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Seção 3 
SUA PETIÇÃO 
DIREITO 
CONSTITUCIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
Olá, aluno! Seja muito bem-vindo a mais uma Seção do nosso Núcleo de Prática Jurídica 
com Suporte em AVA de Direito Constitucional. Vamos dar continuidade aos nossos 
estudos? 
Muito bem. Temos acompanhado desde o início a história de Magnólia, uma jovem 
moça humilde, com um sério problema de saúde que tem se socorrido da assistência 
jurídica da Defensoria Pública do Estado do Ceará para garantir a proteção ao seu 
direito Saúde. Na Seção passada, você viu que foi preciso elaborar um mandado de 
segurança contra a Secretaria de Saúde do Estado que, na pessoa do Secretário de 
Saúde, negou à Magnólia o fornecimento do medicamento receitado para o seu 
tratamento de saúde. Ocorre que, apesar de todo o esforço e da tese elaborada pela 
Defensoria Pública, a segurança pleiteada foi denegada em decisão colegiada proferida 
pela E. Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, a qual alegou no 
acórdão proferido que o Estado possui o poder discricionário de decidir sobre o 
fornecimento de medicamentos, de acordo com a sua conveniência e disponibilidade 
financeira, não podendo o Poder Judiciário obrigá-lo. A Defensoria Pública tomou 
conhecimento da referida decisão em 20/12/2017 através de intimação pessoal, 
quando então comunicou a Magnólia o teor da decisão. 
E agora, aluno? Qual será o próximo passo a ser dado na busca pela proteção ao direito 
à saúde de Magnólia? Qual o recurso cabível contra a decisão proferida pelo Tribunal 
de Justiça do Estado do Ceará? Se imagine no papel de advogado tendo que resolver 
tal situação! 
 
Seção 3 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
Sua causa! 
 
Agora é com você, advogado! Elabore o único recurso constitucional cabível na 
situação narrada, visando a reforma do acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do 
Ceará que denegou a segurança pleiteada por Magnólia. Lembre-se que a Defensoria 
Pública tomou conhecimento da decisão em 20/11/2017, data que foi intimada. No 
entanto, você aluno está no papel de advogado, devendo observar os prazos simples 
do CPC, e não o prazo em dobro que a Defensoria Pública possui, ok? 
 
 
 
RECURSOS CABÍVEIS NO PROCESSO DE MANDADO DE SEGURANÇA 
 
A Lei 12.016/09 ao tratar do procedimento especial para o mandado de segurança 
dispõe sobre os recursos cabíveis contra às decisões proferidos em seu âmbito. O 
tramite processual do mandado de segurança possui, portanto, algumas 
peculiaridades, regras específicas, aplicando-se subsidiariamente os dispositivos do 
Código de Processo Civil, naquilo que não forem contrários à legislação específica. 
 
Vamos então conhecer como se dá a impugnação das decisões proferidas em sede 
deste remédio constitucional em estudo? 
 
 
 RECURSO DE APELAÇÃO 
 
Contra sentença proferida em sede de mandado de segurança, cabe o recurso de 
apelação, conforme dispõe o art.14 da Lei 12.016/09, nos seguintes termos: 
 
Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe apelação. 
Fundamentando! 
 
 
A sentença a que a lei se refere é tanto a sentença de mérito, aquela que concede ou 
denega a segurança; ou a sentença terminativa, aquela que põe fim ao feito por 
questões processuais, como. porexemplo, por inépcia da petição inicial (art.10,§1º da 
Lei 12.016/09). Para insurgir-se contra qualquer uma delas, o recurso a ser manejado 
pela parte será o de apelação. 
 
 Possui legitimidade para interposição da apelação qualquer das partes processuais, o 
impetrante e a pessoa jurídica impetrada, além do Ministério Público interessado e da 
autoridade coatora. A legitimidade da autoridade coatora está expressamente prevista 
no art.14. §2º da Lei. 
 
Sobre os efeitos da apelação é importante observar que além do efeito devolutivo 
(devolver a matéria para análise) que lhe é inerente, de acordo com o art. 1.012 do 
CPC a mesma possui efeito suspensivo. Entretanto, o art. 14, §3º da Lei do mandado 
de segurança traz previsão expressa de hipótese em que não será atribuído efeito 
suspensivo ao recurso, vejamos: 
 
§ 3o - A sentença que conceder o mandado de segurança pode ser executada 
provisoriamente, salvo nos casos em que for vedada a concessão da medida liminar. 
 
Ao prever a possibilidade de execução provisória da sentença que concede o mandado 
de segurança, determina a Lei que neste caso a apelação não terá efeito suspensivo. 
Não necessitará o impetrante esperar o julgamento da apelação para exigir o 
cumprimento da sentença que lhe foi favorável, podendo a mesma, ainda que 
pendente o julgamento do recurso, já ser executada. Porém, em todos os outros casos, 
como ausente previsão legal, seguirá a regra do CPC, sendo atribuído efeito suspensivo 
ao recurso de apelação. 
 
O prazo para interposição do recurso de apelação é de 15 dias (art. 1003, §5º CPC), 
observadas às regras do art. 180 e 183 do CPC que concede prazo em dobro para o 
Ministério Público, Defensoria Pública e para as pessoas jurídicas de direito público. 
Quanto aos requisitos formas a serem observados, seguem-se as regras do CPC: 
 
Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, 
conterá: 
I - os nomes e a qualificação das partes; 
II - a exposição do fato e do direito; 
III - as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade; 
IV - o pedido de nova decisão. 
ATENÇÃO! Aluno, toda sentença que concede a segurança, ou seja, quando o 
mandado de segurança é julgado procedente, está sujeita ao duplo grau de jurisdição 
nos termos do art.14,§1º da Lei 12.01609, que determina: 
 Art.14, § 1o - concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao 
duplo grau de jurisdição. 
Logo, mesmo que não haja a interposição do recurso de apelação pela parte vencida, 
no caso pela pessoa jurídica de direito público impetrada, a decisão será levado ao 
reexame necessário pelo Tribunal. 
 
 DO PEDIDO DE SUSPENSÃO DA LIMINAR 
A Lei 12.016/09 prevê a possibilidade de a pessoa jurídica de direito público 
interessada ou o Ministério Público realizarem pedido de suspensão da execução da 
liminar e da sentença, dirigido ao presidente do Tribunal ao qual couber o 
conhecimento do respectivo recurso. Tal pedido é possível somente quando houver 
ameaça de grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, conforme 
determina o art. 15 da Lei (grifo nosso): 
 
Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada ou 
do Ministério Público e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à 
economia públicas, o presidente do tribunal ao qual couber o conhecimento do 
respectivo recurso suspender, em decisão fundamentada, a execução da liminar e da 
sentença, dessa decisão caberá agravo, sem efeito suspensivo, no prazo de 5 (cinco) 
dias, que será levado a julgamento na sessão seguinte à sua interposição. 
 
 
O pedido de suspensão não é um recurso em si, pois ele não modifica a decisão, apenas 
tem o efeito de suspender a execução da liminar, é, portanto, um incidente processual. 
Sobre o assunto, Humberto Theodoro Júnior1 ensina que a suspensão é cabível a 
qualquer momento enquanto a decisão não tiver sido executada, destacando que “Se, 
por exemplo, a liminar ou a sentença assegurou a participação do impetrante num 
concurso público, ou autorizou a demolição de um edifício, ou garantiu uma cirurgia de 
urgência em hospital público, é lógico que não se teria como suspender os efeitos da 
decisão da segurança depois que o concurso, a demolição ou a cirurgia já se realizaram. 
Há, porém, casos em que a segurança se refere a fatos continuativos ou de efeitos 
repetitivos. Quando isto ocorrer, a execução produz efeitos imediatos e efeitos 
protelados para o futuro. Em relação aos efeitos já consumados, não há como pensar 
em sua suspensão, não, porém, quanto àqueles pendentes. Numa relação tributária 
continuativa, porexemplo, o imposto calculado e recolhido segundo a segurança não 
se suspende, mas os supervenientes podem ser excluídos dos benefícios do mandamus, 
temporariamente, por força do incidente autorizado pelo art. 15 da Lei nº 12.016.” 
 
 
 AGRAVO DE INSTRUMENTO CONTRA DECISÃO QUE CONCEDE OU NEGA 
PEDIDO LIMINAR 
 
Como você sabe, aluno, pelas regras do Código de Processo Civil o Agravo de 
Instrumento é o recurso cabível contra as decisões interlocutórias, ou seja, contra 
aquelas decisões que não julgam o mérito da lide. Nesse sentido, o art. 1.015 do CPC 
dispõe: 
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias 
que versarem sobre: 
I - tutelas provisórias; 
II - mérito do processo; 
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem; 
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica; 
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de 
sua revogação; 
VI - exibição ou posse de documento ou coisa; 
VII - exclusão de litisconsorte; 
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; 
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; 
 
1 THEODORO Jr., Humberto. Lei do Mandado de Segurança Comentada. Rio de Janeiro: Forense, 2014. 
 
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos 
à execução; 
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1o; 
XII - (VETADO); 
XIII - outros casos expressamente referidos em lei (BRASIL, 2015). 
 
A Lei do mandado de segurança, por sua vez, previu no art. 14, §1º expressamente 
apenas a hipótese de cabimento de agravo de instrumento contra decisão de juiz de 
primeiro grau que conceder ou denegar a liminar. Entretanto, a doutrina aponta que 
mesmo sendo apenas esta a única previsão expressa acerca do cabimento do agravo 
de instrumento no processo de mandado de segurança, aplicam-se as demais previstas 
no CPC, eis que não conflitantes com a lei específica. 
 
O STJ também já firmou entendimento nesse sentido, vejamos: 
 
 
“Recurso especial. Processual civil. Mandado de segurança. Decisão 
interlocutória. Agravo de instrumento. Cabimento. Recurso provido. Retorno 
dos autos ao tribunal de origem. 1) Este Superior Tribunal de Justiça pacificou 
entendimento no sentido de se admitir a interposição de agravo de 
instrumento contra decisões interlocutórias proferidas em sede de mandado 
de segurança, tendo em vista a sistemática processual prevista na Lei 
9.139/95, que instituiu o regime de interposição direta do agravo de 
instrumento ao Tribunal, com processamento em autos apartados, de 
maneira a não ocasionar nenhum tumulto ou atraso no andamento do 
mandamus (EREsp 471.513/MG, Corte Especial, Rel. Min. Fernando 
Gonçalves, Rel. p/ acórdão Min. Gilson Dipp, DJ de 7.8.2006). 2) Salvo quando 
existir preceito específico em sentido contrário, as normas do Código de 
Processo Civil aplicam-se subsidiariamente às ações de rito especial, 
incluindo-se aí o mandado de segurança. 3. Recurso especial provido, 
determinando-se o retorno dos autos ao Tribunal de origem, a fim de que seja 
analisado o mérito do agravo de instrumento. (REsp 687457/SP, rel. Min, 
Denise Arruda, T1 Primeira Turma, j. em 17.5.2007, DJ 14/06/2007 p. 255)2. 
 
 
2 Íntegra do acórdão disponível em: 
<www.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/doc.jsp?livre=REsp+687457&b=ACOR&p=true&t=JURIDICO&l=10&i=2>. Acesso 
em: 28set2017. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art373§1
file:///C:/Users/Convidado/Documents/DEBORAH/NPJ/Direito%20Constitucional/Se+º+úo%2003/%3cwww.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/doc.jsp%3flivre=REsp+687457&b=ACOR&p=true&t=JURIDICO&l=10&i=2
 
 AGRAVO INTERNO 
Está previsto no CPC nos seguintes moldes: 
Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para 
o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as 
regras do regimento interno do tribunal. 
§ 1o Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará 
especificadamente os fundamentos da decisão agravada. 
§ 2o O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para 
manifestar-se sobre o recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, 
não havendo retratação, o relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão 
colegiado, com inclusão em pauta. 
§ 3o É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão 
agravada para julgar improcedente o agravo interno. 
§ 4o Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou 
improcedente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão 
fundamentada, condenará o agravante a pagar ao agravado multa fixada 
entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa. 
 § 5o A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito 
prévio do valor da multa prevista no § 4o, à exceção da Fazenda Pública e do 
beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final. 
(BRASIL, 2015). 
A lei 12.016/09 prevê a sua interposição em algumas hipóteses específicas, são elas 
(grifo nosso): 
 
 Art. 10, § 1o Do indeferimento da inicial pelo juiz de primeiro grau caberá 
apelação e, quando a competência para o julgamento do mandado de 
segurança couber originariamente a um dos tribunais, do ato do relator caberá 
agravo para o órgão competente do tribunal que integre. 
 
 Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito público 
interessada ou do Ministério Público e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, 
à segurança e à economia públicas, o presidente do tribunal ao qual couber o 
conhecimento do respectivo recurso suspender, em decisão fundamentada, a 
 
execução da liminar e da sentença, dessa decisão caberá agravo, sem efeito 
suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, que será levado a julgamento na sessão 
seguinte à sua interposição. 
 
 Art. 15. parágrafo único. Da decisão do relator que conceder ou denegar a 
medida liminar caberá agravo ao órgão competente do tribunal que integre. 
 
Percebe-se que a Lei do mandado de segurança determina o cabimento do agravo 
interno tanto contra decisões proferidas pelo relator, como pelo Presidente do 
tribunal. Todas as decisões passíveis da interposição do referido agravo são decisões 
monocráticas de Tribunal, não sendo cabível agravo interno contra decisão de órgão 
colegiado. Da mesma forma, não é cabível o agravo interno quando a decisão 
monocrática proferida não for em sede de competência originária do Tribunal. 
 
 
 RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL 
 
O recurso ordinário possui previsão constitucional, estando disciplinado pelos arts. 
102, II e 105. II da CF/88. Pode ser de competência do Supremo tribunal Federal ou 
do Superior Tribunal de Justiça. Veja a tabela abaixo que sintetiza a competência para 
o julgamento do Recurso Ordinário Constitucional. 
 
Compete ao STF julgar em Recurso 
Ordinário 
Compete ao STJ jugar em Recurso 
Ordinário 
O habeas corpus, o mandado de 
segurança, o habeas data e o mandado 
de injunção decididos em única instância 
pelos Tribunais Superiores, se 
denegatória. 
Os habeas corpus decididos em única ou 
última instância pelos Tribunais 
Regionais Federais ou pelos tribunais dos 
Estados, do Distrito Federal e Territórios, 
quando a decisão for denegatória. 
 O crime político. Os mandados de segurança decididos em 
única instância pelos Tribunais Regionais 
Federais ou pelos tribunais dos Estados, 
do Distrito Federal e Territórios, quando 
denegatória a decisão[BFeP1]. 
 As causas em que forem partes Estado 
estrangeiro ou organismo internacional, 
 
de um lado, e, do outro, Município ou 
pessoa residente ou domiciliada no País. 
Fonte: elaborado pela autora com base no art. 102 e 105 da Constituição brasileira. 
 
O Código de Processo Civil, por sua vez, também trata do Recurso Ordinário,repetindo a previsão constitucional e acrescentando outras disposições acerca do seu 
trâmite, vejamos: 
 
Art. 1.027. Serão julgados em recurso ordinário: 
I - pelo Supremo Tribunal Federal, os mandados de segurança, os habeas, 
data e os mandados de injunção decididos em única instância pelos 
tribunais superiores, quando denegatória a decisão; 
II - pelo Superior Tribunal de Justiça: 
a) os mandados de segurança decididos em única instância pelos tribunais 
regionais federais ou pelos tribunais de justiça dos Estados e do Distrito 
Federal e Territórios, quando denegatória a decisão; 
b) os processos em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou 
organismo internacional e, de outro, Município ou pessoa residente ou 
domiciliada no País. 
§ 1o Nos processos referidos no inciso II, alínea “b”, contra as decisões 
interlocutórias caberá agravo de instrumento dirigido ao Superior Tribunal de 
Justiça, nas hipóteses do art. 1.015. 
§ 2o Aplica-se ao recurso ordinário o disposto nos arts. 1.013, § 3o, e 1.029, § 
5o. 
Art. 1.028. Ao recurso mencionado no art. 1.027, inciso II, alínea 
“b”, aplicam-se, quanto aos requisitos de admissibilidade e ao procedimento, 
as disposições relativas à apelação e o Regimento Interno do Superior 
Tribunal de Justiça. 
§ 1o Na hipótese do art. 1.027, § 1o, aplicam-se as disposições relativas ao 
agravo de instrumento e o Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça. 
§ 2o O recurso previsto no art. 1.027, incisos I e II, alínea “a”, deve ser 
interposto perante o tribunal de origem, cabendo ao seu presidente ou vice-
presidente determinar a intimação do recorrido para, em 15 (quinze) dias, 
apresentar as contrarrazões. 
§ 3o Findo o prazo referido no § 2o, os autos serão remetidos ao respectivo 
tribunal superior, independentemente de juízo de admissibilidade (BRASIL, 
2015 – grifos nossos). 
A Lei do mandado de segurança traz previsão expressa sobre o cabimento do 
recurso ordinário, conforme em seu dispõe o art.18 (grifo nosso): 
Art. 18. Das decisões em mandado de segurança proferidas em única 
instância pelos tribunais cabe recurso especial e extraordinário, nos casos 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1015
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1013§3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1029§5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1029§5
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1027iib
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1027iib
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1027§1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1027i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art1027iia
 
legalmente previstos, e recurso ordinário, quando a ordem for denegada 
(BRASIL, 2009). 
Alguns pontos sobre o Recurso Ordinário Constitucional no processo de mandado 
de segurança merecem especial destaque. Com relação a legitimidade ativa para a sua 
interposição no processo de mandado de segurança, destaca-se que somente o 
impetrante a possui, eis que tal recurso somente pode ser manejado contra decisão 
denegatória de segurança, ou seja, contra decisão que tenha sido desfavorável ao 
autor da ação, ao impetrante. Outro ponto importante é que o recurso ordinário 
constitucional somente pode ser oposto contra decisão colegiada de Tribunal quando 
estiverem no exercício de sua competência originária e, quando for de Tribunal 
Superior (TST, STJ, TSE), será de competência do STF, devendo para ele ser 
encaminhado. Portanto, o recurso ordinário não é cabível contra qualquer acórdão, 
quando se tratar de decisão colegiada de Tribunal em grau recursal, o recurso a ser 
manejado não será o Recurso Ordinário. 
O Recurso Ordinário é composto por duas petições, uma que será dirigida ao 
Tribunal de origem, ao seu respectivo Presidente ao qual cabe determinar a intimação 
da parte contrário para manifestação e, após, determinar a remessa ao Tribunal 
Superior para julgamento. E, a petição contendo as razões recursais, a qual será 
apreciada pelo Tribunal que irá julgar o mérito e a admissibilidade do recurso. 
O prazo legal para a interposição do recurso ordinário no processo de mandado 
de segurança é de 15 dias, conforme determina a Lei 8.038/90, que dispõe: 
Art. 33 - O recurso ordinário para o Superior Tribunal de Justiça, das decisões 
denegatórias de mandado de segurança, proferidas em única instância pelos 
Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais de Estados e do Distrito 
Federal, será interposto no prazo de quinze dias, com as razões do pedido de 
reforma. 
Art. 34 - Serão aplicadas, quanto aos requisitos de admissibilidade e ao 
procedimento no Tribunal recorrido, as regras do Código de Processo Civil 
relativas à apelação. 
Art. 35 - Distribuído o recurso, a Secretaria, imediatamente, fará os autos com 
vista ao Ministério Público, pelo prazo de cinco dias. 
Parágrafo único - Conclusos os autos ao relator, este pedirá dia para 
julgamento (BRASIL, 1990). 
 
 
 CABIMENTO DE RECURSOS EXCEPCIONAIS (RECURSO ESPECIAL E RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO) 
 
O art. 18 da Lei 12.016/09 que vimos acima trata do cabimento do recurso 
ordinário e dos recursos extraordinário e especial, aduzindo que contra as decisões 
proferidas em única instância pelos tribunais cabe recurso especial e extraordinário, e 
quando a decisão for denegatória cabe recurso ordinário. Logo, a primeira conclusão 
que se tira é que os recursos extraordinário e especial são os meios recursais 
utilizados no processo de mandado de segurança contra decisões que concedem a 
segurança, ou seja, serão recursos a serem manejados pela pessoa jurídica de direito 
público interessada, e não pelo impetrante no caso de competência originária dos 
Tribunais. 
 
Entretanto, também poderão ser manejados pelo impetrante quando se tratar de 
decisão do Tribunal em sede recursal, desde que preenchidos os requisitos necessários 
para a sua interposição. Por exemplo: imagine que um mandado de segurança é 
impetrado perante o juízo de primeiro grau por não ser hipótese de competência 
originário do Tribunal, e a segurança é negada. O impetrante inconformado recorre, o 
recurso é julgado improcedente pelo Tribunal. Contra o acórdão do Tribunal, mesmo 
que seja uma decisão denegatória, não será cabível recurso ordinário, pois este recurso 
só se opõe contra decisões em que o Tribunal atua em competência originária. O meio 
processual correto para impugnar o acórdão será então ou o Recurso Especial ou o 
Recurso Extraordinário, analisado o caso concreto e preenchidos os requisitos legais. 
 
 
 
Tanto o Recurso Especial quanto o Recurso Extraordinário possuem previsão 
constitucional nos arts. 105, III e 102, III, respectivamente. A tabela abaixo resume a 
competência para julgamento e as hipóteses de cabimento de ambos os recursos, veja: 
 
 COMPETÊNCIA HIPÓTESES DE 
CABIMENTO 
RECURSO 
EXTRAORDINÁRIO (RE) 
STF Causas decididas em única 
ou última instância, 
quando a decisão 
recorrida: contrariar 
dispositivo constitucional; 
declarar a 
inconstitucionalidade de 
tratado ou lei federal; 
julgar válida lei ou ato de 
governo local contestado 
em face da Constituição; 
julgar válida lei local 
contestada em face de lei 
federal. 
 
RECURSO ESPECIAL (Resp) STJ As causas decididas, em 
única ou última instância, 
pelos Tribunais Regionais 
Federais ou pelos tribunais 
dos Estados, do Distrito 
Federal e Territórios, 
quando a decisão 
recorrida: contrariar 
tratado ou lei federal, ou 
negar-lhes vigência; julgar 
válido ato de governo local 
contestado em face de lei 
federal; der a lei federal 
interpretação divergente 
da que lhe haja atribuído 
outro tribunal. 
 
 
 
 
O processamento e requisitos formais tanto do Recurso Ordinário como doRecurso Especial são regulados pelo CPC, nos arts. 1029 a 1035. Merecem destaque os 
seguintes pontos: 
 Devem ser interpostos em duas petições diferentes, uma de interposição 
dirigida ao presidente do Tribunal recorrido e outra com as razões recursais 
propriamente ditas, dirigida ao Tribunal competente para o julgamento; 
 O STF e o STJ, a depender do recurso em causa, poderá desconsiderar o 
vício formal do recurso e determinar a sua correção, desde que o mesmo 
não seja grave; 
 Em regra, não possuem efeito suspensivo, mas o mesmo pode ser requerido 
pelas partes; 
 Na hipótese de interposição conjunto de Recurso Especial e Recurso 
Extraordinário, primeiramente, será julgado o Recurso Especial e, após o 
julgamento deste, os autos serão remetidos ao STF para o julgamento do 
Recurso Extraordinário, quando o mesmo não restar prejudicado. 
 Se o STJ no julgamento de um Recurso Especial considerar que o recurso 
trata de violação constitucional, poderá conceder prazo para que o 
recorrente demonstre a existência de repercussão geral e se manifeste 
sobre a questão constitucional, e, após remeterá o recurso para análise do 
STF; 
 Quando o STF no julgamento de um Recurso Extraordinário verificar que o 
mesmo trata de violação reflexa à Constituição e direta de lei federal, 
deverá remeter o recurso ao STJ para que seja julgado como Recurso 
Especial. 
Desta feita, quando não for o caso de recurso ordinário, tanto o recurso especial 
quanto o recurso ordinário são cabíveis no processo de mandado de segurança nos 
termos da lei, devendo seguir o seu prosseguimento estipulado pelo CPC e observar os 
requisitos constitucionais para a sua interposição. 
 
 
 
 
 
 
QUESTÃO 01 
A lei 12.016/90 ao regulamentar o procedimento especial do mandado de segurança 
trata dos diversos recursos cabíveis contra as decisões proferidas durante o 
processamento da ação. 
Sobre o cabimento dos recursos no processo do mandado de segurança, leia as 
assertivas abaixo e assinale a alternativa correta: 
a) Contra as decisões monocráticas que indeferem liminar, cabe agravo interno. 
b) Contra as decisões de mérito proferidas por juiz de primeiro grau, cabe recurso 
especial. 
c) Contra as decisões interlocutórias, cabe agravo interno. 
d) Contra as decisões interlocutórias, cabe apelação. 
e) Contra as decisões colegiadas dos tribunais, cabe agravo interno. 
 
ALTERNATIVA CORRETA: A 
 
RESPOSTA COMENTADA: A lei 12.016/09 prevê a interposição de agravo interno em 
diversas hipóteses, no parágrafo único do art. 15 determina que “Da decisão do relator 
que conceder ou denegar a medida liminar caberá agravo ao órgão competente do 
tribunal que integre”. 
 
QUESTÃO 02 
O Recurso ordinário constitucional está previsto no art. 102, II, ‘a’ e art. 105, II, ‘b’ da 
Constituição Federal. Além da previsão constitucional, encontra seu processamento 
regulamentado pelo Código de Processo Civil, que estipula suas regras gerais. A lei 
12.016/ trata especificamente do seu cabimento em sede de mandado de segurança. 
 
Sobre o cabimento de recurso ordinário no processo de mandado de segurança, leia 
as assertivas abaixo e assinale a alternativa correta: 
 
Primeira fase! 
 
a) Contra decisão proferida por órgão colegiado que conceder a segurança, caberá 
recurso ordinário. 
b) A legitimidade para oposição de recurso ordinário no processo de mandado de 
segurança é da autoridade coatora. 
c) O recurso ordinário em mandado de segurança deve ser dirigido ao Supremo 
Tribunal Federal. 
d) O recurso ordinário é cabível contra decisão denegatória proferida em única 
instância pelos tribunais. 
e) Contra decisão que julgar o recurso de apelação improcedente, cabe recurso 
ordinário. 
 
ALTERNATIVA CORRETA: D 
 
RESPOSTA COMENTADA: O cabimento do recurso ordinário no processo de 
mandado de segurança está previsto juntamente com o cabimento do recurso 
especial e extraordinário. O art. 18 da referida lei determina que caberá recurso 
ordinário contra decisão que denegar a segurança proferida em única instância 
pelo tribunal, ou seja, quando o processo for de competência originária do 
mesmo. Quando for decisão de tribunal superior o recurso será julgado pelo STF, 
quando de tribunal regional ou estadual, pelo STJ. 
 
 
 
Respire fundo e vamos trabalhar no passo-a-passo da elaboração de nossa petição 
recursal. Pense de forma sucinta nos seguintes pontos: 
 
a) Competência do órgão julgador: atente-se ao que prevê o conteúdo dos arts. 
102 e 105 da CRFB/88; 
b) Legitimidade ativa e passiva: Serão ocupadas respectivamente pelo Recorrente 
e Recorrido; 
c) Argumentos de mérito: Dentre eles, destaque o direito à saúde e da 
responsabilidade e dever do estado no fornecimento de medicamentos; 
Vamos peticionar! 
 
d) Medida liminar: É preciso demonstrar a presença dos requisitos da medida de 
urgência, quais sejam a plausabilidade do pedido e a urgência temporal (perigo 
de dano iminente) 
e) Observância do procedimento atinente ao remédio constitucional. 
Ademais, não se esqueça de que sua peça processual deve conter breve resumo dos 
fatos e sua conexão com os dispositivos legais e constitucionais que amparam seus 
pedidos.

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