: Consequência da resistência a 
insulina e da maior secreção de glucagon na 
tentativa do corpo de gerar energia. 
• Hipertriacilglicerolemia: Como a insulina ativa 
a LPL, com a diminuição dela terá um aumento 
da VLDL, que pode doar TG para o HDL, 
aumentando o risco da formação de placas 
ateromatosas, aumentando também o risco de 
problemas cardíacos. 
• Emagrecimento: Consequência do 
catabolismo proteico. 
• Cetoacidose: Não é tão comum nessas 
pessoas, pois elas ainda possuem insulina, mas 
se não são tratadas, isso pode acontecer 
devido a cetogênese. 
Investigação laboratorial 
Glicemia de jejum 
Avalia os níveis glicêmicos das últimas 24 horas. 
Coleta de sangue em tubo fluoretado: Possui 
anticoagulante e impede que as células realizem a 
glicólise. 
A dosagem é feita por um sistema enzimático, onde a 
glicose é oxidada e depois sofre a ação de um 
peroxissomo (GOD-POD), ficando de uma cor rosada, 
Quanto mais rosa ficar a amostra, maior é a 
concentração de glicose nela 
Glicose pós-prandial 
Avalia os níveis glicêmicos 2 horas após a ingestão de 
glicose 
A glicemia é dosada enquanto o paciente está em 
jejum, depois é administrado 75g de glicose em uma 
solução a 25%. Depois são realizadas coletas de 30 em 
30 minutos durante 2 horas para observar a glicemia 
do paciente 
 
Curva glicêmica ou Teste oral de tolerância a glicose 
(TOTG) 
Avalia a glicemia após um período em jejum. 
Em pessoas normais, o pico da glicemia acontece 1 
hora após a refeição, depois de 2 horas a glicemia já 
fica no nível basal. 
Em diabéticos, mesmo no jejum a glicemia basal é 
maior do que a de pessoas normais, e o pico da 
glicemia fica elevado mesmo após 3 horas da ingestão 
de glicose. 
Hemoglobina glicada 
Avalia a glicemia nos últimos 120 dias. 
Nesse exame é dosada a HbA1C, que é produzida a 
partir de uma reação irreversível entre a HbA e a 
glicose sanguínea. 
O valor desse exame para uma pessoa normal fica < 7%. 
Fatores que interferem nos exames 
• Preparo do paciente 
• Obtenção da amostra 
• Interferentes na amostra 
• Armazenamento da amostra 
• Medicamentos 
• Análise (erros laboratoriais)

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