Buscar

Historia da Administração

Prévia do material em texto

Julia Silva
ADMINISTRAÇÃO
Historia Da Administração
Durante a Revolução Industrial (Século XVIII) os cargos e as organizações tiveram alterações significativas. O fator divisor de eras foi a energia. A disponibilidade de energia advinda dos motores a vapor e posteriormente da eletricidade permitiu que trabalhadores mal remunerados substituíssem gradativamente artesãos qualificados que fabricavam produtos manualmente em suas casas ou oficinas próprias.
Começaram a surgir espaços comuns industriais onde trabalhadores com baixos salários formavam grupos com atividades previamente planejadas e repetitivas. Enquanto os operários se dedicavam a suas tarefas específicas, houve a necessidade de gestores para coordenar as diferentes partes do sistema de produção e otimizar seu desempenho geral.
Com as fábricas concentrando cada vez mais operários num mesmo local, as empresas passaram a necessitar cada vez mais de regras disciplinares a fim de impor ordem, planejamento, organização e controle. Deu-se início, então, à necessidade de gestores com competência para organizar grupos numerosos de operários e tomar decisões corretas, ou seja, a administração propriamente dita.
A administração cientifica
Não havia procedimentos para padronizar as operações, indicadores para avaliar se o desempenho era bom ou ruim e acompanhamento para determinar se a produtividade ou a qualidade realmente aumentavam quando eram feitas mudanças nos modos de trabalho. isso foi revisto e mudado com o advento da Administração Científica, que envolveu um estudo completo e o teste de diferentes métodos de trabalho para identificar as melhores e mais eficientes formas para a realização de um trabalho.
O Pai da Administração Científica Frederick Winslow Taylor (1856 - 1915), o pai ou precursor da Administração Científica, começou sua carreira como operário na Midvale Steel Company. Taylor elaborou a Administração Científica, com a meta de realizar um estudo sistemático para descobrir a forma mais eficiente para executar cada tarefa. Para fazer isso, os gestores tinham que adotar os quatro princípios indicados abaixo:
· 1º Princípio -> Desenvolver uma ciência para cada elemento do trabalho de um homem que substitua a antiga regra prática baseada na experiência;
· 2º Princípio -> Selecionar cientificamente, e em seguida treinar, ensinar e desenvolver o trabalhador, ao passo que no passado ele escolhia seu próprio método de trabalho e treinava a si mesmo da melhor forma que pudesse;
· 3º Princípio -> Cooperar com toda boa vontade com os trabalhadores a fim de assegurar que todo trabalho se realize de acordo com os princípios científicos desenvolvidos;
· 4º Princípio -> Existe uma divisão do trabalho e da responsabilidade quase igual entre os gestores e os trabalhadores. Os gestores assumem todo o trabalho para o qual estão mais preparados do que os operários enquanto no passado todo o trabalho e a maior parte da responsabilidade eram atribuídos aos operários.
OBS: Taylor acreditava que esses princípios poderiam ser utilizados principalmente para determinar “um dia de trabalho razoável”, isto é, o que um operário médio poderia produzir em um ritmo razoável todos os dias.
Estudo dos Movimentos: Frank e Lillian Gilbreth formaram um casal empenhado nos estudos de tempo para simplificar o trabalho. Apesar de não serem tão conhecidos como Taylor, seus trabalhos contribuíram muito a Administração.
Eles desenvolveram um estudo de tempo para acabar com o trabalho em ritmo lento e determinar o que poderia ser considerado um dia de trabalho razoável. Os estudos de tempo eram realizados cronometrando quanto tempo um “trabalhador de primeira categoria” levava para completar cada função de seu cargo. Foi estabelecido um tempo padrão após a inclusão de intervalos para descanso e a remuneração do funcionário aumentaria ou diminuiria dependendo se ele suplantasse ou não alcançasse aquele padrão.
Gráficos: Henry Gantt (1861-1919) foi mais conhecido pelo “Gráfico de Gantt”, mas também realizou contribuições importantes para a Administração com relação ao treinamento e desenvolvimento de funcionários.
Os gráficos de Gantt, embora simples e diretos, foram revolucionários na era da Administração por intuição em razão das informações detalhadas sobre planejamento que proporcionavam aos gestores.
A Administração Burocrática
Enquanto a Administração Científica preocupava-se com a produtividade e melhor forma possível de se realizar uma atividade fabril, a Administração Burocrática preocupou-se com a forma de se gerenciar eficazmente uma indústria. O precursor da Administração Burocrática foi Max Weber quando publicou em 1922 sua obra The Theory of Economic and Social Organizations.
Abaixo, são descritos os sete princípios que, de acordo com Weber, caracterizam as burocracias:
· 1º Princípio -> Contratação baseada na qualificação - Os funcionários são contratados com base em seu treinamento técnico ou em sua formação educacional.
· 2º Princípio -> Promoção baseada no mérito - A promoção é baseada na experiência ou nas realizações. Gestores, e não os líderes organizacionais decidem quem é promovido.
· 3º Princípio -> Cadeia de comando - Cada carga insere-se em uma hierarquia, a cadeia de comando, na qual cada posição subordina-se e é responsável perante uma posição mais elevada. Um procedimento de agravo e um direito de apelação protegem as pessoas.
· 4º Princípio -> Divisão do trabalho - Tarefas, responsabilidades e autoridades são claramente divididas e definidas.
· 5º Princípio -> Aplicação imparcial de regras e procedimentos - As regras e os procedimentos aplicam-se a todos os membros da organização e serão aplicados de maneira imparcial, independentemente da posição ou do status da pessoa.
· 6º Princípio -> Registros por escrito - Todos os atos, decisões, regras e procedimentos administrativos serão registrados por escrito.
· 7º Princípio -> Proprietários não dirigem a empresa - Os proprietários de uma organização não devem dirigir ou supervisionar a organização.
OBS: As ideias de Weber sobre burocracia, sob uma perspectiva histórica, representam um enorme avanço. O tratamento justo superou o favoritismo, a meta de eficiência substituiu a meta de vantagem pessoal e as regras e os procedimentos lógicos ocuparam o lugar das tradições ou da tomada arbitrária de decisões.
A Administração Gerencial
O francês Henri Fayol (1841-1925) realizou contribuições importantes para o campo da Administração. Enquanto as ideias de Taylor transformaram as empresas a partir do chão da fábrica, as ideias de Fayol, moldadas por sua experiência como diretor-geral geralmente provocavam mudanças na empresa e se iniciavam no Conselho de Administração e chegavam depois nos níveis inferiores.
Fayol argumentou, com base em sua experiência como diretor-geral, que “o sucesso de um empreendimento geralmente depende muito mais da capacidade administrativa de seus dirigentes do que de sua capacidade técnica”. Em virtude de a maioria dos textos de Administração terem eliminado a função de coordenação e referir-se à função de comando de Fayol como sendo de “liderança”, essas funções são conhecidas como:
· Planejamento: determinar metas organizacionais e um meio para cumpri-las;
· Organização: optar por onde as decisões serão tomadas, que ocupará cargos e realizará tarefas;
· Liderança: inspirar e motivar os funcionários para que se empenhem a fim de cumprir as metas organizacionais;
· Controle: acompanhar o progresso em direção ao cumprimento das metas e efetivar ação corretiva, quando necessário.
Além disso, de acordo com Fayol, a administração eficaz baseia-se nos 14 princípios indicados abaixo:
· 1º Princípio -> Divisão do trabalho - Aumento da produção pela divisão do trabalho para que cada trabalhador complete suas tarefas ou funções menores do cargo.
· 2º Princípio -> Autoridade e responsabilidade - A autoridade de um gestor, “que é um direito de dar ordens”, deve ser compatível com a responsabilidade que possui. No entanto, as organizações devem criar controles para evitar queos gestores abusem sua autoridade.
· 3º Princípio -> Disciplina - São necessários regras e procedimentos claramente definidos em todos os níveis organizacionais para assegurar a ordem e comportamento apropriado.
· 4º Princípio -> Unidade de comando - Para se evitar confusão e conflito cada funcionário deve subordinar-se a receber ordens de apenas um chefe.
· 5º Princípio -> Unidade de direção - Uma pessoa e um plano devem ser usados para se decidir as atividades a serem realizadas para o cumprimento de cada objetivo organizacional.
· 6º Princípio -> Subordinação dos interesses individuais ao interesse geral - Os funcionários devem colocar os interesses e as metas da organização acima dos seus próprios.
· 7º Princípio -> Remuneração - A remuneração deve ser justa e satisfatória para os funcionários e a organização, isto é, os colaboradores não devem receber salários maiores ou menores que o razoável.
· 8º Princípio -> Centralização - Deve-se evitar centralização ou descentralização excessiva. O equilíbrio deve ser alcançado dependendo das circunstâncias e dos funcionários envolvidos.
· 9º Princípio -> Cadeia hierárquica - Do topo ao nível inferior de uma organização, cada posição faz parte de uma cadeia de autoridade vertical na qual cada trabalhador responde somente a um chefe. Para simplificar a comunicação fora dos grupos de trabalho usuais dos departamentos deve seguir a linha autoridade vertical.
· 10º Princípio -> Ordem - Para evitar conflito e confusão, a ordem pode ser obtida existindo um lugar para cada pessoa e toda pessoa em seu lugar; em outras palavras: não devem existir responsabilidades que se sobrepõem.
· 11º Princípio -> Equidade - Com tratamento gentil, razoável e justo para todos criará dedicação e lealdade. Isso não exclui a disciplina, caso justificada, e a consideração do interesse geral mais amplo da organização.
· 12º Princípio -> Estabilidade do pessoal - A rotatividade baixa, significando uma equipe de trabalho estável com muitos anos de casa, beneficia uma organização ao aumentar o desempenho, diminuir custos e proporcionar aos funcionários, especialmente aos gestores, tempo para aprender suas funções.
· 13º Princípio -> Iniciativa - Os gestores, por serem “uma grande fonte de força para a empresa”, devem incentivar nas pessoas o desenvolvimento da iniciativa ou capacidade para desenvolver e implantar um plano.
· 14º Princípio -> Espírito de corpo - Criação de um senso forte de moral e unidade entre os trabalhadores que incentivem a coordenação de esforços.
Gestão das Relações Humanas
Os pensadores da Gestão das Relações Humanas focaram especialmente as pessoas e formas como podem contribuir para seu sucesso e da empresa na qual trabalham. Nessa abordagem, as pessoas não são consideradas como mera extensão de máquinas, mas como recursos organizacionais valiosos por seu próprio mérito.
Pode destacar os estudos e experiências de Mary Parker Follett e Elton Mayo como avanços para a Gestão das Relações Humanas. Onde ficou conhecida por discutir formas para resolução de conflitos e por desenvolver ideias relativas a “conflito construtivo”. Seus conceitos, princípios e contribuições para a Administração são descritos abaixo – com suas palavras:
· 1º - Sobre o Conflito Construtivo: “Como o conflito – a diferença – existe e não podemos evitá-lo, penso que devemos usá-lo a nosso favor. Em vez de condená-lo, devemos fazer com que trabalhe para nós”.
· 2º - Sobre o Poder: “Tenho a impressão de que, enquanto poder em geral significar ‘poder sobre’, o poder de algumas pessoas ou um grupo sobre outra pessoa ou grupo, é possível desenvolver o conceito de poder como um poder desenvolvido conjuntamente, um poder co-ativo e não coercitivo”.
· 3º - Sobre dar Ordens: “Uma vantagem de não exigir obediência cega, de discutir suas instruções com seus subordinados, é que, caso exista algum ressentimento, alguma réplica, isso ocorre abertamente e, nessa situação, é possível lidar com o problema”.
· 4º - Sobre a Autoridade: “A autoridade deve acompanhar o conhecimento e a experiência; é assim que a obediência é devida, independentemente de ser abaixo ou acima da linha hierárquica.”
· 5º - Sobre a Liderança: “A capacidade para perceber uma situação como um todo é de suma importância... De um conjunto heterogêneo de fatos, experiências, desejos e metas, o líder precisa encontrar o fio unificador. Ele deve ver o todo e não um mero caleidoscópio das partes... Quanto mais a pessoa ascende hierarquicamente, maior a capacidade que ela deve possuir para atuar desse modo.”
· 6º - Sobre a Coordenação: “O aspecto mais importante para lembrar sobre a unidade é que isso não existe. Ocorre somente a unificação. Não é possível obter a unidade e esperar que dure um dia ou cinco minutos. Cada homem em uma empresa deve tomar parte em um certo processo e esse processo é a unificação.”
· 7º - Sobre o Controle: “O controle central passa a significar cada vez mais a correlação entre diversos controles em vez de um controle superimposto.”
Referencias
CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração. 6.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. introdução à Administração. 8.ed. São Paulo: Atlas, 2011 e edições anteriores.
WRIGHT , Peter et al. Administração estratégica: Conceitos. São Paulo: Atlas, 2000.

Continue navegando

Outros materiais