Buscar

curso-75239-aula-10-v1


Prévia do material em texto

Livro Eletrônico
Aula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 1 
98 
 
Apresentação .................................................................................................................... 3 
I - CRIMES DE TRÂNSITO - PARTE GERAL ............................................................................ 4 
1. Conceitos Iniciais ........................................................................................................... 4 
2. Elementos Subjetivos da Conduta .................................................................................. 4 
2.1. Crimes DOLOSOS ....................................................................................................................... 5 
2.2. Crimes CULPOSOS ...................................................................................................................... 5 
3. Infração X Crime De Trânsito ......................................................................................... 6 
4. Suspensões previstas no CTB ......................................................................................... 6 
4.1. A Suspensão ADMINISTRATIVA ................................................................................................. 7 
4.2. A Suspensão PENAL ................................................................................................................... 7 
4.3. Condições para o SUSPENSO voltar a dirigir ............................................................................. 9 
4.3.1. O Juiz e a Fixação dessa Pena ............................................................................................... 11 
5. As Multas previstas no CTB .......................................................................................... 13 
5.1. A Multa ADMINISTRATIVA ...................................................................................................... 13 
5.2. A Multa REPARATÓRIA ............................................................................................................ 13 
5.3. A Multa PENAL ........................................................................................................................ 14 
6. Crimes de Dano e de Perigo no CTB .............................................................................. 14 
7. Circunstâncias Agravantes e Aumentativas de Pena ..................................................... 15 
II に OS CRIMES DE TRÂNSITO - PARTE ESPECÍFICA ............................................................ 20 
8. Os Crimes de Trânsito .................................................................................................. 20 
1.1. Homicídio Culposo (art. 302) .................................................................................................... 22 
1.2. Lesão Corporal Culposa ............................................................................................................ 25 
1.2.1. Lesão corporal culposa SEM os benefícios da Lei 9.099/95 .................................................. 25 
1.2.2 Lesão corporal culposa COM AUMENTATIVO de pena ......................................................... 29 
1.2.3. Lesão corporal com aplicação da Lei nº 9.099/95 na ÍNTEGRA ........................................... 30 
1.3. Crime de Omissão de Socorro (art. 304) .................................................................................. 32 
1.4. Crime de Afastar-se do Local (art. 305) ................................................................................... 33 
1.5. Crime de Embriaguez ao Volante (ou de Alteração da Capacidade Psicomotora ao Volante) 34 
1.6. Crime de Violação à Suspensão................................................................................................ 44 
1.7. Crime de Racha ......................................................................................................................... 45 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
451837
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 2 
98 
1.8. Crime de Dirigir sem Permissão ou Habilitação ....................................................................... 48 
1.9. Crime de "Permitir", "Confiar" ou "Entregar" .......................................................................... 48 
1.10. Crime de Trafegar com Velocidade Incompatível .................................................................. 50 
1.11. Crime de Inovar com Vítima ................................................................................................... 51 
9. Questões...................................................................................................................... 57 
9.1. Questões Adicionais Comentadas ............................................................................................ 57 
9.2. Lista de Questões Adicionais .................................................................................................... 86 
9.3. Gabarito ................................................................................................................................... 97 
10. Considerações Finais .................................................................................................. 98 
 
 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 3 
98 
APRESENTAÇÃO 
 
Olá, caro aluno! 
Nesta aula, estudaremos um assunto bastante importante e sempre muito badalado nos últimos 
anos: os Crimes de Trânsito. 
É um assunto que volta e meia tem ocupado grande espaço na mídia, mas que, em se tratando 
provas de concursos, ainda não tem sido um alvo muito grande de questões. O Cespe é a banca 
que mais tem questões sobre o assunto e ainda assim não são tantas! Apesar disso, temos muitas 
questões, bastantes suficientes para a consolidação do seu aprendizado! 
Pois bem, mais do que descrever os todos os crimes de trânsito trazidos pelo Código de Trânsito 
Brasileiro (CTB), vamos dar qualidade ao tema, aprofundando-o no limite necessário. 
Abordarei primeiramente a Parte Geral do Capítulo XIX (arts. 291 a 301) e, em seguida, com a base 
dada pela parte geral, falarei sobre cada um dos Crimes em Espécie (arts. 302 a 312), destacando 
as importantes mudanças promovidas pela Lei nº 11.705/08, a famosa Lei Seca, e pelas 
ヴWIWミデケゲゲキマ;ゲ LWキ ミ┨ ヱヲくΑヶヰっヱヲが ;ヮWノキS;S; SW さLWキ S; TラノWヴ>ミIキ; )Wヴラざが W LWキ ミ┨ ヱヲくΓΑヱ/2014. 
Beleza? 
Então, aperte o cinto e vamos em frente! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 4 
98 
I - CRIMES DE TRÂNSITO - PARTE GERAL 
 
1. CONCEITOS INICIAIS 
 
O Código de Trânsito Brasileiro (Lei nº 9.503/97) に CTB - estabelece que aos crimes cometidos na 
direção de veículos automotores, nele previstos, aplicam-se subsidiariamente as normas gerais do 
Código Penal e do Código de Processo Penal, bem como a Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 
1995, no que couber. 
Daí você já percebe que as consequências sofridas por quem comete crimes no trânsito não se 
esgotam apenas nas disposições do referido Código. A depender da gravidade e dos agravantes, o 
infrator pode também ser submetido às imposições do Código Penal e do Código Processual Penal, 
assim como da Lei nº 9.099/95 (Leis dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais). 
Antes de mais nada, vamos trabalhar alguns conceitos que entendemos serem importantespara a 
compreensão geral do assunto. 
Tendo como referência o que diz o Código Penal, em se tratando de crime de trânsito, o envolvido 
por ele responderá se o tiver cometido tanto em via pública quanto em via particular, a não ser 
que no tipo penal venha de maneira expressa o termo "via públic;ざく 
Sendo assim, a primeira informação importante: aquele que pratica homicídio culposo ou lesão 
corporal culposa na direção de veículo automotor responde pelo CTB, ainda que esses crimes 
tenham ocorrido em vias particulares, uma vez que o CTB, em seus artigos 302 e 303, nada 
menciona. Chegaremos já neles, guenta aí! 
 
2. ELEMENTOS SUBJETIVOS DA CONDUTA 
 
Para configuração do crime, é preciso que seja analisado se o agente incorreu em dolo, em culpa, 
ou se esses elementos estavam ausentes, a fim de que seja feita a correta tipificação do delito. 
 
 
 
 
 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 5 
98 
 
2.1. CRIMES DOLOSOS 
 
O Código Penal Brasileiro define, em seu art.18, que um crime é doloso quando o agente quis o 
resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. Assim: 
 
 
 
 
➢ A punição por conduta dolosa nos crimes de trânsito é a regra; os crimes de trânsito 
tipificados no CTB são, em sua maioria, punidos apenas na modalidade DOLOSA, 
mais especificamente os dos arts. 304 ao 312 do CTB. 
 
 
 
2.2. CRIMES CULPOSOS 
 
No mesmo artigo 18, o Código Penal Brasileiro diz que um crime culposo é aquele em que o agente 
deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. 
Pois bem, a punição por conduta culposa, nos delitos em geral, constitui regra de exceção. Assim, 
ao analisar um delito de trânsito qualquer, a conduta será culposa se nele houver expressa 
previsão. 
 
 
 
 
➢ No CTB temos apenas dois delitos de trânsito, cometidos na direção de veículo 
automotor com previsão de punição das condutas culposas que são: 
 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 6 
98 
 
HOMICÍDIO CULPOSO → Art. 302 
LESÃO CORPORAL CULPOSA → Art. 303 
 
 
3. INFRAÇÃO X CRIME DE TRÂNSITO 
 
É importante perceber que na infração de trânsito, não há que se falar na valoração, pelo 
agente de trânsito, dos elementos subjetivos da conduta, dolo e culpa, como requisito para 
tipificação, ou seja, esses elementos não são levados em consideração pelo agente de trânsito 
nas autuações. O que ele de fato analisa é somente se o condutor está ou não em uma situação 
proibida. 
Já no crime de trânsito, o magistrado (autoridade judiciária) sempre valora os elementos 
subjetivos da conduta, a fim de fazer a correta tipificação do delito, e, por conseguinte, aplicar a 
pena correspondente à conduta lesiva. 
 
4. SUSPENSÕES PREVISTAS NO CTB 
 
Uma das penalidades impostas pela autoridade de trânsito aos condutores que cometem 
infrações é a suspensão do direito de dirigir (art. 256, III, CTB). Trata-se de uma suspensão 
administrativa, já que é aplicada pela autoridade de trânsito do órgão com circunscrição pela via. 
Acontece que não temos apenas essa modalidade de suspensão prevista no CTB. Há também um 
tipo de suspensão aplicada pela autoridade judiciária em decorrência de crimes de trânsito. Esta 
pena é aplicável tanto ao inabilitado quanto ao detentor da habilitação. 
Vamos analisá-las e conhecer suas diferenças! 
 
 
 
 
 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 7 
98 
 
4.1. A SUSPENSÃO ADMINISTRATIVA 
 
A penalidade de suspensão do direito de dirigir (art. 256, III c/c art. 261) será aplicada nos 
casos previstos no CTB, da seguinte forma: 
 
 
→ 06 meses a 01 ano e de 08 meses a 02 anos (se reincidentes) - quando atingir 20 
pontos na CNH 
→ 02 a 08 meses e de 08 a 18 meses (se reincidente) - nas infrações que preveem a 
suspensão sem prazo fixo 
 
4.2. A SUSPENSÃO PENAL 
 
Já a suspensão penal, prevista no art. 293 do CTB (esta interessa para a sua prova!), proporciona 
ao magistrado uma possibilidade maior de sua aplicação, se comparada com a suspensão 
administrativa aplicada pela autoridade de trânsito. 
 
 
 
 
➢ Pela imposição dessa pena, poderá ficar suspenso tanto quem tem o direito de 
dirigir quanto o inabilitado, pelo prazo variável de 02 meses a 05 anos. 
 
 
Quando aplicada essa suspensão, o habilitado tem seu direito de dirigir veículo automotor 
suspenso. O inabilitado (aquele que ainda não tem ou nunca teve CNH) tem proibido o direito de 
obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 8 
98 
Essa suspensão somente pode ser aplicada por um Juiz de Direito, tem natureza jurídica de pena 
restritiva de direito, apenas sendo possível aplicá-la, em regra, após o trânsito em julgado da 
sentença penal condenatória. 
O CTB estabelece que a suspensão penal pode ser aplicada isolada (apenas ela) ou 
cumulativamente (com a pena privativa de liberdade ou com a multa), e com prazo a ser estipu-
lado pela autoridade judiciária, sem nenhuma correlação com os prazos da pena privativa de 
liberdade, devendo, entretanto, o juiz observar um mínimo de 2 meses e um máximo de 5 
anos. 
 
 
 
➢ A suspensão ou a proibição de se obter a habilitação ou a permissão para dirigir não 
mais pode ser aplicada como pena principal (art. 292, CTB)! 
 
 
Como assim, professor?! 
Bom, essa penalidade só aparece expressamente descrita em quatro dos doze crimes tipificados 
no CTB: no de homicídio culposo (art. 302); no de lesão corporal culposa (art. 303); no de 
embriaguez ao volante (art. 306); e no de promoção de competição esportiva (art. 308). Nesses 
crimes, ela aparece de forma cumulativa com as respectivas penas restritivas de liberdade 
(detenção ou reclusão). 
Nenhum dos demais crimes do CTB sequer a prevê como penalidade! E aí, a pergunta: como 
então ela pode ser aplicada de forma isolada professor, já que só aparece junto com outra pena 
nos quatro crimes acima e não é prevista em nenhum dos demais delitos? 
É aí que vem pulo do gato! A restrição será aplicada isoladamente para alguns delitos do CTB 
caracterizados como de menor potencial ofensivo, ou seja, cujas penas restritivas de liberdade não 
tenham prazo máximo de 2 anos. Nesses casos, o juiz poderá oferecer a chamada transação penal 
(art. 76 da Lei nº 9.099/95), que, grosso modo, significa substituir a pena restritiva de liberdade 
por uma restritiva de direitos, como essa que estamos a estudar: suspensão ou a proibição de se 
obter a habilitação ou a permissão para dirigir. 
Beleza? Ah, e mais: diferentemente da suspensão administrativa, o cumprimento da suspensão 
penal está condicionado à soltura do réu; sendo assim, enquanto o condenado estiver 
recolhido em estabelecimento prisional, não há de ser deflagrada a contagem da 
suspensão penal, não havendo esse impedimento na aplicação de sanções administrativas. 
 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 9 
98 
Por exemplo: você foi condenado por um crime de trânsito a 2 anos de reclusão que também 
previa, de forma cumulativa, a suspensão de sua habilitação. O magistrado decidiu que seria de 3 
anos o prazodessa suspensão. Transitada em julgado a sentença, você primeiro cumprirá a pena 
restritiva de liberdade e, somente após a sua soltura, é que começa a contar o prazo de 
cumprimento da suspensão da habilitação. Em tese, você ficará 5 anos (2 de reclusão + 3 de 
suspensão) sem poder conduzir veículos. 
Existe, em caráter de exceção, a previsão no art. 294 do CTB, de que poderá o juiz, como medida 
cautelar, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, ou ainda mediante representação da 
autoridade policial, decretar, em decisão motivada, a suspensão da permissão ou da habilitação 
para dirigir veículo automotor, ou a proibição de sua obtenção em qualquer fase da investigação 
ou da ação penal, havendo necessidade para garantir a ordem pública. 
Nesse caso, o legislador deu ao judiciário a oportunidade de acalmar o clamor público, a 
sensação de impunidade, e também uma maneira de calar a imprensa, e outros meios de 
comunicação, em situações em que a manutenção do direito de dirigir atente contra a 
tranquilidade social. 
E sobre essa penalidade, mais um destaque: 
 
 
 
 
➢ Se o réu for reincidente na prática de crime previsto no CTB Código, o juiz 
aplicará a penalidade de suspensão da permissão ou habilitação para dirigir 
veículo automotor, sem prejuízo das demais sanções penais cabíveis (art. 296). 
 
 
E você sabia que o CTB prevê condições para que esse condutor suspenso volte a dirigir? 
Vamos conhecê-las! 
 
4.3. CONDIÇÕES PARA O SUSPENSO VOLTAR A DIRIGIR 
 
Segundo o art. 261, §2º, do CTB, aquele que for suspenso administrativamente pela autoridade de 
trânsito terá como condição para voltar a dirigir: 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 10 
98 
 
✓ o cumprimento do prazo da suspensão; e 
✓ a participação em curso de reciclagem. 
 
Pois bem, quanto ao suspenso penalmente, deve ser obedecida a regra geral do artigo 160 do 
CTB, regulamentado pela Resolução CONTRAN nº 300/08. Tal regra estabelece que todo 
condenado por delito de trânsito, após sentença definitiva, terá seu documento de habilitação 
apreendido, e só após o cumprimento da decisão judicial e de submissão a novos exames, com a 
devida aprovação neles, será emitido um novo documento de habilitação mantendo-se o mesmo 
registro, sendo necessária também a participação em curso de reciclagem. 
 
 
 
 
➢ Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será intimado a entregar à 
autoridade judiciária, em 48 horas, a Permissão para Dirigir ou a Carteira de 
Habilitação. 
➢ Depois de cumprida a pena o condenado por delito de trânsito não precisa reiniciar 
todo o processo de habilitação, apenas refaz os exames exigidos para primeira 
habilitação, no DETRAN de registro da sua habilitação. 
 
 
Para você não se esquecer das diferenças: 
 
 
 
 
Suspensão Administrativa: 
→ imposta pela autoridade de trânsito; 
→ 06 meses a 01 ano e de 08 meses a 02 anos (se reincidentes) - quando atingir 20 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 11 
98 
pontos na CNH; 
→ 02 a 08 meses e de 08 a 18 meses (se reincidente) - nas infrações que preveem a 
suspensão sem prazo fixo; 
→ cumprido o prazo da suspensão, faz curso de reciclagem e volta a conduzir. 
 
Suspensão Penal: 
→ imposta pelo magistrado 
→ 02 meses a 05 anos 
→ começa a cumprir depois de transitada em julgado a sentença 
→ cumprida a pena de suspensão, faz todos os exames da primeira habilitação 
mantendo-se o primeiro registro + curso de reciclagem. 
 
 
4.3.1. O JUIZ E A FIXAÇÃO DESSA PENA 
 
Caro aluno, aqui temos uma novidade promovida no Código de Trânsito Brasileira pela recente Lei 
nº 13.546/2017 e que trata de requisitos que o magistrado terá 
que seguir quando da fixação da pena para os crimes de trânsito. Segundo o que dispõe o novíssimo 
§4º do art. 291 do CTB: 
 
 
 
➢ O juiz fixará a pena-base segundo as diretrizes previstas no art. 59 do Decreto-Lei 
no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), dando especial atenção à 
culpabilidade do agente E às circunstâncias e consequências do crime. 
 
 
 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 12 
98 
O art. 59 do Código Penal Brasileiro estabelece que o juiz, atendendo à culpabilidade, aos 
antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e 
consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja 
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime: 
✓ as penas aplicáveis dentre as cominadas; 
✓ a quantidade de pena aplicável, dentro dos limites previstos; 
✓ o regime inicial de cumprimento da pena privativa de liberdade; 
✓ a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena, se 
cabível. 
O que exige então esse novo §4º do art. 291 do CTB exige? 
Que esses fatores sejam considerados pelo juiz na fixação da pena-base, só que com especial 
atenção à culpabilidade do agente e às circunstâncias e consequências do crime. 
 
 
 
[UIAPE に AGENTE DE TRANS. TRANSPORTE に PREF. MUN. OLINDA/PE に 2011] Qual a 
duração do prazo estabelecido pela legislação de trânsito, quando da suspensão ou da 
proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor? 
(A) De dois meses a cinco anos. 
(B) De dois meses a quatro anos. 
(C) De três meses a cinco anos. 
(D) De seis meses a quatro anos. 
(E) De seis meses a cinco anos. 
Comentário: 
Questão bem simples, mas que lhe exige o conhecimento sobre a suspensão para quem 
comete crimes de trânsito. A suspensão penal, prevista no art. 293 do CTB, proporciona ao 
magistrado uma possibilidade maior de sua aplicação, se comparada com a suspensão 
administrativa, aplicada pela autoridade de trânsito. 
Quando aplicada essa suspensão, o habilitado tem seu direito de dirigir veículo automotor 
suspenso. O inabilitado (aquele que ainda não é habilitado) tem proibido o direito de obter a 
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Pela imposição dessa pena, poderá 
ficar suspenso tanto quem tem o direito de dirigir quanto o inabilitado, pelo prazo 
variável de 02 meses a 05 anos. 
G;H;ヴキデラぎ LWデヴ; さAざ 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 13 
98 
5. AS MULTAS PREVISTAS NO CTB 
 
O termo multa torna-se relevante em virtude da confusão feita por muitos candidatos, uma vez 
que no CTB existe a previsão de três tipos de multas de naturezas diferentes: 
 
▪ a de natureza CIVIL; 
▪ a de natureza PENAL e; 
▪ a de natureza ADMINISTRATIVA. 
 
Vamos aprender a diferenciá-las! 
 
5.1. A MULTA ADMINISTRATIVA 
 
A multa administrativa é uma sanção a ser imposta pela autoridade de trânsito com 
circunscrição sobre a via onde tenha ocorrido uma infração de trânsito (art. 256, II, CTB). 
Poderíamos defini-la também como uma receita de natureza não tributária de arrecadação 
vinculada, uma vez que tem destino certo, pois o CTB determina que a receita arrecadada com a 
cobrança das multas de trânsito será aplicada, exclusivamente, em sinalização, engenharia de 
tráfego de campo, policiamento, fiscalização e educação de trânsito. 
Cabe ressaltar que 5% do total da receita de multa arrecadada pelo país são destinados ao 
FUNSET (Fundo Nacional de Segurança e Educação para o Trânsito), que é administradopelo 
DENATRAN. 
 
5.2. A MULTA REPARATÓRIA 
 
Essa é uma multa de natureza civil, indenizatória, e exigida no juízo penal. É, na verdade, uma 
antecipação de um ressarcimento imposta pelo juiz da esfera penal, após reclamação da vítima 
ou seus sucessores. 
Para que a multa reparatória se torne exigível, é necessária a ocorrência de um crime de trânsito, 
já que é aplicada no juízo penal, e também um dano material - apenas este é indenizável a título 
de multa reparatória. 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 14 
98 
O destino da multa reparatória é, portanto, diferente do destino da multa administrativa, pois esta 
vai para o Estado e aquela é paga à vítima ou aos seus sucessores. 
Convém ressaltar que o valor da multa reparatória terá como limite o do prejuízo demonstrado no 
processo; porém, se posteriormente a vítima se achar insatisfeita com o valor pago, poderá ainda 
reclamar o mesmo objeto, a mesma indenização, na esfera cível, recebendo evidentemente 
apenas a diferença. 
A forma de pagamento dessa multa está prevista no Código Penal, entre seus arts. 49 e 52, 
devendo ser paga em dia-multa, a ser fixado pelo juiz. A multa deve ser paga dentro de 10 dias 
depois de transitada em julgada a sentença. 
A requerimento do condenado e conforme as circunstâncias, o juiz pode permitir que o 
pagamento se realize em parcelas mensais, inclusive mediante desconto no vencimento ou 
salário, sendo que o desconto não deve incidir sobre os recursos indispensáveis ao sustento 
do condenado e da sua família. 
 
5.3. A MULTA PENAL 
 
A pena de multa, também conhecida como pena pecuniária, é uma sanção penal que consiste na 
imposição ao condenado da obrigação de pagar ao Fundo Penitenciário determinada quantia em 
dinheiro, calculada na forma de dias-multa, atingindo o patrimônio do condenado. 
O CTB prevê que a pena de multa pode ser cominada e aplicada cumulativamente com a pena 
privativa de liberdade ou ainda de forma alternativa com a pena de prisão (art. 292). 
Quando a multa é punição única (comum na lei de contravenções penais), ou nos casos em que ela 
se encontra cumulada com a pena de prisão, ao magistrado, no caso de condenação, será 
obrigatória a sua aplicação, sob pena de ferir o princípio da legalidade ou da inderrogabilidade da 
pena. 
Nos casos em que a pena de multa estiver prevista de forma alternativa com a pena privativa de 
liberdade, o juiz terá uma discricionariedade para escolher entre uma ou outra, conforme seja 
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime. 
 
6. CRIMES DE DANO E DE PERIGO NO CTB 
 
Para entendermos melhor a dinâmica dos crimes de trânsito, é preciso entender os conceitos de 
crimes de dano e de crimes de perigo (abstrato e concreto). 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 15 
98 
Crime de dano é aquele que não se consuma apenas com o perigo, pois é necessário que ocorra 
uma efetiva destruição a um bem jurídico penalmente protegido. Na legislação de trânsito, mais 
especificamente no capítulo dos crimes de trânsito, encontramos como crimes de dano apenas os 
culposos, previstos nos artigos 302 e 303. São eles os crimes de homicídio culposo e lesão corporal 
culposa. 
Crime de perigo é aquele que se consuma com o simples perigo criado para o bem jurídico. Divide-
se em crime de perigo em concreto ou em abstrato. 
O crime de perigo concreto é aquele que precisa ser comprovado, isto é, deve ser demonstrada a 
situação de risco corrida pelo bem juridicamente protegido. Exemplos desse crime são ラ さIヴキマW 
de excesso de veノラIキS;SWざ W ラ SW さデヴ>ミゲキデラ Iラマ ┗WケI┌ノラゲ ゲラHヴW I;ノN;S;ゲざく Nラゲ IヴキマWゲ SW ヮWヴキェラ 
em abstrato, a situação de perigo não precisa ser provada, pois a lei contenta-se com a simples 
prática da ação que pressupõe perigosa. 
Os crimes de perigo estão previstos nos artigos 304 ao 312, ora de perigo em concreto, ora de 
perigo em abstrato, em ambos os casos sempre dolosos. Você entenderá melhor essas diferenças 
quando tratarmos individualmente cada um dos crimes previstos. 
 
7. CIRCUNSTÂNCIAS AGRAVANTES E AUMENTATIVAS DE PENA 
 
O CTB traz algumas condutas que, caso praticadas por alguém na condução de veículo, agravam as 
penas impostas aos crimes de trânsito. Algumas dessas circunstâncias, além de agravarem a pena, 
também aumentam o tempo máximo estabelecido para determinados crimes no CTB. 
Quando eu digo que alguma circunstância agrava a pena de um crime, eu quero dizer que o 
magistrado (o juiz), ao aplicar a sentença condenatória por determinado crime de trânsito e 
observar que uma dessas circunstâncias estava presente no ato do crime, ele tenderá a não aplicar 
a pena mínima e, sim, a depender do caso, aplicará a pena máxima ou a mais próxima dela. 
Quando eu digo que alguma circunstância é aumentativa de pena de um crime, eu quero dizer que 
a pena restritiva de liberdade 
 prevista para aqueles tipos penais será aumentada de um terço à metade. 
Se, por exemplo, um crime de trânsito prevê a pena máxima de 04 anos, em havendo circunstância 
aumentativa de pena no cometimento desse crime, o juiz poderá decidir em sua sentença por 
aplicar uma pena de até 06 anos! 
 
 
 
 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 16 
98 
 
 
 
 
➢ As circunstâncias AUMENTATIVAS de pena aplicam-se apenas aos crimes de 
homicídio culposo (art. 302) e de lesão corporal culposa (art. 303). 
➢ As circunstâncias AGRAVANTES aplicam-se a TODOS os delitos. 
 
 
Aí você me pergunta: e quais são então as circunstâncias agravantes de pena estabelecidas pelo 
CTB? 
A resposta você encontra no art. 298 do nosso querido Código, que assim estabelece: 
 
 
 
 
✓ com dano potencial para duas ou mais pessoas ou com grande risco de grave dano 
patrimonial a terceiros; 
✓ utilizando o veículo sem placas, com placas falsas ou adulteradas; 
✓ sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; 
✓ com Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação de categoria diferente da do 
veículo; 
✓ quando a sua profissão ou atividade exigir cuidados especiais com o transporte de 
passageiros ou de carga; 
✓ utilizando veículo em que tenham sido adulterados equipamentos ou características 
que afetem a sua segurança ou o seu funcionamento de acordo com os limites de 
velocidade prescritos nas especificações do fabricante; 
✓ sobre faixa de trânsito temporária ou permanentemente destinada a pedestres. 
 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 17 
98 
 
E as aumentativas de pena, professor? 
De todas as circunstâncias acima citadas, apenas três delas são aumentativas de pena. Não é 
necessário que você tente decorá-las, pois se você der uma lida cuidadosa em cada uma, 
perceberá que há algumas que, pela sua gravidade, destacam-se frente às outras. São situações 
aumentativas de pena, ter o condutor cometido crime (art. 302, parágrafo único): 
 
 
 
 
✓ sem possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; 
(fácil de imaginar o quão sério é alguém cometer um crime de trânsito sem sequer 
possuir habilitação, não é mesmo?) 
✓ no exercício de sua profissão ou atividade estiver conduzindo veículos de transporte 
DE PASSAGEIROS; 
(Como agravante de pena, tanto faz ser condutor que exerce atividade remunerada de 
veículo de carga e de passageiros.Agora, essa agravante não será aplicada para 
motoristas de veículos de transporte de PASSAGEIROS nos casos de lesão corporal ou 
homicídio culposo, pois ela é uma situação aumentativa de pena.) 
✓ sobre faixa de pedestres ou na calçada; 
(cometer crime de trânsito em faixa de pedestre você há de concordar comigo que é, 
sem dúvida nenhuma, boa razão para se aumentar a pena!!) 
✓ deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do 
acidente. 
(Bom, você deve ter estranhado esse item aparecer apenas como aumentativo de pena 
e não ser sequer um agravante. É isso mesmo! Esse é o único dos itens que só é 
aumentativo de pena. As razões são bastante óbvias!!) 
 
 
As agravantes deverão ser consideradas na 2ª fase da fixação da pena (art. 68 do Código Penal) 
em relação às penas privativas de liberdade, multa e de suspenso ou proibição de se obter a 
permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor. 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 18 
98 
Saiba ainda que as circunstâncias agravantes não serão consideradas quando constituírem 
elementar, qualificadora ou causa de aumento de pena do delito em espécie. Caso contrário, 
haveria bis in idem. 
E antes de tratarmos dos crimes, mais uma informação importante: 
 
 
 
 
➢ Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, 
não se imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se prestar pronto e 
integral socorro àquela (art. 301). 
 
 
E para fecharmos essa Parte Geral dos crimes de trânsito, vamos exercitar! 
 
 
 
 
[CESPE に POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL に 2008] De acordo com o CTB, assinale a opção 
correta acerca das ações penais por crimes cometidos na direção de veículos automotores. 
(A) Em nenhuma hipótese se admite a aplicação aos crimes de trânsito de disposições 
previstas na lei que dispõe sobre os juizados especiais criminais. 
(B) A suspensão ou a proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo 
automotor pode ser imposta como penalidade principal, mas sempre de forma isolada, sendo 
vedada a aplicação cumulativa com outras penalidades. 
(C) A penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a permissão ou a habilitação para 
dirigir veículo automotor tem a duração de dois anos. 
(D) Transitada em julgado a sentença condenatória, o réu será intimado a entregar à 
autoridade judiciária, em 24 horas, a permissão para dirigir ou a CNH. 
(E) Ao condutor de veículo, nos casos de acidentes de trânsito de que resulte vítima, não se 
imporá a prisão em flagrante, nem se exigirá fiança, se ele prestar pronto e integral socorro 
àquela. 
Comentário: 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 19 
98 
Item A - Essa é uma das primeiras e mais importantes informações que você deve ter ao 
estudar os crimes de trânsito: 
O CTB, em seu primeiro artigo da Parte Geral dos Crimes de Trânsito, o art. 291, estabelece 
que aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, nele previstos, aplicam-se 
subsidiariamente as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal, bem 
como a Lei nº 9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais Criminais), no que couber. 
Daí você já percebe que as consequências sofridas por quem comete crimes no trânsito não 
se esgotam apenas nas disposições do referido Código. 
A depender da gravidade e dos agravantes, o infrator pode também ser submetido às 
imposições do Código Penal e do Código Processual Penal, assim como da Lei nº 9.099/95 
(Leis dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais). O item em estudo afirma exatamente o 
contrário do que nos ensina o Código. (Errado) 
Item B - Vimos que, pela imposição dessa pena, poderá ficar suspenso tanto quem tem o 
direito de dirigir quanto o inabilitado, pelo prazo variável de 02 meses a 05 anos. 
✓ O habilitado tem seu direito de dirigir veículo automotor SUSPENSO. 
✓ O inabilitado (aquele que ainda não é habilitado) tem PROIBIDO o direito de obter a 
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. 
Com as mudanças promovidas no art. 292 do CTB pela Lei nº 12.971/14, a suspensão 
penal pode ser aplicada ISOLADA (apenas ela) ou CUMULATIVAMENTE (com a pena privativa 
de liberdade ou com a multa) e com prazo a ser estipulado pela autoridade judiciária, sem 
nenhuma correlação com os prazos da pena privativa de liberdade. 
O item erra, portanto, duas vezes: ao afirmar que a suspensão ou a proibição de se obter a 
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor pode ser imposta como penalidade 
principal; e ao asseverar que tal pena terá que ser imposta sempre de forma isolada, sendo 
vedada a aplicação cumulativa com outras penalidades. Acabamos de ver que ela pode sim 
ser aplicada de forma cumulativa! (Errado) 
Item C に Errado! Para a aplicação da penalidade de suspensão ou de proibição de se obter a 
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor, o juiz deve observar um prazo 
variável de no mínimo 2 meses a um máximo de 5 anos. Não é um prazo fixo de 2 anos! 
(Errado) 
Item D に Cuidado com esses prazos! Transitada em julgado a sentença condenatória e tendo 
sido aplicada pena de suspensão da habilitação para dirigir veículo automotor, o réu será 
intimado a entregar à autoridade judiciária, em 48 horas, a Permissão para Dirigir ou a 
Carteira de Habilitação. O item fala em um prazo de 24 horas. As bancas gostam muito de 
trocar esse prazo! (Errado) 
Item E - Exatamente! Se você for envolvido em algum acidente e dele resultar alguma vítima, 
caso preste pronto e integral socorro a ela, estará livre de ser preso em flagrante ou de pagar 
fiança. Essa é a disposição estabelecida pelo art. 301 do CTB. (Certo) 
G;H;ヴキデラぎ LWデヴ; さEざ 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 20 
98 
Pronto. Estudada a parte geral sobre os crimes de trânsito, chegou a hora de conhecermos os 
crimes em espécie, analisando-os à luz do que regula o CTB e, sempre que possível, as posições 
doutrinárias e jurisprudenciais pertinentes. 
Atenção a essa importantíssima parte do seu estudo, ok?! 
 
II に OS CRIMES DE TRÂNSITO - PARTE ESPECÍFICA 
 
8. OS CRIMES DE TRÂNSITO 
 
Neste tópico, vamos estudar quais são os crimes de trânsito tipificados no CTB e quais são suas 
principais peculiaridades para fins de provas de concursos. 
Estudaremos artigo por artigo, crime por crime, mas antes, precisamos fazer algumas 
considerações doutrinárias, dando especial destaque às importantes mudanças trazidas pela Lei 
11.705/08 (A Lei Seca) para este tema. 
Para começar, vamos voltar ao disposto no primeiro artigo da PARTE GERAL do capítulo XIX do CTB 
(crimes de trânsito). 
 
Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos neste Código, 
aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código de Processo Penal; se este Capítulo 
não dispuser de modo diverso, bem como a Lei nº 9,099 de 26 de setembro de 1995, no que 
couber. 
 
A Lei nº 9.099/95 acima citada trata dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais (JEC). Logo em breve 
você entenderá o porquê de sua relevância para o tema. 
Bom, a persecução penal, ou seja, os caminhos processuais a serem seguido pelos crimes de 
trânsito são dois: 
 
✓ ou lavra-se um termo circunstanciado e encaminha-se o réu para o JEC 
(Juizado Especial Criminal), 
✓ ou é instaurado um inquérito policial e o réu é encaminhado para a Vara 
Criminal. 
 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus SantosAula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 21 
98 
Importante você saber que os crimes de trânsito são, em sua maioria, crimes de menor potencial 
ofensivo, que pedem procedimento sumário, no mais das vezes, dispensando, inclusive, o 
procedimento preparatório do inquérito policial. Como eu já ventilei anteriormente, a Lei nº 
9.0999/95 assim define: 
 
 
 
➢ Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo as contravenções 
penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 02 anos, 
cumulada ou não com multa. 
 
 
Pois bem, fica fácil você entender que os crimes de menor potencial, por agredirem menos a 
sociedade, não necessitam de um procedimento preparatório do processo mais detalhado, como 
no inquérito policial. No termo circunstanciado a materialidade é reduzida a termo, e uma vez 
assinada pelo indiciado, tem-se a consignação de materialidade e autoria do delito, sendo, 
portanto, dispensável o inquérito policial. 
Em crimes de menor potencial, portanto, o processo perante o Juizado Especial orientar-se-á pelos 
critérios da oralidade, informalidade, economia processual e celeridade, objetivando, sempre que 
possível, a reparação dos danos sofridos pela vítima e a aplicação de pena não privativa de 
liberdade. 
 
 
 
 
➢ TODOS os crimes de trânsito são crimes de menor potencial ofensivo, exceto: 
▪ o HOMICÍDIO CULPOSO na direção de veículo automotor (art. 302 do CTB); 
▪ o crime de EMBRIAGUEZ AO VOLANTE (art.306 do CTB) e; 
▪ o crime de RACHA (art. 308 do CTB) e; 
▪ em alguns casos (estudaremos esses casos em detalhes), a LESÃO CORPORAL 
CULPOSA. 
 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 22 
98 
Vamos então aos crimes propriamente ditos e aos seus desdobramentos: 
 
1.1. HOMICÍDIO CULPOSO (ART. 302) 
 
Art. 302. Praticar HOMICÍDIO CULPOSO na direção de veículo automotor. 
Penas - detenção, de 02 a 04 anos, e suspensão ou proibição de se obter a 
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. 
§ 1o No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é 
aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o agente: 
I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação; 
II - praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada; 
III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do 
acidente; 
IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de 
transporte de passageiros. 
 
 
A primeira informação que considero relevante sobre esse crime é que ele é o único no CTB que 
trata de homicídio. Para o crime se configurar, deve ser praticado na direção de veículo e o 
veículo tem que ser automotor. Grave bem essa informação! 
Além disso, já te adianto que você não há tipificação no CTB de crime de homicídio doloso. Já 
citamos, inclusive, que esse é um dos dois únicos crimes na modalidade culposa tipificados no 
Código. 
Mas professor, e nos casos em que a pessoa atropela alguém propositadamente?? Não responderá 
por homicídio doloso?? 
Responderá sim, mas não por crime tipificado como tal no CTB e, sim, no Código Penal Brasileiro 
(art. 121). 
Outro detalhe importante é que esse é o único dos crimes do CTB que tem pena restritiva de 
liberdade com duração máxima de até 04 anos. Anota aí! Perceba também que não temos a 
pena de multa prevista para esse crime. 
E não se esqueça, vou reforçar, de que nesse crime a pena é aumentada de um terço à metade, se 
o agente se enquadrar em uma daquelas situações aumentativas por nós já estudadas! 
Agora, atenção, muita atenção para a mais recente mudança promovida pela Lei nº 13.546/2017 
nesse art. 302! 
Ela inseriu o importantíssimo §2º nesse artigo, cuja redação é a seguinte: 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 23 
98 
 
 
 
Art. 302. (...) 
§ 2º Se o agente conduz veículo automotor sob a influência de álcool ou de 
qualquer outra substância psicoativa que determine dependência: 
Penas - reclusão, de 05 a 08 anos, e suspensão ou proibição do direito de se obter a 
permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. 
 
Com esse novo dispositivo, reinaugura-se o homicídio culposo qualificado, com punição mais 
severa para aqueles que cometem homicídio culposo na condução de veículo automotor, 
estando sob influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa. A privativa de 
liberdade passar a ser de reclusão e o quantum de pena para 05 a 08 anos! 
Quais são as consequências práticas dessa mudança para fins de prova? 
Anota aí: 
 
 
 
1. Com esse quantum de pena (5 a 8 anos), não se permitirá a fixação de fiança 
pelo Delegado de Polícia. 
2. Não há que se falar em absolvição do crime do art. 306 (embriaguez ao volante) 
pelo do art. 302 (homicídio culposo na direção), no caso de alguém que dirige 
embriagado cometer homicídio culposo na direção do veículo automotor. 
 
Isso é bom de prova, hein! 
Veja então como o homicídio do art. 302 foi cobrado: 
 
 
 
 
 
 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 24 
98 
 
 
 
 
[CESPE に CABO SELEÇÃO INTERNA に PM/DF - 2003] José e Geraldo, maiores de idade que 
não possuem habilitação para dirigir, resolveram participar de um racha com os 
automóveis de seus pais, sem o conhecimento deles. Durante o racha, realizado na avenida 
principal da cidade em que residem, o veículo conduzido por Geraldo, que não utilizava 
cinto de segurança, desgovernou-se e atropelou Maria, que ficou gravemente ferida. 
Desesperados com o ocorrido, os dois jovens fugiram sem prestar socorro à vítima, que 
faleceu no hospital algumas horas após identificar as placas dos veículos conduzidos por 
José e Geraldo. Com relação à situação hipotética apresentada acima, julgue o item a 
seguir, à luz do CTB. 
Se, após o devido processo legal, Geraldo for condenado por homicídio culposo pela morte 
de Maria, a pena será aumentada de, no mínimo, dois terços. 
Comentário: 
Na situação hipotética da questão, teríamos um caso de homicídio culposo em via pública, 
típico crime de trânsito, com a aumentativa de pena por ter deixado de prestar socorro à 
vítima do acidente, quando aparentemente era possível fazê-lo sem risco pessoal. (art. 302, 
caput c/c §1º, inciso IV). 
Tal circunstância, acabamos de estudar, aumentaria a pena restritiva de liberdade de um 
terço à metade. A questão, portanto, já estaria errada ao afirmar que a pena de Geraldo seria 
aumentada de, no mínimo, dois terços. 
Bom, mas para os dias atuais, após as mudanças no CTB promovidas pela Lei nº 12.971/14, 
essa questão está desatualizada, pois por ter atropelado Maria quando da prática de um 
racha, Geraldo cometeu o crime do art. 308 (crime de racha), qualificado com o resultado 
morte (§2º do mesmo artigo), o que agravaria por demasiado sua situação. Essa qualificadora 
do crime de racha, a estudaremos logo mais na frente, assim dispõe: 
§ 2o Se da prática do crime previsto no caput (crime de racha) resultar MORTE, e as circunstâncias 
demonstrarem que o agente não quis o resultado nem assumiu o risco de produzi-lo, a pena privativa 
de liberdade é de reclusão de 5 (cinco) a 10 (dez) anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste 
artigo. 
Como a questão deixa a entender que Geraldo não quis o resultado nem assumiu o risco de 
produzi-lo, sua conduta poderá perfeitamenteser enquadrada nessa qualificadora aí, o que, 
de qualquer modo, não alteraria o gabarito da questão, que continuaria errada. Beleza? 
Gabarito: Errado 
 
 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 25 
98 
 
1.2. LESÃO CORPORAL CULPOSA 
 
 
Art. 303. Praticar LESÃO CORPORAL CULPOSA na direção de veículo 
automotor. 
Penas - detenção, de 06 meses a 02 anos e suspensão ou proibição de se 
obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. 
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se ocorrer 
qualquer das hipóteses do § 1o do art. 302. 
 
Estamos diante de mais um dos dois únicos crimes de natureza culposa tipificados no CTB. Assim 
como o crime anterior, ele só será configurado se for praticado na direção de um veículo e de um 
veículo automotor. 
Quero chamar sua especial atenção para disposições específicas do CTB e da Lei nº 11.705/08 
sobre esse crime o qual, com a referida Lei, tomou desdobramentos mais complexos, interessantes 
e, diga-se de passagem, bons de prova! 
Vamos analisar os desdobramentos para as diversas variações do crime de lesão corporal culposa 
tipificado no CTB: 
 
1.2.1. LESÃO CORPORAL CULPOSA SEM OS BENEFÍCIOS DA LEI 9.099/95 
 
Começamos pela análise do disposto no § 1º, do art. 291, do CTB: 
 
Art. 291. (...) 
§ 1º Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 
88 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, exceto se o agente estiver: 
I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência; 
II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição 
ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade 
competente; 
III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinquenta 
quilômetros por hora). 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 26 
98 
§ 29 Nas hipóteses previstas no § 1º deste artigo, deverá ser instaurado inquérito policial 
para a investigação da infração penal. 
 
Vamos entender! 
Preste bastante atenção no parágrafo primeiro do artigo acima transcrito! Ele cita os arts. 74, 76 e 
88 da Lei nº 9.099/95. Por que esses artigos especificamente? 
Vamos responder a essa pergunta mostrando as correlações deles com o crime de lesão corporal 
culposa praticado na direção de veículo automotor. 
Veja: 
 
Lei nº 9.099/95: 
Art. 74. A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz 
mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente. 
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública 
condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou 
representação. 
 
A composição civil de danos trata-se da possibilidade de acordo homologado por juiz entre a 
vítima e o réu, tendo esse acordo eficácia de título a ser executado e também acarretando, 
portanto, a renúncia ao direito de queixa ou representação. 
Para crimes de menor potencial ofensivo, o réu, de acordo com esse artigo, pode ser beneficiado 
com essa possibilidade de fazer um acordo com a vítima, esse acordo ser homologado pelo juiz e 
ter então a queixa ou representação retirada. 
 
Lei nº 9.099/95: 
Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, 
não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de 
pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta. 
§ 1º Nas hipóteses de ser a pena de multa a única aplicável, o Juiz poderá reduzi-la até a 
metade. 
§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado: 
I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, 
por sentença definitiva; 
II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena 
restritiva ou multa, nos termos deste artigo; 
III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os 
motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida. 
§ 3º Aceita a proposta pelo autor da infração e seu defensor, será submetida à apreciação do 
juiz. 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 27 
98 
 § 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o juiz aplicará a 
pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada 
apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos. 
 § 5º Da sentença prevista no parágrafo anterior caberá a apelação referida no art. 82 desta Lei. 
 § 6º A imposição da sanção de que trata o § 4º deste artigo não constará de certidão de 
antecedentes criminais, salvo para os fins previstos no mesmo dispositivo, e não terá efeitos 
civis, cabendo aos interessados propor ação cabível no juízo cível. 
 
O que essas regras querem nos dizer? 
Que nos crimes considerados de menor potencial ofensivo, pode o Ministério Público negociar 
com o acusado sua pena. Ou seテ;が Y ┌マ さHWマ Hラノ;Sラざ WミデヴW ; ;I┌ゲ;N?ラ W ; SWaWゲ;が ヮ;ヴ; W┗キデ;ヴ ケ┌W 
o processo corra, poupando o réu (e o Estado também) de todas as cargas consequentes (sociais, 
psicológicas, financeiras etc.). 
É a famosa transação penal, que deve ser proposta antes do oferecimento da denúncia. A 
aceitação da proposta não pode ser considerada reconhecimento de culpa ou de responsabilidade 
civil sobre o fato, não pode ser utilizada para fins de reincidência e não consta de fichas de 
antecedente criminal. O fato só é registrado para impedir que o réu se beneficie novamente do 
instituto antes do prazo de 05 anos definidos na lei. 
As propostas podem abranger só duas espécies de pena: multa e restritiva de direitos. A primeira 
é obviamente pecuniária, a segunda pode ser prestação de serviços à comunidade, impedimento 
de comparecer a certos lugares, proibição de gozo do fim de semana etc., depende da criatividade 
dos promotores (que atualmente só conhecem o pagamento de cesta básica). 
 
Lei nº 9.099/95: 
Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de 
representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas. 
 
Há quatro tipos de ação no Processo Penal brasileiro: a ação penal pública incondicionada, a ação 
penal pública condicionada à representação, a ação penal de iniciativa privada e a ação penal 
privada subsidiária da pública. 
O art. 88, da Lei nº 9.099/95, nos traz a ação penal pública condicionada à representação da 
vítima. Segundo deixa bem claro esse dispositivo, os crimes de lesões corporais leves e de lesão 
corporal culposa (esse que estamos a tratar!), dependerão da representação da vítima para 
instauração do inquérito policial ou para o oferecimento da denúncia, caso o inquérito seja 
desnecessário por já haver provas suficientes. 
Olhando agora para esses três dispositivos e fazendo um resumo bem prático, temos que a Lei 
nº 9.099/95 nos traz os seguintes benefícios para aqueles que cometem crimes de menor 
potencial ofensivo: 
 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 28 
98 
 
 composição civilde danos 
 transação penal 
 ação penal pública condicionada à representação 
 
Em termos práticos, o que isso significa então professor? 
Significa que quem comete o crime de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, via 
de regra, tem grande possibilidade de ter o direito a tais benefícios. Digo "via de regra", porque 
esse indivíduo pode perder essas prerrogativas caso cometa o crime, tendo sido o delito praticado 
em determinadas situações. E que situações são essas? Aquelas previstas no §1º do art. 291, 
abaixo transcritas: 
 
 
 
 
Ter cometido o crime: 
➔ sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine 
dependência; 
➔ participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de 
exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor não 
autorizada pela autoridade competente; 
➔ transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50km/h. 
 
 
Antes de qualquer coisa, não confunda: tais situações em nada têm a ver com aquelas agravantes e 
aumentativas de pena que aqui estudamos! 
As do quadro acima são aquelas situações que, cometidas conjuntamente com o crime de lesão 
corporal culposa na direção de veículo automotor, fazem com que o réu perca os direitos à 
composição civil, à transação penal e a ação penal condicionada a representação. Não esqueça! 
Importante ressaltar que o crime continua sendo de menor potencial ofensivo, ainda que 
combinado com as circunstâncias acima. O processo ainda ocorrerá no JEC (Juizado Especial 
Criminal), porém não será lavrado termo circunstanciado e passará NECESSARIAMENTE por 
inquérito policial. 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 29 
98 
 
 
 
[CESPE に ANALISTA DE TRÂNSITO に DETRAN/DF に 2009] Considere que Gustavo conduza o 
seu veículo à velocidade de 110 km/h, quando a sinalização do local aponta como limite 
máximo a velocidade de 50 km/h e, de forma culposa, tenha atropelado Maria, que teve 
lesão corporal leve. Nesse caso, Gustavo deverá responder por crime de lesão corporal 
culposa, desde que haja representação da vítima. 
Comentário: 
Gustavo conduz o seu veículo à velocidade de 110 km/h, quando a sinalização do local aponta 
como limite máximo a velocidade de 50 km/h. Veja que ele está transitando com velocidade 
de 60 km/h a mais do que a permitida pela via. Ao atropelar Maria de forma culposa, ele de 
fato cometeu o crime de lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, tipificado 
no art. 303 do CTB. 
E o pior: por atropelar alguém transitando em velocidade superior à máxima permitida da via 
em 50 km/h, Gustavo perde, conforme vimos, os direitos à composição civil e à transação 
penal além do que a ação penal passará a ser incondicional à representação. A assertiva erra, 
portanto, ao afirmar que, nesse caso haveria a necessidade de representação da vítima. 
Gabarito: Errado 
 
 
1.2.2 LESÃO CORPORAL CULPOSA COM AUMENTATIVO DE PENA 
 
Vamos pensar agora em duas situações: 
 
→ Situação 1: 
Imaginemos que alguém cometera o crime de lesão corporal culposa na direção de determinado 
veículo automotor. Ao cometer o crime, não estava sob influência de álcool, nem disputando 
corrida com outro veículo, muito menos transitando com velocidade superior à máxima para a via 
em 50 km/h. 
Acontece que esse motorista praticou o crime em faixa de pedestres, e o pior: deixou de prestar 
socorro à vítima. O que temos nessa situação? Duas situações aumentativas de pena. Sendo 
situações aumentativas de pena, a pena máxima prevista para esse crime (que é de 02 anos) ficará, 
segundo o que dispõe o parágrafo único do art. 303, aumentada de um terço à metade e, por 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 30 
98 
consequência, o crime deixa de ser de menor potencial ofensivo e passa a ser de maior potencial 
ofensivo. 
Nesses casos, não há que se falar em procedimento sumário, devendo necessariamente ocorrer o 
inquérito policial e o respectivo processo em vara criminal. Mesmo assim, por força do que 
acabamos de estudar sobre as regras do § 1º do art. 291, esse réu terá ainda o direito de gozar das 
prerrogativas estabelecidas pelos artigos 74, 76 e 88 da Lei nº 9.099/95. Ou seja, mesmo tendo 
cometido o crime sob uma das circunstâncias aumentativas de pena, terão direito à composição 
civil, à transação penal e que a ação penal seja condicionada a representação, obedecidos os 
demais requisitos estabelecidos na Lei nº. 9.099/95, obviamente. 
 
→ Situação 2: 
Vamos supor que o mesmo motorista da situação 1 tenha cometido o crime de lesão corporal 
culposa em faixa de pedestre (situação aumentativa de pena), estando ele ainda sob a influência 
de álcool. 
Aí, meu amigo, o rapaz estará bem enroladão, porque vai responder a processo criminal, perderá o 
direito à composição civil de danos, à transação penal e a ação penal pública será incondicionada à 
representação. 
Sigamos em frente! 
 
1.2.3. LESÃO CORPORAL COM APLICAÇÃO DA LEI Nº 9.099/95 NA ÍNTEGRA 
 
Esse é o caso mais simples! 
Sempre que o agente praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor em situações 
diferentes das especificadas acima, a lesão corporal culposa será considerada um crime de menor 
potencial ofensivo, com a aplicação da Lei nº 9.099/95 na íntegra (bastará termo 
circunstanciado; terá direito à transação penal, à composição civil de danos; a ação será 
condicionada à representação; e etc.). 
Tranquilo? 
Bom, antes de continuar a estudar os outros crimes, sugiro que você, caro aluno, dê mais uma 
revisada no que acabamos de mostrar, pois é muito importante para sua prova que tenha 
consolidado esse conhecimento sobre as nuances do crime de LESÃO CORPORAL CULPOSA na 
direção de veículo automotor, art. 303 do CTB. 
E agora vamos ver como esse delito foi cobrado: 
 
 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 31 
98 
E quer saber de mais uma coisa sobre esse crime? 
Ele também recebeu um novo §2º pela Lei nº 13.546/2017, cuja redação é a seguinte: 
 
 
 
 
Art. 303 (...) 
§ 2o A pena privativa de liberdade é de reclusão de 02 a 05 anos, sem 
prejuízo das outras penas previstas neste artigo: 
se o agente conduz o veículo com capacidade psicomotora alterada em 
razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que 
determine dependência; E 
se do crime resultar lesão corporal de natureza grave ou gravíssima. 
 
Com esse novo dispositivo, inaugura-se a lesão corporal culposa qualificada, com punição mais 
severa para aqueles que cometem homicídio culposo na condução de veículo automotor, 
estando sob influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa E CAUSEM LESÃO 
CORPORAL DE NATUREZA GRAVE OU GRAVÍSSIMA. 
Observe que as duas condições têm que ser observadas para a qualificadora ser consumada, ok? 
A privativa de liberdade passa a ser de reclusão e o quantum de pena para 02 a 05 anos. 
Quais são as consequências práticas dessa mudança para fins de prova? 
Anota aí: 
 
 
 
1. Com esse quantum de pena (2 a 5 anos), não se permitirá a fixação de fiança 
pelo Delegado de Polícia. 
2. Com essa mudança, não existe mais concurso entre os crimes de lesão corporal 
e o de embriaguez ao volante. 
3. Uma mudança substancial que teve, foi a figura da lesão corporal de natureza 
grave ou gravíssima (§§ 1º e 2º do art. 129 do CP). 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação deTrânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 32 
98 
4. Antes entendia, que se num caso concreto ocorresse lesão corporal grave ou 
gravíssima na direção de veículo automotor, aplicava-se a pena do caput do art. 
303 do CTB, o que acarretava desproporcionalidade, haja vista que nesses 
delitos, em virtude de sua gravidade, seriam aplicados uma pena igual ao da 
lesão simples. 
 
Mais uma que é boa de prova! 
Sigamos! 
 
1.3. CRIME DE OMISSÃO DE SOCORRO (ART. 304) 
 
 
Art. 304. DEIXAR O CONDUTOR DO VEÍCULO, na ocasião do acidente, de 
PRESTAR IMEDIATO SOCORRO À VITIMA, ou, não podendo fazê-lo diretamente, 
por justa causa, DEIXAR DE SOLICITAR AUXILIO DA AUTORIDADE 
PÚBLICA: 
Penas - detenção, de 06 meses a 01 ano OU multa, se o fato não 
constituir elemento de crime mais grave. 
Parágrafo único. Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo ainda 
que a sua omissão seja suprida por terceiros ou que se trate de vítima com morte 
instantânea ou com ferimentos leves. 
 
Quanto ao crime de omissão de socorro, não há muito o que se falar, com exceção de dois 
detalhes importantes: 
 
1) mesmo que a vítima tenha morrido instantaneamente ao acidente ou tenha 
apenas tido ferimentos leves, o motorista ainda assim responderá pelo crime. 
Tais situações, por não ensejarem necessidade de socorro, não tornam atípica a 
conduta do motorista, ok? 
2) a pena pode ser a de detenção OU a de multa, certo? A multa, nesse caso, não 
será cumulativa. Não esqueça! 
 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 33 
98 
 
1.4. CRIME DE AFASTAR-SE DO LOCAL (ART. 305) 
 
 
Art. 305. AFASTAR-SE o condutor do veículo DO LOCAL DO ACIDENTE, para 
fugir à responsabilidade penal ou civil que lhe possa ser atribuída: 
Penas - detenção, de 06 meses a 01 ano, OU multa. 
 
Não se pode confundir o delito acima exposto com o de omissão de socorro do artigo anterior, 
uma vez que aqui o bem jurídico tutelado é a administração da justiça (querer burlar a apuração 
do delito ou coisa parecida). Na omissão de socorro, por sua vez, o bem jurídico tutelado é a vida, a 
saúde ou a integridade física. 
Dessa forma, existe a possibilidade de se cometer o crime de afastar-se do local, em acidente com 
vítima, sem, contudo, cometer a omissão de socorro. Basta que, por exemplo, o condutor 
envolvido leve a vítima até um hospital e lá a deixe sem se identificar para fugir da 
responsabilidade penal. 
Ainda que, em um primeiro momento, não tenha ocorrido crime, como no caso de acidentes 
envolvendo apenas danos materiais, é possível que o condutor que fuja do local do acidente seja 
responsabilizado com fulcro no artigo acima, se o seu objetivo é fugir da responsabilidade pela 
batida, ou melhor, de impedir que a justiça ocorra. 
Beleza? 
Agora vamos para um dos mais importantes crimes tipificados no CTB: o de embriaguez ao volante, 
art. 306. 
Muita atenção a ele! 
 
 
 
 
 
 
 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 34 
98 
 
1.5. CRIME DE EMBRIAGUEZ AO VOLANTE (OU DE ALTERAÇÃO DA CAPACIDADE 
PSICOMOTORA AO VOLANTE) 
 
 
 
 
 
Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada EM 
RAZÃO DA INFLUÊNCIA de álcool ou DE OUTRA SUBSTÂNCIA PSICOATIVA 
QUE DETERMINE DEPENDÊNCIA: 
Penas: detenção de 06 meses a 03 anos, multa e suspensão ou proibição de 
se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. 
 
Como eu disse, estamos diante de um dos principais, senão o principal, crime de trânsito para as 
organizadoras de prova, justamente por toda a polêmica em torno dele. Vamos tentar entendê-lo 
direitinho! 
Graças ao nosso bom Deus, este artigo vem sofrendo alterações significativas nos últimos anos, 
sempre no intuito de diminuir o espantoso número de acidentes e mortes no trânsito de nosso 
país, provocados pela embriaguez ao volante. 
Comecemos nossa análise por aquelas alterações promovidas pela Lei Federal nº 11.705/08, a tão 
famosa e conhecida Lei Seca. Com o advento dessa norma, o crime de embriaguez deixou de ser 
um crime de perigo em concreto para ser um crime de perigo em abstrato. 
Como assim, professor? 
Antes, para consumação do delito, era necessário que o condutor estivesse ziguezagueando, 
transitando sobre calçadas, roletando cruzamentos, ou seja, atentando objetivamente contra 
incolumidade pública. O perigo de sua conduta tinha que ser concretamente demonstrado para 
que o condutor fosse enquadrado! 
Com as novas alterações, ainda que um condutor esteja conduzindo adequadamente, se tiver 
acima dos índices permitidos de teor alcoólico, será enquadrado no crime acima tipificado. 
Nesse sentido, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) já assentou entendimento de que dirigir 
com concentração de álcool acima do limite legal CONFIGURA CRIME, independentemente de a 
conduta do motorista oferecer risco efetivo para os demais usuários da via pública (STJ, 2016, 
REsp 1.582.413, Relator Ministro Schietti Cruz) 
Para você ter uma ideia, o voto acima citado tem base em outros vários julgados do próprio 
STJ de que o crime do art. 306 é de perigo em abstrato. 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 35 
98 
Quer ver só alguns dos mais importantes desses julgados? 
 
 
 
 
STJ DIREÇÃO. EMBRIAGUEZ. PERIGO ABSTRATO. 
A Turma reiterou que o crime do art. 306 do Código de Trânsito Brasileiro é de perigo 
abstrato, pois o tipo penal em questão apenas descreve a conduta de dirigir veículo sob a 
influência de álcool acima do limite permitido legalmente, sendo desnecessária a 
demonstração da efetiva potencialidade lesiva do condutor. Assim, a denúncia traz indícios 
concretos de que o paciente foi flagrado conduzindo veículo automotor e apresentando 
concentração de álcool no sangue superior ao limite legal, fato que sequer é impugnado pelo 
impetrante, não restando caracterizada a ausência de justa causa para a persecução penal do 
crime de embriaguez ao volante. Logo, a Turma denegou a ordem. Precedentes citados: HC 
140.074-DF, DJe 22/2/2010, e RHC 26.432-MT, DJe 14/12/2009. HC 175.385-MG, Rel. Min. 
Laurita Vaz, julgado em 17/3/2011 
 
STJ - HC 231566 RJ 2012/0013418-9 
PENAL E PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. REMÉDIO CONSTITUCIONAL SUBSTITUTIVO DE 
RECURSO PRÓPRIO. IMPOSSIBILIDADE. NÃO CONHECIMENTO. CRIME DE EMBRIAGUEZ AO 
VOLANTE. DELITO DE PERIGO ABSTRATO. DESNECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DE 
POTENCIALIDADE LESIVA NA CONDUTA. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. IMPOSSIBILIDADE. 
(...) 
3. Conforme reiterada jurisprudência desta Corte, o crime do art. 306 do Código de Trânsito 
Brasileiro é de perito abstrato e dispensa a demonstração de potencialidade lesiva na 
conduta, configurando-se pela simples condução de veículo automotor em estado de 
embriaguez. 
4. No caso, a paciente foi submetida a teste em aparelho de ar alveolar pulmonar 
(etilômetro) e ficou constatado que dirigia veículo automotor com concentração alcoólica 
igual a 0,37 mg/l de ar expelido pelos pulmões, valor este que supera o limite legal. Assim, o 
fato é típico e não há que se falar em trancamento da ação penal. 5. Habeas corpus não 
conhecido. 
 
STJ - RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 1. EMBRIAGUEZ AO VOLANTE. 2. CRIME DE 
PERIGO ABSTRATO. 3. TESTE DO BAFÔMETRO. OCORRÊNCIA. 4. RECURSO IMPROVIDO. 
14/10/2013 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação de Trânsitop/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
==6e4fd==
 
 
 
 
 
 36 
98 
1. É prescindível à consumação do delito de embriaguez ao volante a prova da produção de 
perigo concreto à segurança pública, bastando a prova da embriaguez, por se tratar de 
delito de perigo abstrato. 
Precedentes. 
2. A Terceira Seção deste Tribunal Superior assentou entendimento, quando do julgamento 
do REsp n.º 1.111.566/DF, realizado no dia 28 de março de 2012, no sentido de que "apenas 
o teste do bafômetro ou o exame de sangue podem atestar o grau de embriaguez do 
motorista para desencadear uma ação penal". Hipótese ocorrente na espécie. 3. Recurso a 
que se nega provimento. 
 
Professor, E como o STF entende esse crime? 
Do mesmo jeito! Veja só famosos entendimentos da Suprema Corte: 
 
STF - RHC 110.258, Rel. Min. Dias Toffoli, Primeira Turma, DJe 24.5.12 e HC 109.269, Rel. 
Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 11.10.2011: 
さRECUR“O ORDINãRIO EM HABEA“ CORPU“く EMBRIAGUE) AO VOLANTE ふARTく ンヰヶ DA LEI N┨ 
9.503/97). ALEGADA INCONSTITUCIONALIDADE DO TIPO POR SER REFERIR A CRIME DE 
PERIGO ABSTRATO. NÃO OCORRÊNCIA. PERIGO CONCRETO. DESNECESSIDADE. AUSÊNCIA DE 
CONSTRANGIMENTO ILEGAL. 
RECURSO NÃO PROVIDO. 1. A jurisprudência é pacífica no sentido de reconhecer a 
aplicabilidade do art. 306 do Código de Trânsito Brasileiro に delito de embriaguez ao volante 
に, não prosperando a alegação de que o mencionado dispositivo, por se referir a crime de 
perigo abstrato, não é aceito pelo ordenamento jurídico brasileiro. 
2. Esta Suprema Corte entende que, com o advento da Lei nº 11.705/08, inseriu-se a 
quantidade mínima exigível de álcool no sangue para se configurar o crime de embriaguez 
ao volante e se excluiu a necessidade de exposição de dano potencial, sendo certo que a 
comprovação da mencionada quantidade de álcool no sangue pode ser feita pela utilização 
do teste do bafômetro ou pelo exame de sangue, o que ocorreu na hipótese dos autos. 3. 
Rec┌ヴゲラ ミ?ラ ヮヴラ┗キSラざく 
さHABEA“ CORPU“く PENALく DELITO DE EMBRIAGUE) AO VOLANTEく ARTく ンヰヶ DO CÓDIGO DE 
TRÂNSITO BRASILEIRO. ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DO REFERIDO TIPO PENAL 
POR TRATAR-SE DE CRIME DE PERIGO ABSTRATO. IMPROCEDÊNCIA. ORDEM DENEGADA. I - A 
objetividade jurídica do delito tipificado na mencionada norma transcende a mera proteção 
da incolumidade pessoal, para alcançar também a tutela da proteção de todo corpo social, 
asseguradas ambas pelo incremento dos níveis de segurança nas vias públicas. II - Mostra-se 
irrelevante, nesse contexto, indagar se o comportamento do agente atingiu, ou não, 
concretamente, o bem jurídico tutelado pela norma, porque a hipótese é de crime de 
perigo abstrato, para o qual não importa o resultado. Precedente. III No tipo penal sob 
análise, basta que se comprove que o acusado conduzia veículo automotor, na via pública, 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 37 
98 
apresentando concentração de álcool no sangue igual ou superior a 6 decigramas por litro 
para que esteja caracterizado o perigo ao bem jurídico tutelado e, portanto, configurado o 
crime. IV Por opção legislativa, não se faz necessária a prova do risco potencial de dano 
causado pela conduta do agente que dirige embriagado, inexistindo qualquer 
inconstitucionalidade em tal previsão legal く V OヴSWマ SWミWェ;S;ざく 
 
109.269, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, DJe 11.10.2011: 
さRECUR“O ORDINãRIO EM HABEA“ CORPU“く EMBRIAGUEZ AO VOLANTE (ART. 306 DA LEI Nº 
9.503/97). ALEGADA INCONSTITUCIONALIDADE DO TIPO POR SER REFERIR A CRIME DE 
PERIGO ABSTRATO. NÃO OCORRÊNCIA. PERIGO CONCRETO. DESNECESSIDADE. AUSÊNCIA DE 
CONSTRANGIMENTO ILEGAL. 
RECURSO NÃO PROVIDO. 1. A jurisprudência é pacífica no sentido de reconhecer a 
aplicabilidade do art. 306 do Código de Trânsito Brasileiro に delito de embriaguez ao volante 
に, não prosperando a alegação de que o mencionado dispositivo, por se referir a crime de 
perigo abstrato, não é aceito pelo ordenamento jurídico brasileiro. 
2. Esta Suprema Corte entende que, com o advento da Lei nº 11.705/08, inseriu-se a 
quantidade mínima exigível de álcool no sangue para se configurar o crime de embriaguez 
ao volante e se excluiu a necessidade de exposição de dano potencial, sendo certo que a 
comprovação da mencionada quantidade de álcool no sangue pode ser feita pela utilização 
do teste do bafômetro ou pelo exame de sangue, o que ocorreu na hipótese dos autos. 3. 
RWI┌ヴゲラ ミ?ラ ヮヴラ┗キSラざく 
さHABEA“ CORPU“く PENAL. DELITO DE EMBRIAGUEZ AO VOLANTE. ART. 306 DO CÓDIGO DE 
TRÂNSITO BRASILEIRO. ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DO REFERIDO TIPO PENAL 
POR TRATAR-SE DE CRIME DE PERIGO ABSTRATO. IMPROCEDÊNCIA. ORDEM DENEGADA. I - A 
objetividade jurídica do delito tipificado na mencionada norma transcende a mera proteção 
da incolumidade pessoal, para alcançar também a tutela da proteção de todo corpo social, 
asseguradas ambas pelo incremento dos níveis de segurança nas vias públicas. II - Mostra-se 
irrelevante, nesse contexto, indagar se o comportamento do agente atingiu, ou não, 
concretamente, o bem jurídico tutelado pela norma, porque a hipótese é de crime de 
perigo abstrato, para o qual não importa o resultado. Precedente. III No tipo penal sob 
análise, basta que se comprove que o acusado conduzia veículo automotor, na via pública, 
apresentando concentração de álcool no sangue igual ou superior a 6 decigramas por litro 
para que esteja caracterizado o perigo ao bem jurídico tutelado e, portanto, configurado o 
crime. IV Por opção legislativa, não se faz necessária a prova do risco potencial de dano 
causado pela conduta do agente que dirige embriagado, inexistindo qualquer 
inconstitucionalidade em tal previsão legal く V OヴSWマ SWミWェ;S;ざく 
 
 
 
Alexandre Herculano, Marcos Girão, Marcus Santos
Aula 10
Legislação de Trânsito p/ PRF (Policial) Com Videoaulas - Pós-Edital
www.estrategiaconcursos.com.br
00976640228 - MARLYSON MIGUEL COSTA DE MENEZES
 
 
 
 
 
 38 
98 
 
E mais: antes da Lei nº 11.705/08, a diferença entre a infração de trânsito da embriaguez e o 
crime de embriaguez era a situação de perigo, ou seja, para ocorrência do crime, era necessária a 
ocorrência da infração mais uma situação de perigo em concreto. Com as novas disposições, a 
diferença entre a infração de trânsito e o crime de trânsito passou a ser a concentração de álcool 
por litro de sangue ou por litro de ar alveolar. 
E as boas notícias não param por aí! 
Com a entrada em vigor da Lei nº 12.760/12, atualmente o crime já estará configurado se 
também for provada que a capacidade psicomotora do motorista foi alterada em razão da 
influência de ÁLCOOL ou de outra SUBSTÂNCIA PSICOATIVA que determine dependência. Ou seja, 
pode-se Sキ┣Wヴ ケ┌W テ┌ヴキSキI;マWミデW ラ IヴキマW ミ?ラ Y マ;キゲ ラ SW さWマHヴキ;ェ┌W┣ ;ラ ┗ラノ;ミデWざが W ゲキマ ラ SW 
さ;ノデWヴ;N?ラ S; I;ヮ;IキS;SW ヮゲキIラマラデラヴ; ;ラ ┗ラノ;ミデWざ! 
Ok, professor, mas como diferenciar a infração de embriaguez, do art. 165, desse crime tipificado 
no art. 306?! 
Deixa eu te explicar! 
Para que você entenda bem como se dá a diferença entre infração e crime, precisamos entender 
como se configura uma infração de trânsito relativa à embriaguez. Para isso, vamos ao importante 
e polêmico artigo 165 do CTB, transcrito a seguir: 
 
Art. 165. Dirigir sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que 
determine dependência: 
Infração - gravíssima; 
Penalidade - multa (10 vezes) e suspensão do direito de dirigir por 12 (doze) meses. 
Medida administrativa - recolhimento do documento de habilitação e retenção do veículo, 
observado o disposto no § 4o do art. 270 da Lei no 9.503, de 23 de setembro de 1997 - do 
Código de Trânsito Brasileiro. 
Parágrafo único. Aplica-se em dobro a multa prevista

Mais conteúdos dessa disciplina