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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRES IDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO E STADO DO CEARÁ. Advogada, brasileira, estado civil, advogada, inscrita na OAB/xx, sob nº xxxx, com escritório profissional na Rua xxxxx, n° xx, Bairro xxxx, vem, respeitosamente, perante V.Exa., com fulcro nos arts. 5º LXVIII e 647 do CPP, impetrar apresente ordem de: HABEAS CORPUS COM PEDIDO LIMINAR Em favor de José Percival da Silva, brasileiro, estado civil, presidente da câmara de vereadores, portador do RG n° xxxxxx, SSP-xx, e inscrito no CPF n xxx.xxx.xxx-xx, residente e domiciliado na Rua xx, Bairro xxxx, Município de Conceição do Agreste, Ceará, pelas razões a seguir expostas: DOS FATOS O Paciente foi preso, supostamente em flagrante delito em 04/02/2018, pela suposta prática do crime tipificado no art. 317, do Código Penal Brasileiro. Comunicada a Autoridade Judiciária, esta determinou a apresentação dos presos, em audiência de custódia, a ser realizada no dia seguinte à prisão. Na data e no horário designados, os réus foram representados pelo Procurador da Câmara dos Vereadores, que requereu a liberdade deles, com a decretação de medidas cautelares diversas da prisão. Entretanto, o MM. Juiz, acatando o pedido do Ministério Público de conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva, decretou a prisão preventiva de todos, nos termos do art. 310, II, c/c art. 312, c/c art. 313, I, todos do CPP, para garantia da ordem pública, tendo em vista a gravidade e a repercussão do crime. Com base no artigo 5º, inciso LVII, da Constituição da República, que preceitua que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória” o atual posicionamento do STF é no sentido de que o direito de recorrer em liberdade é regra e não exceção. A presunção de culpabilidade é absolutamente incompatível com a atual Constituição Federal, onde a única presunção que se aceita é a presunção de inocência. DO DIREITO Cumpre ressaltar que, acima de tudo, o paciente é pessoa íntegra, de bons antecedentes, que jamais respondeu qualquer processo crime. Ademais, o paciente acusado jamais teve participação em qualquer tipo de delito, visto que é primário; possui bons antecedentes, sempre foi pessoa honesta; sempre trabalhou fatos que, demonstram, portanto, que o paciente não oferece nenhum risco para a sociedade, porquanto o acusado possui os requisitos legais para responder ao processo em liberdade. Da primeira coação ilegal: da ilegalidade da prisão em flagrante delito Ausência de situação de flagrante. O caso em tela trata-se de prisão em flagrante inegavelmente ilegal. Isso porque a apresentação espontânea não encontra correspondência com nenhuma das hipóteses do art. 302 do Código de Processo Penal: Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: I – está cometendo a infração penal; II – acaba de cometê-la; III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; IV– é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.” Dessa forma, não poderia a autoridade policial efetuar, no momento em que o requerente apresentou-se na delegacia de polícia para confessar a prática do possível delito, a prisão em flagrante, sendo imperioso o seu relaxamento. Pedido de Relaxamento de Prisão – Art. 5 º, LXV, da CF/88, e art. 310, I, do CPP. Da segunda coação ilegal: do flagrante preparado Prisão ilegal, é inegável que a prisão em flagrante do requerente é ilegal, sendo que Flagrante Preparado com Orientação do Delegado, ao orientar Paulo a sacar o dinheiro e combinar com os vereadores a entrega da quantia na própria sessão de realização da licitação, oportunidade em que uma equipe de policiais disfarçados estaria presente para efetuar a prisão dos envolvidos. É ilegal o flagrante quando o agente é instigado a praticar o delito. Súmula 145, do STF “Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação”. DO CABIMENTO DO HABEAS CORPUS O Habeas Corpus caracteriza-se por ser uma ação de impugnação autônoma, na natureza mandamental e de cognição sumária, também não submetia a prazos, destinada a garantir a proteção da liberdade e locomoção dos cidadãos, em caso de atos abusivos do Estado, encontrando amparo legal nos artigos 647 a 667 do CCP. DO PEDIDO DE LIMINAR A liminar é o meio usado para assegurar celeridade aos remédios constitucionais, evitando coação ilegal ou impedindo a ocorrência desta. O “fumus boni iuris” está presente na medida em que a existência de opções diversas da prisão preventiva pode ser aplicada a esse caso em concreto. Presente também está o “periculum in mora”, onde certamente a manutenção da prisão preventiva além de perpetuar a coação ilegal trará enormes prejuízos ao paciente, sejam eles de ordem moral ou psicológica. Os artigos 649 e 660, § 2º, do Código de Processo Penal preconizam que o juiz ou Tribunal “fará passar imediatamente a ordem impetrada” ou “ordenará que cesse imediatamente o constrangimento”. Assim sendo, estando o Paciente preso, o presente mandam assume caráter cautelar exigindo uma rápida atuação do Poder Judiciário para que a liberdade ambulatória do indivíduo não seja afetada. DOS PEDIDOS Por todas estas razões elencadas, o Paciente confia em que este Tribunal irá: a) Conceder a medida LIMINAR, ante a existência de fumus boni iuris e periculum in mora, determinando a imediata LIBERDADE PROVISÓRIA do paciente. b) Conhecer o pedido de HABEAS CORPUS, para conceder o pedido de julgado do feito, tornando definitivos os efeitos da liminar concedida. c) Que seja relaxada a prisão preventiva ou concedida a liberdade provisória com ou sem medidas cautelares e com ou sem fiança d) Expedição imediata de alvará de soltura em favor do paciente, aguardando em liberdade para que possa responder ulteriores termos do processo-crime; e) O regular prosseguimento do feito, oficiando-se a autoridade coautora para prestar as informações de praxe, com posterior remessa dos autos à Procuradoria Geral de Justiça. Após, que sejam os autos conclusos para julgamento, nos termos do Regimento Interno deste Tribunal. Termos em que, Pede deferimento. Conceição do Agreste/CE, 05 de fevereiro de 2018. Advogada OAB /xxx N º xx.xxx
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