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Período: 2020-1 Professor: Mahatma Maia Fraga De Holanda Disciplina: Patologia Veterinária Geral - Noturno Data: 12/04/2020 Acadêmico: Geiciele Nascimento Soares PIGMENTAÇÃO PATOLÓGICA A pigmentação é denominada através do processo de formação ou acúmulo, normal ou patológico, de pigmentos em certos locais do organismo. A pigmentação patológica pode ser sinal de alteração bioquímica pronunciadas, redução ou acúmulo são aspectos marcantes de algumas doenças. Dessa forma, a pigmentação pode ser classificada de duas formas: ● Exógena: É a pigmentação que causará a patologia. ● Endógena: A patologia é que causará a pigmentação. Pigmentação exógena A pigmentação exógena é formada por pigmentos de origem externa ao corpo, que penetra no organismo juntamente com o ar inspirado, com alimentos deglutidos ou até mesmo por via parenteral: injeções e tatuagens. Os pigmentos se depositam em geral nos pontos dos primeiros contatos com a mucosa ou pele, podendo ali ficar ou ser eliminados com também transportados para outros locais através da circulação sanguínea e linfática, ou por macrófagos (VIEIRA, 2007). A pigmentação exógena pode ser dividida nos seguintes tipos: ● Antracose: São pigmentação causadas por sais de carbono. Dos pigmentos inalados o mais frequente é a poeira do carvão. Sendo comumente encontrados em fumantes e moradores das grandes cidades que são expostos a um grau de poluição. Através das vias aéreas, o pigmento chega aos alvéolos, sendo então, fagocitados pelos macrófagos alveolares. O acúmulo de pigmentos que não são lisados, produz uma coloração amarelo-escuro ao negro nas partes afetadas, sob formas de manchas irregulares no parênquima do pulmão. ● Silicose: A silicose se dá pela inalação de sílica, terra, que é altamente irritante, determinando reações intensas nos nódulos fibróticos e reação inflamatória granulomatosa e predispõe a infecções pulmonares (SEIXAS, 2011). ● Siderose: Pigmentação por óxido de ferro. Atinge o pulmão por inalação de partículas de ferro. Atingem principalmente trabalhadores de mineradoras de hematita, soldadoras e trabalhadores que manipulam pigmentos com óxido de ferro.O pigmento é de coloração de ferrugem. ● Argiria: São pigmentações por intoxicação com sais de prata nos tecidos. Geralmente é oriunda de contaminação sistêmica por medicação, manifestando-se principalmente na pele e na mucosa bucal. O pigmento é de cor acinzentada e azul- escuro, e enegrecida se a prata sofrer redução. ● Bismuto: A pigmentação bismútica acontece por intoxicação com sais de bismuto, normalmente associada ao tratamento com compostos bismúticos ou como doença profissional. Tem-se a deposição de sulfeto de bismuto principalmente nas gengivas com o aparecimento da "linha bismútica" causando uma cor enegrecida. Atualmente é raro de ser visto, sendo comum na terapia para sífilis. ● Tatuagem: É uma forma de pigmentação exógena usualmente limitada à pele, na qual resulta da introdução de pigmentos insolúveis na derme, acidental ou propositalmente. As tatuagens são permanentes ou transitórias, conforme o pigmento seja introduzido na derme ou no estrato córneo da epiderme. É feita por sais de enxofre, mercúrio, ferro e entre outros corantes. A cor varia do tipo de pigmento presente. ● Tatuagem por amálgama: São áreas de coloração azulada na mucosa bucal, decorrente da introdução de partículas de amálgama na mucosa. Essa introdução pode ser feita devido uma lesão na mucosa no lugar da restauração no momento da introdução do amálgama na cavidade ● Saturnismo: O saturnismo ocorre por contaminação por sais de chumbo, mais comumente associada à ingestão de capins contaminados com fumaça de fundições ou com água poluída por minas de chumbo. Ocorrendo deposição de sulfeto de chumbo nos ossos principalmente no fêmur, e na mucosa oral odonto - gengival produzindo uma linha escura -"Linha do chumbo", além de graves lesões no sistema hematopoiético, no SNC e nos rins. Pigmentação endógenas: É a pigmentação por pigmentos produzidos pelo próprio organismo. A pigmentação endógena pode ser dividida em três grupos: pigmentos hemáticos, produzidos a partir da degradação da hemoglobina; pigmentos melânicos, oriundos da melanina e pigmentos derivados de lipídeos. ● Pigmentos hemáticos: Esses pigmentos se originam da hemoglobina, proteínas compostas por quatro cadeias polipeptídicas e quatro grupos heme com ferro no estado ferroso. Sua porção protéica é chamada de globina, constituída de duas cadeias alfas e duas betas. A lise dessa estrutura origina os pigmentos denominados hemossiderina e bilirrubina. ➔ Hemossiderina: é uma espécie de armazenagem de íons de ferro cristalizado. Esse se acumula nas células, principalmente no retículo endotelial. É originado da lise das hemácias e representa uma das duas principais formas de armazenamento intracelular de ferro, e a outra é a ferritina. Pode acumular devido a excessiva destruição de hemácias e devida a excessiva absorção intestinal de ferro. ➔ Bilirrubina: é o produto da lise do anel pirrólico, sem a presença de ferro. Para essa substância ser eliminada, ela precisa passar por um processo de biotransformação no fígado. Caso ela não for biotransformada e houver um aumento na sua quantidade, provocará um sinal clínico chamado de icterícia ocasionado pela deposição desta na pele, nas mucosas e nos diversos tecidos e órgãos, nos quais vão produzir diversas colorações que vai do amarelo ao negro. ● Pigmentos melânicos: São produzidos por melanoblasto, a melanina tem cor castanho-enegrecida, sendo responsável pela coloração das mucosas, pele, globo ocular, neurônios, cabelos, e etc. O processo de síntese da melanina é controlado por hormônios, principalmente da hipófise e da supra-renal e pelos hormônios sexuais. Caso haja uma disfunção nas glândulas pode gerar uma alteração na produção de melanina causando um aumento generalizado, ou uma exposição aos raios UV. ➔ Melanina: pigmento que dá o tom escuro à pele; ➔ Melanose: localização ectópica de melanina; ➔ Melanomas: manchas escuras de natureza cancerosa. ● Pigmentos derivados de lipídios: Derivam da oxidação e polimerização de lipídeos não saturados em animais velhos e em caquéticos. ➔ Lipofuscina: Acúmulo de lipídeos parcialmente fagocitado em lisossomos. É marrom-amarelado. ➔ Ceróide: Encontrado em macrófagos após lesões teciduais ou hemorragias ou ambas. É marrom e granular Referências: KARPINSKI, Ana Paula. Pigmentações. Patofisio. 2010. Disponível em: <https://patofisio.wordpress.com/2010/05/06/pigmentacoes/> Acesso em: 12 de abril de 2020. SANTOS, Bhruna Kamilla. Patologia Humana: Pigmentação Exógena. Portal educação. Disponível em: <https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/medicina/patologia-humana-pigm entacao-exogena/58321> Acesso em: 12 de abril de 2020.
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