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1 Serie de Balmer/Determinação da Constante de Rydberg-Estrutura Fina e Espectro de um e dois Elétrons Kayron Lopes dos santos, Adriano Almeida da Silva, Luardo José de Abreu Fernandes, Reinaldo Martins Frota Filho, Lanna Isabely Morais Sinimbu Departamento de Física – Centro de Ciências da Natureza – UFPI e-mail: kayronlopes11@hotmail.com Resumo. O experimento realizado teve como objetivo verificar a série de Balmer, bem como o valor da constante de Rydberg onde se teve um valor experimental de [Rexp=(1,113x10-7m-1±0,0148)] , sendo este um valor aceitável em relação ao valor teórico de (R=1,0973113x10-7m-1).os valores do comprimento de onda para o espetro de linhas do hidrogênio foram de [Hαvermelho=639,9nm±0,024],[Hβverde=480nm±0,012],[Hγazul=431nm±0,00702],sendo valores com pequenos desvios em relação aos valores teóricos, obteve-se também o valor da constante da grade de difração g=1672nm. Para a segunda parte do experimento teve como objetivo verificar a estrutura fina para um e dois elétrons, os valores dos comprimentos de onda foram 1°linha: [λ =579,15 nm± 0,07], 2°linha: [λ =578,65 nm± 0,07],tendo como valor da separação entre as duas linhas de [λ1 – λ2 = 0,5 nm±0.166] com erro de 16,6 % em relação ao valor teórico, o valor da constante da grade de difração obtido foi de g=1666 nm. Palavras chave: espectro de linhas, níveis de energia, hidrogênio, sódio . Introdução A teoria quântica prevê uma estrutura de níveis de energia quantizados para os elétrons atômicos, sendo um estado de energia fundamental (mais baixo nível) e uma infinidade de níveis excitados superiores. Devido à ionização, hidrogênio molecular (H2) é convertido em hidrogênio atômico quando submetido a descargas elétricas no tubo espectral. Elétrons, dos átomos de hidrogênio, excitados para níveis mais altos de energia, emitem fótons ao transitarem para níveis mais baixos, de volta ao estado fundamental, com frequências definidas pelas diferenças de energia entre esses níveis. [1] E = h. (1) De acordo com o modelo atômico de Bohr para o hidrogênio, a energia En dos níveis permitidos é: (2) Onde: h= 6,626 x 10-34 J.s é a constante de Planck, ε0= 8,854x10-12 A.s/V.m a permissividade elétrica, e= 1,602x10-19C a carga fundamental e m= 9,109x10 -31 Kg massa de repouso do elétron. Utilizando as eqs. (1) e (2) podemos obter a frequência da luz (fóton) emitida quando o elétron passa de um nível excitado (ni) para um mais baixo (nf), sendo nf < ni:[1] (3) Ou ainda na forma do Nº de onda: (4) Onde c é a velocidade da luz e R a constante de Rydberg para o átomo de hidrogênio, com núcleo de massa infinitamente maior que a do elétron: (5) A série visível das linhas espectrais observadas para o hidrogênio (H) está reproduzida na Tabela1. Tabela 1: série visível das linhas espectrais para o hidrogênio A fórmula empírica, proposta por Johann Balmer em 1885, reproduz com muita precisão esta série: 2 (6) Onde lim= 364,56 nm é o limite da série, conhecido como constante de Balmer. Sendo os valores das linhas, na Tabela 2, correspondentes à n= 3, 4, 5, 6 e 7, respectivamente. Com um simples rearranjo matemático, obtemos para o inverso da fórmula de Balmer (eq. 6): (7) Desse modo o resultado empírico para a série fica claramente interpretado, à luz do modelo de Bohr, como a série transições que levam elétrons dos níveis de energia superiores ao nível nf = 2, de acordo com a eq. (4), em que se fez R= 4/lim. O modelo ainda prevê, com extrema precisão, todo o conjunto de séries de transições do átomo de hidrogênio, para os demais níveis, nf= 1, 2, 3, 4, 5..., à época ainda desconhecidas. Resultados de medidas experimentais posteriores comprovaram as previsões de Bohr, com as séries batizadas pelos seus descobridores, apresentadas na Tabela 2 a seguir.[2] Tabela 2: séries variadas e espectros para cada série. A figura1 mostra um diagrama de níveis de energia para o átomo de hidrogênio, de acordo com o modelo de Bohr (eq. 2), com a representação de algumas das séries da tabela2.[3] Figura 1: diagrama de níveis de energia para o átomo de hidrogênio. [2] Para uma luz monocromática com comprimento de onda λ que incide sobre uma grade de difração, o padrão de difração é a distribuição da intensidade da luz difratada.[4] 𝒏 . 𝝀 = 𝒈 . 𝒔𝒆𝒏 𝜶 (8) onde g é a constante da rede de difração a ser determinada, θ é a posição angular da linha e λ é o comprimento de onda da luz incidente conhecido.[] Os elementos alcalinos como o Li, Na, K, Rb e Cs são caracterizados por possuírem um conjunto de subcamadas eletrônicas completamente preenchidas, sendo a de maior energia uma subcamada p, mais um elétron adicional na subcamada s seguinte. Estes elementos são quimicamente muito ativos, devido a estarem ansiosos para se livrarem do elétron fracamente ligado e se converterem num arranjo mais estável com subcamadas completamente preenchidas[4]. Quando são submetidos a excitações ópticas (consideradas de baixa energia), produzidas, por exemplo, por descargas elétricas de baixa voltagem, em geral somente o elétron da subcamada s é excitado. Em virtude disso, a análise do espectro óptico em termos dos seus estados excitados é relativamente simples, pois podem ser completamente descritos por um único elétron opticamente ativo e o “caroço” contendo subcamadas completamente preenchidas pode ser ignorado[4]. De acordo com a aproximação apresentada, os processos ópticos dos átomos alcalinos podem ser comparados com o átomo de hidrogênio (H). Para o H, os níveis de energia são dados pela seguinte equação[4]: 𝑬 = − 𝒏𝒆𝟒𝒁𝟐 𝟖ћ𝟐 𝟏 𝒏𝟐 (9) A interação do spin S do elétron com seu momento orbital leva a uma redução na degeneração do total momento angular[4]: 𝑱 = | 𝒍 + 𝟏 𝟐 | … |𝒍 − 𝟏 𝟐 | (10) onde l é o momento angular orbital do elétron externo. Assim, a estrutura fina de um átomo corresponde ao seu desdobramento em outras linhas de frequências próximas. Esta estrutura pode ser explicada devido a uma quebra parcial da degenerescência de um nível de energia do modelo de Bohr devido a algumas correções como a 3 consideração da interação spin-orbita já citada aqui ou a consideração do momento relativístico do elétron. A figura2 a seguir mostra os níveis de energia para o sódio [4]. Figura 2: níveis de energia para o sódio [4] Materiais: 1°parte: suporte para tudo espectral ,tudo espectral do hidrogênio ,suportes para segurar a escala do medidor, dois cursores, suporte para encaixar grade de difração de 600nm/mm e uma régua. 2°parte: espetrômetro, micrômetro, rede de difração de 600nm/mm, lâmpada de sódio, fonte de alimentação para lâmpada e suporte para lâmpada. Procedimento Experimental 1°parte: Montou-se o arranjo experimental para verificar o espectro de linhas do hidrogênio de acordo coma figura, a característica do espectro era visto a partir da rede da grade de difração posicionada a uma distância de 50cm de distância em relação ao tubo de gás hidrogênio para que fosse feita as medidas das distâncias das linhas espectrais. comomostra a figura 3: Figura 3: Montagem do arranjo experimental para o espectro do hidrogênio. 2° Parte: utilizou-se o arranjo experimental da figura4, para realizar as medidas das linhas espectrais do sódio , com a rede difração posicionada entre as duas lunetas e com a lâmpada de sódio ligada em frente a lente com a abertura da fenda foi possível determinar as distâncias das linhas espectrais do sódio. Figura4: Montagem do arranjo experimental para o espectro do sódio. Resultados e Discussão Para a primeira parte do experimento foi calculado os comprimentos de onda para cada cor apresentada no espectro de linhas do mercúrio para de modo a obter o valor da constante da grade de difração g médio=1672nm . Tabela 3: valores obtidos do comprimento de onda e da constante da grade de difração. Para a segunda parte do experimento foi-se calculado os valores dos comprimentos de ondas para cada cor apresentada no espectro de linhas do hidrogênio como mostra a tabela abaixo: Tabela 4: Valores dos comprimentos de onda e constante de Rydberg. Com os valores do comprimento de onda e da constante da grade de refração , foi possível determinar o valor da constante de Rydberg, no qual foi obtido o valor experimental de [Rexp=(1,113x10-7m-1±0,0148)] onde se tem um erro de aproximada mente 1,48% em relação ao valor teórico de (R=1,0973113x10-7m-1). Cor λ-nm 2l-cm g-nm amarelo 567 26,7 1670 verde 533,3 34,7 1680 azul 433,3 36,4 1666 Linha 2l-cm λexp-nm R-10 -7m -1 Hα-vermelho 41,6 639,9 1,125 Hβ-verde 29,8 480 1,111 Hγ-azul 26,5 431 1,104 4 Para a terceira parte do experimento foi determinado o espectro de linhas para lâmpada de Sódio, a divisão da estrutura fina e valores do comprimento de onda do espectro de linhas do sódio, bem como os valor da constante da grade de refração g. Foi observado que o marco zero do espectrômetro goniômetro apresentava um desalinhamento visto isso antes de fazer qualquer ajuste foi realizado o alinhamento dos pontos inicial do arranjo experimental fazendo-se um ajuste fino de seu marco zero. A calibração do espectrômetro foi realizada utilizando o espectro de (Na) de primeira 1° e 2° ordem, fazendo o comparativo e ajuste do valor obtido a partir dos dados fornecido pelo fabricante da grade de difração, com o valor obtido fazendo a regressão linear do gráfico da figura5 onde a inclinação da reta é igual valor da constante g da grade. Lâmpad a de sódio Lado direito Medida 1 Medida 2 Ângul o (α) Compriment o de onda λ (nm) Ângul o (α) Graus Compriment o de onda λ (nm) Graus 1° linha 44,05 579,2 44,05 579,2 2° linha 44,01 578,7 44,01 578,7 Lâmpad a de sódio Lado esquerdo Medida 1 Medida 2 Ângul o (α) Compriment o de onda λ (nm) Ângul o (α) Compriment o de onda λ (nm) Graus Graus 1° linha 44,04 579,1 44,04 579,1 2° linha 44 578,6 44 578,6 Tabela 5: Medidas da estrutura fina do sódio e comprimentos de onda. Fazendo a análise dos dados obtidos nas medidas feitas lado direito es esquerdo apesar das medidas ser feita no mesmos arranjo experimental apresentara uma pequena divergência em seus valores onde seu valor médio é de 579,15 nm o desvio padrão para esta divergência fica em tono de ± 0,07, para a primeira linha de difração do espectro para linha. Já para segunda linha foi observado os valor médio de 578,65 nm onde desvio padrão gira em torno de ± 0,07 como mostra a tabela5. A separação entre os valores médio para o comprimento de onda λ1 – λ2 = 0,5 nm o valor diverge em tono de 16,6% do valor aceito pela literatura. Para calcular a constante da grade de refração é necessário plotar o gráfico do senα em função dos comprimentos de onda λ obtidos no experimento como mostra a figura a seguir. Figura 5: Gráfico da seno do ângulo em função do comprimento de onda. A inclinação da reta é igual a (g =1666 nm) distancia de separação da grade este valor está de acordo com o obtido para a grade de acordo valor obtido dos dados do fabricante. Isso mostra que o alinhamento da grade e ajuste do espectrômetro goniômetro foi realizado de maneira aceitável. Para os comprimento de onda obtido com os experimento para as duas linhas de espectro mostrada pela luz da lâmpada de sódio ao passar pela grade de difração foram calculados usando a seguinte equação8 n . λ = g . sin (α). Os valores obtidos estão apresentados na tabela5. Conclusão Para este experimento foi realizado a análise da série de Balmer, bem como calculado os valores dos comprimentos de onda para o espectro de linhas do hidrogênio onde se obteve os valores de [Hαvermelho=639,9nm±0,024],[Hβverde=480nm± 0,012],[Hγazul=431nm±0,00702], sendo valores estes bem próximos do referencial teórico, para experimento foi também calculado o valor da constante da grade de difração onde se obteve o valor de g=1672nm, a partir da análise da série de Balmer foi calculado o valor da constante de de Rydberg obtendo um valor experimental de [Rexp=(1,113x10-7m-1±0,0148)] sendo este um bom em comparação com valor do referencial teórico que é de (R=1,0973113x10-7m-1). Para a segunda parte do experimento foi realizado a análise do espectro de linhas do sódio, com a finalidade de se obter os comprimentos de onda para as duas linhas características de segunda ordem, bem como determinar a divisão da estrutura fina , as valores obtidos para os comprimentos de onda foram 1°linha: [λ =579,15 nm± 0,07], 2°linha: [λ =578,65 nm± 0,07], e como valor da separação 5 obteve-se [λ1 – λ2 = 0,5 nm±0.166] com erro de 16,6 % em relação ao valor teórico. Referencias [1]https://pt.m.wikipedia.org/wiki/S%C3%A9rie_d e_Balmer [2] http://fisica.ufpr.br/LE/roteiros/balmer.htm [3]https://www.if.ufrgs.br/~betz/iq_XX_A/espRad/ aEspRadFrame.htm [4]EISBERG, Robert; RESNICK, Robert. Física Quântica - Átomos, Moléculas, Sólidos, Núcleos e Partículas. Campus, 1979.
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